A ÉPOCA TERRÍVEL DO BRASIL ONDE IDIOTAS DIRIGEM CEGOS

June 24, 2017 | Autor: Fernando Alcoforado | Categoria: Sociology, Economics, Political Economy, Social Sciences, Political Science
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A ÉPOCA TERRÍVEL DO BRASIL ONDE IDIOTAS DIRIGEM CEGOS Fernando Alcoforado* William Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo, é autor em sua peça teatral Rei Lear da frase “Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos”. Esta frase se aplica perfeitamente ao Brasil da era contemporânea no qual constatamos a existência de idiotas, isto é, de governantes desprovidos de inteligência e de bom senso no comando da nação que dirigem cegos, isto é, os incompetentes integrantes da estrutura do governo que já estão levando o País à bancarrota. No artigo de nossa autoria, sob o título A cegueira que domina o Brasil publicado em 23/11/2013, disponível no website já abordamos o que Shakespeare deixa evidenciado na frase de sua autoria. No artigo A cegueira que domina o Brasil, nos apoiamos na obra do escritor português José Saramago, O Ensaio sobre a cegueira editado pela Companhia das Letras. Nesta obra José Saramago nos apresenta uma imagem aterradora dos tempos sombrios em que vivemos no mundo. O cenário retratado por Saramago em sua obra é análogo ao que se vive no Brasil com a cegueira que está presente em toda a estrutura do governo Dilma Rousseff. Enfrentamos hoje no Brasil o risco de a cegueira (o mundo cego de Saramago) que domina o governo Dilma Rousseff dar lugar ao retrocesso político institucional (mundo imundo e bárbaro de Saramago) que venha resultar em consequência do agravamento das crises econômica, social e política que contaminam os poderes da República. A cegueira que domina os governantes do Brasil está levando sua economia à falência que se encontra em estágio terminal com o governo Dilma Rousseff, como um defunto insepulto, se mantendo no exercício da presidência da República sem a menor capacidade de reverter esta situação. Enquanto isto, a deterioração da economia brasileira acontece com a ocorrência de vertiginosa onda de desemprego e a falência generalizada de empresas que pode ocasionar uma convulsão social sem precedentes na história do Brasil. Além disso, a situação financeira do governo federal, dos governos estaduais e das prefeituras municipais é pré-falimentar com a queda vertiginosa da arrecadação de impostos resultante da retração da atividade econômica do Brasil. Os sinais de desintegração no governo e na sociedade são evidentes em todas as partes do País. O modelo econômico neoliberal em vigor mostra claros sinais de esgotamento. Além disso, todo o sistema político e administrativo do País está contaminado pela corrupção e a máquina administrativa do Estado é ineficiente e ineficaz. Tudo o que acaba de ser descrito coincide com a existência de um governo fraco sob a direção incompetente de Dilma Rousseff que não possui a liderança política nem a capacidade administrativa necessária para realizar as transformações exigidas para o Brasil na quadra atual haja vista contar com o apoio de apenas 7% da população brasileira que, em sua esmagadora maioria, deseja sua deposição do poder. Além disso, seu ministério é constituído em sua quase totalidade por gente incompetente como resultado da negociata entre o governo e os partidos aliados. A cegueira do governo federal é tão grande que não toma nenhuma providência para reverter a deterioração das contas públicas que a cada ano destina quase 50% do orçamento da União para o pagamento dos juros da dívida pública que beneficia o sistema financeiro. Diante desta 1

situação, não há disponibilidade suficiente de recursos públicos para investir na infraestrutura econômica (energia, transportes e comunicações) e social (educação, saúde, saneamento básico e habitação). Ao invés de fazer uma auditoria da dívida pública e renegociar o alongamento do pagamento do serviço da dívida pública para não comprometer os interesses do sistema financeiro, o governo Dilma Rousseff preferiu transferir todo o ônus da crise para o povo brasileiro com o malfadado ajuste fiscal que contempla a redução dos benefícios sociais da população e o aumento de impostos. A cegueira caracterizada pela falta de atitude dos governantes do Brasil na busca de solução para evitar a deterioração econômica, social e política em curso com a reestruturação da economia brasileira em novas bases pode levar ao retrocesso político institucional com o advento do mundo imundo e bárbaro citado por Saramago. Ao invés de abandonar o fracassado modelo neoliberal em vigor, o governo Dilma Rousseff decidiu mantê-lo. É preciso não esquecer que a crise econômica de 1929 levou ao fim da República Velha e ao advento da ditadura de Getúlio Vargas (1930-1945) e a crise econômica no início da década de 1960 levou ao advento da ditadura militar de 1964 a 1985. É preciso evitar que a deterioração econômica, social e política da era contemporânea conduza o Brasil a um novo regime de exceção, o mundo imundo e bárbaro citado por Saramago. A estabilidade política do Brasil e a economia brasileira estão em risco porque o governo Dilma Rousseff não conta com o apoio da maioria da população e do parlamento para exercer sua governabilidade. É preciso observar que a governabilidade diz respeito à capacidade política do governo de decidir, possibilitando a realização de políticas públicas. Dilma Rousseff não reúne nenhuma dessas condições para governar a nação. Além de não exercer a governabilidade, Dilma Rousseff está ameaçada de impeachment pelos atos ilícitos que teria praticado na gestão das contas públicas e pelo uso de recursos oriundos da roubalheira da Petrobras durante sua campanha de reeleição. Tudo isto fragiliza o governo Dilma Rousseff que está impotente para fazer frente à gigantesca crise econômica em que vive o Brasil. É indiscutível que os graves problemas vividos pelo Brasil no momento atual nos planos econômico e político estão a exigir um governante que tenha aceitação pela grande maioria da população brasileira e capacidade de aglutinar a nação em torno de um projeto comum de desenvolvimento nacional. Lamentavelmente, não há no Brasil na esfera política ninguém que reúna estas condições. A perspectiva de que Dilma Rousseff seja substituída pelo vice-presidente Michel Temer não entusiasma os movimentos sociais que lutam pela remoção de Dilma Rousseff do poder. Isto explica o arrefecimento na luta dos movimentos sociais pelo impeachment de Dilma Rousseff. A nação está à espera de um governante que tenha a estatura de estadista como foi Getúlio Vargas que promoveu a construção do Brasil moderno com o processo de industrialização após a crise econômica mundial de 1929 que atingiu o Brasil e dela resultou a Revolução de 1930. A grave crise vivida atualmente pelo Brasil está a exigir um verdadeiro estadista no comando da nação que reestruture a vida nacional em novas bases nos planos econômico, político e social. Para evitar a hecatombe política, econômica e social que ameaça o Brasil, urge a substituição do governo Dilma Rousseff por outro que seja capaz de evitar uma ruptura político-institucional do País, liderar a celebração de um novo contrato social e unir a nação brasileira em torno de um projeto comum de desenvolvimento. Tudo leva a crer que se Dilma Rousseff não for destituída do poder através de impeachment pelos ilícitos 2

praticados por seu governo, o Brasil poderá ser palco de convulsão social de consequências imprevisíveis com o confronto entre a grande maioria do povo brasileiro que deseja sua deposição e os partidários do governo. É preciso considerar as lições da história que nos ensina que a convulsão social pode levar à instauração de ditaduras de direita ou de esquerda. Este é o risco que ameaça a sociedade brasileira. O Brasil vive, portanto, momentos decisivos em sua história. * Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no BrasilEnergia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).

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