A ERA DOS LIKES: uma análise sobre a fotografia pessoal em tempos de Facebook

July 6, 2017 | Autor: Renata Menezes | Categoria: Redes Sociais, Fotografia, Comunidades Virtuais, Sociabilidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES – ICHCA COMUNICAÇÃO SOCIAL – COS

RENATA LOURIANE MOREIRA DA SILVA MENEZES

A ERA DOS LIKES: uma análise sobre a fotografia pessoal em tempos de Facebook.

Maceió 2014

RENATA LOURIANE MOREIRA DA SILVA MENEZES

A ERA DOS LIKES: uma análise sobre a fotografia pessoal em tempos de Facebook. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo. Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Bispo dos Santos

Maceió 2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

AUTORA: RENATA LOURIANE MOREIRA DA SILVA MENEZES

A era dos likes: uma análise sobre a fotografia pessoal em tempos de Facebook./ Monografia de graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas, na forma normalizada e de uso obrigatório.

Monografia submetida ao corpo docente do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas e aprovada em _____ de ____________________ de _____________.

______________________________________________________________________ Doutor, Ronaldo Bispo dos Santos, Ufal (Orientador)

Banca Examinadora: ___________________________________________________________________________ PhD, Almir Guilhermino da Silva, Ufal (Examinador Interno) ___________________________________________________________________________ Mestra, Ana Caroline Sarmento Cavalcanti de Gusmão, Cesmac ( Examinadora Externa) ___________________________________________________________________________ Doutora, Magnólia Rejane dos Santos, Ufal (Examinadora Interna Suplente)

Às minhas mães, Graça e Fátima

AGRADECIMENTOS À minha família, meu porto seguro de sempre, em especial às minhas mães e ao meu pai, que nunca economizaram esforços para me fazerem feliz e verem meus sonhos realizados; Ao meu companheiro, Bernardo, pela atenção de todas as horas, pela dedicação e pelo amor a mim devotados; Ao meu orientador, Ronaldo Bispo, pelas oportunidades dadas ao longo da graduação; Aos amigos da escola, que o tempo não afastou - Thaíssa, Mari e Fábio - pelo companheirismo, pela irmandade e pelo carinho de sempre; Aos amigos distantes, mas não menos importantes ou presentes - Carlos, Diego e Fred -, pelo apoio indispensável, pelas discussões frutíferas e pela paciência que tiveram durante o desespero para desenvolvimento desta monografia; Aos bons amigos que a UFAL me deu – Anderson, Aninha, Caio, Marcela, Mary, Mylla, Nati e Pedrito -, por trazerem mais leveza aos quatro anos da graduação.

Sou curtido, logo, existo

RESUMO Por que publicar fotos pessoais em redes sociais? Essa pergunta foi o ponto de partida para esta pesquisa, que tem como principal objetivo, em linhas gerais, compreender o processo de virtualização dos tradicionais álbuns de família. Para chegar a esse resultado, observamos outros fenômenos, como as mudanças que ocorreram nas relações interpessoais ao longo do tempo, o modo como as tecnologias interferem no cotidiano do sujeito contemporâneo e o lugar da imagem na sociedade. Como base teórica, estão incluídos pesquisadores que se ocuparam desses temas e de temas periféricos, com destaque para Riesman, Goffman e McLuhan, principais alicerces desta pesquisa. Além da busca por bibliografia, esta monografia também conta com os resultados de um questionário online, respondido por 65 internautas, realizado para auxiliar na coleta e análise de dados, qualitativa e quantitativamente.

PALAVRAS-CHAVE: Fotografias, Redes Sociais, Interação

ABSTRACT Why publish personal pictures in social networks? That question was the starting point for this work, which aims to, in broad guidelines, comprehend the virtualization process of the traditional family photo albums. In order to achieve this, other phenomena - such as the changes in interpersonal relations through time or the technological interference in contemporary man’s quotidian and society’s relationship with images - have been observed. Theoretical references include researchers such as Riesman, Goffman and McLuhan, whose works deal with themes relevant to the present analysis. Besides bibliographical analysis, this monograph also discusses the results of an online questionnaire answered by 65 subjects, which has been conducted with the objective of helping in data collection and analysis, quantitative and qualitatively.

KEYWORDS: Photographs, social networks, interaction.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................11 2. ANALÓGICO X DIGITAL .........................................................................................13 2.1 A fotografia analógica ......................................................................................13 2.2 A fotografia digital ..........................................................................................14 2.3 Cibercultura ......................................................................................................16 3. A TRANSFORMAÇÃO DOS HÁBITOS ...................................................................18 3.1 A exposição/atuação do “eu” na rede social ...................................................20 3.2 O vazamento de fotografias pessoais .............................................................22 4. NOVOS HÁBITOS PEDEM NOVAS TECNOLOGIAS............................................25 4.1 O “selfie” como agente de mudanças..............................................................25 4.2 A aura da fotografia analógica ........................................................................27 5. RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS...................................................................29 6. A ERA DOS LIKES – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................. 33 7. BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................34 8. ANEXOS......................................................................................................................36

LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Faixa Etária Tabela 02 – Você fotografa com dispositivos digitais? Tabela 03 – Quando foi a última vez que revelou fotografias? Tabela 04 – Onde armazena suas fotografias? Tabela 05 – Com que frequência você faz upload de imagens em redes sociais? Tabela 06 – Nas redes, quem são seus principais seguidores? Tabela 07 – No caso de utilizar Facebook e Instagram, você compartilha as imagens do Instagram no Facebook?

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1 - INTRODUÇÃO Desde o anúncio de sua invenção, no fim do século XIX, a fotografia já se mostrou potencialmente revolucionária. Com ela foi possível dar início ao processo de reprodução de imagens em série nos jornais impressos, que se tornavam meios de comunicação de massa. Além disso, sua fidelidade à realidade libertou os pintores da mera função de retratistas, dando novas possibilidades aos movimentos artísticos, que não tinham mais compromisso com a objetividade, já que os retratos familiares estavam sendo produzidos pela máquina. Com isso, artistas começavam a explorar novas formas, cores e elementos, resultando em escolas como o Impressionismo e o Expressionismo. Muitas décadas adiante, já no início do século XXI, o desenvolvimento das tecnologias computacionais levou ao advento das câmeras digitais e dos celulares com câmeras portáteis, que libertaram a fotografia da necessidade de revelação em papel e a levaram para o mundo dos pixels. Com essa mudança, a fotografia sofreu um barateamento que ampliou o acesso às camadas mais pobres da população. Aliado à internet, esse novo formato – digital – permitiu, ainda, a criação de álbuns virtuais em redes sociais, que colocaram em xeque os tradicionais álbuns de família, agora escanteados nas prateleiras, e criaram novos hábitos sociais, que serão identificados e analisados ao longo deste trabalho. Para realização desta monografia, interessa-nos o seguinte fenômeno: as fotografias pessoais e a inserção dessa tecnologia nas mídias digitais. Quais são as principais consequências desse processo? Partimos, então, de pressupostos sobre a banalização das imagens com o advento da cultura digital e da consequente superexposição das imagens pessoais nas redes sociais, que dão origem ao que aqui é chamada de “Era dos Likes”. Ao longo da pesquisa, tomando como base estudos sociológicos, analisaremos a transição entre o analógico e o digital para compreender como e por que essa transformação interfere nas relações sociais humanas. O foco desta pesquisa está nas redes sociais Facebook e Instagram, que foram escolhidas devido à relevância na atualidade, já que ambas servem como vitrines para as fotografias de seus usuários. Além disso, essas redes se tornam importantes porque permitem a interação direta entre seus participantes, o que leva à reconfiguração das relações interpessoais e dá novas perspectivas de produção e consumo à fotografia.

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Essa interação se dá da seguinte forma: em ambas as redes, os usuários têm a possibilidade de publicar instantaneamente imagens fotografadas por dispositivos móveis e marcar seus amigos e o local onde a imagem foi produzida na publicação; os amigos, que recebem as imagens por meio de suas timelines, têm as opções de “curtir” e “comentar”, ou seja, fazem seus próprios julgamentos para aquelas imagens. Ao expor sua vida pessoal em uma rede social, entendemos que o sujeito busca seus “quinze minutos de fama”, que devem ser corroborados pelos seus amigos a partir das ferramentas disponíveis (curtir e comentar). Por essa lógica, quanto mais “curtidas” e comentários positivos, maior foi o êxito do indivíduo com aquela postagem. Essa série de fenômenos descritos dá origem ao que aqui chamaremos de Era dos Likes. Dito isso, partimos de determinados princípios para guiar os estudos. Com base em Goffman (2002), tomamos as redes de relacionamento virtuais como espaços de atuação, ou seja, essas redes são palco para seus atores (usuários), que precisam do feedback do público para saber se seu comportamento está sendo aprovado ou não. Nesse contexto, entramos nos estudos de Riesman (1995), que fala no surgimento de sujeitos alterdirigidos, que atuam no espaço público em busca de serem vistos, e do behaviorismo, que aplicamos para analisar as curtidas enquanto agentes reforçadores do comportamento na rede social. Para compreender o modo como as tecnologias afetam as relações sociais, baseamonos na obra “Os meios de comunicação como extensão do homem”, de McLuhan (2005), em que o autor mostra os impactos do avanço da tecnologia sobre a vida em sociedade. Já Walter Benjamin (1982) e Bernardo Lewgoy (2009) são autores que nos ajudam a compreender os desdobramentos do processo de virtualização das fotografias pessoais, a partir dos conceitos de “aura” e de cibercultura, respectivamente. Por fim, no intuito de verificar dados sobre consumo e produção de imagens empiricamente, realizamos um questionário que foi aplicado a 65 internautas, que ajudaram a compreender, qualitativa e quantitativamente, determinados pontos como o uso de tecnologias digitais, interação entre contatos nas redes sociais e a importância de mecanismos como as ferramentas curtir e comentar.

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2 – ANALÓGICO X DIGITAL O desenvolvimento da fotografia no século XIX representou um grande avanço tecnológico moderno. O próprio nome já deixava claro: a técnica permitia escrever a partir da luz1. Pela primeira vez, seria possível gravar imagens de lugares e pessoas sem a interferência do ser humano, por intermédio de um dispositivo objetivo, que não retratava nada além da realidade, ainda que de forma precária – baixa resolução e carência de cores. Depois do desenvolvimento do negativo colorido, a fotografia só voltaria a surpreender o mundo em termos de desenvolvimento tecnológico com o lançamento das câmeras digitais, que agora dispensam suportes físicos para gravar suas imagens, já que elas são formadas a partir de sensores que captam a luz e transmitem os impulsos para uma tela LCD. Compreender as peculiaridades dessas duas tecnologias tão próximas e tão distantes é o primeiro passo para o andamento desta monografia.

2.1: A fotografia analógica Apesar de o Daguerreótipo ter sido o primeiro “gravador” de imagens conhecido pela humanidade, foi somente com o desenvolvimento do filme negativo, que barateou a produção e permitiu a impressão das fotografias sobre papel,que ocorreu a ampliação do acesso à câmera fotográfica para as camadas menos abastadas da sociedade. Esse acesso levou para as famílias a possibilidade de registrar seus momentos marcantes e acumular esses registros em álbuns. Vale destacar que essa popularização do acesso à imagem, e da produção de imagens de si próprio e dos membros das famílias que a fotografia estava tornando possível, era completamente inédita até então. Quando esse tipo de registro surgiu, e até a sua difusão em massa, a produção de um retrato – fosse pintado, desenhado ou miniaturizado – só era acessível àqueles poucos detentores de um determinado status econômico: a aristocracia e a alta burguesia. (DIOGO, 2010, p. 41)

O costume se tornou uma tradição e não eram raros os momentos de reunião em torno daquelas recordações. Muito além de simples papéis impressos, as fotografias eram carregadas de afetividade, como se fossem dotadas do poder de devolver, em partes, as 1

Phos (“Luz”, do grego) + Graphos (“Escrita”, do grego)

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sensações daquele instante. De acordo com Roland Barthes: “[na fotografia], o corpo amado é imortalizado pela mediação de um metal precioso, a prata (monumento e luxo); ao que acrescentaríamos a idéia de que esse metal, como todos os metais da alquimia, está vivo” (BARTHES, 1984, p. 121). Sobre isso, o crítico de cinema André Bazin escreveu, em seu ensaio “Ontologia da Imagem Fotográfica”: A originalidade da fotografia em relação à pintura reside, pois, na sua objetividade essencial. [...] Pela primeira vez, entre o objetivo inicial e sua representação nada se interpõe, a não ser outro objeto. Pela primeira vez, uma imagem do mundo exterior se forma automaticamente, sem a intervenção criadora do homem. (BAZIN, 2014, p. 31)

Como consequência disso, A objetividade da fotografia lhe confere um poder de credibilidade ausente em qualquer obra pictórica. [...] O desenho, o mais fiel, pode nos fornecer mais indícios acerca do modelo; mas jamais possuirá, a despeito do nosso espírito crítico, o poder irracional da fotografia, que nos arrebata a credulidade. (BAZIN, 2014, p. 32)

Esse “poder” da fotografia levou os álbuns ao patamar de objetos sagrados, que deveriam ser protegidos dos olhares “estrangeiros” para evitar a violação da intimidade familiar, que não ultrapassava os limites do lar, já que na Era Moderna o espaço público era considerado capaz de profanar as virtudes do indivíduo.

2.2 – A fotografia digital Depois da invenção do filme negativo, outra revolução aconteceria no mundo da fotografia: o desenvolvimento de sensores que registram e exibem imagens instantaneamente em pequenas telas LCD e gravam essas imagens em cartões de memória. Essa tecnologia deu origem às câmeras digitais, marcando a passagem do material para o digital no campo da fotografia. De acordo com a Semiótica, essa transição marca, assim, a passagem do paradigma fotográfico para o pós-fotográfico, que são definidos da seguinte maneira: [No paradigma fotográfico], o suporte é um fenômeno químico ou eletromagnético. Afasta-se a mão do pintor para entrar o olho do sujeito, prolongado no olho da lente para confrontar o real a ser capturado. É um processo diádico (olho do sujeito + o real). A imagem fixada na revelação é vestígio do real, um hiato, um recorte eternizado de um instante furtado, um arquivo para a

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posteridade, em que um momento vivo foi fixado e congelado no ato do disparo do flash; uma imagem testemunha de um instante que não mais voltará, porque ele se foi. (SILVA, 2007, p. 21) Já no paradigma pós-fotográfico: O meio de produção da imagem é uma prótese ótica, fruto das invenções tecnológicas ocorridas nos séculos XIX e XX. O suporte técnico já se apresenta como processo triádico na composição das imagens, pois resulta da união entre o computador e uma tela de vídeo, mediados por um programa de cálculos matemáticos. O agente de produção é o programador, não um artista, “cuja inteligência visual se realiza na interação e complementaridade com os poderes da inteligência artificial”5. São imagens transformadas a partir de uma matriz de números em pontos elementares (pixels), visualizadas sobre uma tela de vídeo. (SILVA, 2007, p. 21)

Vemos, então, que o surgimento da câmera digital representa um divisor de águas na história da imagem. A partir deste momento, surgem novas possibilidades tanto no que se refere ao consumo quanto à produção delas. Se antes era necessário revelar o filme para ver o resultado dos cliques, agora é possível ver o resultado instantaneamente. Com as câmeras acopladas a celulares, dá-se início a uma cultura da portabilidade, que permite fotografar qualquer cena a qualquer hora. Além disso, a capacidade de armazenamento aumentou consideravelmente: enquanto os filmes tinham o limite de 36 frames, os cartões de memória expandem essa capacidade para muito além de mil, o que gera novos comportamentos, como os cliques excessivos de uma cena só e a inevitável banalização das imagens. Além disso, com a união à internet, surge a possibilidade de dispor as imagens na rede social e, com ela, a cultura da instantaneidade. Essas características e o aumento da capacidade de armazenamento de imagens são as mais importantes para esta pesquisa, devido aos impactos causados nas relações sociais. Mas antes de falar sobre esses impactos, é importante visitar a obra de Marshall McLuhan2, em que ele discute sobre as consequências de uma nova tecnologia sobre a sociedade. No livro “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem”, ele diz que: (...) o “conteúdo” de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo. O conteúdo da escrita é a fala, assim como a palavra escrita é o conteúdo da imprensa e a palavra impressa é o conteúdo do telégrafo. 2

MCLUHAN, Marshall. Os meios de Comunicação como Extensões do Homem. Rio de Janeiro: Cultrix,

2005.

16 Se alguém perguntar, “Qual é o conteúdo da fala?”, necessário se torna dizer: “É um processo de pensamento, real, não-verbal em si mesmo”. (MCLUHAN, 2005, p. 22)

Logo, vê-se que o conteúdo da fotografia digital inclui a antiga fotografia impressa, assim como o conteúdo da fotografia impressa eram os retratos pintados à mão. Mas o processo de digitalização vai além da transposição do conteúdo do analógico para o digital, passando ainda pela convergência entre imagens e linguagem binária, o que é uma marca registrada da Cibercultura, tema do próximo tópico. Ainda a partir do pensamento de McLuhan, vemos que a digitalização da fotografia causa alterações na dinâmica social da mesma forma que a fotografia impressa causou impactos dentro de uma sociedade que só conhecia as reproduções de imagens por meio de quadros. Ou seja, as novas tecnologias promovem uma “mudança de escala, cadência ou padrão” (MCLUHAN, 2005, p. 22) dos hábitos, não devido ao conteúdo, que é pré-existente em relação a ela, mas sim pelo advento do próprio meio. 2.3 –Cibercultura Esta monografia não existiria se não fosse a cibercultura, um processo que teve início nos anos 50, com o nascimento da informática e se consolidou nos anos 90, com a popularização da internet. Para explicar esse processo e como ele se relaciona com os temas em questão neste trabalho, basearemo-nos no livro “Cibercultura – Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea”, de André Lemos (2002), no qual o autor se debruça sobre o fenômeno para compreender suas implicações nas relações interpessoais, a partir de um apanhado histórico sobre a técnica. Segundo o escritor, a cibercultura é uma “nova relação entre a técnica e a vida social” (LEMOS, 2002, p. 15), que resulta da união da cultura contemporânea com as tecnologias digitais. Trocando em miúdos, a cibercultura representa uma profunda mudança na relação que o indivíduo e a sociedade têm com as tecnologias, sendo o produto da fusão entre a pósmodernidade e o mundo digital. Dentro desse contexto, surgem as novas tecnologias de comunicação (NTC).Lemos explica que sua popularização começa ainda no século XIX, quando as pessoas se comunicavam a partir de artefatos eletro-eletrônicos, como rádio, telefone e cinema, que já

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representavam um ensaio para a comunicação ubíqua. Especificamente sobre as NTC que nos interessam, ele diz que “surgem a partir de 1975, com a fusão das telecomunicações analógicas com a informática, possibilitando a veiculação, sob um mesmo suporte – o computador – de diversas formatações de mensagens” (LEMOS, 2002, p. 68). Com esse advento, o fluxo da comunicação se altera. Se antes o consumidor era passivo ao conteúdo dos mass media3, a partir de então ele tem a chance de ser um produtorconsumidor (prossumer), representando a passagem da hieraquia da árvore (um - todos) para a multiplicidade do rizoma (todos - todos) (LEMOS, 2002, p. 68) A fotografia não poderia sair ilesa desse processo, bem como as tradições que a cercam. Assim como outras mídias, ela sofreu um processo de virtualização, que a leva dos tradicionais suportes físicos (negativo, álbum, papel) para os digitais (pastas de computador, arquivos .jpg, e álbuns virtuais). Em termos técnicos, dentro desse processo de virtualização, a fotografia abandona seu suporte físico e passa a ser uma entidade virtual, o que não a torna “irreal”, mas sim um objeto “desterritorializado”, capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem contudo estar ele mesmo preso a algum lugar ou tempo em particular” (LÉVY, 1999, p. 49). Ou seja, nos tempos da tecnologia analógica, a fotografia estava limitada a um só lugar, presa ao papel no qual foi impressa. Hoje, após a transição para o mundo virtual, elase torna acessível simultaneamente em diferentes dispositivos e locais. Essa transição do analógico para o virtual/digital começou no início dos anos 2000 e se consolidou rapidamente. Em menos de uma década, vemos a fotografia analógica deixar de ser objeto cotidiano e virar antiguidade, item de colecionador, assim como o predomínio da imagem digital no cotidiano dos indivíduos. Como já foi dito no tópico anterior, entre a fotografia analógica e a digital, não há mudanças no conteúdo, já que ocorre apenas uma mudança de escala. Sendo assim, quais as consequências sociais da digitalização da fotografia? Trataremos deste assunto no próximo capítulo.

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O termo “mass media”foi cunhado nos anos 50 para se referir aos meios de comunicação como o rádio, a televisão e a mídia impressa, que atingiam um público massivo e que pretendia ser o mais abrangente possível, buscando um denominador comum em termos ideológicos em suas mensagens transmitidas.

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3 – A TRANSFORMAÇÃO DOS HÁBITOS Antes de qualquer discussão, é importante ressaltar que os processos analógico e digital acompanham contextos sociais que devemos explorar para compreender a forma como os sujeitos se apropriam das tecnologias. Para iniciar a incursão no tema sob uma perspectiva sociológica, analisaremos as épocas de acordo com a configuração familiar tradicional de cada uma delas, o que nos ajudará a relacionar os costumes socioculturais ao uso da câmera fotográfica. Sobre o álbum físico tradicional, podemos afirmar que ele acompanhava uma configuração familiar que tinha o lar como refúgio sagrado do indivíduo e na qual o espaço público ainda representava uma ameaça à conduta, possibilitando o processo de sacralização do álbum de família. Esse fenômeno de reclusão na modernidade foi amplamente estudado por David Riesman, no livro “A Multidão Solitária”, que o nomeia como “intradireção”, que seria o movimento da personalidade para dentro de si e do seu núcleo familiar, criada a partir das crenças e da moral vigente dentro de casa. Nesse momento, então, predominava a família moderna4, na qual: (...) cabia [aos pais] a função de dar limites claros, objetivos e estáveis a seus filhos, indicando o caminho que deveriam seguir em suas vidas. Era preciso mostrar o certo e o errado, se não com base em preceitos religiosos, sustentando-se nos princípios morais que envolviam as noções de família, sucesso no trabalho, segurança, crescimento financeiro e prestígio pessoal. (DIOGO, 2010, p. 129)

Essa relação entre o modo de lidar com o álbum de fotografias e as características familiares não existe por acaso. Em sua obra, Riesman nos mostra que o aumento da influência da mídia na vida social acompanha a mudança do papel da família na criação dos filhos, processo que vem acontecendo há cerca de seis décadas. Segundo esse ponto de vista, “parte das tarefas antes confiadas a ela [família] foi gradualmente assumida por instâncias coletivas” (PROST, 2009, p. 53) e, dessa forma, “o

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David Riesman classifica a família em três estágios, a partir do modo como essa instituição interfere na constituição da personalidade dos indivíduos: a primeira seria a família medieval, de direção traditiva, na qual os sujeitos aprendem como devem se comportar a partir da observação dos pais; na família moderna, classificada como introspectiva, os pais orientam seus filhos sobre qual caminho devem seguir; por fim, a família contemporânea seria alterdirigida, ou seja, aquela na qual as crianças dependem de referenciais externos para aprender os comportamentos adequados, já que a família sozinha não é capaz de suprir essa demanda.

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papel dos pais diminui de importância quando comparado com o mesmo papel entre os introdirigidos” (RIESMAN, 1971, p.119). Assim, os pais começaram a delegar parte de suas antigas funções às escolas e aos outros grupos de influência das crianças, “mas mesmo essas autoridades se expressam vagamente”. Por isso, outros agentes são solicitados a ajudar os pais “voltam-se também para os meios de comunicação de massa” e ainda, “voltam-se, com efeito, para as próprias crianças”. (RIESMAN, apud DIOGO, 2010, p.130)

Sabendo disso, podemos relacionar as teorias à realidade quando percebemos a dependência crescente de referenciais externos ao lar e a consequente necessidade de ter comportamentos aprovados pelo “público”, que seriam os elementos que constituem esses referenciais – colegas, professores, vizinhos e personagens midiáticos. Para compreender essa necessidade, de ser visto e julgado pelo outro, relacionaremos as ideias Riesman às de Erving Goffman (2002), publicadas no livro “A representação do eu na vida cotidiana”. No prefácio da obra, ele próprio explica que se trata de um trabalho feito para compreender como funciona a vida em sociedade a partir de uma perspectiva teatral. Sendo assim, segundo a teoria do autor: No palco, o ator se apresenta sob a máscara de um personagem para personagens projetados por outros atores. [...] O papel que um indivíduo desempenha é talhado de acordo com os papéis desempenhados pelos outros presentes e, ainda, esses outros também constituem a platéia. (GOFFMAN, 2002, p. 9)

Antes mesmo de Goffman, em 1950, David Riesman já chamava a atenção para a tendência em se “alterdirigir” do sujeito daquela época. Segundo ele, essa “alterdireção” seria um processo de exteriorização do indivíduo que antes vivia uma “intradireção”. As consequências desse fenômeno seriam, entre outras, a ocupação cada vez maior do espaço público e a reconfiguração do espaço privado (o lar, a família). O que os autores têm em comum? O mundo ainda estava inebriado com a televisão e sequer cogitava a invenção de outro meio de comunicação revolucionário, como uma rede mundial de computadores, quando ambos publicaram as obras aqui citadas. Mesmo assim, com todos os avanços e mudanças que ocorreram nos quadros sociais, políticos e econômicos ao longo das décadas, os dois apontavam para fenômenos que se confirmam e se tornam cada vez mais atuais, como veremos ao longo desta monografia.

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3.1 – A exposição/atuação do “eu” na rede social

Figura 1: Tirinha do cartunista André Dahmer, em crítica à superexposição das redes sociais

Para coletar dados para desenvolvimento desta pesquisa, foi realizado um questionário dividido em perguntas de múltipla escolha e discursiva, nas quais os entrevistados deveriam responder sobre seus hábitos enquanto produtores e consumidores de imagens nas redes sociais. Em uma das entrevistas, a jovem X5, de 21 anos, usuária tanto do Facebook quanto do Instagram, comentou que já pediu a amigos para curtirem suas fotos e que frequentemente seleciona o público que pode acessar cada um de seus conteúdos no Facebook. Sendo assim, se ela quer compartilhar um clipe do YouTube e sabe que a música pode não ser agradável a Y, por exemplo, bloqueia a atualização para ele/ela, no intuito de manter as aparências. Claramente, o comportamento da jovem pode ser relacionado às teorias de Erving Goffman a partir do momento em que ela age de modo teatral, encenando personagens que buscam a aprovação do “público” para corroborar o sucesso de sua atuação. “Quando o indivíduo se apresenta diante dos outros, seu desempenho tenderá a incorporar e exemplificar os valores oficialmente reconhecidos pela sociedade e até realmente mais do que o comportamento do indivíduo como um todo” (GOFFMAN, 2002, p. 41). Para compor a encenação, a jovem se pauta no que é aceito ou não pelos grupos que faz parte e esconde os comportamentos que não seriam aceitos, seja bloqueando a visualização para determinados contatos ou evitando compartilhar certos conteúdos. Neste sentido, Goffman exemplifica a necessidade de esconder comportamentos que não condizem com esse padrão, com o caso das crianças de oito anos que, em entrevista, alegam não se interessar por programas voltados para um público mais jovem, mas que assistem a eles regularmente: “Por exemplo, na sociedade americana descobrimos que 5

Identidade não revelada a pedido da entrevistada.

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crianças de oito anos alegam falta de interesse por programas de televisão que são dirigidos às de cinco ou seis anos, mas às vezes, furtivamente, assistem a eles” (GOFFMAN, 2002, p. 46). O fato de esconder determinados comportamentos pela necessidade de aprovação ainda se relaciona aos estudos de David Riesman, quando este mostra que a educação e a formação da personalidade dos indivíduos já não cabem mais somente à família. Segundo as ideias do autor, a abertura do espaço público como local de exibição da vida pessoal e o excesso de informações trocadas diariamente, tanto em espaços físicos quanto virtuais, têm como conseqüência o aumento da influência de atores externos (colegas, escola, mídia, etc) nessa formação da personalidade, e, a partir de então, cabe também a esses espectadores julgar os comportamentos de cada indivíduo como certo ou errado. No caso das redes sociais que interessam a este trabalho (Facebook e Instagram), esse feedbackdo público é dado por meio de curtidas ou comentários (que podem ser positivos ou negativos), que servem como reforço para incentivar ou repudiar o comportamento. Para compreender melhor esse processo e suas implicações, recorremos à Teoria do Reforço, do cientista behaviorista Burrhus Skinner. De acordo com ela, os likes funcionariam como um condicionamento operante (SKINNER, 1974, p. 38), na medida em que eles servem como uma recompensa para aquela determinada postagem e sua repetição leva à compreensão de que repetir aquele tipo de postagem trará novas recompensas. No questionário aplicado para coletar dados para a pesquisa6 percebe-se a importância desses mecanismos quando as pessoas respondem majoritariamente que eles são essenciais para promover a interação entre os contatos. Para a maioria dos entrevistados, as curtidas são um modo de mostrar que concordam ou que gostaram das postagens, e os comentários seriam uma forma de reforçar sua opinião sobre elas ou de promover debates. Dessa forma, esses botões servem como reforçadores do comportamento: se muitas pessoas curtem ou comentam positivamente a minha foto, vejo-me encorajado para manter o hábito de publicar aquele tipo de imagem; Caso o efeito seja o inverso, evitarei manter o comportamento e mudarei meus hábitos. Essa opinião de que o botão “curtir” serve como um elogio é reforçada até mesmo pelo próprio criador dele, Bret Taylor, ex-diretor de tecnologia do Facebook. Em entrevista

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Todas as respostas coletadas estão disponíveis no anexo desta monografia.

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para o Techradar7, ele explica que o botão é uma forma de expressar simpatia ao conteúdo publicado e que não há um botão negativo (“dislike”), porque ele poderia trazer uma negatividade indesejada para o Facebook. Pela fala de Taylor, entendemos que a possibilidade de “descurtir” as postagens dos contatos desencorajaria os usuários do Facebook a continuar utilizando a rede, surtindo o efeito contrário ao esperado pela empresa, que hoje está avaliada em mais de US$ 200 bilhões8. 3.2 – O vazamento de fotografias pessoais Muitas vezes a exposição de imagens pessoais está além da vontade do indivíduo, como acontece frequentemente quando “vazam” imagens nas redes sociais, prática que se intensificou com a popularização do Whatsapp, mensageiro instantâneo para dispositivos móveis. O caso mais famoso do Brasil, responsável por chamar a atenção para esse tipo de prática, foi o da atriz Carolina Dieckmann, que teve suas fotos roubadas por hackers e sofreu extorsão para não tê-las divulgadas. Por não ceder à pressão dos ladrões, suas imagens íntimas “vazaram” na rede em maio de 2012, gerando grande repercussão na mídia nacional. Com a denúncia feita pela atriz, os responsáveis pelo vazamento foram localizados e punidos, mas por furto de imagem, já que não havia uma lei prevista para estes casos. A repercussão do caso, a multiplicação de situações parecidas e a necessidade de estabelecer uma punição específica para os infratores levaram o Congresso Nacional a aprovar o projeto de Lei 2793/11, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. A lei foi batizada como Lei Carolina Dieckmann e está em vigor desde abril de 20139, representando o avanço do país em termos de legislação sobre crimes cibernéticos, uma vez que prevê punições de três meses a dois anos de reclusão e multa para casos de roubo de senhas, e invasão de computadores e outros dispositivos digitais. Apesar da criminalização da prática, a circulação das imagens roubadas ainda é um problema sem solução. Mais de dois anos após a aprovação da Lei, não é difícil ter acesso às 7

Entrevista disponível em . Acesso no dia 22 de outubro de 2014. 8 http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/09/valor-do-facebook-chega-ultrapassa-os-us-200-bilhoes.html (acesso em 20 de novembro de 2014) 9 http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/04/02/lei-carolina-dieckmann-sobre-crimes-na-internetentra-em-vigor.htm (acesso em 02 de novembro de 2014)

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imagens íntimas da atriz: uma simples pesquisa com as palavras “Carolina Dieckmann nua” nos leva a aproximadamente 83.100 resultados10 que incluem entre eles sites que permanecem com as fotos no ar impunemente, como pode ser visto na imagem abaixo.

Figura 2 - Pesquisa sobre vazamento de fotos de Carolina Dieckmann

Com isso, identificamos uma propriedade do formato digital que pode ser ao mesmo tempo “mocinha” ou “vilã”: a facilidade de gerar cópias a partir de publicações na internet e a dificuldade para acabar com elas. Enquanto para muitos essa é uma possibilidade de manter suas imagens vivas, em circulação e resistentes às ações do tempo – algo que era difícil com o formato analógico, já que havia apenas uma matriz física, o negativo –, para outros pode ser um pesadelo, já que é quase impossível coibir a repercussão das cópias em meio à rede mundial de computadores. Com as tecnologias analógicas, a transmissão, o armazenamento e a recuperação de informação eram completamente inflexíveis (...). As redes eletrônicas constituem uma nova forma de publicação (a 10

Pesquisa realizada no dia 02 de novembro de 2014

24 eletrônica), onde os computadores podem produzir cópias tão perfeitas quanto o original. (LEMOS, 2002, p. 69 – 70)

Tal propriedade só é possível devido à virtualização da imagem, processo descrito no segundo capítulo “Analógico x Digital”, que tira a fotografia do suporte físico (papel) e a leva para um ambiente imaterial/digital, que permite o acesso a ela a partir de diferentes dispositivos e locais, possibilitando a criação de novas cópias e de atualizações do arquivo.

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4 – NOVOS HÁBITOS PEDEM NOVAS TECNOLOGIAS O avanço tecnológico no campo fotografia não parou na criação da câmera digital. Na verdade, esse formato deu início a um novo modo de produção e consumo de imagens, que gerou a necessidade de transformar a própria tecnologia para se adequar aos novos hábitos. Dentro desse contexto, observa-se a criação e atualização de aplicativos para smartphones e outros dispositivos móveis, o lançamento de novos aparelhos e transformações estruturais nas novas câmeras, como veremos adiante. A importância da digitalização das imagens e da sua interação com as redes sociais dentro do contexto do mercado pode ser comprovada com o lançamento das smartcameras, que nada mais são do que câmeras digitais portáteis com conexão direta à internet, graças à tecnologia wi-fi, para permitir o compartilhamento instantâneo de imagens na timeline, levando o mundo das redes sociais agora para as câmeras. 4.1 – O “selfie” como agente de mudanças Palavra do ano de 2013, segundo o Dicionário de Oxford11, o “Selfie” é um fenômeno com consequências curiosas dentro desse quadro de mudanças sociais e tecnológicas. Desde o ápice do Orkut, primeira rede social de popularidade em escala mundial, criada em 2004, os “autorretratos”digitais se tornaram comuns. Nos últimos tempos, a criação de um termo específico para esse tipo de fotografias contribuiu para uma difusão ainda maior desse costume, com a popularização do uso da hashtag #selfie, principalmente no Instagram. A relevância dessas imagens dentro do novo contexto social – e, consequentemente, do mercado - é tanta, que fabricantes adaptaram seus dispositivos, com a criação de câmeras frontais próprias para esta finalidade (vide figura3) nos smartphones, e com a colocação de uma tela frontal nas câmeras portáteis, dando origem às câmeras com dual LCD.

11

Acesso em 04 de novembro de 2014.

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Figura 3 - Câmera digital com duas telas

Na figura 4, vê-se um exemplo famoso de selfie, fotografado durante a premiação do Oscar, realizada em março de 2014. A fotografia foi uma ação de marketing da Samsung, empresa patrocinadora do evento, com o objetivo de promover o Samsung Galaxy Note 3, aparelho mais recente da linha Galaxy Note.

Figura 4 - Selfie de estrelas de Hollywood durante premiação do Oscar

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4.2 - A aura da fotografia analógica Mesmo com a praticidade da câmera digital, saudosistas ainda mantém o costume de fotografar em câmeras analógicas. Grupos voltados exclusivamente para a tecnologia analógica são criados para o culto a ela, como pode ser visto no Facebook, na comunidade “Queimando Filme”, que tem atualmente mais de 7 mil participantes e é descrito da seguinte forma: Boas vindas! A idéia aqui é falar sobre fotografia ANALÓGICA, ok? Todos nós já participamos de dezenas de ótimos grupos sobre fotografia em geral e sobre outros tópicos específicos da fotografia. Não faria sentido criar um novo grupo pra falar das mesmas coisas que já falamos nos outros, né? ;-)12

Tanto na descrição quanto nos posts do grupo, percebe-se uma hostilidade em relação às câmeras ou a quaisquer tecnologias digitais para produção de imagens, o que pode ser comprovado com a seguinte postagem: Fotografar com filme e digitalizar não é fotografia analógica pura, é um processo híbrido, no qual você está sujeito a todas as idiossincrasias do meio digital. Quem faz isso não pode falar que não gosta de fotografia digital, pois a imagem do filme se torna um arquivo digital, não é mais a reprodução analógica do filme sobre o papel fotográfico. Exige que se domine as técnicas de digitalização e tratamento digital. Eu já consegui obter digitalizações de imagens das quais nunca consegui ampliações satisfatórias, e também digitalizações e tratamentos que nunca se aproximaram das melhores ampliações do tal negativo. Não sou fanático por nenhum processo, inclusive não gosto de fazer comparações, muito embora sejam dois processos de obtenção de imagens, são processos de natureza diferente, numa analogia simples seria como comparar instrumentos musicais diferentes, como violão e piano, os dois produzem sons, mas um não é melhor do que outro, eles são os melhores dentro de suas categorias.13

Ainda na mesma comunidade, é comum exibir a aquisição de novas câmeras ou equipamentos raros, sob a hashtag #ostentação. Segundo Lewgoy: 12 13

Descrição do “Grupo Queimando Filme” no Facebook. Acesso em 08 de agosto de 2014. Postagem do dia 06 de agosto de 2014. Acesso em 08 de agosto de 2014.

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Os cultuadores de velhas tecnologias (...) muniram-se de uma bateria de argumentos em defesa de sua sensibilidade musical, acreditando, por exemplo, que a gravação de músicas em vinil permite a reprodução de possibilidades sonoras inacessíveis às tecnologias digitais. Independente do mérito de suas ponderações, trata-se esse gesto de circunscrever um espaço simbólico muito próximo da ideia de aura. (LEWGOY, 2009, p. 187)

Essa “aura” citada seria aquela descrita por Walter Benjamin, em “A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica”, baseada na unicidade do objeto artístico e que seria “destruída” a partir da possibilidade de reproduzir e ampliar o acesso ao seu consumo. Quando questionados sobre o porquê de manter essa tradição, os integrantes do grupo reiteram essa ideia de “aura” em torno da fotografia analógica, com argumentos que falam sobre o prazer de aguardar a revelação, o tom artístico do trabalho realizado e, é claro, a banalização que o formato digital proporciona às imagens. As respostas completas estão em anexo. Ainda assim, percebe-se que mesmo em um grupo voltado para uma tecnologia analógica, é feito o uso de sistemas digitais para compartilhar (reproduzir) suas fotografias. De maneira geral, os integrantes do grupo relatam que após a revelação dos negativos, eles são submetidas a um scanner, com o objetivo de guardá-las em meio digital. Após isso, elas frequentemente são expostas na rede, com o intuito de receber feedback de outros membros do grupo, com impressões pessoais sobre as imagens. Vê-se, então, que não interessa a estes fotógrafos a aura tal como proposta por Benjamin, que lhes daria o direito da contemplação solitária, mas sim a possibilidade de fazer parte de um ambiente exclusivo, dedicado apenas aos saudosos analógicos, e que permite interagir com um público pronto para dar sua opinião, geralmente a partir de curtidas e comentários elogiosos.

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5 - RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO Para conclusão desta pesquisa, foi aplicado um questionário online durante o primeiro semestre de 2014, respondido por 65 usuários de redes sociais.O objetivo do questionário era observar empiricamente o comportamento dos entrevistados enquanto produtores e consumidores de imagens na internet. Todas as respostas se encontram em anexo ao final desta monografia. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Tabela 1 - Faixa etária

15 – 20 anos

18%

21 – 25 anos

59%

26 – 30 anos

9%

31 – 40 anos

9%

+40

5%

Dado importante para a análise do público majoritário que consume e produz imagens nas redes sociais: vê-se que a faixa etária que representa maior expressividade nesse quesito está entre 21 - 25 anos, que corresponde a mais da metade dos usuários que participaram da pesquisa. Da mesma forma, o público com 40 anos ou mais representa minoria entre os entrevistados. Analisando esses dados, percebemos que a faixa etária mais expressiva em termos de uso das tecnologias digitais é composta justamente por sujeitos que cresceram na época de transição entre o analógico e o digital. Tabela 2 - Você fotografa com dispositivos digitais?

Sim, com câmera digital e celular

79%

Apenas com câmera digital

6%

Apenas com celular

14%

Não

1%

O uso tanto de celulares quanto de câmeras digitais para produzir fotografias é outro dado relevante para esta pesquisa. De acordo com os resultados, 79% dos internautas usam os dois

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dispositivos regularmente, contra 20% que usam somente um ou outro dos dois equipamentos e apenas 1% que não produzem fotografias digitais com nenhum equipamento. Esses resultados acima mostrados demonstram o predomínio da cultura digital, que ainda pode ser observado na tabela seguinte: Tabela 3 - Quando foi a última vez que revelou fotografias?

Este mês

17%

Nos últimos seis meses

27%

Há um ano ou mais

35%

Não me lembro

21%

Ao contrário do que acontecia anteriormente ao surgimento da câmera digital, quando as pessoas ficavam ansiosas para revelar suas fotografias e guardá-las em álbuns físicos, o que se percebe hoje é a satisfação em ver as imagens projetadas em visores digitais, de celulares, câmeras e computadores. A afirmação acima ainda pode ser comprovada com a questão sobre o armazenamento de imagens, cujos resultados estão apresentados na tabela abaixo. Tabela 4 - Onde armazena suas fotografias?

Meios digitais

70%

Álbuns fisicos

30%

Nesse quesito, 70% dos entrevistados citaram o computador ou outros meios digitais, como HD externo, smartphones e a “nuvem” como principal meio de conservação das fotos. É importante ressaltar que, mesmo assim, muitos deles falam sobre o desejo de ter essas imagens impressas e alegam não fazê-lo por “comodismo”. Os outros 30% responderam que ainda se dão ao trabalho de montar álbuns físicos periodicamente, mas, em sua maioria, apenas para os momentos mais especiais. As fotografias “cotidianas” (banais) ficam armazenadas no computador, como pode ser visto no seguinte depoimento:

As [fotografias] de momentos importantes eu revelo, pois é mais seguro e mais nostálgico - que nem a história dos livros impressos x digitais. Mas como hoje tirar foto é muito fácil, salvando algumas no celular e nas redes sociais já me dou por satisfeita. Apesar disso, algumas fotos importantes também deixo saLvas no HD, e-mail e em álbuns fechados só para mim no Facebook; porque como com os celulares e câmera digitais não há limite para fotos e não

31 revelarei todas, esse é um jeito de guardá-las na maneira mais segura possível [sic].14

Esse comportamento reforça a banalização da imagem após a transição do analógico para o digital, como é defendido pelos cultuadores da velha tecnologia. Se antes era um prazer empilhar álbuns em armários, hoje as fotografias são armazenadas em arquivos que representam apenas bytes, e os usuários muitas vezes não hesitam em excluí-las para abrir “espaço” para novas fotografias, que logo serão deletadas, assim que se tornarem “velhas”. Sobre a inserção das fotografias pessoais em redes sociais, foram feitas duas perguntas primordiais: “com que frequência você faz upload de imagens em redes sociais?” e “qual a importância de compartilhar imagens nas redes sociais?”. Para elas, temos os seguintes resultados: Tabela 5 - Com que frequência você faz upload de imagens em redes sociais?

Diariamente

9%

Duas ou três vezes por semana

44%

Raramente

47%

Observa-se que 53% dos entrevistados publicam imagens pelo menos duas ou três vezes por semana, contra 47% que dizem publicar raramente, o que indica uma tendência da maioria do público à exposição nas redes sociais. Apesar disso, percebe-se que a proporção entre aqueles que mostram e aqueles que não o fazem é de quase meio a meio, o que indica que há, ainda, uma alta proporção de resistência, provavelmente devido ao medo das consequências da exposição nas redes. Na questão discursiva sobre a importância de compartilhar imagens nas redes sociais, 67% das pessoas concordam que mostrar aos outros é o principal propósito, inclusive com o uso de verbos como “partilhar”, “mostrar”, “exibir”, como é o caso do seguinte depoimento:

O facebook é uma espécie de blog (com outras funcionalidades de interação), onde cada um quer mostrar um pouco de si. Creio que isso venha da vontade de ser importante para as pessoas, de mostrar a elas nossos momentos especiais, nossas conquistas, opiniões, sentimentos... Vai-se criando o álbum da nossa vida.15

14 15

Depoimento anônimo, coletado em questionário sobre consumo e produção de imagens. Depoimento anônimo, coletado em questionário sobre consumo e produção de imagens

32

Dos outros 33%, apenas quatro pessoas dizem não compartilhar imagens pessoais nas redes, para não ficarem expostas, e as outras comentam que não sabem qual a importância, mas que o fazem por “modismo” ou pressão social. Sobre quem são os principais contatos nas redes sociais, na tabela abaixo vemos que a maioria aponta os amigos como principal público, enquanto apenas 29% indicam a família, reforçando o pensamento de David Riesman sobre o esvaziamento do papel familiar na construção da identidade dos sujeitos. Tabela 6 - Nas redes, quem são seus principais seguidores?

Amigos

61%

Familiares

29%

Desconhecidos

8%

Outros

2%

Por fim, relacionamos as duas redes sociais que nos interessam com a questão “No caso de utilizar Facebook e Instagram, você compartilha as imagens do Instagram no Facebook?”. Os resultados foram: Tabela 7 - No caso de utilizar Facebook e Instagram, você compartilha as imagens do Instagram no Facebook?

Sim, sempre

27%

Sim, às vezes

56%

Não

17%

Com essas porcentagens, vemos que há uma filtragem de conteúdo entre as redes sociais, já que apenas 27% dos entrevistados dizem compartilhar todas as imagens em ambas as redes, mas o restante se divide entre “às vezes” ou “nunca”. Essa filtragem nos faz retornar mais uma vez às teorias de Erving Goffman, no sentido de que os usuários das redes selecionam o que deve ser visto ou não pelos contatos de cada uma das redes sociais.

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6 – A ERA DOS LIKES – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, usamos a fotografia como norte para compreender o fenômeno da exposição dos sujeitos em redes sociais, mas entendemos que ele vai além da transformação do analógico para o digital e passa, ainda, por uma nova configuração social e midiática. Dentro desse contexto, a fotografia é apenas mais um dos instrumentos afetados por esse processo. A partir da análise dos dados obtidos com o questionário e das discussões apresentadas nesta monografia, tomamos a liberdade de batizar o momento em que vivemos como “era dos likes”. Nesta nova época, os sujeitos se inserem na mídia como produtores, consumidores e juízes do comportamento alheio, que proferem suas sentenças a partir de um simples mecanismo, denominado como “like” ou “curtida”, que age como um condicionamento operante (SKINNER, 1974), deixando claro se aquela atitude é aprovada pelo grupo ou não. Essa necessidade de aprovação já havia sido prevista pelos autores que serviram como norte para esta pesquisa, David Riesman e Erving Goffman, muitas décadas antes de haver a internet ou meios de comunicação digitais. Enquanto Riesman nos disse que já não cabe apenas à família trabalhar na construção das personalidades das crianças, já que outras variáveis externas interferem em sua educação (escola, mídia, artistas e outras), Goffman deixou claro em seus escritos que o indivíduo em sociedade age como um ator em um palco, que espera os aplausos ou as vaias da plateia para validar a sua atuação. É importante ressaltar que, em meio a essa nova configuração da fotografia, desdobramse fenômenos secundários, como a banalização das imagens pessoais e a sacralização da técnica antiga, que hoje louvada é em meio a grupos seletos de pessoas que a mantêm viva em grupos, curiosamente, exibem suas produções analógicas em redes digitais, angariando curtidas de seus pares. A partir de todas as discussões apresentadas nesta monografia, entendemos que vivemos emuma época peculiar, na qual o sujeito precisa ser visto/observado pelo seu grupo social para ter sua existência validada. Com a licença de René Descartes, parodiamos sua célebre frase “penso, logo existo” para melhor ilustrar a situação: sou curtido, logo existo.

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BIBLIOGRAFIA

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35

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ANEXOS - Respostas para a pergunta “por que fotografar com câmeras analógicas?

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- Questionário realizado durante o segundo semestre de 2014, durante o desenvolvimento do Pibic

38

- Gráficos obtidos com o questionário

39

40

Respostas obtidas com o questionário: 1 - Você monta um álbum físico ou guarda as fotografias em um computador? Por quê? 

Só computador



Computador + álbuns físicos



Monto um álbum físico, mas há muito não o atualizo. Recentemente minhas fotografias têm estado em meu SmartPhone, por ser mais prático e eu não me ver interessada o suficiente para reservar tempo e ir revelá-las.



SIM. NO COMPUTADOR CORRO O RISCO DE PERDER AS FOTOS, ENTÃO FAÇO O ÁLBUM FÍSICO PARA QUE NÃO PERCA AS MINHAS MEMORIAS. JÁ QUE, EVENTUALMENTE, TROCA O COMPUTADOR, PEGA UM VÍRUS, ETC.



Guardo em um computador. Porque é mais prático armazenar tudo.



Não.



Em geral guardo no computador. É mais cômodo e ocupa menos espaço.



Guardo em um computador porque não gosto de álbums e me falta dinheiro/portaretratos/espaço para revelar as fotos.



Sim. Pra divulgar.



Físicos e também salvo no computador. As fotos podem ficar a mostra e assim visitas podem vê-las e salvá-las no computador é a garantia que não as perderemos e compartilhamos com quem nem sempre nos visitam.



Tenho álbuns físicos antigos, e hoje por preguiça estão no computador.



Sim. Guardar recordaçoes



As de momentos importantes eu revelo, pois é mais seguro e mais nostálgico - que nem a história dos livros impressos x digitais. Mas como hoje tirar foto é muito fácil, salvando algumas no celular e nas redes sociais já me dou por satisfeita. Apesar disso, algumas fotos importantes também deixo savas no hd, e-mail e em álbuns fechados só para mim no Facebook; porque como com os celulares e câmera digitais não há limite para fotos e não revelarei todas, esse é um jeito de guardá-las na maneira mais segura possível.



Computador, é mais fácil.



Guardo no computador, porque não tenho costume de montar álbuns físicos.



Guardo no computador, porque tenho preguiça de revelar.

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HD EXTERNO. É MAIS SEGURO.



Computador e em HD externo. Mais prático e acessível em qualquer hora e lugar do que carregar um álbum.



Tenho algumas fotos reveladas, mas a maioria permanece no computador. Deixo a maioria no computador porque são muitas fotos.



Guardo no computador. Não tiro muitas fotos. E, na fase das câmeras de filmes, era crianças. Portanto, eram meus pais quem cuidavam das revelações.



Monto, principalmente por causa da minha filha pequena. Fotografia é um registro. Fica pra sempre. É palpável e ela adora folhear! Os do aniversário dela são sagrados.



Depende da importância das fotos, aquelas de grandes viagens são reveladas, as demais, não.



Álbuns para algumas ocasiões, como fotos de namoro, mas a maioria no computador pela praticidade.



Monto

álbuns

de

ocasiões

especiais,

como

aniversários.

Guardo

no

computador/celular fotografia do dia-a-dia. 

No computador. Por comodidade, pois gostaria de tê-las reveladas.



Em um computador, pois não ocupa espaço e está disponível de uma maneira mais fácil, além de eu poder compartilhá-las nas redes sociais.



No computador, com certeza! Para mim, minhas fotos são os arquivos mais importantes. No álbum, a forte maioria das fotos são de antigamente, anteriores ao digital.



em geral no computador, pois revelo e amplio poucas vezes ao ano



Nos últimos anos deixo no computador por comodidade...



Guardo algumas em um computador. A maioria deixo no celular (onde as tiro), embora não seja recomendável.



Guardo no computador, porque é mais rápido, você pode compartilhar com quem quiser, usar para o que qiser.



Mantenho mais fotografias no computador que reveladas, mas de tempos em tempos, revelo algumas que acho que valem a pena. Porque são recordações.



Nenhum dos dois. Não gosto de tirar fotografias. E evito aparecer em demasia.



Guardo no computador, pois é mais prático de se armazenar e de acessá-las quando preciso. Albuns físicos são limitados quando se fala em armazenar um grande número de fotos e estão ficando cada vez mais absoletos.

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No computador.



Não faz volume, não corro o risco de enjoar da foto e fazendo backup o risco de perder a foto por causas naturais, ou não, diminui drasticamente.



Monto no computador e guardo algumas em porta retrato



Guardo no computador por questão de desorganização e protelamento. No fim das contas, sempre planejo revelar fotos que gosto mas há anos não faço isso.



A maior parte fica no computador, porque é mais prático e barato. E com as câmeras digitais, as fotos passaram a ser tiradas sem tanta obrigação de ficarem bonitas. Uma foto de família é tirada duas, três, quatro vezes, ou quantas forem necessárias para que ninguém saia de olho fechado ou bocejando. Antigamente era uma só, porque o filme e a revelação tinham um valor considerável. Hoje em dia dá para armazenar todas as versões das fotos e selecionar algumas para revelar e colocar em álbuns ou portaretratos. Ainda conservo essa vontade de tornar a foto algo material.



As duas coisas. Gosto do álbum físico.



Guardo no computador, mas estou organizando as fotos para poder revelar as que mais significam para mim.



Sim. Ter recordações.



Atualmente, tenho guardado as minhas no computador mesmo, pois elas são tiradas quase que diariamente pelo celular. E mesmo com as fotos tiradas em câmera digital, eu acho mais prático guardá-las no computador. Mas penso em revelar algumas, também, só não sei quando.



Guardo no computador, pois tem maior durabilidade e menor custo.



Computador. Pois tenho preguiça ou nao lembro de revelar.



Depende. Guardo em meu computador fotos de trabalho, eventos, etc. E, geralmente, revelo fotos quando quero presentear alguém. Mas, é bem mais comum eu salvar tudo no computador.



Gosto de montar álbuns físicos, porque considero melhor para ver e compartilhar momentos que foram ou são tão memoráveis. É muito diferente a sensação de poder tocar a foto, passar as páginas... completamente diferente do processo de ligar o PC, acessar determinada pasta e simplesmente ir passando as fotografias numa tela!



"Geralmente guardo no computador ou gravo num DVD, pela comodidade.



A última vez que revelei fotos foi para dar um presente (um álbum).



Sim, tenho um álbum físico pois é mais confiável que o digital.

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Tenho alguns álbuns físicos, mas já faz algum tempo que não monto algum. Guardo as fotografias em um computador, colocando as mais importantes no Dropbox e/ou Flickr. Também gravo DVDs com cópias de segurança. Ultimamente, tenho sentido a necessidade de fazer uma seleção e revelar algumas fotos que considero importantes e cheias de memórias afetivas que significam bastante. Não consigo confiar plenamente na existência de um arquivo digital, mesmo contendo várias cópias (também digitais): ainda acredito muito na materialidade como forma de preservação - e também como lembrança. A minha impressão ainda é que folhear um álbum físicos ou abrir uma caixa cheia de fotos reveladas ainda é mais significante do que vê-las ocasionalmente num computador.



Não. Porque nunca saí bem em foto, aí nunca gostei de guarda-las.



Guardo em meu computador, pois acabo esquecendo de revelar.



Não tenho mais revelado fotos com tanta frequencia, porém, sempre guardo em albuns as reveladas.Tenho mantido mais fotos no computador, pela comodidade mesmo.



Em um computador. Pq é muito mais prático.



Computador. Comodidade.



Na verdade os dois. Eu costumo arquivar as "imagens gerais" em pastas em meu computador e revelar algumas destas imagens (aquelas que eu considero mais relevantes), para abastecer meus murais de foto. Se pudesse revelaria mais.



guardo em computador e só revelo aquelas que serão usadas em algum porta-retrato, pela facilidade de armazenamento e baixo custo



Guardo no computador e no hd externo, e com algumas eu faço álbuns no facebook, com a intenção de, um dia, selecionar as melhores e fazer álbuns físicos, como também outros produtos físicos para presentear.



Guardo em computador. Tenho até vontade de revelar as mais importantes de cada evento, mas esqueço e surgem mais eventos e vou deixando pra lá.



Guardo a maioria das fotos em computador, mas por descuido já perdi muitas delas. Revelo pouquíssimas fotos para colocar num mural que tenho no quarto. Só sinto falta das impressas quando vejo os álbuns antigos.



No computador, mais especificamente na nuvem, por ser mais prático e onipresente.



No computador, nas nuvens. Duram mais.



Geralmente apenas guardo as fotos no computador. Só monto um álbum se quero fazer algo especial para alguém.

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Normalmente deixo no smartphone mesmo.



Ambas as alternativas. As fotos mais antigas são guardadas em álbuns, porém, pela fragilidade da foto em papel impresso (reveladas), é preferível que estas sejam diitalizadas. Porém, com toda a tecnologia. Que nos cerca é o hábito de tirar fotos de tudo e todos, é natural que sejam guardadas no computador.



Os dois. Como revelar acaba saindo caro pra quantidade de fotos que planejo guardar, acabo tenho um álbum com as melhores reveladas e mantenho as demais fotografias (maior parte) num HD externo, para não perder.



"computador, e gravo em dvd, por ser mais pratico e pelo fato de não acumular albuns"



Tenho álbuns físicos de 0 a 15 anos. Nos últimos 5 anos, apenas em computador, devido à praticidade e à comodidade.

2 – Por que compartilhar fotografias pessoais em redes sociais? 

Para expressar sentimentos ou expor bons momentos de nossas vidas.



Mostrar fotos antigas para relembrar com amigos e fotos recentes de situações diversas com amigos e a família.



Mostrar vida



A praticidade das redes sociais, que são mais rápidas e acessíveis hoje em dia, fazem com que eu compartilhe fotos. É mais rápido olhar algumas imagens nas redes sociais do que achar um álbum específico no armário, ou até mesmo em pastas nos arquivos do computador. E também atualmente vivemos conectados afim de compartilhar momentos e ver o que os outros têm para nos mostrar, tanto que os perfis de pessoas públicas são tão visitados - eu, por exemplo, gosto de acompanhar fotos e posts de cantores que curto, me sinto mais próxima e atualizada.



Para que as pessoas que eu gosto me vejam atual



Geralmente não compartilho muitas fotos, apenas raramente, justamente por não gostar de me expor tanto.



As redes sociais são hoje o meu "álbum" de fotografias. É um espaço onde posso guardar e mostrar aos amigos (nem todos íntimos) fotografias e memórias.



PARA DIVULGAR MEU TRABALHO E REFERENCIAS SENSÍVEIS.

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Para compartilhar uma parte da minha vida com pessoas que eu gostaria de ter conhecido antes e para registrar os momentos qoe vivo agora com as pessoas quite compõem meu presente.



Porque gosto de mostrar os bons momentos com as pessoas que gosto ou mostrar paisagens, coisas que achei legais. Acho que de certa forma representa se as pessoas te acham legal, interessante. Mas não é essencial ou necessário pra mim, às vezes passo semanas sem compartilhar nada e não sinto falta. Não é algo que é importante, mas que é divertido.



Não compartilho fotos pessoais.



Interação; socialização e curtição. As vezes um pouco da vaidade. Mas pondero bastante qualquer foto que posto.



Para mostrar as belezas que vi ou contar experiências pelas quais passei.



Para dividir momentos como viagens, passeios, restaurantes... Mas não tem um porquê definido, a pergunta me faz pensar se na verdade a intenção geral é aparecer...



Passatempo.



É um costume atual.



Não compartilho muito, só em certas ocasiões especiais.



Não costumo compartilhar fotos nas redes sociais, acho narcisismo demais.



nao compartilho fotos pessoais,mas as vezes me marcam nas fotos e com isso as fotos ficam publicas na minha rede tb.



Para partilhar com amigos os momentos importantes



Pra ver a recepção do povo, os comentários, as curtidas.



É uma maneira de entretenimento, incentiva tirar fotos, quando você sabe que outras pessoas vão olhar!



Para registrar as memórias e espalhar notícias para familiares e amigos de forma rápida.



Exposição, a construção de um discurso e de uma metanarrativa imagética sobre o autor, assim o incluindo em determinados grupos ou não. Trabalho, divulgação.



Para que vejam o meu dia a dia e assim possa me aproximar das outras pessoas, fazendo cumprir assim o papel das redes sociais.



Porque tenho nas minhas redes sociais pessoas importantes com as quais gosto de dividir momentos especiais, mesmo que virtualmente.



Por que gosto

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Compartilho em poucas ocasiões. Mais em razão de viagens ou quando me deparo com coisas que considero fascinantes demais e que merecem ser mostradas.



O facebook é uma espécie de blog (com outras funcionalidades de interação), onde cada um quer mostrar um pouco de si. Creio que isso venha da vontade de ser importante para as pessoas, de mostrar a elas nossos momentos especiais, nossas conquistas, opiniões, sentimentos... Vai-se criando o álbum da nossa vida.



Para que amigos tenham notícias.



Para ser elogiada ou para compartilhar algo interessante, como a capa de um livro, algum objeto...



Para compartilhar as alegrias, estender as relações que não se efetivam fisicamente.



Nunca pensei num motivo concreto.



Para dividir ou expressar momentos com amigos e familiares.



Para manter um álbum digital, divulgar bons momentos da vida e manter contato com pessoas distantes.



Divulgação de trabalho.



Para que os amigos, principalmente os de outros Estados e países, possam acompanhar momentos importantes para mim e para eles também, consequentemente. Compartilhar momentos relevantes, de forma responsável e segura, é uma forma de mantê-los mais próximos!



Há vários motivos, como informar alguma novidade aos amigos ou parentes, ilustrar alguma informação, ou simplesmente porque sim.



Porque é uma forma de outras pessoas identificarem uma parcela da sua personalidade sem precisar conhecer pessoalmente.



É difícil saber os porquês de compartilhar um momento pessoal com uma gama maior de pessoas. Às vezes, é algo que nos encanta e que queremos mostrar aos outros para que - talvez - também possam experimentar sensações, como a foto de uma paisagem bonita; embora essa mesma paisagem também possa servir para alguns como instrumento não de apreciação, mas de auto-afirmação. Significamos as mesmas fotos e ocasiões de forma diferente, a partir de cada pessoas. Acredito que ainda é muito difícil refletirmos claramente sobre o que nos leva a fazer isso, principalmente porque estamos de tal forma imersos nessa realidade, que compartilhar se torna um ritual global e diário, dotado de naturalidade. De uma forma mais simplista, postamos fotos em redes sociais para: mostrar algo interessante ou bonito aos amigos; autoafirmação;

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obter feedback sobre sua própria imagem ou qualquer outra coisa; gerar interação com pessoas que não é possível encontrar agora, etc. 

Pra mostrar pro mundo que eu me divirto, tenho amigos que saem pra zoara, ou que eu sou bonita.



Para se divertir.



Apesar de ter desconhecidos, é uma forma de compartilhar emoções, momentos com os amigos e família.



Pq é uma prática que já se tornou comum no cotidiano de milhões de pessoas no mundo. As pessoas querem cada vez mais mostrar para as outras o que elas estão fazendo, como estão onde estão, quais as paisagens fazem parte do dia a dia, os costumes, manias, etc.



Todo mundo sente a necessidade de expor o que sente, essa é uma maneira de expor sentimentos, sensações, reivindicações.



Gosto muito de fotografia e nesse processo, mostrá-las é importante. Quando as pessoas curtem, significa que gostam do meu job. Quanto aos autoretratos, acho que fortalece o ego (risos)



porque é uma forma de apresentar minha rotina ás pessoas e guardar momentos pessoais que possa, ser lembrados através da consulta rapida ás redes.



Para manter proximidade e para dar notícias de como estou e o que estou fazendo por meio de imagens. Mas não costumo compartilhar muitas fotos minha, como selfie, mas fotos que eu tiro.



Pra compartilhar os bons momentos com quem gostamos. Mesmo que outros seguidores tenham acesso e nem sejam amigos.



Boa pergunta. Eu honestamente não sei responder, mas parece que existe uma relação com a aceitação esperada pelas pessoas que verão as fotografias, quanto mais likes, mais feliz eu fico.



Para os amigos verem.



Para compartilhar momentos marcantes.



Dado imediatismo em nossa sociedade, sentimos a necessidade de compartilhar informações o mais rápido possível, inclusive o que fazemos, quando fazemos, e com quem. Fotos expressam e suprem esta necessidade.



Realmente não gosto, faço mais por pressão social.

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Falando especificamente de mim, compartilho porque acho interessante esta forma de dividir os momentos bons que vivencio, posto que apenas tenho pessoas que conheço pessoalmente como amigos. Mas creio que na maioria das pessoas que compartilham fotos existe a necessidade de se preencher um vazio provocado pela quase ausência de relações interpessoais e baixa autoestima, o que leva as pessoas a viverem a virtualidade como a própria realidade. Vejo nisto as consequências de um mundo produzido para ser acelerado e individualista, em busca do cumprimento de metas, onde o ambiente virtual tornou-se alternativa de escape, onde se pode criar uma realidade ao próprio desejo e necessidades.



A rede social acaba sendo um reflexo das minhas preferências, do meu dia a dia e daquilo que sou (claro, não de maneira profunda). A interação no compartilhamento de fotos permite que meus amigos vejam em minhas imagens lugares que gosto de frequentar, pessoas importantes e hábitos meus. É uma troca de informações e descobertas daquilo que há em comum entre eu e meus amigos/seguidores.



geralmente foto de perfil, ou de algum momento com amigos, mesmo assim não sempre

3 – Para você, qual a importância das ferramentas "curtir" e "comentar"? 

Ou quem curte está interessado em mim, ou é apenas um amigo dando aquele suporte... Mas se quem está interessado comenta, vale a pena!



SE GOSTEI, OU SE É FOTO DE ALGUM AMIGO, INSTANTANEAMENTE CURTO. COMENTO SE FOR FOTO DE ALGUMA AMIGA, OU SE EU ESTIVER NA FOTO.



Acho isso irrelevante, posto o que quero independente de quem vai curtir ou comentar ou se isso vai render muitas curtidas.



Mostrar que gostei do que vi ou li.



"Não dou muita importância para elas. Não costumo curtir muitas das coisas que são compartilhadas nas redes, são raros os casos, só quando realmente me interesso, acho divertido.



Costumo comentar alguma coisa em fotos e publicações de amigos mais próximos.



Inflar o ego dos carentes de atenção.



Pra fortalecer o relacionamento



curtir significa que gostei do post, comentar para interagir com o post.

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"A ferramenta/palavra ""curtir"" me soa estranha. Você pode curtir no sentido de gostar de uma música, um filme, um livro... estranho é você ""curtir"" um conflito armado como o atual, ""curtir"" a morte um escritor ( Suassuna, Ubaldo Ribeiro).



Já a ferramenta ""comentar"" é interessante, você está emitindo uma opinião, uma crítica sua.



Ser lembrado



"Pela interação com as outras pessoas. Se não houvessem ferramentas desse tipo não seria bem uma rede social, mas mais um diário, talvez.



"Curtir", "compartilhar" e "comentar" são os meios de ligar as pessoas no mundo virtual.



Medir o quão bonita estava a foto



Servem para compartilhar conteúdo com os amigos, que talvez possuam os mesmos interesses que você, promovendo interação nas redes sociais.



"As pessoas avaliam a popularidade das outras de acordo com o número de curtidas - é como se buscassem aprovação dos outros, uma massagem no ego.



Eu já fico feliz se meus amigos próximos curtirem minhas fotos."



A MIM, É INTERESSANTE POIS TRANSPARECE UMA PEQUENA DIMENSÃO DA ACEITAÇÃO DO MEU TRABALHO.



Curtir, nenhuma. Vejo como uma busca de aceitação. Comentar pode ser útil em receber um feedback dessas pessoas com quem você esta compartilhando o momento registrado.



Curtir mostra que as pessoas gostam do que você compartilha, representa (de certa forma) se as pessoas te acham legal, interessante. Mas não é relevante pra minha vida. Só é legal. Curtir é uma coisa mais impessoal, qualquer conhecido pode curtir. Comentar é geralmente entre amigos, pra brincar... Nenhum é relevante pra minha vida, é apenas um passatempo.



Mostram a importância que sua postagem tem para outros, bem como o interesse deles para as postagens.



"Curtir= legal isso aí! Comentar= poxa! Muito legal, preciso deixar um recado pra quem postou isso."



Reconhecimento ("curtir") é sempre bacana; o "comentar" é uma boa forma de compartilhar ideias, experiências.

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Deixar registrado o grau de aprovação ao conteúdo postado, como um 'filtro' para pastagens futuras



Pra mim não há importância, mas para sociedade de uma forma geral vejo como uma forma de aceitação/aprovação.



Parando pra pensar, nao deveria ter tanta importância. Cada um devia ter sua própria vida.



Mostrar o interesse do público sobre determinado tema.



Registrar a visualização e interagir rapidamente com as pessoas.



"curtir: concordar, ou recordar, ou valorizar. comentar: expor pensamento individual ou coletivo aobre determinada postagem"



Quer dizer que os amigos viram o que postei para que eles vissem



Fazem a gente sentir que agradou alguém.



Importante o primeiro vai dizer se isso que postou foi legal ou não e se interessa aos outros o momento fotografado, e o comentar é importante para a exposição de ideias quanto ao que está sendo compartilhado



"""Curtir"" serve para dar apoio ao que a fotografia representa. ""Comentar"" para contribuir com opiniões ou parabenizações."



Seleção de conteúdo, apoio e construção de discurso.



Importância variavel, pois um "curtir" pode significar vários pensamentos e intenções assim como gera outros pensamentos em quem recebeu o mesmo. O comentar é uma ferramenta de opinião, pois é com ela que faço propagar minha opinião.



Uso "comentar" quando algo realmente me desperta o interesse.



Curtir para dar sua opniao, se gostou ou nao da foto e o comentar vcda a opniao sobre tal foto



Curtir é tipo para consentir com algo dito ou pra dar um apoio do tipo aperto de mão ou sorriso de amigo. Comentar só utilizo com amigos próximos. Acho que ambas as ferramentas possuem importância virtual restrita. Considero mais importante e utilizo mais a ferramenta do chat.



Basicamente, mostrar que viu e gostou, no caso da opção "curtir" e interagir, no caso do comentário.



São importantes para o que voce quer expressar numa rede social.



"O ""curtir"", para mtagnt, não requer um critério. É como se fosse piloto automático ou uma retribuição por outra curtida que você deu. Então, é bem relativo, mas eu ainda

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considero importante. É um feedback de que você tá postando algo interessante, de certa forma. O ""comentar"" é bem mais expressivo. Quem se dá ao luxo de comentar é porque realmente achou interessante o suficiente para se manifestar." 

Criar maior interação entre as pessoas, sentir-se valorizado e, sim, faz bem ao ego saber que outras pessoas "curtem" seu status. Os comentários são interessantes para saber a opinião das pessoas acerca dos temas de interesse comum, ou mesmo acerca de vc, sua conduta, ou imagem pessoal.



Considero interessantes.



Interação com os amigos.



Curtir eh quando se gosta da foto que foi postada, por qualquer motivo. E o comentário eh valioso para expressar o que acha da foto, do momento da foto.



Não sei.



Acredito que principalmente a ferramente curtir é muito mal interpretada. Para mim, curtir é quando vc acha uma publicação legal, gosta do que lê e compartilha daquela ideia. Eu faço assim! Mas vejo muitas pessoas curtindo um post de um amigo que avisa que o pai faleceu, por exemplo. Nesse caso, acho que vale somente um comentário de pêsames e um ombro amigo pessoalmente ao lado de quem perdeu um ente querido.



De muita importância, já que é através delas que você percebe que suas fotografias foram vistas.



Não muita, até porque alguns comentários são muito automáticos e não pessoais.



Acredito que a maior importância dessas ferramentas é o feedback positivo ou negativo que elas apresentam. Há a possibilidade de avaliação do que foi postado pelo simples número de curtidas, por exemplo. Mesmo que isso não represente uma opinião absoluta ou necessariamente verdadeira, causa impacto. [Embora o like também possa ser utilizado como forma de aviso de que o usuário leu um comentário, por exemplo] Os comentários são interessantes pela possibilidade de troca de opiniões de uma forma mais detalhada, ao invés de um simples "like" ou a ausência dele.



São muito importantes, pra reafirmação pessoal. Vc se sente querida, bonita, e popular.



Te faz sentir "notado".

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"Hoje em dia tem se tornado uma coisa bem comercial o curtir. Porém, a gente gosta de ter uma foto com um número bom de curtidas. Gostamos de receber os comentários também."



A quantidade de "curtir" e comentários recebidos num post, pode significar se as ideias expostas ou fotos mostradas estão agradando aos amigos e seguidores.



Método para avaliar "audiência", e ou relevância do conteúdo. Modo para avaliar se algo foi bem recebido.



Ambas são ferramentas de interação, mesmo que artificiais.



apesar de achar que a ferramenta curtir, caso nao existisse, não faria muita diferença em nossas vidas, creio que ela vem em complemento ao ato de comentar, fazendo com que as pessoas concordem com o conteudo de outras pessoas sem precisar gerar uma discussão direta, como ocorre com a ferramenta de comentar



São a essência do facebook.



"Curtir" equivale a uma pesquisa quantitativa; já "Comentar" a uma qualitativa



Vitais. É como se eu pudesse me expressar e qualificar o que as pessoas colocam no meu feed.



Mostrar que gostou da publicação e fazer comentários sobre a mesma.



"Curtir -> uma espécie de aprovação, ou de que concorda, acha engraçado, alegra-se com a postagens. Comentar ->pra escrever quando é importante."



Principalmente a interatividade dois outros indivíduos em suas produções, a qualquer momento.



Acho que é um indicador curioso para saber se as fotos geraram interesse de seus amigos.



Aparentemente inofensivas, com o intuito de demonstrar concordância, mas também constitui uma forma de satisfazer as necessidades pessoais: vive-se em prol de se obter a concordância, em ser aceito, não importando se foi uma realidade inventada para tal.



Saber alguém se interessou pelo atmosfera da foto compartilhada, ou se identificou com ela de alguma maneira. Quando algo está na minha timeline e eu não me interesso, simplesmente sigo adiante. A ferramenta curtir me dá a possibilidade de demonstrar e receber demonstrações de que há um interesse a respeito da imagem postada. O comentar geralmente é a manifestação do motivo de interesse.



Nenhuma.

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