A escadaria de terraços dos rios Vouga e Águeda e seu controlo tectónico

June 6, 2017 | Autor: Maria Araújo | Categoria: Geomorphology, Fluvial Geomorphology, Geomorphology and Active tectonics
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A escadaria de terraços dos rios Vouga e Águeda e seu controlo tectónico A. Gomes 1, M. A. Araújo 1, A. Pérez Albertí 2, P.P. Cunha 3 & H. I. Chaminé 4 1

Dep. de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade do Porto; [email protected] Grupo Investigacións Xeomorfolóxicas e Ambientais (GIXA), Dep. de Xeografia da Universidade de Santiago Compostela 3 Dep. Ciências da Terra e IMAR - Instituto do Mar da Univ. Coimbra; Proj. PPCDT/CTE-GEX/58120/2004 4 Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA), Dep. Engª Geotécnica, Instituto Superior de Engenharia do Porto e Centro GeoBioTec, Univ. Aveiro 2

Palavras–chave: rio Vouga; rio Águeda; cartografia geológica; terraços fluviais; tectónica.

A passagem para os sectores inferiores das bacias hidrográficas dos rios Vouga e Águeda é assinalada por uma mudança morfológica e litológica muito acentuada. Enquanto que as sub-bacias superiores se instalam em importantes relevos constituídos por substrato metamórfico e ígneo, os sectores inferiores desenvolvem-se na plataforma litoral, maioritariamente constituída por terrenos sedimentares do Mesozóico. A plataforma litoral apresenta uma unidade sedimentar culminante, com 30m de espessura máxima que consiste, essencialmente, em depósitos fluviais areno-conglomeráticos depositados, provavelmente, durante o Placenciano (unidade alostratigráfica SLD13); isto é, anteriormente ao processo de incisão da rede fluvial que deu lugar aos vales actuais e aos respectivos níveis de terraço. Na área de estudo, os terraços estavam parcialmente assinalados na cartografia geológica publicada, dado que a folha 16B (Águeda), à escala 1/50000 ainda não foi editada. Para colmatar esta lacuna foi efectuado o reconhecimento geológico das coberturas sedimentares, particularmente da folha 186 da Carta Militar de Portugal à escala 1/25000 (IGeoE), o que permitiu elaborar uma cartografia detalhada dos depósitos da unidade sedimentar culminante (SLD13; Placenciano) e dos vários terraços fluviais. O estudo geológico e geomorfológico efectuado permite afirmar que nos vales do Vouga e do Águeda existe uma escadaria de terraços bem desenvolvida que comporta quatro níveis de terraço (T1 - 50m, T2 - 40m, T3 - 30m e T4 - 20m, aprox., acima do leito/planície actual). Os terraços apresentam enchimento sedimentar, com excepção do T2 que só exibe um patamar rochoso. Esta escadaria está particularmente bem conservada ao longo de um corredor tectónico deprimido N-S que se estabelece desde a povoação de Telhadela até Águeda. A cartografia das manchas e o desnivelamento topográfico de retalhos sedimentares correlativos por escarpas de falha confirma a acentuada deformação tectónica de alguns compartimentos da plataforma litoral. É o caso dos depósitos pliocénicos que se encontram abatidos cerca de 70m relativamente à sua posição inicial, ocupando, actualmente, um corredor tectónico abatido, basculado para Leste, no qual também se encontram terraços fluviais.

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