A evolução do banheiro: da Antigüidade Clássica aos dias atuais

September 14, 2017 | Autor: Viviane Gomes Marçal | Categoria: Design, Evolução do Banheiro
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A evolução do banheiro: da Antigüidade Clássica aos dias atuais The bathroom´s evolution: from Classical Time until today RIBEIRO, Sônia Marques Antunes Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Escola de Design/UEMG NASSRALLAH, Marcia de Souza Estudante do curso de graduação em Design de Ambientes - Escola de Design/UEMG ALVES, Viviane de Jesus Gomes Estudante do curso de graduação em Design de Ambientes - Escola de Design/UEMG Palavras-chave: banheiro, design, evolução A pesquisa tem como objetivo estudar a evolução do banheiro da Antigüidade Clássica aos dias atuais, identificando características precursoras do design atual no que se refere aos aparelhos destinados a este ambiente. Keys-words: bathroom, design, evolution The research intends to study the bathroom´s evolution from Classical Time until today, identifying elements of the past that influence actual design.

1-Introdução O banheiro é parte essencial de qualquer edificação destinada ao uso humano, não sendo possível concebela, por menor que seja, sem se pensar em planejar e projetar tal espaço. Por volta dos anos 40, mesmo nos grandes centros urbanos, o banheiro era pouco acessível à maioria das pessoas. Logo após a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, milhões na Grã-Bretanha, não tinham banheiro completo. “A privada ficava fora da casa, e a banheira na cozinha, que servia também de quarto de banho.” 1 Recentemente, o banheiro ganhou destaque entre designers, decoradores, e arquitetos. O tema banheiro ganhou importância em termos de inovação de layout com criação de espaços para leitura, lazer, relaxamento, trabalho, chegando até ao uso coletivo como nos banhos de ofuro, faz-se presente em eventos como a "Casa Cor", mostra brasileira de decoração. Além disso observa-se o uso de novos materiais e a ampliação do uso. Existem livros específicos sobre esse tema e as pessoas, em geral, se interessam pelo assunto fazendo-se presente em artigos de jornais e revistas. As constatações acima permitiram formular diversas questões que levaram ao objetivo geral da pesquisa, ou seja, estudar a evolução do banheiro da Antigüidade aos dias atuais, com ênfase na organização do seu espaço, identificando características precursoras do design atual no que se refere aos aparelhos destinados a este ambiente. Para alcançar este objetivo, os dados estão sendo coletados através de pesquisa bibliográfica sistemática – fontes secundárias. Os pressupostos são: o banheiro volta a ultrapassar o espaço da higiene; os aparelhos destinados ao banheiro contemporâneo evoluíram em design e funcionalidade. 2- A evolução do banheiro e dos aparelhos sanitários na Europa: da Antigüidade Clássica ao século XIX O termo banheiro significa, “peça de casa destinada à higiene corporal e equipada com os diferentes aparelhos necessários para tal fim”, conforme MOUTINHO (1999) p. 48. Já aparelhos sanitários, segundo FERREIRA (1999) p. 161, são: “ 1.Cada uma das peças do equipamento dos banheiros, lavabos, etc., tais

como a pia, a banheira, o chuveiro, o bidê, o vaso ou w.c., com os respectivos acessórios; louça sanitária.2 Aposento dotado do conjunto, ou de parte, de tais peças; banheiro”. Quanto ao uso, o espaço destinado ao banheiro é constatado desde os tempos remotos. Referências ao banho e aos locais para o banho na Antigüidade Clássica são citadas em MUMFORD (1982). Com referência à Grécia, nota-se a existência do banho privado a partir de um diálogo em que Trigeu ordena: "Mas correi, levai esta jovem ao interior de minha casa, e lavai-a na banheira, aquecei um pouco de água e preparai para ela e para mim o leito nupcial” (MUMFORD, 1982, p. 184). Esta referência faz com que se pense no banho privado como um rito reservado às ocasiões especiais, o que era natural numa comunidade carente de água, sem um encanamento que suprisse as residências, pois a água era transportada a mão e parece que as facilidades higiênicas e sanitárias do século V a.C. eram limitadas. E, segundo o mesmo autor, embora houvesse banhos privados, o desejo grego de sociabilidade era suficiente para fazer surgir os banhos públicos, como os que existiam em Atenas (FIG. 1).

FIGURA 1 - Assentos coletivos na Grécia Antiga. Fonte: Jornal do encanador. Ano 5 nº 57 janeiro de 2004.

Para MUMFORD (1982, p. 248), com certeza “... a contribuição mais característica de Roma tanto à higiene urbana quanto à forma urbana talvez tenha sido o Banho. Na história dos grandes banhos, lê-se a história condensada da própria Roma”. Nesse contexto é importante citar as Termas de Caracala, construídas por Caracala, imperador em Roma (211-217 d.C.), que, de acordo com GLANCEY (2001), possuía áreas de ginástica, bibliotecas, galerias de arte e jardins podendo abrigar, aproximadamente, 1500 banhistas. Havia, ainda, a preocupação pela decoração do espaço, ornado com mármores e mosaicos. Quanto ao banho privado, na Idade Média, MUMFORD (1982) faz menção ao seu uso no século XIII descrevendo uma das damas de Boccacio no ato de preparar um banho de tina para seu amante. Data deste período, a necessidade de se aperfeiçoar as moradias para que a população pudesse ter seu local de higiene particular, decorrência dos banhos públicos terem se tornado sinônimo de bordel. Em relação ao espaço de higiene particular, a privada inventada por Sir John Harington, em 1596, constituiu um marco sanitário para as residências, diz o mesmo autor. No entanto, a moda não se difundiu com rapidez, pois até mesmo a privada seca interior só chegou à França no século XVIII, como novidade proveniente da Inglaterra. Já os banhos públicos, inúmeros neste período, possuíam: “[...] chaminés, águas quentes e diversos níveis, [...] eram local de grande relação social” (APRIGLIANO FILHO , [s.d.], p.8). Ali os homens falavam de política como nas tabernas. Mas, com o tempo passaram a ter uma conotação negativa, conforme explica MUMFORD (1982), assim como as pessoas que freqüentavam esses ambientes não eram bem vistas por parte da sociedade. Em relação aos aparelhos utilizados para a higiene pessoal ou para dar vazão às necessidades fisiológicas, de acordo com RYBCZYNSKY (2002) 2 , um manual do século XIV, em Paris, dizia que as bacias para lavar as mãos e as tinas eram muito usadas e que somente nos mosteiros e em casas especiais, tal como o palácio de Westminster, havia um espaço destinado ao banho e que a maioria das tinas e das mobílias era portátil. Ainda, conforme RYBCZYNSKY (2002) 2, no século XVII, as latrinas eram tidas como plebéias e as pessoas “eminentes como Jean-Baptiste Lambert de Thorigny não iam à privada – a privada ia a eles”. A cadeira de retrete, uma caixa com uma tampa acolchoada era levada ao quarto pelos criados quando a necessidade aristocrática assim o solicitava. Na França, no Palácio de Versalhes, durante o reinado de Luís XIV, eram cerca de trezentas as cadeiras de retrete, mas essa quantidade talvez não tenha sido suficiente, pois, como a duquesa de Orléans anotou no seu diário, “[...] há uma coisa suja na corte à qual não vou me acostumar jamais: as pessoas paradas nas galerias em frente aos nossos aposentos mijam em todos os

cantos." RYBCZYNSKY (2002, p.53). Por tudo isto é possível dizer que o banheiro naquela época não era importante. Em Paris, no Hôtel Lambert, por exemplo, não haviam banheiros, visto que as pessoas não achavam que tomar banho com regularidade fosse necessário e a idéia de um aposento destinado, exclusivamente, ao banho não era concebida pelos parisienses do século XVII. Ressalte-se, de acordo com NAVARRO [s.d.]3 , que no inicio do século XVIII a França era o centro de design mais importante da Europa. Entre os novos exemplos de mobiliário que ali se criaram encontra-se o bidê: era, em geral, de madeira de nogueira com recipiente de metal em seu interior. Mais tarde a nogueira foi substituída por madeiras preciosas e, neste casos, o recipiente era de porcelana e inclusiva de prata. Madame de Pompadour, por exemplo, teve um bidê de marchetaria com aplicações de bronze dourado (FIG.2). O bidê teve tanto êxito que de vez em quando foram fabricados aos pares para serem utilizados pelo casal .

FIGURA 2 – Bidê do século XVIII – França Fonte: NAVARRO [s. d.]

Por volta do século XIX, as cidades já estavam comprometidas com obras de saneamento, os avanços na medicina apontavam para a necessidade da higiene corporal e a revolução industrial tornara possível a reprodução em série de produtos diversos. Muitos hábitos começaram a ser alterados, entre eles aqueles relacionados ao banho e às necessidades fisiológicas do homem. Em 1880, os ingleses, por exemplo, já podiam dispor de um banheiro privativo em casa, diz SENNET (2003). Desse modo não dormiam mais no cômodo onde faziam as refeições e não sofriam com o cheiro de urina e fezes invadindo o ambiente. Então, na Inglaterra, os vasos sanitários eram feitos de louça, com assentos de pau e tinham apenas função utilitária. Posteriormente passaram a ser considerados peças do mobiliário com formas inusitadas e porcelana pintada FIG. 3 e 4, e os fabricantes as equipavam com prateleiras e suportes que serviriam para colocar revistas, pratos e copos. Ressalte-se que cerca de cem anos antes, as cadeiras de retrete que cobriam os penicos eram usadas para se defecar enquanto se entabulava uma conversa.

FIGURA 3 – Vaso Sanitário “Syphonic “. Produzido por Shanks & Co. Inglaterra. 1895. Foto de Thomas Crapper & Co. Ltd. Fonte: www.jldr.com/crapperloo.html

FIGURA 4 – "O Golfinho". Fabricado na Inglaterra, atribuído a Edward Johns & Co., da Armitage, Staffordshire. Foto de Thomas Crapper & Co. Ltd. Fonte: www.jldr.com/crapperloo.html

3- A evolução do banheiro e dos aparelhos sanitários no Brasil: da Colônia aos dias atuais Quanto ao Brasil, era comum as pessoas usarem o mato para fazer as necessidades fisiológicas e rio para banhar-se. Aliás, este hábito permanece, até hoje, em alguns locais. Ao longo dos primeiros séculos de colonização, especificamente, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, diz FREYRE (2001), excrementos dos

moradores dos sobrados e das casas urbanas, eram guardados em barris denominados “tigres”. O despejo desses barris era feito nas praias, rios ou regiões alagadas. É interessante observar que esses barris, muitos deles bastante velhos, às vezes estouravam de podres, emporcalhando os escravos – seus carregadores, também, conhecidos como "tigres" – empestando as ruas com sua imundície (FIG. 5).

FIGURA 5 – Escravo transportando despejos domésticos em barril com excrementos. Fonte: VERÍSSIMO & BITTAR, 1999.

Dos “tigres” passou-se para os urinóis. No Rio de Janeiro, em meados do século XVIII, como relata ANDRADE LIMA (1996), houve investimento no design de urinóis e no emprego de diferentes materiais como o barro, o metal, a faiança e a porcelana. Intensificou-se, portanto, a utilização das cadeiras de retrete com um orifício no assento, encoberto por uma tampa removível de madeira, e um compartimento na parte inferior reservado à guarda do urinol. O orifício central, no caso das cadeiras de retrete masculinas, acompanhava a anatomia peniana, enquanto as femininas eram simplesmente circulares (FIG. 6).

FIGURA 6 – Cadeira denominada retrete, em jacarandá, da segunda metade do século XVIII. Possui lugar para ocultar o urinol. Peça em exposição no Museu Imperial de Petrópolis. Fonte: ANDRADE LIMA, 1996.

Como no restante do país, em Vila Rica, Minas Gerais, no século XVIII, usava-se para a higiene doméstica peças móveis, gamelas, urinóis, bacias de folha, de louça ou mesmo de prata com seus jarros, como descreve VASCONCELLOS (1977, p.165): “...Cadeiras ou poltronas, com seus assentos perfurados e fechados por baixo, escamoteiam urinóis dando, ainda, melhor conforto aos velhos e doentes. Nos fundos de quintais, pequenos retretes de madeira, elevados sobre fossas ou regos, seriam as primeiras peças sanitárias fixas que depois se transportaram para o interior das habitações, já dispondo do ferro esmaltado para suas banheiras de pés de garras, seus vasos e lavatórios. Estes últimos, assim como as pias de cozinhas, a princípio ainda se apegam a móveis de madeira, nos dormitórios designados por toilettes”.

Ressalte-se que no Brasil, como na Europa, a inserção de redes de água e esgoto nas cidades, ocorreu no século XIX permitindo a instalação de serviços domiciliares, que conduziam a formas mais evoluídas de funcionamento das habitações, libertando-as de uma dependência de mão-de-obra escrava. Data dessa época a inclusão dos banheiros, como peças definidas nas construções. Dos banhos de bacia, das jarras de quarto, dos urinóis de alcova, serviços que se sobrepunham aos dormitórios sujeitos às dificuldades do transporte manual, chegava-se a uma definição funcional e técnica. Foram, então, introduzidas as primeiras peças importadas de louça e ferro esmaltado: banheiras gigantescas, com pés de leão, banheiras menores, de crianças, chuveiros de balancim, pias muito enfeitadas, bidês e vasos sanitários, também de louça colorida e ruidosas caixas de descarga.

A partir da segunda metade do século XIX, incluindo o início do século XX, o espaço destinado à higiene apresenta uma evolução interessante no contexto brasileiro que varia da sua quase inexistência, sempre associado ao “sujo”, profano, ao aposento de destaque, muitas vezes símbolo de status de seu “dono”, constatam VERÍSSIMO & BITTAR (1999). Já no século XX, particularmente no período compreendido entre os anos 1940 e 1960, intensa industrialização e urbanização marcou o país. Então, conforme REIS (2000), a indústria brasileira foi estimulada a substituir os materiais importados, por produtos nacionais. As louças sanitárias e elementos de decoração foram aos poucos influenciados por uma renovação geral do gosto, cujas origens apresentam-se no movimento de arquitetura contemporânea. VERÍSSIMO & BITTAR (1999), no entanto, lembram que até o final da década de 50 poucas inovações aconteceram no banheiro: o vaso sanitário, o lavatório com coluna, ou fixado à parede, o bidê, o banheiro com chuveiro, posteriormente o box, são peças básicas sempre presentes, predominando a louça branca num espaço revestido com azulejos brancos até a metade da parede. O bidê, pela incompreensão de seu uso, possuía um farto anedotário quanto à sua correta utilização: há relatos de inúmeras pessoas que não sabiam sequer a posição correta de sentar-se, postando-se, por exemplo, de frente para as torneiras, portanto para a parede; no seu uso para colocação de roupas de molho ou chafariz para pássaros, dependendo do nível de informação do usuário. Na década de 60, foi lançado o lavatório de embutir. O lavabo próximo à sala de visitas já aparece nas casas mais ricas. Porém, ainda permanece o hábito de apenas um banheiro para toda a família. O estilo vigente pede soluções práticas e funcionais. A banheira perde espaço para as duchas e chuveiros elétricos. Predominam as cores fortes nos aparelhos destinados ao banheiro mas a tendência do pastel dá os primeiros sinais. Durante os anos 70, os banheiros ficaram cheios de cor: de um modo geral as pessoas remodelaram completamente o velho banheiro, dando ênfase à funcionalidade. Nesse mesmo período surge a febre das “suítes” em residências unifamiliares e apartamentos que, segundo VERÍSSIMO & BITTAR (1999), está relacionada à expansão da rede hoteleira e dos motéis, com seus banheiros individualizados. A banheira praticamente desaparece. É o auge dos chuveiros cuidadosamente protegidos pelos boxes de acrílico. Metais com design moderno e cores mais requintadas aparecem em linhas completas onde os acessórios – tampos, saboneteiras, cabides para toalha – dão o toque de conforto e beleza. Na década de 80 são colocados à disposição da maior faixa possível de usuários, materiais e equipamentos oferecidos pela nova tecnologia. O banheiro, com a liberação de costumes e o abandono de certos tabus, passa a ser palco de encontros, banhos coletivos – uma releitura dos antigos banhos gregos e romanos faz-se presente, nesse momento, voltando a ultrapassar o espaço da higiene. É o momento em que é criada uma nova atmosfera de culto ao corpo: equipamentos para ginástica ganham espaço nos banheiros (FIG. 7). Essa época é também marcada pelo design de linhas sóbrias e retas, conforme constatado por KLICZKOWSKI (2002) 2 . Generalizam-se as suítes e a banheira volta com força total, porém, mais sofisticada como as de hidromassagem. As residências mais luxuosas contam com verdadeiras salas de banho, algumas até com sauna: o espaço amplia-se e entra em moda, consolidando seu status e ganhando requinte.

FIGURA 7 - Sala de Banho, assinada pelo decorador Lionel Sasson Fonte: Revista Decoração Prática Especial, p.56.

Na última década do século XX – marcada pela preocupação com o restaurar e o reciclar, conforme KLICZKOWSKI (2002) 2 – o padrão europeu, especificamente italiano, aparece nas formas e cores dos aparelhos do banheiro, com suas linhas harmônicas, geométricas e arredondadas e a sobriedade de tons pastéis. A novidade fica por conta do esmalte nas louças, que dispensou o brilho pela beleza do acetinado. Já no início do século XXI, diz KLICZKOWSKI (2002) 2, o banheiro recebe uma releitura de modas anteriores como a funcionalidade dos anos setenta, o design dos anos oitenta e a naturalidade dos anos noventa. A partir daí convivem tendências que vão desde o minimalismo até a naturalidade de banhos antigos. Dentro destes conceitos, segundo o mesmo autor, há algo de comum: a simplicidade e a comodidade aliadas à busca da racionalização do espaço: valoriza-se mais o design das louças, dos metais e dos acessórios. 4- A evolução dos aparelhos sanitários: da Antigüidade Clássica aos dias atuais Como relatado anteriormente, na Grécia Antiga havia assentos coletivos – sanitários (ver FIG. 1). Hoje, nos banheiros de uso público, os vasos sanitários encontram-se em cabines fechadas enquanto os mictórios têm disposição semelhante aos dos antigos sanitários gregos, embora o design tenha evoluído como se pode notar na foto abaixo (FIG. 8).

FIGURA 8 – Sanitário público Fonte: http://www.descentforum.de/DoLAN3/

Os retretes, com seus urinóis, conforme a FIG. 6, presentes nas cortes absolutistas, caminharam para os vasos sanitários FIG. 9, lembrando que a privada inventada por Sir John Harington, em 1596, constituiu um marco sanitário para as residências.

FIGURA 9 – Vaso Sanitário atual Fonte: www.icasa.com.br

O bidê, tão apreciado por Madame de Pompadour (ver FIG. 2), chegou até os dias atuais conforme ilustra a FIG.10, com design próximo ao vaso sanitário, passando a disputar lugar com a ducha higiênica (FIG. 11). Do mobiliário em madeira, com encosto e bacia móvel, chegou-se ao bidê com ducha cujo uso vem sendo reduzido cedendo lugar à ducha higiênica Aliás, no caso do bidê, ocorreu um processo de “desconstrução”: a louça desaparece permanecendo apenas a ducha, mantendo a função da higiene reservada ao bidê.

FIGURA 10 – Bidê atual Fonte: www.icasa.com.br

FIGURA 11 – Ducha higiênica Fonte: www.deca.com.br

A banheira transportável, associada muitas vezes ao status, num segundo momento peça fixa dos banheiros, cede lugar às atuais banheiras de hidromassagem, também fixas (FIG. 12).

FIGURA 12– Banheira de hidromassagem, arquiteta Barbieri et al.,[s.d)] Foto: Eduardo Pozella Fonte: http://casaclaudia.abril.com.br/livre/1f2.shtml

5- Conclusão Ao longo da pesquisa buscou-se compreender a evolução do design do banheiro e dos aparelhos sanitários, bem como identificar releituras de estilos passados. A partir da Revolução Industrial, com a diversidade de novos materiais, as peças até então artesanais, precursoras dos modelos atuais, foram substituídas por peças produzidas em série. O sistema de saneamento introduzido nas cidades, por sua vez, propiciou que os dejetos, até então lançados diretamente na rua, fossem canalizados para as redes de esgoto. Com isto adveio a necessidade de espaços especializados para o uso sanitário e, conseqüentemente, teve lugar a produção de peças de design condizente ao uso a que se destinavam. Nos dias atuais, através de estudos avançados, da tecnologia de ponta, do trabalho conjunto de decoradores, designers e arquitetos, promovem-se melhoramentos e sofisticação significativos nesse ambiente. A descoberta de novas técnicas e materiais permitem resolver problemas de design até pouco tempo sem solução. Os aparelhos sanitários projetados por designers traduzem diversidade de linhas, conforto e funcionalidade, aliados aos aspectos estéticos. 1

Conforme relato da revista Despertai!, de 8 setembro de 1995, página 4, sob o tema “Como era o mundo 50 anos atrás?” 2 A tradução por Marcia de Souza Nassrallah. 3 Tradução por Sônia Marques Antunes Ribeiro. 6- Bibliografia ANDRADE LIMA, T. Humores e odores: ordem corporal e ordem social no Rio de Janeiro, século XIX. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, II (3): 44-96, Nov. 1995-Feb. 1996. As instalações hidráulicas através da história. Jornal do encanador. São Paulo, janeiro, 2004. nº 57, p.2.. APRIGLIANO FILHO, Walter. (coord.) Banheiros: objetos e desejos. Edição comemorativa dos 50 anos da Celite. São Paulo. Ed. Unidade de Comunicação Ltda. [s.d.]. COMPLETO relaxamento, Revista Decoração Prática Especial, São Paulo, n. 17, p. 56. Ed. Escala [s.d.] CONRAN, Terence. O grande livro abril da decoração. São Paulo: Abril S.A Cultural e Industrial, 1980.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. – 3. ed. ver. e aum. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normatização de publicações técnico-científicas; colaboração: Vasconcellos, et al, 6 ed. ver. e aum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003. FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala. São Paulo: Editora Record, 2001. GLANCEY, Jonathan. A História da arquitetura. Trad.Luís Carlos Borges e Marcos Marcionilo. São Paulo: Edições Loyola, 2001. KLICZKOWSKI, H. Cocinas y baños. Barcelona: Ed. Loft Publications, 2002. LAUS, Ruth. Decoração Brasileira. Editora Tecnoprint Ltda, 1977. MOUTINHO, Stella Rodrigo Octávio; PRADO, Rúbia Braz Bueno do; LONDRES, Ruth Rodrigo Octávio. Dicionário de artes decorativas e decoração de interiores. Nova Fronteira, 1999. MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, desenvolvimento e perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1982. NAVARRO, Bewatriz, et al. Colección nuevo estilo piezas com historia: com nombre proprio diseño y maquetación: nuevo estilo. España. [s.d.]

O livro prático da decoração. Editor: Victor Civita, 1979. RECORDAÇÕES da era pós-Segunda Guerra Mundial, Despertai!, São Paulo, vol. 76, n. 17, p.4, 8 set. 1995. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. 9ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 2000. RITUAIS, higiene e prazer. ARC Design. Quadrifóglio Editora, n° 10 Julho-Agosto / 1999. SENNET, Richard. O corpo e a cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: Record, 1997. VERÍSSIMO, Francisco Salvador, BITTAR, William Seba Mallmann. 500 anos da casa no Brasil: as transformações da arquitetura e da utilização do espaço da moradia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. SPALTER, Helen; Streicher, Rosane. Feng Shuí prático e rápido. 9ª edição; Madras Editora LTDA. Sites consultados: Disponível em: Acesso em 29 04 2005. Disponível em:< www.deca.com.br> Acesso em: 26 04 2005. Disponível em: 26 04 2005. Disponível em: < http://www.icasa.com.br>. Acesso em: 26 04 2005. Disponível em: . Acesso em: 26 04 2005. Disponível em: . Acesso em: 26 04 2005. Autores: Sônia Marques Antunes Ribeiro: [email protected] / [email protected] Marcia de Souza Nassrallah: [email protected]/ [email protected] Viviane de Jesus Gomes Alves: [email protected] / [email protected] FINANCIAMENTO BIC: FAPEMIG

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