A exploração dos recursos digitais para a construção de narrativas: o caso Impresa

May 27, 2017 | Autor: I. Fonseca Marques | Categoria: Narrative, Interactivity, Interatividade, Multimedia Journalism, Reportagem Jornalística
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Descrição do Produto

A exploração dos recursos digitais para a construção de narrativas: o caso Impresa Autor(es):

Marques, Inês da Fonseca Matias; Peixinho, Ana Teresa

Publicado por:

Imprensa da Universidade de Coimbra

URL persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/39193

DOI:

DOI:http//dx.doi.org/10.14195/2183-6019_2_11

Accessed :

7-Aug-2016 19:28:43

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impactum.uc.pt digitalis.uc.pt

revista de comunicação, jornalismo e espaço público

2

mediapolis

Periodicidade Semestral

tema os desafios dos media de serviço público

Imprensa da Universidade de Coimbra

© Pedro Medeiros

Coimbra University Press

1

A exploração dos recursos digitais para a construção de narrativas: O caso Impresa

Inês da Fonseca Matias Marques Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). [email protected]

Ana Teresa Peixinho Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). [email protected]

Resources for digital narrative construction: The Impresa case La exploración de los recursos digitales para la construcción de narrativas: El caso Impresa http://dx.doi.org/10.14195/2183-6019_2_11

Resumo:

Abstract:

Resumen:

O nosso propósito, neste artigo, é proble-

Our purpose in this article is to discuss

Nuestro propósito, en esto articulo, es pro-

matizar as transformações narrativas do

the narrative transformations of journa-

blematizar las transformaciones narrativas

jornalismo a dois níveis

lism at two levels.

del periodismo en dos niveles.

Em primeiro, utilizaremos três conceitos

First, we will use three concepts that

En primer lugar, vamos a utilizar tres con-

que se entrecruzam na questão do storyte-

cross each other on the issue of digital

ceptos que se intersectan en la quistión del

lling digital (a transmedialidade ou story-

storytelling (transmediality or trans-

storytelling digital (la transmedialidad o story-

telling transmediático, a multimedialidade

media storytelling, multimediality and

telling transmediático, la multimedialidad y la

e a interatividade) para perceber as trans-

interactivity) to understand the changes

interactividad) para alcanzar las transforma-

formações decorrentes das potencialidades

stemming from the web capabilities to

ciones derivadas de las potencialidades de la

da web para a construção de narrativas.

build narratives.

web para la construcción de narrativas.

Em segundo lugar, uma vez que vamos

Second, since we work with narratives

En segundo lugar, porque vamos a trabajar

trabalhar com narrativas criadas no seio

created within the largest Portuguese

con narrativas creadas dentro del mayor

do maior grupo mediático português – Im-

media group – Impresa – it is our inten-

grupo mediático portugués – Impresa – va-

presa - tentaremos perceber se a concen-

tion to understand how the concentration

mos a tentar comprender si la concentración

tração empresarial influencia a construção

affects the construction and dissemination

empresarial influencia la construcción y

e difusão de narrativas multimédia.

of multimedia narratives.

difusión de narrativas multimedia.

Palavras-chave: Storytelling digital;

Keywords: Digital storytelling; multi-

Palabras-clave: Storytelling digital;

multimedialidade; interatividade; narrativa

mediality; interactivity; narrative

multimedialidad; interactividad; narrativa

151

1.

texto jornalístico como apreciaria

uso de imagem), a rádio com o som ou

O ambiente digital:

um texto mais elaborado, propria-

a televisão com o vídeo. Pelo contrário,

potencialidades para a

mente literário ou poético (Cunha

a internet permite ao jornalista criar

construção de narrativas

& Mantello, 2014: 58).

as suas narrativas combinando todos

jornalísticas

estes suportes. Na verdade, o storytelling é, prova-

No entanto, a escolha dos supor-

Segundo Hélder Bastos (s.d.: 1), o

velmente, mais estudado ao nível das

tes semióticos a utilizar não pode ser

jornalismo digital, ou ciberjornalismo,

narrativas ficcionais. Contudo, como

aleatória:

distingue-se do jornalismo tradicional

salienta Bryan Alexander (2011: 12):

“por características essenciais como a

“nonfiction storytelling is widespread.

a escolha de um meio expressivo

multimedialidade, a hipertextualidade

Journalists often describe their work

não se limita ao público da mensa-

e a interactividade”. Outra das cara-

as ‘telling the story’ of a present-day

gem, nem tão pouco aos desejos do

terísticas potenciadas pelo ambiente

event, as ‘history’s first draft’”.

criador, deve levar em conta tam-

digital é, segundo vários autores (Dias

Os jornalistas têm, pois, hoje em

bém o que se pretende comunicar.

Souza, 2010; Sousa, 2014; Ryan &

dia, ao seu dispor, um manancial de

(…) nem todos os meios servem da

Thon, 2014), a transmedialidade, isto

ferramentas que lhes permitem con-

mesma forma a expressividade, já

é, a distribuição das narrativas por

tar as histórias de uma forma mais

que são em essência distintos, e

vários media.

inovadora, diversificada e, consequen-

desse modo a escolha do meio deve

Todas estas caraterísticas acabam

temente, atrativa. A nosso ver, a prin-

levar em conta aquilo que se pre-

por convergir no conceito de storyte-

cipal caraterística digital potenciadora

tende expressar (Zagalo, 2014: 8).

lling, que consiste

dessa inovação é a multimedialidade, isto é, a possibilidade de “tirar pro-

Deste modo, o ciberjornalista aca-

[n]uma técnica para narrar fac-

veito da totalidade das modalidades

ba por ver o seu trabalho complexifi-

tos como se fossem histórias. Ao

comunicacionais (texto, áudio, vídeo,

cado, ao ter de escolher que meios vai

enfatizar a narração e descrição,

gráficos, animação), incluindo moda-

utilizar para construir uma narrativa

há um esforço de recriar cenas e

lidades emergentes” (Bastos, s.d.: 3).

coerente, em que a predominância

personagens, tarefa estética de

Deste modo, a internet, enquanto pla-

da linguagem verbal é confrontada

despertar sensações no consumi-

taforma de desenvolvimento de media

(Hallet, 2014: 171). Esta é, pois, uma

dor de notícia, seja ela impressa

digitais, não limita as peças jornalís-

das mais desafiantes tarefas com que

ou audiovisual, para que ele se

ticas a um só meio, como a imprensa

os autores se confrontam, já que, como

identifique com o relato e goste do

faz com o texto (permitindo, contudo, o

salienta Wolfgang Hallet (2014: 166),

Its narrative discourse breaks up

Transmedia storytelling refers to

contribute, to interact in a basic, if

the discursive linearity and tex-

the endeavor of conveying connec-

not radical, sense. Stories were co-

tual coherence of the novel and

ted stories using a variety of me-

-creations, partially determined by

transforms it into a hypertextual

dia platforms. These stories can

the audience (Alexander, 2011: 19).

ensemble of different types of

either be understood in isolation or

symbolic representations that the

viewed contingently with regard to

Esta interatividade traz consigo

reader must interrelate (…).

those other stories that share the

uma possibilidade que pode ser um

same storyworld but are conveyed

fator de potencial interesse para a

using different  media (Harvey,

construção de narrativas jornalísticas

2014: 278).

digitais – a imersão:

Esta construção de sentido, através da inter-relação de informações de que fala Hallet, que deve ser feita pelo leitor, tem que ver não só com a

Se o papel do leitor assume fulcral

a imersão possibilita ao público

hipertextualidade, isto é, a relação da

importância perante qualquer narra-

‘entrar’ no universo da narrativa

“estória com outras estórias, arquivos,

tiva, como se pode depreender, aqui,

e ter uma experiência mais apro-

e outros recursos através de hiperliga-

onde ele pode também ser chamado

fundada com a história, como nos

ções” (Bastos, s.d.: 2-3), mas também,

de utilizador, o seu papel é muito mais

jogos de computador e nos parques

e sobretudo, com a transmedialidade.

relevante, já que é ele quem escolhe

temáticos. Quando aplicados ao

A transmedialidade consiste, se-

o seu caminho de leitura/utilização

jornalismo, os recursos imersivos

gundo autores como Harvey (2014),

da narrativa. Isto acontece, portanto,

permitem ampliar a percepção dos

Ryan e Thon (2014) ou Sousa (2014),

devido a outra das caraterísticas do

acontecimentos, oportunizando di-

em distribuir os fragmentos de uma

meio digital a que já anteriormente nos

ferentes perspectivas da realidade

narrativa, ou mesmo várias narrativas

referimos: a interatividade, “that is,

(Dias Souza, 2010: 2).

construídas em diferentes formatos,

the dynamic means by which consu-

em várias plataformas, ligando-as por

mers engage with the various aspects

Por tudo o que expusemos, a téc-

hiperlinks, criando um mesmo mun-

of the storyworld” (Dena apud Harvey,

nica do storytelling afigura-se como

do diegético . Este mesmo conceito é

2014: 281). De facto, em teoria, as

um ideal para a construção de narra-

chamado, por Harvey, de storytelling

narrativas digitais constituem

tivas jornalísticas que, por um lado,

1

transmediático: 1  Importa, aqui, ressalvar que a transmedialidade não é caraterística exclusiva dos media digitais (Dena apud Harvey, 2014: 280) 

potenciem ao máximo as caraterístian unusually user-centered expe-

cas do ambiente digital e, por outro,

rience, requiring readers to choo-

representem uma lufada de ar fresco

se their own pathways through, to

para o jornalismo, ao criar histórias 153

Caso

Artigo

Órgão

Facebook

«Viagem à maior nação do Mundo»I

Revista E

«Viagem à maior nação do Mundo»II

Expresso online

«Facebook. 11 anos, 11 números»III

Expresso online

«Expresso no Facebook. Bar aberto, doces e outras regalias»IV

Expresso online

«Expresso no Facebook. Como numa galeria de arte»V

Expresso online

«Expresso no Facebook. Um mundo em tons de azul. Sabe porquê?»VI Expresso online Jihad

Revista E

«Na pista da Jihad»VII

«Matar e morrer por Alá. Cinco portugueses no Estado Islâmico»VIII Expresso online Edwin

«Edwin. O rapaz que aprendeu a sonhar»IX

Expresso online

Somos o que comemos

“A prevenção da diabetes, do cancro ou das doenças cardiovasculares começa na barriga da mãe” X

Visão online

«Reportagem multimédia SIC. As consequências dos maus hábitos alimentares” XI

Expresso online

«Somos o que comemos. E o que comemos está a matar-nos»XII

Visão online

«Obesidade, diabetes, AVCs: como aquilo que comemos nos anda a matar»XIII

Activa online

“O açúcar é o maior veneno que damos às crianças” XIV

Visão online

Tabela I. Corpus de análise

«Reportagem interativa SIC. Somos o que comemos»XV

SIC/SIC Notícias online

Fonte: Próprias autoras

que “atinge[m] os cinco sentidos, não

inconscientemente ou não, os padrões

O nosso corpus é constituído por

deixando que o sujeito fuja da mensa-

da escrita jornalística clássica” (ibi-

15 peças jornalísticas publicadas em

gem” (Cunha & Mantello, 2014: 59),

dem: 15-16), isto é, as potencialida-

órgãos de comunicação social perten-

através da “valorização das pessoas-

des que o meio digital oferece para a

centes ao grupo Impresa. Estes traba-

-personagens envolvidas” (ibidem: 63),

criação de narrativas, de que tantos

lhos dizem respeito a quatro casos de

representando, consequentemente, as

teóricos falam, não são aproveitadas

estudo, descritos na tabela I.

dimensões emotiva e interpessoal da

ao máximo.

narrativa (Hoffmann, 2010: 3). Num

As peças acima discriminadas

mundo hipermediatizado, em que te-

abrangem as várias formas de uso

mos ao nosso dispor inúmeros meios

2.

do digital por parte dos dois maiores

de comunicação social que nos con-

O caso Impresa

órgãos do Grupo Impresa. O nosso

tam uma mesma história, narrativas criadas com esta técnica poderão

propósito, com este estudo de caso, é 2.1. Constituição do corpus

constituir um fator diferenciador, já

problematizar as transformações narrativas do jornalismo a dois níveis:

que “no lugar de noticiar o que todos

Desafiados pelos reptos dos vários

i) as transformações decorrentes das

os  veículos já noticiaram, são esco-

autores a que nos fomos referindo,

potencialidades da web para a cons-

lhidos ângulos desenvolvidos sobre

tentaremos, por agora, através de um

trução de narrativas; ii) a forma como

história de personagens” (Cunha &

estudo de caso do grupo português

a estrutura da empresa influencia ou

Mandello, 2014: 65), sendo esta ca-

Impresa, perceber como são utilizadas

não a construção de narrativas, isto

tegoria narrativa uma das que assume

as novas potencialidades da web para

é, se e como é que os conteúdos de

principal relevância.

a construção de reportagens jornalís-

um mesmo caso se distribuem pelos vários órgãos do grupo.

Apesar de todos estes aspetos a

ticas, tentando compreender o modo

que nos fomos referindo constituírem

de adaptação de media não nativos

um grande potencial de transforma-

digitais2 . 2.2. Metodologia

ção das narrativas jornalísticas, Lits (2015) refere um estudo em que se analisam comparativamente peças jornalísticas tradicionais (impressas) e peças do jornalismo online, que conclui que “os novos media eletrónicos do tipo participativo retomam, afinal,

2  Expressão baseada no termo “Digital Natives”, da autoria de Mark Prensky, referente àqueles que nasceram em ambiente digital. Deste modo, a expressão “media não nativos digitais” refere-se a órgãos de comunicação social que nasceram em formato tradicional e que se digitalizaram.

Estudar-se-ão os códigos utilizados na construção das narrativas tradicionais e os mobilizados para a construção das narrativas digitais, recorrendo a técnicas da análise do

1

Caso

11

Fotos?

2

Título

12

Número de fotos

3

Autor(es)

13

Áudio?

4

Data

14

Número de clips de áudio

5

Órgão de Comunicação Social

15

Vídeo

6

Tipo (tradicional/digital)

16

Número de clips de vídeo

7

Número de páginas

17

Hiperlinks?

8

Número de sequências 3

18

Links internos?

Tabela II. Categorias de análise

9

Texto verbal?

19

Links externos?

Fonte: Próprias autoras

10

Número de parágrafos

20

Remissão para outro formato?

discurso, de modo a explorar os có-

Já no que ao segundo aspeto diz

suporte semiótico, em todas as outras

digos escrito, sonoro e visual. Além

respeito - a forma como a estrutura da

continua a ser o texto a ocupar o lugar

disso, observar-se-á a difusão dos con-

empresa influencia ou não a constru-

de destaque.

teúdos pelas plataformas dos vários

ção de narrativas - é a inter-relação

Enquanto na revista não há qual-

órgãos do grupo, bem como os profis-

entre as categorias 1) caso, 3) autor(es)

quer referência às peças publicadas no

sionais envolvidos na sua criação, de

e 5) órgão de comunicação social, em

site, 3 das 5 peças digitais promovem a

modo a estudar o impacto da concen-

confronto com bibliografia sobre o ci-

compra/consulta da reportagem publi-

tração empresarial na construção e

berjornalismo em Portugal, que nos

cada na edição impressa, ao dizerem

difusão das narrativas jornalísticas.

permitirá perceber a influência da

“uma reportagem para ver e ler este sá-

Para tecer conclusões sobre o pri-

concentração empresarial na cons-

bado, na próxima edição da revista E”.

meiro aspeto que queremos problema-

trução e difusão das várias narrativas.

Uma vez que constatámos que

tizar, ou seja, o uso ou não das poten-

20 das 27 fotos publicadas na edi-

cialidades da web para a construção de

ção impressa eram as mesmas que se

narrativas, procedemos a uma análise

2.3. A exploração dos

encontravam na infografia homónima

do discurso. Para tal, foi construída

recursos digitais para a

à reportagem impressa, analisámos a

uma tabela de análise, com as catego-

construção das narrativas

informação contida nas respetivas le-

rias apresentadas na tabelaII.

gendas, numa reportagem e noutra,

3

Além desta análise, de cariz mais

2.3.1.Caso Facebook

tendo constatado que há diferenças entre elas: ou se dá a mesma informa-

quantitativo, a leitura/utilização das narrativas foi feita de modo a analisar

“Viagem à maior nação do Mundo”

ção noutras palavras, ou se dá infor-

as temáticas abordadas em cada uma

fez capa da revista E, no dia 14 de fe-

mação mais desenvolvida ou, então, a

delas, bem como a sua relação com o

vereiro de 2015. Esta reportagem, que

informação é completamente diferente.

suporte semiótico escolhido.

ocupou 9 páginas da referida edição, é

Nesta peça, que conta, na sua com-

constituída por 30 parágrafos de texto

posição, com um vídeo, uma das fotos

e 27 imagens.

é de um QR code, embora não haja

3  Termo criado para designar cada unidade com uma certa coerência visual, isto é, enquanto não houver alterações substanciais na visualização da reportagem – por exemplo, passagem de um texto corrido, com imagens ou vídeos intercalados, para um vídeo que ocupa a totalidade do ecrã - consideramos uma sequência.

qualquer apelo para que ele seja lido

Referentes ao mesmo caso, foram,

(o que provámos ser possível).

entre 11 e 18 de fevereiro, publicadas 5 peças no site do Expresso, também

As seis peças que constituem este

elas constituídas por texto e imagem.

caso são todas assinadas por Mafal-

À exceção de uma das peças on-

da Anjos, sendo que, em duas delas,

line, em que é a imagem o principal

há outro nome associado à autoria de 155

questões mais ligadas ao multimédia,

está muito mais desenvolvida, tanto

é colocado como clip de som, uma con-

como a infografia ou o vídeo.

em termos de quantidade de informa-

versa com o dono do café é filmada e

ção, como na pluralidade de fontes

os conteúdos em vídeo colocados pelos

e na informação de contextualização

próprios jihadistas nas redes sociais

que oferece (como sejam informações

são também integrados.

2.3.2. Caso Jihad

sobre os outros portugueses jihadistas,

Por seu turno, a reportagem mul-

Durante mais de um ano, o jornal

a região londrina por onde passaram,

timédia é composta pelos seguintes

Expresso dedicou-se a investigar jiha-

a Guerra da Síria e o próprio Estado

elementos: 113 parágrafos de texto,

distas portugueses a combater pelo

Islâmico). Nenhuma das peças remete

19 fotos, 1 clip de áudio, 11 clips

Estado Islâmico. Esta investigação

para a outra.

de vídeo e ainda algumas ilustra-

resultou em várias peças, que foram

A reportagem em papel é composta

ções. No total, a reportagem, divi-

por um texto de 15 parágrafos, que

dida em cinco capítulos, soma 25

A 14 de março de 2015, a revista

relata a experiência dos jornalistas

sequências 5 .

E publica a reportagem “Na pista da

na investigação dos portugueses no

Se, como vimos, a escolha do có-

Jihad”, identificando a peça, no lead,

Estado Islâmico: contam a sua chega-

digo a usar tem de ser coerente com

como os “bastidores de uma reporta-

da a Londres, como conheceram uma

a mensagem que se pretende pas-

gem”. Com o mesmo tema, é feita, pe-

das suas principais fontes, por que

sar, procuramos identificar a função

los mesmos jornalistas – Hugo Franco

começaram a investigar, a pesquisa

de cada elemento multimédia, na

e Raquel Moleiro – uma reportagem

nas redes sociais, o contacto com as

multimédia: “Matar e Morrer por Alá.

famílias dos portugueses, terminando

Cinco Portugueses no Estado Islâmi-

por falar, especificamente, dos cinco

co”. Alguns dos conteúdos são seme-

portugueses que constituem a célula

lhantes numa reportagem e noutra4 .

de Leyton e que são as personagens

Contudo, a reportagem multimédia

principais da reportagem digital. Da

sendo publicadas no semanário.

peça em formato tradicional, fazem 4  É interessante de se notar algumas incoerências entre os dados fornecidos num suporte e noutro. Dados simples como a idade e até o nome das personagens das reportagens são apresentados de forma diferente: Nero Saraiva, assim apresentado na reportagem “Na pista da Jihad”, é chamado de Patrício, na reportagem multimédia e nenhuma das idades é igual nos dois formatos.

ainda parte 11 fotografias, algumas delas comuns à peça multimédia. Um aspeto de ressalvar é que muitos dos factos que, no papel, são narrados, no digital são mostrados (por exemplo, um telefonema de que se fala no papel

5  Esta reportagem está alojada numa página própria, dentro do site do Expresso, não havendo interferência de quaisquer outros conteúdos. Assim que se entra na página, é dito, no canto inferior direito, “faça scroll”, sendo esta a forma de avançar nos conteúdos. Na primeira sequência, que aparece imediatamente a seguir à introdução, a parte superior da página é ocupada por uma barra, onde se vê o símbolo do Expresso, o título dos capítulos (é possível passar de um capítulo para outro carregando sobre eles), bem como o botão para ver os créditos da reportagem e ainda os botões para partilha nas redes sociais. No final de cada capítulo, há duas setas, uma que permite avançar para o capítulo seguinte e outra que faz regressar ao anterior.

narrativa. Assim, constatou-se que

2.3.3. Caso Edwin

enquanto o vídeo reforça essas mesmas

as fotografias podem ser retratos das

informações ou introduz informações

pessoas de ou com quem se está a

“Edwin. O rapaz que aprendeu a

novas a essa narrativa, através das en-

falar, espaços ou situações vividas no

sonhar” é uma reportagem multimé-

trevistas ao próprio Edwin, à sua mãe

contexto jihadista (neste caso, imagens

dia, publicada no site do Expresso, que

adotiva e a outras pessoas próximas

difundidas pelos seus membros); as

narra a história de um rapaz quenia-

(função de citação) ou mostra – tal como

ilustrações servem uma função de lo-

no, cujo sonho é ser futebolista e foi

as fotografias – aspetos da sua vida.

calização, quando se trata de mapas,

adotado por uma família portuguesa.

ou uma função meramente estética,

Este é um conteúdo exclusivamente

quando são retratos desenhados; o ví-

online, sem repercussão noutros órgão

2.3.4. Caso “Somos

deo mostra entrevistas (funcionando

do Grupo Impresa.

o que comemos”

em substituição das citações de tex-

Em termos de estrutura, e até de

to6), imagens de ambiente e, tal como a

layout, esta reportagem é muito seme-

“Somos o que comemos” é conside-

fotografia, quando há registos fílmicos

lhante a “Matar e Morrer por Alá” ,

rada a primeira reportagem interativa

de situações vividas no Estado Islâmi-

sendo estas, até à data, as duas únicas

feita pela SIC8, da autoria da jornalista

co, eles são integrados. O único clip

reportagens feitas neste formato. Deste

de áudio que faz parte da reportagem

modo, o trabalho é composto por 12

tem também a função de citação, mas

sequências, cujos conteúdos são 30

o áudio é escolhido porque a entrevista

parágrafos de texto, 3 fotografias e 7

foi gravada por telefone, não havendo

clips de vídeo.

7

imagens. O som é também utilizado,

Também no que diz respeito às fun-

integrado nos vídeos ou em forma de

ções de cada código semiótico, “Edwin”

música, com a função de criação de

é semelhante a “Matar e Morrer por Alá”:

ambiente.

o texto narra a história da personagem,

6  Quando há citações no corpo do texto, estamos perante “atribuição com reservas”, isto é, “não se identifica explicitamente a fonte, mas ela é situada num contexto e podem citar-se as suas informações” (Fontcuberta, 2010: 48). Sempre que o discurso pode ser atribuído, a pessoa é colocada a falar na peça.

7  Quando há citações no corpo do texto, estamos perante “atribuição com reservas”, isto é, “não se identifica explicitamente a fonte, mas ela é situada num contexto e podem citar-se as suas informações” (Fontcuberta, 2010: 48). Sempre que o discurso pode ser atribuído, a pessoa é colocada a falar na peça.

8  “Com a Grande Reportagem SIC estreamos um formato interativo onde pode encontrar mais conteúdos. Guiados pela pediatra Júlia Galhardo mostramos-lhe, por exemplo, como preparar pequenos almoços equilibrados ou como convencer crianças e adolescentes a comer peixe e legumes. Com o contributo de alguns dos maiores especialistas de cada área, pode aprofundar questões como o papel da alimentação na prevenção do cancro desde a infância ou as dependências alimentares. Textos, vídeos, entrevistas e gráficos que poderá explorar, ao seu ritmo. O próximo conteúdo interativo vai acontecer aos 4 minutos e 29 segundos.” – Esta descrição é o primeiro conteúdo com que nos deparamos, na utilização da reportagem digital. Todos os conteúdos aparecem sinalizados com uma barra vertical que atravessa toda a altura da linha de tempo que marca a sua duração e avanço. Quando se chega ao momento de aparição de um conteúdo, são colocadas duas

157

Miriam Alves, apoiada por uma equipa

sobre calorias e temporadas de produção

para os outros conteúdos que fazem

de mais dez profissionais, todos eles

dos alimentos; os vídeos são entrevis-

parte deste caso.

ao serviço de especificidades técnicas,

tas a outros especialistas ou a confeção

tanto da televisão, como do digital9.

de receitas saudáveis; já os textos são

Com emissão televisiva no dia 2 de

artigos científicos, com hiperlinks para

3.

abril de 2015, a reportagem tradicional

páginas de organizações e associações,

As implicações da

foi colocada online, no mesmo dia, no

revistas científicas e publicações.

concentração empresarial nas narrativas jornalísticas

site da SIC Notícias, sendo feita uma

Dos 15 conteúdos que constituem

página própria para a alojar (sem inter-

o nosso estudo de caso, este é, por-

ferência de quaisquer outros conteúdos).

tanto, o único que contém links ex-

Num estudo sobre “convergência

Ao vídeo de base, são acrescen-

ternos. Contudo, estes são colocados

jornalística dos media em Portugal”,

tados 15 conteúdos, na edição digi-

pelos próprios autores dos textos, ou

elaborado por vários autores (Bastos

tal, tratando-se de galerias de fotos

seja, não é a própria SIC que toma a

et al, 2013), constata-se que

(3 galerias, que somam 15 imagens),

opção prévia de criar textos com hi-

4 vídeos e 8 textos (constituídos por

perligações, apesar de manter os links

agora a concentração também co-

137 parágrafos).

colocados pelos autores.

meça a verificar-se nos processos

No que à função diz respeito, o su-

Além da reportagem propriamente

de produção. De facto, a conver-

porte semiótico não é tão determinante

dita, deste caso fazem ainda parte 5

gência no plano empresarial acar-

como nas reportagens do Expresso: todos

peças publicadas nos sites do Expres-

reta novas formas de organização

os acrescentos têm o intuito de aprofun-

so e das revistas Visão e Activa. Os

logística, orientadas para propiciar

dar a informação fornecida. Sendo esta

conteúdos das mesmas estão sempre

um aumento da produtividade.

uma reportagem sobre a alimentação, as

relacionados com a própria reporta-

Os media reorganizam as suas

imagens constituem-se como infografias

gem: podem ser informações ali dadas,

equipas redatoriais com o objetivo

transcrição de entrevistas a interve-

de possibilitar uma produção infor-

caixas no canto superior direito, uma com texto e outra com um desenho, símbolo do tipo de conteúdo a que se refere. Ao clicar, a reportagem fica em pausa, até que se feche a caixa que aparece com o conteúdo, sendo que, aí, a reportagem é automaticamente retomada.

nientes, ou simplesmente a remissão

mativa mais ágil, diversa e capaz de

para o conteúdo principal, através de

responder às exigências das novas

links , que podem também remeter

plataformas digitais. (ibidem: 7).

9  Cf. Ficha Técnica: http://sicnoticias.sapo. pt/programas/2015-04-02-Ficha-tecnica-Somos-o-que-comemos [última consulta em 28/07/2015]

10  Um dos conteúdos foi, inclusivamente, publicado horas antes da emissão televisiva, com a indicação: “José Camolas participa na Grande Reportagem SIC “Somos o que

10

comemos”. Para ver esta noite no Jornal da SIC. E, em versão interativa, com conteúdos extra exclusivos, nos sites da Visão, SIC Notícias, Expresso e Activa.”.

A Impresa tem a sua génese, em

adaptar conteúdos à especificidade do

A multimedialidade é, pois, a

1972, no jornal Expresso, constituin-

meio digital) produz conteúdos para os

caraterística mais aproveitada pelos

do-se como grupo empresarial em

vários órgãos do grupo, sobre o mesmo

órgãos do grupo, principalmente pela

1991. Hoje em dia é, como constata

tema; ii) prática intermediática, já que

SIC e pelo Expresso. Verifica-se que o

João Figueira (2012: 125), “o maior

“[se verifica] que a grande maioria dos

potencial de cada suporte semiótico é

grupo português de comunicação so-

média em análise distribui conteúdos

aproveitado para a construção de narra-

cial”, possuindo não só o semanário

noutros média” (ibidem: 26).

tivas coerentes. É até interessante que

que lhe dá origem, mas também 13 ou-

Embora estes fenómenos se pos-

há mais coerência do que, por exemplo,

tras publicações, entre jornais e revis-

sam situar ao nível da difusão, consi-

numa reportagem impressa, constituída

tas, e todo o conjunto de canais SIC .

deramos que, direta ou indiretamente,

por fotografias, legendas e caixas de

A aposta no mercado digital é feita em

as narrativas também são afetadas pe-

destaque de texto, já que, nesse caso,

2007, nascendo assim uma nova área

los fatores socioeconómicos, já que se

o leitor tem de decidir quando sai do

de negócios – a Impresa Digital.

criam fragmentos de um mesmo mundo

texto principal e vai dar atenção a esses

À luz dos casos estudados, no

diegético, isto é, conteúdos associados

paratextos, o que aqui não acontece, já

que a este grupo diz respeito, pode-

a uma mesma reportagem, a fim de

que os elementos não-verbais são parte

mos falar em dois tipos de efeitos da

alimentar os vários órgãos do grupo

integrante da narrativa.

concentração empresarial, não tanto

empresarial.

11

A técnica de storytelling começa

no que à construção das próprias

também a ganhar expressão, nas re-

narrativas diz respeito, mas quanto à

portagens multimédia. Isto nota-se,

sua difusão: i) o pluriemprego, “que

4.

sobretudo, no investimento que é feito

consiste em trabalhar como jornalista

Conclusões

no processo de figuração das personagens, que acaba por se traduzir numa

para vários média ao mesmo tempo, subentendendo-se que esses média

Chegados ao momento de tecer al-

humanização das narrativas. Este fa-

pertencem à mesma empresa jorna-

gumas conclusões, debruçar-nos-emos

tor, aliado à pertinente criação de am-

lística” (ibidem: 8), já que um mesmo

na questão central deste trabalho: a

bientes, possibilitada pela mostra dos

jornalista (a quem, por vezes, se jun-

exploração dos recursos digitais para

espaços, através de vídeos com som

tam outros profissionais, para criar ou

a construção das narrativas, no Grupo

ambiente, potencia ao leitor/utilizador

Impresa. Como tal, relacionar-se-á a

uma experiência mais imersiva.

11  Confrontar a cronologia do grupo em http:// www.impresa.pt/apresentacao-grupo e o portefólio de marcas em http://www.impresa.pt/ portfolio-marcas .

análise dos casos de estudo com os

Menos exploradas são a transme-

conceitos teóricos expostos na pri-

dialidade e a interatividade. A primei-

meira parte.

ra não é, de todo, aproveitada, já que, 159

Bibliografia

como vimos, o facto de serem feitas

Impresa, parece-nos interessante notar

várias peças referentes ao mesmo tema

que se podem daqui retirar conclusões

é mais uma estratégia empresarial do

que vão de encontro ao que tem sido

Alexander, B. (2011). The new digital

que propriamente narrativa. Aliás, o

estudado a propósito do ciberjornalismo,

storytelling. Creating narratives

que acontece é que esses conteúdos são

nomeadamente, a “diluição do jornalista

with new media. Santa Barbara:

criados, principalmente, para chamar a

no ciberjornalista” (Bastos, 2012), que

Proeger.

atenção dos consumidores para a narra-

se traduz num jornalismo pouco apro-

Bastos, H. (s.d.). Ciberjornalismo e

tiva principal, não sendo, por isso, frag-

fundado, causado pela instantaneidade

narrativa hipermédia. Covilhã:

mentos dessa mesma narrativa. Quanto

inerente à internet e, por consequência,

Universidade da Beira Interior:

ao segundo conceito, pensamos poder

no atropelo de práticas que são con-

Biblioteca Online de Ciências da

falar de uma falsa interatividade, já que

sideradas as do bom jornalismo, como

Comunicação.

o utilizador tem o poder de controlar o

o “cultivo de fontes próprias” (ibidem:

Bastos, H. (2012). A diluição do jornalis-

que vê, mas não lhe é dada liberdade

286) ou o “rigor na verificação dos fac-

mo no ciberjornalismo. Estudos em

para escolher caminhos de leitura.

tos” (ibidem: 287).  Ora, não é isso que

Jornalismo e Mídia, 9 (2), 284-298.

Consideramos, portanto, que, ape-

verificamos no nosso caso de estudo:

Bastos, H., Zamith,F. Reis, I., & Jerónimo,

sar de não serem ainda aproveitadas

na verdade, estamos perante casos que

P. (2013). Convergência jornalística

todas as potencialidades que o meio

não têm emergência de novidade e, por

dos média em Portugal. Um estudo

põe ao dispor dos seus utilizadores,

isso, ânsia de dar informação rapida-

exploratório. Livro de Atas do III

acabamos por não verificar um retomar

mente. Pelo contrário, estas narrativas

COBCIBER. Porto: Universidade

dos “padrões da escrita jornalística

digitais estão ao serviço de um jorna-

do Porto.

clássica”, de que fala Lits (2015: 15-

lismo aprofundado, com uma atualidade

Cunha, K. M. R., & Mantello, P. F. (2014).

16). Pelo contrário, tendo em conta que

que não se esgota no imediato. Além

Era uma vez a notícia: Storytelling

nenhum dos órgãos do Grupo Impresa

disso, o facto de se investir neste apro-

como técnica de redação de textos

é um nativo digital, parece-nos que se

fundamento para trabalhar com temas

jornalísticos. Revista Comunicação

está a seguir um bom caminho para a

de atualidade quase permanente e não

Midiática (online), BAURU/SP, 9

adaptação aos novos tempos.

com assuntos que todos os órgãos de

(2), 56-67.

Quanto à influência das estruturas

comunicação abordam e que perdem a

Dias Souza, M. (2010). Jornalismo e imersão:

empresariais na construção das narra-

atualidade pouco tempo depois de as

Recursos narrativos que permitem ex-

tivas, apesar de este corpus ser bastante

notícias serem construídas, acaba por

periências aprofundadas com os acon-

reduzido para se poder tomá-lo como

eliminar a concorrência: aposta-se na-

tecimentos. XXXIII Congresso Brasi-

exemplo do que se passa em todo o grupo

quilo que é exclusivo.

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