A fábrica para além da frábrica

June 7, 2017 | Autor: Jean Menezes | Categoria: History, Capitalism
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"Eu saí da fábrica..."; Que lógica é essa? http://www.carosamigos.com.br/index.php/artigos­e­debates/5941­a­fabrica­para­alem­da­fabrica

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Por Jean P. de Menezes Vivemos em um tempo em que a lógica da fábrica se ramifica por todo tecido social. Esta é a tese que pretendo demonstrar. Como isso pode ser observado na imediaticidade do tempo presente: não, a maioria de nós nunca saiu da fábrica! Ao se referir à lógica da fábrica, o faço pensando na produção e reprodução em série de mercadorias, onde o trabalhador não sabe de onde veio ou para onde vai aquilo que produz diariamente, pois ao vender sua força de trabalho o que lhe interessa é receber o salário correspondente ao período da venda, como lhe é imposto. "Para além da fábrica, essa lógica de produtivismo,

Para além da fábrica, essa lógica de produtivismo, eternizada no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, também se

eternizada no filme “Tempos manifesta determinando a vida social em espaços de produção Modernos”, de Charles Chaplin, também se manifesta determinando a vida social em espaços de produção que atravessam a linha de montagem"

que atravessam a linha de montagem. Metas Ao observar a área de saúde, identificam-se médicos que atentem pacientes olhando no relógio, estabelecendo até mesmo um tempo rigoroso no qual cada consulta deve acontecer. Enfermeiros que realizam determinadas triagens que deverão estabelecer qual paciente deverá ter prioridade da

fila de espera, como se fossem gados diante da morte. Matematiza-se a dor e a vida e tudo mais que for possível. Nas farmácias, vendedores são obrigados a baterem metas. Precisam vender a todo custo. Se o comprador levar apenas o remédio (droga) necessário, não se consegue “bater meta”... é necessário perguntar (como se estivesse em uma quitanda): “Só isso? Não quer levar mais alguma coisa?”. Nas lojas de roupas, quase o mesmo: as metas! O vendedor é obrigado a trabalhar sobre pressão absurda, pois o fim do mês está chegando e ele está longe de atingir a meta imposta pela empresa. Para não ser motivo de chacota, sob assédio, vai tentar empurrar mercadoria para todos os familiares... vale quase tudo! Nos bancos, o sistema financeiro opera com a mesma lógica. A truculência parece estar distribuída democraticamente! Bancários que devem atingir uma meta de número de apólices vendidas, cartões de crédito etc. É uma loucura o findar do mês... também aqui os

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familiares são obrigados a dar aquela “força”, soca-se cartão em todo mundo, desde que já tenha idade para um CPF... nem as crianças escapam! Leia mais: Colunistas (http://www.carosamigos.com.br/index.php/colunistas) Corrida eleitoral americana e suas implicações no Brasil (http://www.carosamigos.com.br/index.php/artigos-e-debates/5938-corrida-eleitoralamericana-e-suas-implicacoes-para-o-brasil) Alckmin usou R$ 3,37 bi em assinaturas de jornais e revistas (http://www.carosamigos.com.br/index.php/cotidiano/5936-alckmin-usou-r-3-37-mi-daeducacao-em-assinaturas-de-jornais-e-revistas-dos-amigos) Mais artigos de Jean P. de Menezes (http://www.carosamigos.com.br/index.php/component/search/? searchword=Jean%20P.%20de%20Menezes&ordering=newest&searchphrase=exact&limit=20) O servidor da prefeitura, encarregado de realizar as multas de trânsito também deve bater metas se desejar manter o abono. Multa por todos os lados... quando não, multas forjadas também valem e quem se sentir roubado terá que entrar com recurso no departamento competente! O sorveteiro, aquele bom velhinho, brutalmente explorado, mas que faz a alegria da garotada (e dos grandões também), não está salvo desta lógica! Pois “só ficarão na nossa equipe de vendedores aqueles que forem mais ativos”! Sem moleza, tem que atingir as metas também. No jornal, o escritor deve atingir um número de leitores, uma meta também. Se o texto não tiver retorno será necessário ver o que está acontecendo. Texto muito difícil? Escrita muito erudita? Assunto muito complexo? Tudo isso influencia na produção, no produto! Isso mesmo, “produto”! O estudante, também tem que bater metas. Mais uma vez se matematiza a vida. Conheço muitos casos em que o aluno de pós-graduação (em educação), pasmem, deve entregar produtos aos orientadores (chamam um artigo de “produto”)!!! E isso não é em qualquer universidade... isso acontece no Departamento de Pós-graduação em Educação da Unesp de Marília, no interior do Estado de São Paulo! Imaginem que uma aberração dessas ainda

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acaba virando referência para outras universidades de qualidade mais baixa ainda! E se regozijam por isso, por produzirem “produtos”! Se não bastasse alguns destes orientadores se reivindicam marxistas, claro que não o são. "Conhecimento por quilo" O professor não escapa desta lógica titânica de reprodução mecanizada da existência. Diferente do que muitos professores, orientadores, ditam aos seus alunos, o conhecimento não dá para ser pesado como alguns quilos de salsicha! Cobra-se a produção, produção, mas produção de

"Produzir conhecimento

conhecimento? Sim, em meses e a todo vapor! Atenção para os nesta lógica não é o mesmo prazos! Já publicou este semestre? Já preencheu o relatório no que produzir conhecimento. sistema da universidade? Já apresentou trabalhos esse semestre? Quantos? Onde? Qual o qualis desses lugares??? Produzir conhecimento nesta lógica não é o mesmo que produzir conhecimento. Trata-se de uma lógica nitidamente

Trata-se de uma lógica nitidamente trituradora de seres humanos, molestadora de vidas e de destruição de qualquer ser brilhante!"

trituradora de seres humanos, molestadora de vidas e de destruição de qualquer ser brilhante! A lógica de produção do conhecimento adotada pelas universidades é justamente para que não se produza conhecimento algum, ao menos substancialmente pensando, pois qual seria o segredo de conseguir produzir em meses o que muitos pensadores levaram a vida toda para apresentar, mesmo incompletamente???!!! Ovelhas A lógica que me refiro aqui, no caso de alunos e professores universitários, distribui títulos, quase sempre vazios, de doutores, mestres, especialistas, pós-doutores etc. Mas não gera as condições mínimas para que o conhecimento seja realmente desenvolvido. Alunos que mais parecem ovelhas repetindo o balido de seus orientadores; orientadores que comem na cartilha da agência de fomento; se não bastasse, tornam-se intelectuais orgânicos de empresas como a Perdigão, Sadia etc. e voltam-se contra aquela parcela de alunos e professores que se levantam diante desta lógica! Sicofantas. Há anos venho alertando sobre esta lógica e os seus efeitos perversos no universo acadêmico. Se dermos atenção aos relatos (pois este assunto me parece tabu e os números são incógnitos, embora tudo indica que devam ser elevados) observaremos que

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não estamos em apenas um patamar idiotizante de grande parte da universidade, pública sobretudo, mas em um momento da história em que esse tipo de relação social do trabalho se transformou em questão de saúde! Na essência, qual é a diferença desta lógica operando na fábrica ou nas demais áreas da sociedade de classes? Não há diferença. Por mais que muitos ainda se iludam por não estarem necessariamente na fábrica (até porque não é de interesse do capital que todos os seres sejam operários), estamos quase todos em um fábrica gigantesca e os fundamentos da sociabilidade são mais complexos do que aquela emblemática figura da fábrica que podemos ter na mente. A reestruturação produtiva deu conta de nos meter na fábrica, de meter a fábrica para além da fábrica e, no caso da universidade, conseguem fabricar toupeiras eficazes para o desenvolvimento de seus “produtos”. Isso quando não somos chutados para o exército industrial de reserva!

♦ Jean Paulo Pereira de Menezes é professor universitário e pesquisador do Grupo de Estudos Filosofia da Práxis; email: [email protected] capitalismo, (/index.php/component/tags/tag/251-capitalismo) Jean P. de Menezes, (/index.php/component/tags/tag/1737-jean-p-de-menezes)

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