A FALÁCIA DA DEMOCRACIA NA MÍDIA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CENTRAL DE CURSOS DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU CURSO DE FILOSOFIA

Deisy Boroviec

BRASIL, PLATÃO E A FALÁCIA DA DEMOCRACIA NA MÍDIA

Mato Grosso 2016

DEISY BOROVIEC

BRASIL, PLATÃO E A FALÁCIA DA DEMOCRACIA NA MÍDIA

Trabalho de Conclusão de curso, apresentado como requisito para aprovação no curso de pósgraduação Lato Sensu de Filosofia, da Universidade Estácio de Sá, sob orientação do professor Emerson Ferreira da Rocha.

CUIABÁ – MT 2016

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Deisy Boroviec Brasil, Platão e a falácia da Democracia na Mídia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Filosofia.

Aprovada em, 31 de janeiro de 2016.

Examinador

Professor Emerson Ferreira Rocha

NOTA FINAL:__________

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RESUMO Este trabalho deve ser um diálogo entre a República brasileira e a República de Platão. Começo por afirmar que a Democracia tão pregada pela República no Brasil é diferente da grega, bem como nunca foi defendida por Platão, ao contrário, repudiada. Aqui no Brasil, Democracia e Platão são sinônimos para muitos, por não terem estudado história e por acreditarem em tudo que a mídia dominante conta para a sociedade, sem questionar. Ou se questiona, não busca fontes alternativas de informação. Palavras-chave: Mídia, Comunicação, República, Democracia, Brasil, Grego, Grécia, Platônico, Platão.

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ABSTRACT This works would be a dialog between the Brazilian Republic and the Republic of Plato. Start by stating that democracy as preached by the Republic in Brazil is different from Greek, and has never been defended by Plato, by contrast, put away. Here in Brazil, Democracy and Plato are synonymous for many, because they have not studied history and believe in everything that the mainstream media has on society, without question. Or wonders, does not seek alternative sources of information. Keywords: Media, Communication, Republic, Democracy, Brazil, Greek, Greece, Platonic, Plato.

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SUMÁRIO Introdução.................................................................................................................01 1 – Desenvolvimento................................................................................................05 2 - Conclusão............................................................................................................17 3 - Referências Bibliográficas.................................................................................18 4 - Anexos................................................................................................................25

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Agradeço ao Poder Positivo que rege o Universo. Também agradeço aos professores da Educação à Distância e à Universidade Estácio de Sá que me proporcionaram esta oportunidade.

"Em todas as épocas, o conhecimento foi avaliado com base em sua capacidade de representar fielmente o mundo. Mas como fazer quando o mundo muda de uma forma que desafia constantemente a verdade do saber existente, pegando de surpresa até os mais ‘bem-informados’?” (Zygmunt Bauman)

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Introdução Diz um ditado popular: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. A sociedade ocidental foi formada pela igreja Católica, que foi criada pelo Império Romano e que teve como grandes teóricos: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que buscaram nos filósofos gregos – Sócrates, Platão, Aristóteles - o fundamento para os axiomas cristãos, que foram ensinados pelos Jesuítas etc. Sendo assim, de geração em geração o pensamento no Ocidente tem a mesma origem, mas como um bom livro, é interpretado de acordo com as experiências individuais e acontecimentos coletivos. De forma viva as mudanças são naturais e necessárias para a sobrevivência. Por isso, muitas informações que chegam até nós, chegam com a ‘carga’ da vivência de outros: transformadas! Porque mesmo sem conhecer Filosofia, é próprio do ser humano filosofar, ou seja, mudar de acordo com interesses próprios a sua história, mesmo mimetizando quando é profícuo. Aqui neste texto, a República democrática brasileira é confrontada com a República de Platão, sim a obra dentro da vida! Neste artigo há um cruzamento de informações da individualidade do brasileiro atual. Sua atuação para criar políticas públicas voltadas ao bem estar da comunidade e como se passa esse exercício da cidadania bem dirigido, pelo monopólio da mídia nacional, na defesa de que a República parece platônica, pois, a democracia não é exercida efetivamente, mas há uma sensação de liberdade democrática. A democracia grega que pensam que vivem por aqui, era abominada por Platão: ele defendia um sistema Aristocrático em sociedade baseado na Justiça, bem discutida na obra citada. Para o indivíduo – do Latim indivisível – este trabalho é baseado no pensamento do psiquiatra suíço, do século passado, Carl Gustav Jung. Quanto à reflexão comunitária, haverá uma espécie de ‘acareação’ entre as informações do livro ‘A República’ com as obras e os acontecimentos contemporâneos, entendidos, inclusive, dentro do processo editorial feito pelos ‘donos’ da informação no país: os veículos de comunicação de massa. Podemos começar pela breve experiência democrática com a eleição do mato-grossense Eurico Gaspar Dutra em 1945 até a deposição de João Goulart em 1964. Foi uma eleição direta dos brasileiros e das brasileiras com mais de dezoito anos e alfabetizados. Nesse período, o cuiabano cassou o registro do PC do B, fato

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curioso é que o grande expoente da literatura brasileira, Jorge Amado, ficou fora do processo legislativo brasileiro naquela ‘democracia’. Em 1951 volta ao Poder Getúlio Vargas, de ditador ele se torna o ‘pai do trabalhador’. Ainda num país democrático, o General Henrique Lott garantiu a posse de Juscelino Kubitschek em 1955. Lott tentou suceder Kubitschek, mas com a promessa de varrer a corrupção no Brasil, Jânio Quadros foi eleito. Em seis meses ele renunciava. O vice-presidente assumia em regime parlamentarista. João Goulart consegue fazer um Plebiscito em 1963 e traz o presidencialismo de volta. O monopólio midiático alertava para o ‘perigo’ comunista. Os brasileiros assustados e com fontes restritas de informação e sem formação acadêmica apoiaram o golpe. Quatro anos depois, o Ato Institucional número 5 suspendia garantias individuais. Silenciados pela Lei, poucos brasileiros percebiam a perda de autonomia, de democracia, pela plena invasão cultural norte-americana que chegava de forma hollywoodiana,

pela

Educação

que

padronizava

o

pensamento:

crianças

socioeconomicamente diferentes que chegavam à escola sem conhecer a linguagem ‘padrão’, ou seja, a linguagem da população mais favorecida socioeconomicamente – a mudança da Escola a partir de 1960 é corroborada por Claudio Bazzoni em vídeo anexado. Um país que chega em 1985 com o pedido das “Diretas Já” concedidas. O presidente eleito morre, assume mais um vice-presidente no Brasil: José Sarney. Bom, agora chegamos à democracia de novo, salve a Constituição de 1988! Em 2015, a Esquerda lidera o Executivo (PT) e o Legislativo (PMDB): foi eleita e democraticamente metade da população, descontente, vai às ruas pedir o Impeachment de Dilma Rousseff. Será?! Dois partidos: PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e PT (Partido dos Trabalhadores) venceram as eleições em 2014. Os dois grupos se desalinharam, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), parecem tramar a saída da presidente do país (PT). Um quadro profetizado por Florestan Fernandes em sua obra: “Que tipo de República?”, anexada ao trabalho. Mas quem perde com a briga promovida pelos partidos de Esquerda e de Direita (PSDB) ainda é o povo: “Quando os elefantes brigam, quem paga o pato é a grama. Na guerra entre dois pretendentes à ditadura, a sorte dos pobres, dos indolentes e dos

3 incapacitados por outros motivos para atingir as condições de sobrevivência física e social acaba, na prática, quase esquecida. Mas apresentar as duas ditaduras como a principal oposição e o principal dilema da sociedade contemporânea é profundamente equivocado: é fácil tomar as aparências por realidade e as declarações por medidas concretas.” (BAUMAN, 2010, p. 30)

Até aqui, história! Vamos filosofar: Florestan Fernandes expressou seu sentimento no dia 14 de maio de 1986, na Folha de São Paulo, durante a redemocratização: “Em nosso país não existe democracia” (FERNANDES – p. 38). Antes de desenvolver o pensamento proposto por esta revisão bibliográfica, é importante relatar que a obra de Platão é um diálogo. Começa com o tema ‘velhice’ e ao longo do debate a Justiça é compartilhada de pontos de vista diferentes. São dez livros, trataremos especificamente do segundo e do sétimo, que abordam os conhecidos temas: ‘O anel de Giges’ e a ‘Caverna de Platão’. O filósofo – bem como seu mestre Sócrates e seu discípulo Aristóteles - foi um divisor de ‘águas’ definiu cinco formas de governo: Aristocracia, Timocracia, Oligarquia, Democracia e a Tirania. Relembramos que Platão viveu num período democrático, regido pelo tempo ocioso dos cidadãos gregos que eram servidos pelos escravos. Ele era discípulo de Sócrates que foi assassinado pela Democracia grega! É possível ter simpatia por um sistema que ‘mata’ seu mestre?! Não tem, porque há valores que transcendem a loucura da espécie humana, como, por exemplo, o direito de enterrar os mortos, fato bem retratado em Antígona. Nem a liquidez da vida moderna apaga o pós-materialismo, onde o bem estar prevalece. Bom ou ruim, carregamos, parece que, geneticamente! “...as raízes de todos os males sociais, estão profundamente entranhadas no modo como nos ensinam a viver: em hábito, cultivado com cuidado e agora já bastante arraigado...” (BAUMAN, 2010, p. 24)

Na frase acima, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman expõe os empréstimos infinitos que a sociedade atual se submete para manter o consumo, fruto da sociedade industrial e alicerçado no Estado capitalista. Para este trabalho, o que vale é que aprendemos e dificilmente vamos querer sair do nosso estado de conforto para mudar efetivamente nossa comunidade. É o bem-estar do pós-materialismo!

4 “O pós-materialismo pode ser caracterizado como um conjunto de valores ligados ao bem-estar subjetivo e à qualidade de vida, por oposição àqueles centrados na segurança econômica e física, de acordo com o criador do conceito, o cientista político Ronald Inglehart.” (PIAUÍ, 2015, p. 34)

A partir dessas ideias iniciais vamos formar o senso comum de Justiça e de Democracia, não essa na sua essência, mas a que é percebida pelos brasileiros contemporâneos a este artigo. Com Platão, Jung, Bauman, Fernandes, e os registros audiovisuais, introduzimos a analogia do que vivemos e do que pensamos sobre democracia, bem como o que foi deixado pelo filósofo da antiguidade. O pensamento platônico define que a democracia não é a melhor forma de governar porque ela não atende de forma justa a sociedade: “A Justiça consiste em fazer bem aos amigos e mal aos inimigos?” (PLATÃO, 2001, p. 17).

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1 - Desenvolvimento “Afirmo que a Justiça não é outra coisa senão conveniência do mais forte” (PLATÃO, p. 25). A frase está registrada no primeiro livro platônico e corroborada nas páginas seguintes: “A Justiça consiste em fazer o que é conveniente para o mais poderoso” (PLATÃO, p. 27). Para os brasileiros, da nova era democrática, verbalizar o que está errado, o poder de protestar é a democracia. Foi o medo do desconhecido que levou ao golpe de 1964. Só não gostou da situação, quem tinha ‘voz’ e a perdeu durante a Ditadura. Ter um pastor que oriente o rebanho é mais seguro. Refletir pode ser fácil, mas reunir informações suficientes e eficazes é árduo. As basófias se tornam axiomas onde o conhecimento não tem terra fértil. Mimetizar é menos custoso de aprender, bem como menos espinhoso de ensinar. Então o mundo dualizado por Platão foi adaptado à Igreja Católica: Bem versus Mal. As certezas são absolutas: o povo tem o voto direto, o cidadão pode se manifestar. Logo, resistimos a uma democracia plena porque engolimos os pensamentos mastigados da mídia, da Escola, das igrejas etc. O mundo sistematizado é mais confortável. Linhas bem definidas podem evitar erros, e se não evitá-los, temos uma boa desculpa para o equívoco. O que deve ser percebido é que a Lei é feita para os homens e não os homens para Lei, como está no Evangelho segundo Jesus Cristo. O idioma é vivo: recebe neologismos a cada geração, então como poderiam ser as leis eternas?! “Em suma, a lei não é estática, e a lei suprema, configurada pela Carta Constitucional, precisa ser ajustada de várias maneiras a imposições e constrangimentos que nascem do próprio desenvolvimento capitalista e dos seus reflexos mais ou menos profundos nos interesses antagônicos das classes sociais e nos riscos mais ou menos graves que eles acarretem para a ruptura da ordem” (FERNANDES, 2007, p.30)

O mundo platônico era menor: a globalização começou com as grandes navegações, quando os portugueses e espanhóis tinham acesso restrito à Índia. No século passado a forma de se comunicar ficou mais veloz, as fontes de informação se multiplicaram.

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A diversidade comunicacional: outro mato-grossense que fez história no Brasil, o marechal Mariano Cândido Rondon foi incumbido pela ‘pátria amada’ a interligar o centroeste com linhas telegráficas. Em 1900 ele começou o trabalho que chegou a Corumbá, ao sul do Estado. Em 1907, foi realizada a obra mais importante: de Cuiabá à Rondônia. Importante registrar que até 1949, Rondônia fazia parte de Mato Grosso, bem como Mato Grosso do Sul deixou de fazer parte deste território em 1979. As linhas telegráficas foram abandonadas por outro projeto que fazia a voz viajar por cabos, era a energia acústica transformada em energia elétrica: o telefone. A invenção do escocês Alexander Grahan Bell chegou ao Brasil ainda no século XIX. Ganhou força na primeira metade do século seguinte. Eram muitas novidades: o rádio de Guglielmo Marconi, o Cinema dos irmãos Lumiére que aprenderam a animar as imagens de Nicéphore Niépce, talvez baseados na invenção de Athanasius Kircher, o jesuíta alemão que já sabia brincar com o movimento de figuras, ainda no século XVII. Os ingleses inventaram a televisão, os americanos o videotape etc. A partir de 1950, quando a televisão chegou ao Brasil com Assis Chateaubriand, nossos conterrâneos aprendiam a conviver com esse meio que não era nada elitizado como os livros, revistas e jornais. Enquanto saíamos da Guerra Fria, as invenções, que inicialmente eram para haver comunicação durante os blecautes eminentes nos conflitos, começaram a entrar nas casas dos cidadãos comuns: a rede mundial de computadores. Chegamos ao início do século XXI familiarizados com os telefones portáteis que mostram a imagem com quem falamos, melhor do que foi sonhado por Charles Chaplin em seu filme “Tempos Modernos”, no início do século passado. As mídias sociais reuniram parentes distantes, amigos que geograficamente seria impossível conectá-los, até mudou a compreensão do verbo ‘conectar’! Estamos mais interligados do que quando Marshal McLuhan criou a expressão Aldeia Global! O filósofo não teve tempo de conhecer as mídias sociais, mas como outros grandes intelectuais citados anteriormente, ele conseguia enxergar mais longe. Assim como Frei Betto descortinava as relações virtuais, quando elas começaram no Brasil, no final da década de 1990. Em artigos publicados à época e numa palestra, com a ideia imortalizada pela internet:

7 “A realidade virtual é positiva, do ponto de vista da interação no planeta, que se transforma numa pequena aldeia, mas perigosa do ponto de vista da abstração dos valores. Em outras palavras, do meu quarto no convento no bairro das Perdizes, em São Paulo, posso ter um amigo íntimo em Tóquio, mas não quero nem saber o nome do vizinho de porta.” (FREI BETTO,1997)

Aqui voltamos à Justiça e à Democracia. A internet é um instrumento democrático, sem dúvida, para quem pode usá-la, mas é justa?! Podemos escolher fazer amigos ou inimigos, sem nunca precisar encará-los. Até que ponto vamos poder falar o que quisermos e receber injúrias sem ao menos termos provocado?! Os crimes nas redes sociais começam a chamar a atenção das autoridades nesta década. O aliciamento de jovens europeus pela internet, para atuarem no Estado Islâmico fundamentalista, é destaque na Mídia atual. Como, por exemplo, apresentou no mês de dezembro, de 2015, a revista Piauí: a trajetória do jovem belga Jejoen Bontinck que foi cooptado por forças extremistas árabes. A foto do rapaz foi estampada na página 49 da revista. O que ele pensa ninguém sabe. O jovem foi seduzido pelo mundo virtual. O que está registrado na matéria é que depois de sair da frente do computador, e ter viajado ao inferno extremista, no seu retorno, os belgas não conseguiram dar-lhe a segurança que ele teve no tempo que passou na Síria. “Ninguém lhe oferecera um acordo ou proteção como testemunha, porque, nas palavras do funcionário da segurança belga, ‘assim é o sistema na Bélgica’. Embora tivesse revelado segredos da jihad, Jejoen acreditava que poderia voltar em segurança para a Síria.” (PIAUÍ, 2015, p. 55)

Na matéria citada, ilusão de algo melhor levou uma vida para um Oriente violento. O poder da comunidade virtual é o topo da pirâmide da Comunicação de Massa e a melhor forma de segmentar assuntos e públicos. Cada um escolhe o que ler, o que ver, quem seguir etc. No entanto, muitos não sabem o que fazer com tanta informação. Ser o próprio editorialista, ou seja, escolher o assunto para fechar a sua semana ou seu dia não é nada fácil para quem não é um comunicador profissional. Aquele que conhece as teorias já estudadas e as que estão por vir sabe que há um

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respaldo do estudo psicológico dos seres humanos para envolvê-los. A éminence grise – do francês para eminência parda – é a forma de induzir que outros tomem atitudes ‘em nome da honra’, quase sempre, ou em nome do Bem contra o Mal. Em grandes multidões são os feromônios que agem. Pela internet, as batalhas são travadas por memes, esses ganham destaque em meio a tanta informação. São textos ou audiovisuais curtos com frases de efeito, reproduzidos de forma viralizada na rede. O termo foi criado em 1976 por Richard Dawkins em seu bestseller “O gene Egoísta”. Autores que de certa forma preveem o que virá pela frente, assim como em ‘Admirável Mundo Novo’, o autor disserta sobre situações que para nós é comum, enquanto parecia algo futurista no tempo de Adous Huxley. A velocidade da informação não criou cidadãos mais politizados. Engendrou um povo ‘briguento’ e ‘rancoroso’. Não há reflexão na rede mundial de computadores, há os repetidores de informação: são os memes que ganham espaço para ridicularizar desconhecidos e fortalecer o trabalho de marqueteiros, que agora só precisam viralizar informações, que poucas vezes correspondem com a realidade. Mimetizando, os brasileiros acham que estão participando da democracia brasileira. Os escravos gregos não tinham acesso ao conhecimento e muito menos tinham voz naquela democracia. Aqui, os cativos das emissoras de televisão, e de memes, avacalham e pouco se importam com o que fazem, pois não percebem que pertencem à massa. Acreditam piamente que exercem a democracia porque podem ‘berrar’ nas mídias sociais aquilo que não têm coragem de dizer com educação e conhecimento, baseados nas Ciências e no empirismo, ao chefe, por exemplo. A Constituição brasileira de 1988 garantiu o direito de expressão em seu artigo V. E a democracia?! “...a democracia é uma ficção ou uma mistificação grosseira e qualquer modalidade de regime republicano se corrompe em um fechar de olhos, convertendo-se em tirania indisfarçável, em despotismo dos de cima” (FERNANDES, 2007, p.30)

O povo retomou o poder, a democracia voltou, mesmo sem entender de leis, todos os brasileiros podem ser eleitos para legislar. Mesmo aqueles que ‘quebraram’ a própria vida econômica-privada ou seu próprio CNPJ (Cadastro

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Nacional de Pessoas Jurídicas), o cidadão que nunca ouviu falar do estadunidense Frederick Taylor, considerado o pai da Administração Científica, pode ser o chefe do Executivo nas três esferas: Municipal, Estadual e Federal. Mesmo sem compreender a palavra Filosofia, todos podem filosofar, polarizar, infernizar a vida de desconhecidos pela internet, com suas verdades incontestáveis. Ir contra o discurso pronto é um erro. “As vítimas são convertidas em inimigos da ordem, em ‘agentes o terro’: como o escravo, o homem pobre destituído e os que possuem coragem de aliar-se a eles são concebidos como ‘inimigos públicos’ e tratados segundo a concepção de que ‘o bom inimigo é o inimigo morto’. Portanto, a barbárie se reconhece como civilização e dispõe de todos os meios modernos e ultramodernos, inclusive o controle do Estado e dos seus aparelhos policial, militar e judiciário, para calar o Brasil e convertê-lo em ‘uma África’ do século XX” (FERNANDES, 2007, p.35)

Quem coloca e quem tira os poderosos nesta democracia em que vivemos é a mídia, a Escola, as igrejas, as famílias etc. Somos um conjunto do que vivemos e das ciências segregadas. Quando mimetizar facilita a vida, ser o sujeito estético do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, significa colocar no outro a responsabilidade de decidir. “É sim verdade, eu vi na televisão”, uma frase comum no Brasil contemporâneo. Mas poucos vão atrás de entendimentos diferenciados sobre a mesma história. Porque a verdade pronta é cômoda, não dói aos olhos, como conta a história da ‘Caverna de Platão’, daqueles que procuraram ‘fontes’ novas de informação sobre o mundo fora da concavidade profunda, relatada no sétimo livro da ‘República’: “Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, refletidas na água, e, por último, para os próprios objetos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia” (PLATÃO, 2001, p. 211)

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Para o filósofo, crente que a Aristocracia seria a melhor forma de governo, ou seja, aquela executada por estudiosos que teriam condições de liderar a partir dos 55 anos, pois estariam realmente prontos. Na sociedade virtual em que vivemos a gerontocracia perdeu espaço, a informação chega mais rápida, as crianças têm mais conhecimento sobre o mundo no século XXI. Mas o que fazer com tanto conhecimento: refletir ou mimetizar. “As enormes quantidades de informação competindo por atenção parecem muito mais ameaçadoras para os homens e mulheres comuns do que os poucos ‘mistérios do Universo’ que ainda restam e que interessam exclusivamente a um pequeno grupo de maníacos da ciência e ao número ainda mais restrito dos que disputam o Prêmio Nobel” (BAUMAN, 2010, p. 57)

Ao mimetizar, caímos na cilada de talvez construir um mundo mais corrupto porque os aforismos replicados em segundos podem significar uma luz no final do túnel, como aconteceu com o jovem que foi para a Síria em busca de algo melhor e não teve salvaguarda em sua volta à Belgica. Seguindo rumos sem lastro, muitos jovens entram na política, com o sonho do poder, do dinheiro e da fama. A crença em se tornar um político e enriquecer com dinheiro público, que sem refletir, esse recurso deveria ir para a Saúde, Educação entre outras políticas públicas que melhoram a vida coletiva. Sem pensar, que no futuro todos sofreremos com o alto índice de violência pela má distribuição de renda e pelo distanciamento que se apresenta maior, em 2015, entre o rico e o pobre. A impressão que temos é de que as eleições de 2014 ainda não terminaram. A democracia brasileira permite a gritaria “Fora Dilma”. Os memes, com ajuda da mídia, aliada aos grandes capitalistas brasileiros, fazem o povo acreditar que Aécio Neves entra se a Rousseff cair. Poucos explicam que é o PMDB do vicepresidente Michel Temer e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que assumirá o poder no caso do impeachment. O povo sabe que não sabe, mas sabe que a coisa vai mal. O jornalista brasileiro André Singer relata bem o desastre do mau versamento de verbas públicas ou falta de planejamento neste mandato, em sua matéria intitulada ‘O Lulismo nas cordas’, na revista Piauí. Ele compara o desenvolvimentismo brasileiro no início da administração petista ao New Deal, de Franklin Delano Roosevelt, a partir de 1968

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nos Estados Unidos da América. Lá o plano deu certo, por aqui os números cresceram inicialmente. “Em 2010, o Brasil crescia a 7,5%, o desemprego, que era de 10,5% em 2002, caíra para 5,3% e o salário mínimo valia 54% mais do que no final da era Fernando Henrique Cardoso. Com emprego em alta, os trabalhadores de carteira assinada obtinham ganhos reais em quase todos os dissídios coletivos Viagens de avião, tratamento dentário, automóvel e diploma universitário se tornavam acessíveis a camadas populares. A casa própria, ainda que de qualidade e localização duvidosos, colocava-se ao alcance da baixíssima renda.” (PIAUÍ, 2015, p. 31)

Na mesma matéria, o jornalista esclarece com dados oficiais aos números em que os brasileiros chegam à 2016. “Com o Produto Interno Bruto em recuo de 3%, inflação ao redor de 10%, o desemprego em alta de 80% desde dezembro último – chegou a 7,9% - o salário médio real em queda – menos 7% em relação a outubro de 2014 -, metalúrgicas, cabeleireiras e até diplomadas em propaganda buscando emprego como domésticas, a reação antilulista eufórica, a Operação Lava Jato a pleno vapor, a base partidária lulista esfrangalhada, a próxima eleição municipal, complicadíssima – com tudo isso o ao novo deverá ser agônico quanto o que se encerra, podendo, de fato, selar o fim do sonho rooseveltiano” (PIAUÍ, 2015, p. 31)

Em meio à desinformação, mas sentindo no bolso, na falta de Saúde e Educação, bem como a ausência de Segurança, os brasileiros ‘batem no peito’ e deflagram a baixaria virtual. Sem escrúpulos, grupos políticos criam memes para ridicularizar o adversário: é tão perigoso quanto um combate de torcidas organizadas. Uma guerra, onde vencem os grandes grupos capitalistas. A vantagem da Lei não é para todos como deveria ser. “À Lei não importa que uma classe qualquer da cidade passe excepcionalmente bem, mas procura que isso aconteça à totalidade dos cidadãos, harmonizando pela persuasão ou pela coação” (PLATÃO, 2001, p. 215)

Isso Platão disse numa sociedade escravagista e democrática que lhe foi contemporânea. Em ‘Consolidando a democracia no Brasil’, uma videoaula que está

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anexada a este trabalho, aponta que a democracia iniciada na década de 1980 diminuiu o grau de desigualdade no Brasil. De lá pra cá, foram criadas políticas públicas, inclusive culturais, que a cada dia atendem melhor a sociedade brasileira. Mas a liberdade de expressão ainda é a única arma do cidadão, que ainda não entende a falácia da democracia por aqui. Onde há muita liberdade para ‘falar’ e quase nenhuma para mudar efetivamente a realidade da sociedade organizada. Tudo feito de forma controladora pela ‘grande’ mídia. Basta acompanhar o Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope) para constatar a liderança da Rede Globo, que desde as ‘Diretas Já’ sofre resistência do tipo: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. É algo que deve ser estudado pela área de psicologia, pois, apesar da ignomínia, é a maior fonte de informação do brasileiro. O Ibope confirma em seu site oficial. O simbolismo da liberdade contenta quando as obras não foram executadas, quando o dinheiro foi desviado para contas privadas, vivemos a ilusão da democracia porque xingamos nas redes sociais. “Uma palavra ou imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato.” (JUNG, p. 19). Embora a liberdade do escrutínio esteja garantida pela Lei, no dia-a-dia, o que se percebe é que o cidadão não consegue participar da criação de políticas públicas efetivamente. Porque não tem tempo para participar de audiências públicas realizadas pelas casas legislativas ou mesmo não tem conhecimento suficiente para entender que deve ter ‘voz’ inteligente. O povo sabe que não sabe, mas julga como se tivesse conhecimento assaz para julgar seus eleitos: “Quando a mente explora um símbolo, é conduzida à ideias que estão fora do alcance da nossa razão” (JUNG, 2008, p. 19). As imagens da internet, as piadas prontas, bem como as frases de impacto vão formando os filósofos virtuais, os quais precisam ‘acordar’ para um mundo mais complexo, que deveria ser construído nas universidades. “Os sentidos do homem limitam a percepção que este tem do mundo à sua volta. Utilizando instrumentos científicos, ele consegue, em parte, compensar a deficiência dos sentidos” (JUNG, 2008, p. 21)

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Não é possível emitir opinião sem conhecer profundamente o assunto e mesmo o conhecendo, o julgamento é arriscado. Mas para exercer a democracia brasileira é necessário saber que os magistrados que fazem cumprir a Lei estudaram muito para ocupar o cargo enquanto para legislar, fiscalizar, administrar o dinheiro do povo, basta ser alfabetizado. Esse último, o eleito que conquistou o voto direto em 1945. Desde então, amigos e conhecidos em todo o interior dos Estados vão formando a ‘teia maquiavélica’ do poder. Porque é assim na prática. As câmaras municipais, assembleias legislativas, prefeituras, governos de Estados e até a presidência são cargos para os amadores, aqueles que aprendem fazendo. O empirismo da política brasileira deixa gerações e gerações empacadas pela falta do conhecimento prévio da administração pública, que lentamente vem sendo ocupada por cargos técnicos e por analistas, aqueles que se preparam e passam em concursos públicos. O que espanta é que registros antigos sobre o comportamento do ser humano são os mesmos atuais, em meio à evolução do Estado ainda existem aqueles que se declaram apolíticos. E vem a lição de Bertold Brecht, da primeira metade do século passado sobre ‘O Analfabeto Político’: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais” (BRECHT, anexo)

Falamos de dois tipos de analfabetos, aquele do texto do dramaturgo alemão citado acima e o analfabeto que não conhece as letras: não sabe ler e escrever. Desconhece a gramática, mas como diria Paulo Freire ‘sabe ler o mundo’. Esse segundo está atento aos telejornais e às conversas entre pessoas em que deposita credibilidade. Muitas vezes, não percebe que sabe, mas não sabe expressar o conhecimento dos acontecimentos factuais. Apenas sente:

14 “Há, ainda, certos acontecimentos de que não tomamos consciência. Permanecem, por assim dizer, abaixo do seu limiar. Aconteceram, mas foram absorvidos subliminarmente, sem nosso conhecimento consciente.” (JUNG, 2008, p. 22)

Está aí um grande problema, porque este pensa que sabe, conhece pela mídia, pode acabar mimetizando por não ter um conhecimento sustentável. O conhecimento acadêmico seria o início para a reflexão, levando aos níveis mais adequados. Os telejornais tratam os assuntos de forma superficial, os impressos com mais detalhes, mas são os livros, os artigos científicos que dão o contorno do conhecimento respaldado na Ciência. Esse, aliado ao bom caráter, ou seja, não pode ser obliterada a necessidade de agir de forma justa. Voltamos a Platão, a Justiça está em cada um de nós, que podemos criticar as ações públicas e os monopólios que sugam a mais valia, mas temos que individualmente agir de forma que não prejudique a sociedade e mesmo o outro. Todos nós temos o Anel de Giges em nossas decisões. Podemos usar todos os meios para o bem ou para o mal, é uma escolha: “Devido a uma grande tempestade e tremor de terra, rasgou-se o solo e abriuse uma fenda no local onde lelé apascentava o rebanho. Admirado ao ver tal coisa, desceu por lá e contemplou, entre outras maravilhas que para aí fantasiam, um cavalo de bronze, oco, com umas aberturas, espreitando através das quais viu lá dentro um cadáver, aparentemente maior do que um homem, e que não tinha mais senão um anel de ouro na mão. Arrancou-lho e saiu. Ora, como os pastores se tivessem reunido, da maneira habitual, a fim de comunicarem ao rei, todos os meses, o que dizia respeito aos rebanhos, Giges foi lá também, com o seu anel. Estando ele, pois, sentado no meio dos outros deu por acaso uma volta ao engaste do anel para dentro, em direção à parte interna da mão, e, ao fazer isso, tornou-se invisível para os que estavam ao lado, os que falavam dele como se se tivesse ido embora. Admirado, passou de novo a mão pelo anel e virou para fora o engaste. Assim que o fez, tornou-se visível. Tendo observado estes fatos, experimentou, a ver se o anel tinha aquele poder e verificou que, se voltasse o engaste para dentro, se tornava invisível; se o voltasse para fora, ficava visível. Assim senhor de si, logo fez com que fosse um dos delegados que iam junto do rei. Uma vez lá chegando, seduziu a mulher do soberano, e com o auxílio dela, atacou-o e matou-o, e assim se tomou o poder.” (PLATÃO, 2001, p. 46)

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Observar o flanco da situação e usar o discernimento para selecionar a melhor opção. Justiça não é fazer o bem só aos amigos e na democracia corporativa é o que vivemos: assim como na igreja católica, ao longo de séculos, muitos crimes foram ocultados. Atualmente percebemos grupos oligárquicos que se protegem democraticamente. Os fatos apontam que a Esquerda e a Direita andam de mãos dadas quando o assunto é resguardar seu rebanho. Seduzindo rainhas e matando reis, nossa democracia caminha preservando sua espécie corporativa. A República democrática controla sem constrangimento por meio das mídias. As massas são tomadas por feromônios e decidem de acordo com a maioria. É supremacia do senso comum. “A faculdade de controlar emoções que, de um certo ponto de vista, é muito vantajosa, seria, por outro lado, uma qualidade bastante discutível já que despoja o relacionamento humano de toda a sua diversidade, de todo o colorido e de todo calor” (JUNG, 2008, p. 25)

Seria melhor que as pessoas entendessem que não sabem e não conhecem o que é a democracia. Ignoram como o Estado funciona e por terem liberdade de dizer o que lhes vem à cabeça se acham numa forma de governo democrática. Usam as redes sociais para briga de torcidas organizadas de três partidos que controlam as informações que chegam até nós: PT, PMDB e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Usados, o brasileiros entram no espírito de digladiar-se por bandeiras que mal conhecem as cores. Utilizando o conhecimento superficial da política, e da própria democracia que nunca foi platônica. Mas se você perguntar hoje a qualquer transeunte se Platão era a favor da democracia, por haver um conhecimento comum que o filósofo era grego e o sistema de governo era usado em seu tempo na Grécia, vai se surpreender ao ouvir a resposta afirmativa. Todos os cidadãos muito ocupados com a ‘mais valia’, não têm tempo para se inteirar de forma efetiva nos assuntos que criam as políticas públicas e que dão o contorno à nossa democracia. “Cada palavra tem um sentido ligeiramente diferente para cada pessoa, mesmo para os de um mesmo nível cultural. O motivo dessas variações é que uma noção geral é recebida num contexto individual, particular e,

16 portanto, também compreendida e aplicada de um modo individual, particular. As diferenças de sentido são naturalmente maiores quando as pessoas têm experiências sociais, políticas, religiosas ou psicológicas de níveis diferentes." (JUNG, 2008, p. 47)

É natural que cada um entenda a democracia em que vivemos de acordo como lê o mundo a sua volta. O que temos, por hora, é uma democracia controlada pela mídia. Assim como ao entrarmos no carro, colocamos o cinto de segurança automaticamente porque aprendemos ao longo do século o risco dos veículos (carros, caminhões e ônibus) em trânsito, neste momento, estamos aprendendo a usar a liberdade de expressão que é a marca registrada da democracia para os brasileiros. Por enquanto o ‘insulto’ sem conteúdo é a prática da democracia da República dos que se acham platônicos, porque tem o senso de Justiça dualista formado pelo pensamento ocidental, iniciado pelo mestre do filósofo: Sócrates. A sapiência é rasa. Essa ideologia chegou até os latinos pelos Jesuítas formados pelo encaixe feito pelos religiosos: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho. Enquanto os cidadãos usam a rede mundial de computadores para repudiarem a falta de asfalto, as situações precárias das escolas e da Saúde, bem como da Segurança Pública; as audiências realizadas em auditórios das sedes legislativas e até comunitárias servem de palco para aduladores – que terão vantagem no próximo pleito – e não críticos do povo.

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2 - Conclusão Platão acreditava que a Aristocracia era a melhor forma de governo e odiava a democracia que havia matado seu mestre Sócrates. Seu pensamento dualista chegou até nós pela Igreja Cristã que dominou o ocidente: Europa, África e Américas. Onde ainda a democracia se transforma, assim como o conhecimento sobre o mundo. Concluímos que não devemos concluir. Não existe resposta pronta para as novidades. As perguntas nos fazem pensar enquanto axiomas nos fazem mimetizar. Vamos continuar pensando, sabendo que há a falácia na democracia apresentada pela mídia. Por enquanto, democracia é sinônimo de liberdade de expressão, liberdade de falar ou escrever palavras pejorativas, sem efetiva resolução dos problemas sociais. Sem conhecimento não há poder de escolha eficaz. O contentamento em falar, falar, falar etc. Como se estivesse numa sala de psicoterapia, resolvendo internamente, o jeito de aceitar o mundo à sua volta, resolvendo a vida como sujeito estético que colocamos aqui como a vítima da situação, aquele que não se coloca como agente para deliberar sobre os assuntos importantes que envolvem a comunidade. Sinto muito, mas a mídia não vai mudar! Quem ‘paga’ para ‘fazer’ nossa informação não quer necessariamente que consigamos atingir o conhecimento, pois, informação e conhecimento têm sentidos distintos. Ler uma lista telefônica na televisão é passar informação, mas não significa conhecimento, por exemplo. Os profissionais que a fazem podem minimizar a falácia democrática orientando os telespectadores sobre os meios de buscar informações oficiais: Leis, Estatutos, Regimentos, Institutos de Pesquisa etc. A oportunidade do conhecimento é necessária, mas tão imprescindível quanto à vontade de cada em conhecer o sistema democrático brasileiro: buscando em fontes oficiais as informações de transparência obrigatórias por Lei, e não esperando tanto das notícias mastigadas para engolir, sem trabalho. É ter um bom cozinheiro por perto quando se está com fome. Uso a mesma analogia do ministro do Supremo Tribunal Federal, o mato-grossense Gilmar Mendes, relator do Recurso Extraordinário 511961 que acabou com a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão em 2009. Finalizo: ‘comam’ a falácia democrática cozinhada no Brasil.

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