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A FIRMA COMO UM ARTEFATO SOCIOLÓGICO Um "Estranhamento" Com o Legado Coseano

Ihering Guedes Alcoforado

Nesta resenha trato da nota de WLADAWZKY-BERGER (2016), The Evolution of the Firm no qual o autor problematiza a Teoria da firma coseana, tendo como referência o próprio legado coseano tardio. De um lado, apresenta suas premissas de forma sucinta. Do outro, mostra a incompatibilidade com as evidências, fundada na relevância crescente das grandes empresas. Donde nos indagarmos: onde se encontra o problema ?

Na busca desta resposta vislumbramos duas alternativas: A primeira é a seguida pelo autor é que Coase (2002) adiciona novos fatores explicativo da dinâmica organizacional da firma que são irredutível ao frame coseano original (COASE, 1937). Esta interpretação se fundamenta num esclarecimento posterior do próprio Coase, na Conferência do seu Centenário, por meio de uma evidenciação das diferenças estruturais mercado e da firma, quando ressalta a natureza sociológica desta última.

A fundamentação é expressa nas palavras de Irving Wladawzky-Berger, da visão Coase tornada pública, na Conferência aludida acima, segundo a qual os:

" Markets are artificial creations, not something that one can find that exist on their own. Markets appear when people decide to create them. They then negotiate with each other and work out the necessary contracts to make them come about. Sometimes markets work out, and sometimes they don’t." [WLADAWSKY-BERGER, 2016)

Enquanto que, a concepção da firma nas palavras do próprio Coase no evento referido acima, a firma ancora-se em relações que vão além das estritamente econômicas:

“Firms are usually based initially on the family, and they exist in that form, to a large extent today. But firms are not to be analyzed the way I did it in The Nature of the Firm, [which] talked about the firm as if it was an entity in economic theory. . . Firms are organizations in which the different parts of the firm have an interchange with other parts of the firm,… it is a sociological problem not an economic problem…”(COASE, 2009)

De maneira que testa perspectiva a explicação para a dinâmica da firma, não deve ficar restrito a sua dimensão econômica, e, deve incorporar sua dimensão sociológica, em especial as interações no seu interior.

A segunda alternativa parte de um questionamento da

visão sociológica da firma

articulada, em torno da desconsideração da centralidade dos custos de coordenação. De um lado, questiona a desconsideração da redução dos custos de coordenação da atividade econômica no âmbito interno da firma decorrente das novas tecnológicas de controle assentada nas novas TICs (Tecnologias de Informação e comunicação), além das novas possibilidades que essas tecnológicas criam na exploração não só das economias de escala, mas também das economias de escopo no interior das firmas multi-planta.

Do

outro lado, questiona a desconsideração do aumento dos custos de coordenação das atividades cada vez mais complexas via o mercado.

Enfim, a nossa hipótese é externos de coordenação

que a redução dos custos internos e aumento dos custo tornam imperativo a integração dos ativos, ainda que não

acompanhada a integração dos direitos de propriedade, o que se revela de forma emblemática nas organizações hibridas fundada nos contratos e que agasalham a produção integrada e, é isto o que explica a importância crescente das grandes empresas.

BIBLIOGRAFIA

COASE, Ronald Coase, Ronald (1937). "The Nature of the Firm". Economica. 4 (16): 386– 40

COASE, Ronald, (2009) Conference "Markets, Firms and Property Rights: A Celebration of

the

Research

of

Ronald

Coase"

was

recorded

November

23,

2009. http://migre.me/vywv8. Disponibilizado em 23/11/209 e Consultado em 22/12/2016.

WLADAWZKY-BERGER,

Irving., (2016)

The

Evolution

of

the

IN http://migre.me/vyw3q. disponibilizado em 21/1/2016 e consultado em 22/12/2016.

Firm