A FORMA ESSENCIAL DA TEMPORALIDADE INTERSUBJETIVA EM HUSSERL

May 17, 2017 | Autor: Dinho Irlim | Categoria: Edmund Husserl, Filosofía, Fenomenologia, Temporalidade
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A FORMA ESSENCIAL DA TEMPORALIDADE INTERSUBJETIVA EM HUSSERL

Irlim Corrêa Lima Júnior Doutorando do Programa de Pós-graduação em Filosofia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Bolsista CAPES

Resumo: Husserl nas Ideen apontava a empatia (Einfühlung) como a mediação necessária para a constituição das experiências intersubjetivas e de seu correlato mundo objetivo. O presente trabalho, então, retomando esta intuição husserliana anterior à abordagem do tema nas Meditações Cartesianas, problematiza-a à luz da fundamentação e emergência do mundo e da temporalidade intersubjetivos como a forma essencial do presente vivo. Palavras-chave: Empatia ; Temporalidade ; Presente vivo

Introdução O tema da empatia (Einfühlung), mais amplamente debatido na parte final das Meditações Cartesianas1, já figurava no horizonte das reflexões de Husserl desde as Ideias I2 precisamente como a mediação necessária para a constituição das experiências intersubjetivas e de seu correlato mundo objetivo. Com efeito, acenava aí o filósofo para a importância da empatia como garantia de que as constituições eidéticas dos objetos fossem idênticas para quaisquer eus-sujeitos, embora cada um deles se constitua, subjetivamente, na singularidade de seu fluxo de consciência, encontrando-se, portanto, intimamente vinculado à multiplicidade intencional de suas próprias vivências perceptivas. Seria, pois, por mediação empática que o mundo se constituiria objetivamente, superando a imanência temporal a que cada ego estaria confinado e logrando, assim, a possibilidade do múltiplo ser reconduzido a uma unidade comum originária. De forma sucinta, exprime Husserl que importa saber, então, como a empatia “desempenha um papel constituinte na experiência “objetiva” e confere unidade àquelas multiplicidades cindidas.”3 Esta passagem, no entanto, permanece isolada no contexto das Ideias I, sem que Husserl a tivesse levado adiante.

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HUSSERL, Edmund. Meditações Cartesianas. Idem. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica. No decorrer do texto nos referiremos a esta obra sob a sua forma mais abreviada, mas também corrente, de Ideias I, porquanto Husserl tenha redigido inteiramente, embora não as tenha publicado, uma segunda e uma terceira Ideias. 3 Ibidem, p. 336. 2

Assim, a empatia só retorna efetivamente às investigações de Husserl na última das Meditações Cartesianas. Tendo-a iniciado pela redução transcendental, através da qual, com a perda do mundo e de seu sentido transcendente, depara-se com o ego cogito cogitatum como estrutura fundamental de todas as cogitationes , os atos intencionais da consciência, e de sua corrente de vividos, só após alcançar a esfera da subjetividade transcendental, com seu campo de experiências próprio e estruturas gerais, é que, por fim, de súbito, Husserl faz retornar o tema da empatia às suas especulações, uma vez posta em questão a necessidade de se vencer as barreiras do solipsismo em que se radicou a consciência reduzida. Esta tarefa é requerida para se reconquistar a partir dessa consciência fenomenológica – e desta vez por direito – a transcendência objetiva do mundo por meio da constatação de que, não obstante esteja a consciência inexoravelmente enredada no fluxo temporal de sua imanência, justamente em seu seio se acena a facticidade da transcendência pela aparição do outro, o qual é radicalmente irredutível à esfera do próprio subjetiva. O que talvez possa explicar isso seja o fato de que, direcionando a reflexão a respeito da empatia para a subjetividade na qual ela brota – e faz brotar ali a perspectiva da alteridade –, foi abandonada a simetria intersubjetiva, de um ego para outro, pela qual se poderia falar de uma constituição em comum do mundo objetivo. A retomada deste ponto fulcral da filosofia de Husserl, pedra de toque da fundação de mundo, é o nosso presente objetivo.

Da estrutura egológica da temporalidade à objetividade intersubjetiva É nas Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo4, que Husserl penetra a fundo no problema da constituição temporal da subjetividade. No §36 expõe como a corrente que constitui o tempo, não obstante se a denomine assim mais pelos objetos que a constituem, porquanto estes estejam, de fato, em devir, possuindo, portanto, esta denominação algo de metafórico, é a subjetividade em sentido mais absoluto e possui estruturas e leis gerais que nos permitem estabelecer sua constituição interna, além de possibilitar um campo de

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HUSSERL, Edmund. Fenomenología de la conciencia del tiempo inmanente. Buenos Aires: Editorial Nova, 1959. _________. Leçons pour une phénoménologie de la conscience intime du temps. Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 1996. Faremos referência, ao longo do texto, a esta obra de forma abreviada, o que é de praxe, como Lições.

experiências completamente novo, o campo das experiências transcendentais, no qual mergulharão as bem posteriores Meditações cartesianas. Nas Lições, aponta, entretanto, para um princípio absoluto a partir do qual tudo se constitui, gênese, destarte, da subjetividade e da temporalidade: a protoimpressão (Urimpression). Esta, pois, não é produzida nem mediada, não é fruto da consciência, tampouco da objetividade enquanto tal, mas é uma genens spontanea, que acontece desde o cerne da subjetividade imanente até a intencionalidade de índole transcendente. Protogeração originária das percepções que são recebidas pela consciência e da presença constitutiva do ego, isto é, ponto-fonte de todo o ser e consciência. Na protoimpressão, portanto, é que radicará o sentido primordial e último de fundação originária (Ursprung) das atualidades e potencialidades das vivências e de suas constituições. Porém, nada obstante espontânea, a protoimpressão possui uma estrutura5. Aliás, desde a sua originariedade faz jorrar em si e de si a estrutura de intencionalidade que constitui a consciência e os objetos em reciprocidade, na dupla pertença sem a qual não podem ser concebidos. Assim, analogamente como a consciência é consciência de algum conteúdo intencional, igualmente possui a protoimpressão seu conteúdo material, o qual ela mesma enforma: com efeito, é o agora que faz aparecer na sensação os objetos presentes em constante fluência, movimento e mutação; no entanto, a sua forma, o seu modo de dar-se, isto é, a protoimpressão estruturante permanece o imodificado. No que concerne ao papel do agora na estrutura transcendental do tempo, aprofundam-se as Ideias I, bem como as Meditações Cartesianas. Síntese passiva, a contenção atual e potencial do agora, junto ao qual se abre o halo de vividos de todas as potencialidades, a sua compreensão abre de forma mais ampla e esclarecida o panorama do triplo horizonte dos vividos. O agora, o presente, é, destarte, ponto fulcral de compreensão – o marco zero – do deslumbrar da retenção do passado e do vislumbrar da protenção do futuro; entendê-lo na sua contenção é essencial para a compreensão do modo de doação da temporalidade. Sua incessante atividade sintética, justapondo o nexo de vividos da sequência temporal como simultaneidade de sua forma originária de agora, constitui esse triplo horizonte como um único horizonte de originariedade do eu puro, na síntese de um agora completo e originário no qual eclode imediatamente a consciência e no qual se lhe abre seu panorama de vivências.

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Além da estrutura intencional, a doação originária da protoimpressão constitui leis apriorísticas do tempo, que são imodificáveis, possibilitando a apreensão da temporalidade em seu caráter essencial e em mais pormenores de sua própria peculiaridade.

De fato, a abordagem da pouco explorada temporalidade intersubjetiva, de que fala Husserl nas Meditações Cartesianas, sem, porém, chegar a apontar derradeiramente o elã pela qual se constitui, pode ser reinterpretada tomando-se como base as profundas intuições do autor a respeito da temporalidade subjetiva, colhidas das Lições e de excertos das Ideias I, posto que lá nos deparamos com uma analítica mais profunda e detalhada das estruturas temporais. Precisamente é a empatia, e não o habitus6, como comentadores de Husserl apontam, como, por exemplo, Paul Ricoeur7, é fonte primigênia da temporalidade intersubjetiva e, por extensão, da subjetiva, porquanto esta, por fim, acaba por se fundamentar naquela, pois, como escreve Husserl: “O ser, primeiro em si (...) é a intersubjetividade transcendental, a totalidade das mônadas que se unem nas diversas formas de comunidade e de comunhão”8. O próprio Husserl, aliás, aborda esta singularidade de onde eclode originariamente todo o sentido de ser possível, o presente vivo, o qual “(...) constitui-se de maneira primordial, e é a partir dele que se torna acessível tudo aquilo que se encontra fora dele no tempo imanente.”9 Se o reconhece, pois, como ponto originário, entretanto não empreende, como fizera nas Lições, acerca da temporalidade subjetiva, uma analítica que fosse capaz de apreendê-lo nas suas estruturas e leis essenciais.

A empatia como protoimpressão e fundação originária do presente vivo e da intencionalidade intersubjetiva A expressão presente vivo (lebendige Gegenwart) encerra em si uma dupla articulação intencional entre a matéria que está sendo dada nas vivências atuais e a sua estrutura formal, com suas leis imodificáveis, de uma protoimpressão comum aos diferentes eus-sujeitos e que os possibilite compartilharem e comungarem um mundo entre si, na e pela constituição de um mundo objetivo. Desta forma, somente o fenômeno originário da empatia, pensada para mais fundamentalmente além da (importante, mas sem simetria e reciprocidade suficientes para a constituição de um mundo comum) aparição assimétrica da apresentação do 6

Não há, todavia, espaço suficiente para nos lançarmos a essa discussão. Acenamos em linhas gerais, neste nota, que, porquanto o habitus implique todo um processo de sedimentação (possuindo, desta forma, um caráter retencional – mas a nível intersubjetivo), pressupõe uma espontaneidade e uma originariedade de uma protoimpressão a nível intersubjetivo. 7 Ricoeur, Paul. Na escola da Fenomenologia, p. 245. 8 HUSSERL, Edmund. Meditações Cartesianas, p. 169. 9 Ibidem, p. 147.

outro na consciência egológica, figurará como a eclosão espontânea e originária das protoimpressões constitutivas da mundanidade e temporalidade intersubjetivas, nas quais se radica todo o sentido de ser possível. Precisamente aqui se retoma, então, o fio da meada esquecido nas Ideias I acerca da profunda significância da empatia para a fundamentação de um mundo objetivo, onde se assinalava a reciprocidade e simetria necessárias para tanto. Contudo, nos leva ainda mais adiante uma releitura – tanto dessa obra quanto das Meditações Cartesianas – à luz das Lições, tomando esta última como orientação legítima para uma compreensão analógica entre as estruturas da subjetividade e as da intersubjetividade. É que, por tudo o que foi explicitado até então, percebe-se que não há profunda compreensão objetiva sem uma correlata compreensão temporal que a fundamente. Foi o que, de fato, Husserl, em reflexões ulteriores às Investigações Lógicas, passou a investigar nas Lições. Igualmente, caso alguém almeje se aprofundar na temática da objetividade do mundo no âmbito da intersubjetividade monádica, deve se lançar ao insuficientemente campo explorado de sua temporalidade, o seu correlato noético e fundamental necessário, sem o qual não se poderá compreendê-la em toda a sua profundidade. Assim expressa-o Husserl: A coexistência das mônadas, sua simples simultaneidade, significa necessariamente uma coexistência temporal uma temporalização, sob a forma de tempo real. (...) Portanto, na realidade, só pode haver uma única comunidade de mônadas, a de todas as mônadas coexistentes; em consequência, um único mundo objetivo, um único tempo objetivo, um único espaço objetivo, uma única natureza; e é preciso que essa única natureza exista, se é verdade que carrego em mim estruturas que implicam a coexistência de outras mônadas.10

Não haveria possibilidade alguma de comunicação entre os sujeitos se cada um ficasse restrito ao fluxo imanente de sua consciência. Se há uma comunidade, há também, pois, um mundo e um tempo objetivos. A parte final desse trecho indica que na própria subjetividade existem estruturas que implicam essa constituição em comum realizada pelas múltiplas consciências coexistentes. O fundamento último, como dissemos, é o presente vivo, contudo este está posto para a comunidade intersubjetiva como o agora está para a consciência subjetiva. Desta forma, assim como o agora, no âmbito da consciência egológica, é o conteúdo material da fonte protoimpressional que o estabelece sob a forma do presente,

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Ibidem, p. 152-153.

assim também o presente vivo, no âmbito intersubjetivo, é o conteúdo material da fonte protoimpressional empática que o estabelece na sua vivacidade de um agora em comum. Como protoimpressão, a empatia pode ser pensada como o ponto-fonte do mundo e da temporalidade intersubjetivas – e no fundo de toda subjetividade, na medida em que a constituição imanente de cada subjetividade já se encontra arraigada nas estruturas de coexistência e reciprocidade intersubjetivas. Desde já, então, a imanência de cada consciência vê-se lançada na e pela edificação de uma transcendência interconstitutiva. A empatia como raiz disso tudo é a fonte original de toda consciência na sua pertença necessária à comunidade de consciências, entretecida esta última pela irrupção da transcendência empática do ser, simultaneamente formadora da consciência imanente de cada um e conformadora dos liames vinculacionais através dos quais as consciências se comunicam e coexistem em um mesmo mundo, sem, entretanto, romper os limites imanentes de seus próprios fluxos de consciência (pois, do contrário, viriam a perder sua unidade e identidades egológicas). A empatia, pois, no constante brotar de seu presente e das presenças diante das e nas atualidades, com todas as suas potencialidades compossíveis próprias, é o ponto temporal criador, o ponto de irrupção de todos os lugares e dimensões – da consciência e do ser, da imanência e da transcendência, em sentido primeiro e absoluto. Posto que seja o absolutamente imodificado no fluxo contínuo de agoras que vão se sucedendo para abrirem espaço para a eclosão de novos agoras, a empatia responde pela forma originária da temporalidade do presente vivo. A matéria, sobre a qual atua, é a transcendência hilética do ser que ela mesma estrutura e enforma como objetividade em constante devir, sendo, desta forma, o presente vivo a hylé dinâmica e a matéria viva da empatia. No campo de imanência intersubjetivo, a transcendência hilética do ser oferece de maneira originária, isto é, espontaneamente, os recheios ou dados que empaticamente enformados aparecem como fluxo contínuo de mudanças, devir perpétuo das percepções para novas percepções. Por sua vez, é a imodificação da empatia, ou melhor, a permanência de sua estrutura formal, que salvaguarda a simultaneidade de coexistência entre as consciências e uma diassincronia (isto é, perfeita sincronia entre os múltiplos fluxos transtemporais das consciências) de constituição de um mesmo mundo objetivo – constantes sem as quais não se poderia pensar entre elas qualquer intercâmbio ou comunicabilidade. Destarte, nada obstante a peculiaridade da espontaneidade interconsciencial consistir em, além de fazer crescer e evoluir o conteúdo protogerado, criar ou fazer surgir o novo, o seu

modo de dar-se empaticamente permanece o mesmo, garantindo a identidade e a continuidade da estrutura temporal no fluxo contínuo de seu noemático mundo objetivo. Garante-se também com a sua espontaneidade formal a prefenomenal autoaparição da corrente como forma estrutural das consciências e da vida das consciências lançadas na presença e pertença ao presente vivo. Isso porque é espontaneamente que emerge desde a protoimpressão empática a forma estrutural da consciência como uma corrente de vividos, cuja modificação, apesar de ser oferecida materialmente pela doação do ser, é estruturada de forma simultânea e sucessiva numa continuidade fluxional, a qual interconecta o múltiplo recebido e o constitui num mesmo espaço-tempo ou o faz concrescer em sucessões. A nível intersubjetivo, isto implica que a cada consciência, embora esteja na sua condição monádica de contínuo pertencimento ao seu fluxo temporal próprio, à sua própria corrente de vividos, à sua própria vida e história, é doada uma mesma forma de estruturação temporal, uma idêntica forma de constituição temporal de suas próprias vivências e de sua história. Com isso, aqui seria o caso, se tal fosse-nos aqui possível, de estabelecer mais detalhadamente as leis gerais que regem a constituição temporal do mundo intersubjetivo. Isto, entretanto, não caberia às presentes investigações, devendo ser levado adiante em algum outro momento no futuro. A indicação, porém, de uma mesma forma de estruturação temporal para todas as mônadas permite-nos já vislumbrar, a partir de tudo o que foi dito até agora, como que a empatia destina, desde sua originária irrupção protoimpressional, egologicamente as mônadas para a intersubjetiva reciprocidade de comunhão de ser e sentido.

Considerações finais Embora muitos pontos problemáticos possam ser apontados a respeito da fundamentação transcendental do tempo e do mundo objetivos, como, aliás, fizeram-no filósofos posteriores e comentadores da obra de Husserl, o fato é que as reflexões fenomenológicas se impõem com tamanha força e profundidade de questionamento que não podem ser simplesmente abandonadas ou contornadas. Com efeito, depois de todo o percurso de questionamento empreendido pela fenomenologia, não deixaria de ser menos problemática a tentação de retorno à orientação natural do realismo e das ciências.

Ninguém mais do que Husserl, em sua época, procurou de volta o caminho para a transcendência – e isto para além do sentido do lema inicial da fenomenologia, o retornar às coisas mesmas (zurück zu den Sachen selbst) –, visto que suas especulações espaçaram caminho para a originariedade irredutível à consciência de um presente vivo ou de um mundo da vida. Contudo, o que até então expusemos fez-nos capaz de perceber o quão fundamental é o significado da empatia para a recuperação do sentido transcendente da realidade, mas na sua originariedade autodoativa de presentificar-se na imanência das consciências estruturadas sob a forma de temporalidade. Tempo e o mundo intersubjetivos, então, são produzidos na e pela primogênita espontaneidade empática, raiz do ser e da consciência. Somente ela garante, nas modalidades específicas de simultaneidade e diassincronia, a reciprocidade entre as consciências, condição pela qual é possível se constituírem em comunidade com a constituição de um mundo e um tempo em comum. Deste modo, a empatia se configura como a definitiva abertura da consciência, na sua forma de temporalidade, à transcendência hilética do ser enquanto o horizonte que legitimamente agora passa a ser divisado.

Referências bibliográficas HUSSERL, Edmund. Fenomenología de la conciencia del tiempo inmanente. Buenos Aires: Editorial Nova, 1959.

_______. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica. São Paulo: Idéias & Letras, 2006.

_______. Leçons pour une phénoménologie de la conscience intime du temps. Paris: Presses Universitaires de France (PUF), 1996.

_______. Meditações Cartesianas. São Paulo: Madras, 2001.

RICOEUR, Paul. Na escola da Fenomenologia. Petrópolis: Vozes, 2009.

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