A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO FORMATO DE WORKSHOP: UMA EXPERIÊNCIA NO ÂMBITO DA FORMAÇÃO DOCENTE EM TECNOLOGIAS EDUCATIVAS

August 22, 2017 | Autor: Sónia Cruz | Categoria: Teacher Education, ICT in Education
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Atas do XII Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2013 ISBN: 978-989-8525-22-2

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO FORMATO DE WORKSHOP: UMA EXPERIÊNCIA NO ÂMBITO DA FORMAÇÃO DOCENTE EM TECNOLOGIAS EDUCATIVAS Carina Meneses Paulo Guimarães Sónia Cruz Escola E.B. 2,3 de Real (Braga) Universidade Católica Portuguesa [email protected] [email protected] [email protected]

RESUMO: O atual panorama da sociedade está amplamente dominado pelas tecnologias e pela forma como estas se apresentam, quer em termos de potencial educativo, qualidade, quer ainda pela sua facilidade de utilização. Devem pois ser encaradas como novas formas/processos de apoio ao ensino. Tal facto exige que os professores dominem as tecnologias e ferramentas da Web 2.0 e que as saibam aplicar, adequadamente, em contexto educativo. Com este propósito, foram realizadas diferentes formações, em formato de Workshop, tendo como público-alvo os professores. Procuramos apurar os seus conhecimentos, mediante a temática de cada Workshop, compreender as dificuldades sentidas; perceber o impacto das temáticas nas perceções dos docentes; e, conhecer as suas perspetivas em relação à utilização futura destas ferramentas nas suas práticas pedagógicas. A realização destas formações ocorreu num agrupamento de escolas do distrito de Braga tendo sido aplicado, no final de cada Workshop, um questionário, cujos resultados revelaram que os professores, na grande maioria, desconheciam as ferramentas apresentadas e/ou não as utilizava por falta de conhecimento, arbitrando que futuramente as aplicarão nas suas práticas letivas, até porque a principal razão destacada pelos inquiridos, para a sua participação nestes Workshops, foi o interesse profissional.

Introdução Os professores deparam-se hoje com uma série de desafios que resultam, essencialmente, de três aspetos fundamentais: (1) a sua formação, para contemplar o saber específico, o saber pedagógico e o saber político-social (Cunha, 2002); (2) o desenvolvimento da tecnologia e da Web que se dá em larga escala e ao qual os professores precisam de dar resposta, na medida em que deverão integrar nas suas práticas letivas os novos métodos; (3) e a heterogeneidade e motivação dos alunos, desafio que se associa, precisamente, à inovação necessária das práticas pedagógicas dos professores, aquando dos processos de ensino-aprendizagem. Na verdade, é frequente encontrarmos ainda o modelo tradicional de professor, aquele que conclui a sua formação superior, inicia a sua função como docente e que por vezes frequenta ações de formação no âmbito da sua formação base porque precisa de

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obter as unidades de crédito que a profissão lhe exige. Não é tão comum o professor que voluntariamente frequenta ações de formação para o seu desenvolvimento profissional, quer específico na sua área disciplinar, quer nas áreas alheias à sua, nomeadamente, na área das tecnologias educativas. Esta área, para Filho (2005), deve “ter uma função importante na prática pedagógica [por forma a possibilitar] boas práticas em todos os campos, incluindo o uso das tecnologias de informação e comunicação” (p.187). Neste contexto, uma vez que “uma das principais tarefas de qualquer professor é a de desenvolver nos seus alunos uma disposição para a aprendizagem ao longo de toda a vida”, cabe aos “próprios professores demonstrar o seu compromisso e o seu entusiamo pela aprendizagem permanente” (Day, 2001:16). Tal pensamento leva-nos a acreditar que a formação de professores deverá ser uma prática recorrente pois deverá ser entendida, por todos, como necessária, de forma a conseguir dar resposta aos constantes desafios, quer de inovação, quer de mudança, ou seja, uma ação que lhes proporcionará o desenvolvimento pessoal e profissional, na lógica de que “o professor atual [deverá ser] um profissional apetrechado com os instrumentos teóricos, técnicos e práticos que lhe permitam desempenhar uma prática reflexiva, capaz de dar resposta à diversidade de exigências com que é confrontada a escola de hoje e do futuro” (Alonso, 2007:115). Grande parte dos professores entende a importância da formação aliada à utilização e integração das tecnologias, no entanto é comum considerarem-na algo muito complexo/difícil. Apesar de terem consciência que estão perante uma sociedade amplamente dominada pelas tecnologias, implicando que o professor se torne pró-ativo, compreendendo e adotando as tecnologias em diversas dimensões, como expressa Filho (2005) “na construção de significados, nas novas formas de expressão do conhecimento e da arte, na representação da realidade, nas relações e interações à distância” (p.186), os professores apresentam, entre as várias razões para a pouca utilização das tecnologias, os seguintes argumentos: falta de infraestruturas, não há tempo para a utilização de tecnologias ou que o programa curricular não dá orientações para a sua utilização. Não obstante, sabemos que cada professor tem a sua forma de pensar e atuar e, por isso, a sua decisão de utilizar ou não as tecnologias será o fator determinante neste contexto (Costa et al., 2012). Uma decisão, que segundo Costa et al. (2012) “passa, entre outras coisas, pelo reconhecimento da utilidade dos computadores na aprendizagem e por uma expetativa positiva perante os possíveis impactos que essas ferramentas poderão ter no rendimento escolar dos alunos” (p. 24). Esta posição

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favorável, por parte dos professores, fará com que se sintam motivados a frequentar mais formação, nesse âmbito, que lhes faculte capacidade de participar na mudança necessária do processo ensino-aprendizagem. Torna-se, assim, necessário que os professores que considerem esta realidade, nas suas práticas letivas, procurem desenvolver o seu conhecimento por forma a “procurar saber que tecnologias existem, o que permitem fazer, qual o seu grau de dificuldade em termos de aprendizagem, que requisitos técnicos são necessários para poderem utilizados pelos alunos” (p. 24), e isto será um processo mais fácil de interpretar com a formação adequada. Estamos por isso em crer, tal como Filho (2005) que “as TICs podem oferecer possibilidades inéditas de interação mediatizada (professor/aluno; estudante/estudante) e de interatividade com materiais de boa qualidade e grande variedade” (p. 186). Neste sentido, apresentamos um estudo realizado, entre fevereiro de 2013 e abril de 2013, junto da classe docente de um agrupamento de escolas, do distrito de Braga, durante a experiência no âmbito da formação de professores em tecnologias educativas. Sob a forma de Workshops, com diferentes temáticas, nomeadamente “Criação de Apresentações Dinâmicas no Prezi”, “Produção de e-conteúdos para dispositivos móveis em sala de aula” e “Quadros Interativos como Instrumento de Inovação Pedagógica”, tivemos como principal objetivo apresentar e/ou explorar diferentes recursos e ferramentas tecnológicas em contexto de formação de professores, bem como exemplificar a sua utilização e integração em contexto pedagógico. Método Este estudo insere-se no âmbito de uma experiência relativa à formação de professores em tecnologias educativas, sob forma de Workshops. Reúne professores de um agrupamento de escolas, do distrito de Braga, de diferentes níveis de ensino e áreas curriculares, procurando contribuir para uma melhor formação, bem como construção de novas estratégias a integrar nas práticas pedagógicas desses professores, no âmbito das tecnologias educativas. A metodologia utilizada neste estudo incidiu na organização e realização de três diferentes sessões de formação, usando como técnica de recolha de dados o inquérito por questionário, o qual adaptamos em função da temática de cada Workshop.

Objetivos Com base nos pressupostos referidos, formulamos os seguintes objetivos:

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a) Perceber a adesão dos professores à formação no âmbito das novas tecnologias, tratando-se de sessões de formação voluntárias; b) Perceber os interesses e necessidades dos professores em função das temáticas; c) Perceber o impacto nas perceções dos docentes das ferramentas abordadas nas temáticas relativas à sua aplicação em contexto educativo; d) Conhecer as perspetivas dos professores em relação à utilização futura destas ferramentas nas suas práticas pedagógicas.

Amostra A amostra do estudo abrange professores do 1.º ao 3.º ciclo que, no ano escolar de 2012/2013 exerceram funções nas escolas do Agrupamento, num total de 34 professores, do qual 18 professores frequentaram a 1.ª sessão, 7 professores frequentaram a 2.ª sessão e 9 professores frequentaram a 3.ª sessão.

Instrumentos Como instrumento de recolha de dados utilizamos um inquérito por questionário (por sessão), pois tal como referem Ghiglione & Matalon (1993) é o método utilizado para “interrogar um determinado número de indivíduos” (p. 2), possibilitando “quantificar uma multiplicidade de dados e de proceder, por conseguinte, a numerosas análises de correlação” (Pocinho, 2012: 95). Deste modo, parecendo-nos a opção mais conveniente, optamos por questionários online pois tal como refere Murthy (2008) “advantages of online questionnaires include their ease of storage, retrieval, and qualitative analysis” (p. 841). Todos os materiais necessários à formação estavam disponíveis na página Web criada para esse efeito, constituindo uma boa forma de, mais uma vez, evidenciar as vantagens da utilização das TIC em contexto pedagógico.

Procedimentos Os Workshops que desenvolvemos integraram-se num ciclo de Workshops a que demos o título “Tecnologias Educativas”, cujas temáticas foram ao encontro das necessidades sentidas pela comunidade educativa, as quais foram aferidas junto da direção e posteriormente definidas de modo a colmatar tais necessidades. Assim, os temas que fizeram parte deste ciclo foram: “Criação de Apresentações Dinâmicas no

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Prezi”, “Produção de e-conteúdos para dispositivos móveis em sala de aula” e “Quadros Interativos como Instrumento de Inovação Pedagógica”. Este ciclo decorreu entre os meses de fevereiro e abril de 2013. Porém, para facilitar a sua divulgação, construímos, antecipadamente, um website1 onde os professores puderam consultar toda a informação, nomeadamente, os temas dos Workshops, as respetivas datas, horas, locais, formador e os objetivos subjacentes, bem como os recursos que se iriam utilizar em cada um. Todos os documentos estavam disponíveis para download, bem como a própria ficha de inscrição (inscrição online), a qual também se optou por afixar (impressa) junto do cartaz desenvolvido para divulgação de cada Workshop. Figura I - Website desenvolvido para divulgação dos Workshops

Como referido acima, a realização de cada Workshop procurou atingir diferentes objetivos específicos, tendo sido desenvolvidos diferentes recursos/documentos para esse efeito.

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Disponível em: www.workshops.eu5.org

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Na tabela seguinte, apresentamos referente a cada Workshop (v. tabela I – identificados em A, B e C) os objetivos delineados, os recursos e/ou estratégias, bem como as tecnologias em utilização. Tabela I – Workshops promovidos

Tema

Recursos e/ou documentos de apoio

Objetivos

- Fomentar à utilização de ferramentas Web 2.0 nas práticas letivas, como meio de motivação pedagógica e (A) Criação de educativa; Apresentações - Apresentar uma ferramenta Dinâmicas no Web 2.0 de livre acesso; - Apresentar os conceitos base e Prezi funcionalidades para a sua adequada utilização; - Facilitar o desenvolvimento de conteúdos dinâmicos e interativos; … - Apresentar o conceito de mobile learning (m-Learning); - Sensibilizar os docentes para (B) Produção as potencialidades do uso das tecnologias móveis na de eaprendizagem; Conteúdos - Criar e-Conteúdos para educacionais para a era digital dispositivos móveis em sala móvel; - Apresentar e utilizar de aula tecnologias Web para desenvolvimento de eConteúdos para dispositivos móveis. - Fomentar a utilização das TIC nas salas de aula como meio de (C) Quadros motivação pedagógica e educativa; Interativos - Facilitar o desenvolvimento de como Instrumento conteúdos dinâmicos e interativos; de Inovação - Dar a conhecer a utilização Pedagógica adequada dos quadros interativos e dos respetivos programas de apoio.

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- Programa do Workshop; - Apresentação do Prezi; - Manual do Prezi; - Atividades Práticas (1) e (2); - Questionário

- Apresentação sobre m-Learning; - Atividades Práticas; - Questionário.

-Programa do Workshop; - Site do Netboard (Apoio e recursos); - Atividades interativas (Netboard); - Recursos; - Questionário.

Tecnologia

Prezi

SnackWebsites QR-code

Netboard

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Analisando a tabela anterior, percebemos como se organizou cada Workshop sendo que em cada um deles foi passado um questionário, onde pudemos apurar os resultados que em seguida passamos a apresentar por cada sessão. Resultados Adotamos como forma para apresentação dos resultados obtidos pelo inquérito por questionário (aplicado em cada Workshop), a sua explicitação em simultâneo e de acordo com a sequência das questões, como se poderá observar nas tabelas seguintes. Relativamente à apreciação dos professores em relação à promoção de formações no âmbito de apresentação de novas ferramentas Web 2.0 e de tecnologias, a totalidade (100%) dos participantes considerou importante, independente da frequência do Workshop (v. tabela II). Tabela II - Importância da promoção de formações no âmbito das ferramentas web 2.0 ou de tecnologias

Considera importante a promoção no âmbito da apresentação de novas ferramentas Web 2.0 ou de tecnologias? Workshop A (N = 18) Workshop B (N = 7) Workshop C (N = 9) Sim Não Sim Não Sim Não f % f % f % f % f % f % 18 100 0 0 7 100 0 0 9 100 0 0 Em seguida, apuramos quais os professores que teriam utilizado, ou não, a ferramentas e/ou tecnologia antes do Workshop (v. tabela III). Tabela III - Utilização da ferramenta / tecnologia antes da frequência do Workshop

Já utilizou a ferramenta ou tecnologia antes do Workshop? Workshop A (N = 18) Sim Não

f 2

% 11

f 16

Workshop B (N = 7) Sim Não

% 89

f 0

% 0

f 7

Workshop C (N = 9) Sim Não

% 100

f 1

% 11

f 8

% 89

Como ilustrado na tabela anterior, no Workshop (A) 89% dos inquiridos ainda não tinham criado apresentações no Prezi e apenas 11% o tinham feito. No Workshop (B), a totalidade dos professores (100%) não tinham criado e-Conteúdos para dispositivos móveis e no Workshop (C) apenas 11% dos professores já tinham utilizado os quadros interativos, sendo que os restantes 89% não haviam ainda utilizado.

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Quanto à razão pela qual se inscreveram na sessão de formação, em grande parte, os inquiridos responderam justificando com o “Interesse profissional” (52% - A e 60% C) e o “Interesse pessoal” (54% - B) (v. tabela IV). Tabela IV - Razão da inscrição no Workshop

Workshop A (N=18) B (N= 7) C (N= 9)

Razão da inscrição: I.P. I.Prof. f % f % 9 29 16 52 7 54 4 31 3 30 6 60

Simp. f % 1 3 1 8 0 0

Nec. f 5 1 0

E.C. f % 0 0 0 0 0 0

% 16 8 0

Legenda: I.P. – Interesse Pessoal; I. Prof. – Interesse Profissional; Simp. – Simpatia para com a(o) formador(a); Nec. – Necessidade; E.C. – Estar com os colegas

Percebemos pela análise da tabela anterior, no Workshop (A) a segunda maior percentagem é a opção “Interesse Pessoal” (29%), em seguida a opção “Necessidade” (16%), com 3% a opção “Simpatia pela formadora” e sem percentagem a opção “Estar com os colegas”. No Workshop (B) o “Interesse Pessoal”, como referido, foi a que obteve maior percentagem pelos professores (54%), seguido do “Interesse Profissional” (31%) e com menores percentagens a “Simpatia para com o(a) formador(a)” e a “Necessidade”, com 8% cada e a opção “Estar com os colegas” não foi selecionada. No Workshop (C), a segunda maior percentagem foi o “Interesse Pessoal” (60%) sendo que as restantes opções não se obtiveram qualquer percentagem. Estas percentagens revelam que os professores sentem a necessidade de aumentarem os seus conhecimentos por forma a utilizarem novos recursos no processo de ensino-aprendizagem, pelo que este tipo de formação pode ser benéfico. Em seguida, os inquiridos, dos três Workshops, consideraram que o conteúdo da sessão para as suas práticas pedagógicas foi “Muito importante” (A-61%, B-57% e C67%) e “Importante” (A-39%, B-43% e C-33%) (v. tabela V). Tabela V - Perceções dos professores sobre o Workshop

Conteúdo do Workshop para as práticas letivas: Muito Workshop Importante Indiferente Importante f % f % f % A (N=18) 11 61 7 39 0 0 B (N= 7) 4 57 3 43 0 0 C (N= 9) 6 67 3 33 0 0

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Irrelevante f 0 0 0

% 0 0 0

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Como podemos verificar, não se verificou nenhum professor indiferente ao conteúdo dos Workshops ou considerando-os irrelevantes. Foram igualmente questionados relativamente à organização do Workshop, cujos resultados apresentamos em seguida (v. tabela VI). Tabela VI - Grau de satisfação dos professores em relação à organização do Workshop

Workshop A (N=18) B (N= 7) C (N= 9)

Organização do Workshop: Excelente Boa f % f 16 89 2 7 100 0 9 100 0

% 11 0 0

Razoável f % 0 0 0 0 0 0

Fraca f 0 0 0

% 0 0 0

Observando a tabela antecedente, percebemos que os professores consideram que a organização do Workshop (A) foi “Excelente” (89%) e “Boa” (11%); o Workshop (B) e (C) foi considerada por todos os professores como “Excelente” (100%). Por conseguinte, os professores foram igualmente questionados em relação às suas expetativas relativas ao Workshop que assistiu (v. tabela VII). Tabela VII – Expetativas dos professores

Expetativas em relação à sessão frequentada Workshop A (N = 18) Workshop B (N = 7) Sim Não Sim Não f % f % f % f % 18 100 0 0 7 100 0 0

Workshop C (N = 9) Sim Não f % f % 9 100 0 0

Analisando a tabela, entendemos que nos três Workshops todos os professores afirmaram que a(s) sessão(ões) atendeu(ram) às suas expectativas (100%). Indo ao encontro das questões anteriores, os professores foram também questionados se ficaram esclarecidos quanto ao funcionamento da ferramenta / tecnologia apresentada (v. tabela VIII). Tabela VIII - Grau de satisfação dos professores em relação à sessão

Workshop A sessão em que participou foi: Muito clara Clara f % f % A (N=18) 16 89 2 11 B (N= 7) 7 100 0 0 C (N= 9) 8 89 1 11

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Confusa f % 0 0 0 0 0 0

Muito confusa f % 0 0 0 0 0 0

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Concluímos, pela análise da tabela, que no Workshop (A) a sessão foi “Muito clara” (89%) e “Clara” (11%); no Workshop (B) a sessão foi considerada por todos os professores (100%) “Muito clara”; e, no Workshop (C) os professores consideraram-na como “Muito clara” (89%) e “Clara” (11%). Foram

ainda

questionados,

os

professores,

se

pretendiam

aplicar

os

conhecimentos apreendidos no Workshop, em contexto sala de aula, cujos resultados apresentamos em seguida (v. tabela IX). Tabela IX - Pretensão dos professores em aplicar os conhecimentos apreendidos no Workshop

Workshop A (N=18) B (N= 7) C (N= 9)

Pretensão em aplicar os conhecimentos apreendidos no Workshop: Sim, Não, não Sim, em quando Talvez tenho Não breve tiver tempo tempo f % f % f % f % f % 12 67 6 33 0 0 0 0 0 0 6 86 1 14 0 0 0 0 0 0 6 67 2 22 1 11 0 0 0 0

Percebemos que no Workshop (A) as opções “Sim, em breve” (67%) e “Sim, quando tiver tempo” (33%) foram as opções assinaladas pelos professores, sendo que as restantes opções não mereceram, por parte dos professores, qualquer destaque. Também no Workshop (B) as opções assinaladas pelos professores foram “Sim, em breve” (86%) e “Sim, quando tiver tempo” (14%), não tendo também as restantes opções sido alvo de escolha pelos professores. Ligeiramente diferente ficaram os resultados do Workshop (C) em que as respostas dividiram-se entre as opções “Sim, em breve” (67%), “Sim, quando tiver tempo” (22%) e “Talvez” (11%). Por último, os professores foram questionados se teriam interesse em participar num outro Workshop dentro do mesmo género (v. tabela X). Tabela X - Pretensão dos professores em frequentar outro Workshop de formação

Workshop

Interesse em participar noutro Workshop dentro do género Sim

A (N=18) B (N= 7) C (N= 9)

f 18 7 8

Não % 100 100 89

f 0 0 1

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Talvez % 0 0 11

f 0 0 0

% 0 0 0

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Mediante o que se observa na tabela, compreendemos que os participantes quer do Workshop A, quer do Workshop B, os professores consideraram na totalidade (100%) que teriam interesse em participar numa formação dentro do mesmo género. Importa, no momento, tecer uma consideração que nos parece relevante no que respeita ao que se acaba de analisar: os professores que se inscreveram e participaram no Workshop B participaram também no Workshop A. Em contrapartida, os professores que participaram no Workshop C não correspondem aos participantes dos Workshops anteriores e vice-versa. Tal situação, do nosso ponto de vista, verificou-se pelo facto de que este último Workshop ter ocorrido numa outra escola do agrupamento.

Conclusões É audaz da parte de qualquer investigador tirar conclusões de estudos fragmentários e contextualizados como este que realizámos (Coutinho, 2008) no âmbito da formação de professores no formato Workshop. Deste modo, procuraremos terminar este trabalho com uma breve reflexão/síntese dos resultados obtidos procurando responder aos objetivos que circundaram este estudo, bem como deixar o nosso parecer suscitado durante esta experiência. Neste sentido, os resultados obtidos, nas respostas do questionário aplicado em cada Workshop, permitem-nos aferir que mesmo tratando-se de formação gratuita os professores não expressaram categoricamente a iniciativa de a frequentar, talvez por não se tratar de formação creditada e com efeitos na progressão da carreira. Adesão que também se verificou um pouco deficitária, revelada pelo número de inscrições em cada Workshop. Aqui constatamos que os professores aderiram em maior número quando tratando-se de temáticas que possivelmente reconhecem como sendo as mais práticas e/ou ‘fáceis’ de integrar em contexto pedagógico. Pudemos verificar também que os professores evidenciaram desconhecimento sobre as ferramentas e/ou tecnologias, bem como as suas potencialidades em contexto educativo, apresentadas na formação. Em cada temática dos Workshops foi notória a acentuada necessidade de formação neste contexto. No entanto, foi importante verificar durante esta experiência a motivação dos professores para o uso das diferentes tecnologias educativas, despertando-lhes maior interesse e curiosidade na continuação da exploração e utilização quer das ferramentas / tecnologias que fizeram parte deste ciclo de Workshops, quer de outras no mesmo âmbito, interesse que para a grande maioria dos professores irá passar da teoria à prática

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futuramente, ou seja, tencionam iniciar a sua integração nas suas práticas pedagógicas o que é, per se, fator de grande contentamento. Concluímos, subscrevendo totalmente a posição de Coutinho (2008) que “as tecnologias podem transformar as relações do aluno com o saber” (p. 111). Daí que tenhamos centrado a nossa atenção nos professores pois “sabemos que não é possível integrar as TIC na escola e na sala de aula sem a colaboração dos professores” (p. 112). Se os professores não beneficiarem do conhecimento necessário relativo à correta utilização das tecnologias e ao momento oportuno da sua integração, este trabalho colaborativo, entre os intervenientes do processo ensino-aprendizagem, não irá acontecer, saindo os alunos e todos os implicados lesados. Como nos indica Morgado (2004), “tal empreendimento só será possível se os professores forem capazes de se envolver num contínuo processo de mudança e conseguirem alterar substancialmente as suas práticas curriculares (…) necessárias ao desenvolvimento de uma cultura profissional” (p.4). Estamos em crer que este formato de formação pode ser uma maisvalia, a implantar na escola, em prol do sucesso e das aprendizagens dos alunos, contribuindo igualmente para a (re)construção da profissionalidade docente.

Referências bibliográficas Alonso, L. (2007). Desenvolvimento profissional dos professores e mudança educativa: uma perspectiva de formação ao longo da vida. In Profissionalismo Docente em Transição: as Identidades dos professores em tempos de Mudança. Flores, M. & Viana, I. (orgs.). Braga: Centro de Investigação em Educação. Cadernos CIED. Costa, F., Rodriguez, C., Cruz, E. & Fradão, S. (2012). Repensar as TIC na educação: O professor como agente transformador. Carnaxide: Santillana. Coutinho, C. (2008). Del.icio.us: uma ferramenta da Web 2.0 ao serviço da investigação em educação. In Educação, Formação & Tecnologias; vol. 1, pp. 104-115. Consultado a 7 de junho de 2013. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/7883. Cunha, M. (2002). O Bom Professor e a sua Prática. Campinas, SP: Papirus. Magistério Formação e Trabalho Pedagógico, 14.ªed. Day, C. (2001). Desenvolvimento Profissional de Professores. Os desafios da aprendizagem permanente. Porto: Porto Editora. Filho, J. (2005). Novas tecnologias: um desafio para a formação de professores. In Formar Professores, para que Escola? Teorias e práticas. Duarte, J. & Franco, D. (Orgs.). Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas. Observatório de Políticas de Educação e de Contextos Educativos. Ghiglione, R. & Matalon, B. (1993). O Inquérito: teoria e prática. Oeiras: Celta Editora. Morgado, J. (2004). Editorial. Revista de Estudos Curriculares. Associação Portuguesa de Estudos Curriculares, 2 (1). Braga: A.P.E.C.

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Murthy, D. (2008). Digital Ethnography: Na Examination of the Use of New Technologies for Social Research. British Sociological Association. Consultado a 5 de junho 2013. Disponível em: http://soc.sagepub.com/content/42/5/837. Pocinho, M. (2012). Metodologia de Investigação e Comunicação do Conhecimento Científica. Lisboa: Lidel – edições técnicas.

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