A FRACTALIDADE COMO PROPOSTA: UMA ABORDAGEM PARA A REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO

May 25, 2017 | Autor: Carlos Xavier | Categoria: Archaeology, Information Science, Cultural Heritage, Representation Theory
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A FRACTALIDADE COMO PROPOSTA: UMA ABORDAGEM PARA A REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO Thaís Catoira1 Carlos Xavier de Azevedo Netto2 RESUMO Reflete sobre as concepções e formas de representação da informação adotadas pela Ciência da Informação, que perpassam questões técnico-instrumentais, e estas por vezes se consolidam em modelos fechados. Problematiza os aspectos limitantes dos modelos tradicionais deste campo, voltando à discussão em torno da informação, em relação às noções de objeto, coisa, cultura e bem patrimonial. Metodologicamente, o artigo apresenta uma pesquisa exploratória por meio de uma revisão bibliográfica. Adota-se o conceito de fractalidade de Roy Wagner, como noção para a atuação do cientista da informação, ao estudar os materiais ou as coisas, bem como se percebe que a Ciência da Informação, no campo da representação da informação, encontra dificuldades em criar olhares mais abertos e fluidos, constituídos na malha que propõe Tim Ingold. Palavras-chave: Ciência da Informação, Representação da Informação, Cultura, Fractal. FRACTALITY AS A PROPOSAL: AN APPROACH FOR THE INFORMATION REPRESENTATION ABSTRACT This article analyzes the conceptions and forms of information representation, adopted by the Information Science, that underlie technical and instrumental issues and these are thus consolidated as closed models. It discusses the limiting aspects of the traditional models of this area and reanalyzes information in relation to the notions of object, thing, culture and patrimonial asset. Methodologically, the article presents an exploratory research by means of a bibliographic review. Roy Wagner´s concept of fractality is adopted, as notion for the practice of the information scientist, while studying the materials or the things. In addition to this, it is perceived how Information Science, in the information representation area, finds it difficult to create an open and fluid outlook, constituted in the meshwork that Tim Ingold proposes. Keywords: Information Science, Information Representation, Culture, Fractal. INTRODUÇÃO A Ciência da Informação, assim como outros campos do conhecimento que se firmaram a partir do século XX como campo científico, buscou estabelecer uma visão objetiva e mensurável, própria das ciências clássicas, como forma de legitimar-se e firmar-se enquanto campos do conhecimento (BORDIEU, 1983). As ciências sociais carregaram, nesse

Mestre em Ciência da Informação pelo PPGCI/UFPB, Especialista em Educação Patrimonial – UNICAP/PE, Graduada em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas, UFPB. 2 Doutor em Ciência da Informação IBICT/UFRJ – Bolsista de Produtividade de Pesquisa do CNPq. 1

sentido, forte herança do viés quantitativo e do uso da imparcialidade para suas análises. Aos poucos, este aspecto recebe novas perspectivas, através de uma objetividade relativa, qualitativa. Atualmente a Ciência da Informação ao traçar seu repertório teórico-prático, sua atuação e reflexão em torno da informação, no que tange às ações de tratamento, organização, representação, recuperação e disseminação, ainda permanece com fortes resquícios deste modelo científico. Entretanto, sua abertura, flexibilidade e possibilidades interdisciplinares, que também estão presentes nessas ações colocam-se como uma característica própria das ciências contemporâneas. Esses aspectos permitem a organização e classificação do estudo da informação, no campo científico, de forma sistemática proporcionando maior visibilidade e recuperação, de modo que, Pode dizer-se, aliás, que a ciência da informação tem sido uma das guardiãs da comensurabilidade dos discursos científicos, caracterizando a ciência como a prática social de maior potência de circulação informacional, da maior eficácia de codificação e explicitação de seus próprios processos produtivos e de maior rigor e eficácia institucional na regulamentação dos mecanismos e práticas de estabilização de discursos e saberes (GONZALÉZ DE GÓMEZ, 2001, p.14).

Os cientistas da informação adotam, parte das vezes, como instrumentos de representação da informação, modelos advindos da Biblioteconomia, Documentação, entre outros, por consequência de influências de sua própria constituição enquanto campo do saber. Contudo, a Ciência da Informação ao tratar da informação pode percorrer áreas distintas e informações materializadas em diferentes suportes que, ao serem tratados por modelos já estabelecidos, visam a outro tipo de materialidade e acabam perdendo seus potenciais significados e representatividade. Desse modo, são as informações dos materiais que deveriam se adaptar ao modelo desenvolvido, e não o contrário. Nesse contexto, abre-se a discussão sobre a informação e sua representação, em relação às noções de objeto, coisa, cultura e bem patrimonial. Pois, ao defrontarmo-nos com esta gama de materiais, a exemplo dos bens patrimoniais enquanto artefatos e suportes informacionais, que são percolados pela fruição -, esta transpassa a estética, o sentido, a subjetividade, a imaginação e a memória – na qual toda essa possibilidade informativa desafia a Ciência da informação a dar maiores atenções e, principalmente, refletir sobre o processo de representação dessas informações. Diante de tais particularidades informacionais, contextuais e relacionais, que conduzem a uma análise e organização diferenciadas, para os processos representacionais, admite-se que na noção de representação deve-se considerar que “[...] não é revogado o plano

da presença: nela comparecerá a herança do que foi experimentado pelo corpo” e isso permite a representação “[...] ao captar o sentido de uma presença, demonstra não haver distância intransponível ou uma opacidade inarredável das coisas [...] é ao corpo que as coisas se mostram.” (HENRIQUES, 2008, p.86 e 88) Refletir sobre a atuação do cientista da informação diante do processo de representação, através do exercício de estranhamento, bem como por meio do desenvolvimento de metodologias específicas e flexíveis aos materiais a serem tratados, evitaria, como já observava Pinheiro (1996), uma visão parcial e fragmentada no processo de representação, socialização e uso dos suportes informacionais. A construção de diálogos entre profissionais de diferentes áreas possibilitaria equilibrar as diferentes interpretações que são provocadas pelos objetos, considerando a contextualização do bem patrimonial no tempo e espaço, a análise das informações intrínsecas e extrínsecas desses materiais, evitando então uma análise segregada. A Ciência da Informação encontra dificuldades em criar olhares mais abertos e fluidos, constituídos na malha que propõe Tim Ingold (2012), principalmente no que tange à representação da informação, quando vai tratar de elementos não textuais, a exemplo dos bens patrimoniais. Considera-se, assim, que alguns modelos fechados e estruturados em categorias verticais acabam sendo adotados para todo tipo de informação, desconsiderando as particularidades na dimensão social de cada informação, bem como tratando tais coisas dentro de cápsulas. Mas “as coisas vazam” e “observar uma coisa não é ser trancado do lado de fora, mas ser convidado para a reunião” (INGOLD, 2012, p.29). Este artigo busca discutir uma abordagem que possibilite apreender e decapar diferentes significações e perspectivas em torno da representação da informação, perpassando discussões como cultura e patrimônio. Para isso, a metodologia do trabalho se deu a partir de uma revisão de literatura, abordando essencialmente o conceito de fractalidade de Roy Wagner, como noção para a atuação do cientista da informação, ao estudar os materiais ou as coisas (INGOLD, 2012), atentando para a problemática que se dá no momento em que ocorre uma segregação contextual e relacional no processo de representação da informação. Percebe-se que a Ciência da Informação, no campo da representação da informação, prende-se a modelos predeterminados e a uma concentração nos processos de tratamento para materiais inscritos, textuais. A noção da fractalidade direcionaria o cientista a perceber eventuais situações que os afetam e “conceder estatuto epistemológico a essas situações de comunicação involuntária e não intencional” (FAVRET-SAADA, 2005, p.160).

O ser afetado envolve uma mobilização, uma modificação no próprio estoque informacional e na maneira de configurar as representações das coisas. Nesse mesmo sentido, Aristóteles (2012) denomina o termo afecção. Esse processo perpassa alterações na pessoa, na forma de olhar, relacionar e, em sua memória, o que vai compor os significados ou, ainda, sua ressignificação dependendo do lugar onde se está ocupando, das relações que estão ocorrendo entre o meio, os outros e as coisas. A Ciência da Informação através das reflexões e procedimentos da representação da informação deve atentar para as particularidades e fractalidades que envolvem seu objeto de estudo enquanto coisa, bem como o cientista da informação e os demais sujeitos envolvidos enquanto pessoas fractais3. Ao estudar as perspectivas epistemológicas, compreende-se o conhecimento como provisório, e inserido num processo constante de transformação. Esse aspecto nos permite reconhecer diferentes conceitos adotados para a informação, afastando-se de concepções definitivas ou acabadas. A REPRESENTAÇÃO NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO A representação configura-se como um processo que acompanha o ser humano ao longo de sua trajetória, e esse processo se dá no campo da percepção4, uma vez que a percepção “nunca é independente da ação; é um prolongamento da assimilação e da organização vital” (SALAMUNES, 2004, p. 286). Na tentativa de definir, ou moldar esse mundo exterior, a representação foi condicionada e associada principalmente a estruturas de classificação, a partir de categorias verticais, dentro de sistemas fechados, com características pré-determinadas (BOUYER, 2008). Dessa forma, a representação da informação pautada nessa condição restritiva acabou por distanciar o aspecto perceptivo da relação prática desse processo. Apesar de essa perspectiva sistemática permanecer forte e limitante, como já detectam alguns teóricos da Ciência da Informação (PINHEIRO, 1996; RODRIGUES; GRIPPA, 2009), a representação pode ser tratada a partir de contextos relacionais, no âmbito da significação, e da percepção no sentido semiótico que reflete Santaella (1988), ampliando, assim, sua maneira de “tornar presente”. Segundo Azevedo Netto (2001, p.87), “Na ótica da Ciência da Informação, a noção de Para Wagner (1991), “Uma pessoa fractal é uma entidade cujas relações estão integralmente implicadas (não é uma unidade em relação ao agregado, nem agregado em relação a uma unidade)”. 4 Para Mithen (2002), o homem em seus primórdios passou de uma mente única e generalista para segmentações especializadas, que o possibilitou criar e desenvolver a arte, religião, ciência. Assim, o homem ao promover relações, integrações, e conexões chegou ao que o autor denomina de fluidez cognitiva. “[...] as formas de pensamento e conhecimento passaram a fluir livremente entre os domínios” (SALAMUNES, 2004, p.285). 3

representação é muito aproximada da noção de classificação, visto que estes dois conceitos estão voltados para formas de organização da informação e do conhecimento”. Esta perspectiva ligada à organização centra-se no movimento de entrada e saída no sistema, a partir de uma classificação predeterminada, ou seja, com o uso de modelos já estabelecidos conforme pontua Novellino (1996); e, essa representação da informação ocorreria por meio de uma “descrição abreviada” para facilitar o processo de recuperação da informação. A partir desta perspectiva de representação da informação apresentada, é importante observar que o conceito de “informação”, neste contexto, relaciona-se essencialmente a uma definição de aquilo que está inscrito, ou seja, gravado (LE COADIC, 1996). Para tanto, ainda nesta perspectiva, a Ciência da Informação [...] volta-se, principalmente, para ação comunicativa entre texto e leitor, tendo como objetivo principal criar condições para sua realização. Ela intervém na ação comunicativa textual para garantir que ela efetivamente ocorra, isto é, que a informação torna-se acessível àquele que dela precise (NOVELLINO, 1996, p.37).

Essa ótica, encarada por alguns pesquisadores da Ciência da Informação, é resultante da adoção de instrumentos consolidados de representação, que foram se configurando durante a estruturação das sociedades ocidentais, principalmente no que tange às diretrizes utilizadas nos campos da Biblioteconomia e Documentação. De modo geral, nos campos do saber, é possível selecionar alguns desses sistemas de representação que influenciaram os modelos que, de certo modo, fazem parte dos campos do conhecimento citados acima, bem como apresentar algumas reflexões para outras dimensões teóricas e práticas para a Ciência da Informação. A junção de forma (morphé) e matéria (hyle) proposta por Aristóteles resultaria em um conceito que representaria a essência das coisas, e isso seria possível dentro de um sistema lógico, com categorias que poderiam determinar as diferenças e semelhanças (MARTINS, 2010). Assim, foram determinadas pelo filósofo oito categorias, sendo elas: a substância (essência), qualidade, quantidade, relação, agir, sofrer, lugar e tempo (ARANALDE, 2009). Outra forma de classificação dos objetos advém da concepção kantiana, na qual se daria a partir de estruturas as quais possibilitariam analisar, entender, expressar, por meio da linguagem. Essa perspectiva transfere o foco do objeto, para o sujeito que irá atuar no processo, ou seja, o sujeito inserido no espaço-temporal estabelece relações tanto no sentido interno, quanto no externo, em uma perspectiva unidirecional. As categorias kantianas relacionam-se aos juízos, e não determinam hierarquias entre seus quatro grupos (quantidade, qualidade, relação e modalidade) (ARANALDE, 2009).

A representação aparece, nesse sentido, alternado num processo dual, ora interno ora externo. Outra teoria adotada para a representação é a dos conceitos de Dahlberg (1978), que segue o esquema de categorias. Segundo Martins (2010, p.52), “a intenção do conceito é a soma total de suas características”, e a “extensão do conceito é a soma total dos conceitos mais específicos”. Na teoria dos conceitos, parte-se de um aspecto formal e de categorias visando a uma maior objetividade. No entanto, o conceito enquanto uma estrutura de representação possui, de acordo com Martins (2010), uma composição triádica, remetendo à semiótica de Peirce. A classificação facetada de Ranganathan, apesar de manter a perspectiva de formação de categorias (PMEST) – personalidade, matéria, energia, espaço, tempo – tem em seu esquema de classificação a opção por não usar classes preestabelecidas, entretanto, as criava no momento em que o livro5 era analisado, já que levava em consideração elementos conceituais de seu assunto, ou seja, permitia as seguintes formas de classificação, enumerativas (hierárquicas) e analítico-sintéticas. O uso do termo faceta refletia uma utilização mais dinâmica e multidimensional no processo de classificação (ARAUJO, 2006; MARTINS, 2010). Dentro da Biblioteconomia e da Documentação, encontramos, então, as tabelas de classificação, que têm por objetivo uma ordenação física dos documentos, entre elas: a Classificação Decimal de Dewey (CDD), Princípio Monográfico, a Classificação Decimal Universal (CDU), que colaboraram para a construção de tesauros e vocabulários controlados, linguagem documentária. A Ciência da Informação, por sua vez, incorporou e adaptou algumas dessas abordagens para realizar a representação da informação, bem como incorporou entre essas, os seguintes termos: representação descritiva e temática6 da informação. Tais sistemas representam a face instrumental e aplicada da representação dentro do âmbito da Ciência da Informação. Esse viés da Ciência da Informação dá conta de seu objeto de estudo, dentro da definição de informação enquanto algo gravado. Entretanto, encontra uma limitação ao se ampliar essa noção de informação para uma visão de caráter estratificada (GONZÁLEZ de GÓMEZ, 2001), quando se procura levar em consideração tanto a informação, as coisas, quanto as pessoas e contextos envolvidos com o fenômeno. 5

Apesar de este modelo referir-se apenas ao livro, pode-se expandir para outros contextos. Segundo Paes, Tabosa e Pinto (2011, p.1), “As áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação empenhamse cada vez mais para aprimorar a representação descritiva e temática da informação, visando ao tratamento, organização, disseminação, recuperação e uso de documentos, sejam eles constituídos de textos verbais e não verbais”. 6

Essa estratificação da informação está ligada ao que Wagner (1991) denomina de “seccionamentos ou identificações arbitrárias” que permitem emanar diferentes instâncias de fractalidade. Ao se recortar esses seccionamentos da totalidade, volta-se a uma visão de construção, seja da informação ou do social, que desconsidera e negligencia as possibilidades fractais, suas diferentes significações. De modo geral, pode-se considerar que esses modelos hilemórficos7 passaram a ser tratados e analisados dentro de um aspecto estático, e sua representação dentro de uma divisão metafísica. Segundo Ingold (2012, p. 26), “A forma passou a ser vista como imposta por um agente com um determinado fim ou objetivo em mente sobre uma matéria passiva e inerte.” Essa postura pode ser compreendida, segundo o autor, a partir da diferenciação pautada por Heidegger (1971), ao aceitar uma noção de objeto, no sentido de “fato consumado”, “superfícies externas e congeladas”, em vez de uma noção de “coisa” – “lugar onde vários aconteceres se entrelaçam” (INGOLD, 2012, p.29), como o resultado do processo de relação, em múltiplas redes sobrepostas, dos elementos que compõem a realidade, inclusive o homem. Ingold (2012, p.27) usa a obra de arte, a alquimia, como analogias para seu entendimento sobre a noção de “coisa”, e nesse sentido, a representação da “coisa” não seria impor uma forma a essa matéria, nem através de uma classificação dual (interna ou externa), mas promover combinações, redirecionar fluxos. Não há divisões, “o mundo em que habitamos é composto não por objetos, mas por coisas”, Um trabalho de arte, insisto, não é um objeto, mas uma coisa – e, como argumentou Klee, o papel do artista não é reproduzir uma ideia preconcebida, nova ou não, mas juntar-se a e seguir as forças e fluxos dos materiais que dão forma ao trabalho (INGOLD, 2012, p.38).

Ao aprofundar nas discussões de Ingold (2012, p.26), ele toma para si as palavras de Paul Klee (1973, p. 269) de que “A forma é o fim, a morte”, e o “Dar forma é movimento, ação. O dar forma é vida”. E ao refletir sobre quais seriam os contornos da coisa, percebe que o linear dar-se-ia ao “participar com a coisa na sua coisificação” (INGOLD, 2012, p. 30), permitindo que essa percepção só seja possível ao aceitar a existência da fluidez que envolve todas as coisas, incluindo nós mesmos, a partir de uma mesma processualidade. Nesse sentido, trazendo para a Ciência da Informação, é possível criar uma correlação ao que vai propor Buckland (1991) ao tratar da coisa, de modo que esta pode ser considerada informativa e, ao mesmo tempo, este aspecto irá depender de condições circunstanciais e situacionais, o que centra sua noção na processualidade, nos fluxos

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Refere-se à junção da matéria (hylé) com a forma (morphé) propostos por Aristóteles (INGOLD, 2012).

relacionais. Aqui a concepção de informação ultrapassa o inscrito, e passa a ser encarada como processo. A representação da informação vai além da mera descrição, seja física ou de conteúdo, pois, [...] representar algo ou compreender algo ou mesmo atribuir significação a algo, a um evento, é perceber pelo corpo, pelo movimento, pela sensação aquilo que por seu intermédio foi adquirido como habilidade encarnada de ação (BOUYER, 2008, p.25).

Esse “corpo fenomenal”, a que Bouyer (2008) se refere, trata da ultrapassagem do corpo físico, ou seja, está inserido no fluxo, na afecção, transita nos fios vitais da malha, que corresponde aos “[...] fluxos e contrafluxos, serpenteando através ou entre, sem começo nem fim – e não enquanto entidades conectadas com limites interiores e exteriores [...]” (INGOLD, 2012, p.40). A coisa deve ser encarada assim a partir dos processos de formação, fluxo e transformação, ou ainda, em sua fractalidade. Ingold (2012, p. 27) explica que “Como Deleuze e Guattari, temos que seguir esses fluxos, traçando os caminhos através dos quais a forma é gerada, onde quer que eles nos levem.” Pode-se, neste contexto, refletir a informação dentro de seu aspecto cultural. 3 CULTURA E INFORMAÇÃO NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Considerando que todo e qualquer coletivo humano exerce algum tipo de atividade de colecionamento de coisas, cujo efeito é demarcar um domínio subjetivo em oposição a um determinado ‘outro’, isso se dá uma vez que todo “sistema cultural tem sua própria lógica e não passa de um ato primário de etnocentrismo tentar transferir a lógica de um sistema para outro” (LARAIA, 1986, p. 87). A partir do etnocentrismo, o homem percebe o mundo a partir de sua cultura 8 e, neste sentido, acaba por definir sua forma de vida, produção e relações sociais como ‘normais’. Ao defrontar-se com outras realidades que vão de encontro com sua ordem moral e valorativa, estabelece-se um estranhamento, e tais diferenças podem gerar a discriminação e a intolerância, configurando uma justificativa autêntica para a violência e conflitos (LARAIA, 1986). Mas é interessante perceber, como pontua Laraia (1986, p. 80), que a “participação do indivíduo em sua cultura é sempre limitada; nenhuma pessoa é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura”, já que as sociedades possuem uma alta complexidade, e se Para Laraia (1986, p. 63), o conceito de cultura permanece em um debate que talvez nunca termine, “pois uma compreensão exata do conceito de cultura significa a compreensão da própria natureza humana, tema perene da incansável reflexão humana.” 8

constituem a partir de variados sistemas socioculturais que constroem e criam seus próprios patrimônios, caracterizando a dinamicidade social. Com isso, na própria dinamização das redes sociais, a cultura pode funcionar como um mediador entre o indivíduo, em suas particularidades, e os demais elementos que compõem sua realidade. Para Roy Wagner (1991), a noção de uma “cultura”, como representação coletiva totalmente integrada no interior do indivíduo, seria um mero ideal a essa noção de “cultura” que pretende uma homogeneização. Essa noção é colocada, assim, dentro de ideias hegemônicas, e inserida no domínio de veridicção. Ainda em relação ao próprio uso do termo “indivíduo”, para o autor, coloca-se no campo do arbitrário, imposto e artificial. Por essas perspectivas, o autor adota o conceito de pessoa fractal, que se configura como aquela pessoa que assume diferentes identidades no decorrer de sua vida, nas variadas instâncias em que atua muito próximo do que Hall (1992) menciona para a configuração da pós-modernidade. A cultura, assim, movimenta-se em sistemas simbólicos, promove relações de força – aproximação e distanciamento -, de maneira que cada coletivo social desenvolve por meio de sua cultura, um sistema lógico e coerente, capaz de modificar suas estruturas continuamente (KUPER, 2002). A dinâmica cultural refere-se diretamente ao conceito de patrimônio cultural. Esse, atualmente, pode ser encarado como bem cultural tangível ou intangível, que desperta o sentimento de valores e identidades sociais, em um constante devir. Nesse sentido, pode-se considerar que através do patrimônio cultural é possível o exercício das memórias e das transformações culturais dos grupos sociais (LARAIA, 1986; GONÇALVES, 2003). A Ciência da Informação concebe em suas perspectivas, a memória como fenômeno social - produto das relações sociais e identidades promovidas pelos sujeitos -, ultrapassando, assim, o aspecto individual da lembrança (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2008). Admite-se para esta discussão uma abordagem instrumental sobre o conceito de memória, entendendo-a como processo, ação ou, ainda, agenciamento de eventos, personagens e fatos, no qual seus referenciais temporais, existentes no passado e evocados sempre no tempo presente, são constantemente contextualizados e mediados pelas experiências e pelas afecções. (AZEVEDO NETTO, 2008). A memória é referenciada como uma agenciadora do patrimônio cultural, tangível ou intangível. Isso pode remeter e promover uma reflexão em paralelo ao que se concebe por cultura material – estudo dos artefatos (BUCAILLE; PESEZ, 1989). Tal concepção recebe, pois, novo sentido para Ingold (2012, p.34): “o próprio conceito de cultura material é uma expressão contemporânea do hilemorfismo matéria-forma”. Nesse sentido, conforme pontua Ingold (2012, p. 26), é preciso “superar a persistente influência de um modo de pensar as

coisas e como elas são feitas e usadas”, para colocar as formas de interação entre as coisas, em si mesmas, e com os homens. Por esse motivo, é importante levar em consideração as forças que permeiam os conceitos de informação, cultura, documento. Essas forças podem ser percebidas a partir das noções de campo de Bourdieu (1983), de regime de verdade de Foucault (2009) e na Ciência da Informação, de regime de informação de González de Gómez (2001). Esta noção de regime de informação possibilita compreender a necessidade da Ciência da Informação de estudar o fenômeno informação em seus diferentes contextos, meios e suportes. Levam-se, então, em consideração a movimentação, ação, fluxos, condições de possibilidades que seu objeto de estudo produz e dos quais é resultado, atentando essencialmente, como é buscado neste trabalho, para o âmbito da representação das informações, enquanto um processo cultural. Talvez essa perspectiva, que pode ser assumida dentro da concepção de malha de Ingold (2012), também estabelece relações com a ideia de rizoma (DELEUZE; GUATTARI, 1980), no sentido de tecer, de entrelaçar as linhas. Elas fazem, então, com que seja possível provocar um crescimento e movimento contínuo, levando a representação da informação a atuar como auxiliar e potencializadora dos estudos da memória na Ciência da Informação. Esse direcionamento também pode colaborar nas discussões da área em torno do patrimônio cultural, uma vez que se pode compreender a informação como produto cultural e socialmente disseminado, seja por sua materialidade ou por seu caráter sensível. A percepção, por sua vez, é referenciada “como um lugar de origem e de sustentação do sentido, e é por ela que o sensível se entrega. É pela percepção que se acolhe o sentido [...]” e, nesse sentido, “o sensível torna o mundo presente.” (HENRIQUES, 2008, p.82) - inserido num processo comunicacional verbal ou não verbal. Compreender a informação como produto cultural e aceitar um conceito de maneira instrumental para uma discussão em um contexto específico correspondem ao que já apontavam Capurro; Hjorland (2007) ao apresentarem inúmeras tentativas de definição para informação. Essa dimensão passou a ser fortalecida a partir da década de 1980, período em que as concepções em torno do conceito de informação direcionaram-se para o contexto cultural, no qual o significado seria produzido pelos diferentes processamentos, uma vez que há uma oferta do sentido. Essa noção mutante que a informação pode assumir em diferentes contextos, nos quais é tratada, advém desse sentido de fractalidade, tanto em suas estruturas conceituais formais, quanto das suas ações nos diversos contextos. E isso não se limita ao sentido da informação, mas aos conceitos, de modo geral, que permitem ampliar as noções contextuais e temporais,

em torno de sua composição, refletindo ainda sobre seu valor mutável e abstrato (DELEUZE; GUATARRI, 1992; JAPIASSU, 1934). Apesar de alguns estudos no campo da Ciência da Informação terem caminhado para a elaboração de definições acerca do objeto “informação”, observa-se o caráter limitante e excludente, uma vez que ao definir se conduz a uma descrição sistemática, de essência fechada. De modo abrangente, a busca por definições parece típica do campo científico, e essa problemática, por exemplo, também pode ser encontrada em outras áreas do conhecimento como na Antropologia, que tentou inscrever uma definição do termo cultura. Pode-se fazer uma analogia dentro deste contexto conceitual a partir da seguinte citação de Murdock (1932, apud LARAIA, 1986, p.63): “Os antropólogos sabem de fato o que é cultura, mas divergem na maneira de exteriorizar este conhecimento”. O cientista da informação sabe o que é informação, embora saiba que a formalização de seu conceito particular não seja o mesmo que os demais colegas apresentam. Em suma, quando se fala em informação na comunidade de Ciência da Informação, todos os seus membros sabem o que quer dizer, mas necessariamente não utilizam as mesmas definições. Para Deleuze e Guattari (1992, p.16), “Não há conceito simples. [...] É uma multiplicidade, embora nem toda multiplicidade seja conceitual” e, nesse processo de construção de um conceito, os conceitos surgem a partir de particularidades próprias, de um campo do saber, no qual seus sujeitos, ao mesmo tempo em que distribuem, cultivam seus conhecimentos, dando-lhes novos significados, bem como permitindo suas ressignificações. Entende-se que um conceito não deve ser encarado de forma isolada, mas contextualizado socialmente, dentro de um espaço temporal estabelecido, já que ele vai demandar e até agregar outros conceitos para a sua compreensão e intencionalidade. O conceito é, portanto, ao mesmo tempo absoluto e relativo. Ele é relativo aos seus próprios componentes, aos outros conceitos, ao plano a partir do qual se delimita, aos problemas que se supõem representar, mas absoluto pela condensação que opera, pelo lugar que ocupa sobre o plano, pelas condições que impõem ao problema. É absoluto como todo, mas relativo enquanto fragmentário (DELEUZE; GUATARRI, 1992, p. 32-33). Com isso, pode-se propor que a conceituação de informação seja considerada absoluta para uma determinada situação particular e relativa para o conjunto de situações que possa ser aplicada. Dessa maneira, a Ciência da Informação trabalha com conceitos instrumentais de informação, voltados para contextos específicos e que atuem como processo. É dentro desta perspectiva que a informação deve ser encarada no contexto de uma representação da informação que se proponha mais aberta e flexível. A informação a ser representada a partir

dos contextos socioculturais e dos diferentes tipos de registros provocaria um processo de mediação que afetaria o cientista da informação, levando-o a realizar, no ato da representação da informação, as considerações particularidades próprias da coisa analisada, e, principalmente, questões voltadas para a socialização da informação, que poderia colaborar de forma significativa para o campo da Ciência da Informação, e suas relações com os campos da Memória (LOUREIRO, 2002). 4 CONSIDERAÇÕES A partir das observações de fenômenos informacionais dentro do âmbito de um fenômeno cultural ou artefato (PACHECO, 1995) nas esferas do patrimônio cultural, identificou-se a necessidade de relativização/flexibilização da conceituação da informação e da representação da informação, que possibilite transparecer as linhas que envolvem os bens patrimoniais. Isso seria, pois, um passo para demonstrar algumas particularidades desses bens em sua estreita vinculação com a memória. Assim, ao perceber as relações culturais e estudar os bens patrimoniais de um coletivo, a Ciência da Informação, através da representação da informação, poderia compreender seu objeto de estudo, inserido nos fluxos que a permeiam nas construções memorialísticas. Esses materiais assumem o caráter potencial e, ao passarem por novos olhares, entrariam no conflito diante do processo de reconhecimento ou não, para enfim, serem aceitos como patrimônio cultural de tal coletivo, integrando-se como referenciais dessa memória particular. Admitindo que as interpretações e os significados só ocorram na presença do ser humano e dentro do processo cultural específico, uma vez que se trata de um repertório cultural compartilhado, e que pode assumir diferentes significados em virtude dos aspectos intraculturais e interculturais, promove-se uma rede multidimensional de significados, na qual as interpretações se darão conforme o contexto social em que estão inseridos, temporal e especialmente influenciados, bem como em função do arcabouço cultural do interpretante (SANTAELLA, 1998; ECO, 2000). Talvez a construção de um conceito de informação patrimonial seria para a Ciência da Informação, uma ação de buscar a partir da percepção e interpretação uma relação entre a essência do próprio patrimônio cultural e a função social das informações dentro dos contextos específicos. Esse processo contribuiria em novas perspectivas para as informações já registradas, memórias oficializadas, novas construções das memórias sociais, bem como para a transformação das identidades e novas formas de socialização da informação. Para tanto, é preciso expandir, descrever e também interpretar diferentes signos,

significados. A informação neste contexto atuaria em constante movimento, inserida no tempo-espaço, promovendo ressignificações e necessitando de reflexões em torno de novos conceitos que visem à produção de novos conhecimentos. Mas essa maneira fluida de tratar, representar as informações, provavelmente criará grandes impasses, principalmente ao se pensar o processamento dessas informações em um repositório digital, por exemplo. Como garantir uma representação da informação que permita diferentes nuances informacionais de um material? Como não cair e resultar em um novo modelo? Deixa-se a seguinte reflexão: se “a forma é a morte”, como afirma Paul Klee (1973), como lançar um olhar sobre a morte de encerramento, quando se passa a conceber que o mundo que habitamos está envolto no emaranhado de uma malha? Malha essa que permite o entrelaçamento dos fios vitais que perpassam todas as coisas. Ora, seria a morte um fim, ou apenas outro momento, outro direcionamento, para novas possibilidades de “dar outras formas”? (INGOLD, 2012). Ao relativizar esse pensamento para a representação da informação, questiona-se que talvez o problema não esteja nos modelos ou nas linguagens controladas – que sim, criam limites – mas talvez, o que precise ser repensado são os olhares lançados, os discursos traçados que tentam conter e assegurar tais modelos, enquanto legítimos, verdadeiros e científicos. As coisas vazam, os olhares perpassam, e a Ciência da Informação necessita refletir ou talvez buscar uma objetividade mais relativa e que aceite a informação “não mais como objeto contido” (INGOLD, 2012, p.41), mas permeado de fios vitais de vida. O cientista da informação, ao atuar no processo de representação da informação, deve levar em consideração seu conhecimento, sua fruição, sua sensibilidade, sua vivência e memórias, de forma relacional, processual e dialógica, entre si, os outros, as coisas, e o espaço-tempo. REFERÊNCIAS ARANALDE, M. M. Reflexões sobre os sistemas categoriais de Aristóteles, Kant e Ranganathan. Ciência da Informação, Brasília, v.38, n.1, p.86-108, jan./abr. 2009. ARAÚJO, C. A. Á. Fundamentos teóricos da classificação. Encontros Bibli, Florianópolis, n. 22, 2006. ARISTÓTELES. Parva Naturalia. São Paulo: EDIPRO, 2012. AZEVEDO NETTO, C. X. Arte Rupestre no Brasil: questões de transferência e representação da informação como caminho para a interpretação. 2001. Tese (Doutorado). ECO/UFRJDEP/IBICT, Rio de Janeiro/ UFRJ, 2001 AZEVEDO NETTO, C. X. Abordagem do conceito como estrutura semiótica.

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