A herança histórica e os reflexos na escola atual

September 18, 2017 | Autor: Marcos Spitzer | Categoria: Educação
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A herança histórica e os reflexos na escola atual A desigualdade educacional segundo Tomazi é um fato histórico no Brasil. Principalmente no que tange o acesso à escola. Porém, a partir da década de 1950, por dois fatores distintos começou-se uma mudança nesse aspecto. O primeiro fator refere-se às lutas que os trabalhadores travaram para pressionar o governo na criação de mais vagas nas escolas públicas. O segundo vai ao encontro dos interesses da classe dominante. Trata-se da crescente industrialização, que exigia a especialização da mão-de-obra. Com esses movimentos pró-escolarização os governantes começaram a ampliação da rede escolar, claro que de maneira clientelista visando a promoção da imagem de seus governos. Todavia o resultado observa-se nos índices atuais de matriculados, hoje acima dos 95%. Esse índice pode parecer motivador, mas só dar acesso à escola não significa algo positivo. O primeiro problema que a nova prática política concebeu foi o alto índice de repetência e abandono escolar. O segundo problema é a péssima qualidade do ensino público, devido ao baixo investimento nos “equipamentos” da escola – prédios, materiais, livros, computadores etc. – e na formação dos professores. O baixo investimento não se refere a valores gastos, mas sim a maneira como os recursos financeiros são empregados. Compras sem planejamento é a principal razão de muitos investimentos serem considerados “inúteis”. Por exemplo: comprar milhares de “tablets” e não investir em comunicação via “web” é o mesmo que comprar um carro e não ter gasolina, já que todas as atualizações, recursos visuais etc. estão disponíveis quase que exclusivamente na rede mundial de computadores. Algumas redes adotaram a progressão continuada para resolver o primeiro problema citado, mas o que se observa é apenas a redução na evasão, já a qualidade continuou a mesma, ou até piorou devido ao excesso de alunos por sala. Os educandos passaram ficar inquietos e distraídos pelo incomodo das salas lotadas.

Esse comportamento só piorou, uma vez que a violência passou a fazer parte do cotidiano das salas de aula. Dividindo os indivíduos envolvidos no processo em grupos rivais. Alunos agressivos e sem interesse e professores na defensiva e desmotivados. Há um conjunto de causas que contribuem para esta crise na educação pública. Mas o principal fator está relacionado ao pensamento que norteia o ofício de educar. Esse pensamento não pode estar pautado no simples fator econômico. Professores precisam de bons salários para sobreviverem no atual sistema, mas isso não basta. É preciso ter consciência de classe social para se desenvolver um bom papel de educador. Nas palavras de Paulo Freire: “educar é um ato de amor, é um ato de comunhão entre os seres humanos”. Portanto, é impossível ter uma educação de qualidade nas condições acima citadas.

Professor Marcos Spitzer [email protected]

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