A história do conceito da educação

June 14, 2017 | Autor: Gisele Leite | Categoria: Filosofia da Educação
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A história do conceito da educação

O processo educacional tem particular significado imprescindível para o desenvolvimento humano tanto no passado, como no mundo contemporâneo.

A educação tem dado sentido ao futuro e justifica o presente, além de explicar e decifrar o passado. Apesar de que infelizmente por vezes não conseguimos escapar de erros atávicos.

É sabido que o conceito de educação sofrera a influência do nativismo e do empirismo. O princípio era entendido como o desenvolvimento das potencialidades interiores do homem, cabendo ao educador apenas exterioriza-las, e o segundo era o conhecimento que o homem adquirira através da experiência.

Mas é verdade que o processo educacional não reside somente nas escolas e as instituições de ensino, afinal, não é a única responsável pela educação.

É sabido que a educação possui uma dimensão maior do que propriamente ensinar a instruir e nem se esgota nas previsões legislativas.

A educação representa tudo aquilo que pode ser feito para o desenvolvimento do ser humano. Enfim, amiúde representa a instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades.

Devemos à filosofia grega o interesse em descobrir que o pensamento racional pode investigar a razão de ser das coisas, e que serve para solucionar todos os problemas.

Os sofistas, verdadeiros pais da retórica, ensinavam aos gregos a fala do convencimento considerado como instrumento de poder, com a finalidade de fazer prevalecer seus interesses de classe.

Afirmavam que cada homem via o mundo a seu modo e, que não era possível uma ciência autêntica, de caráter objetivo e universalmente válido.

Desta forma, a cada brisa, a cada primavera, cada um sente de maneira diversa. Para os sofistas, portanto, não havia verdades absolutas.

Eles propugnavam um sistema educacional que pudesse trazer felicidade e o triunfo ao indivíduo. A educação não era conhecida como um direito de cidadão grego, mas era por meio dela, que os homens se tornam melhores e felizes.

Sócrates repudiando os sofistas previu uma nova visão do homem e do universo. A busca do conhecimento só poderia ser feita através da razão e da educação.

A chave-mestra de seu pensamento era a máxima: "Conhece-te a ti mesmo", devendo ser consciente de sua ignorância. A verdade para Sócrates assim como o conhecimento verdadeiro não pode ser relativa a cada sujeito cognoscente.

A verdade deve conter autonomia e conteúdo, deve existir e ser válida para todos. Assim a ciência deve ter caráter universalista, sendo válida para todos e para sempre.

A preocupação de Platão era a de formar o homem para uma sociedade ideal. Educação significa liberdade e libertação, sendo processo capaz de nos tirar de uma condição de ignorância e imaturidade.

Porém isto não pode ser à força. Posto que o homem livre não deva ser obrigado a aprender, como se fosse escravo. Qualquer exercício, seja físico ou intelectual se for forçado, não penetrem na alma e lá não permanecerão.

Já dizia Sócrates no Livro VII da República: "não uses de violência para educar as crianças, mas age de modo que aprendam brincando". Aprender pode e deve ser lúdico, pois alcançar a plena realização exige esforço e o prazer exige a motivação para desenvolver faculdades físicas, morais e intelectuais.

O mais valioso bem é alcançar a felicidade é encontrar o seu talento. Tais máximas foram defendidas por Aristóteles, o pedagogo da família e, entendeu que ação educativa dos pais seja insubstituível.

Para o filósofo de Estagira, na Trácia, a virtude intelectual se adquire pela instrução ao passo que a virtude moral se adquire pelos bons hábitos e valores. Virtuoso é o homem que tem o hábito reiterado da virtude.

Em Roma Antiga, os educadores se preocupavam muito mais por questões de ordem prática, não havendo mesmo uma produção filosófica considerável. Enfim, a educação romana objetivava o desenvolver do homem e a racionalidade que fosse capaz de fazê-lo a pensar corretamente e se expressar de forma convincente.

Cabia à educação romana incutir no cidadão a coração, a prudência, a honestidade, seriedade e sendo a família um fato preponderante para que tais virtudes fossem fomentadas. O "vir bônus" ou bom cidadão deveria adquirir as virtudes necessárias para cumprir plenamente os deveres de cidadão.

Na Idade Moderna, Francis Bacon acreditava que o homem só poderia compreender e entender as situações que ocorrem na realidade se tivesse uma ideia bem clara a respeito dos fatos. Foi o filósofo um dos primeiros a ver que o método científico poderia dar ao homem sobre a natureza, portanto, que o avanço da ciência poderia ser usado para promover em escala inimaginável o progresso e a prosperidade humana.

Nessa mesma época, John Locke acreditava que a educação faz parte do direito à vida, pois só assim poderão ser formados seres conscientes, livres e senhores de si mesmos.

Jean-Jacques Rousseau formulou também princípios educacionais que perduram até nossos dias atuais. E afirmava que a verdadeira finalidade da educação era ensinar a criança e a aprender a exercer a liberdade.

Acreditava Rousseau que a criança é educada para si mesma, não é educada nem para Deus e nem para a sociedade. Tal educação naturalista, retratada por ele na obra Emílio, não significava propriamente retornar à vida primitiva e selvagem e, sim, levar o homem a agir por interesses naturais e não por imposição de regras exteriores e artificiais. Condenava a interpretação de que a educação é um processo pelo qual a criança passa adquirir conhecimentos, atitudes e hábitos armazenados pela civilização.

Há uma importante afirmação na obra Emílio de Rousseau, in litteris: " Nascemos fracos, precisamos de forças; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação. ".

Já para Immanuel Kant entendia que a moralidade para os seres humanos é o resultado pretendido de um processo educacional extensivo.

O filósofo escreveu duas relevantes obras, chamadas de "Crítica a razão teorética pura", no ano de 1781, onde indaga os limites e as condições do nosso conhecimento, as suas potencialidades e o seu valor; e a "Crítica da razão pura" em 1788 demonstrando que o homem deve agir com a consciência do dever, de acordo com a lei moral presente no seu interior.

A educação kantiana deve cultivar a moral, despertando para que o homem tome consciência de que esta deve estar presente em todas as ações de sua vida, em todo o seu desenvolvimento, em todo o ser, e por efeito, deitando raízes sobre o Direito, que não subsiste sem a moral.

Há também a notável contribuição de Jean Piaget e Paulo Freire para a educação. Piaget afirmava que a educação deve possibilitar à criança o mais amplo desenvolvimento e dinâmico desde que o período sensório-motor até o operatório-abstrato.

Os principais objetivos da educação são: a formação de homens criativos, inventivos e descobridores, de pessoas críticas e ativas, na busca constante da construção da autonomia.

A referida autonomia não está relacionada com o isolamento, ou a capacidade de aprender sozinho. Ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de regras morais e operatórias, necessárias à manutenção das relações permeadas pelo respeito mútuo.

A essência da autonomia é que as crianças se tornem capazes de tomar decisões por elas mesmas. E não significa o mesmo que a liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho de ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista.

Para Paulo Freire parte do princípio de que vivemos em uma sociedade dividida em classes, na qual os privilégios de uns impendem a maioria e usufruir os bens produzidos. O filósofo e pedagogo se referia a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, na qual a educação existe como prática de dominação e, a pedagogia do oprimido, na qual a educação surge com prática de liberdade e de libertação.

Não basta que o oprimido tenha a consciência crítica de opressão, mas que esteja disposto a transformar a realidade.

Freire nos ensina que uma das grandes, senão a maior tragédia do homem moderno, está em que é hoje dominado pela força dos mitos e comandado pela publicidade organizada, ideológica ou não, e, por isso, vem renunciado cada vez, sem o saber, a sua capacidade de decidir.

Propõe Freire que educar é construir, significa libertar o homem do determinismo passando a reconhecer o papel da História e a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão individual como na prática pedagógica proposta.

A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem como ser autônomo, que está presente na definição de vocação antológica de "ser mais" que está associada com a capacidade de transformar o mundo.

Para Edgar Morin em suas reflexões sobre a educação, percebe o homo sapiens como fruto da vida natural e da cultura. Encontra uma forma de construir a educação dos tempos futuros, embora esta pareça ainda estar muito vinculado ao passado e principalmente ao fragmentar do conhecimento.

Defende Morin o pensamento integral, posto que permita ao homo sapiens concretizar uma meditação mais pontual. Critica a pedagogia atuante por conta de seu radical fracionamento do saber que leva o indivíduo a entender o universo de forma facciosa e sem a conexão com o universal. Rompendo-se qualquer interação entre local e global, o que proporciona uma resolução de questões existenciais complemente dissociada do contexto onde estão situadas.

Na teoria da complexidade preconiza que o pensamento complexo é o que permite abarcar a uniformidade e a variedade contidas na totalidade, ao contrário da tendência do ser humano a simplificar tudo. E afirma que o ponto de vista integral não descarta o valor das especialidades.

Há acirrada discussão sobre a necessidade de renovação da escola, e da oferta de uma educação que realmente contribua para o desenvolvimento total da pessoa, em espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, e sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade.

Tais objetivos foram difundidos no Brasil principalmente por Jacques Delors que editou um relatório em forma de livro pelo Ministério da Educação, em 1998, sob o título "Educação, um tesouro a descobrir: relatório para Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI".

Nesse importante documento são apresentados quatro saberes indispensáveis aos indivíduos para atuarem de forma plena na sociedade do novo milênio. São os quatro pilares da educação, a saber: aprender a conhecer, ou seja, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas, e, finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.

A união desses quatro saberes ficou conhecida como a teoria pedagógica do Aprender a aprender trazendo uma nova visão das práticas educativas, cujo cerne não reside na transmissão de conteúdos aos alunos. Será necessário proporcionar aos discentes, uma série de saberes e competências que os deixarão preparados para se adaptar a um mundo em mudança.

É preciso que os docentes estejam sempre abertos às novidades e procurem diferentes métodos de trabalho após a reflexão de suas práticas, pois o profissional é responsável por sua formação. Ao Estado cabe criar as situações e condições objetivas necessárias para que o docente possa sempre repensar sua prática pedagógica e, efetivamente, ter uma formação continuada.

O sociólogo suíço Phillipe Perrenoud é um dos mais lidos no Brasil no tocante a formação de professores. Mas, também possui produções bem referenciadas na área de avaliação, em especial, com a sua proposta de ciclos de aprendizagem plurianuais. A formação e prática docente é desenvolvida por meio de competências.

A categoria competência é um termo recorrente tanto quando se refere aos alunos e quanto aos professores. E, definiu competência como a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos para solucionar, com pertinência e eficácia uma série de situações.

A escola deve negar a postura de "ensinar por ensinar" em favor de apresentar a relação direta que os conteúdos das disciplinas têm com os conhecimentos necessários para toda a vida. Não se trata de renunciar a importância dos conteúdos das disciplinas, mas, estas devem ser concebidas como mecanismos desencadeadores do desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos.

Ao docente não basta conhecer e dominar profundamente apenas o conteúdo das disciplinas que leciona. E imprescindível ao docente as dez competências fundamentais, a saber: organizar e dirigir situações de aprendizagem; administrar a progressão das aprendizagens; conceber a fazer evoluir os dispositivos de diferenciação; envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; trabalhar em equipe; participar da administração escolar; informar e envolver os pais; utilizar novas tecnologias; enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão e administrar a própria formação.

Tais competências perpassam pelo âmbito da didática, da gestão e da formação. Honestamente dentre as tais dez competências elencadas por Perrenoud há o foco bastante claro na escola e não traz muitas novidades para o currículo ou didática dos cursos de licenciatura no brasil.

O convite do sociólogo é no sentido de propiciar uma postula reflexiva e a revisão de práticas além da capacidade de observar, regular, inovar e aprender com os outros e com os alunos e com a experiência.

A educação, fundamentada na CF/1988 e amparada por princípios que buscam uma sociedade mais justa, sendo direito de todos, dever do Estado e da família, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Há, pois, com base no art. 205 do vigente texto constitucional brasileiro três objetivos básicos da educação: o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo da pessoa para o exercício da cidadania e a qualificação da pessoa para o trabalho.

Tais objetivos só se concretizarão através de sistema educacional democrático onde a organização da educação formal concretize o direito ao ensino, informado por princípios com eles coerentes e harmônicos, que realmente foram acolhidos constitucionalmente, como são: igualdade de condições de acesso e permanência na escola, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte o saber, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; com a devida valorização dos profissionais da educação garantido na forma da lei, plano de carreira para o magistério público e privado. Além de gestão democrática e garantia de padrão de qualidade.

P.S
Gostaria muitíssimo de aproveitar a oportunidade para enaltecer a qualidade e o empenho como docentes, gestores e, enfim como profissionais da educação como de Mary Sue Pereira, Adélia Araújo, Rosana Rocha, Cláudia Araújo e Fernando Arduini que muito contribuem para que a educação brasileira venha atingir a qualidade e a excelência que tanto merece.

Referências
MAIA, Dennys Leite. Pensadores Contemporâneos da Educação: Quem são, o que dizem e quais implicações à formação docente? Disponível em:http://pt.scribd.com/doc/42456493/PENSADORES-CONTEMPORANEOS-DA-EDUCACAO-QUEM-SAO-O-QUE-DIZEM-E-QUAIS-IMPLICACOES-A-FORMACAO-DOCENTE#scribd Acesso em 26.12.2015.
VIANNA, Carlos Eduardo Souza. Educação histórica do conceito de educação e os objetivos constitucionais da educação brasileira. Janus, Lorena, ano 3, 2º semestre de 2006.
MENEZES, Ebenezer. Platão e a educação. Disponível em: htto://www.educabrasil.com.br/ev/exe/imprimir.asp?id=391. Acesso em 24.12.2015.
TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. 5ª edição. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968.
ZACHARIAS, Vera Lúcia C. Paulo Freire e a educação. Centro de Referência Educacional, 2007.
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É preciso utilizar as contribuições de Jean Piaget para formularmos adequadamente os conceitos de autonomia intelectual e moral, que perpassam, de forma diluída, toda sua obra, mas que se concentram nas seguintes publicações: O Juízo Moral na Criança; Lógica e Conhecimento Científico; Epistemologia Genética; Estudos Sociológicos; Seis Estudos de Psicologia; Sabedoria e Ilusões da Filosofia; Biologia e Conhecimento; o Estruturalismo. O construtivismo vem se firmando no brasil com uma força muito pungente no campo da educação contemporânea. Mas, esvazia-se de seus componentes epistemológicos, apresentando-o apenas como mais um método pedagógico. Deve-se ater ao estudo da passagem de menor conhecimento para estados de um conhecimento mais fundamentados.

Apesar de que de qualquer forma represente retirar o homem do seio da ignorância, lhe contrastando com as luzes da razão e colocando no centro da dinâmica do aprendizado. A atividade lúdica representada por jogos e brincadeiras, pode desenvolver o aprendizado da criança dentro da sala de aula. O lúdico assim como a experiência representam ferramentas de ensino para prover o desenvolvimento integral dos educandos.
Aristóteles acreditava na educação como forma de preparar o homem para viver em sociedade. Na atualidade, persiste a validade desse pensamento. O maior bem para Aristóteles seria a felicidade e, essa só seria alcançada através da educação. Já preconizava que a educação deveria ser direito do Estado. Devendo ser pública e voltada para todos. Perfazia o perfil de uma educação austera, dura e ortodoxa que visava o ensino da obediência às leis e o servir à pátria.
Bacon foi teórico que exercera grande influência nos paradigmas científicos que marcaram a sociedade industrial, contrariando a visão transcendental e a razão sem comprovação. Defendeu o uso da experiência e do método indutivo como critérios validos para a aceitação de qualquer conhecimento. Desenvolveu tratados científicos e metodológicos, lançando as bases para sua empreitada que, segundo ele, proporcionariam o domínio da realidade. Mesclou sua vida entre a contemplação filosófica e agitada vida política.

John Locke afirmava que "Os homens são bons ou maus, úteis ou inúteis, graças a sua educação ". Na filosofia, construiu uma teoria do conhecimento inovadora, que investigou o modo como a mente capta e traduz o mundo exterior. Na educação, compilou uma série de preceitos sobre aprendizado e desenvolvimento, com base em sua experiência de médico e preceptor, que teve grande repercussão nas classes emergentes de seu tempo. Assim, a defesa da liberdade individual, que ocupa lugar central na doutrina política lockiana, encontra correspondência na prioridade que ele confere, no campo da educação, ao desenvolvimento de um pensamento próprio pela criança. Assim, a defesa da liberdade individual, que ocupa lugar central na doutrina política lockiana, encontra correspondência na prioridade que ele confere, no campo da educação, ao desenvolvimento de um pensamento próprio pela criança.
"A concepção construtivista, por exemplo, institui-se com base na relação entre sujeito e objeto, enquanto a visão lockiana enfatiza apenas o objeto", explica Lago. Embora considerasse que a origem de todas as ideias estava fora do indivíduo, Locke via a capacidade de entendimento como inata e variável de pessoa para pessoa.
Rousseau foi um dos mais bem-conceituados pensadores do século XVIII e em sua obra Emílio ou da Educação, propõe um projeto para a formação de novo homem e de uma nova sociedade.
Aborda a educação de uma criança acompanhada de um preceptor que a auxiliará a ter uma educação conforme a natureza, preservando-a da sociedade corruptora... atendendo a sua máxima que o homem nasce bom, a sociedade que o perverte.
Apregoava uma educação afastada do artificialismo das convenções sociais. A educação deve ser inovadora e revolucionária, pois deve valorizar a liberdade bem como o desenvolvimento das faculdades mentais das crianças. A criança precisa de liberdade para viver e aproveitar cada fase da sua vida em seu devido tempo e não ser considerada um adulto em miniatura. Rousseau afasta a possibilidade de a criança ser confundida com o adulto, e enfatiza a necessidade dela ser tratada de fato como criança, quando afirma: "amai a infância, favorecei as brincadeiras, seus prazeres, seu amável instinto".
A adolescência, conforme Rousseau, é um período de modificações, um novo nascimento que remete o indivíduo a um processo de aprendizagem em direção a autonomia da vida adulta. No período que vai dos doze aos treze anos, próximo à adolescência, a criança, por não ter todas as suas necessidades desenvolvidas, as suas forças são superiores. Pois, "aos doze ou treze anos, as forças da criança desenvolvem-se bem mais rapidamente do que suas necessidades". Neste período, o progresso da força ultrapassa o das necessidades. Assim, podendo mais do que deseja, será um ser muito forte.
Segundo Kant, é a razão que distingue os seres humanos dos animais, pois sobre a razão consiste na faculdade de julgar. Mas não é porque o homem é racional por natureza que ele faz devido ao uso de sua razão. Pois a razão, além de estar implícita, sofre a influência das inclinações, mesmo assim é capaz de conceder a ideia de uma razão pura prática, mas não é tão facilmente dotado da força necessária para torná-la eficaz e concreta no seu comportamento. A educação seria o meio da disciplina e instrução possibilitar o sujeito orientar as suas ações em uma pedagogia que se dirige para a liberdade.
A antropológica prática de Kant, sobretudo, se refere ao âmbito da educação. Kant afirma que "o homem é a única criatura que precisa ser educada", e, que "o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, ele é aquilo que a educação faz dele"
Edgar Morin é antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu de origem sefardita. Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de La Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. Autor de mais de trinta livros. Durante a Segunda Grande Guerra Mundial participou da Resistência Francesa. É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade.
Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia. Atua nas áreas relacionadas ao currículo, as práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educaçaõ da Universidade de Genebra. Não é um pedagogo de formação. Para o autor, o sucesso e o fracasso escolar não são dependências únicas do ambiente escolar. Cada aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para etapas seguintes do currículo escolar, tornando o aluno capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, tornando qualquer ambiente, um ambiente pedagógico, independentemente de quaisquer situações.



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