A Identidade Cultural dos Macaenses após a Transferência da Soberania de Macau

June 5, 2017 | Autor: Carolina Chan | Categoria: Identidade
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A Identidade Cultural dos Macaenses após a Transferência da Soberania de Macau

Disciplina: Multiculturalismo e Dinâmicas Culturais Docente: Everton V. Machado Discente: Jiali Chen Curso: Língua e Cultura Portuguesa

Quando nós referirmos à cidade Macau, talvez a maioria das pessoas recorde uma próspera paisagem urbana de uma metrópole de jogos,frequentemente explorada pelo fluxo de turistas provenientes de todos os cantos do mundo. Para mim, quase nunca liga-a a dezena de casinos, pois o que me têm interessado são os fenómenos culturais, históricos e sociais a respeito da população cidadão do território.

Entre os grupos sociais de Macau, os macaenses são aqueles que merecem uma profunda escavação pois são estes que resultam da mescla das outras duas populações dominantes do território- das europeias e das asiáticas, mas guardam uma riqueza identitária mais que as duas últimas.

A (auto-) identidade dos macaenses podem variar pouco por pouco no decorrer da época. Pois a identidade está em permanente construçaõ, sendo isso o processo eterno. Pois Stuart Hall (2000) assina que a identidade não é estática e imutável e, que o indivíduo ou um grupo é interpretado num espaço universal em que as interações com estes determinarão a consciência de si.

Introdução Desde a instalação portuguesa na cidadela Macau no ano 15571, o território tropical 1

Conforme Francisco Lima da Costa (2006: 187), “No que concerne à história da instalação dos 1

tinha sido forçado a engolir as conseguências trazidas dos tufões, sendo a metáfora designada por João de Pina Cabral e Nelson Lourenço na conhecida obra Em Terra de Tufões: Dinâmicas da Etnicidade Macaense. Historicamente, as ondas devastoras ao território durante séculos eram a transferência de Macau para a soberania espanhola durante o período da União das Croas em que Macau ainda não se tivesse tornado a colónia portuguesa, a invasão holandesa durante o século XVII, as Guerras do Ópio em 1840, a 2ª Guerra Mundial e mais recentemente o motim social chamado 1,2,3 acirrado pela Revolução Cultural da China Continental.

Após mais de quatro séculos da ocupação portuguesa no território de Macau, a partir do dia 20 de Dezembro de 1999, a República Popular da China (RPC) voltou a assumir o exercício de soberania sobre o território. Nessa altura estabeleceram a Região Administrativa

Especial de Macau (RAEM). É inevitável que o

procedimento político-social de transição da soberania é capaz de induzir uma série de reformas na estrutura mecânica da sociedade de Macau, sendo dois dos aspectos observáveis a economia do pequeno terrritório e a configuração da formação demográfica.

Acompanhando a relativamente repentina mudança social, a identidade cultural da população macaense acabou por entrar no ciclo de deconstrução e reconstrução. Neste trabalho de estudo, debruçaremo-nos sobre a reconstrução da inter-identificação dos macaenses residentes em Macau, a qual parte da antiga identidade cultural plasmada pelas várias alterações históricas.

Vamos ver as dinâmicas da identificação peculiar culturalmente que decorrem dos novos impatos. Uma questão básica colocada neste trabalho é a identidade cultural da comunidade macaense passou a enfraquecer-se por causa dos vários desafios? Ou fortalecer-se? Ou desenvolver-se pela via diferente sob o processo da tendência de

portugueses em Macau é comummente aceite o ano de 1557 como ano formal da instalação”. 2

globalização?

Como se identifica o macaense culturalmente? A expressão “macaense” tem sido tentado referir e definir várias vezes pelos historiadores e sociólogos quer macaenses quer alienígenas. Não devemos negar que nunca é possível justificar a classificação de ser macaense.

Pelo viés biológico, a investigadora macaense Ana Maria Amaro(1988: 4, 5, 10) julga que os macaenses são produtos mesclados pelos portugueses inicialmente com as malaias, indianas e japonesas e posteriormente com as chinesas locais, devido à então prática generalizada da política de colonização “miscigenada” que encorajava, nos espaços ultramarinos de lusofonia, o matrimónio entre os portugueses com as populações locais. Assim, podemos constatar que a miscigenação de raças portuguesa e asiática é uma forma principal na classificação de macaense.

Porém, ser macaense não é necessariamente ser descendente português ou luso-asiático. Mesmo que sejam casos casuais, é verdade que, como efeito do esforço na cristianização, um indivíduo chinês, sem uma gota de sangue português, considera-se por si próprio e pela comunidade macaense como integrante por ele converter-se em Catolicismo, de acordo com a investigação de Cabral e Lourenço(1993: 19-23). Constatmos que, a religião apresenta-se como outra forma de identificação como um membro inserido no grupo social macaense.

Porém, cabe destacar que um indivíduo ou uma família não precisam ser católicos e simultaneamente mestiços euro-asiáticos e católicos, sendo os dois elementos indicativos existirem independentemente.

Enquanto os dois argumentos devem ser ponderados, envolve-se ainda outro elemento fundamental de que não devemos esquecer – a escolha pessoal, gozada por cada 3

indivíduo, perante a auto-identificação como macaense ou não. No caso de um macaense de diáspora nascido em Macau, apesar de ele possuir os dois traços indicativos e levar uma vida com as tradições e costumes macaenses, se não sentir a pertença e identificação como macaense, este não é “ser macaense”2. Sumariamente, à medida que torna corrente o interrelacionamento cultural entre os distintos grupos sociais, fica mais entrelaçada a classificação e a afirmação de uma identidade peculiar tal como tirar os traços de uma maraha.

Vale referir que não chegava até ao último século em que os portugueses e os seus descendentes euro-asiáticos começaram se casarem com os chineses em maior escala no territóro que estavam debruçado pelos chineses ao longo dos séculos. A partir do ponto de vista cultural, os portugueses e os euro-asiáticos, ou seja, as famílias macaenses não aceitavam a cultura chinesa dominante budísta e taoísta por no catecismo católico não haver espaço para divindades de outras crenças não critãos. Então, parece que no início da formação de macaenses, recusava-se a entrada dos chineses, valorizando uma “ capital de portugalidade ” e desvalorizando a comunicação intercultural com os chineses3. À luz da definição do termo mestiçagem por Amaryll Chanady (1995: 33-40), a mestiçagem é um projecto racista que, por um lado, enaltece a existência da raça branca e, por outro, preserva a desvalorização das outras raças. E prefiro em utilizar este termo ao termo hibridismo, em designar a primitiva identidade cultural dos macaenses.

Incidências à identidade cultural do grupo macaense

No período antes de a cidade Macau passou a regressar ao braço da patria da China, reinava um sentimento de abandono e desespero dentro da população macaense 2

GASPAR, Maria Cristina dos Santos. Macau Sá Filo- Memória, Identidade e Ambivalência da Comunidade Euroasiática Macaense. Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa, 2013, P. 179. 3 Conforme apontou João de Pina Cabral e Lourenço (1993: 61-62) o character do interrelacionamento entre o grupo macaense com outros e o conceito de “capital de portugalidade”. 4

(Cabral e Lourenço, 1993: 25-26). O perseguido sentimento de incerteza deixou as gerações anteriores dos macaenses considerar o território incerto.

Por consequência, havia uma massa diáspora de lá pra vários recantos do mundo, sendo os país que têm acolhido mais macaenses Portugal, o Brasil, a Austrália e os Estados Unidos. Uma das principais preocupações que lhes conduziram à intensa emigração grupal é, o receio da dissolução da sua identidade (Lima da Costa, 2006: 193) noutro enquadramento das identidades alheias.

É de notar que agora a população dos macaenses ocupa aproximadamente apenas menos de 5,9% da habitante total em Macau, apresentando o resto constituinte pelo povo chinês 4 . A enorme desvantagem da estatística demográfica ajudaria nos a explicar a possibilidade de tendência na diluição identidária. Aliás, há longa data, tendo vivido e acostumado a viver no ambiente familiar sob a administração portuguesa, uma súbita alteração na conjuntura política poderia conseguir acirrar uma tensão diante a realidade político-social. O outro embate da onda agravando a preocupação dos macaenses é o afastamento das novas gerações dos chamados filhos da terra por ter recebido as culturas alheias particularmente ao entrar do novo milénio.

Com esses aspetos por aparência, logicamente, ressumbraram as perspectivas pessimistas concernentes ao futuro da identidade própria. Assim, é verdade que estão a perder-se as cararterísticas identidárias distintas dos macaenses?

No que respeito à dinâmica da identidade cultural dos macaenses, o ponto de vista do presidente da Associação dos Macaenses (ADM)5, Miguel de Senna Fernandes talvez nos ajude a reconsiderar a questão em causa. Ele não negou a existência dos diversos

Conforme as estatísticas do site: http://www.indexmundi.com/macau/demographics_profile.html sobre a composição demogrática de Macau do ano 2014. 5 Entrevista ao Miguel de Senna Fernandes , o presidente da Associação dos Macaenses (ADM) . Disponívvel em www.plataformamacau.com/macau/comunidade-macaense-adaptada-e-maisligada-a-cultura-chinesa/, acedido em 5, Janeiro de 2015. 4

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desafios, porém, sustentou que a identidade dos macaenses vão encontrar-se a adaptar às novas realidades.

Realidades Políticas O grupo macaense é um exemplo de expressão de multiculturalismo no universo moderno devido à sua presença peculiar resultante de séculos de diálogo cultural nas fronteiras entre a China e o mundo colonial português. Neste contexto, as políticas fundamentais em relação aos macaenses revelam o posicionamento tomado do Governo da República Popular da China. Vejamos então, em seguinte, o 42º artigo da Lei Básica da RAEM adotada em 31 de Março de 1993 e vigente a partir de 20 de Dezembro de 1999:

Art. 42º----Os interesses dos residentes de ascendência portuguesa em Macau são protegidos, nos termos da lei, pela Região Administrativa Especial de Macau. Os seus costumes e tradições culturais devem ser respeitados.

A atitude tomada no âmbito de legislação pelo novo governo comprova-se ainda em outros artigos constados explicitamente sobre a liberdade da crença religiosa e da prática de atividades religiosas, a oficialização da língua portuguesa, o patrocício das organizações populares culturais e a defesa e salvaguarda do património cultural6. Neste sentido, é esclarecido que o governo de Pequim compromete o respeito, defender e valorizar a identidade e a cultura constituinte da comunidade macaense.

No Artigo 34º da Lei Básica, leem-se: “Os residentes de Macau gozam da liberdade de crença religiosa e da liberdade de pregar, de promover actividades religiosas em público e de nelas participar”. No Artigo 125º, “O Governo da Região Administrativa Especial de Macaiu protege, nos termos da lei, os pontos de interesse turístico, os locais de interesse histórico e demais património cultural e histórico, assim como protege os legítimos direitos e interesses dos proprietários de património cultural”. No 132º, ainda lêem: “O Governo da Região Administrativa Especial de Macau aperfeiçoa, de modo gradual e de acordo com as necessidades e possibilidades, a política de subsídios anteriormente aplicada em Macau às organizações populares, designadamente nosdomínos da educação, ciência, tecnologia, cultura, desporto, recreio, medicina e saúde, assistência social e trabalho socail”. Último acesso ao site oficial da Imprensa Oficial do Governo da RAEM: http://bo.io.gov.mo/bo/i/1999/leibasica/index.asp em 28/12/2014. 6

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Basta mencionar que a fim de favorecer a estabilidade social, a RAEM goza de um alto grau de autonomia, sob o matriz princípio de “um país, dois sistema” mantido inalterado durante cinquenta anos consecutivos. É visível o extenso espaço deixado, no domínio político, para o desenvolvimento de economia de Macau, e da cultura do povo que lá vive. Observamos que pelo menos a política aplicada garante com duração prolongada, a tranquilidade, em algum sentido, para a estrutura da identidade em (re)construção com as consequências que tal transferência da soberania podia trazer. Desta relativa transquilidade também aliviam a tensão causada da agudeza da magna mudança política, deixando uma possibilidade

Realidades Sociais Além disso, há uma influência exterior que devemos considerar. Ao entrar ao novo milénio, ao contrário ao que se passava à sociedade macaense nas anteriores gerações, têm crescido espantosamente a coneção das culturas do mundo e a massa de diversas informações circuladas pelos vários meios de comunicação. A migração e movimento de pessoas neste pequeno território também comprova a existência de globalização. Segundo Nelson do Valle Silva (1996), nas últimas décadas os processos de mudanças trazidos pela globalização afetaram a maneira de como as pessoas passaram a se identificar. Os grupos macaenses tem estado sujeitos a este processo de globalização por reagirem integrando-se gradualmente ao espaço universal.

Não devemos negar que neste pano de fundo social, emerge pouco a pouco o esclarecimento da auto-identificação perante os desafios exteriores. Então como é que pode transformar as consequêncis em formas de ganho de apoio para a construção de identidade cultural?

Acredito que o grupo macaense está a tomar um posicionamento bem ativo com séries de iniciativas, tais como, e desenvolver uma variedade de ações culturais e educativas, estabelecer as prórias organizações não governamentais de carácter cultural, social, 7

educativo, académico e científico, “numa linguagem que tenta fazer prova de vida da comunidade”7, no sentido de estimular o sentimento de pertença e orgulho na sua cultura macaense e construir a identidade própria. Entre eles, os mais reconhecidas são a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, o Conselho das Comunidades Macaenses, a Confraria da Gastronomia Macaense, o Docí Papiaçám di Macau que salvaguarda a língua ressuscitada— Patuá em forma de peças teatrais e, as Casas de Macau que representam os residentes macaenses na Ásia, em Portugal, no Brasil, no Canadá, etc. No que se refere à construção de identidade, Silva (1995: 67) sustenta que:

...na construção da identidade, é necessária a preservação da memória coletiva dos vários grupos. A memória coletiva daqueles, cuja cultura não é dominante, será o agente catalisado da afirmação da identidade étnica. A busca desta identidade implica o cultivo das tradições culturais do grupo dominado e a releitura de sua história. A religião, os mitos, as lendas, a ideologia serão necesários a este proceso de identifcação cultural. Em sociedades multi-raciais, o impedimento destas manifestações inferioriza o grupo dominado, criando-lhe um distúrbio de identidade.

Segundo este modelo, a ênfase dessas organizações ou organismos é colocada na (re)construção e recuperação de identidade cultural e étnica dos grupos macaenses através da preservação das memórias coletivas grupais. Essas memórias coletivas comportam os seus costumes e tradições. São exatamente os elementos de uma comunidade própria macaense que diferenciam o grupo dos demais grupos semelhantes no território, designadaemente do chinês e do português.

É de notar que a grastronomia macaense, uma cozinha caseira e “híbrida” desta 7

GASPAR, Maria Cristina dos Santos. Macau Sá Filo- Memória, Identidade e Ambivalência da

Comunidade Euroasiática Macaense. Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa, 2013, P. 173. Tese de Doutorado. 8

comunidade , tendo tendência a desaparecer sob o abalamento de globalização, foi denunciado de património cultural pela Confaria da Gastronomia Macaense. E o teatro maquista (teatro em patuá) foi representado pelo Dóci Papiaçám di Macau. Em 2012, ambos os dois foram reconhecidos pela UNESCO como Patromónio Cultural Imaterial 8 , promovendo a defesa dos costumes culturais populares locais da comunidade macaense numa escala nacional e internacional. A salvaguarda dos Patrimónios Culturais Imateriais de Macau afigura-se como prova de que os macaenese pertencem a uma comunidade que tem muito de se orgulhar e de se valorizar e como marco de uma era em que as dinâmicas estão ligadas à busca e revitalização de tradições.

Uma das heranças de uma história da transcruzação oriental e ocidental é os únicos recursos de natureza cultural no turísmo, tais como as várias igrejas cristãos e os templos de crenças orientais. Bem antes da passagem da soberania do território, Macau já tem sido uma cidade turística encantada reconhecida pelo mundo moderno. E a indústria turística chegou a ser um dos dois pilres da fonte financeira das receitas do Governo RAEM, sendo o outro da de jogos. Segundo as estatísticas oficiais9, as receitas derivadas do turismo de Macau são o quinto maior em todo o mundo em 2012. O caso dominante do turismo não se altera muito nestes 15 anos, mantendo atraindo os turistas nacionais e internacionais, particularmente a partir de meados de 2003 em que começavam a pôr em prática uma política de visita com visto individual que permitia os turístas oriundos da China Continental a visitar Macau e Hong Kong individualmente10.

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Para mais informações sobre Património Cultural Imaterial de Macau, consultar a lista dos itens do Patromónio Cultural Imaterial de Macau da UNESCO em www.macaumuseum.gov.mo/w3PORT/w3MMsource/HeritageListC.aspx, o site oficial do Museu de Macau, acedido em 28, Dezembro, 2014. 9 As estatísticas divulgadas pela Direcção dos Serviço de Turismo de Macau em 22 de Janeiro de 2014. Disponível em http://industry.macautourism.gov.mo/pt/pressroom/index.php?page_id= 172&id=2614. Acesso em 6 de Janeiro de 2015. 10 Conforme a notícia da Página Electrónica da Indústria Turística de Macau. “Vístos Individuais”. URL: http://industry.macautourism.gov.mo/pt/page/content.php?page_id=43. Acedido em 6 de Janeiro, 2015. 9

Consciente de que a indústria turística pode ajudar também a fortalecer aos indivíduos uma identificação com reconhecimento de tradições e passado histórico da comunidade, o governo local dedica-se em apresentar o lado histórico e cultural da cidade através de produçaõ de um novo modo de turismo—turismo cultural.

No caso da gastronomia macaense, além de ser “marcador identitário”11, vem tranformar-se em uma imagem generalizada de marca cultural do território pelos centenas de milhar de turístas.

Apontamentos Conclusivos

Na altura do 15º aniversário do regresso de Macau para a República Popular da China, já podemos enxergar a dinâmica de construção da identificação cultural dos macaenses. A identidade cultural dos macaenses não se mante como antes da transferência, nem sequer se dilui. É figurado um novo caminho a esforçar e afirmar a identificação do grupo macaense pelos dois dos demais factores em seguinte.

Contrariamente a ser uma ameaça de dissolução, a transição da soberania, como uma espada de dois gumes, pode tornar-se numa oportunidade para fortalecer os elementos de afirmação identitária. Na esfera política e legislativa, é óbvio que o posicionamento quer do governo local, quer do Governo de Pequim, comprova ser o suporte exterior do processo de construção da identidade cultural dos macaenses na estrutura social de Macau.

Por outro lado, a comunidade macaense do território e as organizações dos macaenses referidas vêm reconhecer o valor da afirmação dos marcadores identitárias de categoria cultural na perspectiva de despertar o sentimento de pertença e identificação com os patrimónios. Poderíamos dizer que a fundação das várias associações ou 11

COSTA, Francisco Lima da. Fronteiras da Identidade: O Caso dos Macaenses em Portugal e em Macau. Revista da Administração Pública de Macau, nº 71, vol. XIX, 2006-1º, P.181-215. 10

organismos similares fixados localmente poderão ajudar a reforçar a estrutura de identidade cultural dos macaenses. No pano de fundo social, o legado histórico-cultural passa a ser um motor de tangue da indústria turística. Este desempenham um papel crucial num processo de construção identitária do grupo macaense, através de ganhar peso na negociação de manter o estatuto e de desenvolver persistente no enquadro de estrutura social local.

O fato desses factores reflete uma avaliação constantemente positiva, apontando ao desenvolvimento e ao intensificação da identidade cultural adatada à alteração da realidade do novo século e ao processo de globalização.

Referências bibliográficas

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