«A Imigração no Brasil», in Heliana Mello, Cléo V. Altenhofen, Tommaso Raso (orgs.), Os contatos linguísticos no Brasil, Editora UFMG, Belo Horizonte 2011, pp. 73-120. ISBN 978-85-7041-868-5

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HeLiana Mell.o Ctéo V. Altenhofen Tommaso Raso Organizadores

Os co ntatos

lingLrísticos no Brasil

Belo Horizonte Editora UFMG 2011

=-

O 2011, Os autores O 2011, Editora UFMG Este livro ou parte dele nào pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizagio

escrita do Editor. c759

Os contatos linguísticos no Brasil / Heliana Mello, Cléo V Altenhofen, Tommaso Raso, organizadores. - Belo Horizonte : Editora UFMG, 201 1.

482 p. :

il.

Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-7 O41-8681. Linguística

5

- Brasil. 2. Linguística - História V III. Raso, Tommaso.

I. Mello, Heliana.

II. Altenhofen, Cléo

CDD: 410.9 CDU: 8l(81) Elaborada pela DITTI - Setor de Tratamento da Informagào Biblioteca Universitória da UFMG

CoonorNegÀo Enrronrel Danivia Wolff AssrsrÈNcre Enrronrer Eliane Sousa e Euclídia Macedo Eorronaglo op Tpxros Maria do Carmo Leite Ribeiro RpvrsÀo E NoRMALTzAgÀo Maria do Rosório A. Pereira RsvtsÀo ot Pnovas Beaîíz Trindade eJuliana Santos Pno;rro Gnírrco, FonueregÀo E CAIA Cóssio Riberro PnoougÀo Gníprce Diègo Oliveira

Enrrone UFMG Antònio Carlos, 6.627

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Sumério 9

Apresentagào Brasil Os contatos linguísticos e o e sociopolíticas Dinàmicas pré-históricas, históricas

13

Tommaso Raso

Heliano Mello Cléo V' Altenhofen

História da ocuPagào do Brasil Maria Luíza Andreazza Sergío Odílon Nadalin A imigraqào no Brasil Federico Croci

Atitudes na sociolinguística Aspectos teóricos e metodológicos

57

73

121

Góz Kaufmann

do Brasil hoje Quadro geral do portuguès Mario A' Petini

139

europeu O portuguès do Brasil e o portuguès John HoIm

157

sob a perspectiva Formagào do portugués brasileiro da linguística de contato HeLiana Mello O

173

in vitroe o in vivo na política da diversidade

linguística do Brasil

na educagào e na sociedade Insergéo e exclusào do plurilinguismo

187

Gilvan Mitller de OliYeira Ctéo V. Altenhofen Línguas indígenas

217

DennY Moore

Língua nacional e materialidade discursiva A influència do tuPi

241

Tania C' Clemente de Souza

no portuguès brasileiro A influència das línguas africanas Margarida Petter de identidade Marcas linguístico-culturais diferenciadoras lei ras negro-africa na entre religióes afro-brasi Yedo Pessoa de Castro

255

27s

com as línguas O portuguès de contato e o contato de imigraqào no Brasil CIéo V. Altenhofen F elíci o We s sling M ar go tti O italiano no Brasil Um caso de contato linguístico e cultural

317

Vítalina Maria Frosi Tommoso Raso

Um caso de contato de fronteira O sudoeste

Iohn M. LiPski

349

Contato entre portuguès e espanhol na fronteira Brasil-Uruguai Hildo Honório do Couto

369

Atitudes dos falantes bilíngues da érea de fronteira entre Brasil e Uruguai a partir de dados do ADDU Dorotea Frank Kersch

397

O ensino de línguas em contextos multilíngues Karen PupP SPinassé

423

O ensino de L2 no Brasil

445

Deise Prina

Dutrd

O contato intrai ndivíd uo AquisiEéo de L2 e eros6o de

Ll no

Brasil

461

Heliano Mello Tommoso Raso

Sobre os autores

479

A imigraEào no Brasil' Fedenco Croci

1.

A fébula das très ragas

A história inteira do Brasil é caractetzada pelo deslocamento de pessoas: da colonizaEào ao trófico escravo, das migraEóes transoceànicas àquelas

internas. A identidade nacional, mesmo através de muitas contradieóes, construiu-se, queira-se ou nào, na ideia de uma sociedade multiétnica. Isso nào quer dizer que seja uma sociedade imune à intolerància, pelo contrório (Carneiro, 1996a, 2OOl, 2OO5; Schwarcz, 1993), mostra desde o primeiro impacto o quanto o movimento, voluntório ou forgado de populagóes de origens e tradigóes distantes e diferentes, marcou de maneira indelével a história do Brasil, até constituir uma das suas principais características identitórias. Apesar disso, o papel desenvolvido pela imigragào na formagào da identidade nacional foi longamente subestimado e ainda hoje encontra dificuldade em afìrmar-se, como evidenciou Roberto Da Matta explicando "o problema do racismo à brasileira"; a identidade nacional brasileira se constituiu com base na "fóbula das très raqas": É impressionante também observar a profundidade histórica desta fhbula das

trés raEas. Que os très elementos sociais -branco, negro e indígena - tenham sido importantes entre nós é óbvio, constituindo-se sua afirmativa ou descoberta quase

numa banalidade empírica. (...) Me parece sumamente importante considerar como esse triàngulo das très raEas foi mantido como um dado fundamental na compreensào do Brasil pelos brasileiros. E mais, como essa triangulagào étnica,

73

fóbula das très ragas, tornou-se uma ideologia dominante, abrangente, capaz de permear a visào do povo, dos intelectuais, dos políticos e dos acadèmicos de esquerda e de direita, uns e outros gritando pela

pela qual se arma geometricamente

a

mestigagem e se utilizando do "branco", do "negro" e do "índio" como as unidades bósicas através das quais se realiza a explofagào ou a redengào das massas.t

Dentro desse triàngulo - em que pelo bronco deve-se entender somente o colonizador Portuguès - nào podiam achar lugar os imigrantes europeus, asiàticos ou médio-orientais que ficaram excluídos do discurso que funda a identidade nacional. Um véu de silèncio sobre o papel crucial desenvolvido pela imigraEào foi colocado também pelos intelectuais mais abertos das décadas de 1930 e 194o, como no caso de Sérgio Buarque de Holanda.' Somente na década de 1970, e mais ainda com a democratizaqào, na segunda metade da década de 1980, inaugurou-se uma nova estaqào de estudos caîacteizada pela diversificagào das abordagens e das memórias.o

Hoje jó hà uma copiosa literatura sedimentada sobre a imigraqào no Brasil qtrefez emergir a importància e o significado que ela teve no Processo de formagào da identidade nacional. E quando se toca no tema da questào da língua, enquanto elemento de coesào e autorreconhecimento de uma naEào, obviamente a imigragio adquire um papel de protagonista' Tentaremos, portanto, nas poucas pàginas à nossa disposigào, traqar um quadro, mesmo se sumàrio e necessariamente superficial, do processo da imigragào transoceànica no Brasil, com particular atenqào ao caso italiano.

2.

Colonos, índios, escravos e sertanejos: terra e povoamento

A rígida triangulagào étnica dafabula exclui os imigrantes do mito que funda a identidade nacional e confina os afrodescendentes e os índios ao

papel de ingredientes do processo de miscigenagdo, destinados a se tornar componente minoritória, aliàs, a mais minoritória possível segundo a hierarquia racial dominante do corpo da naqào. Ao mesmo tempo, colocando nos vértices do triàngulo índios e negfos, evidencia-se a impossibilidade de

compreender o papel e o impacto da imigragào transoceànica sem considerar as complexas e articuladas interaqóes com o trófico e a aboliqào, as migraEóes internas forgadas - é o caso, em particular, da esctavízagào dos índios'- ou espontàneas que condicionaram a dinàmica migratória, as políticas e o debate interno sobre a imigragào e a própria formagào das

74

A imigraqào no Brasil

classes subalternas no Brasil. Thata-se, em suma, de observar o fenómeno migratório na sua complexidade, evitando que seja isolado como se fosse um "fluxo" que interage só com as estatísticas passando a consideró_lo um processo que transforma a sociedade e influencia sua formaEào. Antes ainda da independéncia, a elite dominante no país precisou enfrentar a questào migratória, abrindo consequentemente o debate relativo à escolha do imigrante ideal, ou ao menos mais adequado a par_ ticipar do projeto de populagào nacional que ia prefigurando-se. De fato, as primeiras grandes mudanEas para o Brasil haviam comeEado em rg0g, com a aberrura dos portos ao comércio com o exterior. comeEava assim uma fase nova - com crara antecipagào com relagào aos outros países sul_

-americanos que deverào esperar a independéncia por volta da década de 1820 - caracteúzada por uma atividade comerciai transoceànica e pelo início da imigragào europeia. Naquele mesmo ano era permitida a concessào de títulos de propriedade da tetÍa, sesmai^s, aosestrangeiros residentes no Brasir, evidenciando como o problema do povoamento e da disponibilidade de mào de obra era uma das primeiras preocupagóes do príncipe regenre. com essa medida jó ficava clara a intenEào de atrair pa.te d"qrreres europeus que orhavam para a América como Para uma nova oportunidade de trabalho, investimento e melhora das condig.es de vida. Na rearidade, o problema da terra jó tinha sido colocado e relacionado à colonizagio a partir do século XVII, com a criagào das primeiras colónias agrícolas destinadas a famílias de imigrantes aEorianos'u Em 1g11 foram aprovados e rcgianzados os procedimentos para a fundaEào de colónias nas terras enffe as capitanias da Bahia e do Espírito santo' antes ocupadas pelos índios, regularizando a presenEa de cerca de trés mil colonos, de famílias aremàs e suígas, nahreado sur da Bahia.

Normalmente coloca-se a fundaEào da colónia nos anos de rgrz-1grg,7 enquanto aarxoizagà,o formal a tomar o nome de Leopoldina é de 1g1g.8 A "inauguragà'o" daimigragào europeia, como se sabe, é atribuída à colónia suíga de Nova Friburgo, cuja insrituiEào é sucedida pouco depois pela de Leopoldina, entre 1gr9 e 1g20, ma o caso de Nova Friburgo intro_ duziu uma inovagio: é aprimeira vez, defato, que uma empresa coloniar é contratada diretamente pelo governo portugués junto .r- gorr...ro estrangeiro. Em lgrg uma série de medidas concretizou os" acordos com a Suíga, e em r819 desembarcam no Rio deJaneiro os primeiros coronos; depois chegaram outros, em um total de cerca de 1.700, fundando a colónia

Feilerbo

Crcci

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interior do Rio. A institucionaltzagào com esse nome é de 3de janeiro de 1820.' Mas é com a independència de i822 que a colon:zagio se torna um dos problemas centrais do jovem Império do Brasil. Citamos os casos das duas colònias de Leopoldina e Nova Friburgo nào só e nào tanto poîque, independente da maior antiguidade, ambas se colocam na origem da imigraqào europeia, mas porque isso nos permite esclarecer da maneira melhor as motivaqóes e as estratégias dessa colonizaum estratégico Eào. Substancialmente, tfatava-se de alcanqar dois objetivos: regióes de fronteira e outro cultural. As colónias agrícolas teriam povoado ainda habitadas por povos indígenas, ou lugares onde os indígenas haviam sido removidos hó Pouco tempo, e ao mesmo tempo teriam criado no ter-

de Nova Friburgo no

ritório nacional núcleos de civilizagào camponesa, baseados na propriedade familiar da terra e na produqào agrícola diversificada, finalizada tanto ao consumo familiar quanto ao mercado local.to A maior parte das experièncias dessas primeiras colonizagóes" foram falimentares; geralmente os destinos daquelas experiéncias dependeram da capacidade de sobrevivéncia e de adaptagào de cada grupo familiar nas ófeas normalmente impérvias às quais eram destinadas, produzindo assim resultados alternados mesmo dentro das colònias, gerando diferenEas de status e de classe entre as famílias dos colonos. Mas o aspecto mais interessante

migratória que fundamentava essas iniciativas' A ideia de consdruir com essa imigragào de camponeses, que deveriam se tornar Pequenos proprietórios, uma classe intermediària entre os grandes latifundiàrios e os escravos tem tudo a ver com a ideia de Brasil que a coroa porruguesa antes, e depois a oligarquia local, guiada por Dom Pedro I, é a estratégia de política

tinham em mente. A instituigào da colónia de Nova Friburgo, apesar de seus resultados negativos,12 tinha como finalidade o fornecimento de alimentos para a capital, Rio de Janeiro, que estava claramente se desenvolvendo e contemporaneamente estava vivenciando um rópido aumento demogrófico, devido, no comego, à chegada da Corte Portuguesa e à abertura do porto ao comércio estrangeiro. Mas nos acordos entre a coroa e o governo do cantào suígo era possível perceber também muitas outras coisas: se afirmava claramente ter aceitado sustentar o projeto da colónia com o objetivo de "promover e dilatar a civllizagàLo do vasto Reino do Brasil, o qual nào pòde rapidamente progredir sem o auxílio e acfescentamento de habitantes afeitos aos diversos géneros de trabalho". Referindo-se à imigraEào como a um fator de civilizagào, o tratado afirmou o critério de preferéncia para os

76

A imigraqào no Brasil

automatic mulata ou ..do

negra'

' strugào

vasto

ranca

e

que o outro empreendimento pioneirístico, Lepoldina, tenha sido coloca_ do exatamente no território hó pouco subtraído aos botocudos.'o

A maior

parte das colónias dos imigrantes grandes propriedades escravistas, território na regiào Sul ou do extr e povoamento.

em 1829 de Sào P Santo (C

ta ao planalto e à zona leste da província

ctizer das colónias ativadas no Espírito 2oo2).

se nào contarmos os missionórios jesuítas, podemos consid.erar como

Federico

Croci

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políticos das jovens repúblicas sul-americanas. No caso brasileiro, a participagào de Garibaldi como protagonista na Revolra Farroupilha é o sinal mais evidente, mas atrós da imponente figura do herói dos dois mundos é possível ver uma participagio, mesmo que nào seja de massa, de jornalistas, periodistas, ativistas políticos e simples imigrantes que, principalmente nos estados do sul, constituíram uma presenEa significativa que contribuiu de maneira nào secundîiapara incentivar os fluxos migratórios que vieram em seguida, durante o processo de colonizaqào agrícola.1ó Em 1850, em Santa Catarina, Hermann Blumenau fundou a principal colónia no Vale do ltajai e, no ano seguinte, a Sociedade Colonizadora de Hamburgo iniciou a colonizagào do Nordeste da província, graqas às terras recebidas em dote pela irmà do imperador Dom Pedro II. Chegaram também, principalmente em Santa Catarina, pequenos contingentes de colonos poloneses, noruegueses, suecos, suíqos, irlandeses e franceses. A imigragào se intensifica apartir de t846, e ainda mais depois de 1850, quando foram delegadas aos governos provinciais as competéncias para a instituigào das colónias e abriu-se para as participagóes e as intervengóes da iniciativa privada.

3. Terra, escravos e colonos O ano de 1850 constitui um ano de mudanga importante, com a promulgaEào de duas leis decisivas para o problema da rerra e do tràfico escravo. No primeiro caso, trata-se da Lei de Terras, que transferia sob o controle do Estado as terras devolutas - ou seja, aquelas ainda livres e que nào tinham uso público, aquelas nào concedidas regularm ente em sesmaids ou outro tipo de concessào de novas propriedades -, estabelecendo a aquisiEào como única maneira de se

tornar proprietório das terras. Quanto às jó terras em posse de alguém, foi estabelecido que era preciso mensuró-las, delimitàlas e que fossem emitidos tírulos regulares de propriedade." Em 1854 foi emitido o regulamento aplicativo da Lei de Terras, que instituiu a RepartiEào Geral das Terras Públicas, órgà.o preposto ao desenvolvimento de todas as atividades finalizadas à atuaEào da Lei de 1850; na prótica, deveria representar um verdadeiro cadastro da terra. O regulamento previa, também, que, para um estrangeiro imigrado com modalidade de subsídio, nào seria possível adquirir terra senào depois de très anos da dara de entrada no país, e que o preeo devia ser fixado em um patamar suficienremente alto para impedir que imigrantes pobres e que ocupavam terras nacionais,

78

A imigragào no Brasil

ou seja, o proletariado rural brasileiro, pudesse pagó-lo. SegundoJosé de souza Martins, essa lei transformava as terras em monopólio de Estado que' por sua vez, era controlado por uma forte classe de fazendeiros. Dessa maneira, para ter acesso à terra e a seus produtos, era necessório que os pobres livres, ou seja, os trabalhadores rurais, colocassem sua forga de trabalho à disposigào dos grandes latifundiàrios. Tudo isso acontecia concomirantemenre à proibiEào do trófico escravo gracas à famosa Lei Eusébio de Queiróz que de fato bloqueou o trófico de maneira que, enquanto se abolia o cativeíro dos homens, iniciava-se o cativeiro da terra (Mar_ tins,1979). Se o comego da colonizaqào europeia, também com a iniciativa dos governos provinciais, tendia a separar os dois regimes de trabalho, o escravo e o livre, a promulgagào quase simultànea da Lei de Terras e da Eusébio de Queiróz aumentava ainda mais a distància que se criaria entre colonos europeus, estritamente vinculados ao trabalho livre, e o mundo dos escravos. Em síntese: para os grandes latifundiórios significava que se podia comecar a importagào de mào de obra da Europa para substituir os escravos' evitando que os imigrantes se convertessem em proprietórios. Para que isso acontecesse precisaria ainda de algum tempo e de algumas mudangas substanciais dentro do sistema; no entanto, restava o recurso do trófico inrerno. De toda maneira um passo decisivo jó tinha sido dado; encerrava-se a fase feudal da posse e da cessào de terra, abrindo-se a fase capitalista da compra e venda, ou seja, do mercado. com o fim real do trófico escravo da Africa, o probrema do abastecimento de mào de obra para o mercado de trabalho das fazendas de cafe se tornou o leitmotiv através do qual os grandes proprietàrios de terra puderam pressionar o governo imperiar, pedindo políticas que apoiassem a imigragào. Assim se anunciavam duas diversas correntes políticas com respeito à questào migratória: os fazendeiros e o grande comércio buscavam angariar proletórios de qualquer parte do mundo, de qualquer raea, para substituir, nas fazendas, os escravos mortos, fugidos . o, q.r. deixavam de vir da Africa; a burocracia imperial e a inrelecrualidade, ao f.eocupad"s, contrório, com o mapa social e cultural do país, tentavam fazer daimigragào um instrumento de "civilizagào".18 Das duas orientagóes, aquela que via na imigraEào um instrumento de ,,civilizagà,o,,, preocupada, portanro, com a construEào da identidade nacional, comeEava a estabelecer as bases para sustentar a teoria do 'branqueamento" (Skidmore, 1976), segundo a qual os colonos nào representavam somente mào de obra, mas Iinfa vital

Federíco

Croci

79

que podia revigorar e "melhorar a raqa". Os efeitos das duas leis de 1850 na vida cotidiana do proletariado brasileiro foram notàveis porque muitas das terras devolutas eram na realidade terras ocupadas pela agricultura

itinerante ou de subsisténcia, que era uma das principais possibilidades de sobrevivéncia. A desarticulagào da economia agropastoral dos sertdnejos, jó iniciada no comeqo do século XIX era, portanto, ainda mais prejudicada por essa medida de lei. A Lei de Terras representou, na prótica, algo similar às enclosures da Inglaterra do século XVIII, tornando progressivamente indisponíveis as terras livres com o objetivo de criar mào de obra para o nascente mercado de trabalho. Mas, em comparaEào com a sociedade britànica, existia uma diferenga fundamental: para o acesso à propriedade de terras eram privilegiadas as agéncias particulares e a colonizaEào europeia, assim como os europeus eram preferidos no mercado de trabalho livre, motivo pelo qual o camponés nacional era expulso das terras livres e ainda mais marginahzado do que anres. Segundo o que Celso Furtado observou, a ruptura do precório equilíbrio da economia de subsistència na regiào Nordeste jó tinha acontecido nas primeiras décadas do século XIX, quando se desenvolveu o cultivo do algodào, o que permitiu a diversificaEào das atividades econòmicas e favoreceu o incremento demogrófico. Na década de 1860 um forte aumento do prego do algodào - devido à Guerra Civil nos Estado Unidos - favoreceu a intensificaEào da produgào. Alguns esrados em particular, como o Cearó, viveram uma fase relativamente próspera. Tudo isso implicava uma desarticulaqào ainda maior da microeconomia, baseada fundamentalmente no pastoreio itinerante e na agricultura de subsistència, crescida nas margens das grandes propriedades, as assim chamadas de roqas.'e O aumento da populaqào e o parcial abandono das arividades tradicionais como resultado da diversificaqào e da modernizaqd,o da vida rural podiam até oferecer alguma migalha de prosperidade inesperada, mas, na realidade, empurravan os sertanejos para a beira do abismo; o empurrào final chegaria pouco depois com a Grande Seca (1872). Quando a seca chegou, as estratégias tradicionalmente usadas pelos sertanejos para reequilibrar ou amortizar as consequèncias jó estavam seriamente comprometidas ou reduzidas à impoténcia, o que fez com que a seca gerasse efeitos ainda mais graves, e praticamente eliminasse qualquer possibilidade de recorrer ao agropastoreio dos roceiros, até entào sobreviventes de tantas mudangas (Villa, 2000; Gongalves, 2006). Para as classes subalternas a esse ponto se abria o caminho para os seingais (Wensrein, 1993; Secret o, 2007)

80

A imigraqào no Brasil

- ou para os estados do Sudeste -

até 1915, quando comega o declínio da

produgào de caucho na Amazònia, enquanto o:utra secd tinha acabado de atingir o serteo e, por causa da Grande Guerra, a imigraEào europeia estava claramente diminuindo (Tabela 2).

Do ponto de vista da afirmagào da autoridade do Estado na determinagào da propriedade da terra, a Lei de 1850, pelo menos quanto às consideragóes de Thomas Holloway, foi um fracasso clamoroso; conrudo, ele também reconhece, principalmente para a àrea paulista em que continuava a usurpagào das terras públicas para o cultivo do café, "a possibilidade de outra pessoa qualquer ter usado a terra antes para alimentar umas poucas cabegas de gado (...) pouca preocupagào causava".'0 Assim os camponeses nacionais, quando nào eram expulsos das terras livres por causa da aplicagào rigorosa da lei, eram expulsos pelo desabuso com que avangava a frente do café. Muitíssimas óreas ocupadas por roceiros e caipiras

nas províncias do Rio deJaneiro, de Sào Paulo e de Minas Gerais foram

varridas das grandesfazendas; as pequenas rogds foram substiruídas pelas grandes plantaEóes, fazendo com que inteiras florestas desaparecessem de um dia para o outro. A frente do cafe avanqava gragas a um dos instrumentos mais primitivos, ou, para usar as palavras de Warren Dean, a partir daquele momento nào se acharia "ferramenta melhor que a caixa de fosforos para estabelecer uma plantagào de café" .2' No final do século XIX, cerca de 200 projetos coloniais foram implantados, principalmente por imigrantes alemàes, italianos e, em medida menor, do leste europeu, seja no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina (Seyferth, 1999). Surgiram muitas colònias, concentradas no Sul, fundadas por empresas privadas, governos provinciais ou por iniciativa direta do governo central, muitas delas formadas por cidadàos alemàes, e, portanto, homogèneas etnicamente e fiéis ao princípio que preferia colonos brancos e europeus (Seyferth, 2oo4). A"civlizagio" passava assim obrigatoriamente pelo 'branqueamento" da raga, procurando dessa maneira modernizar o país e parcialmente amortecer a dicotomia senhor-escravo (Tabela 1). Apesar disso, o sucesso das vórias tentativas de colonizagào foibastante modesto e limitado, como lembra Angelo Trento: (...) em 1867 , as terras públicas disponíveis para a colonizaEào em apenas sete

províncias do Império mediam nada menos do que 503.965 hectares, enquanto

em 1861 existiam 33 colónias habitadas por 33.970 estrangeiros; 14 anos depois

Fedeico

Croci

81

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adequadas aos tempos: a exploragio da mào de obra nào era mais um problema de economia doméstica, para ser resolvido entre "casa-grande e senzala"; tratava-se agora de economia política, e o prato na mesa era manter riquezas, privilégios e poder nas màos dos grandes fazendeiros. Mas os tempos estavam maduros para se chegar finalmente à aboligào da escravatura, o que funcionou como catalisador do fenómeno migratório: ao horizonte comegavam a se ver os navios carregados de imigrantes europeus

4. ?rrivano i bastimenti"24 Nessa fase aparece com maior evidència o outro eixo, frequentemente

em competiqào com as empresas de colonizaqào, que orientou a política migratória do Brasil, ou seja, o incentivo à imigraEào europeia para fornecer mào de obra aos estados do Sudeste e às grandesfazendas de cafe. E é nesse período que o fenómeno migratório comega a mudar radicalmente, por causa da combinaEào de vàrios fatores que levaram para a irnigraEào espontànea, ou assistida ou direta, de forga de trabalho livre da Europa e da Asia, para que fosse empregada nas grandes propriedades de terra. Essa mudanqa tornaró o fenómeno migratório anterior minoritório do ponto de vista quantitativo; a onda da imigragào de massa alcangaró seu ópice nos 30 anos que fecham o século XIX e abrem o XX.2t Se é verdade que a "fóbula das très raqas" manteve os imigrantes às margens do discurso dominante sobre a formagào da idenridade nacional brasileira, é também evidente que desde as primeiras experièncias de colonizagào, como vimos, o papel dos imigrantes europeus foi considerado estratégico para a operagào de 'branqueamento" da sociedade que estava em formagào. O estado de exclusào em que sempre foi deixado o proletariado nacional aparentemente implicava a inclusào automótica dos brancos europeus: na realidade, na receita paîa a formagào da nagio o ingrediente branco era tolerado exatamente enquanto componente indispensóvel para "melhorar a ra;a", mas sempre em condigào subalterna. Os imigrantes, brancos europeus, portanto de raga superior, podiam ser integrados no projeto identitírio da elite nacional somente sefuncionak e subalternos a ele. Quando o imigrante, ao invés de se deixar assimilar por esse modelo de sociedade, rompia os vínculos de subordinagào e comegava a agir como sujeito autònomo e independente, colocando em discussào o modelo, ou mesmo tentando imaginar outro modelo alternativo, rompia-se o encantamento. O imigrante, que antes fazia parte de um grupo social

leLeTrco

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ava a ser imediatament , diverso, Perigoso, nào

mantida sob controle a instituiqóes disciplinares típicas do estado nacional moderno, que naquele momento estava alcangando sua forma plena' jó A aboliqào (188S) reconheceu formalmente a liberdade que de fato tinha sido conquistada com as fugas em massa e com os quilombos aboliaomeses nrstas (Reis; Silva, 1989; Gomes; Reis, 1996; Gomes, 1996) que nos anteriores haviam sido criados pelas 750 mil pessoas que ainda resultavam legalmente como "propriedade escrava", gerando o mais significativo movimento de desobediència civil da história brasileira (Machado, 1988 e lgg4). Mesmo com todas as contradiEóes, se abriu para o Brasil uma nova a fase que finalmente poderia colocar ao centro das prioridades políticas possibilidade de comeqar a imaginar a construEào de uma nova identidade nacional, nào mais baseada na exclusào e na hierarquia de raEa, antes mesmo que de classe. Em boa parre essa oporrunidade foi anulada pela oligarquia nacional, preocupada em redesenhar o perfil do país com o único objetivo de garantir a PerPeruaqào de seus privilégios' o debate nacional naquele momento quis, se nào silenciaq pelo menos

deixar em último lugar os destinos dos escravos liberados (Carneiro, 1993), imigragào deixando-se absorver completamente pela questào sobre o tipo de a ser escolhida para as necessidades do Brasil, orientando-se obviamente em um sentido bem determinado: (...) a forga de atraEào destas propostas imigrantistas foi tào grande que em livres fins do século a antiga preocupagào com o destino dos ex-escravos e pobres ideal ou foi praticamente sobrepujada pelo grande debate em torno do imigrante "a raga brasílica" e engendrar por fim do tipo racial mais adequado para purificar

uma identidade nacional.'u

Purificar a raEa significava que - como vimos ínnuce no Decreto Régio do 16 de maio de i818 - para o resto do proletariado nacional, ao qual se juntara agora a populaEào negra ex-escrava, se reservava a exclusào e a marginalizagào no projeto de identidade nacional em construqào.

MasaerarepublicananoBrasilinaugurava-Secomumgolpe(15de novembro de 1889), sinal da incerteza e das contradiqóes internas à classe dirigente, em uma cena dominada pelo protagonismo político do exército

84

A imigragào no Brasil

(Carvalho, lggT). Na base do nascimento da República havia, de fato, uma ruptura interna à oligarquia brasileira, devido às transformaEóes econòmicas depois de 1850, responsóveis pela cisào entre poder económico e poder político. Além das legítimas aspiragóes nacionais que se manifestaram nos movimentos revolucionirios que antecederam e seguiram a independència, nào se tratava da vitoria de um Brasil modetno, liberal, progressista e democràtico sobre um outro Brasil conservador, reacionàrio e ligado aos velhos esquemas do Império, muito pelo contrório. O conflito de interesse se dera entre a oligarquia tradicional - que incluía os senhores de engenho do Nordeste, ou seja, aqueles que detinham a produgào do aEúcar, e os bardes do cafe do Vale do Paraíba, ambos ligados a um modo de produqào e a um sistema de trabalho a essa altura obsoletos, rnas com o controle do poder político - e a nova hierarquia dos fazendeiros de cafe do Oeste paulista que, apesar de revestirem um papel determinante na economia do país e na sua

modernizagào capitalista, nào haviam tido acesso pleno ao poder político central (Viotti, 2OO7). Em dois anos, de 1888 a 1889, haviam sido canceladas as duas instituiEóes de base da vida política e económica do Brasil nos últimos trés séculos; aparentemente, uma "revoluqào copernicana" que deveria revirar os horizontes culturais consolidados até entào. Mas, como foi bem evidenciado por Lilia Moritz Schwarcz, a identidade nacionalbrasileira, no exato momento em que se construía o novo Estado republicano, adquiria forma com base em um gigantesco paradoxo marcado pelo binómio raga-nagdo: queria-se edificar um Estado no modelo daqueles liberais euroPeus ou dos Estados Unidos, centrados no indivíduo, sua iniciativa e responsabilidade pessoal; mas ao mesmo tempo procurava-se conjugar esse modelo social ideal com uma anàlise da realidade fundada no conceito de raqa, que anulava o indivíduo e o considerava parte de um gruPo biologicamente deterrninado.2T O paradoxo é na realidade mais aparente que substancial, também porque nessa fase se construía, de maneira histórica e politicamente definida, o conceito de raga, que no Brasil acabava por adquirir, apesar das tantas teorias e elucubraqóes mais ou menos cientificamente fundamentadas, uma acepgào essencialmente social, talvez exatamente por causa da tào ideahzada e mitificada miscigenagdo (Seyferth, r99r). Um mès após a proclamaEào da Republica, o governo provisório emitiu um decreto segundo o qual seriam considerados cidadàos brasileiros todos os estrangeiros residentes no país em 15 de novembro, a nào ser que

Federico

Croci

85

contrórios dentro de um prazo de até seis meses; o mesmo que procedimento valeria a Partir daquele momento para todos aqueles dois anos." o tivessem mantido a residència no Brasil por pelo menos se declarassem

com essa seu conffole por parte das instituiqóes. o resultado esperado medida era redtzir ou amortecer o impacto demogràfico da imigraqào ando cada vez rnaior" as 54'932 chegadas que a 132'O7O em 1888; o ano de afluència móde 1 m conta tanto o século XIX quanto o XX' xim

foi 1891, cor'-r215.239 chegadas." EntreosprimeirosqueSelangaramcontfaapolíticadascolònias que encontrava-se o senador Nicolau de campos vergueiro, sustentando

fatodequeoregimedecoaqàoquesemantinhacomrelagàoaostrareservado balhadores braqais europeus nào era nada diferente daquele

do fato, em 1856, foi a revoltanafazenda de Ibicaba, de propriedade o avanqo senador, que acabou com a experiència de parceria.'o contudo, de obra, da frente do cafe no sudeste precisava cada vez mais de mào aboliEào, principalmente desde que os preqos dos escravos, por causa da harri"- aumentado; mas somente depois da aboliqào total a demanda de sobre o braqos aumentaria cadavez mais, e as pressóes dos fazendeiros

se

governo se tornariam cadavez mais vigorosas'

86

A imigragào no Brasil

migratória, diversos e, dependendo dos grupos que os apoiavam, até divergentes (colónias agrícolas versLls braEos para a lavoura), podem ser achados também nas duas principais instituiqóes com a finalidade de favorecer a imigraqào que foram fundadas na década de 1880. A Sociedade Central de ImigraElo, do Rio deJaneiro, que foi ativa de 1883 a 1891, defendiaacolorizaEào e, portanto, a imigraEào de colonos que podiam tornar-se pequenos proprietórios. Entre os sócios, em geral intelectuais liberais, aparecia também Hermann Blumenau, de volta da positiva experiència de 1850 no Vale do Itajaí. Com ele o Visconde de Taunay, André Rebougas e outros. A visào que eles tinham dos camponeses europeus era muito romàntica etdealizada; pensavam que com eles podiam transformar um país baseado na escravatura e no grande latifúndio da monocultura em outro formado Por pequenos e médios proprietórios dedicados à pluricultura. Ao mesmo tempo, um grupo de fazendeiros paulistas fundou a Sociedade Promotora de Imigragào, cujo inspirador era o entào presidente da província de Sào Paulo, Conde de Parnaíba. Essa outra Sociedade foi ativapor urnadécada, de 1886 al896,período em que fecrutou l2O rnil imigrantes, na maioria italianos, como braqos para as Esses dois enderegos de política

fazendas (Petrone,

o

1

997; Bassanezi, 199 5).

fato de que, j5

em

7894, Ferruccio Macolapudesse dedicar inteira-

mente ao Brasil seu livro, com o tírulo ameagador e antecipador de L'EaropA alla conquista dell'Ameicd Ldtind (Macola, 1894), é indicativo da tendéncia

tomada pelo fenómeno migratório desde os primeiros anos da década de 1890. Nos 100 anos desde 1876 até 1976, o século agora clàssico, quase uma medida óurea da emigraqào italiana, os imigrantes na América Latina chegaram a um total de mais de 5 milhóes, dos quais quase 1,5 milhào no Brasil, com uma porcentagem de voltas pouco superior a33o/o, tanto Para

a irea brasileira quanto para o continente inteiro. Ou seja, praticamente quase 7 italianos emigrados sobre 10 se enraizaram permanentemente na América do Sul." No Brasil em particular, de 1851 a 1930, imigtaram 4.337.702 pessoas, das quais quase quatro milhóes no período incluído entre 1884 e 1933 (TabeTa 3 e Gràfico 2). Para se ter uma primeira ideia do impacto demogrófico gerado pelas migraEóes internacionais na populaEào brasileira, é suficiente considerar os dados dos recenseamentos de 1890 a 1940, segundo os quais a populagào residente quase triplicou, passando de 14,3 milhóes de habitantes para 41,2 milhóes." Segundo um esrudo rcalizado Federico

Croci

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mesmo com um por Giorgio Mortara, os imigrantes e seus descendentes' cólculoconservadorquePressupóeumcrescimentoidènticodapopulagào com l5o/o do crescimento poPunativa e daquela imigrada, contribuíram e 1940 (Mortara' 1951; Ferreira lacional brasileiro no período entre 1840 1974; Santos, 2001).

e

quadro gerai das reis e das

TTffi:.JH:;11:ff:.';T:

Constituiqào de 1891' que Passou comPetència dos estados' e da Lei lbém todos os servigos que diziam

respeitoaimigragàoecolonizaqào.Ascaracterísticasdeautonomiada mais enfatizadas, e os vórios estaestrutura federal eram, poftanto, arnda dos,dependendodos,.*t'o'disponíveis'poderiaminvestirnaspolíticas migratóriascomomaisachasseminteressante.Naturalmente,osestados maisricostiravamvantagemdisso,tantoéqueaondamigratóriaquees-

meta principal os estados do Sudeste' tava chegando da Europa teve como eram os únicos estados capazes e Sào Paulo mais que os outros' porque contribuindo assim a de enfrentar as despesas da imigraqào subsidiada' aprofundar ainda mais as diferenqas e o Sul ao desenvolvimento, entre Norte e estado que continuaró dando conta dos

oprópriogovernofederalseviuobrigadoarescindirdiversoscontratos paîaacriaqàodenúcieoscoloniais;osestadosdeSantaCatarinaeParan6' central as terras devoem lgOT,tiveram que disponib lizar parao governo

custos Para o desenvolvimento iutas porque nào podiam sustentar maiores

o governo central' frente à inércia de projetos coloniais' No mesmo ano'

damaiorpartedosestados,geradapelafaltademeiosfinanceirosepela

que retomar uma série de medidas insuficiència das infraestrutLlras' teve e a colonizaqào' A experiència para promover diretamente a imigraqào havia durado pouco mals que ào período de delegagào roral aos eshdos exceqào do caso paulista' haviam uma década' mas os resultados' com a da intervenqào do governo federal' sido decepcionantes' Com a retomada

apartirdelg0S,osfluxosreadquiriramconsistènciaatéalcanqaroípice doséculoXXem1913com|go.343chegadas.TambémoF,stadodeMinas Geraishaviaexperimentadoumfortedesenvolvimentodaproduqàode cafe,praticamentecontemPoràneaàdoEstadodeSàoPaulo'eapartirde mào dos imigrantes para fornecer i892 havia comeqado aPagara viagem

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A imigraqào no Brasil

"modelo paulista". de obra aos fazendeiros, aplicando o

como

o orgamen-

que após certo to estadual nào permitia as mesmas margens, pretendia-se e primeiro tempo, considerado suficiente para as despesas de chegada das despesas pagas assentamento, o imigrante reembolsasse os dois terqos desde o pelo Estado, enquanto outra Parte devia ser paga pelo fazendeiro sistema nào podia comeqo. Dois anos depois, tendo observado que esse as despesas funcionar, o governo de Minas decidiu financiar inteiramente atividade de viagem e abriu um escritório em Gènova para desenvolver d. prop"g"nda' Contemporaneamente se empreendiam alguns núcieos maioria italiana, coloniais: em 1911 era possível contar 11 deles, todos com mais uma pequena Porcentagem de alemàes (Aivim' 1994)' do Sul' prosos estados do Sul, como Santa Catarina e Rio Grande Jó

habicom a poiítica de colonizaqào, possuindo vórias óreas nào ,"d". . disponíveis em zonas de fronteira e' portanto' estrategicamente importantes.Comrelaqàoaoperíodoimperial,essafasedecolonizagào pelo apresentou alguns novos problemas, determinados principalmente uma em fato de que os imigrantes que chegavam agora se encontravam da geragào situaqào de competigào com os filhos ou os netos dos imigrantes haviam a essa anterior, obrigados a Procurar novas terras porque as antigas reahzada aitura exaurido ,.rr.i.1o produtivo e a divisào das propriedades divimaiores no momento da fundaEào dos núcleos coloniais nào permitia produziram resultados sóes. os contatos entre novos imigrantes e colonos mais modernas positivos, jó que os primeiros eram portadores de novas e local' podiam tecnologias, enquanto os segundos , jiadaptados ao ambiente impacto com a exercitar uma funEào acolhedora e amortecer ou reduzir o para nova realidade, ou seja, um dos elementos que mais havia contribuído a homogeneidade o insucesso das experièncias de colonizaqào. Além disso, superada, evitando da origem da fase pioneira das colònias do sulhavia sido que descendentes dos a constituiq ào de enclaves étnicos.'3 Assim aconteceu nào primeiros colonos, a essa altura jinacionalizados, e os recém-chegados, Lai, somente italianos, alemàes e suíqos, mas também poloneses' húngaros' essa russos, holandeses, romenos' ucranianos e bólticos' compartilharam que experiència de convivència. Contudo' como se sabe' as dificuldades com os imigrantes deviam enfrentar nào eram pequenas' especialmente e serviqos' relagào às condiqóes de isolamento e à falta de infraestrurura chegavam Sem contar que, na maioria dos casos, os novos imigrantes quase sem a menor ideia do que os esperava, baseando suas informagóes

,.grri."-

Federico

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exclusivamente nos guias e nas campanhas de propaganda preParadas Por agentes, pregoeiros e escritórios do governo. Somente a correspondència particular recebida por quem jó possuía algum familiar emigrado era uma fonte de informagào nào manipulada, anào ser por fatores de caróter pessoal. Mas esses encontrariam parentes ou amigos para recebè-los, a maioria, ao contrório, desembarcava sem nenhuma nogào sobre o clima, o ambiente

e a terra que encontraria. Em muitos casos foram recrutados, para que trabalhassem nas colònias agrícolas, também proletórios das óreas urbanas, sem nenhuma experiència como trabalhadores do campo. Na prótica, todos os núcleos coloniais dos estados do Sul, com a exceqào do Rio Grande do Sul, tiveram problemas em recrutar um número suficiente de imigrantes e precisaram contar com o apoio das migraqóes internas oriundas das óreas de primeira colonizaqào para honrar os contratos estipulados. Mais que conhecidos sào os acontecimentos, neo raramente dramóticos e às vezes realmente tràgicos, devidos a essa situagào, pois geraram uma importante literatura.3a Quanto ao volume total da imigraqào nos vórios estados, os dados sào incertos e precàrios; única exceqào a essa regra é representada por Sào Pau1o.35 Mesmo assim, como vimos paîa o comeqo do período, pode-se afirmar que a essa altura a imigraEào para as colónias é ultrapassada, e nào pouco, pela imigragào para as fazendas, primeiro, e Para os lugares de desenvolvimento industrial, depois.

5.

O imigrante "indesejével" e a solugào japonesa

Durante uma certa fase do debate, foi discutida também a introdugào de africanos livres, chineses - coolies - ou indianos, mas o preconceito racial era uma barreira nào secundiria, e os europeus pareciam a única soluqio "racialment e" vàhda.uu As pressóes que os bardes do café conseguiam sobre a classe política para se garantir a maior quantia de mào de obra possível contavam com uma dinàmica de desenvolvimento que jó hó vórias décadas havia garantido o deslocamento do baricentro econòmico do país para os estados do Sudeste. A partir da década de 1840, o cafe havia se tornado o principal produto de exportaqào do Brasil, ultrapassando com 42,7o/o os 28,5o/o do aqúcar. No comeqo da década em que foi decretada a aboliqào da escravatura e foi proclamada a República, o café havia alcanEado 54,60/o das exportagóes brasileiras. A frente avanqada dasfazendas cafeeiras havia comeEado seu ràpido caminho no Vale do Rio Paraíba, no interior do Estado do Rio de Janeiro, na fronteira com o Estado de Sào Paulo, dirigindo-se

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A imigraEào no Brasil

progressivamente em diregào sul e sudoeste. A àrea inicial jà havia entrado níveis em decadència, quando o assim chamado oeste paulista alcanqava os de produgào mais altos. O peso econòmico e político dos baróes do cafe, .lit. paulista, podia orienrar e determinar grande parte dos destinos do

"

Brasil inteiro, além da nascente industrializagào (Silva, 1976; Dean, l99I; Viorri, 2007).Ern l892,foi promulgada uma lei que abolia o vínculo legal japonesa".37 A isso à entrada dos imigrantes "de nacionalidade chinesa e do se acrescente o fato de que, jó a partir dos anos de 1870, ao aumento preqo dos escravos havia se somado uma fase de estagnaEào do preEo do nos mercados internacionais, tornando cada vez menos rentóvel o

café

forte investimento em mào de obra escrava para as fazendas." Além disso, apesar dos fluxos de entrada da Europa dos anos de 1880 e 1890, em 1900, imediatamente após a aboliqào, registrava-se o primeiro saldo migratório negativo - ou seja, o fluxo das saídas ultrapassou o fluxo das entradas -, e o mesmo fato se repetia nos anos de 1903,1904 e l9O7,3e e entre 1903 e 1905 o café entrou numa fase de surplus de produEào' Em 1902foi expedido o famoso Decreto Prinetti, uma medida do governo italiano que, após ter consratado as péssimas condigóes de trabalho às quais eram submetidos os "escravos trabalhadores bragais nas fazendas de cafe, os assim chamados brancos", proibiu a emigraqào subvencionada, ou seja, aquela que acontecia com a viagem paga pelo Estado de Sào Paulo. Essa decisào Provocou' como é notório, dissensóes entre os dois países e principalmente muita preocuPaEào entre os fazendeiros, que' apesar de tudo, contavam com os italianos, os cdlcdm,Oîos - termo com que eram indicados depreciativamente, "calcare la mano", ou derivado do suposto hóbito de seus comerciantes de seja, apoiar a mào na balanga para lucrar abusivamente nas vendas a gÎanel - que chegavam durante o ano inteiro, formando o maior contingente de imigrantes europeus e um imPortante reservatório de mào de obra.oo

"solugào A excepcionalidade da conjuntura abriu o caminho Pafa a

japonesa", que oferecia, ao mesmo temPo, mào de obra para as fazendas o excedente e a possibilidade de abrir um novo merca do capaz de absorver de cafe.rt GraEas aum acordo entle o governo de Sào Paulo e a Companhia "a tíCulo Imperial de Emigragào Japonesa ern I9O7, entregava-se a esta de ensaio" - a tarefà de importar très mil súditos do império oriental em japoneses très anos.4z A escolha da abertura à imigraEào de trabalhadores e ofereceu mais um tema ao debate sobre a questào do imigrante ideal provocou nào poucas reaqóes contrórias.a3 Em alguma medida Porque o

Federico

Croci

91

estigma deraga degeneradaque havia acompanhado os chineses nas décadas anteriores havia servido como antecedente para estrufurar o discurso anti-

nipònico no Brasil,44 mesmo se a construgào étnica do imaginirio sobre o japonès apresentasse vórias ambivalèncias e ambiguidades, oscilando entre o estereótipo do trabalhador honesto, manso, eficiente, zeloso e o agente a serviqo de um país imperialista e, portanto, um Perigo potencial Político e facial (Takeuchi, 2008). Nesse sentido é iluminador o trecho seguinte de Silvio Romero, em que o imigrante em geral é marcado como uma das pragas que aflige o país e corrompe o proletariado nacional: Releva, porém, ponderar qu e esse operaiado nacíonaL, de tempos a esta parte'

quando anda fortemente transYia dopor maléficos elementos estrangeíros e devez em póe em cerco o quebrad.o capitalismo da terra. É mais uma singular anomalia brasileira a dupLa corrente contraditóia de imigrontes, que hodiernamente demandam

com mais frequència

as nossas plagas: frades e anLrquistas. Jó

nos tém feito passar

amargos momentos e ainda piores farào passar em futuro próximo, se nào tomarmos as precisas precaugÓes. Dos dois curiosos bandos de frades e anatquistas, expulsos de toda a parte e aceitos de bragos abertos pelos nossos imprevidentíssimos governos, resultam duas extravagàncias que campeiam aí a olhos vistos: o aumento dofatatkmo e da superstigdo, sob todas as formas, de um lado, e é a obra as dosfrad.es,(sic) e andarmos quase diariamente a ter as greves, antes de termos indústrias, por outro lado, e é a obra dos anarquktas (grifo no original).a5

E assim Romero toca um dos nervos descobertos da elite nacional: aqueles que deviam ser os agentes do 'branqueamento" da naEào demonstravam ser pottadores de alguns entre os piores moÍbos: o fAnatismo ot a anorquio. Até quando tais exemplos de rebeliào de carîter messiànico

acontecefam entre o proletariado brasileiro, isso ocorreu como algo interno a uma lógica perversa, mas justificóvel. A elite nacional, cega Por causa das incertezas de uma ordem social consolidada por uma distància abissal que a separava das classes subalternas locais e tranquilizada por uma autoatribuída superioridade racial, podia explicar a si mesma aloucur& pai epíd.émica de canudos- assim definida Por Raimundo Nina Rodrigues, da escola tloPicalista da antropologia brasileira de final do século XIX, como uma epidemia que havia contagiado uma faqa humana mestica, "os jaguneos, resultado da hibridaqào de brancos, nativos e africanos", e,

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A imigragào no Brasil

portanto, imperfeita e caldo de cultura de epidemias sociaisou -, mesmo restando incrédula e surPresa Por como "as sub-ragas sertanejas do Brasil"at haviam chegado ao ponto de imaginar e tentar construir um mundo "outro", em que, "Porém, nem é Preciso trabalhar, é a terra da promissào, onde corre um rio de leite e seo de cuscuz de milho as barrancas".48 E, principalmente, descobria-se atònita e atefîoÍizada com o fato de como um punhado de mestigos mal armados havia conseguido rechagar e derrotar très expediEóes militares consecutivas e havia resistido por mais de quarro meses ao cerco do exército (Macedo e Maestri, 2002;Yilla,1995; Monteiro, 1997; ventura, 1990). conrudo, a arrogància do poder era tamanha que podia esconder rapidamente tudo atrós de um silèncio e de uma indiferenea Pesado s: iugungos e sertaneios voltavam a ser invisíveis para os olhos da elite nacional. A irrupqào na cena nacional do universo dos esquecidos é de uma violència extraordineria, mas nas Palavras de Romero ressoa a eco as revoltas dos Muckers de 1874 (Schupp, 2004), que para a intelligenza nacional havia representado, pouco mais que 20 anos antes dos fatos de Canudos, uma aberragào bem pior, jó que havia colocado em discussào toda a arquitetura racial que havia hó pouco sido constituída: como podia aloucuraepidèmicase difundir exatamente entre os membros da colónia que deveria constituir a semente do "branqueamento"do País? Até quando frodes e dnarquistd.s contagiavam e corrompiam o jó racialmente degenerado proletariado nacional, tudo entrava nos esquemas, mas nào podia sef assim quando o mesmo acontecia com a colònia mais "ariana" do Império, com o suPosto colono ideal, ou melhoridealtzadono imaginório da elite nacional como agente purificador, incentivo no caminho do 'branqueamento" da raqa. As certezas se Perdiam e os imigrantes se tornavam uma ameaEa. O problema é que o japonès, com relaeao ao europeu, somava estigma sobre estigma. Além de ser irredutível e ainda mais imperialista do que o alemào, o japonés era de uma outra raqa' diferente, nào ocidental. Em última instància é a sua diversidade octremo qu.e o torna "neo compatível" racialmente, e, Portanto - seguindo o absurdo silogismo da época -, também étnica, social e culruralmente. Mesmo a retórica filo-europeísta sendo tíLo enraizada no imaginório político do século XIX, frequentemente enconffam-se atinrdes contraditórias entre os representantes mais em vista da intelectualidade da época: Romero representa a linha da suspeita para com o estrangeiro "maléfico", enquanto o Barào de Paranapiacaba,Joào Cardoso de Menezes e Souza, aPenas

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um ano após a revolta dos Muckers, excluía categoricamente a imigragào asiótica, porque "que a raga chinesa [é] abastarda efaz degenerar a nossa é verdade antropológica", mas continuava idealizando o colono alemào como "o colono por excelència" e, portanto, "dos países habitados pela variedade teutónica é que nos hó de vir o èxodo fundador".on A marca degenerativa sobre a "ra;a chinesa" era óbvia, aliós era uma verdade antropológica, ou seja, cientificamente demonstrada (Schwarcz, 1993; Skidmore, 1976). Entre os europeus, os alemàes eram os colonos ideais, seguidos pelos belgas - "trabalhadores moralizados e inteligentes" -, os suíqos "excelentes lavradores" -, os espanhóis - "poderosos elementos

-

de trabalho agrícola"

-

e os portugueses

-

"ativos, infatigóveis (...) dóceis

(...) os melhores auxiliares à culfura e ao arroteamento do solo";t0 os italianos, ao contrório, haviam jà demonstrado uma certa predisposigào "natural" para o comércio que os tornava, no julgamento do barào de Paranapiacaba, "nào auxiliares Para a agricultura"; enfim, nasce cdrcamdnos.st Tamanha preocupaqào em especificar a inadequaEào dos italianos para o trabalho agrícola por parte do barào parece e suscetíveis de ensino e diregào

quase paradoxal, se pensamos que nas décadas seguintes os italianos rePre-

sentariam o maior contingente entre os imigrantes chegados no Brasil: na década 1884-1893, com 510.553 chegadas, 57,77o/o do total de chegadas, e na década l8g4-lg13, com 537.784,63,1IVo (Tabela 2), amaiona dos quais serào destinados exatamente ao trabalho nas fazendas. O experimento da introdugào de trabalhadores japoneses foi em boa

medida falimentar, pelo menos com os primeiros contratados, mas em pouco tempo os súbditos do Oriente Extremo se tornarào o componente essencial na pequena lavoura, onde se dedicarào à produqào de hortaliqas - arroz, milho, agúcar, feijào - Para o mercado paulista e darào origem ao que hoje é conhecido como "cinturio verde", cuja produgào é ainda estratégica para o fornecimento de Sào Paulo. Na primeira fase da imigraqào japonesa (IgO8-1923), chegaram ao Brasil mais de 30 mil imigrantes; na segunda fase (1924-1941), chegou a maior parte do contingente, com mais de 130 mil imigrantes;" na década de 1924 a 1933, representam 15,45o/o do total de imigrantes no Brasil (Tabela 2);no total, os imigrantes japoneses que entraram no Brasil, considerando também o período imediatamente depois da Segunda Guerra, chegam a 240 milpessoas, a maioria concentrada no Estado de Sào Paulo 06%) e no Paranó (l8o/o).53

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A imigragào no Brasil

6.

Metrópoles multiétnicas: Rio de Janeiro, a "Cidade MaraviIhosa"

Em àmbito urbano, a primeira metrópole do Brasil foi, obviamente, o Rio deJaneiro que, segundo o recenseamento de 1890, o primeiro após a aboliqio e o surgimento da República, jà superava meio milhào de habitantes, enquanto Sào Paulo havia hó pouco superado os 64 mil.5a O Rio de Janeiro, jà a partir da década de 50 do século XIX, mas principalmente nessa fase, é a cidade na qual tiveram que conviver as classes subalternas nacionais, formadas essencialmente por ex-escravos, e aquelas de imigraqào estrangeira, compostas pelo proletariado rural europeu, em particular pornrgueses, italianos e espanhóis. Durante a convivència e o desenvolvimento das relagóes foi possível construir sinergias e aliangas, mesmo se em medida menor do que se poderia imaginar. A convivéncia comegou e se desenvolveu no comércio ambulante pelas ruas do Rio e nas relaqóes de vizinhanEa nos bairros perifericos, o que representou a peculiaridade das relagóes entre novos imigrantes e classes subalternas nacionais. Italianos, portugueses, nacionais e imigrantes, brancos e negros constituíram a base social da capital da República, convivendo entre conflitos, tensóes e solidariedade. Formaram-se de fato orgarizaEíes nào oficiais de ex-escravos e trabalhadores nacionais livres com um tecido de relagóes que favoreciam a troca cultural e política. Ern 1872, por exemplo, foi fundada a Sociedade Liga Operória, que em seu estatuto previa a possibilidade de reunir "todos últimos representavam 55o/o dos operórios da zona urbana (Tabela 4). Trata-se, principalmente no caso do Rio, de uma conjuntura excepcionalmente interessante para o estudo das relaqóes entre os diversos grupos étnicos de imigrantes e as classes subalternas nacionais, que aconteceu exatamente na fase em que, depois da aboliqio e da contemporànea onda imigratória, a sua composiEào social, étnica e culrural era submetida a transformaqóes radicais. Demarcam-se os elementos e os percursos de maruraqào da incipiente consciència e solidariedade de classe, que supera as fronteiras das diferengas e das diversidades de origem e cultura entre os diversos componentes do proletariado urbano, que, quase de repente, encontram-se na arena de uma metrópole que corre atrós da modernizagào. Mas nào se pode negar que o impacto demogrófico do fenómeno produziu, ao mesmo tempo, manifestagóes, nem isoladas nem episódicas, de xenofobia e racismo, que os artistas, operórios, nacionais e estrangeiros",tt quando os

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ocupam grande espago das crónicas dos jornais e dos processos criminais do comeeo do século XX. Quem mais pagou por isso foram os Porfugueses que, ao grito de "mata galegos", de recordagào colonial, foram hostilizados por terem entrado diretamente em competigào com os nacionais

em alguns setores do mercado de trabalho, como o comércio a granel e outros serviqos urbanos, tradicionalmente ocupados pelos escravos. Jó que aceitavam trabalhar por salórios miseróveis, eles eram preferidos aos afro-brasileiros, por serem considerados trabalhadores sérios e zelosos e, obviamente, pelo fato de serem brancos, fator certamente nào secundório. Nos anúncios de trabalho era especificado "precisa-se senhora portuguesa" ou "precisa-se moqo portuguès", mas nas ruas era fócil que alguém se dirigisse aos portugueses chamando-os de "cabras", "pés-de-

-chumbo" ou "burros".tu

7.

Metrópoles multiétnicas: Sào Paulo, a'tidade laboratório"

Entre o final do século XIX e o comeqo do XX, Sào Paulo havia se tornado uma das principais metas urbanas de emigraEào no mundo. O fantasma da anarquia nào era invocado à toa por Romero, pois jó acenamos à preponderante presenqa italiana entre os imigrantes no Brasil, e no Estado de Sào Paulo a concentragào era altíssima.57 É necessàrio, nesse ponto, dizer que as tradiEóes políticas socialista e, sobretudo, anarquista e anarcossindicalista5t tiveram papel relevante entre os imigrantes italianos em Sào Paulo. A relevància dessa tradigào política de esquerda, deve ser dito, transcendeu o grupo dos imigrantes italianos para assumir um papel de lideranga no movimento operório paulista. As associagóes e a imprensa de orientaqào libertória animaram centros de agregaqào e socializaqào que marcaram politicamente as classes populares paulistas, tanto as imigradas de outras nacionalidades quanto as nacionais.5e A visibilidade dessa influéncia acabou por superestimar interpretaqóes historiogróficas que consideram majoritório o comPonente anarquista entre o operariado paulista e entre os imigrantes italianos. Na realidade, a ideia de que todo imigrante italiano, ou a maioria deles, fosse um trabalhador politizado responde muito mais à imagem que foi divulgada pela imprensa conservadora ou reacionória e pelos aParatos policiais do que à verdade do mundo operàrio.uo O que deve ser dito é que entre todos os setores do

96

A imigraqào no Brasil

trabalho urbano - seja artesanal, ambulante ou industrialut - a porcentagem de italianos era teo alta que era inevitóvel que eles tivessem uma participagào ativa na vida política, associativa e organizativa das classes subalternas da cidade. Ainda mais considerando-se que se vivia uma fase, entre o final do século XIX e o comeqo do XX, na qual as organizagóes de base do movimento operàrio estavam em processo de construqào e estrufuraqào.62 Os italianos erarn 34oÀ da populaEào da cidade de Sào Paulo ern1893, chegaram a50o/o no comego do século XX e continuaram a ser o maior grupo estrangeiro até 1940. Somente após esta data foram superados pelos portugueses.6' A italianidade de Sào Paulo era uma característica que residentes e viajantes, brasileiros, italianos ou estrangeiros, nào se cansavam de destacar. Por um lado, os italianos que chegavam

a

Sio Paulo ficavam deslumbra-

dos encontrando umpedaqo da Itólia transplantado nos trópicos, e nio em

uma regiào rural

- como

acontecia nas colónias do Sul, onde havia vilarejos

que pareciam réplicas daqueles italianos

-

mas na maior metrópole do país:

O italiano que chegue aqui e transcorra algum tempo, até mesmo uma semana só, nào pode evitar a impressào estranha e comovente de ter caído, em pleno Brasil, em uma cidade meramente italiana. (...) Sào Paulo conta com

meio milhào de habitantes, metade dos quais italianos. Mas essa metade exerce um predomínio espiritual tào evidente sobre

a

outra que a metrópole apresenta

todos os aspectos característicos das grandes cidades italianas: as

as

praEas, as ruas,

habitagóes, os parques, os jardins, os teatros, os cinemas, aqui rudo é no tipo

italiano,

e italiana é a língua que em qualquer

lugar e com maior frequéncia

se

fala e se entende, e italianos sào os usos e os hóbitos, e italianos os maiores insti-

tutos e as mais flóridas indústrias e os comércios mais importantes da cidade.'o

Por outro lado, às vezes, os próprios paulistas experimentavam uma sensaEào de estranhamento: Nào sei se uma cidade poderia ser mais italiana que Sào Paulo! No bonde,

no teatro, na rua, na igreja, falava-se mais o idioma de Dante do que a língua de Camóes. Os maiores e mais numerosos comerciantes e industriais eram italianos (...) Coisa realmente assustadora. A impressio de que íamos perder nacionalidade. ser absorvidos aterrorizav

a

a.65

Federico

Croci

97

ComosepodededuzirdessasPoucaspalavras'oimpactodemogróPorém, fico da imigraqào italiana nào foi isento de tensóes e conflitos.u6 transformagào sào Paulo, cidade multiétnica e metrópole em rapidíssima social a e desenvolvimento, aparecia como um verdadeiro laboratório céu aberto: laboratório perfeito. Assistimos à transformaEào à vista em as fàbricas, os meios tudo, desde cozinha ao tipo de habitante. Basta percorrer Sào Paulo é um

glorioso internacionalismo operórios;basta ler as resenhas de casamentos, com o do amor. Nào hó assimilaEào completa: hó fusào'"

social Embora os tons sejam exageradamente otimistas, o laboratório parque do século XX, o era uma realidade atuante.ót Nos primeiros 20 anos impressionanindustriai da cidade de Sào Paulo expandiu-se em um ritmo radicalmente a fisionomia te.6e O desenvolvimento industrial transfigurava bairros populares, da cidade: os bairros industriais se sobrepunham aos arquitetònimisturando etnias, classes, tradiqóes, estilos de vida e estilos gravada na cos (Sevcenko, 1992), com uma intensidade que Permaneceu esPerancas memória popular. Tantas transformaqóes suscitaram também das riquezas e da formaqào e expectativas no que diz respeito à distribuiqào classes subalternas, de uma sociedade na qual os novos sujeitos sociais alguma forma imigradas e nacionais - dvessem a opqào de participar de de trabaiho e do que nào fosse apenas aquela do abastecimento da forqa

processodeconstruEàodanaqào'Acidadeviveu'Portanto'umperíodode greves, reivindicagóes e lutas operórias e populares'

nacioSolidariedade e lutas conjuntas entre os diversos comPonentes frequentes, apesar nais dos trabalhadores imigrados para sào Paulo foram em vàrias ocasióes, favoda predominància dos italianos ser um fator que,

receuapreservaqàodocaróterétnicodasassociaqóesemdetrimentodo Destaca-se, desenvolvimento de formas interétnicas de agregagào social. (FosP) -fundada em 1905 enrîe ourras, a Federaqào operària de Sào Paulo à forqa após a greve de |907 -, e reativada ern |9I7,depois que foi fechada divergèncias por ter reunido vórias ligas de bairro e sindicatos, aPesar das mutualista (Toledo, internas e das tensóes com o mundo do associacionismo operório tggs).sheldom Maram identificou 46 dirigentes do movimento 6 espanhóis e em sào Paulo entre 1890 e l92O,dos quais 22 etarnitalianos,

98

A imigraqào no Brasil

6 portugueses.to Também em Sào Paulo, a convivència nos bairros popu-

lares facilitou o desenvolvimento das relagóes entre os diferentes gruPos de imigrantes, com desavengas e tensóes, mas em todo caso construindo percursos comuns na vida cotidiana, como lembra ern I92O uma imigrante espanhola descrevendo a vida no bairro de Bràs - mas poderiam ter sido igualmente Mooca, Belenzinho, Cambuci ou Bom Retiro, dado que nào se constituírambairros guetos ou'bairros étnicos", como nos Estados Unidos: "Huuu! Huuu! Huuu! Era espanhol, portuguès, italiano, alemào, assim, assim de gente fgesticulando para reforgar a aglomeragào de diferengas],

briga por todo lugar."7' A grande greve de I9l7 rnarcou o àpice da mobilizagào popular que seguiu até 1920, mas, depois disso, o movimento operório entrou numa fase de retrocesso político.7' No comego da década de 1920, foram introduzidas algumas inovaqóes jurídicas na ireada legislaEào social, mas também severas medidas repressivas que dificultaram as atividades dos sindicatos e das organizaEóes sociais.t' Além disso, no caso dos italianos, juntavam-se motivaqóes políticas internas ao grupo - que escaPam ao objetivo deste trabalhoto -, que enfraqueceram a rede organtzadado moyimento operório, além das razóes de caróter demogrófico. Acabamos de ressaltar a preponderància dos italianos na composigào multiétnica de Sào Paulo. Porém, a composigào interna dessa comunidade, embora seguisse quantitativamente majoritària, mudou consideravelmente em relagào à primeira décadado século XX: no primeiro pós-guerra, a imigragào italiana diminuiu; nas décadas de l92O a 1940, chegou a rePresentar pouco mais de 10% das chegadas no Brasil. Ernl93O, ainda encontravam-se mais de 300 mil italianos no Estado de Sào Paulo; ern 1940, eram Pouco

menos de240 mil, dos quais quase í5o/otinhammais de 50 anos (Mortara, 1950). O dado discriminante é o progressivo envelhecimento, que contribuiu ainda mais paraareduEào do grau de combatividade e de participaqào dos italianos nas organizagóes políticas e na imprensa militante. As segundas geragóes, de forma geral, estavam integradas à sociedade paulista e nào apareciam mais como italianos. Os resultados desse conjunto de elementos foram, especialmente no que diz respeito ao grupo italiano, desalentadores: a imprensa operória quase desapareceu; só sobreviveram - com muitos problemas - alguns periódicos antifascistas.T5

Federico

Croci

99

Segundo o recenseamento de 1920, a populaEào de estrangeiros no Estado de sào Paulo era assim dividida por nacionalidades: italianos, 4g%o; espanhóis, 2l%o; porntzueses, 2oo/o; japoneses, 370; alemàes e austríacos, 2o/oi outîas nacionalida des, 6o/o.7u Mas, isolando os dados entre 1905 e r9r9, os espanhóis alcangaram 32vo do total de imigrantes chegados no Estado

de Sào Paulo, configurando-se assim como um dos mais significativos grupos nacionais, sobre o qual, conrudo, existem ainda poucos estudos,TT como acontece também com os portugueses (Freitas, 2006). Diferente é o caso dos sírio-libaneses e dos judeus, os primeiros diferenciando-se por nào ter participado da imigragào subsidiada e nào rer trabalhado nas fazendas de cafe (Truzzi, 1997), os segundos porque, a partir dos anos de 1930, nào podem mais ser considerados imigrantes, mas sim refugiados pela persecuEào nazifascista.T8

Primeira Guerra Mundial, a crise de 1929 diminuiu o fluxo transoceànico de imigrantes e abriu novos espaeos de trabalho para as classes subalternas nacionais. Embora o fenómeno tivesse taizes profundas, é na década de 1930 que adquire as feigóes para ser considerado o ingrediente determinante na recomposiqào do proletariado urbano paulista (Martins, 2004;Paiva,2oo4). E sào Paulo confirmou-se como a cidade laboratório em que se forjava a identidade nacional, ou melhor, as identidades nacionais, ambíguas e indefiníveis, que surgiam da mescla de presengas tào diferentes por origem, história e trajetória, como evidencia muito bemJosé de Souza Martins: Após

a

A Cidade de Sào Paulo foi, nesse período [da aboligào aos anos de 1930] uma espécie de laboratório social de invengào da nacionalidade para os que, nas diferentes classes sociais, aqui chegaram e ficaram.

o brasileiro e paulistano

que resultaria desse encontro seria completamente diferente (...) Seria o brasileiro dos tempos modernos, do trabalho livre e do capital livre, livres ambos da escravidào, falando uma mescla de sotaques, misturando costumes. Na cidade nascia Macunaíma e nascia a modernidade do nenhum caróter, das identidades imprecisas.Te

O fenómeno das migraqóes internacionais prosseguirí também no segundo pós-guerra, mas em medida sem dúvida menor com relagào à imigraEio em massa do período anrerior. os protagonistas do cenório nào serào mais os europeus, os asióticos e os médio-orientais, mas os migrantes

nacionais, no fundo eles também "estrangeiros" para a metrópole.

100

A imigraEéo no Brasil

Apèndice Tabelas e gréficos Tabela 1 Populagéo residente no Brasil segundo as classificagóes de raga e cor 1872-1940

ANo 1872*

o/o**

ANo 1890

%

ANo 1940

o/o

Brancos

3.787 .289

38,r3

6.302.798

43,96

26.17r.778

63,46

Negros

r.954.452

19,68

2.097.426

t4,63

6.035.869

r4,63

Mulatos

4.r88.737

42,18

5.934.29r

4r,40

8.744.365

2t,20

Amarelos

242.320

0,58

N. D.

4r.983

0,10

Raga

Total

r4.333.9r5

9.930.478

4r.236.3r5

*

Aos dados totais de 1 872 faltam aqueles de 32 paróquias que nào foram recenseadas; deveriam ser somados, 1 81 .583 habitantes, que correspondem à populaqào estimada. ** Como yo entende-se a porcentagem da raga sobre o total da populagóo do ano considerado,

portanto,

Fonte: REls, 2ooo,p.94; DtREToRtA GERAL DE ESTATÍSICA, 1876b; DtREToR|A GERAL DE ESTATÍ5T|CA, 1898; IBGE, f 950. Reelaboragào dos dados e elaboragéo da tabela pelo autor.

Tabela 2 lmigragào no Brasil por nacionalidade, década de 1884 a 1933 (Continua)

Nacionalidade

Anos 1884

%

I 1893

Anos 1894

Vo

Anos t904 I

I 1903

%

r9r3

Italianos

5t0.533

,7177

537.784

63,11

196.52r

19.52

Portugueses

r70.621

19,31

155.542

t8,25

384.672

38,21

Espanhóis

tI3.tI6

12,80

r02.r42

tt,99

224.672

22,32

Alemàes

22.778

2,58

6.698

0,79

33.859

3,36

11.868

1,18

Japoneses

Sírio-Libaneses-

96

0,1

7.t24

0,84

45.803

4,55

Outros

66.524

7,53

42.820

5,03

109.222

10,85

Total

883.668

Turcos

852.1 10

\.006.617

Fed.eico

Croci

101

(Conclusóo)

Nacionalidade

Anos

%

r9r4 I 1923

Anos

%

Total

o/o

r924lr%3

Italianos

86.320

17,73

70.L77

9,84

r.40t.335

35,39

Portugueses

207.252

39,93

233.650

32,76

r.r45.737

28,94

Espanhóis

94.779

18,81

,2.405

7,35

587.114

r4,83

Alemàes

29.339

5,82

61.723

8.66

154.397

3,90

Japoneses

20.398

4,05

1

15,45

r42.457

3,60

Turcos

20.400

4,05

20.400

2,86

93.E23

2,37

Outros

5t.493

r0,22

r64.589

23,09

434,648

10,98

Total

503.981

Sírio-Libaneses-

10.r91

713.t35

3.959.5tl

FONTE: IBGE,2OOO, P.226; DEPARTAMENTO NACIONAL DE IMIGRACAO; INSTITUTO NACIONAL DE IMIGRACAO

coLoNlzACAo, 1 960; I BGE, 1990;IPEA. série histótico: populagóo de imigrantes habitantes de 1 820-1 960. Reelaboragào dos dados e elaboragào da tabela pelo autor. E

L9t4-L923t 12,73%

Gréfico 1 - lmigragào no Brasil, décadas de 1gg4 a .|933. Valores em porcentagem por décadas Fonte: lBGE,20_00, p.226; DEPARTAMENTO NACTONAL DE tMtcRAeAo; tNSTtruro NAC|oNAL DE tMtcRA(Ào coLoNfzACAo, 1 960; IBGE, I 990; IPEA. série histórica: populagào de imigrantes habitantes de 1 820-1 960. Reelabolagào dos dados e elaboragào do grófico pelo autor. E

1O2

A imigragào no Brasil

Tabela 3 - Detalhe Brasil Migraqóes italianas na América do 5ul (1876-1976)

Anos 1

Idas

Voltas

Idas

Voltas

América Latina

América Latina

Brasil

Brasil

814.400

1.829.500

87ó-1900

379.800

1r876-19r5)

7o

*

*"

153.2oo

1901- 1915

r.487.700

'642.600

410.800

t9t6-1942

826.700

367.700

107.500

57.500

t946-196r

889.600

242.700

tt3.200

32.900

t962-1976

54.900

69.2O0

I 1.100

Total

5.088.400

*"2.001.800

r.457.000

t

482.300 33,loo/o

33,lOVo

Voltas sobre Idas

2.100

'1905-191 5' O dado refere-se somente ao período junto aos dados sobre as sobre as voltas da Argentina e do Brasile 1916 os dados .nt"rior"Iu para todo o período sul-americanos dados tJm néo se sul; do para o período 1g16-1g76da América

** lncluídos voftas 1

876-1 91 5. O daclo refere-se somente ao período 1905-l915'

*+*

Fonte: RoSoLl, 1 978; DEPARTAMENTo DE IMIGRACAo dos dados e elaboragéo da tabela pelo autor'

E

coLoNlzAqÀo'

1

952; BAILY 2005' p' 43-69' Reelaboraqào

Tabela 4

OperériosdomunicípiodoRiodeJaneirosegundonacionalidadeesexo'1872 Confronto com o total da PoPulaqào

H U

x':l

H

(d

H

Zota urbana

Zona

rural Total

>.o55

6.488

O

H

município

^ 33,80 o/o

60,11 855

r

Total de habitantes

o

152.723

o/o

35,86 o/o

(6

r

s

55,55 Vo

H U

é

'r.

ro

.Gl

(!

()

trì

^

H

v.to/ 301

9.468

55,00 o/o

G

L



d

u

rY

.cl

-o

rrì

r.862

tr,l7 o/o

21,06

19,10

o/o

o/o

>zQ5 o/o

r

11,80 2.1,35

%

r6.662 I

A

)O

r8.091

g q,)

é 6 h

sxr 6

6

H

trl

G

-rY r

r

trl

26,60 73.31O

%

17,80

48.939

o/o

274.972

de operérios brasileiros, estrangei erório do municíPio do Rio de Jan L-- - À-l-l J^- L-hi+r^+ó. d^ o total dos habitantes do " "% total" entende-se a porcentagem de operarlos sobre p.3-57. Reelaboragào dos dados e elaboragéo da tabela Fonte: D'REToRIA GERAL DE EsrATfslcA, 1876a,

'-"'''

oelo autor.

Fedetico

Croci

1

03

+Argatln.

+86sil

+Améd@

Latha

4(nxxto

35oo(xD

3(xxxno

29fiXno

2m0(xt0

lSfXXnO

1ofixno

5{xxno

0

r.851-1860 1861-1870 1871-r.480 lt8l-1aqt

1t91-1900

Gréfico 2 - lmigragào na Argentina e no Brasil 1851-1930. Confronto com o total da América Latina 1 978; DEpARTAMENTo DE tMtGRAqAo E coLoNtzACAo, 1 9s2; BAILy 2005, p.43-69. Reelaboragào dos dados e elaboragào do gréfico pelo autor.

Fonte: RosoLt,

Notas ' ' 3

o 5

6

7

Tradugào do italiano de Tommaso Raso. Da Matta, 1981,p.62-63. Vangelista,2000. Mesmo quando enfrentou diretamente a questeo das relagóes entre a cultura italiana e o Brasil em um ensaio específico fruto da sua permanència na ltólia, Sérgio Buarque de Holanda nào acena nunca ao papel da imigraEào. Cf. Holanda, 2002. Para um balango historiogrófico, mesmo se limitado ao caso paulista, veja-se Fausto, 1991. Por exemplo, entre os séculos XM e XVIII, todo o desenvolvimento da economia da regiào paulista, que dois séculos depois se transformaró no maior polo de atragio da imigraEào transoceànica, resulta intimamente ligado à mào de obra dos escravos indígenas - os assim chamados negro s dtterra - e à consequente dizimagào de suas comunidades, caracterizando-se poruma dinàmica cipicamente de cunho escravista. Cf. Monteiro, 1994. Paraum quadro geral da questào indígena relativo ao século XVIII, veja-se Vangelista, 2001; para um esnrdo detalhado do caso dos Bororó, veja-se Vangelista, 2008. A imigragào de famílias originórias dos Agores comeeou em 1618 em Sào Luís do com cerca de 200 pessoas; ver Flores, 2OOO; Piazàa, 1994.

Guimaràes,2001, p. 1062; Barreto; Aras,2003.

' Horn, zO0J.,p.54. e Horn,2001, p. 55. 'o Vangelista, 1997, p. 32.

1O4

A imigragào no Brasil

Maranhio

Para um quadro geral - sintético e eficaz, mesmo com o caso italiano como Pano de fundo dominante - sobre o processo de colonizaEào no Brasil, dividido com base nos diferentes esrados (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sào Paulo, Paranà, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e notícias sobre outras regióes), veja-se Giron e Bergamaschi, 2004.

Nicoulin,

1995. Mas

também Sanglard, 2003, em que a autora, utilizando as cartas dos co- a maioria delas tiradas doJournal doJttla e quatro do livro de

lonos aos parentes na Suíga

Nicoulin

- analisa as expectativas,

os sonhos, as ilusóes e as desilusóes gerados por aquelas

experiéncias entre os colonos. I3

Biblioteca Nacional do Rio deJaneiro, Manuscritos, 18,

D

ecretoRégio do 16 demaio de 1816,

Artigo

itólico nosso.

O problema das relaEóes, com conflitos até sangrentos, entre colonos e índios é ainda pouco estudado. Trata-se dos assim chamadosbugreiros -nacionais e irnigrantes - que erÍun contratados para combater, escrav2ar ou exterminar os nativos que resistiam à ocupagào de suas terras. Notícias de enfrentamentos entre os primeiros colonos alemàes no Rio Grande do Sul e índios kaingang podem ser achadas, por exemplo, em Hòrmeyer, 198ó; sào indicagóes que deixam intuir a difusào do fenòmeno, mas trata-se de uma história ainda em boa Parte Para ser escrita. Para uma primeira abordagem ao tema, relativo ao caso italiano, veja-se BrunelÌo, 1994. Vejam-se também Cunha, 1992; Sandor, 2009; Becker, 1974,1995;

Mota, 1998.

essas primeiras experièncias de colonizagào é muito ampla e muitas vezes dispersa em publicagóes locais, entre as quais vàrias sào de cunho celebrativo; cito

A bibliografia sobre

somente Dacanal, 1980; Nogueira e Hutter, 1975;Lando e Barros, 1976; Tramontini, 2000. Para uma visào geral que considere também o assuDto mencionado, Alencastro e Renaux, 1997. Para um quadro preciso das colónias da regiào paulista, cf. Holanda, 1980, P. 38-39 e

Borges,199l. ró As recentes celebragóes, ou seja, os bicentenórios mazziniano e garibaldino, produziram uma importante bibliografia sobre o assunto. Cito somente as atas do Congresso Internacional de Génova (24-26 de novembro, 2005): Fondazione Casa America,200ó; quanto à regiào do Plata, com principal referéncia à época anterior à Grande EmigraEào, cf. Vangelista,

lg9z,2oo5; Scheidt, 2004, e o clóssico candido, 1973. Quanto à órea incluída nas fronteiras brasileiras, veja-se Trento, 1989, p. 1ó-18. Sobre a emigraEào de matriz política ao longo do século XIX, vejam-se Bistarelli, 2008; Franzina e Sanfilippo, 2008. t7 Florn,200l, P. 172-716.

tt

Alencastro; Renaux, 1997,p. 293.

" Furtado, l99l,p.133. ,o Holloway, 1984,p. t75:par'- a anólise sobre

a

real aplicagào da Lei de Terras, p. 173-179.

" "

Dean,1997,p.205.

,,

A bibliografia sobre as colónias italianas no Sul do Brasil é muito ampla. Além do jó citado Giron e Bergamaschi,2004, vejam-se pelo menos Merloni, 1997;De Boni, 1991; Corsetti; Giron, 1991. Para as relativas atualizagóes, Bevilacqua; De Clementi; Franzina,2OOI-20O2. Para o caso do Rio Grande do Sul, veja-se pelo menos Maestri, 2005.

2a

Tradugào: "Estào chegando os navios."

Trento, 1989, p.

19.

Fed.erico

Croci

1

05

"

Cf. Tabela 2 e Grófico 1 . Separam-se os dados considerando as décadas de década de maior fluxo é de 1891 a 1900, cf Tabela 3 e Grófico 2.

185 1

a t93o:

a

t" Azevedo,2008, p.30. tt Schwarcz, 1993, p. 17-22. zE

Horn,200l, p. 444-445.

"

IPEA. Sfrehktóica: populagào de imigrantes habitantes de 1820-1960. Rio deJaneiro. Disponível em: .

'o Martins, 1973,P.53-58. Sobre as condigòes de vida

dos colonos nafazenda de Ibicaba cf. Davatz, 1980. Trata-se do notório diório-memória do mesrre da colònia, que, quando foi

publicado em 1858, gerou uma onda de indignagào na opiniào pública, identificando o Brasil como país nào aPto a receber imigrantes europeus. O própri oDavatzfazreferéncia à censura Praticada sobre as próprias cartas e sobre aquelas dos colonos. Quanto à correspondéncia dos colonos, além das óbvias referèncias ao clàssico Franzina, 1929, veja-se Alves, 2003, que analisa nove cartas de imigrantes alemàes nas fazendas da província do Rio de Janeiro nos anos de 1852-1853, publicadas por revistas alemàs da época e achadas em arquivos da Turingia. As cartas, como se sabe, eram usadas como incentivo à emigragào.

"

Cf. Tabela 3. Sobre a questeo das voltas e dos vícios formais na consideraEào dos dados estatísdcos, além da ausència de levantamentos anteriores a l8ó1, vejam-se Sanfìlippo, 2001, e Cerase, 2001.

,

cf. Arquivo Nacional do Rio deJaneiro. DIREToRIA GERAL DE ESTATÍSrICA, 1898; IBGE, 1950.

e

33 Concudo, nos anos de 1937 a 1945, coni' o nacionalismo

autoritório e xenófobo imperante, colónias consideradas etnicamente homogéneas foram objeto de uma campanha de assimilagio forgada Porque consideradas perigosas e até uma ameaEa para a soberania nacional e, segu.ndo a notória e depreciativa definigào, verdadeiros "quistos étnicos" que precisavam ser extirpados: "cinquenta anos de República irresponsóvel e alguns anos de descuido do Império permitiram que os núcleos de colonizaEào estrangeira se transformassem em veras

dadeiros quistos raciais; ameagadores de nossa soberania, centros de divulgagào e irradiagào de ideais alienígenas, soluEóes de continuidade do espírito nacional." Bethlem, 1939. 3a

cito somente, quanto ao

caso italiano, os trabalhos de Grosselli, 19g6, 1989,

r99r, l9g9

e

Stella, 2003. 35 Para

um quadro af.Jàlizado e eficaz da imigragào no Estado de Sào Paulo que considere todas as componentes nacionais, veja-se Bassanezi et aI.,200gabc.

'6

Sobre a tentariva de introduqào dos coolies veja-se Vangelista, lggz,p.37-3g.

"

Valdemar, 1989, p. 19.

3E

Viotti, 1998,p.253.

3e

Secretaria dos Negócios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas do Estado de Sào ParrloRelatóio, annos 1903,t9o4,1907, Sào Paulo, Arquivo Público do Estado de Sào paulo.

ao

Trento, 1989,p. 52-68.

or Saito, 1980; Handa, 1987; Sakurai, 1995 e 2000. O recenre centenàrio da imigraqàojaponesa foi também a ocasieo para uma importante produgào historiogrófica a respeito. Cito somente, pela diversidade das abordagens disciplinares e para maiores referèncias bibliogràficas, Takeuchi e Carneiro, no prelo.

106

A imigragéo no Brasil

Arquivo Públco do Estado de Sào Paulo. Relatório apresentado ao Dr. Jorge, presidente do Estado pelo Dr. Carlos Botelho, Secretório da Agricultura, anno 1907, Sào Paulo, 1908,

az Cf.

p.137-143. a3

primeiros imigrantes euanto à arirude da comunidade italiana de Sào Paulo para com os japoneses, remeto ao meu 'A invasào nipònica. A imagem do imigrante japonès na comunidade italiana: solidariedade, rejeigào e conflito", em Takeuchi e Carneiro, no prelo' Para um estudo comparado dos casosjaponés e alemào, veja-se Schaden, 1980, P. 135-151.

oo Dezem, 2005, P. 32-33. a5 Romero, 2001, P. 98-99.

* o7

Rodrigues, 2006, P. 49.

Cunha, 2002, P. 13. O problema, que de vórias partes foi notado, é que o settio e seus habitantes sio apresentados mais uma vez como sobredeterminados pelas leis da narureza, mas agora inscritas em um contexto racista, que os vè obviamente em posigào inferior e desvantajosa. É evidente a influència do pensamento socioantropológico da época sobre essainrerpretagàoracista dossertfin,os. Cf. Candido, 1999,P.29-32;Freyre, 1987,P. 17-69.

ot Cunha,2002,p.71. oo

Souza,1875,P.4O3.

'o

Souza, 1875, P. 4Ù3-4lo

tt Souza,

1875,P.409.

5'z

Sakurai, 20OO, P. 215.

"

Suzuki, 1995,p. 58-63.

5a Cf.

tt

Arquivo Nacional do Rio deJaneiro. DIRETORIA GERAL DE ESTATÍSTICA, 1898'

Cf. Renda, 2002. Yàias pesquisas estudaram o problema; cito somente Mattos, 2002

e

a discussào para as diversas

Mamigonian, 2002. Outros estudos um pouco anteriores abrem categorias de trabalhadores metropolitanos, dos caixas nos estabelecimentos comerciais aos tipógrafos, e para outros àmbitos territoriais, como Rio Grande e Porto Alegre, Schmidt, 1999; Forres, 1999; Popinigis, l99g; Renda, 1999. Para uma anólise geral da formaqào destas organizagóes acompanhado de tabela ver Batalha, 1999 e Batalha, Da Silva e Fortes, 2004.

t.

Cf. Ribeiro,l990. Por um quadro mais amplo das relagóes entre imigrantes e nacionais, vejam-se Ribeiro e Esteves, 1989; e Ribeiro, 1995.

57

1986. O peso da presenga italiana era tamanho que deixou em segundo plano o proletariado nacional urbano; com o intuito de investigar os Percursos dos subalternos nacionais no àmbito urbano paulista, veja-se, por exemplo, Santos, 1998'

Alvim,

tt Para uma

síntese sobre o movimento operório paulista nesse período, Hall, 2004. Uma panoràmica geral das relagóes entre imigragào italiana e movimento operório encontra-se

em Trento, 1989, p. 209-264.

5t Para algu.ns perfis biogràficos

e

trajetórias políticas de militantes italianos no Brasil, Hecker, jornal anarquista

1988; Romani, 2002; Toledo, 2OO4ab. Para um exemplo de estudo sobre um publicado em língu.a italiana, Biondi, 1998. ó0 para

uma síntese eficaz dos estudos e do debate sobre

essa

temàtica, Biondi, no prelo.

Fedeico

Croci

'lO7

tt

Por exemplo: vendedores dejornais, sapateiros, operórios tèxteis ou do setor de construgio civil. Veja-se a série dos Boletins do Departamento Estadual do Trabalho, de r91 até tg27 ,

I

no Arquivo Público do Estado de Sào Paulo. ó'z

Havia italianos que faziam parte da elite industrial e financeira da cidade de Sào Paulo, mas eles atuavam segundo as dinàmicas de classe, e neo segundo aquelas da solidariedade étnica. Estas eram u!:lioadas de forma paternalista para manter a aceitagào da imagem pública positiva da elite italiana em Sào Paulo. Refiro-me a personagens do calibre de Francisco Matarazzo e Rodolfo Crespi. O primeiro construiu um império industrial, as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), que chegaram a contar com mais de 200 fóbricas; paralelamente à expansào industrial, Matarazzo possuía um banco, uma frota de navios, um terminal no Porto de Santos e duas locomotivas para transportar mercadorias. Sem falar nos imóveis que incluíam uma imensa mansào na avenida Paulista - cuja demolieào, na década de 1990, provocou polèmica. O segundo instalou o Coronifício Crespi, que chegou a ser a maior tecelagem de Sào Paulo, com seis mil operirios. Depois vieram o laniffcio, uma fóbrica de chapéus, o elegante Hotel Esplanada, e seus domínios se estendiam ainda por plantaeóes de cafe, algodào e cereais na regiào de Araras.

ó3

Ver Hall, 20O4,p.124. Angelo Trento identificou, só na cidade de Sào Paulo, 306 periódicos de todos os tipos (diàrios, semanàrios, mensais, números avulsos) publicados em língua ita-

liana, de 1870 até 1951. Trento, 1989, p. 490-503. Para a distribuigào no território do Esrado de Sào Paulo por nacionalidade e por década, Bassanezi, 2006.

e Zo\,

1927, p. 129-t30. No original: "Litaliano che arrivi qui e vi soggiorni anche sohanto una setlimana, non può sottrarsi all'impressione strana e commovente di essere capitato, in pieno Brasile, in una città prettamente italiana. (. . .) Sào Paulo conta !î mezzo milione di abitanti, metà dei quali italiani. Ma questa metà ha un così evidente predominio spiriruale e morale sull'altra, che la metropoli presenta tutti gli aspetti caratteristici delle grandi città italiane: le piazze,le vie, le abitazioni, i parchi, i giardini, i teatri, i cinematografi, qui rumo è sul tipo italiano, e italiana è la lingua che dovunque e più comunemente si parla e si intende, e italiani sono gli usi e i cosrumi degli abitanti, e italiani i più grandi istiruti e le più fiorenti industrie e i commerci più imporranti della città."

65

Leite opildCarclb,, 1985, p. 3r.

66 Sào conhecidos os acontecimentos

de 189ó, quando uma semana de choques e violentos conflitos com tónica xenofóbica (até uma caqa aos italianos) terminou com dois morros e

vórios feridos. Taunay,

2OO4,

p. 3 53-359.

67 O Amigo do Pwo, 2O de agosto de 1904. Jornal anarquista, fundado em 1902 por Neno Vasco,

Benjamim Mota, Oreste Ristori, Giulio Sorelli, Tobia Boni, Angelo Bandoni e Gigi Damiani. Sobre a trajetória do jornal no movimento operàrio e anarquista de Sào Paulo, cf. Toledo, 1998. ó8 Para

um esfudo de caso sobre

as questóes das relagóes

tt A taxa anual de crescimento naqueles

interétnicas, veja-seTntzz|2O0l.

anos foi estimada em

aproimadamente

8%0,

cf. Dean,

1991, p. r15. 7o

Maram, 1979,p.22.

7r Cf. Antonacci,2002, p. 160. No artigo se encontram seis entrevistas com imigranres espanholas chegadas em Sào Paulo na década de t920.

108

A imigragào no Brasil

'2 paraumavisàogeralverFausto, 197ó.SobreagrevedelglT,Khouryl9sleRoquette'1997. Em relagào à questào do recuo do movimento operório no comego do século XX, Hebling' 1988. 73

pinheiroeHall,tsze,p.l0s-138; PinheiroeHall, 1981,p.

194-212.

FoiprecisamenfeefrLl924

Iogística da rede repressiva no Estado de Sào Paulo com a criaEào do DEOPS - Deparramento de Ordem Político e Social, entre cujas malhas ficaram sob controle e repressio todas as organizagóes do movimento operàrio. Sobre o DEOpS e a ampla bibliografia produzrda a partir da anólise da documentagào conservada pelo Arquivo do Estado de Sào Paulo, vejam-se as colegóes Inventàrio DEOPS, publicadas que comeeou a ser sistematizada toda

a

pelo Arquivo do Estado de Sào Paulo e Imprensa Oficial, e Histórias da Repressào e da Resistència, publicadas pela Humanitas, ambas organizadas por Carneiro Tucci, que coordena

hi

mais de uma década o projeto temàtico PROIN-USP.

7a Para isso remetemos a

Trento, 1989, P. 267-402.

tt

seguir através das operaEóes da Polícia Poftica de Sào Paulo. Carneiro

Cujos rastros

é possível

e Kossoy, 2003.

tt Bassanezi et al,,20o8a,P. 53. tt Os dados sào extraídos de um dos trabalhos

que recentemente aprofundaram a pesquisa sobre o caso espanhol, contribuindo significativamente em comPensar o atraso acumulado pela historiografia. Cf. Cànovas, 2OO7 , p. 12. Quanto ao segu.ndo pós-gu.erra, veja-se Peres, 2003.

7, Em geral, sobre a imigragào hebraica, veja-se Mizrahi, 2003. Sobre a questeo dos refugiados, Carneiro, 2001 e 1996b.

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