A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA E FORMADORA NO USO DE RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS

May 26, 2017 | Autor: Sónia Cruz | Categoria: Teoria Curricular
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In Balula, A.; Guerra, C.; Machado, E.; Oliveira, L.; Pomb, L.; Loureiro, M.Jº.; Loureiro, M.J..; Alves, P. & Sá, P. (orgs.) (2013). Jornadas LCD: avaliação formativa em contextos digitais no ensino não superior. Aveiro: Universidade de Aveiro.

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA E FORMADORA NO USO DE RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS Paula Silva | Sónia Cruz FACIS — Universidade Católica Portuguesa (Braga) [email protected]; [email protected]

RESUMO Cada vez mais presentes no ambiente escolar, as tecnologias permitem aos professores a criação e o uso de uma panóplia de recursos digitais que, numa utilização informada, conveniente e criteriosa, são instrumentos que favorecem novas práticas pedagógicas que respondem de forma inovadora, atualizada e atenta às necessidades atuais e futuras dos alunos. Cabe ao professor a criatividade de produzir recursos digitais interessantes do ponto de vista motivacional e estimulantes do ponto de vista cognitivo a fim de potenciar aprendizagens significativas. Tal implica, inclusivamente, que o aluno seja convocado a fazer parte do processo de avaliação pelo que urge que os professores, além de promoverem uma avaliação formativa, devem, progressivamente, incitar a uma avaliação formadora numa tentativa de envolver os alunos ativamente no processo, ao convocá-los para participarem na elaboração dos critérios e objetivos da sua avaliação. No trabalho procuramos apresentar uma proposta de inclusão da avaliação formativa e formadora em recursos educativos online. Palavras-chave: Avaliação Formativa e Formadora, Recursos Educativos Digitais.

ABSTRACT Increasingly present at school, technology enables teachers to create and use an array of digital resources, which favour new pedagogical practices that respond in innovative, updated and attentive ways to current and future students' needs, if used consciously, conveniently and judiciously. It is up to the teacher to be creative and produce interesting and stimulating digital resources, from the motivational and cognitive point of view, in order to enhance meaningful learning. This implies that students will be asked to adopt an active role in their evaluation process. Therefore, besides promoting formative assessment, teachers should gradually invite students to participate in the elaboration of the criteria and the objectives of the evaluation. In this paper we try to present a proposal for the inclusion of formative assessment based on educational resources online. Keywords: Assessment, Digital Resources

Introdução O contexto tecnológico em que vivemos, em constante e rápida evolução, “obriga” a novas formas de educar os alunos e de os preparar para viver na sociedade atual. É importante relacionar o ensino com as suas experiências e vivências diárias pois só assim o aluno sente “que a escola tem um objetivo que o liga à vida e, por isso, ele tem de encontrar nela, o que encontra no dia a dia fora da escola” (Marques, 2012:16). A integração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no processo educativo constitui um fator de motivação e de melhoria da aprendizagem para os alunos; permitem criar ambientes para uma aprendizagem significativa e eficaz; favorecem novas práticas de comunicar; novas formas de estar e de ser no mundo (Silva, 2001) e permitem a formação de cidadãos com uma educação diversificada, com competências, qualificação e perfil profissional sempre atualizado e de acordo com as necessidades do momento, aptos para se integrarem num mundo em constante mudança (Morais & Paiva, 2007). Neste novo mundo, a escola tem um papel fulcral na promoção do acesso às tecnologias. O seu uso efetivo requer competências tecnológicas e novas estratégias pedagógicas de modo a responder de forma inovadora, atualizada e atenta às necessidades dos seus alunos. Ao professor, cabe a difícil tarefa de repensar e adaptar o currículo de forma a responder às necessidades e vivências dos alunos. Assim sendo, os professores podem planificar atividades inovadoras através

da

utilização

de

recursos

educativos

digitais

para

potenciar

aprendizagens que sejam significativas para os alunos, atividades que devem ir de encontro aos interesses deles e nas quais sejam chamados no sentido de promover uma avaliação formativa e formadora onde se reconheça o erro como fonte de progressão do saber (Cruz, 2009). A avaliação formativa é a modalidade de avaliação a que atualmente se dá mais destaque. É considerada parte integrante do processo ensinoaprendizagem, há sempre um feedback entre o aluno e o professor sobre os

êxitos e as dificuldades sentidas pelo aluno na aprendizagem (Ferreira, 2007). A avaliação formadora enquanto “apropriação particular da avaliação formativa, que implica os próprios alunos num alto nível” (Scallon, 2000 op. cit. por Ferreira, 2007:111) valoriza a meta aprendizagem ajudando o aluno a aprender a aprender e está muito mais voltada para a regulação que cada aluno faz da sua aprendizagem. Com este artigo pretendemos refletir sobre: i) o impacto e a importância da avaliação formativa e formadora no âmbito da utilização de recursos educativos digitais ii) as potencialidades da avaliação formativa e formadora para a promoção da qualidade do ensino-aprendizagem dos nossos jovens e iii) apresentar um modelo de inclusão da avaliação formativa e formadora no uso de recursos educativos digitais. Para tal, serão abordados alguns conceitos teóricos que consideramos necessários para a compreensão deste tipo de avaliação, bem como apresentarmos possibilidades de incluir esse tipo de avaliação aquando do uso de recursos educativos digitais. A Avaliação A avaliação, considerada por muitos professores a tarefa mais difícil e complexa da sua prática profissional, muito devido à sua característica subjetiva, tem sido objeto de debate e reflexão por parte de muitos autores devido à sua especial importância no processo ensino-aprendizagem. A avaliação tem vindo também a revelar-se muito importante para a evolução dos sistemas de ensino em todo o mundo, tendo surgido diversos modelos que permitem compreender e melhorar o processo ensino-aprendizagem. Compreender o que é a avaliação e conseguir fazê-la convenientemente seria uma excelente forma de melhorar as práticas de ensino (Guerra, 2009) pois para se ser um professor à altura da época em que vivemos, temos de ser capazes de responder às necessidades atuais e futuras dos alunos, e ser um profissional inquieto de forma a proceder a boas avaliações e dispor de técnicas adequadas para as concretizar (Zabalza, 2003). Então o que é avaliar? Para Leite & Fernandes (2002), avaliar é “muito mais do que atribuir uma nota, uma quantificação, uma classificação. Avaliar é

um processo complexo no qual intervêm factores de ordem endógena e exógena relativa quer os sujeitos avaliados, quer aos sujeitos avaliadores” (p. 21). De acordo com Zabalza (2003), avaliar é comparar. Quando avaliamos fazemos uma medição, entendida como uma recolha de informação e uma valoração. A medição permite-nos conhecer o estado real do objeto. A comparação realiza-se com o estado ideal, através da intervenção de um juízo de valor. Será nestes termos que, quando avaliamos, estabelecemos um juízo de valor que nasce da comparação entre “o que é” o objeto da avaliação, naquele momento e determinados critérios de avaliação que refletem a dimensão de “como deveria ser”. Para Gimeno & Pérez (1983) a avaliação é “um processo de recolha e fornecimento de evidências sobre o funcionamento e evolução da vida da aula, na base das quais se tomam decisões sobre a possibilidade, efetividade e valor educativo do currículo” (p. 431). Os entendimentos sobre o que é a avaliação não são completamente consensuais. Como em todas as definições, a avaliação também se arrisca a nunca ter uma definição terminada. Hadji (1994) refere que se está sempre a avaliar e por isso “nunca se chega a dizer em que consiste a avaliação, a qual nunca se poderá limitar, obviamente, a uma definição exata” (p. 27). Consideramos, no entanto, que independentemente do significado da expressão, a avaliação deve ser encarada como um processo natural e necessário quer para o professor quer para o aluno. Deverá “permitir momentos de partilha, reflexão e auto avaliação para que seja possível melhorar as práticas e as aprendizagens, contribuir para a valorização do trabalho pedagógico e restituição de sentido aos ofícios de professor e de aluno” (Silva, 2013:22). Sendo assim, é importante que se atribua mais importância aos processos de avaliação e à aprendizagem em vez dos produtos finais, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem e dando ao aluno um papel mais ativo. Falar de avaliação é tarefa complexa e leva-nos para dimensões que não se esgotam às que aqui vamos tratar: a avaliação formativa e à avaliação formadora. Também a avaliação diagnóstica e a auto-avaliação são dimensões importantes e às quais devemos atender no processo de ensino-aprendizagem.

A Avaliação Formativa A avaliação formativa é a modalidade de avaliação considerada parte integrante do processo ensino aprendizagem. Nela, há sempre um feedback entre o aluno e o professor sobre os êxitos e as dificuldades sentidas pelo aluno na aprendizagem (Ferreira, 2007). O aluno é chamado a interagir, a intervir ativamente no seu processo de aprendizagem e no reconhecimento dos seus progressos e dificuldades. A avaliação formativa visa contribuir para a formação do aluno e para a melhoria da sua aprendizagem. Este tipo de avaliação é bem recebido pelos alunos porque leva o aluno a uma auto avaliação consciente e o professor a uma reflexão acerca dos seus métodos de trabalho com o objetivo de melhorar a sua prática. Assim sendo, a avaliação formativa tem uma função essencialmente

pedagógica

(Hadji,

1994),

incide

no

processo

ensino

aprendizagem e não nos seus resultados (Ferreira, 2007). A avaliação formativa também tem como função informar o aluno, o encarregado de educação, o professor e demais intervenientes no processo ensino aprendizagem, de forma contínua sobre a qualidade das aprendizagens realizadas e o cumprimento dos objetivos estabelecidos. Ao regular o processo de aprendizagem através da adoção de medidas de recuperação ou de estratégias individualizadas, estamos a potenciar o êxito da avaliação sumativa e a tornar o processo ensino-aprendizagem mais motivador para o aluno (Ferreira, 2007). Alves (2001) op. cit. por Ferreira (2007:29) sintetiza a regulação proporcionada por esta avaliação em dois níveis: “i) Uma regulação do dispositivo pedagógico: o professor, informado dos efeitos do seu trabalho pedagógico, modifica a ação ajustando as suas intervenções;

ii) Uma regulação da atividade do aprendente que lhe permite tomar consciência das dificuldades com que se depara no seu percurso de formação a fim de reconhecer e de corrigir os erros”.

Em suma, a avaliação formativa “é um ponto de partida” (Zabalza, 2003:242), ocorre durante o processo de ensino aprendizagem, é parte integrante deste e desempenha um papel regulador. As atividades de avaliação propostas não são mais do que atividades de aprendizagem. Esta envolvência do aluno no sentido de o responsabilizar pela aprendizagem leva-nos a refletir sobre uma fase da avaliação, que pode potenciar esse envolvimento: é a avaliação formadora. A Avaliação Formadora A avaliação formadora – conceito menos conhecido por comparação à avaliação formativa ou sumativa - enquanto “apropriação particular da avaliação formativa, implica os próprios alunos num alto nível” (Scallon, 2000 op. cit. por Ferreira, 2007:111), valoriza a meta aprendizagem ajudando o aluno a aprender a aprender e está muito mais voltada para a regulação que cada aluno faz da sua aprendizagem. Segundo Abrecht (1994), a avaliação formadora não pretende fazer da avaliação um instrumento de controlo mas uma ferramenta de formação que o aluno pode utilizar para atingir os seus objetivos pessoais na construção do seu próprio caminho na aprendizagem. A avaliação formativa segundo Abrecht (idem) diz respeito à regulação das estratégias pedagógicas do professor. Na avaliação formadora, a regulação é efetuada pelo próprio aluno. De acordo com Almeida (2008), a avaliação formativa permite aperfeiçoar o processo de aprendizagem do aluno, podendo ocorrer uma regulação externa por parte do professor. Mas a avaliação formadora valoriza a meta-aprendizagem, ou seja ajuda o aluno a aprender a aprender, onde a regulação da aprendizagem é realizada por cada aluno. Para isso, o aluno deve participar na avaliação e proceder autonomamente à sua autoavaliação de modo a conseguir regular a sua aprendizagem ultrapassando as suas dificuldades e erros para continuar a ter sucesso nas suas aprendizagens. A autoavaliação consiste num processo em que o aluno participa na sua avaliação a partir de critérios definidos pelo professor ou negociados com os alunos (Ferreira, 2007). O aluno ao refletir sobre o que está a fazer, o porquê de ter de o fazer e o

percurso para o cumprimento dos critérios de avaliação estabelecidos, está a gerir a sua própria aprendizagem tendo em conta os seus progressos, as estratégias face às tarefas e os obstáculos (Perrenoud, 1993). Acreditamos, tal como Ferreira (2007), que a avaliação desencadeada pelo próprio aluno tem mais garantias de surtir os efeitos desejados do que a realizada pelo professor. Não obstante, a avaliação formadora também pode ser uma ajuda para o professor porque o “disponibiliza para a realização das várias tarefas que lhe são exigidas pelo processo ensino aprendizagem e para o acompanhamento de alunos com mais necessidades, utilizando estratégias individualizadas” (Ferreira, 2007:112); permite-lhe refletir sobre a adequação das estratégias e métodos de ensino implementadas nos diferentes alunos, adaptando-as ou encontrando novas estratégias Perante isto, podemos dizer que na avaliação formativa tradicional, a regulação diz respeito, sobretudo, às estratégias pedagógicas do professor; na avaliação formadora, a regulação é fundamentalmente assegurada pelo próprio aluno. A autoavaliação e a autorregulação são atitudes que devem ser desenvolvidas/promovidas junto do aluno de modo a que se assumam como estratégias para uma maior e melhor participação do aluno no seu processo ensino - aprendizagem e na sua avaliação. A avaliação no âmbito dos Recursos Educativos Digitais Com generalização do uso do computador e a evolução da Web que veio permitir interatividade e colaboração entre os seus utilizadores, armazenamento e partilha de dados e facilidade de utilização de ferramentas e de criação de conteúdos, desenvolveu-se na sociedade contemporânea um novo rumo na forma de comunicar. Efetivamente as tecnologias digitais trouxeram novos desafios à escola, quer pela sua vulgarização no nosso quotidiano, quer pela importância que têm enquanto ferramenta didática ao serviço dos professores e dos alunos. Com a integração das TIC na escola, a utilização do quadro interativo, de recursos educativos digitais e de outras tecnologias, com o intuito de melhorar o processo ensino–aprendizagem e dinamizar o processo de avaliação de forma

progressiva e contínua, tornou-se uma realidade praticada por muitos professores. Que importância e de que forma podemos incluir a avaliação formativa e formadora no uso de recursos educativos digitais? O termo ‘recurso educativo’ tem uma definição muito vasta pois como nos indica Graells (2011), um recurso educativo pode ser um qualquer material que seja usado com fins didáticos, em determinado contexto educativo, para facilitar a aprendizagem. Poder-se-á então dizer que “qualquer objeto ou material poderá ser um recurso educativo, se for usado com o intuito de facilitar a aprendizagem” (Silva, 2013:44). Como recurso digital, podemos ter os jogos educativos, qualquer programa informático, tutoriais, exercícios práticos, um blogue, uma página Web, uma apresentação eletrónica multimédia, etc., desde que sejam armazenados em suporte digital e que “levem em linha de conta, na sua conceção, considerações pedagógicas” (Tchounikine, 2011). A utilização de tecnologias digitais pelo professor “obriga” a que se proceda a uma avaliação contínua de todas as atividades que devem ser planeadas de forma a incutir nos alunos a construção do seu próprio conhecimento, por descoberta, incentivando-os a experimentar diferentes ferramentas. Todas as atividades que um professor propõe, certamente visam atingir os objetivos previamente definidos na planificação e devem ser adequadas às caraterísticas dos alunos e do grupo turma. Assim sendo, todas as situações de aprendizagem ao longo das aulas devem fazer parte do processo avaliativo pois desta

forma

consegue-se

obter

informação

sobre

se

as

estratégias

implementadas são as mais adequadas aos alunos de modo a se adotarem medidas de intervenção (caso surjam ‘problemas’ ao longo do ensino). Ao aprofundar o conhecimento das causas de determinados problemas estamos implicitamente a efetuar uma avaliação diagnóstica. Por norma, este tipo de avaliação deve ser efetuada no início de novas aprendizagens e não apenas no início do ano letivo ou períodos letivos de forma a se proceder a uma análise dos conhecimentos e aptidões que o aluno deve possuir num determinado momento

e que lhe servem de base para assim poder iniciar novas aprendizagens. No entanto, também se poderá realizar durante o processo ensino-aprendizagem, aproximando-se desta forma da avaliação de caráter formativo que assim assume funções diagnósticas. Para além da função diagnóstica, a avaliação formativa e formadora no uso de recursos digitais também é auxiliadora, orientadora e reguladora. A título de exemplo, ao utilizar o chat e fóruns para esclarecimento de dúvidas e debate de ideias entre os alunos e o professor, estamos a auxiliar e a orientar os alunos no seu processo de aprendizagem pois damos feedback às dúvidas que vão surgindo. A utilização de portefólios digitais permite a autoavaliação e autoregulação das apredizagens dos alunos pois, contribuí para a participação mais ativa dos alunos na sua aprendizagem, tornando-os conscientes do seu percurso, das dificuldades que enfrentaram, possibilitando assim uma reflexão sobre os conhecimentos que adquiriram para se tornarem mais autónomos. Não devemos esquecer que quando se pretende realizar uma avaliação é necessário ter em atenção o que realmente é importante avaliar, daí a importância de estabelecer os critérios de avaliação. Os critérios de avaliação segundo Pacheco (2001), são normas com indicadores e regras de “correspondência em que se dá a interseção entre um aspeto dados e um elemento de contraste, de modo a suscitar uma valorização por parte do respondente e que pode variar de positivo a negativo, ou de aceitável a inaceitável, etc.” (p.135). Os alunos devem ser convocados para definir os critérios de avaliação com que serão avaliados. Todos os critérios precisam de estar explícitos para que todos os intervenientes neste processo reconheçam a coerência entre as situações de ensino, de aprendizagem e de avaliação. Fazer parte dessa definição permite aos alunos responsabilizarem-se também por isso. Estamos em crer que desta forma os alunos terão maior interesse, empenho e motivação pelos conteúdos e pela aprendizagem. Serão capazes de obter melhores resultados ao nível da autonomia, da capacidade de pesquisar, sintetizar e organizar informação e do trabalho individual e colaborativo e farão uma melhor avaliação e regulação do seu processo ensino-aprendizagem.

Conclusão A avaliação deve ser encarada como um processo natural e necessário, quer para o professor quer para o aluno. Desempenha um papel importante no processo ensino - aprendizagem pois é um meio que permite medir de forma o mais rigorosa possível, se os alunos atingiram um patamar mínimo de conhecimentos para que lhes possa ser reconhecido um certo número de competências, com que eles no futuro se irão apresentar no mercado do trabalho. Mais do que definir a aprovação ou reprovação de um aluno, a avaliação deve ser o motor do processo ensino - aprendizagem. No processo de avaliação é importante avaliar os resultados para melhorar aprendizagens futuras mas, e não menos importante, é o facto de permitir aos professores avaliar as suas práticas para que consigam distinguir o que estão a fazer bem e o que precisam de melhorar. A avaliação é sem dúvida uma etapa importante em todo o processo educativo, pois permite diagnosticar, prever, reformular e reorientar os projetos. A avaliação só faz sentido se permitir esta reorientação, diagnosticar o que falhou para corrigir e melhorar. Muitas vezes, são colocadas questões de avaliação aos alunos, que estão muito além dos conhecimentos que possuem, acabando por os desmotivar para a aprendizagem, por isso, consideramos que o processo de avaliação deve ser conduzido pelo próprio aluno e ser um instrumento de gestão e construção de aprendizagens estimulando a participação ativa no processo de ensinoaprendizagem, apontando para a autoavaliação e a autorregulação das aprendizagens. O facto de os alunos estarem conscientes que são avaliados continuamente e daí terem a perceção das suas aprendizagens é um fator motivador para o seu sucesso escolar. Para tal, os professores devem organizar e praticar o ensino de forma significativa utilizando, por exemplo, ferramentas e recursos educativos da Web ao mesmo tempo que promovem uma avaliação formativa e formadora para que os alunos desenvolvam competências como a autonomia, a responsabilidade, o pensamento crítico e criativo, o trabalho individual e colaborativo, a capacidade de resolução de problemas, a literacia digital, a literacia da informação, o sentido de ética e a disponibilidade para a aprendizagem ao longo da vida, preparando-os para enfrentar as exigências do

mercado de trabalho e os desafios da globalização, de forma a estarem preparados para criar valor na Sociedade do Conhecimento e da Informação (Cruz & Restivo, 2013).

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