A Importância da integração da segurança do trabalho ao processo de planejamento e controle da produção

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CRISTIANE VALENTE DE SOUZA DARLES SOUSA DE LIMA MAURÍCIO PINHEIRO SANTOS TULLYANE PAULA VITÓRIA

A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO AO PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia de Produção da Faculdade Pitágoras de Ipatinga (MG) na disciplina de Metodologia e Introdução à Prática de Pesquisa. Turma: 03EGP01N1. Professor: Idelmar Medeiros do Amaral

FACULDADE PITÁGORAS IPATINGA 2009

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 PROBLEMA-HIPÓTESE.......................................................................................... 4 3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 5 4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6 4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 6 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 6 5 REVISÃO LITERÁRIA ............................................................................................. 7 6 METODOLOGIA .................................................................................................... 10 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12

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1 INTRODUÇÃO

A partir da Revolução Industrial observou-se um aumento vertiginoso no número dos acidentes de trabalho. A exploração do trabalho humano, as péssimas e indignas condições de trabalho nas indústrias, nas minerações, a jornada de trabalho fatigante, sem o repouso compensador; a inexistência de higiene física e psíquica; o maquinismo; o desemprego, etc., tudo contribuiu para os inúmeros casos de acidentes e doenças profissionais e, via de conseqüência, para uma completa desordem social. Toda esta moléstia com um único intuito: aumentar a produção e o crescimento econômico.

Em 08 de junho de 1978, é criada a Portaria no 3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras - NR, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que obriga as empresas o seu cumprimento. Essas normas abordam vários problemas relacionados ao ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador.

Atualmente a questão da ergonomia e segurança, quando considerada por uma empresa, geralmente não é parte integrante de um programa estratégico. Quando muito, é de responsabilidade do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) que trabalha independente dos setores de produção e RH. Esta dicotomia pode ser uma das causas do impacto reduzido de algumas ações ergonômicas e a integração entre setores é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Além disso, a integração também pode trazer grandes benefícios para o cumprimento de requisitos legais, tais como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, exigida pela NR-5) ou o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, Decreto 6.042 de 12/02/2007 e que possui suas origens na Legislação Previdenciárias nas Leis 8.213 / 91; 11.430 / 06; Resolução 1.101 / 98 e Decreto 10.666 / 03), por exemplo.

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2 PROBLEMA-HIPÓTESE

Quais as vantagens a produção obtém ao se processar vinculada com a segurança do trabalho?

Além de reduzir os custos decorrentes de acidentes de trabalho com ferimentos pessoais, doenças relacionadas ao trabalho e acidentes evitáveis não causadores de ferimentos, o gerenciamento e aplicação eficaz da segurança do trabalho e saúde ocupacional

promovem

a

eficiência

dos

negócios,

colaborando

com

a

sustentabilidade e qualidade de vida dos colaboradores, pois se sentindo seguro, o operário desempenhará melhor suas atribuições, e conseqüentemente, suas falhas serão menos impactantes, aumentando com isso, a produtividade e a qualidade do produto.

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3 JUSTIFICATIVA

Destacar os benefícios alcançados pela indústria na junção da segurança e da produção, além de enriquecer o conhecimento do grupo no que diz respeito à saúde e segurança do trabalhador, mostrando que as empresas e os processos produtivos serão mais bem sucedidos com a atuação da segurança.

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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL Entender que a fusão da segurança do trabalho e dos processos produtivos em geral, gerará benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar os benefícios que o trabalhador terá na junção da segurança do trabalho ao processo da produção;

Rever os efeitos que o NTEP trará na interação entre a segurança do trabalho e a produtividade;

Levantar que os processos produtivos e a aquisição de lucro estão intrinsecamente ligados à melhoria das condições trabalhistas.

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5 REVISÃO LITERÁRIA

A sobrevivência e sucesso de uma organização dependem da eficiência com a qual produz seus bens e serviços, sendo o custo do produto determinado em grande parte pela eficiência do seu sistema produtivo. Assim sendo, as organizações atuam na busca do aperfeiçoamento de seus Sistemas de Administração da Produção, considerados por Giannesi & Correia (1993) como “O coração dos processos produtivos”. Segundo Stoner (1985), “A teoria dos sistemas chama a atenção para a dinâmica e natureza integrativa da organização, permitindo visualizar a empresa que produz bens e serviços, como um conjunto de componentes relacionados e em interação, que desempenham funções e têm objetivos associados com o todo, formando um sistema. O planejamento e controle no sistema de produção baseiam-se na estimativa da procura futura, envolvendo programação e controle dos empregados, e de materiais”.

Diversos requisitos do processo de planejamento da produção, como por exemplo, a hierarquia, a continuidade, a cooperação e o amplo enfoque, apresentam similaridades com os requisitos necessários ao planejamento da segurança, demonstrando que existe potencial para integração entre as duas áreas. A segurança do trabalho, como parte indissociável da logística do canteiro de obras, exige que sejam adquiridos recursos materiais e humanos para sua implantação de forma contínua ao longo da execução da obra.

Apesar da integração da segurança no trabalho ao processo de planejamento da produção ser uma necessidade reconhecida na literatura, esta não é a prática usual na maioria das empresas, uma vez que o processo de planejamento geralmente limita-se ao planejamento e controle dos prazos e dos custos de produção. De outra parte, é comum que o planejamento da segurança seja desenvolvido de forma isolada, como se fosse uma função independente do gerenciamento da produção. O planejamento da segurança, segundo essa abordagem, é por natureza deficiente, podendo-se concluir que existe necessidade de estratégias de gerenciamento que explorem as interfaces da segurança com a gestão da produção.

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As questões concernentes à saúde e segurança do trabalho têm sido objeto de discussão, assegurando a não-admissibilidade da existência de ambientes laborais e processos produtivos que condenem os trabalhadores a sofrerem danos à sua saúde, muitas vezes irreversíveis, ou acidentes que possam gerar lesões que os incapacitem a permanecer no exercício de suas atividades.

Neste ambiente, o mercado passou a exigir que os produtos e serviços trouxessem consigo o comprometimento das empresas responsáveis pelos mesmos em atender aos padrões das normas internacionais de qualidade, sustentabilidade ambiental e proteção à saúde e integridade física de seus trabalhadores. Assim, o gerenciamento das questões de saúde e segurança do trabalho, com foco na prevenção de acidentes e no tratamento dos problemas potenciais, passou a ser o gerenciamento da própria viabilidade e sobrevivência do empreendimento.

Outro fator que influencia incisivamente nesta questão é a atuação dos órgãos normativos e fiscalizadores, nas esferas municipal, estadual e federal. O NTEP, por exemplo, resolve diferenciar as empresas que realmente preservam a saúde de seus funcionários daquelas que não atuam com este cuidado, aplicando alíquotas diferenciadas para cada caso.

As empresas que investirem em segurança e saúde para o trabalhador de forma legal e sustentável, e obtiverem bons resultados como diminuição de absenteísmo, acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, tempo de afastamento de funcionário, terão diminuição no valor do SAT (Seguro Acidente de Trabalho), e as empresas que não tomarem este cuidado terão suas alíquotas aumentadas em até 100% a mais do que vêm pagando.

Portanto, após este Decreto, quem adoece e acidenta mais paga mais; quem adoece menos e acidenta menos paga menos. Enfim as empresas aprenderão de um modo não muito confortável, que investir em segurança e medicina do trabalho é mais do que uma obrigatoriedade, é investimento e necessidade, visando melhoria das condições ambientais de trabalho, saúde e segurança dos trabalhadores, maior produtividade, economia, responsabilidade civil, respeito e prestígio na sociedade.

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Todo esse processo gera um determinado custo para a empresa, custo este que de alguma forma é repassado ao cliente. O processo ocorre de forma natural, isto é, o acidente ou a doença profissional gera custo que onera a produção, daí podem ocorrer três situações diferenciadas, porém uma não menos grave que a outra: 

O empresário repassa os custos ao cliente através do aumento do preço de venda de seus produtos ou serviços;



O empresário absorve o custo acidentário, não o imputando sobre o preço de venda, mas reduz a margem de lucro de seus produtos ou serviços;



O cliente compra do concorrente o produto ou serviço, uma vez que o produto ou serviço em questão tornou-se oneroso em função dos custos de acidentes e doenças profissionais a ele imputados

Desta maneira, os empregadores estarão retirando indiretamente das suas empresas, valores que poderiam ser voltados para o aumento da qualidade dos seus processos e produtos, melhoria de maquinários e equipamentos, investimento no estímulo motivacional de seus empregados e outros investimentos com foco no processo de melhoria contínua empresarial, perdendo eficácia e podendo não atingir a excelência.

A segurança do Trabalho deve ser então, parte integrante do processo de produção e um dos objetivos permanentes de uma empresa. Visando a preservação do seu patrimônio humano e material, de clientes e de terceiros e a continuidade das atividades em padrões adequados de produtividade com qualidade de serviços, para atender os Diplomas Legais em vigor e considerando ser a Prevenção de Acidentes a melhor solução.

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6 METODOLOGIA

O tema “A Importância da Integração da Segurança do Trabalho ao Processo de Planejamento e Controle da Produção” surgiu a partir de pesquisas realizadas em literaturas específicas, abordando neste projeto o interesse do grupo em mostrar os benefícios que as empresas podem alcançar vinculando a segurança do trabalho ao seu processo produtivo.

Após o desenvolvimento do tema utilizou-se o processo hipotético dedutivo com o objetivo de mostrar que, embora seja uma necessidade empresarial, ainda existem resistências de algumas empresas em implantarem o Sistema Integrado, fazendo com que esta realidade se torne cada vez mais longínqua.

Como dois integrantes do grupo trabalham nos seguimentos abordados no projeto, partiu-se então para o entendimento do conteúdo retirado de suas rotinas e experiências vividas cotidianamente. Apresentamos o problema, deduzimos as hipóteses e através da tentativa de falseamento, estas puderam ser confirmadas, pois buscando melhorias nos aspectos negativos relatados e tentando maximizar esta junção como um dos principais diferenciais de uma empresa perante sua concorrência pôde-se perceber que a vinculação da Segurança do Trabalho ao Processo de Planejamento da Produção seria extremamente vantajoso no âmbito geral dentro de uma organização, pois a segurança no trabalho não deve ser vista apenas pelo seu aspecto humanitário, legal e mercadológico e sim analisada sob o aspecto econômico que influencia, de forma direta, a qualidade e a produtividade da empresa. Contribuindo, assim, de forma significativa para o sucesso empresarial.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa abordou a Importância da integração da Segurança do Trabalho ao Processo de Planejamento e Controle da Produção. O seu objetivo foi analisar suas principais vantagens e desvantagens. O problema levantado foi quais as vantagens a produção obtém ao se processar vinculada com a segurança do trabalho. No projeto de pesquisa utilizou-se textos condizentes com a abordagem, bem como a coleta de informações pertinentes ao assunto por meio de pesquisas em livros e manuais, que permitem as seguintes conclusões:

O gestor empresarial deve ter visão aguçada para entender quanto lhe é válido investir em prevenção de acidentes afim de não onerar seu produto e nem reduzir sua margem de lucro por motivos de acidentes e doenças profissionais, motivos estes considerados desnecessários e dispendiosos, ou seja, desperdícios.

Em uma empresa, somente existe uma fonte de entrada de capital financeiro, o cliente. Portanto, ao final deste trajeto, podemos analisar que o processo acidentário causa prejuízo de forma coletiva, ou seja, a empresa perde a qualidade de seus produtos e perde competitividade no mercado; o empresário que não consegue extrair o melhor em seu preço de venda e acaba perdendo no ponto de vista estratégico; o empregado, pois, parte da receita que poderia ser a ele destinada sob forma de oportunidades de crescimento, não será para cobrir estes desperdícios.

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REFERÊNCIAS ABEPRO. Associação Brasileira de Engenharia de Produção Disponível em: < http://www.abepro.org.br/arquivos/websites/1/Seminário_de_Pesquisa.doc Administradores. Os Custos dos Acidentes de Trabalho – Uma Abordagem Visionária Diferenciada. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/os_custos_dos_acidentes_de_trabalho_u ma_abordagem_visionaria_diferenciada/23569/ Planejamento. Planejamento e Controle da Produção Disponível em: < http://www.eps.ufsc.br/disserta96/eliane/cap2/cap2.htm Produção: Controle da produção na construção civil Disponível em: < http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/abergo2000_069.pdf Produção. Segurança e produção: um modelo para o planejamento e controle integrado. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010365132002000100006&script=sci_arttext&tlng=es Psicologia. MURRAY, Edward J. Motivação e emoção SBES. Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança Disponível em: < http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/canteirosobes.pdf Wikipédia. Engenharia de Produção: Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_de_produ%C3%A7%C3%A3o

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