A INCLUSÃO DO PSICOPEDAGOGO NO NASF

June 3, 2017 | Autor: Luiz Andrade Neto | Categoria: Psicopedagogia, Núcleo De Apoio a Saúde Da Família
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A INCLUSÃO DO PSICOPEDAGOGO NO NASF.

Resumo:
Este artigo visa à discussão acerca da inserção do profissional Psicopedagogo no grupo de profissionais que integram o programa NASF (Núcleo de Apoio à Saúde na Família), mostrando as suas capacidades e competências, trás também uma explicação sobre o que é a equipe NASF, suas competências e responsabilidades. Comparando e mostrando a possibilidade e a necessidade da inserção do profissional Psicopedagogo entre os profissionais que fazem parte de tal equipe, Tendo em vista a crescente demanda de crianças com necessidades educativas especiais, e a escassez de um profissional capaz de atender as necessidades de tal criança.


Objetivos:
Traz como objetivo geral, a Reflexão e discussão, sobre a possibilidade de inclusão do Profissional Psicopedagogo entre os Profissionais que fazem parte do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde na Família). E em seu objetivo especifico mostrar a necessidade de tal profissional para o bem estar da comunidade atendida. Apresentando os seus conhecimentos específicos e a compatibilidade de tais conhecimentos com as demandas advindas de toda a sociedade, Tais quais, Déficits de Aprendizagem, Crianças com necessidades educativas especiais entre outros.


Desenvolvimento:

Primeiramente devemos entender o que é o NASF. O NASF é o Núcleo de Apoio à Saúde na Família. Nasceu com a necessidade de ampliação dos serviços oferecidos na atenção básica à saúde, o Programa Saúde na Família.
Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primaria bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF, com a Portaria GM nº 154, de 24 de Janeiro de 2008, Republicada em 04 de Março de 2008.
A Atenção Primária à Saúde é complexa e demanda uma intervenção ampla em diversos aspectos para que se possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população, necessita de um conjunto de saberes para ser eficiente, eficaz e resolutiva. É definida como o primeiro contato na rede assistencial dentro do sistema de saúde, caracterizando-se, principalmente, pela continuidade e integralidade da atenção, além da coordenação da assistência dentro do próprio sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural dos profissionais (STARFIELD, 2004).
O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em conjunto com os profissionais das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob a responsabilidade das Equipes de SF no qual o NASF está Cadastrado.
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Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1 que deverá ser composto por no mínimo cinco das profissões de nível superior (Psicólogo; Assistente Social; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Profissional da Educação Física; Nutricionista; Terapeuta Ocupacional; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Médico Acupunturista; Médico Pediatra; e Médico Psiquiatra) vinculado de 08 a 20 Equipes Saúde da Família e o NASF 2 que deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não coincidentes (Assistente Social; Profissional de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional), vinculado a no mínimo 03 Equipes Saúde da Família, fica vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.
Tem como responsabilidade central atuar e reforçar 9 diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização. .
A equipe do NASF e as equipes da saúde da família criarão espaços de discussões para gestão do cuidado. Como, por exemplo, reuniões e atendimentos conjuntos constituindo processo de aprendizado coletivo. Desta maneira, o NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os usuários, mas apoio às equipes de saúde da família e tem como eixos a responsabilização, gestão compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que se pretende, pela saúde da família. .
O NASF está dividido em nove áreas estratégicas sendo elas: atividade física/praticas corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da criança/ do adolescente e do jovem; saúde da mulher e assistência farmacêutica.
Depois de entender quais objetivos principais de atuação da equipe NASF, podemos observar que todos eles estão em concordância com as habilidades e prerrogativas de um profissional Psicopedagogo.

Em suma o NASF tem em sua composição profissionais de diversas áreas, com o objetivo principal de acompanhar os moradores das comunidades assistidas em suas necessidades, visando o bem estar da população, entre seus profissionais estão: Psicólogos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, Fonoaudiólogos, Psiquiatras, Ginecologistas, Terapeuta Ocupacional entre várias outras especialidades, todas essas especialidades devem sempre fazer uma integração com os Médicos que atuam no saúde na Família, afim de que as dificuldades da população sejam sanadas.
O profissional Psicopedagogo além de atender as diretrizes propostas pelo programa, é um profissional versátil, podendo atuar também na qualificação e na humanização dos funcionários que trabalham no saúde da família, podendo dar palestras, gerencias conflitos e identificar possíveis dificuldades de aprendizagem nos próprios funcionários que participam de capacitação e especialização oferecidas pelo sistema governamental.
Com esses objetivos e atuações em pontos específicos é possível observar, que o Profissional Psicopedagogo, pode integrar a equipe NASF, pois tem a capacidade de contemplar todas as nove diretrizes da atenção à saúde, diferenciando-se por ter a capacidade de integrar a escola também nesse contexto, sendo um grande elemento para a inclusão e a diminuição da evasão escolar, além de ser um profissional diferenciado, pois é conhecedor de técnicas de estimulação cognitiva capaz de prevenir doenças degenerativas do cérebro, comum em pessoas idosas.

Então, entendamos quais as capacidades e onde pode atuar o psicopedagogo. E o que é a psicopedagogia? A Psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana: seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. (ABPp)
Segundo BOSSA (2000, p. 21), a Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado num território pouco explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia - e evoluiu devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender essa demanda, constituindo-se, assim, numa prática.

Visca apud Bossa (2000,p. 21) nos diz:

A Psicopedagogia foi inicialmente uma ação subsidiada da Medicina e da Psicologia, perfilando-se posteriormente como um conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de estudo, denominado de processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.

Com relação à Criança, o psicopedagogo deve ser inserido em tal realidade, estando mais perto da comunidade e das crianças com problemas de aprendizagem advindos de doenças. Tais quais, portadores do espectro Autista, Down, Dislexia, TDAH entre tantas outra que interferem diretamente na aprendizagem, juntamente com as escolas do bairro que devem encaminhar essas crianças para o atendimento próximo a sua residência, com isso a inserção do psicopedagogo torna-se viável, pela possibilidade de cada vez mais interagir entre a boa aprendizagem e a boa saúde, pela possibilidade de encaminhamento mais rápido e fácil para profissionais de saúde que juntos poderão intervir nos problemas de saúde e de aprendizagem das crianças que vivem nas comunidades.
A Psicopedagogia é uma especialidade multidisciplinar que integra diversos conhecimentos nas áreas que envolvem a aprendizagem, como a Psicologia, Pedagogia, Neurologia, Fonoaudiologia, entre outras.
Com relação à pessoa idosa, vários estudos apontam o índice inversamente proporcional entre o analfabetismo e as doenças degenerativas do cérebro, como demências e Alzheimer, podendo o psicopedagogo criar ou mesmo participar de grupos de idosos, além de visitas em instituições de longa permanência que esteja na érea de atendimento dos PSFs atendido pelo programa NASF, pois estudos constataram a falta de um profissional capacitado, na promoção de estímulos cognitivos, na cidade de João pessoa.
"Através das visitas realizadas nessas instituições foi possível observar a quantidade de idosos que possuem algum déficit de memória e a necessidade de atividades específicas para trabalhar essas demandas. Nas visitas realizadas foi notória a necessidade do profissional psicopedagogo nas mesmas, pois esse é um profissional capaz de atuar nessas instituições levando um novo olhar relacionado à necessidade da prevenção e estimulação da memória."
É o que Afirma Andrade L. Neto em seu Artigo: comprometimento psicopatológico da memória em idosos: uma análise em instituições de longa permanência no município de João Pessoa, Artigo esse premiado no III CIEH (congresso Internacional de Envelhecimento Humano).
Posto isso, damos conta da falta do Profissional Psicopedagogo na equipe NASF, que com todas as suas técnicas e habilidades, Teria total capacidade de atuar e reforçar as 9 diretrizes de atenção a saúde, em especial acerca da Educação Popular, a Integralidade, a Educação Permanente em Saúde, Promoção a saúde e humanização. Tendo condições de conscientizar a população atendida sobre a importância da saúde além de participação efetiva na capacitação dos funcionários que trabalharão com a comunidade. Podendo ser de grande funcionalidade o seu trabalho, além de um acompanhamento nos aspectos cognitivos e de aprendizagem de pessoas com Síndrome de Down, Transtornos do Espectro Autista (TEA), TDHA e Idosos, Possibilitando a essas pessoas maior autonomia e consequentemente melhor qualidade de vida.

CONCLUSÃO:
Se o objetivo do NASF é buscar juntamente com o Programa Saúde na Família o Bem estar da população atendida, fica visível a necessidade do Profissional Psicopedagogo, pois esse profissional tem a capacidade de intervenção em Problemas de ordem de aprendizagem, sendo capaz de diminuir a evasão escolar, além de poder auxiliar na inclusão de pessoas com necessidades especiais, e a conscientização dos pais acerca da participação efetiva nas atividades escolares dos seus filhos. Afim de que a aprendizagem de nossas crianças se dê de forma eficaz, proporcionando assim um conhecimento teórico sobre a aprendizagem e suas dificuldades para população atendida, Consequentemente maior sucesso escolar e menor índice de evasão, e maior possibilidade de aprendizagem acerca dos cuidados necessários para a boa saúde, em relação ao idoso o Psicopedagogo se faz ainda mais essencial para tal população, afim de que estes possam ter maior qualidade de vida tornando-se cada dia mais independentes, atendendo assim a demanda cada vez mais crescente de idosos devido a maior expectativa de vida. Entendo que Educação e Saúde devam caminhar juntas na mesma direção, Pois para se ter uma boa Educação se faz necessário uma boa Saúde e para se ter uma Boa Saúde também se faz necessária uma boa Educação.


REFERÊNCIAS:
Acessos 06 jan 2014 http://dab.saude.gov.br/nasf.php
Acessos 29 jan 2014 http://www.abpp.com.br/faq_oquee.htm
BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas Sul, 2000.
BATISTA, Drielly A. A importância da ação psicopedagogica com crianças com Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

ANDRADE L. Neto. Comprometimento psicopatológico da memória em idosos: uma análise em instituições de longa permanência no município de João Pessoa

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