A informática e a educação musical - Vivências no IFPB

June 13, 2017 | Autor: Filipe Medeiros | Categoria: Music, Music Education, Education, Informatica, IFPB
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A INFORMÁTICA E A EDUCAÇÃO MUSICAL: VIVÊNCIAS NO IFPB

Filipe de Medeiros Santos (Aluno); Vinicius de Lucena Fernandes (Orientador) IFPB, Instrumento Musical, [email protected]; IFPB, Instrumento Musical (Coordenador e docente), [email protected].

RESUMO: Com o avanço da tecnologia a educação musical vem apresentando significativas mudanças, sobretudo pela quantidade de softwares e aplicativos que abordam conteúdos e práticas musicais disponíveis gratuitamente. A relação entre professor e estudante passa a ser mediada por novos multiagentes como os computadores, tablets e smartphones. A partir dessas novas tecnologias, surgem novos caminhos e possibilidades educacionais viabilizadas pelos recursos computacionais. Neste artigo, buscamos compartilhar algumas vivências de um Projeto de Pesquisa e Extensão do IFPB – Campus João Pessoa, cujas práticas baseiam-se na integração dos pressupostos teóricos da inclusão digital e educação musical mediados pelos novos multiagentes.

Palavras-chave: Educação musical. Informática educativa. Metodologias de ensino.

Grande área/Área: 80300006/80310001. 1. INTRODUÇÃO Para a sociedade atual, definida por Fernando Silveira (2008, p. 4) como “sociedade da informação”, o uso dos computadores está se tornando cada dia mais indispensável, e a educação acompanha essa inclusão digital. Este artigo surge como a materialização da Pesquisa, aliada às atividades extensionistas, sobre música e informática desenvolvida no Projeto “Esferas” (IFPB – Campus João Pessoa). Apoiado pela COPEX (Coordenação de Pesquisa e Extensão do IFPB), o Projeto de Pesquisa e Extensão tem como objetivos a inserção de novas tecnologias na formação musical, o estudo e a análise de metodologias de ensino musical utilizando a informática e suas implicações no processo de aprendizagem musical. Neste texto, descrevemos algumas vivências cujas práticas e pesquisas baseiam-se na integração dos pressupostos teóricos da I Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB 2015

inclusão digital e educação musical.

2. MATERIAIS E MÉTODOS Metodologias da informática educativa para a educação musical A pesquisa e as práticas aqui relatadas decorrem da necessidade de estabelecermos caminhos e possibilidades integradoras relacionadas à informática e a educação musical (POLIANE & EINSTEIN, 2007). Em seu desenvolvimento, a recolha de dados dá-se através da pesquisa bibliográfica onde, a partir da análise qualitativa, encontramos conceitos que fundamentam nossos direcionamentos, tanto na pesquisa quanto nas atividades de extensão. Para Pereira (2013, p.18), um dos conceitos fundamentais para a pesquisa da informática na educação musical é a “informática educativa musical”, que se constitui da relação entre o conceito de educação musical, e informática educativa. Ainda de acordo com Pereira, o conceito de educação musical é definido como o campo de estudo dos processos de ensino e aprendizagem na música, e o conceito de informática educativa, se refere à chegada da informática ou do computador no ensino e suas implicações pedagógicas, a relação dessas duas vias constitui-se a “informática educativa musical”. Pereira (2013, p. 60) aponta duas abordagens pedagógicas classificadas da seguinte forma: a primeira é definida como instrucionista, onde o estudante é conduzido a uma atividade “mecânica” repetitiva, cujos conteúdos são apresentados com os objetivos previamente estabelecidos, numa abordagem interativa estímulo-resposta, estando associada à psicologia behaviorista. A segunda é definida como construtivista: induz o estudante a reconstrução histórica do conhecimento, a reflexão sobre a ação pedagógica proposta e o estímulo à criatividade. Tal perspectiva pressupõe a busca por meios de superação dos desafios apresentados e não apenas a incorporação de informações pré-estabelecidas. Ainda de acordo com Pereira (VIGOTSKY, 1991, p.51-61 apud PEREIRA, 2013, p.84), a análise microgenética, que trata da gênese da formação dos processos psicológicos (abstração da microgênese), configura-se como uma ferramenta para a análise do desenvolvimento musical, podendo dividir-se nas seguintes fases: agregação desorganizada (constitui-se em seu primeiro estágio como uma simples manifestação de tentativa e erro), pensamento por complexos (os objetos são relacionados na mente do indivíduo por suas relações) e pensamento por conceitos (o indivíduo é capaz de abstrair os elementos, entendendo suas características isoladas). Dentro das pesquisas relacionadas à educação musical encontramos em Swanwick, Teoria do Desenvolvimento musical (2003), o aporte teórico fundamental à compreensão e classificação dos estágios de desenvolvimento musical. Para Swanwick, ao transformarmos materiais sonoros em melodias, enquadrarmos em formas estruturais e, posteriormente, atribuirmos valores às mesmas, convertemos tais materiais em experiências significativas com estrutura e expressão. O autor ainda resume, de forma cronológica, os estágios de desenvolvimento musical: materiais, expressão, forma e valor. I Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB 2015

Como tecnologias mediadoras dos processos de ensino e aprendizagem musical e imbuídos dos conceitos acima apresentados, recorremos a aplicativos como o Sibelius (editor de partituras), Audacity (editor de áudio), YouTube (portal de socialização de vídeos), Ear Training (Aplicativo para o desenvolvimento da percepção) e Facebook (rede social) por estarem, em sua maioria, no cotidiano dos estudantes. Além disso, dos aplicativos elencados, apenas o Sibelius possui registro (software pago), todos os outros são adquiridos gratuitamente pela internet. O Sibelius, difundido software de edição musical, além da sua função primária (editar partituras), foi utilizado como agente integrador dos signos musicais (ritmos, alturas, etc.), sons, timbre e suas relações em tempo real. A vantagem da mediação das atividades pedagógicas pelo Sibelius surgem na medida que o estudante, através da manipulação prática, interage com parâmetros musicais de forma auditiva e visual, além, obviamente, dos conceitos informáticos (criação de pastas, salvamento de arquivos, etc.). Já o Audacity, popular editor gratuito de manipulação sonora, foi utilizado para a visualização (através do espectro sonoro) de parâmetros como a intensidade, duração sonora e andamento. O Audacity, permiti, ainda, a manipulação de efeitos costumeiramente utilizados do mundo do trabalho, sobretudo, na área de engenharia de áudio. O Ear Training é um software específicos para o treinamento auditivo. Nele podemos encontrar diversos exercícios pré-definidos para a compreensão rítmica, harmônica e melódica. A vantagem percebida no uso do aplicativo nas atividades pedagógicas relacionam-se as mesmas apontadas nos softwares anteriores. Diferentemente das abordagens conservatoriais ainda em voga, o aplicativo permite a interação efetiva e lúdica do estudante com os conceitos e signos próprios da música, distanciando-se de processos enfadonhos e mecânicos. O Youtube, popular portal de compartilhamento de vídeos, foi utilizado em nossa abordagem em sua função primária. Além de postarmos as atividades propostas em sala de aula, utilizamos o portal para apreciarmos criações e performances de renomados artistas e interpretes, cujo objetivo era ampliar os parâmetros perceptivos dos estudantes sobre as realizações artístico-musicais, bem como o conhecimento de novas propostas de produção musical mediadas pelos meios tecnológicos. Utilizamos, para a da criação de um grupo virtual, o Facebook (rede social). Nele pudemos compartilhar saberes, partituras, atividades musicais, educativas, jogos musicais, vídeos, eventos, livros de domínio público, publicações relacionadas à pesquisa em música, etc. A rede social foi escolhida e utilizada por estar no convívio diário de boa parte dos estudantes do Curso Técnico em Instrumento Musical e do Curso de Extensão em Música. 3. RESULTADOS Após a implementação dos softwares e aplicativos mencionados nas práticas pedagógicas cotidianas do Curso Técnico em Instrumento Musical bem como no Curso de Extensão do IFPB – Campus João Pessoa, até o presente momento, observamos, além de uma natural aproximação dos estudantes com os conceitos e terminologias musicais propostos, uma abordagem pedagógica musical contextualiza ao cotidiano dos estudantes. Os I Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB 2015

conceitos apontados neste artigo serviram como aporte teórico para c construção de uma abordagem, pedagogicamente, consistente. Os softwares, aplicativos, bem como a mediação computacional (computadores, tablets e smartphones), proporcionaram dinamismo às atividades pedagógicas musicais, além de um contato efetivo com os materiais e signos musicais, extrapolando, inclusive, o ambiente escolar.

4. CONCLUSÕES

Embora a utilização de recursos tecnológicos como mediadores dos processos de ensino e aprendizagem da música, a aquisição de emuladores, placas de áudio e vídeo, dentre outros recursos tecnológicos ainda apresenta dificuldades por parte das instituições de ensino de música, sejam elas dificuldades de ordem técnica, sejam de ordem econômica. Deste modo, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus João Pessoa, por sua relação historicamente intrínseca com as tecnologias, têm-se mostrado um locus ideal para o desenvolvimento de tal abordagem, alinhando, inclusive, as ações pedagógico-musicais do Curso Técnico em Instrumento Musical e suas atividades extensionistas com os objetivos institucionais. Para Jairo Santos (2010, p. 9 – 10), a associação de equipamentos tecnológicos à ideologias ou princípios pedagógicos, necessita de modificações estruturais e materiais importantes para uma boa implementação de todo processo. Porém, destacamos em nossas ações de pesquisa e extensão a utilização mínima de recursos (computador e caixa de som), cujas ações proativas resultaram satisfatoriamente e redem, ainda, bons frutos. As pesquisas e ações continuam em andamento com a apropriação de novos recursos, novas abordagens e buscando, sempre, a contextualização com as mutáveis formas de interação entre a música e as tecnologias. 5. REFERÊNCIAS SANTOS, Jairo Campos dos. A informática contribuindo para o processo de revitalização escolar. UFRRJ, 2010. SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003. POLIANE, Núbia; EINSTEIN, Alberto. Informática e tecnologia: Uma reflexão sobre novas metodologias. Garanhuns-PE: UFRPE, 2007. PEREIRA, Eliton. Música, educação e informática: gênese e construção de conceitos musicais na escola. Goiânia: IFG, 2013.

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SILVA, Fernando Silveira da. O contexto internacional na era da informação: o problema da exclusão digital. Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de bacharel em Relações Internacionais. São José: Univali, 2008.

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