A Internet como ferramenta de transformação social

July 9, 2017 | Autor: Matheus Souto | Categoria: Open Innovation, The Internet, Crowdfunding, Brazilian Portuguese, Bitcoin
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA






A Internet como ferramenta de transformação social



Matheus Dal Bo Lima Ferreira Souto
Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz




Piracicaba, 2015.



A Internet como ferramenta de transformação social de Matheus Dal Bo Lima Ferreira Souto está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Índice
Resumo 3
Abstract 3
Agradecimentos 4
Introdução 5
1. Procedimentos Metodológicos 6
2.Revisão de Literatura 7
2.1 – Caracterização do Momento Histórico Presente 7
2.2 História, Alcance e Disponibilidade da Internet 12
2.3 Open Source 14
2.4 Creative Commons 14
Tipos de Licença 15
Dados sobre o Creative Commons 16
2.5 Wikipedia, a Enciclopédia Livre 18
Princípios 18
Criação e Edição de Artigos 19
Confiabilidade 19
Rede de Editores 20
Principais assuntos cobertos 21
2.6 Bitcoin (BTC) 23
Como Funciona a Rede 23
Posse e Saldo 24
Transações 24
Emissão de Moeda 25
Câmbio 25
Vantagens 25
Riscos 27
Limitações 27
2.7 Crowdfunding (Financiamento Coletivo) 29
Modalidades de Crowdfunding 29
A indústria do Crowdfunding: crescimento acelerado 30
Caracterização do Crowdfunding no Brasil 31
2.8 Comércio Online (e-Commerce) 34
O e-commerce no Brasil 34
Feito Lá Em Casa 36
3 Discussões e Reflexões 37
4. Considerações 44
5. Referências 46


Resumo
A Internet desenvolveu-se em pouco mais de duas décadas para se tornar um dos protagonistas das relações sociais e econômicas, dando luz à sociedade conectada em rede, de onde surgem diversas tecnologias que vêm para reestruturar as formas como a sociedade se organiza, como a economia se estrutura e as relações humanas se consolidam.
Bitcoin, Crowdfunding, a Wikipedia, entre outros, são exemplos da inovação que emerge da rede de informação e têm um imenso potencial de promover a metamorfose pela qual a sociedade humana precisa passar tendo em vista as necessidades ambientais de urgência crescente que colocam em risco o prosseguimento da evolução da espécie.

Palavras-chave: Internet, Crowdfunding, Bitcoin, Wikipedia, Economia Sustentável.
Abstract
The Internet developed in the last two decades to have a major role in human social and economic relations, giving birth to the so called 'network society', source of a myriad of technologies that carries the power to restructure the ways in which society designs itself.
Bitcoin, Crowdfunding, Wikipedia, among others, are examples of the emerging innovation that comes from the network and have enormous potential to promote the change through which mankind has to go in order to attend the crescent environmental needs that jeopardize the continuity of the evolution of our species.

Keywords: Internet, Crowdfunding, Bitcoin, Wikipedia, Susteinable Economy.

Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Jah pelas incontáveis bênçãos enviadas durante esse ciclo que termina aqui. Em segundo lugar à minha família, que sempre me apoiou em cada passo dessa trajetória e a quem eu devo minha educação e todas as possibilidades que hoje se apresentam a mim.
Sou infinitamente grato à gloriosa mansão Ataq $pekulativo por abrir suas portas para mim, ser a minha morada durante esses anos e me ensinar o significado da palavra fraternidade. Os irmãos que aqui fiz pretendo acompanhar por toda a vida.
Ao time de Futebol de Campo da ESALQ e todos os seus integrantes, em especial à equipe campeã do InterUSP 2013, por me propiciar momentos memoráveis durante a graduação e garantir minha permanência na Universidade durante todos esses anos.
Por último, mas não menos importante, a todos os amigos que fiz nesses 5 anos e meio de convívio na comunidade esalqueana e na cidade de Piracicaba.

Introdução
A Internet (rede mundial de computadores), criada com objetivos militares, evoluiu e tem produzido grandes benefícios em relação ao desenvolvimento mundial. Foi construída para atender o interesse público, configurando-se como uma ferramenta de transformação social, característica importante para seu êxito. Revolucionou as comunicações, disseminando informação, independente de localizações geográficas.
Sua influência alcança desde aspectos econômicos até ecológicos, educacionais, e de organização social, tendo se transformado, no período de 25 anos de existência, em parte essencial das relações humanas.
O objetivo geral desta monografia é apresentar, de forma preliminar, a Internet como ferramenta de transformação social. Como objetivo específico busca evidenciar a possibilidade da internet ser encarada como uma ferramenta capaz de benefícios sociais, educativos e econômicos e não apenas de alienação.
A pergunta que procura responder é: quais as tecnologias advindas da internet que podem trazer benefícios sociais, educativos e econômicos?
O presente trabalho se justifica pela crescente participação do universo virtual nas atividades humanas da sociedade contemporânea, que passou de uma sociedade que faz uso da tecnologia para uma que é completamente absorvida por ela.
É imprescindível compreender de que forma a evolução da tecnologia pode trazer transformações ao comportamento humano e ao modelo organizacional da sociedade. Observa-se que a Internet vem assumindo papel central nas atividades econômicas mundiais, e que se atribui à informação compartilhada em rede um valor utilitário crescente. Além dos impactos econômicos, o trabalho buscou também refletir sobre os impactos ecológicos e educacionais advindos da incorporação da Internet aos processos sociais.
Soma-se, ainda, a essa justificativa a atualidade do tópico e a relativa escassez de trabalhos acadêmicos que abordem o tema.


1. Procedimentos Metodológicos
A presente monografia usou como procedimentos metodológicos o levantamento e revisão de bibliografia, configurando-se em uma pesquisa com abordagens qualitativa, expositiva, descritiva e exploratória.
Os principais autores utilizados na monografia são Ricardo Abramovay, economista e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, e Jeremy Rifkin economista e teórico social que atua como conselheiro político na área de economia sustentável e incorporação tecnológica para diversas nações desenvolvidas. São utilizados, também, conceitos preconizados pelo geógrafo Milton Santos e pelo teórico da comunicação Marshall Mcluhan.





2.Revisão de Literatura
2.1 – Caracterização do Momento Histórico Presente

A sociedade, constantemente, se apropria do meio em que vive, dos elementos naturais disponíveis, transformando-os para consumo, usando diferentes técnicas. Estas variam de acordo com o tempo histórico, acarretando uma série de impactos e arranjos socioespaciais. Santos (1996), a partir disso, estabeleceu-se uma classificação dos tempos históricos: meio natural, meio técnico e meio técnico-científico-informacional.
O meio natural foi definido como aquele estágio inicial do processo de produção das atividades humanas, marcando o começo do estabelecimento das primeiras civilizações, com pouca interferência do homem no meio ambiente.
Com a evolução do conhecimento humano, as técnicas foram sendo aperfeiçoadas, consolidando-se o meio técnico em espaços mecanizados tendo a Revolução Industrial como grande marco. A sociedade renova-se ao buscar uma maior transformação da natureza.
Atualmente, estamos vivendo o período do meio técnico-científico-informacional que teve início após a Segunda-guerra (término em 1945), ganhando força em meados da década de 1970 com a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científica-Informacional: a conjunção da tecnologia produtiva com a ciência, que possibilitou ao empreendimento humano atingir escalas globais, fomentando a integração dos mercados e o surgimento desse novo mercado global com crescente produtividade e cada vez maior incorporação tecnológica. Estamos vivendo a união entre ciência e técnica, complementando-se. O termo 'informacional' refere-se ao papel central da informação como tecnologia nos processos produtivos e nas formas de organização da sociedade, a qual se torna crescentemente dependente do processo criativo e inovador.
Temos, então, uma sociedade humana que possui grande poder tecnológico e que ocupa grande parte do espaço geográfico com habitação e atividades produtivas como fábricas, sítios de extração mineral, pecuária, agricultura em larga escala, geração de energia por hidrelétricas e energia nuclear, entre outros, o que nos torna uma espécie que transforma profundamente o meio no qual se insere, e agora não mais de forma apenas local, mas em grande escala.
Um ponto complicado, porém, é que a nossa sociedade se desenvolveu ao redor de um modelo econômico que se orienta apenas pelo crescimento e cujas capacidades de aumento de produtividade já não conseguem comportar o aumento da demanda sem que o consumo absoluto de recursos aumente.
Conforme demonstra Ricardo Abramovay em seu livro 'Muito Além da Economia Verde', ainda que os avanços tecnológicos e científicos tenham permitido consideráveis ganhos de eficiência e derrubado o consumo de recursos por unidade criada do PIB, o crescimento do consumo e o crescimento populacional mais que compensaram este ganho de eficiência, continuando a tendência crescente no uso de recursos.
O cenário é agravado quando se observa a previsão feita em 2013 pelo Instituto Francês de Estudos Demográficos, de que em 2050 o planeta Terra contará com a presença de 10 bilhões de seres humanos.
A soma desses fatores resulta na iminência de uma crise ambiental com consequente esgotamento das funções ecossistêmicas e materiais das quais dependem as atividades humanas.
A orientação da produção em prol do crescimento econômico não se construiu à toa. Veio justificada pela possibilidade de representar desenvolvimento econômico, significando redução da desigualdade, erradicação da pobreza e aumento das capacitações humanas.
É inegável o fato de que o modelo econômico atual diminuiu a porcentagem da população mundial que passa fome no mundo, de 37% em 1970 para 14% em 2009, chegando inclusive a ter um momento de declínio absoluto, no qual a taxa de famintos caiu mais rápido do que cresceu a população.
Nos últimos 20 anos, no entanto, este número absoluto de famintos que chegou a se reduzir voltou a ter tendência crescente, havendo em 2009 mais de 1 bilhão de pessoas famintas no mundo.
No que tange a redução da desigualdade, esta pode ser avaliada sob duas perspectivas: a do processo de planificação da economia global, na qual a desigualdade econômica entre os países tende a diminuir com o passar do tempo; e a perspectiva da concentração de renda, que avalia como o crescimento econômico tem sido repartido dentro desses países em sua sociedade.
Em 2000, o Banco Mundial considerava a desigualdade como um problema minoritário para o qual a solução óbvia era o crescimento econômico global, mesmo que a proporção da divisão desses ganhos não fosse igualitária entre as classes sociais. Ainda que os pobres estivessem ganhando menos, o que ganhavam seria suficiente para trazê-los junto do desenvolvimento econômico da sociedade.
Todavia, em seu relatório anual de 2006, o próprio Banco Mundial abordou a relação entre desigualdade e crescimento econômico.
Entre 1990 e 2001 para cada US$100,00 de crescimento econômico mundial per capita, apenas US$0,60 contribuíram para reduzir a pobreza da parcela da população que vive com menos de US$1 por dia.
Embora a desigualdade econômica entre os países esteja, de fato, diminuindo ao mesmo tempo ocorre no interior dos países um crescimento das disparidades de oportunidade e renda. Na Grã-Bretanha, de 1973 até o começo dos anos 2000, os rendimentos de 90% dos britânicos ficaram estáveis, enquanto o 1% mais rico triplicou seus rendimentos. De 1976 até 2008 para cada US$1 gerado no sistema econômico britânico US$0,58 foram para os 1% mais ricos. Nos EUA é ainda maior a diferença: de 1980 a 2005, 80% do aumento da renda americana foi para o 1% mais rico da sociedade. (ABRAMOVAY, 2012)
Esse fenômeno se repete em diversas economias desenvolvidas ao redor do mundo, e é também presente na economia dos países em desenvolvimento acelerado.
Assim, a convergência econômica preconizada por diversos economistas consiste num mundo no qual há países cujas economias se estruturam de forma similar, mas que representam, todas, um modelo de crescente desigualdade interna.
A principal conclusão à qual o relatório aponta é a de que a capacidade de o crescimento econômico ter um efeito significativo na redução da pobreza está diretamente ligada à prévia distribuição de renda. Ou seja, que a redução da pobreza é relativamente pouco elástica ao crescimento econômico em economias com desigualdade de renda.
Em 2011 Richard Easterlin et al demonstraram por meio de um estudo iniciado em 1973 de 54 países de diferentes continentes e diferentes taxas de crescimento o que ficou conhecido como o paradoxo da felicidade-renda, afirmando que 'em determinado ponto no tempo a felicidade de uma nação varia diretamente em relação a renda, mas que ao longo do tempo a felicidade não aumenta quando aumenta a renda.
Isso implica que o crescimento econômico não é suficiente por si só para elevar as capacidades e o bem-estar humano.
Para além disso, nota-se um processo de desindustrialização precoce e aumento da primarização da economia nos países em desenvolvimento e uma tendência na economia global de baixo crescimento econômico, indicando que o metabolismo econômico do sistema como aplicado hoje pode já ter atingido seu ápice.
Tal desaceleração é compreensível à luz do funcionamento do mercado, quando se leva em consideração a crescente escassez de recursos provocada pelo esgotamento dos ecossistemas. Por isso, é necessário ressaltar que a desigualdade de renda também reflete a desigualdade no consumo dos recursos. Na emissão de gases efeito estufa, por exemplo, apenas os 7% mais ricos da sociedade são responsáveis por metade de todas as emissões terrestres. Esse padrão se repete no consumo de energia e no fluxo de materiais.
A perda do ímpeto de crescimento da economia mundial é ainda mais preocupante aos países que não passaram pelo processo de industrialização e de crescimento econômico, os quais correm o risco de continuar às margens do desenvolvimento de forma definitiva.
Assim, para que tal processo de industrialização e desenvolvimento econômico, intensivo em uso de recursos, possa ocorrer nos países atrasados do globo, os países que já atingiram o desenvolvimento devem reduzir a intensidade com que dependem dos recursos naturais.
Uma vez que o aumento das capacidades produtivas tem sido insuficiente para promover às nações desenvolvidas um crescimento econômico sustentável, o padrão de consumo dessas sociedades deve se alterar profundamente.
Essa transformação passa, essencialmente, pelo nível do indivíduo e das preferências individuais dos agentes econômicos, uma vez que estas, em conjunto, compõem as preferências do mercado e determinam em quais tipos de produto estão dispostas a alocar a sua renda.
Ademais, para que os indivíduos nas sociedades dos países mais desenvolvidos se disponham a mudar seus hábitos de consumo e criar os empreendimentos sustentáveis para atender à essa demanda, eles primeiro precisam identificar que há a necessidade para tal, através do acesso à informação.
No que tange esse aspecto, principalmente anterior ao advento da internet, mas também coexistente com ela, a sociedade nos países globalizados tem uma grande concentração dos meios de comunicação, os quais vêm perdendo a capacidade de comunicar à população os fatos de forma imparcial e tem crescente participação nas esferas políticas desses países.
Assim, a atenção, visibilidade e a transparência, que deveriam envolver este processo econômico e ecológico não têm sido notadas até agora, havendo um estrangulamento de informação por parte das mídias de massa, que resulta em um desolador cenário de alienação a respeito das condições econômicas e ambientais no mundo.
Como agravante, os países prosseguem na vã tentativa de estimular o crescimento econômico utilizando as mesmas diretrizes econômicas globalizadoras (em oposição à economia local) e concentradoras de outrora, por muitas vezes interferindo na economia com incentivos a setores ineficientes, emissão de moeda e taxas de juros favoráveis à sua própria dívida em detrimento dos agentes sociais individuais que compõem a sociedade, o que causa ainda maiores desequilíbrios nos mercados.
Como exemplo desse comportamento dos governos, temos a massiva emissão de moeda pela Reserva Federal dos EUA (FED) destinada a cobrir as dívidas dos bancos privados no estopim da crise econômica mundial em 2008.
Por último, mas não menos importante, o processo de tomada de consciência a respeito das condições ecológicas e econômicas passa principalmente pelo sistema educacional e os valores ensinados dentro dessas sociedades.
Por muitas vezes o atual sistema educacional meritocrata tem passado longe de representar papel emancipador para se tornar um meio doutrinador e formador do chamado 'capital humano'.
Assim encaramos um cenário de imperativa e iminente mudança nos padrões de consumo sem que a população global como um todo esteja plenamente consciente deste processo, o que nos impele a novas formas de pensar a organização das sociedades modernas.
O presente trabalho consiste em demonstrar como o crescimento da internet e o surgimento de novas tecnologias dela advindas podem representar um ponto de inflexão na forma como estruturamos nossa sociedade.

2.2 História, Alcance e Disponibilidade da Internet
Os primórdios da maior rede de comunicação do planeta surgiu no final da década de 1960 por iniciativa de militares do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A idéia deles era ter uma rede de comunicação que não estivesse sujeita a ser interrompida por bombardeios, ligando pontos estratégicos, centros de pesquisa e as Forças Armadas, observando atentamente o advento dos computadores. Naquela época havia um mundo dividido entre socialistas (União Soviética URSS) e capitalistas (liderados pelos EUA) configurando-se a chamada Guerra Fria e foi nessa ambientação que surgiu uma ferramenta para se comunicar à distância nunca vista antes, a Internet, comunicação entre computadores. O primeiro contato do Brasil com a Internet aconteceu em 1988, quando a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) fez uma conexão com um centro de pesquisa norte americano (VIEIRA, 2003).
A Internet surgiu em 1989 como um projeto de sistema de informação distribuído no CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), originalmente concebido para atender à demanda por livre troca de informações entre cientistas de diferentes universidades e institutos em todo o mundo. Em 20 de dezembro de 1990 o primeiro servidor e a primeira página da World Wide Web, vieram a existir, localizados em uma sala no CERN, na Suíça. (CERN, 2014)
Em 1993, o código fonte da Internet foi registrado no Domínio Público, tornando a tecnologia livre para uso no mundo inteiro sem a necessidade do pagamento de royalties. Dessa forma, qualquer um poderia executar um servidor da Internet gratuitamente, o que garantiu a ampla disseminação da rede de computadores. (CERN, 2011)
Em 2007, a Estônia se tornou o primeiro país a adotar um sistema de eleições com suporte à votação pela Internet, havendo 1 em cada 30 eleitores registrados utilizado o sistema.
Nos dias atuais, 3.1 bilhões de pessoas utilizam a Internet, o que corresponde a 42,4% de toda a população mundial. (INTERNET WORLD STATS, 2015)

Tabela 1 - Estatísticas do Uso da Internet e População
Disponível em: http://www.internetworldstats.com/stats.htm
A América do Norte se destaca como a região com maior percentual populacional conectado à rede, atingindo 87%, seguido por Oceania e Europa com pouco mais de 70%.
Ainda segundo os mesmos dados compilados, no Brasil são 109 milhões de internautas (dez/2013), ou 54% da população nacional, dos quais 87% utiliza a Internet pelo menos uma vez por semana, nos tornando o 5º país mais conectado. Até 2015, o Brasil deve ser o 4º país mais conectado, ultrapassando o Japão. (EMARKETER, 2014)
No Brasil, o acesso por dispositivos móveis foi projetado para 2014 (em out/2013) para o patamar de 9,5 milhões de conexões, esperando-se atingir a marca de 15 milhões de celulares conectados à rede logo após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. (CISCO, 2013)
A velocidade média de acesso no país foi de 2,7Mbps no último trimestre de 2013.
Na América do Sul apenas a Argentina tem uma taxa de acesso maior do que a brasileira. São 32 milhões de usuários, ou 75% da população do país. (INTERNET WORLD STATS, 2015)



2.3 Open Source
O termo Open Source surgiu no meio digital, mais especificamente no setor de criação de softwares, indicando que seu código fonte (source code) é aberto ao público para uso e modificações. São softwares produzidos por redes distribuídas de grande alcance, e seu intuito é o de permitir que outros programadores possam melhorar o código original do produto e compartilhem as alterações com a comunidade, descentralizando o seu desenvolvimento.
Isso garante que a alta demanda por adaptações dos softwares às necessidades do crescente público usuário de computadores seja atendida pela própria comunidade.
Contudo, o open source transcende o setor de softwares e pode ser aplicado universalmente à produção e desenvolvimento de propriedade intelectual, e por sua abrangência, há inúmeros casos consolidados em áreas que vão de pesquisas no setor farmacêutico à modelos de governança e política. (ABRAMOVAY, 2012)
Como modelo de desenvolvimento, o open source deve promover acesso universal às especificações técnicas e detalhes de uma ideia ou determinado produto, de forma que este possa ser replicado, modificado e redistribuído por qualquer pessoa.
Por consequência, o open source pode ser compreendido como uma modalidade de acesso livre à propriedade intelectual, antagônica ao modelo baseado em acesso restrito por meio de patentes.
É conforme essas diretrizes que se desenvolve grande parte do conhecimento e riqueza gerados na Internet, os quais, inclusive, extrapolam os limites da rede e causam grandes transformações econômicas, políticas e sociais. (ABRAMOVAY, 2012)
2.4 Creative Commons
Creative Commons é uma organização sem fins lucrativos, cuja finalidade é tornar disponível formas de licenciamento de propriedade intelectual que possibilitem o compartilhamento de trabalhos legalmente sem as restrições do direito autoral tradicional, contribuindo para a democratização na era da informação e permitir o desenvolvimento da cultura Open Source. As licenças Creative Commons são expedidas gratuitamente e permitem ao criador de conteúdo definir quais direitos são os direitos do receptor e do autor, disponibilizando conteúdo intelectual livremente, mas conservando a possibilidade de atribuição intelectual e restrição ao uso comercial Assim, ao invés de possuir uma licença com 'todos os direitos reservados', o criador de conteúdo possui uma com 'alguns direitos reservados', englobando os casos de uso e reuso da informação que não necessitem de compensação financeira. Dessa forma, licenças Creative Commons substituem a necessidade por negociações sobre direitos específicos de uso entre o criador do conteúdo e seu possível utilizador. (CREATIVE COMMONS, 2015)
As licenças Creative Commons abrangem todo o planeta e estão presentes em trabalhos e obras originais publicados em todos os continentes. (CREATIVE COMMONS, 2015)
Tipos de Licença
As licenças Creative Commons são expedidas a partir da escolha das restrições de uso por parte do criador de conteúdo. As restrições dizem respeito a 4 condições de uso:
Figura 1- Condições de uso em Creative Commons
Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons_licenseAtribuição intelectual, uso comercial, criação de adaptações e derivados, e licenciamento dos trabalhos derivados do original.
Figura 1- Condições de uso em Creative Commons
Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons_license
Attribution (BY): Em todas as formas de licenciamento Creative Commons, é obrigatório ao usuário da informação atribuir o crédito pelo conteúdo a seu criador, da forma que este especificar.
Non-commercial (NC): O criador de conteúdo pode escolher restringir o uso comercial de seu trabalho, de forma que o usuário da informação possa copiar, distribuir, exibir e adaptar o trabalho desde que para fins não comerciais.
No Derivative Works (ND): O criador de conteúdo pode escolher, também, se permite que sejam feitas adaptações ou mudanças no trabalho original, de forma a gerar trabalhos derivados do original.
Share-alike (SA): Por fim, o criador do conteúdo original que permitir adaptações de seu trabalho pode escolher que o usuário só possa redistribuir e registrar o trabalho derivado sob uma licença Creative Commons idêntica à do trabalho original.
Dados sobre o Creative Commons
Conforme a Internet se desenvolve, a quantidade de informação registrada em Creative Commons também cresce.
Segundo o relatório 'State of the Commons', publicado pela própria instituição, em 2006 havia 50 milhões de licenças expedidas pela organização. Esse número cresceu significativamente, atingindo em 2014 o total de 882 milhões de trabalhos registrados em Creative Commons, distribuídos da seguinte forma:

Figura 3: Distribuição de Licenças
Fonte: http://stateof.creativecommons.org

Comumente as licenças Creative Commons estão associadas a plataformas online de publicação de conteúdo, como o YouTube, a Wikipedia e o Sound Cloud. No total, 9 milhões de websites utilizam e permitem o registro de conteúdo via Creative Commons. (CREATIVE COMMONS, 2015)







2.5 Wikipedia, a Enciclopédia Livre
A Wikipedia é uma enciclopédia online multilíngue, escrita de maneira colaborativa (open-source) e de livre acesso e uso. Atua sob administração da Fundação Wikimedia, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é "empoderar e engajar pessoas pelo mundo para coletar e desenvolver conteúdo educacional sob uma licença livre ou no domínio público, e para disseminá-lo efetivamente e globalmente". (WIKIPEDIA, 2015)
O termo deriva de 'Wiki', palavra em havaiano, que significa 'rápido', mas que se popularizou como um termo para colaboração coletiva após o crescimento da Wikipedia.
Criada em 2001 por Jimmy Wales e Larry Sanger, originalmente apenas em inglês, a Wikipedia hoje conta com versões praticamente independentes em 288 idiomas e mais de 35 milhões de artigos em todas as línguas. A Wikipedia em inglês segue sendo a maior base de dados, com mais de 4,8 milhões de artigos. Em português, conta com mais de 870.000 artigos.
Em 2014, o website possuía mais de 18 bilhões de acessos em todo o mundo, e contava com 500 milhões de usuários únicos por mês. Isso faz da Wikipedia a maior e mais popular obra de referência geral na internet.
Princípios
A Wikipedia funciona sob algumas regras.
Em primeiro lugar, um artigo não é considerado propriedade de seu criador nem de nenhum de seus editores, e não há veto por nenhuma autoridade cognoscível.
Todos os artigos devem ser tópicos enciclopédicos, e não no formato de dicionário; um tópico deve atingir os padrões de notabilidade da Wikipedia, o que significa que deve ter sido coberto por alguma mídia tradicional ou jornal acadêmico respeitável.
Além disso, é a intenção da Wikipedia conter apenas conhecimento que já esteja estabelecido, ou seja, o artigo não deve apresentar pesquisa original; uma afirmação que tem grande chance de ser questionada necessita de referência à uma fonte confiável. Por último, a Wikipedia não deve tomar partido. Todas as opiniões, mesmo que atribuíveis a fontes externas devem gozar de uma cobertura imparcial apropriada dentro do artigo.
Criação e Edição de Artigos
Diferente das enciclopédias tradicionais, a Wikipedia emprega um sistema aberto e um modelo de edição 'wiki', isto é, apenas usuários registrados podem criar novos artigos, mas qualquer um pode fazer edições. Normalmente a edição em um artigo é publicada imediatamente, antes de qualquer revisão, o que significa que os artigos podem conter erros, equívocos ou posicionamentos parciais até que outro editor voluntário corrija a situação. (WIKIPEDIA, 2015)
O leitor pode encontrar o histórico de edições de cada artigo e em algumas versões em idiomas diferentes as políticas são outras. Cabe citar o exemplo da Wikipedia em alemão, na qual há um sistema de 'versões estáveis' dos artigos. Todas as pessoas têm permissão para postar, mas é necessária uma revisão por parte de outros editores da rede, além da possibilidade de abrir o tópico para discussão na comunidade de editores.
Qualquer edição que mude o conteúdo deliberadamente para comprometer a integridade da Wikipedia é considerado vandalismo. Existem alguns tipos de vandalismos mais comuns e óbvios como piadas e obscenidades em meio aos artigos. Também é comum a prática de propaganda nos. Para evitar esse tipo de ocorrência, artigos com tópicos mais sensíveis ou com tendência ao vandalismo, são protegidos de forma que somente alguns editores podem modifica-los
Um artigo que tenha sido vandalizado repetidas vezes pode ficar semi-protegido, de forma que somente alguns editores podem modifica-lo.
Para artigos que sejam ainda mais visados em ações mal-intencionadas pode-se restringir a modificação aos administradores.
Confiabilidade
Ainda que os editores voluntários zelem pela qualidade do seu conteúdo, devido ao seu caráter livre, a própria Wikipedia recomenda que não seja utilizada como fonte primária de informação, mas que ao invés disso o leitor faça a busca nas referências encontradas no artigo e comprove por si mesmo a legitimidade do que lê.
Em 2005 a revista Nature fez um estudo no qual selecionou aleatoriamente 42 artigos de cunho científico ou biográfico tanto na Wikipedia quanto na Enciclopaedia Britannica e encontrou poucas diferenças de qualidade nos artigos. Sendo a quantidade de erros significativos de três na Enciclopaedia Britannica e quatro na Wikipedia. (ABRAMOVAY, 2012) (NATURE, 2005).
Rede de Editores
A Wikipedia segue diretrizes democráticas e hierárquicas.
Há um pequeno número de Administradores aos quais é permitido modificar qualquer artigo, e um número ainda menor de burocratas que podem designar novos Administradores.
O sistema de edições ainda conta com uma equipe de resolução e arbitragem de disputas à qual não compete decidir entre visões conceituais dentro do tópico discutido, mas sim arbitrar sobre o comportamento dos lados conflitantes durante o debate, com o intuito de extirpar editores problemáticos que não consigam se comunicar de forma adequada.
A comunidade de editores ativos da Wikipedia teve seu pico em 2007, quando contava com quase 100.000 colaboradores. Após isso declinou um pouco e estimou-se em 2014 que contava com cerca de 80.000 editores. (WIKIPEDIA, 2015)

Tabela 1- Editores ativos da Wikipedia
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:ActiveWikipedians.PNG

Aaron Swartz, programador estadunidense, realizou um estudo sobre a comunidade Wikipediana, e constatou que a grande maioria do texto original criado na Wikipedia é fruto de dezenas de milhares pequenos 'estrangeiros' da comunidade, que muitas vezes não voltam a contribuir ou se quer se registram, enquanto a maior parte das edições e alterações aos textos originais provêm dos 2% mais ativos da comunidade.
Geralmente funciona da seguinte forma: um usuário pouco ativo na comunidade faz uma edição e adiciona grande quantidade de informação, e depois os 'Wikipedianos' (como se denominam os editores ativos da comunidade) realizam várias edições adequando e reformatando o conteúdo.
Como resultado, uma minoria é responsável pela maior parte das edições do conteúdo, mas quase todo o conteúdo vem de contribuintes menos ativos na comunidade. (SWARTZ, 2006)
Tendo em vista o resultado da comparação com a Britannica, isso constitui uma excelente demonstração do potencial do conhecimento coletivo na forma da colaboração open-source.
Principais assuntos cobertos
A Wikipedia tem como objetivo criar um índice de todo o conhecimento humano na forma de uma enciclopédia online, e como tem muitos terabytes de espaço em disco rígido, ela pode ter muito mais tópicos cobertos do que qualquer enciclopédia impressa, que demandaria uma enorme quantidade de papel a cada edição.
Um estudo de 2008, conduzido pela Universidade Carnegie Mellon da Pensilvânia/EUA, resultou na seguinte distribuição por assuntos:

Figura 1 - Divisão dos Temas dentro da Wikipedia
Fonte: http://www-users.cs.umn.edu/~echi/papers/2009-CHI2009/p1509.pdf
Acesso em: 20/04/15

2.6 Bitcoin (BTC)
Bitcoin (BTC) é uma moeda digital ponto a ponto (P2P – Peer to Peer) baseada em criptografia, que opera sem uma autoridade central e na qual a garantia das transações e a emissão de moedas são responsabilidade de toda a rede.
Para apresenta-la, primeiro se faz necessário explicar a diferença entre dinheiro digital e moeda digital.
Dinheiro digital indica que, com a tecnologia, o dinheiro pode ser um objeto digital. Um código de série (igual ao impresso na nota física equivalente) que pode ser trocado assim como uma nota. Este é contabilizado como moeda local e respaldado pela mesma.
O dinheiro digital já é amplamente utilizado em nossa sociedade. Por exemplo, quando alguém realiza um depósito em uma conta bancária, o sistema identifica o dono e transfere o crédito de acordo com o valor do depósito. Esse dinheiro só existe na esfera digital da contabilidade da autoridade financeira, ainda que possa ser trocado por dinheiro físico no caixa eletrônico ou em agências bancárias. (ALBUQUERQUE; CALLADO, 2015.
A moeda digital, por outro lado, é como a moeda real, mas não é emitida por bancos centrais nem tem a necessidade de ser respaldada financeiramente pela moeda nacional, como o dinheiro digital.
Dessa forma, a emissão de moeda é descentralizada, e sua decisão não cabe aos políticos, mas sim a aspectos técnicos bem definidos. No caso do Bitcoin, a emissão se dá de acordo com um algoritmo de criptografia e é realizada pela própria rede de usuários num processo chamado de mineração (explicado adiante).
Como Funciona a Rede
O sistema Bitcoin é mantido na forma de um sistema P2P (Peer to Peer = Ponto a Ponto), que é armazenado e executado diretamente dos computadores da rede, sem um servidor central.
Isso ocorre por meio de um registro permanente de todas as transações já realizadas desde o surgimento da moeda, chamado de BlockChain, o qual é copiado e atualizado em tempo real para cada computador que se dispõe a sustentar a aplicação.

Figura 1 - Exemplo de Aplicação Ponto à Ponto (P2P)
Fonte: http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2010_2/ferraz/imagens/rede.png
Posse e Saldo
Os bitcoin são mantidos por cada usuário em sua respectiva carteira virtual, isto é, um número de série único codificado que identifica cada usuário e que se parece com '20c596bd-0e39-494e-9994-6eb5df2c50e4'
Nessa carteira estão os dados referentes a quais bitcoin estão em posse do usuário, bem como o seu histórico de transações.
A rede determina o saldo de cada usuário por meio do registro permanente de todas as transações já realizadas na rede (BlockChain), de forma a rastrear cada moeda e atribuir seu saldo ao usuário que a mantém. (NAKAMOTO, 2008)
Transações
Uma vez em posse de uma moeda bitcoin o usuário pode realizar transações com ela a partir de sua própria carteira, preenchendo o valor que deseja enviar e a carteira de destino daquele valor.
Automaticamente, a carteira cria um código criptográfico que contém a origem, o valor e o destino e os envia para a rede, que então vai trabalhar para resolver a equação criptográfica e validar a transação, inserindo-a nos registros permanentes (BlockChain) e atribuindo o crédito e débito aos seus respectivos participantes.
Assim, para que cada transação seja validada e os valores transferidos é necessário um esforço computacional por parte da rede que é recompensado com a emissão de um novo bitcoin para o computador responsável pelo sucesso. (NAKAMOTO, 2008)
Emissão de Moeda
Bitcoins são geradas na Internet por qualquer pessoa que utilize um software gratuito chamado Bitcoin Miner. Ele é o responsável por manter a rede operando e por validar as transações no processo chamado de mineração.
A mineração exige processamento computacional pesado, pois consiste em descobrir o resultado da complexa equação criptografada que insere cada transação nos registros permanentes da rede.
A cada vez que uma dessas equações é resolvida, a transação é validada e o esforço computacional (que envolve investimentos em Hardware e custos com eletricidade) é remunerado com a emissão de um novo bitcoin.
O grau de dificuldade dessa equação é crescente e ajustado automaticamente para que novos bitcoins sejam emitidos à uma taxa limitada e previsível, com estimativa de atingir o número máximo de 21 milhões de bitcoin em circulação por volta do ano de 2040. (NAKAMOTO, 2008)
Em junho de 2015, haviam em circulação 14,259,275 BTC, no valor de US$229,00 cada, representando um mercado da ordem de mais de US$3,265 bilhões. Após emitidos todos os 21 milhões de Bitcoins a mineração será recompensada por taxas sobre as transações. (BITCOIN WATCH, 2015)
O software de mineração é completamente livre e tem seu código aberto (open-source) para revisão por qualquer pessoa a qualquer momento para garantia de que o mercado está funcionando de acordo com as regras pré-estabelecidas. (NAKAMOTO, 2008)
Câmbio
Para se inserir no mercado Bitcoin, o usuário pode entrar em contato com traders que fazem o câmbio entre moedas locais do mundo todo e a moeda digital.
Vantagens
Bitcoin é uma aplicação que funciona seguindo o protocolo P2P (Peer to Peer = ponto à ponto), ou seja, pode ser transferida diretamente de uma pessoa a outra, sem passar por um banco ou outros intermediários, o que reduz as taxas envolvidas em seu uso. Pode ser utilizado em qualquer país e realizar transações multinacionais com a facilidade de enviar um e-mail e sem taxas adicionais.
As contas não são reguladas por autoridades centrais e, por tanto, não podem ser congeladas ou canceladas, nem ter seus bens confiscados.
As transações não podem ser bloqueadas e são irreversíveis, e a abertura de contas é simples e não possui pré-requisitos nem limites.Para comerciantes, o BTC dispensa o uso de cartão de crédito e suas taxas obrigatórias.
Satoshi Nakamoto, pseudônimo a quem se atribui a criação do Bitcoin, escreveu:
A raiz do problema com a moeda tradicional é que ela precisa de muita confiança em outros para funcionar. Precisamos de confiança em um banco central para que ele não desvalorize a moeda, mas a história das 'moedas fiat' (respaldadas por governos e não pela paridade com o ouro) mostra inúmeras violações de confiança. Os bancos devem ser confiáveis para manter o nosso dinheiro e transferi-lo eletronicamente, mas o emprestam em bolhas de crédito com apenas uma fração de reserva. Temos que confiar neles com a nossa privacidade, confiar neles para não deixar os ladrões de identidade drenarem as nossas contas. Com moedas com base na criptografia, sem a necessidade de confiar em um intermediário ou em terceiros, o dinheiro se torna seguro e as transações sem esforço. (NAKAMOTO, 2009)
Em vez de confiar em governos, bancos centrais ou instituições de terceiros para manter o valor da moeda e garantir transações, a confiança do Bitcoin se baseia na matemática.
Rick Falkvinge, fundador do primeiro Partido Pirata na Suécia, e hoje membro eleito do Parlamento Europeu, descreveu seu entusiasmo com a moeda:
Existem três conceitos fundamentalmente novos que, vistos de forma conjunta, podem se tornar revolucionários. O primeiro é o valor da utilidade. Bitcoin permite que você transfira o valor de um copo de café para o outro lado do planeta instantaneamente, com poucas taxas. Apenas nesse ponto, já está pelo menos 40 anos à frente de todos os bancos comerciais. O segundo é o valor comercial. O pagamento em Bitcoin permite que o setor de varejo se desvie dos cartões de crédito e das taxas bancárias, podendo com isso até dobrar a sua margem de lucro. Essa economia acabará sendo repassada ao consumidor final. O terceiro é o valor político. Não há banco central ou alguém com autoridade para mandar na sua conta bancária e planos futuros. O dinheiro é sua propriedade e ninguém pode impedir que você mande para quem quer que seja. (GIZMODO, 2013).
Riscos
A responsabilidade sobre a segurança da carteira repousa no cliente, sendo necessário preservar seus códigos e realizar corretamente as transações. Uma carteira virtual que seja contida num celular, por exemplo, pode se perder juntamente com o dispositivo caso não sejam tomadas as devidas precauções como backup e outras configurações de segurança.
Bitcoins perdidos com uma carteira também são perdidos e não existe autoridade responsável por reembolsá-los.
O maior risco envolvido no uso de Bitcoin é o fato de seu preço ser volátil. De seu surgimento, em 2009 até hoje o valor da moeda já teve picos que atingiram o câmbio de US$1189,00 por 1 BTC, e já sofreu quebras que levaram o valor de US$31 a US$2 em poucos dias, por exemplo. De seu pico em Novembro/13 (causado por crescente especulação e visibilidade na mídia e desfeito como uma bolha) o Bitcoin passou à casa dos US$400 em Abril/14 e se estabilizou pouco acima da casa dos US$200,00 a partir do início de 2015. (BITCOIN CHART, 2015)

Em junho de 2015, o preço segue desejavelmente com pequenas flutuações, no valor de US$229,00/1BTC.

Limitações
Figura 2: Histórico do Preço do Bitcoin
Fonte:: http://bitcoincharts.com/charts/bitstampUSD#tgSzm1g10zm2g25zv
Segundo o website Coinmap.org, que se dedica a registrar os estabelecimentos comerciais que utilizam Bitcoin, em 10/06/2015 há 6586 locais em todo o mundo em que um usuário pode usar Bitcoin como moeda de pagamento.
Figura 2: Histórico do Preço do Bitcoin
Fonte:: http://bitcoincharts.com/charts/bitstampUSD#tgSzm1g10zm2g25zv

Figura 3 - Mapa de estabelecimentos que aceitam Bitcoin em 10/06/2015
Versão atualizada disponível em: http://coinmap.orgEstão distribuídos com maior incidência na América do Norte, mais especificamente nos EUA, e também na Europa, com destaque para a Alemanha que tem tomado a dianteira em explorar a tecnologia e tentar regulamentar o mercado.
Figura 3 - Mapa de estabelecimentos que aceitam Bitcoin em 10/06/2015
Versão atualizada disponível em: http://coinmap.org
Ainda que o Bitcoin já seja um mercado de US$3.265 Bilhões, o número relativamente baixo de estabelecimentos comerciais que o aceitam mostra que a moeda ainda tem forte tendência especulativa, sendo imperativa a expansão de possibilidades de troca por bens e serviços reais se houver interesse em se consolidar como moeda para o cliente convencional.
Além disso, o Bitcoin em seu aspecto sigiloso e descentralizador dificulta a regulamentação e possibilita uma nova gama de formas de evasão fiscal, e atividades ilegais, causando receio em governos no mundo todo, sendo proibição em alguns países mais restritivos, como a China.





2.7 Crowdfunding (Financiamento Coletivo)
Crowdfunding ou Financiamento Coletivo consiste na prática de captar recursos financeiros para execução de projetos e empreendimentos a partir de múltiplas fontes por meio da Internet.
Os realizadores do projeto lançam um texto explicativo, com vídeos e demonstrações da viabilidade da proposta além de estipular uma meta de arrecadação dentro de um prazo, e em seguida divulgam a campanha em variados meios, dentre os quais se destacam as redes sociais. A partir daí, se iniciam as doações.
Geralmente os investidores nesse tipo de projeto são Pessoas Físicas que decidem colaborar após assistirem os vídeos institucionais e de apresentação das ideias. Já os beneficiários dessas doações são artistas, jornalistas, empreendimentos de tecnologia, filantropia, causas sociais e políticas, entre outras. (CATARSE, 2014)
Modalidades de Crowdfunding
Existem duas modalidades principais de financiamento coletivo: o financiamento baseado em recompensa e o financiamento coletivo de equidade.
Na modalidade baseada em recompensas, o realizador da campanha oferece recompensas para cada doação, aumentando a qualidade da recompensa quanto maior for a doação.
Nesse tipo, há duas possibilidades: 'All-or-Nothing' (tudo-ou-nada, em tradução livre) ou 'Keep-it-All' (fique com tudo).
Em financiamentos do tipo 'All-or-Nothing', caso a campanha atinja o valor mínimo estipulado dentro do prazo, o projeto é financiado. Se ao fim da campanha de arrecadação o valor mínimo não tiver sido atingido os valores doados são devolvidos aos doadores. (CATARSE, 2015)
No caso de financiamentos 'Keep-it-All', mesmo que o valor estipulado não seja atingido, o realizador fica com o valor arrecadado.
A segunda modalidade de financiamento coletivo é a baseada em equidade, ou seja, o investidor recebe valores financeiros por seu investimento como, por exemplo, ações, participação nos ganhos do projeto, juros, entre outros.
Essa modalidade de crowdfunding permite uma maior diversificação nas áreas de atuação do financiamento coletivo.
Uma das formas de financiamento de equidade é o baseado em débito, no qual o website provedor do serviço é responsável por unir tomadores de empréstimo e investidores a partir de suas propostas individuais em relação às taxas de juros e prazos de pagamento, suplantando a necessidade de uma autoridade monetária e de bancos envolvidos no empréstimo. (LENDING CLUB, 2015)
O maior website de crowdfunding baseado em débito é o Lending Club, que até abril de 2012 havia movimentado US$500 milhões em empréstimos.
Outra variação do crowdfunding de débito é o financiamento de litigação. Nesse crowdfunding os investidores atuam em disputas judiciais visando ganhos no caso de um parecer favorável do juiz.
Existe ainda o crowdfunding de caridade, cujo retorno é o ganho social, entre outras modalidades.
A indústria do Crowdfunding: crescimento acelerado
A prática do financiamento coletivo pela internet começou a se difundir em 2003 a partir do lançamento de uma plataforma de financiamento para músicos. Depois disso, mais sites dedicados ao crowdfunding foram surgindo e ganhando espaço e destaque no mercado.
O crescimento foi tanto que, somados os sites de crowdfunding do mundo inteiro, empresas e pessoas físicas arrecadaram em 2010 US$89 milhões. Em 2011 essa quantia saltou para US$ 1.47 bilhões, e para US$2.66 bilhões em 2012. (EMARKETER / REUTERS, 2013)
Segundo o relatório '2015 Crowdfunding Industry Report' da Massolutions, empresa especializada no ramo, em 2013, a quantia passou para US$6.1 bilhões, e em 2014 cresceu 167%, chegando à marca de US$16.2 bilhões arrecadados no ano.
Para 2015, a expectativa é que a indústria do Financiamento Coletivo chegue aos US$34.4 bilhões de dólares arrecadados com todos os projetos. (MASSOULTION / CROWDSOURCING, 2015)
Esses dados nos mostram que o mercado dos financiamentos coletivos de campanha cresceu 18000% em apenas 5 anos.
A principal campanha de Crowdfunding existente até hoje é a da criação do jogo de videogame Star Citizen, que até março de 2015 havia arrecadado mais de US$74 milhões.
Os jogos de videogame fulguram entre os principais projetos do financiamento coletivo, indicando a predominância das empresas de tecnologia da informação.
Um fato interessante sobre a metdologia de financiamento coletivo é que a Estátua da Liberdade em Nova Iórque foi construída dessa forma em 1884.
Quando os recursos para completar a estátua se esgotaram, Joseph Pulitzer utilizou seu jornal para chamar o público à doar para que a obra se completasse. Mais de cem mil americanos atenderam ao chamado, juntando mais de US$ 100.000,00.
Na época o termo Crowdfunding ainda não era utilizado, mas a metodologia segue os mesmos princípios. (BBC, 2013)
Caracterização do Crowdfunding no Brasil
Em 2014 o website Catarse.me, o maior portal de financiamento coletivo brasileiro em parceria com a Chorus, empresa de pesquisa voltada para projetos culturais e sociais, fizeram um levantamento com mais de 3300 investidores e empreendedores que utilizaram o portal, de forma a obter um mapeamento da indústria de Crowdfunding no Brasil.
O 'Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil 2013/2014' é o resultado dessa pesquisa, e conta com diversos dados impactantes relativos ao perfil dos investidores e realizadores, às características dos projetos financiados e à difusão das campanhas.
Sobre o perfil dos investidores de crowdfunding no Brasil destacam-se os fatos:
74% tem renda mensal inferior a R$6000; 75% têm entre 18 e 40 anos, sendo a faixa dos 25 aos 30 anos predominante (31%); e 94% têm pelo menos curso superior incompleto.
Quando o tópico são as características majoritárias das campanhas, temos que:
Os investidores têm maior interesse em investir nos projetos voltados para cultura e artes (53%), sociais e ambientais (41%) e também em projetos com viés empreendedor que viabilizem novas empresas ou produtos (24%).
Além disso, nota-se o desejo dos investidores por uma maior diversificação e disponibilidade de projetos em áreas específicas, inclusive para nichos que deveriam ser cobertos pelo governo, indicando um interesse da sociedade em assumir algumas resposabilidades.
Figura 1: Interesse de apoio e Carência de projetos relevantes.
Disponível em: http://pesquisa.catarse.me/#/12
A pesquisa perguntou aos usuários à respeito da participação e de parcerias com o Governo nos crowdfundings, e a resposta foi uma rejeição retumbante de 82% à qualquer maneira de participação do Governo nos crowdfundings.
Uma maior presença de empresas no ecossistema do financiamento coletivo parece ser algo desejado por uma parcela relevante das pessoas que responderam à pesquisa. No entanto, fica clara uma indicação de que a expectativa é por engajamento e colaboração, e não apenas marketing. (CATARSE, 2014)

Figura 2: A opinião sobre empresas no Crowdfunding
Disponível em: http://pesquisa.catarse.me/#/7

















2.8 Comércio Online (e-Commerce)
A expansão global da Internet alterou consideravelmente os mecanismos das relações de venda e troca. Seu principal aspecto é o alcance e visibilidade que é capaz de dar a uma informação. Um website com um bom conteúdo e capacidade de divulgação pode atingir um público de milhões de pessoas. Esse é o motor por trás do surgimento e crescimento das lojas virtuais.
Em 2013, o setor do e-commerce no mundo todo atingiu a marca de US$1,233 trilhões em vendas online, levando em consideração apenas a modalidade 'Business-to-Consumer' (B2C), que exclui as movimentações de consumidor para consumidor, como é o caso de gigantes como o eBay e o Mercado Livre.
A expectativa é a de que até 2018 o mercado B2C mundial atinja a marca de US$2,33 trilhões em vendas. (EMARKETER, 2014)
Além disso, o total dessa movimentação foi feita por cerca de 1 bilhão de compradores online, representando aproximadamente 40% do total de usuários da rede, e que essa porcentagem deve seguir crescendo juntamente com o montante de vendas. (EMARKETER, 2014)

Figura 1 – Vendas mundiais do e-commerce.
fonte: http://www.emarketer.com/Article.aspx?R=1011039

O e-commerce no Brasil
Segundo o relatório da eMarketer o Brasil é líder isolado em vendas online na América Latina, com mais de 45% do mercado regional.
Em fevereiro de 2015 a E-Bit, empresa especializada no ramo do e-commerce e da certificação de vendas online, apresentou seu relatório Webshoppers 2015, no qual agrega dados de mais de 21.000 lojas online e apresenta os dados do setor no Brasil.
Segundo este relatório, o setor do e-commerce brasileiro cresceu 24% no ano de 2014, atingindo um faturamento de R$35,8 bilhões, em mais de 103 milhões de pedidos, com ticket médio de R$347, realizados por mais de 51 milhões de pessoas (somando 10 milhões de novos compradores em relação ao ano anterior). (E-BIT, 2015)
Nesse mesmo período, o Índice FIPE/Buscapé, que mede o nível de preços no setor teve, em média, queda de -1,92%. Isso significa um crescimento real de 26,7% no faturamento do comércio eletrônico, taxa muito superior às do varejo tradicional e do PIB nacional, que cresceu 0,1%.
Dentre os fatores que explicam esse resultado positivo, destacam-se o amadurecimento e consolidação da estrutura do varejo online, a maior segurança nas operações de pagamento e a maior confiabilidade na entrega, resultando em maior confiança por parte do consumidor. (E-BIT, 2015)
Outro ponto importante que explica esse crescimento é o fato de que o e-commerce permite uma maior adequação do varejo aos produtos orientados para nichos de mercado, criando uma diversidade muito maior do que a do comércio físico e promovendo a disseminação de um grande número de pequenas lojas, o que aumenta significativamente as opções ao consumidor. (E-BIT, 2015)
Na figura a seguir, vemos quais são as principais categorias atendidas pelo varejo online no Brasil:

Figura 2 - Categorias mais vendidas de 2014 (em volume de pedidos).
Disponível em: http://n.bcash.com.br/blog/2015/02/webshoppers/31_webshoppers_Ebit.pdf
Acesso em: 03/05/2015

Feito Lá Em Casa
O site Feito Lá Em Casa é um empreendimento de economia solidária e desenvolvimento local, na cidade de Piracicaba/SP, idealizado por dois economistas formados pela ESALQ/USP.
Valendo-se da possibilidade provida pelo e-commerce de alcançar nichos de mercado, o site atua como uma plataforma de venda e circulação exclusivamente de produtos caseiros e artesanais.
Gerindo o processo que envolve a venda online, o recebimento e repasse da renda, e a entrega do produto, o site permite ao produtor se preocupar exclusivamente com a produção. O objetivo é incentivar a produção diversificada de produtos artesanais em nível local, de forma a aumentar o alcance, o valor agregado e o nível de renda dos parceiros produtores, além de reter a renda no comércio local, movimentando a economia da cidade.
O e-commerce permite ao Feito Lá Em Casa servir como um catálogo on-line que junte em um só lugar os produtores caseiros que antes eram dispersos pela cidade. Assim, os produtores de cada bairro expandem seu alcance para as outras regiões da cidade, e o consumidor tem maior disponibilidade e variedade de produtos artesanais, aos quais não teria acesso pela baixa visibilidade dos empreendimentos caseiros.
3. Discussões e Reflexões

Tendo em vista a urgência da questão ambiental e a incapacidade do sistema econômico como o conhecemos em promover de forma sustentável a redução da desigualdade ao mesmo tempo em que promove crescimento econômico para todas as nações, chegamos à questão central que nos traz até esse ponto: a sociedade humana aloca mal os recursos de que dispõe.
Grande parte dessa má alocação se dá pelos hábitos de consumo da população; parte pela concentração do mercado globalizado de bens de consumo e sua inadequação às necessidades ambientais; e outra parte ainda pela insistência dos governos em subsidiar e fomentar a busca incessante pelo crescimento econômico como fim em si mesmo, sem levar em consideração os impactos deste ou a forma como esse apoio ocorre.
No que tange a parte referente à ação governamental, no caso do Brasil, por exemplo, experimentamos durante o governo Lula excelentes níveis de crescimento do PIB do país, que se converteu em grande parte para a inclusão das classes menos abastadas da população, fato este enaltecido por grandes lideranças mundiais quando se referem ao Brasil.
Apesar disso, tal crescimento se baseou em uma política monetária expansionista cuja finalidade foi a de elevar o consumo, reduzindo taxas de juros e facilitando condições para a compra direcionada principalmente para o mercado imobiliário, automobilístico e de eletrodomésticos.
Essa estratégia de crescimento tem seu reflexo agora, na segunda metade do governo Dilma, na forma de inflação, instabilidade econômica e pouco ou nenhum crescimento.
Os custos sociais que vivenciamos hoje se justificariam, tendo em vista a redução da desigualdade e melhoria no bem-estar da população, mas cabe uma análise mais ampla:
A inclusão foi mais econômica, do que social. O crescimento econômico foi convertido em acesso ao consumo de bens rivais como televisões e automóveis, mas não na mesma escala em maior acesso à bens públicos como educação, saúde e infraestrutura.
O ponto aqui é que todo o ímpeto produtivo que poderia ter sido convertido em bens públicos que são não-rivais, não-excludentes e que possuem altíssima correlação com o crescimento do bem-estar social do país, foi direcionado pelas políticas do governo, visando maior crescimento econômico, para o consumo individual, que também eleva o bem-estar do agente econômico, mas em menor escala por seu caráter excludente.
Esse tipo de política é um aspecto decorrente do sistema político como o conhecemos, que incentiva a busca dos partidos eleitos pela consolidação de planos de expansão econômica de curto prazo, visando a reeleição, o que acaba por limitar o desenvolvimento econômico no longo prazo.
Dada a magnitude do governo como agente econômico e sua orientação impassível pelo crescimento econômico, a concentração do poder de emissão de moedas pode ser prejudicial ao funcionamento orgânico da economia, uma vez que nem mesmo o governo possui informação suficiente para definir a alocação ótima dos recursos, seguindo ineficiente em sua tarefa de controlar a economia.
Além disso é recorrente, não apenas no caso do governo brasileiro, a relação escusa entre a parte corruptora do capital privado e a parte corrupta do poder político, resultando em repetidos benefícios para setores econômicos ineficientes, desfazendo ainda mais a estabilidade e neutralidade do mercado.
Por isso se torna desejável a descentralização monetária promovida pelo Bitcoin. Num mercado cuja emissão de moedas é estável não há flutuações no nível de preço associadas a políticas monetárias.
O Bitcoin, protegido por criptografia pioneira, representa a distribuição do poder de emissão de moeda e consequente diminuição de atividades arbitrárias no sistema monetário, uma vez que não haverá uma só autoridade capaz de modificar as regras do jogo de acordo com suas próprias necessidades ou inclinações políticas. O resultado disso é um meio econômico mais estável e com menos riscos envolvidos para os agentes econômicos investidores.
Além disso, é popular entre os usuários da criptomoeda a máxima de que 'o Bitcoin fará com o sistema bancário o que o e-mail fez com o sistema postal', diminuindo drasticamente o número de intermediários nas transações e colocando indivíduos diretamente em contato um com o outro.
É importante ressaltar que isso significa uma grande e desejável redução no poder dos bancos dentro da forma como se estrutura a sociedade. Em 2013, o lucro líquido dos 4 maiores bancos brasileiros (Itaú, Santander, Bradesco e BB) chegou à cifra de R$20,5 bilhões, valor superior ao PIB de 83 países no mesmo ano.
Soma-se a isso o fato de o sistema bancário ser direta ou indiretamente detentor da dívida pública, que corresponde a quase metade do orçamento anual da União.
Quanto às taxas de juros, a modalidade de Crowdfunding em seu aspecto que funciona para empréstimos cujos próprios agentes envolvidos determinam as taxas de juros e prazos, vem para aproximar tomadores de empréstimo e detentores de capital, sem intermediários e alterar as taxas do mercado.
Ainda no que tange a atividade governamental, o Crowdfunding tem o potencial de colocar as pessoas em contato com empreendimentos de diversas áreas, do desenvolvimento de bens e serviços a ações sociais levando-as a arrecadar milhões de dólares quando contam com o interesse da população.
Esses empreendimentos que até então só poderiam ser levados à frente pelo investimento pautado em lucro das empresas, ou pelo investimento do Estado, que tem se mostrado ineficiente e é possível apenas com a obrigatoriedade dos impostos.
Isso funciona como uma forma de distinguir quais são os projetos de real interesse social e quais a população não tem tanto interesse assim, que poderia ser levada em consideração para validar quais projetos de fato deveriam ser levados à frente pelo empreendimento humano e quais não, de forma muito mais eficiente que uma decisão centralizada em um governo.
Obviamente, ainda que essa nova modalidade de investimento esteja crescendo de forma acelerada, a parcela da população que faz parte dessas atividades ainda não é representativa o suficiente para a tomada de decisões em nome da sociedade.
Mesmo assim, essa poderia ser uma forma de reduzir, ainda que não completamente, a carga tributária, e passar um pouco da responsabilidade pelas decisões de cunho coletivo, hoje centradas no Estado, para as mãos dos indivíduos, alocando de forma mais livre e mais precisa, os recursos disponíveis.
Quanto à inadequação do mercado globalizado e concentrado às necessidades ambientais cabe esclarecer dois pontos: em primeiro lugar, os ganhos de produtividade advindos da redução dos custos com fatores de produção (principalmente matéria-prima e trabalho) obtidos pela divisão da atividade produtiva em diversos países é responsável por um fluxo de materiais pelo globo que demanda enormes quantidades de energia.
A dificuldade até aqui é: se não é dessa forma, como levar os bens de consumo até os países que não possuem a capacidade industrial para atender a demanda por tais? À luz da Lei de Say, uma vez criada a oferta, cria-se a demanda. E se cessa essa oferta por parte das grandes empresas capitalistas, como não deixar órfã aquela demanda?
A resposta para isso vem com a metodologia open-source e a livre circulação de informação criativa e produtiva. O compartilhamento de informação produtiva em rede representa a possibilidade de incorporação tecnológica em ritmos muito mais intensos por parte dos países menos industrializados.
Por se tratar de um bem informacional, que é não rival, ainda que a criação da informação original envolva tempo, trabalho e capital, o seu custo de reprodução (custo marginal) tende a zero.
Num mercado eficiente (que gera maior bem-estar social), o preço de um produto deve ser igual ao custo marginal de produzi-lo. O copyright cria um monopólio sobre a reprodução da informação de forma que o preço cobrado por ela seja maior que o seu custo marginal, perdendo eficiência de mercado e consequentemente bem-estar.
Isso se define por custo de acesso à informação. Desenvolvimento de tecnologia open-source e livre compartilhamento de bens informacionais significa levar o custo de acesso a zero, e permitir à países que não atingiram o desenvolvimento que o façam com menos recursos.
Nas palavras de Ricardo Abramovay:
A política de proteção e restrição ao consumo de bens não rivais só poderia ser justificada por duas razões: Em primeiro lugar para garantir os direitos que vão permitir a difusão cultural por parte das organizações que reagem a essa divulgação: as máquinas para imprimir jornais, as antenas de televisão e os estúdios de cinema foram, durante quase dois séculos meios indispensáveis de ao menos parte da produção cultural. Se não fossem remunerados (e com lucro, já que eram objeto de investimento empresarial), não responderiam à necessidade de difundir a cultura. [...]
A segunda razão em que se fundamentaria a cobrança de direitos autorais da produção de bens não rivais como o conhecimento, a cultura e a ciência, é que essa proteção garantiria a remuneração dos autores e, portanto, a continuidade de sua criação. [...]
As mídias digitais e sua possibilidade quase infinita de reprodução de conteúdo a custos baixíssimos, retiram dos bens culturais, científicos e da informação o atributo de escassez que os marcou na sociedade industrial. [...]
Quanto à proteção dos direitos dos autores [...] uma pesquisa sobre mudanças nos direitos de propriedade em 60 países ao longo de 150 anos apontou que a proteção por patentes não aumento o nível de inovação dos países (ABRAMOVAY, 2012)
O ímpeto criativo e de inovação vem da curiosidade e da busca por utilidade por parte de agentes econômicos naturalmente inovadores, cabendo à remuneração um papel importante, porém secundário, na motivação que leva às descobertas e criações.
Existe ainda um segundo problema no processo inovador baseado em patentes: Uma patente gerará remuneração se houver algum agente econômico interessado em utilizá-la e com capital para arcar com esses custos. Tal agente econômico naturalmente se traduz por uma empresa, à qual se direciona pelo lucro. Bens não rivais e não excludentes consistem em redução das vendas dessa empresa, assim como bens que tenham alta durabilidade.
O resultado disso é um incentivo por parte do sistema econômico para que agentes naturalmente inovadores e criativos direcionem seu ímpeto para a criação de bens rivais e excludentes, e em muitos casos com a presença de obsolescência programada, visando atender à demanda das empresas por bens lucrativos.
Assim, o processo de incorporação tecnológica se torna muito mais intenso em bens como iPods e televisores (obsoletos depois de 2 anos), do que no transporte público, por exemplo.
Isso constitui uma ineficiência grave no atendimento às demandas sociais. Para ilustrar, em 2007 a Oxfam internacional publicou um relatório a respeito da produção e consumo de medicamentos no mundo. Apenas 15% dos habitantes do planeta consomem 90% dos remédios que a indústria farmacêutica coloca no mercado. Pior que isso, as indústrias concentram suas pesquisas em produtos que não correspondem às enfermidades mais frequentes: dos 163 novos produtos lançados entre 1999 e 2004 apenas 3 se referiam a doenças prevalecentes em países pobres.
Conforme discorre Jeremy Rifkin em seu livro de 2014 'The Zero Marginal Cost Society', hoje, mais de um terço de toda a espécie humana está produzindo informação (de toda sorte e qualidade) e compartilhando em rede. Segundo ele, a 'revolução do custo marginal zero' está começando a afetar outros setores da economia como a produção de energia e a educação superior, bem como a produção de bens com a tecnologia da impressora 3D.
Já há mais de seis milhões de estudantes envolvidos gratuitamente em cursos superiores abertos e online que operam próximos ao custo marginal zero, os quais contam com corpos docentes com alguns dos mais distintos professores do mundo.
A produção de energia tende a seguir o mesmo caminho, partindo da campanha de Rifkin, que já é proposta de política pública em vários órgãos da União Européia, as casas e prédios devem se tornar 'usinas' de captação de energias renováveis, principalmente a solar, e compartilharem o excedente de sua produção através de uma rede interligada como a internet feita com os cabos de força.
A maior dificuldade na transição para uma economia que seja compatível com a sustentação ecológica e cuja finalidade seja a expansão das capacidades humanas é que esta tem que ser levada adiante de forma descentralizada. Seria inaceitável, que um governo proibisse o consumo de carne, por exemplo, ainda que isso seja imensamente desejável no aspecto ambiental. Mais difícil ainda, qual governo se elegerá sob a promessa de desaceleração econômica e retração do consumo?
Governos e empresas são os rótulos dados para empreendimentos coletivos humanos, cuja orientação produtiva, econômica e política reflete os valores dos indivíduos que os compõem.
Assim, o papel do governo de orientar o consumo por meios de políticas públicas é essencial, porém insuficiente. A transformação socioeconômica e organizacional pela qual nossa sociedade precisa passar para gerir melhor seus recursos, reside obrigatoriamente no nível do indivíduo.
A mudança nos hábitos de consumo da população representa uma mudança tão complicada quanto necessária, e para que se consolide, é urgente a inclusão dessa pauta nas diversas formas de comunicação e transferência de conhecimento.
Anteriormente ao surgimento das redes sociais, os meios de comunicação em massa detinham o monopólio da agenda social, ou seja, determinavam com exclusividade a agenda pública (quais assuntos estariam em pauta nas conversas cotidianas da população).
Isso levava a um gargalo no acesso às informações que hoje começa a ser superado pela comunicação em rede. A multiplicidade de focos de informação e linhas editoriais permite maior dispersão de opiniões em relação ao fato e por consequência maior imparcialidade da mídia em geral.
Além disso, a Internet representa para o indivíduo o controle sobre qual conteúdo vai consumir e lhe dá acesso às informações indispensáveis à mudança de comportamento individual.
Outro aspecto positivo da sociedade compartilhada em rede é a possibilidade de revolucionar as formas didáticas, os meios e os fins para os quais se direcionam a educação em nossa sociedade.
Ferramentas como a Wikipedia, ou os já citados cursos online, trazem consigo o potencial emancipador que a educação na sociedade industrial tem deixado para trás, abrindo caminho para que os valores essenciais ao florescimento de uma humanidade ecologicamente responsável e socialmente justa sejam passados aos indivíduos desde jovens, no lugar da educação doutrinadora que se reproduz em larga escala atualmente.
Para além disso, a Internet permite o surgimento de uma nova gama de empreendimentos destinados a criar os nichos de mercado necessários à transição para uma economia mais eficiente.
A economia colaborativa ou de compartilhamento, representada por empreendimentos como o Uber e o Zipcar, que colocam em contato direto indivíduos com e sem carro criando um mercado de caronas e aluguel de veículos particulares, permite o uso mais racional dos recursos. Um carro particular passa aproximadamente 21 horas por dia na garagem, por que não o compartilhar, cobrando um pequeno aluguel? Rentável para quem tem carro, mais barato para quem não tem, e o meio ambiente agradece.
Outra forma que a Internet permite o surgimento de novos nichos é proporcionando novas formas de organização coletiva, como o site Feito Lá Em Casa, que organiza os produtores caseiros para criar e atender a demanda por produtos artesanais e incentivar a produção e consumo locais.
Nessa forma de economia o acesso é mais importante que a posse dos bens e cada agente econômico é fornecedor e consumidor ao mesmo tempo, garantindo maior autonomia financeira e descentralizando o fluxo entre clientes e empresas, além de representar redução no consumo de recursos.
Assim, a sociedade de informação em rede abre caminho para a incorporação da cooperação social num mercado que até então só se pautava pela competição, alterando a demanda e, por consequência, o modo como se dá a tomada de preço nos mercados.
4. Considerações
Resgatando nossos objetivos, buscamos apresentar, de forma introdutória e sem a pretensão de esgotar o assunto, a Internet como ferramenta de transformação social, evidenciando a possibilidade da mesma ser encarada como uma ferramenta capaz de benefícios sociais, educativos e econômicos.
O homem desenvolve a tecnologia, e a tecnologia desenvolve o homem. Ou, nas palavras do visionário teórico da comunicação Marshall Mcluhan, "a tecnologia é uma extensão dos sentidos do homem."
Ainda assim, o fogo que nos permite cozinhar os alimentos é o mesmo que nos permite queimar uma cidade. A tecnologia é uma ferramenta, e não é, por si só, boa ou má, nem resolução universal dos problemas, cabendo ainda ao aspecto humano e individual o protagonismo nos caminhos a serem percorridos na evolução da sociedade e da espécie.
Ao mesmo tempo em que cresce, a Internet também passa por sérias dificuldades: Há uma preocupante concentração nas empresas que detém os meios de comunicação das redes sociais e o fluxo de informação neles contido. Facebook e Google tornaram-se gigantes da comunicação e proprietários de uma enorme gama de informações privadas de seus usuários.
Isso é duplamente perigoso tendo em vista os recentes escândalos de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos EUA em parceria com as gigantes da tecnologia das comunicações digitais, delatados por Edward Snowden, Chelsea Manning e o fundador do Wikileaks, Julian Assange, que abrangiam coleta de dados privados como conteúdo de e-mails, de chamadas de voz e de vídeo, fotografias, contas de usuário e senha com a participação de empresas com Facebook, Google, Apple, Microsoft, IBM, Yahoo e Skype.
O Google é dono da patente do sinal Wi-Fi. Tanto esta modalidade de conexão quanto a rede de cabos submarinos que constitui a internet tem donos. Por isso, para que a humanidade consiga utilizar o potencial crescente da comunicação em rede é imprescindível que esta seja o mais livre e neutra possível.
É isso que o Partido Pirata, criado em 2008 por Rick Falkvinge na Suécia e disseminado pelo mundo, tenta transformar em política pública e foco da ação governamental por meio de regulamentação.
Por fim, a incorporação da tecnologia de comunicação no processo de tomada de decisão coletiva possibilita a emergência de uma nova forma de democracia mais eficiente e com maior participação social na vida política.





















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