A Lição do Amigo

June 5, 2017 | Autor: Victoria Cavalli | Categoria: Carlos Drummond de Andrade
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A Lição do Amigo

O livro 'A Lição do Amigo' é uma coletânea das cartas de Mario de Andrade para Carlos Drummond de Andrade entre 1924 até a morte de Drummond em 1945. Devido a época as cartas trazem um pouco da história do Brasil e do mundo, como a Revolução de 30, a Revolução Constitucionalista de 1932, entre outros fatos históricos. O livro traz um pouco da literatura brasileira em uma visão artística e poética afirmando um sentimento de amizade entre os dois autores.
'A Lição do Amigo' relembra também fatos históricos como a semana da arte moderna que tinha como proposta iniciar uma série de trabalhos na arte que causasse incomodo na população para mostrar um ponto de vista diferente daquilo que estavam acostumados, sempre buscando enfatizar a beleza natural do Brasil, os costumes, etc.
A proposta da semana de artes modernas relembra muito o estilo em que Mario escrevia para Drummond. Em suas cartas Mario ensinava Drummond a escrever de uma maneira mais natural, sem muitas regras de linguajar, ensinava Drummond a como ser mais "espontâneo". Ajudava também Drummond em seus poemas, volta e meia Drummond respondia uma carta para Mario com algum de seus poemas e Mario sempre respondia com correções para deixar mais acessível aos leitores. Essas correções de Mario não deixam de ser uma aula de literatura para aqueles q as leem.
Drummond era muito avesso as coisas do Brasil e muito a favor de tudo que era Francês, com isso recebe nas cartas puxões de orelha de Mario que critica o jovem poeta, cheio de "inteligentices", "literatices" e "sabedoria de papel" e acusa Drummond a não gostar tanto da vida, mandando ele gostar da vida de verdade.
Mario defendia com paixão o sonho de abrasileirar o Brasil. "O povo não é estúpido quando diz "vou na escola", ensina ele a Drummond em sua apaixonada defesa da "aventura de estilizar o brasileiro vulgar".
Por ter uma grande afinidade com o Brasil e por também ser um dos maiores nomes do modernismo, Mario em suas cartas, enquanto conversa com seu amigo, e tenta o convencer a mudar sua forma de escrever, ele demonstra sua linguagem nacionalista apaixonada e simples, ele da enfoque ao coloquialismo e com seus palavrões, exalta a paixão pela vida. Mario também fala sobre o casamento com Dolores, pede livros sobre Aleijadinho, encomenda informações preciosas sobre joias barrocas de Ouro Preto e desabafa sobre decepções políticas nas cartas que envia a Drummond. Apesar de parecer sempre alegre e de bem com a vida, tem lá seus momentos de dificuldade também.
Como um bom modernista Mario quebra regras gramaticais da literatura, utilizando palavras e expressões abrasileiradas sem se preocupar com aquilo que é padrão. As expressões usadas por ele nos lembra a linguagem oral e a tecnologia de hoje em dia, sem nenhuma forma padronizada de escrever, sempre optando pela forma mais pratica de se comunicar com os outros. É uma delicia ler as cartas de Mario, seu humor, sua simplicidade contagia cada pessoa, é impossível não se envolver com sua escrita. Mario sabia e sabe até hoje encantar todos que leem suas cartas, não é preciso ser culto para desfrutar de sua erudição, cultura e inteligência.
É emocionante testemunhar a reação de Mario à Revolução dos 30, a qual ele apoiou, e mais emocionante ainda testemunhar a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, quando SP se insurgiu contra Getúlio Vargas e planejou se separar do país.


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