A MARINHA E A HISTÓRIA -Dois Séculos de Historiografia Naval

May 24, 2017 | Autor: Jorge Silva | Categoria: Maritime History
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A MARINHA E A HISTÓRIA - Dois Séculos de Historiografia Naval -

Jorge Manuel Moreira Silva capitão-de-fragata

2016

RESUMO/ABSTRACT Análise do contributo das instituições e dos historiadores da Marinha para a História Marítima em Portugal ao longo dos últimos dois séculos, quer numa perspectiva integrada, quer na óptica individualizada dos vários intervenientes. /

An overview on the contribution of the naval institutions and naval historians to Portuguese Maritime History in the last two centuries, under both an integrated view and an individualized perspective of the several actors involved.

1

PALAVRAS-CHAVE/KEY-WORDS 

História Marítima

/

Maritime History



Historiadores da Marinha

/

Naval Historians



Historiografia Naval

/

Naval Historiography

2

ÍNDICE Resumo/Abstract

1

Palavras-chave/Key-Words

2

Agradecimentos

7

Siglas e abreviaturas

9

Introdução

13

PRIMEIRA PARTE – A ACTIVIDADE HISTORIOGRÁFICA NA MARINHA A História Marítima em Portugal

15

Os Historiadores da Marinha

18

A Abertura ao Mundo Académico

29

SEGUNDA PARTE – OS AUTORES Metodologia e Critérios

35

Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838)

38

José Maria Dantas Pereira (1772-1836)

40

José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852)

44

Joaquim Pedro Celestino Soares (1793-1870)

46

Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879)

49

Carlos André Testa (1823-1891)

51

António Filipe Marx de Sori (1833-1914)

54

António Pereira de Paiva e Pona (1849-1899)

56

João Braz de Oliveira (1851-1917)

58

Vicente de Moura Coutinho Almeida d’Eça (1852-1929)

62

Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930)

67

António Artur Baldaque da Silva (1852-1915)

71

Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931)

75

Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939)

80

Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959)

84

Abel Fontoura da Costa (1869-1940)

90

Eugénio Estanislau de Barros (1870-1942)

99

3

Joaquim Anselmo da Matta Oliveira (1874-1948)

101

António Alves Pereira de Matos (1874-1930)

104

Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960)

107

Jaime Correia do Inso (1880-1967)

113

Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves (1881-1963)

117

César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954)

122

Tancredo Octávio Faria de Morais (1882-1951)

124

Humberto José Santos Leitão (1885-1973)

127

Carlos Gomes de Amorim Loureiro (1894-1966)

130

José Moreira de Almeida Campos (1898-1967)

132

António Marques Esparteiro (1898-1976)

134

José Augusto do Amaral Frazão de Vasconcelos (1899-1970)

140

Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979)

145

António Alves dos Santos Júnior (1900-1971)

150

Jorge Maia Ramos Pereira (1901-1974)

152

Pedro Fragoso de Matos (1912-1986)

156

Viriato Augusto Tadeu (1913-1991)

159

José da Cruz Moura da Fonseca (1913-1998)

161

Henrique Alexandre da Fonseca (1915-2009)

164

António Tengarrinha Pires (1915-1994)

167

José Freire de Vasconcelos Carneiro e Menezes (1916-1994)

169

António Jorge da Silva Soares (1916-2010)

171

Avelino Teixeira da Mota (1920-1982)

173

Armando da Silva Saturnino Monteiro (1923-2015)

182

António Sérgio de Pereira Cardoso (1925-1998)

184

José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa Mendes (1926-1999)

186

Abílio Freire da Cruz Júnior (1926-2001)

188

Vasco dos Santos Viegas (1927-2000)

191

António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti (1930-2009)

193

TERCEIRA PARTE – AS INSTITUIÇÕES Metodologia e Critérios

199

Biblioteca Central da Marinha

200 4

Associação Marítima e Colonial

202

Arquivo Central da Marinha

204

Museu de Marinha

206

Clube Militar Naval

208

Liga Naval Portuguesa

210

Academia de Marinha

212

Revista da Armada

214

Centro de Investigação Naval

215

Conclusão

217

Fontes e Bibliografia

219

APÊNDICE 1 – Obras de Referência e de Base por Assunto

223

APÊNDICE 2 – Listagem de Obras de História Marítima Publicadas por Autores Portugueses não Pertencentes à Marinha

226

APÊNDICE 3 – Principais Obras de História Militar Não-Naval Publicadas em Portugal no Século XIX

272

Índice Remissivo

273

5

6

AGRADECIMENTOS 

Ao Sr. Professor Contente Domingues, ao Sr. Almirante Silva da Fonseca e ao Srs. Comandantes Rodrigues Pereira, Semedo de Matos e Alves Teixeira pelas informações fornecidas;



Aos Srs. Comandantes Costa Canas e Baptista Valentim pelos conselhos, informações e oportunas sugestões;



Ao Sr. Comandante Gonçalves Agostinho pelo apoio à consulta do arquivo de membros da Academia de Marinha;



À Sra. Dra. Maria Leonor Pinto pela disponibilização da lista de sócios da Sociedade de Geografia de Lisboa;



À Sra. Dra. Maria Isabel Beato pela orientação e ajuda na localização de registos e processos individuais no Arquivo Histórico da Marinha;



Ao Sr. Tenente Fernandes Rodrigues pela disponibilização de registos individuais e notas de assentamentos existentes na Direcção de Pessoal da Marinha.

7

8

SIGLAS E ABREVIATURAS

a. acad. -

ano academia

ag. -

agência

AM -

Academia de Marinha

B.C.M. -

Biblioteca Central da Marinha

bibl. -

biblioteca

bol. -

boletim

C.C.C.M. c.m. -

Centro Científico e Cultural de Macau câmara municipal

C.N.C.D.P. - Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses c/ CEM -

com Centro de Estudos de Marinha

CEPCEP -

Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa

cª / cia. -

companhia

cie. -

compagnie

CINAV -

Centro de Investigação Naval

comp. -

companhia

coord. -

coordenação

cx. -

caixa

dir. -

direcção

ed. -

edição/edições/editor(a)(es)

emp. -

empresa

eng. -

engenheiro

fac. fasc. fl. -

faculdade fascículo(s) fólio

FLUL -

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

fund. -

fundação

GHEM gráf. -

Grupo de Estudos de História Marítima gráfica

9

ICALP id. IICT imp(r). -

International Colloquium on Automata, Languages, and Programming idem Instituto de Investigação Científica Tropical impressão/imprensa

ind. -

industrial

inst. -

instituto

intr. -

introdução

inv. -

investigação(ões)

j.f. -

junta de freguesia

ldª -

limitada

lit. -

litografia/litografado(a)

liv(r). -

livraria

nº(s) -

número(s)

nac. of. offi. op. cit. org. p. pesq. -

nacional oficina(s) officina obra citada organização página pesquisa

pp. -

páginas

pref. -

prefácio

pub(l). -

publicação/publicado

reg. -

regional

rev. -

revista/revisão

s.d. -

sem data

s.l. -

sem local

s.n. -

sem nome [da editora]

sec. -

secretaria

séc(s). -

século(s)

sep. -

separata

soc. -

sociedade

sr. sup. t. -

série superior tomo

10

tip. trad. typ. v. / vol(s). va. vár. -

tipografia tradução typographia volume(s) viúva Vário(a)(s)

11

12

INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve início há cerca de sete anos, quando o autor foi convidado pelo Professor-Doutor Francisco Contente Domingues a elaborar algumas biobibliografias de historiadores da Marinha para figurarem naquele que se pretendia que viesse a ser o “Dicionário de História Marítima Online”. Como, porém, este projecto acabou por não ter grande desenvolvimento – pelo menos na forma originalmente concebida –, vimo-nos na contingência de dar outro rumo ao trabalho até ali produzido. Não tardou muito para que o punhado de biobibliografias inicial se multiplicasse a algumas dezenas e que o seu redactor começasse a extrair delas o fio condutor para a actividade historiográfica naval1 ao longo dos últimos dois séculos, iniciados, nas primeiras décadas do século XIX, com os primeiros estudos históricos efectuados por oficiais de Marinha, contemporâneos de boa parte da obra pioneira do Visconde de Santarém. Quem conhece a actividade cultural desenvolvida pela Marinha2 sabe a importância que a História Marítima tem para a Instituição e para as pessoas que nela servem. E sabe, por outro lado, que é difícil encontrar em Portugal outro organismo que tenha contribuído tanto para este ramo da História. É por isso que quando, no nosso país (e não só), se fala de História Marítima, o nome da Marinha vem, inevitavelmente, a lume. Daí a pertinência de se estudar a actividade historiográfica desenvolvido no seu seio, sabendo que esta acabará, no fundo, por reflectir a própria evolução da historiografia marítima portuguesa. Numa altura em que a abertura da Marinha ao mundo académico parece definitivamente consumada – nomeadamente pela consolidação do Mestrado em História Marítima e pela actividade do Centro de Investigação Naval (marcos mais recentes) –, justifica-se, sem dúvida, um balanço e um ponto de situação, que procuramos fazer na presente obra. Para o efeito, tentaremos responder às seguintes perguntas: 

Quem foram os principais historiógrafos da Marinha?

1

Empregamos a expressão “historiografia naval” para designar a actividade historiográfica desenvolvida na Marinha. Não deve ser confundida com “História Naval”, comummente utilizada como sinónimo de história dos navios e das navegações (conceito que retomaremos mais adiante). 2

Falamos, sobretudo, da Marinha de Guerra, embora a instituição “Marinha”, na dependência do respectivo Ministro, tivesse sob a sua jurisdição, até 1974, o Ramo Naval (Armada), o Ramo do Fomento Marítimo (Marinha mercante e de Pesca), o Ramo da Investigação no Mar (Instituto Hidrográfico) e as entidades/organismos de natureza cultural e fabril.

13



Que legado nos deixaram?



De que modo o seu trabalho se enquadrou na missão institucional da Marinha e no contexto social e histórico da época?



De que forma a Marinha apoiou e enquadrou este trabalho?



Qual o contributo da Marinha para o progresso da História Marítima em Portugal?

Para o efeito, começaremos por mergulhar nas origens da historiografia marítima em Portugal (devidamente enquadrada no contexto internacional) para, em seguida, dar ao leitor uma perspectiva conjunta da acção, personalizada e institucional, da Marinha neste campo, fazendo, necessariamente, uma breve comparação com o trabalho e a produção de entidades e de autores externos à Instituição. Depois, apresentaremos, individualmente, os principais protagonistas dessa acção, assim como das instituições que a enquadraram e para ela contribuíram. Chamamos a atenção para o facto de não ter sido essa a sequência real da nossa pesquisa, uma vez que, como atrás referimos, passámos, grosso modo, dos contributos particulares para uma visão global, sem prejuízo de, à medida que o trabalho progredia, oscilarmos, reiteradamente, entre estes dois pontos de vista, de modo a refinar, o mais possível, o produto final. A ordem que seguimos neste estudo pretende, antes do mais, dar-lhe uma sequência lógica que facilite a leitura e a compreensão cabal do seu conteúdo. Esperamos ser bem-sucedidos nesse objectivo, assim como na satisfação do desejo de ver reconhecido, conforme cremos e tentaremos demonstrar, o importante papel da Marinha no desenvolvimento da História Marítima em Portugal.

14

PRIMEIRA PARTE: A ACTIVIDADE HISTORIOGRÁFICA NA MARINHA A História Marítima em Portugal Até ao século XVII, a grande historiografia nacional esteve, sobretudo, a cargo dos cronistas oficiais, cuja maior preocupação era, essencialmente, exaltar as realizações do seu soberano e as dos respectivos antecessores. Diluída no meio dos relatos cronísticos, a História Marítima só teve, neste campo, algum destaque nas crónicas dos reis e dos príncipes do período da Expansão. Acontece que é, justamente, nesse período, inaugurado por Fernão Lopes em 14193, que os cronistas nacionais desenvolvem grande parte do seu trabalho, consolidando o prestígio internacional de que os monarcas portugueses na altura gozavam com a nobreza da sua linhagem e a grandeza das suas raízes históricas4. E é entre os cronistas que vamos encontrar o primeiro “historiador marinheiro”: D. Manuel de Meneses (1565-1628), General da Armada Real e Cronista-Mor do Reino5. Por outro lado, e quase simultaneamente, os descobrimentos e as conquistas trazem consigo uma cronística específica – que diríamos pioneira6 – dedicada aos feitos marítimos dos portugueses, começando na Crónica da Tomada de Ceuta (1449-1450) e na Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné (1452-1453), de Gomes Eanes de Zurara, às quais se seguem, no século seguinte, o Tratado dos Descobrimentos

Antigos e Modernos de António Galvão (c. 1550), a História do descobrimento e Conquista da Índia pelos Portugueses de Lopes de Castanheda (1551), as Lendas da

3

Tendo, no entanto, antecedentes na perdida Crónica de Espanha e Portugal (c. 1340) e na Crónica Geral de Espanha de 1344, do Conde de Barcelos. 4

Não vamos, aqui, deter-nos demasiado sobre a influência que o movimento de Expansão possa ter tido, a posteriori, sobre a redacção das crónicas dos reis da I Dinastia, criando, artificialmente, eventuais antecedentes históricos que legitimassem as conquistas ultramarinas portuguesas. Tanto quanto pudemos apreciar, essa influência não é clara. Um exemplo disso são as incursões a Ceuta do lendário D. Fuas Roupinho, relatadas por Frei António Brandão e Duarte Galvão, que nos são apresentadas como meras expedições punitivas, sem qualquer objectivo de conquista. Por outro lado, um feito tão notável como as expedições marítimas às Canárias conduzidas durante o reinado de D. Afonso IV não é sequer mencionado na crónica que Rui de Pina dedicou a este rei. 5

Cuja produção historiográfica, de carácter geral, não nos permite considerá-lo um historiador marítimo. 6

Excluímos, naturalmente, os Périplos da Antiguidade e os relatos de viagens da Idade Média, pelo seu carácter actual/prático (e, por vezes, fantasista), que os remete para a categoria de fontes primárias. Também não contamos as sagas marítimas nórdicas, de pendor mais literário do que historiográfico.

15

Índia de Gaspar Correia (1556) e as Décadas da Ásia (1552-1616) de João de Barros e Diogo do Couto7. E se nas duas primeiras se mantém a tradição de engrandecer o soberano (D. João I) ou o príncipe (Infante D. Henrique)8, já encontramos nas outras – descontando, talvez, o tom de exaltação patriótica de João de Barros9 – uma postura mais crítica e rigorosa sobre os protagonistas e os acontecimentos relatados. No caso específico das Lendas da Índia encontramos ainda uma vasta iconografia que enriquece e aumenta consideravelmente o valor historiográfico da obra. Mas é no Século XVIII que a História Marítima se reveste de uma nova abordagem, imbuída do incipiente carácter científico que a racionalidade do Século das Luzes10 imprime às grandes áreas do Saber. Em França, centro do novo movimento cultural, vemos surgir obras como Histoire du Commerce et de la Navigation des

Anciens, de Pierre Daniel Huet (1716) e a Histoire Générale de la Marine, de JeanBaptiste de Boismele (1744-46). Em Portugal, onde os efeitos do Iluminismo não deixaram de se fazer sentir (relembre-se a Real Academia Portuguesa de História, criada em 1720, e a Academia Real das Ciências de Lisboa, que se lhe seguiria, em 1779), é de assinalar o lançamento, entre 1735 e 1736, da emblemática História

Trágico-Marítima, de Bernardo Gomes de Brito, que, sendo, basicamente, uma colecção de relatos, não apresenta, ainda, a análise crítica do historiador. Já em Espanha, vemos, em 1756, Pedro Rodríguez de Campomanes publicar a sua

Antigüedad Marítima de la República de Cartago - Con el Periplo de su General Hannon. Na viragem do Século XVIII para o Século XIX, as chamadas “Guerras da República e do Império” (Revolução Francesa e campanhas napoleónicas) acendem no grande público o gosto pelos relatos das grandes façanhas navais. Naturalmente romanceadas e moldadas por cada um dos lados da contenda de acordo com as respectivas conveniências, levam, no entanto, a uma grande procura de narrativas de

7

Nesta listagem incluímos apenas as obras baseadas em trabalho historiográfico (recolha de testemunhos e consulta de documentação/arquivos). Excluímos, por conseguinte, relatos pessoais como, por exemplo, as Navegações de Cadamosto, e os roteiros, como o Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira. 8

Não estamos, de modo algum, a desvalorizar a importância histórica destas crónicas, até porque Zurara, que foi Guarda-Mor da Torre do Tombo (tal como a generalidade dos cronistas oficiais), teve acesso privilegiado a fontes documentais. 9

Conforme Manuel Alves de Oliveira e Manuela Rego, O Grande Livro dos Portugueses: 4000 Personalidades em Texto e Imagem, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L., 1990, pp. 81-82 (BARROS, João de). 10

Na verdade iniciada no século anterior, materializada em instituições como a Academie Française (1634) e a Royal Society (1660).

16

batalhas e das biografias de heróis como François-Paul Brueys ou Lord Nelson, assim como à exaltação das tradições navais em que estes foram criados, o que dá um significativo impulso à História Naval. Sintomático desta apetência pela imprensa naval é o periódico britânico The Naval Chronicle, publicado entre 1799 e 1818. Mas a Revolução Francesa traz consigo outra tendência marcante: abandonase, definitivamente, a “História dos Reis” para se passar a abordar a “História dos Povos”. É assim que o início do Século XIX assiste a um reavivar do interesse pela História como substrato legitimador das aspirações nacionalistas dos povos europeus emergentes e re-emergentes, assumindo-se, algumas décadas depois, como base de suporte dos interesses imperialistas das grandes potências mundiais. Estando, já, bastante longe do tom laudatório dos cronistas, o estudo da História não deixa, porém, de se sujeitar, em maior ou menor grau, ao espírito romântico e aos exacerbados sentimentos patrióticos da época, não obstante os métodos introduzidos por historiadores como Leopold Von Ranke, considerado o fundador da historiografia científica11. Numa nação marítima como Portugal, onde o Mar acolhia as memórias das glórias do Passado e encerrava as maiores aspirações para o Futuro, a História Marítima será objecto de especial atenção por parte dos estudiosos. Os primeiros estudos académicos de âmbito histórico-marítimo terão sido os do Visconde de Santarém, que a partir de 1810 se dedica a compilar vários apontamentos relacionados com a prioridade das descobertas marítimas portuguesa, a ocupação de territórios ultramarinos e os limites das possessões portuguesas na América do Sul, para servirem de base às negociações com a Espanha no Congresso de Viena (1815). Segue-o de perto Joaquim da Costa Macedo, com as suas Memorias para a Historia das

Navegações e Descobrimentos dos Portuguezes (1819). E será, justamente, a temática dos Descobrimentos e das conquistas ultramarinas a dominar a historiografia marítima até finais do Século XX12, sendo essa a área sobre a qual se debruçaram os mais célebres historiadores marítimos portugueses. No entanto, entre os “sucessores” do Visconde de Santarém, começarão 11

Introduzida na sua obra Zur Kritik Neuerer Geschichtsschreiber (Crítica da Historiografia Moderna), publicada em 1824, através da análise rigorosa e crítica das fontes a que recorre (Dietrich Schwanitz, Cultura – Tudo o que é Preciso Saber [ed. Portuguesa], Alfragide, Publicações D. Quixote, 2016, vol. 6, p. 58). 12

Como referem Francisco Contente Domingues e José Varandas (“Recursos para História Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, Cuadernos de Estudios Borjanos, nºs 50-51, [Saragoça], IFC-CESBOR, 2008, pp. 291-303. Esse facto é, de resto, facilmente comprovável pela consulta do apêndice 2 desta obra.

17

a ter especial destaque os oficiais da Armada, que, ocupando-se especialmente – embora não exclusivamente – das suas vertentes militar e naval13, serão, durante os cem anos seguintes, os grandes dinamizadores da História Marítima em Portugal e, porventura, os primeiros a alargar o seu espectro temático14. Os Historiadores da Marinha Quando, na segunda metade do Século XVIII, começou, entre os nossos vizinhos ibéricos, a tomar forma a ideia de se escrever a história da Marinha Espanhola, foram os oficiais da Armada a tomar a dianteira desse processo. Como, na altura, se afirmava, “la historia de la Marina […] no puede ser escrita sino por un marino”15. Destacam-se, então, Martín Fernández de Navarrete (ex-oficial da Armada), com Disertación sobre la Historia de la Náutica, y de las Ciencias Matemáticas que han 13

Empregamos aqui o termo “naval” para designar a parte referente aos marinheiros, aos navios e às navegações. Entendemos, assim, a História Naval, como parte integrante da História Marítima, conceito mais abrangente que engloba “todos os aspectos da actividade humana relacionada com o mar” (FLUL, objectivos do Mestrado em História Marítima, 4 de Maio de 2015, http://www.letras.ulisboa.pt/pt/cursos/mestrados-2-ciclo/historia-maritima). De acordo com esta definição, a História Marítima poderá, eventualmente, incluir temas de âmbito não naval, como, por exemplo, o estudo da actividade salineira ou a implantação territorial do sistema de Autoridade Marítima. Não seguimos, portanto, à risca, as definições de autores como Almeida d’Eça, que distinguem História Marítima – a história do uso do mar pelo Homem – da História da Marinha – sobretudo a história dos combates navais e das conquistas marítimas, embora deixando algum espaço para a actividade mercante –, acabando, no entanto, por praticamente limitar a primeira definição aos conteúdos desta última (Almeida d’Eça, Lições de História Marítima Geral, “Preliminares”, Lisboa, Impr. Nacional, 1895, pp. 9-13). Muito mais restritivo é, aliás, o seu antecessor Carlos Testa, que, limitado pelo conteúdo programático desta disciplina, que lecciona na Escola Naval, atribui à História Marítima o objectivo de “indagar […] quaes os povos que nos mais remotos tempos se dedicaram à navegação, e quaes os feitos mais notáveis de que há noticia (Carlos Testa, Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, “Esboço Preliminar”, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885, p. 11). 14

A diversificação de assuntos entre os historiadores da Marinha começa logo em meados do século XIX, destacando-se entre aqueles a História da Marinha Portuguesa, a História Naval Geral, as biografias de personagens ilustres e o estudo da política marítima/naval/ultramarina portuguesa, a que se irão juntar alguns trabalhos pontuais sobre a Marinha Mercante, a construção naval, o corso, a estratégia marítima e o ensino naval. Entre os autores externos à Marinha, a primeira obra que identificamos fora do âmbito temático dos Descobrimentos/Expansão – debruçando-se sobre a Marinha Mercante – surge apenas em 1904 (v. apêndice 2). A segunda, sobre o porto franco de Caminha no século XIV, aparece em 1912 e só a partir de 1932 – graças, em boa parte, aos estudos do jornalista Maurício de Oliveira sobre a Armada Portuguesa –, começamos a vê-las surgir com alguma regularidade, sendo que em 1950 constituíam apenas 8% da produção total. Na Marinha, no mesmo ano, constituíam já cerca de 13%. Teremos, pois, de esperar pela segunda metade do século XX para assistir a uma diversificação da historiografia marítima “não-marinheira”, onde pontuam os estudos de Virgínia Rau sobre a exploração e o comércio do sal e os de Lixa Filgueiras sobre as embarcações tradicionais portuguesas, assim como algumas obras mais recentes sobre a actividade pesqueira nacional. 15

Vários, La Historiografía de la Marina Española, Cuadernos Monograficos del Instituto de Historia y Cultura Naval, nº 56, Madrid, Outubro de 2008, p. 18.

18

Contribuido a sus Progresos entre los Españoles (1800) e Juan Antonio Enríquez Lozano, com Glorias Marítimas de España (1803). Não é de estranhar esta dianteira dos marinheiros espanhóis se tivermos em conta que foi entre eles que surgiu oficialmente, em 1717, a primeira academia de formação de oficiais da Armada, embora as companhias de Guardas-Marinhas francesas, com o respectivo sistema de ensino, já existissem desde 1670 (depois de um percurso algo agitado, acabariam por ser extintas em 1786, surgindo a École

Navale apenas em 1830). A sua congénere portuguesa, a Academia Real dos GuardasMarinhas (antecessora da Escola Naval) só seria fundada em 1796 (no entanto, a Companhia dos Guardas-Marinhas já ministrava ensino de carácter académico desde 1782), enquanto na Grã-Bretanha, a aparição de uma instituição de ensino superior naval seria muito mais tardia: 1863. A verdade, porém, é que os marinheiros espanhóis foram antecedidos nas suas publicações por um oficial da Marinha Britânica, John Charnock, que, entre 1794 e 1798, lançou a obra Biographia Navalis, uma colecção de biografias de oficiais da Royal

Navy, abrangendo o período que vai de 1660 até finais do Século XVIII. O mesmo autor daria à estampa, alguns anos depois (1801), outra grande obra: An History of

Naval Architecture, que o consagra como pioneiro na área da Arqueologia Naval. Saliente-se, contudo, o facto de Charnock não ser oficial de carreira, tendo prestado serviço como voluntário. Só em 1825, encontramos, finalmente, um oficial dos quadros da Royal Navy – Edward Pelham Brenton – a publicar um trabalho de considerável dimensão: The Naval History of Great Britain: from the Year MDCCLXXXIII to

MDCCCXXII. Em França, a Histoire de la Marine Française surge em 183616, pela mão de Eugène Sue, um cirurgião com serviço na Armada (participara, em 1827, como aprendiz, na batalha de Navarino) e, três anos mais tarde, encontramos um autor formado na École Navale francesa, Auguste Jal, a escrever os dois volumes de

Archéologie Navale. É, também, em 1839 que a Historia de la Armada Española vê, por fim, a luz do dia, só que escrita por um professor civil (Juan Miguel de los Rios). Em Portugal, os primeiros trabalhos de um “historiador marinheiro” (sem contar com a obra escrita do atrás mencionado D. Manuel de Meneses, a qual, como vimos, não se enquadra no âmbito da História Marítima) pertencem a José Maria Dantas Pereira, que em 1813 redigiu um elogio histórico de D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Almirante-General da Armada Portuguesa (no qual nos dá um panorama 16

Praticamente em simultâneo com as Chroniques de la Marine Française (1836-1837), baseadas nos documentos oficiais, dos jornalistas/escritores Fulgence Girard e Jules Lecomte.

19

bastante completo das acções e da organização da Armada na época), e em 1832 publicou um estudo sobre a acção do Marquês de Pombal em prol da Marinha, além de ter procedido, entre 1824 e 1832, ao registo cronológico de toda a legislação da Marinha desde 1450. No entanto, o primeiro trabalho de vulto (e a primeira grande obra de História Marítima em Portugal) coube a Inácio da Costa Quintela – pertencente à primeira geração de oficiais formados pela Academia Real dos Guardas-Marinhas –, com os seus Annaes da Marinha Portugueza, publicados entre 1839 e 1840. Esta grande compilação histórica das batalhas navais, conquistas e viagens dos portugueses, que procurava colmatar a displicência ou a má-fé com que os autores estrangeiros tratavam, de modo geral, a história marítima portuguesa17, foi, verdadeiramente, a nossa primeira “História da Marinha”, conquanto o seu autor só tenha conseguido redigir dois dos três volumes inicialmente previstos, os quais cobrem o período que vai desde o governo do Conde D. Henrique até 1610. E embora Quintela declare que “reuni nestas Memorias quanto achei espalhado por huma multidão de Authores, que ex professo, ou accidentalmente tratarão dos fastos da nossa Marinha”18, levando-nos, eventualmente, à tentação de classificá-lo como um “protohistoriador”19 naval, cujo método ainda não se enquadraria nos parâmetros da historiografia científica (que, na altura, ainda não estaria devidamente implantada em Portugal), acaba por desmentir tal classificação pelo surpreendente rigor demonstrado na redacção desta obra, que passa não só pela análise crítica exaustiva das fontes secundárias existentes (crónicas) como também pela consulta da documentação disponível à data (em que manifesta, inclusive, a sua frustração por não terem ainda sido localizadas algumas fontes primárias como os roteiros de certas viagens) e ainda pela localização/confrontação geo-cartográfica de muitos dos locais descritos. Pouco tempo depois, em 1845, Joaquim Celestino Soares dá ao prelo os

Quadros Navaes, uma colecção de folhetins publicados no jornal O Patriota, que, misturando as memórias do autor com relatos de façanhas do passado, e apesar de não constituírem propriamente um estudo de carácter académico, acabam, no entanto, por aliar um precioso testemunho da época à recuperação de episódios históricos 17

Annaes da Marinha Portugueza, tomo I, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839, p. [1] (“Prefação”). 18

Id., p. [2].

19

Eugene L. Rasor utiliza este termo para designar os historiadores navais britânicos da primeira metade do século XIX, nomeadamente William James (1780-1827), Sir John Barrow (1764-1848) e Nicholas Harris Nicolas (1799-1848) - English/British Naval History to 1815 – a Guide to Literature, Bibliographies and Indexes in Military Studies, Londres, Praeger Publishers, 2004, p. 42.

20

diversos. Claro que nos episódios relatados sobressai uma dimensão moral que se enquadra na perspectiva didáctica com que a História era, por essa altura, encarada20, apesar da progressiva implantação das ideias positivistas. Essa dimensão moral e patriótica nunca deixará, de estar, de algum modo, presente em grande parte dos estudos historiográficos desenvolvidos pelos oficiais da Armada, que dificilmente abdicam do seu estatuto de “servidores da Nação”. Será, porventura, legítimo afirmar que essa característica acaba sempre por afectar, em maior ou menor grau, mesmo que inconscientemente, o rigor das suas obras. No entanto, não é menos verdade que os condicionamentos mentais, quando existem, podem ser ultrapassados ou, pelo menos, minimizados através do método e da disciplina de trabalho, podendo, ainda, como adiante veremos, ser contrabalançados por outras qualidades. Cremos, por outro lado – e deixando sempre margem para discussão –, que uma postura patriótica não tem, necessariamente, de ser inimiga da verdade histórica. Concluído este breve aparte, é importante referir que a década de 1840 regista alguns notáveis incentivos à produção historiográfica. Um dos mais relevantes é o facto de a documentação do Arquivo Central da Marinha (cujos documentos mais antigos remontam ao Século XVI), ter começado a ser reunida em 1843 a partir dos fundos da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Este processo, em que se procurou pôr a salvo o acervo documental que escapara ao terramoto de 1755, às Invasões Francesas e às Guerras Liberais (assim como à extinção das ordens religiosas em 1834), mostra – juntamente com a criação da Biblioteca da Marinha oito anos antes – como a Marinha se associou, institucionalmente, desde o início, ao esforço historiográfico em assuntos marítimos. Outro marco importante nesta década foi a criação dos Annaes Maritimos e

Coloniaes, onde os oficiais de Marinha tiveram a oportunidade de escrever e divulgar os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram entendidos, entre os quais a História Naval. Contudo, em 1846, ano em que, ironicamente, Alexandre Herculano dá um grande impulso à historiografia científica nacional com a sua História de Portugal, dá-se a extinção da Associação Marítima e Colonial, proprietária dos Annaes. Este revés, acabaria, no entanto, por ser parcialmente colmatado dois anos depois, com a fundação da Revista Militar, que sendo, essencialmente, um órgão maioritariamente 20

Segundo João Couvaneiro (“O Ensino Superior da História em Portugal (1859-1911)”, História da Historiografia, nº 11, Universidade Federal de Ouro Preto, Abril de 2013, p. 163), esta visão da História permaneceu até às revoluções liberais. Se considerarmos estas “revoluções liberais” como a série de perturbações que agitaram a Europa entre 1820 e 1848, podemos afirmar que só na segunda metade do século XIX se terá ultrapassado esta perspectiva da História.

21

composto por oficiais do Exército21, incluiu dois oficiais de Marinha entre os seus sócios fundadores e se manteve aberto à colaboração de autores da Marinha. Há, ainda, que referir que estes nunca deixaram de marcar presença efectiva noutras agremiações de natureza académica, como a Academia das Ciências e, a partir de 1875, a Sociedade de Geografia de Lisboa. De resto, não era só nas academias que os oficiais de Marinha intervinham na sociedade portuguesa. Representantes, desde o princípio do século, da autoridade marítima do Estado nos portos nacionais, começaram, sobretudo a partir de 1836, a ser, cada vez mais, envolvidos na administração ultramarina. Em 1841, por exemplo, as funções de capitão de porto, governador de província e outros cargos de natureza política

ou

administrativa

empenhavam

22

elementos

da

Marinha,

número

22

correspondente a cerca de 10% dos efectivos de oficiais . Estas funções, a que vieram juntar-se outras tarefas de carácter técnico-científico, como os levantamentos hidrogeográficos e a delimitação de fronteiras nos territórios ultramarinos (desenvolvidos, sobretudo, na segunda metade do Século XIX), contribuíram significativamente para uma visão mais abrangente da História Marítima por parte dos historiadores navais, da qual daremos, mais adiante, alguns exemplos. Comparativamente a estes desenvolvimentos, a historiografia militar (nãonaval) parecia um pouco mais atrasada. Em 1832 é publicada a Memória Estatístico-

Histórico-Militar, da autoria do juiz António Joaquim de Gouveia, e em 1866 surge a monumental obra História da Guerra Civil, do jornalista e académico (que servira como artilheiro nas forças liberais durante o cerco do Porto) Luz Soriano. Os grandes trabalhos produzidos por oficiais do Exército (cujo sistema de ensino superior já se encontrava estabelecido em Portugal desde finais do Século XVIII23 e que desde a primeira metade do Século XIX já vinham ocupando importantes cargos políticos) só começariam a ver a luz do dia em 1874, pela mão de Latino Coelho, com a sua História

Política e Militar de Portugal desde os Fins do XVIII Século até 1814. Já em finais da

21

Entre os quais, curiosamente, encontramos alguns autores de artigos versando a História Marítima.

22

O envolvimento dos oficiais de Marinha em funções não-militares foi por nós abordado, de modo mais detalhado, no capítulo 5 do nosso trabalho Das Naus à Vela às Corvetas de Ferro - A Marinha de Guerra e a Evolução da Sociedade Portuguesa de 1807 a 1857 (Lisboa, Tribuna da História, Novembro de 2012, pp. 120-123). 23

Mais concretamente desde 1790, data da fundação da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho.

22

década de 1880, vemos surgir outros nomes, como Luís Mardel, Martins de Carvalho e Magalhães Sepúlveda24 (v. apêndice 3). Ora, esta década de 1880 marca, precisamente, o segundo grande período de produção historiográfica de temática marítima no nosso país (v. gráfico 1)25. A competição colonial entre as potências europeias, que esgrimem argumentos na Conferência de Berlim, leva Portugal a recorrer ao peso da sua História para compensar a falta de poderio militar26. Na década seguinte são as comemorações centenárias da descoberta da América, promovidas pela Espanha, a excitar os brios nacionais no estudo dos Descobrimentos portugueses. Nestes anos, em que, sob a coordenação das principais academias e empenho de alguns eruditos nacionais, são publicados importantes documentos relativos à Expansão Portuguesa, surgem nomes notáveis como Lopes de Mendonça, Braz de Oliveira (ambos pioneiros da Arqueologia Naval portuguesa27) e Almeida d’Eça. As páginas dos Anais do Clube Militar Naval, publicação criada em 1870, na tradição dos Annaes Maritimos e Coloniaes, servem para divulgar muitos dos trabalhos então surgidos. As últimas décadas do Século XIX devem também ser assinaladas pela introdução formal, na Escola Naval, da disciplina de História Marítima (1885)28, integrada na cadeira de Direito Internacional Marítimo29 (em que a História surge como suporte às reivindicações jurídicas portuguesas na Cena Internacional)30. Coube a 24

Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna – Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013 (http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html). 25

Ver, no início da Segunda Parte, os critérios que, de modo geral, seguimos na escolha das obras e dos autores. No entanto, as nossas estatísticas incluem autores não listados nessa parte do nosso trabalho, nomeadamente os autores ainda vivos, que integramos anonimamente nas contagens. 26

Não é só o nosso país que o faz. Referimos, a título de exemplo, e apenas no âmbito da História Marítima, a Histoire des Flottes Militaires, de Chabault-Arnauld (Paris, 1889), e a Storia Navale Universale Antica e Moderna, de Cario Randaccio (Roma, 1891), ambas citadas por Almeida d’Eça (op. cit., pp. 6-7). 27

A este respeito consultámos a Bibliografia Anotada da Arqueologia Naval Portuguesa, de Francisco Contente Domingues (s.l., s.d., disponível em http://documents.mx/documents/contente-domingues-fbibliografia-anotada-de-arqueologia-naval-portuguesa-1892-2003.html - consultada em Fevereiro de 2016), na qual comprovamos que os trabalhos de Lopes de Mendonça foram os primeiros no âmbito da Arqueologia Naval lançados em Portugal. 28

Anuário da Escola Naval e Escola Auxiliar de Marinha, Ano Lectivo 1915-1916, Lisboa, Imprensa Nacional, 1916, p. 175. 29

Área aprofundada na Marinha na sequência do combate ao tráfico negreiro (desde 1837) e das disputas coloniais com outras potências europeias, de que são exemplo os litígios com a Grã-Bretanha a respeito da Baía de Lourenço Marques (1823-1875) e de Bolama (1860-1868). 30

José Gervásio Leite, “História e Direito”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, Abril-Junho de 1945, pp. 263-267.

23

Carlos Testa e a Almeida d’Eça, primeiros regentes desta cadeira, a tarefa de incutir nos futuros oficiais da Marinha o gosto pela História, cujos resultados, não obstante os modestos objectivos programáticos daquela disciplina31, muito se fariam notar no início do século seguinte. E se este conceito de “História Marítima” é, na prática, muito mais limitado do que aquele que temos hoje (na década de 1970, o nome da disciplina viria a ser alterado para “História Naval”32), deve ser realçada a importância dos manuais produzidos por aqueles dois professores, nomeadamente as Lições de História Marítima

Geral (1895) do segundo, que constituem o primeiro grande compêndio de História Naval33 universal34 em Portugal. A partir daí, a produção não cessa de aumentar. No virar do século, a implantação da República e a participação na Grande Guerra renova o alento patriótico dos historiadores navais, a que não é, também, alheia a influência que a obra do almirante norte-americano Alfred Mahan The Influence of Sea Power upon History (1890) exerce nalguns autores portugueses35, como é o caso de Botelho de Sousa. Um novo impulso fora, entretanto, dado em 1902, com a criação da Liga Naval Portuguesa (por iniciativa do Clube Militar Naval), a qual tinha por principal objectivo promover o desenvolvimento da Marinha nacional nas suas diversas vertentes: de guerra, de pesca, mercante e de recreio. Além de promover palestras, debates e conferências, a Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios, muitos deles oficiais de Marinha, expunham as suas teorias e os seus pontos de vista.

31

Conforme refere Almeida d’Eça, nas suas Lições de História Marítima Geral: “a idéa que principalmente domina no ensino da Historia marítima na Escola Naval é fornecer aos alumnos, a par de um certo numero de conhecimentos indispensáveis para illustração do seu espirito, a demonstração pratica das diversas theorias ensinadas no Direito marítimo” (op. cit., pp. 5-6). 32

De acordo com a informação disponibilizada pelo Comandante António Rodrigues Pereira, que em 1982 assumiu na Escola Naval a regência desta disciplina, em 1969, ano em que concluiu o seu curso de Marinha, esta ainda tinha a designação antiga. A consulta do Anuário de 1979-1980 da Escola Naval (publicação que estava interrompida desde 1967) remeteu-nos para a Portaria do Chefe do EstadoMaior da Armada nº 575/79, de 2 de Novembro (nova redacção do n.º 1 do artigo 235.º do Regulamento da Escola Naval e actualização dos planos de cursos), a qual, por sua vez, nos reencaminhou para a Portaria do Chefe do Estado-Maior da Armada nº 313-A/78 de 9 de Junho (Regulamento da Escola Naval), em que a disciplina surge já com a nova designação (Diário da República, I Série, nº 132, 9 de Junho de 1978, pp. 1050(26), 1050(29) e 1050(31)). 33

Pelo que atrás foi exposto, preferimos utilizar esta expressão.

34

Enquanto nos Annaes da Marinha Portugueza Costa Quintela se debruça exclusivamente sobre a história naval nacional, cujo ponto de partida coloca no governo do Condado Portucalense pelo Conde D. Henrique, Almeida d’Eça dá-nos uma perspectiva de dimensão mundial, com início nas navegações, comércio e batalhas da Antiguidade. 35

Tinha, de resto, já sido amplamente citado por Almeida d’Eça.

24

Nas décadas de 30 e 40 do Século XX o mote é dado pelas comemorações do Duplo Centenário (Fundação e Restauração). Embora o Estado Novo imprima um tom propagandístico a estas celebrações36, é inegável o valor científico dos estudos desenvolvidos, sobretudo na área da Náutica dos Descobrimentos37, por homens da craveira de Fontoura da Costa, Quirino da Fonseca ou Gago Coutinho, cujo rigor e carácter objectivo os torna insuspeitos de qualquer viciação ideológica. Abra-se aqui um “parêntesis” para explicar que temos estado a falar, essencialmente, em oficiais da classe de Marinha (classificação em que incluímos todos os oficiais da Armada formados antes do surgimento das classes técnicas). Claro que estes, à partida, já levavam uma considerável vantagem pelo facto de as classes técnicas terem surgido bastante mais tarde, nomeadamente a de Engenheiros Maquinistas Navais, em 1868, e a de Administração Naval, em 1887 (o mesmo já não sucedia, porém, com os médicos e com os engenheiros construtores navais, que tinham os respectivos quadros estabelecidos desde a segunda metade do Século XVIII). Além disso, enquanto as outras classes se debruçam sobre áreas técnicas muito específicas, a classe de Marinha, vocacionada para o comando e para o desempenho de funções na estrutura superior da Armada, tem uma formação mais abrangente, com uma visão mais ampla da vivência naval. E, mais importante de tudo, a sua formação de base é a mais completa do ponto de vista náutico, passando pela Marinharia, Navegação e Hidrografia, sem esquecer o Armamento e a Táctica, áreas essenciais para a compreensão da História Naval. Verificamos, assim, sem surpresa, que os oficiais de Marinha constituem cerca de 75% dos “historiadores marinheiros”. No entanto, em finais do Século XIX, começaram a brilhar os Médicos Navais, como António Paiva e Pona, a que se seguem outros, como Júlio Gonçalves ou José de Vasconcelos e Meneses, estes já no século seguinte. E a primeira metade do Século XX vê surgir alguns válidos contributos de oficiais de outras classes (assim como de, pelo menos, um civil dos quadros da Marinha), como Estanislau de Barros (Engenheiro Construtor Naval), Tancredo de Morais (Administração Naval), António dos Santos

36

Não obstante a postura isenta e rigorosa de alguns historiadores de renome como Vitorino Magalhães Godinho, distinguido discípulo da “Escola dos Annales”. 37

Embora antecedidos, neste campo, pelas obras de Luciano Cordeiro (De como Navegavam os Portugueses no Começo do Século XVI, 1883) e de Luciano Pereira da Silva (a partir de 1913), sem falar no papel pioneiro desempenhado por Heinrich David Wilckens, na viragem do século XVIII para o século XIX (conforme referem Marília dos Santos Lopes e Luís de Albuquerque em “Heinrich David Wilckens, Primeiro Historiador de Náutica Portuguesa do Século XV”, in Mare Liberum, nº 6, Dezembro de 1993, pp. 25-29), os historiadores da Marinha trazem a esta área uma importante dimensão empírica.

25

Júnior (Administração Naval) e Viriato Tadeu (Engenheiro Maquinista Naval)38. Naturalmente, alguns destes oficiais abordaram a História do ponto de vista específico da sua formação profissional, sendo Estanislau de Barros, com os seus trabalhos sobre Construção Naval o exemplo mais flagrante. Júlio Gonçalves, Santos Júnior e Vasconcelos e Menezes abordaram a história das respectivas classes e áreas técnicas, mas apresentam um repertório de estudos mais alargado. Refira-se, por outro lado, que mesmo os oficiais da classe de Marinha não deixaram, em grande parte dos casos, de ter a sua Obra marcada, enriquecida e mesmo sustentada pelos conhecimentos adquiridos por força da respectiva especialização39 ou orientação profissional específica. Apontamos, a título de exemplos, Almeida d’Eça e Baldaque da Silva na Hidrografia e nas Pescas, Carlos Testa no Direito Marítimo, Fontoura da Costa na Navegação, Matta Oliveira, Botelho de Sousa e Ferraz Sacchetti na Estratégia, Ramos Pereira e Moura da Fonseca nas Radiocomunicações, Silva Soares na Aviação Naval e Sarmento Rodrigues na Administração Ultramarina. Temos ainda alguns casos de autores cuja produção evidencia a experiência colhida em comissões no Ultramar, especialmente no Oriente, como sucedeu com Lopes de Lima, Humberto Leitão ou Jaime do Inso. Outro aspecto que merece ser mencionado é que a actividade historiográfica destes autores não os impediu, em geral, de serem publicamente enaltecidos como hábeis marinheiros, bravos combatentes, carismáticos comandantes, competentes administradores, brilhantes técnicos ou briosos profissionais – até porque muitos deles desenvolveram o grosso da sua actividade intelectual depois de se retirarem do serviço activo. Basta ver, na lista de autores que compilámos (Segunda Parte), o modo como grande parte deles se distinguiu nas respectivas carreiras, com mais de metade (60% nos da classe de Marinha) a atingir a categoria de oficial-general (embora dois deles por distinção, após a passagem á Reserva) e três (8% dos autores da classe de Marinha) a atingir o mais alto posto da estrutura da Armada40. E fechemos, com isto, o nosso “parêntesis”. 38

Já na segunda metade do século, surgiram autores oriundos de outras classes, nomeadamente Fuzileiros, Serviço técnico, e Técnicos Superiores Navais. 39

Aqui importa referir que entre os historiadores da classe de Marinha a especialização em Artilharia é a mais frequente, seguindo-se, muito de perto, as de Hidrografia e Comunicações. Não é difícil perceber a que a primeira apresenta uma natural afinidade com o estudo dos combates navais, enquanto a segunda está especialmente vocacionada para a cartografia antiga. Estas “vocações” não são, contudo, limitativas, como facilmente se depreenderá da leitura da Segunda Parte deste estudo. 40

Como termo de comparação, registe-se que em 1801, para o conjunto dos oficiais da classe de Marinha, estas percentagens eram, respectivamente, de 52% e 2%, em 1850 de 45% e 5%, em 1900 de

26

A década de 1960 traz as Comemorações Henriquinas, as quais iniciam um período comemorativo dos quinhentos anos dos Descobrimentos com um pendor menos ideológico do que o antecedente41 (para o que terá, eventualmente, contribuído um ambiente internacional mais liberal). Neste período sobressaem vultos como Marques Esparteiro, Sarmento Rodrigues ou Teixeira da Mota, os quais estão ligados à fundação, em 1969, do Grupo de Estudos de História Marítima, que estará origem da Academia de Marinha, nove mais tarde. Deve também ser mencionado que o início da década de 1960 trouxe consigo uma reforma da organização da estrutura da Marinha, na qual os órgãos culturais, como a Biblioteca Central, o Arquivo Geral e o Museu de Marinha, reconhecido oficialmente o seu papel na difusão da história da Marinha Portuguesa, mereceram especial atenção, sendo dotados de uma orgânica mais adequada à conservação e à gestão do seu valioso espólio, além de o tornar mais acessível ao público em geral. E a partir de 1971 a comunidade marinheira encontra na Revista da Armada, um órgão de divulgação alargado a toda a “família naval” (e não só), embora revestido de um cunho mais didáctico do que científico. No entanto, a queda do Estado Novo e a desagregação do espaço imperial português, traduzidos no arrefecimento da exaltação nacionalista, parecem fazer abrandar o ritmo da produção historiográfica naval42. Contudo, o período de transição entre as décadas de 70 e de 80, com o alargamento dos cursos superiores, a introdução do grau de Mestre e o aumento do número de doutoramentos, traz consigo um notável crescimento da investigação historiográfica nacional43, que, longe de ensombrar o autodidactismo característico de 36% e 4%, em 1950 de 25% e 4% e em 2000 de 25% e 1% (conforme efectivos registados nas Listas da Armada dos referidos anos – Arquivo Central da Marinha), o que, para o período abarcado pelo nosso estudo, nos dá uma média de, respectivamente, 36% e 3%. Claro que a pré-selecção por nós efectuada, baseada na dimensão intelectual dos biografados, explica, em boa parte a elevada taxa de sucesso na carreira registada entre eles. 41

Veja-se como na obra de referência Os Descobrimentos Portugueses (1960-62) – que, no âmbito deste trabalho, serviu, sobretudo pelas referências historiográficas – Jaime Cortesão, embora rejeitando o hipercriticismo de alguns autores, denuncia abertamente o “patriotismo retrógrado que explora, sem o menor vislumbre crítico, as glórias do passado” (consultado na edição exclusiva do Expresso, Lisboa, Alêtheia Editores, Março de 2016, Parte III, cap. I, vol. III, p. 277). 42

A própria Revista da Armada, canalizando para as suas páginas algum do trabalho dos historiadores da Marinha, materializado em publicações de teor mais ligeiro, poderia ser, em parte, responsável por este decréscimo da produção, já que, pelas características da sua linha editorial, não incluímos na nossa estatística os muitos artigos de História Marítima nela publicados. Preferimos, no entanto, considerar que a Revista teve um impacto positivo nos números, quer pelo estímulo à produção escrita – falamos por experiência própria – quer pela descoberta de novos autores. 43

Conforme refere João Paulo Oliveira e Costa no posfácio à edição de 2016 de Os Descobrimentos Portugueses de Jaime Cortesão (op. cit., vol. VIII, p. 960).

27

grande parte dos historiadores navais, vai incentivá-los a procurar habilitações universitárias. Certo é que a História Marítima vai, progressivamente, ganhando maior espaço fora da Marinha, sobretudo após a criação, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), do Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão (1985)44. Em 1986, tem início um novo ciclo de comemorações dos Descobrimentos – que se prolongará até 2002 – com destaque para as efemérides dos 500 anos da passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia (1998) e da Descoberta do Brasil (2000). Com ela assistimos a um novo e significativo crescimento da produção escrita na Marinha, que ultrapassa os níveis das décadas de 1940-1960 e atinge o seu máximo nos anos 90, com o ano de 1999 a ultrapassar ligeiramente o máximo pontual obtido em 1940 (24 para 22 trabalhos publicados). Claro que neste processo não podemos ignorar, por muito banal e terreno que se afigure, o grande incentivo à escrita que foi, no final dos anos 80, a massificação dos computadores pessoais e a introdução do processador de texto na vida quotidiana, que, com a sua capacidade de memorização, edição, revisão e correcção, veio facilitar significativamente o trabalho dos autores.

Obras produzidas por década 160 140 120 100 80 60 40 20 2000s

1990s

1980s

1970s

1960s

1950s

1940s

1930s

1920s

1910s

1900s

1890s

1880s

1870s

1860s

1850s

1840s

1830s

1820s

1810s

0

Gráfico 1 – Número de obras produzidas (por década) por historiadores da Marinha

Na primeira década do Século XXI parece registar-se um muito ligeiro decréscimo, que, nesta fase, não nos parece significativo. Isto porque, conforme

44

Agradecemos a informação ao Prof.-Doutor Francisco Contente Domingues.

28

adiante veremos, registaram-se recentemente alguns desenvolvimentos cujos efeitos só serão conhecidos dentro de alguns anos. E tal como a quantidade de obras produzidas, também o número de autores manteve, não obstante ligeiras flutuações, uma tendência solidamente crescente até ao fim do Século XX (gráfico 2). No início do Século XXI, a Marinha conta com cerca de três dezenas e meia de autores activos, vários dos quais detentores de licenciaturas e pós-graduações universitárias na área da História. E, com a “democratização” do acesso aos cursos superiores, até já fora da categoria de Oficial se começam a aventurar alguns entusiastas.

Autores Activos por Década 80 70 60 50 40

Autores da Marinha Autores externos à Marinha

30 20 10 1810s 1820s 1830s 1840s 1850s 1860s 1870s 1880s 1890s 1900s 1910s 1920s 1930s 1940s 1950s 1960s 1970s 1980s 1990s 2000s

0

Gráfico 2 – Evolução do número de autores activos (por década) 45

A Abertura ao Mundo Académico Vimos que desde muito cedo os historiadores da Marinha se fizeram ouvir no mundo académico, já que muitos deles foram membros destacados de instituições académicas de renome, como a Academia das Ciências e a Sociedade de Geografia. Mas só na segunda metade do Século XX a Marinha se abre institucionalmente a este universo.

45

Para efeitos de actividade considerámos não só a publicação de trabalhos mas também os intervalos de estudo e de redacção, considerando que o período activo de um autor é, por norma, contínuo (excepto nos casos de publicações pontuais).

29

No Grupo de Estudos de História Marítima (1969), onde pela primeira vez em Portugal a História Marítima é tratada como um todo, numa abordagem interdisciplinar (na boa tradição da escola dos Annales, iniciada 40 anos antes), os oficiais de Marinha partilham, já, o “palco” com reputados historiadores civis, como Virgínia Rau, Luís de Albuquerque e Armando Cortesão, assim como com alguns académicos estrangeiros que contribuíram para descentralizar e

alargar a perspectiva

historiográfica

portuguesa. E será a Academia de Marinha, sua sucessora (1978), a reunir, na transição do Século XX para o Século XXI, um grupo de reputados historiadores militares e civis para a compilação da obra História da Marinha Portuguesa, que, em vários volumes cronológicos e temáticos, pretende constituir-se como a grande referência da historiografia naval nacional, numa abordagem científica, isenta e abrangente, sem o carácter épico de trabalhos similares antecedentes. Em 2007, a FLUL estabeleceu com a Escola Naval uma parceria para a criação do Mestrado em História Marítima, com partilha de instalações, de professores e, sobretudo, de experiências. E foi também através da Escola Naval que, em 2010, foi dado um novo passo para a abertura da Marinha ao mundo académico, com a criação do Centro de Investigação Naval (CINAV), órgão investigativo universitário aberto à participação de investigadores de fora da Marinha, onde, entre várias disciplinas enquadráveis na área das Ciências do Mar, a História Marítima surge com grande destaque (não faltando sequer a componente prática de Arqueologia Subaquática). Claro que este convívio mais próximo acarreta sempre algumas polémicas. No entanto, não obstante as críticas de alguns académicos, que lhes apontam (salvaguardando as devidas excepções) a falta de formação de base em História – parecendo, aliás, esquecer que mesmo fora da Marinha alguns dos maiores historiadores marítimos não eram licenciados em História46 – e a falta de disponibilidade para se dedicarem totalmente à investigação47, é inegável o papel pioneiro desempenhado pelos oficiais de Marinha no desenvolvimento da História Marítima em Portugal. Profundos conhecedores da realidade dos navios e do ambiente marítimo – qualidade que falta a muitos dos seus detractores – e, por norma, bastante familiarizados com o impacto do Mar nas populações costeiras e nas economias dos 46

Basta lembrar que Luciano Pereira da Silva, Armando Cortesão, Luís de Albuquerque, Joaquim Bensaúde e Octávio Lixa Filgueiras pertenciam à área das Engenharias e que Jaime Cortesão era médico. 47

De acordo com alguns comentários ouvidos pelo autor. Naturalmente, nem todos os académicos da área de História se revêem neste preconceito. No entanto, não deixamos de registar que da lista de historiadores marinheiros por nós elaborada apenas dois – Fontoura da Costa e Gago Coutinho (além do civil Frazão de Vasconcelos) – foram membros da Academia Portuguesa da História.

30

estados ribeirinhos, constituem um ilustrativo exemplo de empirismo48 e de interdisciplinaridade, hoje considerada indispensável ao estudo da História. Por outro lado, a sua formação técnico-profissional permitiu-lhes, muitas vezes, testar na prática as teorias em estudo (e aqui torna-se inevitável mencionar as navegações de Gago Coutinho), dando à História Marítima a componente experimental do método científico. A parceria entre a Escola Naval e a FLUL na criação e na condução do Mestrado em História Marítima, onde 28% da bibliografia de base fornecida aos estudantes é constituída por obras de autores da Marinha (35% das obras de autores portugueses)49,

mostra,

aliás,

que

o

mundo

universitário

reconhece

estas

competências, que se aliam a uma cada vez maior procura de habilitações académicas. E estas habilitações começam logo nos bancos da Escola Naval, que, com a adesão definitiva – a partir de 2004

50

– ao segundo ciclo de estudos do chamado Processo de

Bolonha, passou a exigir aos seus alunos a elaboração de uma dissertação de mestrado, onde a História Marítima figura no leque de temas abordados (engrossando, deste modo, o número de potenciais autores). Se compararmos o panorama historiográfico de âmbito marítimo dentro e fora da Marinha entre 1810 e 2010 (v. apêndice 251), o número de autores activos fora da instituição naval só ultrapassa, definitivamente, o dos “historiadores marinheiros” a partir da década de 193052 (gráfico 2) – constituindo estes, no entanto, 37%53 do total

48

Como vários autores de renome fazem questão de referir, ao citá-los nas suas obras. Vejam-se, por exemplo, as múltiplas alusões feitas por Jaime Cortesão a especialista da Náutica como Gago Coutinho, Fontoura da Costa ou Quirino da Fonseca, entre outros (op. cit.). 49

Dados do 1º curso (2007-2009), frequentado pelo autor.

50

Conforme Anuário da Escola Naval 2006-2007, Outubro de 2008, p. 105 (consultado em http://escolanaval.marinha.pt/pt/aescolanaval_web/Anuarios/2006-2007_.pdf). 51

É de referir que este apêndice, seguindo o critério geral desta obra, apenas menciona autores já falecidos, embora as nossas estatísticas incluam também, de modo anónimo, os autores ainda vivos. E aqui há que acrescentar às referências indicadas no apêndice em nota de rodapé a lista de teses de história marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do Mestrado em História Marítima, que nos permitiu identificar vários autores ainda activos. 52

O notório aumento do número de autores civis que se verifica nas primeiras décadas do Século XX estará, provavelmente, relacionada com a introdução em Portugal dos cursos superiores de ciências históricas, nomeadamente o Curso de Ciências Histórico-Geográficas (1911) e o Curso de Ciências Histórias e Filosóficas (1930) – João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire (coord.), Historiografias Portuguesa e Brasileira no Século XX: Olhares Cruzados, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2014, p. 243 –, embora este último pareça não ter influenciado significativamente a evolução dos números. O surgimento da Licenciatura em História, no ano de 1957, já parece ter tido algum efeito, tal como a criação, em 1985, do Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão, embora aqui também se deva considerar, respectivamente, a influência das Comemorações Henriquinas e das efemérides dos 500 anos da passagem do Cabo da Boa Esperança (1989), da chegada de Vasco da Gama à Índia (1998) e da Descoberta do Brasil (2000).

31

–,

enquanto

a

produção

daqueles



quantitativamente

falando



não

é

significativamente superior à da destes últimos (gráfico 3). Mesmo considerando que o nosso levantamento de obras e autores não terá sido completamente exaustivo, julgamos ser razoável afirmar que a produção dos historiadores navais foi, pelo menos, semelhante – 47% a 49% do total – à dos seus congéneres externos à Marinha (que, aliás, se repartem por grande número de profissões, das Engenharias ao Exército, passando pela Medicina e pelo Direito – com pouco mais de metade (58%) a apresentar formação de base em História54, relação que, tendo vindo a aumentar desde meados do Século XIX, parece ter atingido um ponto de equilíbrio/estabilização). É, ainda, de referir que cerca de 10% da produção dos autores externos foi feita sob o patrocínio da Marinha (Grupo de Estudos de História Marítima, Centro de Estudos de Marinha, Academia de Marinha, Museu de Marinha e Anais do Clube Militar Naval), se bem que outro tanto possa ser dito relativamente aos autores da Marinha que publicaram sob os auspícios da Academia das Ciências ou da Sociedade de Geografia de Lisboa. 1400

Produção Acumulada - comparação

1200 1000 800 Autores Marinha

600 Autores nãoMarinha

400

[tolerância 10% Autores nãoMarinha]

200

1810 1818 1826 1832 1840 1848 1856 1864 1872 1880 1888 1896 1904 1912 1920 1928 1936 1944 1952 1960 1968 1976 1984 1992 2000 2008

0

Gráfico 3 – Comparação da produção (acumulada) entre autores de Marinha e externos à Marinha

53

No nosso levantamento identificámos 85 autores da Marinha e 123 externos a esta.

54

Conforme atrás referimos, o primeiro curso universitário em ciências históricas (Curso de Ciências Histórico-Geográficas) só surgiu em Portugal em 1911 – e a Licenciatura em História apenas em 1957 –, embora já existisse, desde 1858, um Curso Superior de Letras que incluía várias cadeiras de História (João Paulo Avelãs Nunes e Américo Freire, op. cit. e João Couvaneiro, op. cit.).

32

Abstemo-nos, neste estudo, de fazer uma comparação em termos qualitativos, não só por ser um trabalho extremamente vasto e ambicioso como por considerarmos que existem autores com muito maior autoridade para o fazer. Assinalamos, porém, o facto de os historiadores navais constituírem uma assinalável percentagem dos nomes ilustres habitualmente citados no campo da História Marítima. A “fuga” ao eterno e inevitável tema dos Descobrimentos/Expansão é outro campo em que os historiadores da Marinha parecem levar vantagem, quer na quantidade (26% contra 22% da produção total) quer no facto de se terem adiantado várias décadas em relação aos demais historiadores55. Percorrendo praticamente todo o espectro cronológico – a começar logo nos primeiros trabalhos de História Naval geral –, abordaram os principais aspectos militares, náuticos, técnicos, administrativos, jurídicos e ultramarinos da História Marítima nacional, embora descurando um pouco a – não menos importante – vertente económica, sobre a qual os seus confrades civis apenas começaram a debruçar-se de forma consistente na segunda metade do Século XX. E se a quantidade de “historiadores marinheiros” é, neste momento, inferior à dos seus homólogos não-navais, o seu contínuo aumento (veremos até quando), a melhor preparação científica dos autores e a maior abertura aos meios académicos, impondo novos padrões de qualidade e de rigor (naturalmente sem deslustrar os trabalhos antecedentes), parecem assegurar à historiografia naval um futuro bastante promissor.

55

V. nota 14.

33

34

SEGUNDA PARTE: OS AUTORES Metodologia e Critérios Tendo sido dada uma perspectiva da actividade historiográfica na Marinha Portuguesa, vamos, agora, debruçar-nos sobre os seus principais autores, por nós designados como “historiadores da Marinha” ou “historiadores marinheiros”. Conscientes de que a escolha dos nomes que compõem a lista apresentada terá sempre um certo grau de subjectividade, procurámos seguir alguns critérios que a tornassem o mais justa possível, sem, contudo, deixar de admitir eventuais objecções por parte dos nossos leitores. Em primeiro lugar, limitámos a nossa escolha ao universo de autores já falecidos, não só para evitar melindres entre os vivos mas também para não desencorajar aqueles que ainda podem vir a produzir trabalho(s) de vulto ou, pelo menos, acrescentar a Obra já produzida. Em segundo lugar, procurámos escolher aqueles que, no âmbito da História Marítima, tivessem alcançado certa notoriedade, cumprindo pelo menos um (preferencialmente mais do que um, sendo o primeiro obrigatório) dos seguintes parâmetros: 

Publicação de livro(s) e/ou artigo(s) em publicações de reconhecido56 mérito cultural ou científico (Anais do Clube Militar Naval, Revista Militar,

Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, etc.57); 

Produção escrita múltipla ou autoria de uma obra de referência ou de um estudo de reconhecida qualidade/importância;



Introdução de uma nova temática ou de uma abordagem inovadora;



Inclusão nos catálogos bibliográficos da Biblioteca Nacional e/ou da Biblioteca Central da Marinha;



Referência em dicionários/enciclopédias ou em trabalhos de outros autores;

56

Naturalmente, admitimos a subjectividade deste termo.

57

Por norma, não incluímos, nesta selecção, a Revista da Armada, por se tratar, essencialmente, de uma revista de divulgação, sem pendor científico ou académico, o que não nos impede de reconhecer a qualidade de muitos artigos ali publicados, boa parte dos quais redigida por autores que figuram na nossa lista.

35



Titularidade de membro/sócio da Academia das Ciências, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Academia de Marinha, da Academia Portuguesa de História ou de instituição de prestígio equivalente

Para o efeito, começámos por construir, de memória, uma lista básica de autores de renome que, numa primeira aproximação, nos pareceram a escolha mais óbvia. Em seguida, procurando, na medida do possível, evitar lacunas na nossa pesquisa, consultámos, de forma sistemática, por temas/assunto, os catálogos da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Central da Marinha e os índices dos Anais Marítimos

e Coloniais, da Revista Militar e dos Anais do Clube Militar Naval, assim como as listas bibliográficas fornecidas aos alunos do Mestrado em História Marítima, sem esquecer as listas de membros da Sociedade de Geografia, da Academia das Ciências e da Academia de Marinha. Fomos, assim, pouco a pouco, adensando a nossa lista, à qual, ao longo dos últimos sete anos, se foram acrescentando alguns nomes com que nos deparámos nas referências dos nossos estudos e trabalhos escritos. É provável que alguns leitores detectem a falta de alguns nomes sonantes da área cultural da Marinha. No entanto, relembramos, esta lista centra-se na actividade desenvolvida no âmbito da História Marítima e na respectiva relevância, sendo que muitos dos escritos que encontrámos tiveram de ser por nós filtrados, não por falta de qualidade mas por terem

um

carácter

mais

divulgativo/descritivo

do

que

de

pesquisa/aprofundamento/discussão. Para cada autor identificado, e de modo a enquadrar a respectiva Obra, procurámos redigir uma síntese biográfica sucinta, baseada, sobretudo, em artigos e estudos já publicados (até porque muitos autores justificam – ou já justificaram – a elaboração de monografias dedicadas) e recorrendo à pesquisa documental apenas para complementar as lacunas mais evidentes. Em compensação, fizemos questão de ser o mais exaustivos possível na lista bibliográfica de cada autor, que, no âmbito do presente estudo, nos pareceu ser a informação mais importante. Para o efeito, percorremos, uma vez mais, os índices e os catálogos bibliográficos atrás mencionados (desta vez por autor), o que, decerto, não terá evitado falhas pontuais. Um critério por nós seguido foi o de não mencionar reimpressões ou publicações múltiplas da mesma obra – com excepção de edições em língua estrangeira –, privilegiando os títulos publicados sob a forma de livro em relação às séries de artigos, os livros e separatas em relação aos artigos (a menos que aqueles sejam muito mais tardios em relação a estes) e as edições originais em relação às reimpressões (razão pela qual estas 36

biobibliografias, que têm, essencialmente, carácter histórico, não devem ser consideradas guias bibliográficos, embora possam constituir uma razoável referência nesse campo). Também optámos por não incluir prefácios, introduções ou comentários a trabalhos de outros autores, a menos que o seu conteúdo os torne especialmente relevantes. Há que referir que boa parte dos autores da nossa lista não dedicou, de modo exclusivo, a sua produção intelectual à História Marítima, surgindo esta muitas vezes no meio de outros estudos, eventualmente complementando-os ou deles recebendo contributos. Optámos, por isso, em manter nas respectivas bibliografias trabalhos de outra natureza, o que, na nossa opinião, ajuda a enquadrar a sua Obra, ou não fosse a interdisciplinaridade uma característica por demais desejável no estudo da História.

37

Manuel Inácio da Costa Quintela (1763-1838) Nascido em Lisboa em 1763, Manuel Inácio da Costa Quintela concluiu o curso na Academia Real da Marinha em 1791. Voluntário no serviço naval, teve uma rápida progressão na carreira, sendo nomeado, decorridos apenas 6 anos desde o seu ingresso na Armada, para comandar uma fragata integrada na esquadra enviada em 1798 para o Mediterrâneo sob as ordens do Marquês de Nisa. Em 15 de Maio de 1801, no comando da corveta “Andorinha”, ganhou nome no renhido e desigual combate travado, ao largo da Baía, contra a fragata francesa “Le Chiffone”, que tinha mais do que o dobro do seu poder de fogo. Tendo apresentado a sua rendição só depois de ter esgotado a sua capacidade combatente, recebeu tratamento honroso da parte do inimigo, que lhe restituiu o navio, desequipado de armas e instrumentos mas com bandeira e flâmula. Seis anos mais tarde, como comandante da nau “Afonso de Albuquerque”, acompanha ao Brasil a Família Real. Prosseguindo a sua rápida ascensão, chega ao posto de Vice-Almirante em 1812. Serve como Almirante-General às ordens do infante D. Carlos, ascende a MajorGeneral da Armada e, a 24 de Fevereiro de 1821, é nomeado Ministro do Reino. Regressa a Lisboa com o Rei, assumindo, então, o cargo de Ministro da Marinha até se dar o golpe da Vilafrancada, em Maio de 1823. Em 31 de Julho de 1826, após o juramento da Carta Constitucional, retoma a pasta, retirando-se no fim desse ano por divergências com o novo governo. Nos últimos anos da sua vida dedica-se à escrita dos Annaes da Marinha

Portuguesa, narração concisa e abrangente das batalhas navais, conquistas e viagens dos portugueses. Completa dois dos três volumes inicialmente projectados, os quais cobrem o período que vai desde o governo do Conde D. Henrique até 1610 e cuja publicação, pela Academia Real das Ciências (entre 1839 e 1840), é levada a efeito já depois da sua morte, ocorrida em Lisboa a 6 de Dezembro de 1838. Entre outras honras, Quintela era condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada. Era, ainda, sócio honorário da Academia das Ciências e membro do Conservatório de Lisboa. No tempo livre que o serviço lhe deixava, cultivava a poesia, tendo convivido com alguns dos mais conhecidos escritores da época. São-lhe atribuídas, neste âmbito, algumas obras inéditas, entre as quais uma tradução em verso da Eneida. São, 38

também, consideradas da sua lavra a versão portuguesa de várias odes de Horácio, publicadas sem o nome do tradutor nos Annaes da Sciencia, das Artes e das Letras, entre os tomos VIII e XVI. Bibliografia 

Relatório Acerca do Combate Entre a Corveta Andorinha e a Fragata Francesa Le Chiffone, nos Mares do Brasil no Dia 19 de Maio de 1801 [Manuscrito], s.d.



Annaes da Marinha Portugueza, 2 vols., Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1839-1840

Fontes/Estudos 

PORTUGAL



DICIONÁRIO

HISTÓRICO,

COROGRÁFICO,

HERÁLDICO,

BIOGRÁFICO, NUMISMÁTICO E ARTÍSTICO, vol. VI, Lisboa, João Romano Torres, 1912, pp. 60-61, (Inácio da Costa QUINTELA)

39

(Quadro da Galeria dos Comandantes da Escola Naval)

José Maria Dantas Pereira (1772-1836) Nasceu em Alenquer a 1 de Outubro de 1772 e assentou praça na Companhia Real de Guardas-Marinhas, como aspirante a guarda-marinha, aos 15 anos, em 10 de Setembro de 1788. Completando o curso com distinção, foi promovido a guardamarinha a 18 de Janeiro de 1789, sendo imediatamente nomeado professor do infante D. Pedro Carlos de Bourbon, por escolha pessoal do Príncipe Regente, que assistira aos seus exames finais. Foi promovido a Tenente de Mar ainda no final daquele ano. Nomeado chefe da 2ª Brigada dos Guardas-Marinhas a 20 de Janeiro de 1790, assume, a 16 de Outubro, as funções de lente de Matemática na Academia Real de Guardas-Marinhas. Ainda nesse ano, embarca na Fragata “Cisne”, para instrução e ensino dos futuros oficiais. É promovido a Capitão-Tenente em 20 de Outubro de 1796 e a Capitão-deFragata a 11 de Março do ano seguinte (com apenas 25 anos de idade). A promoção a Capitão-de-Mar-e-Guerra vem a 12 de Janeiro de 1801, apanhando-o já como Segundo Comandante da Companhia. Paralelamente, dedica-se, na Sociedade Real Marítima, ao estudo e elaboração das cartas hidrográficas, bem como à preservação do acervo documental daquela instituição. O seu cunho também se faz sentir no estabelecimento do “Depósito de Escritos Marítimos”, que, por decreto de 1 de Abril de 1802, funcionará como biblioteca da Companhia. Todo esse trabalho está patente na colectânea Escritos Marítimos e

Académicos (Lisboa, 1828), que tem o cuidado de reunir, com o objectivo de veicular as suas ideias sobre a reforma e modernização da Marinha Portuguesa no século XIX.

40

Em 1807, nas vésperas da 1ª Invasão Francesa, Dantas Pereira é nomeado Director de Estudos da Academia Real dos Guardas-Marinhas. Quando a Esquadra, no Tejo, se prepara para transportar a família Real para o Brasil, o novo Director tem o cuidado de organizar o embarque da Companhia Real dos Guardas-Marinha e da sua Academia, que acompanharão a Corte, e todo o acervo, didáctico e documental que se encontrava no valioso “Depósito de Escritos”, tal como todo o material que estava à guarda da Sociedade Real Marítima. Chegado ao Brasil, trata imediatamente de consolidar as estruturas da Real Academia da Marinha, instalando-a no mosteiro de São Bento. Por outro lado, deposita no Arquivo Militar do Rio de Janeiro a colecção de cartas hidrográficas, acompanhadas de um inventário detalhado dos documentos que lá se encontravam. Atingindo o posto de Chefe de Divisão ainda em 1807, regressou a Portugal em 1819 como membro do Conselho do Almirantado. Nesse mesmo ano é agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Cristo, de que era já Cavaleiro desde 1803. Entre 1820 e 1823, período de grande agitação política, desempenha as funções de Conselheiro de Estado. Casa, a 24 de Junho de 1823, com D. Maria Eugénia Cunha, que lhe dará nove filhos, Durante o governo absolutista de D. Miguel, passa a ter, a partir de 1828, um lugar na Assembleia dos Três Estados como representante da Nobreza, sendo ainda nomeado para diversas comissões especiais encarregadas dos processos dos presos políticos. O fim da guerra civil, em 1833, com a vitória dos liberais, leva Dantas Pereira a partir para o exílio: primeiro para Inglaterra e em seguida para França, falecendo em Montepellier a 22 de Outubro de 1836. A par da sua notável carreira naval, José Maria Dantas Pereira foi um académico de reconhecidos méritos. Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa em 1792, e efectivo em 1823, veio a ser eleito seu Secretário-Geral, cargo que desempenhou até 1833. Foi também membro (desde 1827) da Sociedade Filosófica de Filadélfia. Publicou múltiplos estudos, versando sobre Hidrografia, Matemática, Literatura, História e organização da Marinha. As suas “Noções de Legislação Naval Portuguesa até 1820”, publicadas em três volumes, entre 1824 e 1832, registam cronologicamente toda a legislação da Marinha desde 1450.

41

Bibliografia 

Curso de Estudos para Uso do Commercio, e da Fazenda. Primeiro Compendio, que Trata da Arithmetica Universal, Lisboa, Regia Officina Typografica, 1798



Memoria sobre um Projecto de Pasigraphia, Lisboa, Offi. da Casa Litteraria do Arco do Cego, 1800



Elogio Historico do Senhor D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, Infante de Hespanha e Portugal, Rio de Janeiro, Impr. Regia, 1813



Bosquejo de hum Quadro Synoptico Civil Mediante o Qual Poderemos Conhecer e Avaliar os Homens e as Naçoens com Acerto e Facilidade, Rio de Janeiro, Imp. Regia, 1814



Escritos, Rio de Janeiro, Impr. Regia, 1816



Reflexões sobre a Organisação da Suprema Authoridade Naval Portugueza, Lisboa, Imprensa Nacional, 1821



Reflexões Sobre a Marinha ou Discurso Demonstrativo do Esboço da Organisação e Regime da Repartição Naval Portugueza, Lisboa, Imp. Nacional, 1821



Esboço da Organização e Regime da Marinha Conforme Convem aos Dictames da Razão, Lisboa, Impr. Nacional, 1821



Diversões Métricas e Dramáticas..., Appendice as Diversões Metricas... ou o Beneficio Anonimo, comedia em 3 actos e em prosa, Lisboa, Impressão Regia, 1824



Noções de Legislação Naval Portugueza até ao Anno 1820, Lisboa, Imp. Regia, 1824-1832



Carta Demonstrativa de que Felizmente Ainda Basta Combinar a Melhor Receita com a Melhor Despeza, para Conseguirmos Anniquilar as Dividas Publicas de Todas as Classes e Pagar a Proposito os Serviços Convenientes, sem se Tirar a Pessoa Alguma nem hum Seitil, Lisboa, Imp. Regia, 1828



Escritos Maritimos e Académicos a Bem do Progresso dos Conhecimentos Uteis, e Mormente da Nossa Marinha Indústria e Agricultura, Lisboa, Imp. Regia. 1828



Memoria sobre Bloqueio e Prezas, Lisboa, Imp. Regia, 1831



Memoria para a Historia do Grande Marquez de Pombal no Concernente à Marinha, Sendo a de Guerra o Principal Objecto Considerado, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1832

42



Modelo de hum Diccionario de Algibeira Polyglotto e Passigraphico = Modèle d'un Dictionnaire de Poche Polyglotte et Passigraphique, Paris, [s.n.], 1835

Fontes/Estudos 

FONSECA, Henrique Alexandre da, “Dantas Pereira: Comandante da Companhia de Guardas-Marinhas e Director da sua Academia em Portugal e no Brasil”,

Revista da Armada, nº 156, Setembro de 1984, pp. 10-11 

GUEDES, Max Justo, Bicentenário do Chefe-de-Esquadra José Maria Dantas

Pereira, sep. de Memórias da Academia de Ciências de Lisboa, Classe de Ciências, nº17, 1974 

VALENTIM, Carlos Baptista, ”Chefe-de-Esquadra José Maria Dantas Pereira (1772-1836) Patrono do Curso de 1994”, Patronos dos Cursos Tradicionais da

Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 397-402

43

(Litografia de J. McPhail, 1856[?])

José Joaquim Lopes de Lima (1797-1852) Nasceu no Porto, por volta de 1797. Emigrou para o Brasil em 1820, tendo regressado a Portugal para integrar, como oficial de Marinha, as forças liberais. Em duas promoções sucessivas, passou, no espaço de três meses, de Segundo-Tenente a Capitão-Tenente (1833). Viria a atingir o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra. Foi Governador Civil de Aveiro entre 1835 e 1836, e em 1840 foi nomeado Governador da Índia. Apesar de ter levado a cabo importantes reformas administrativas, a sua passagem de dois anos por esta província foi considerada desastrosa, granjeando-lhe fama de incompetência. Durante os governos de Costa Cabral, de quem era partidário, foi deputado e Conselheiro de Estado. Tendo sido autor de uma importante obra sobre as estatísticas coloniais, escreveu também sobre Teatro, Literatura e História, sobressaindo o seu estudo sobre a descoberta e colonização do Congo pelos Portugueses entre os séculos XV e XVII. Foi membro da Associação Marítima e Colonial, tendo desempenhado o cargo de presidente da comissão de redacção dos Anais Marítimos e Coloniais. Em 1851 tornou-se o primeiro Governador da recém-criada província de Solor e Timor, até aí dependente do governo de Macau. Numa altura delicada, em que holandeses e portugueses disputavam territórios na região, coube-lhe presidir à representação portuguesa na comissão conjunta encarregue de proceder à delimitação territorial. Durante as negociações, concordou em ceder à Holanda a 44

ilha das Flores e o arquipélago de Solor, recebendo Portugal, como contrapartida, o enclave holandês de Maubara e 200 mil florins em dinheiro (algo cuja necessidade se fazia desesperadamente sentir na província). A notícia deste acordo não foi bem recebida em Lisboa, tendo Lopes de Lima sido destituído do cargo e mandado regressar, sob prisão, à Metrópole. Faleceu durante a viagem de regresso, em Batávia (Jakarta), a 8 de Novembro de 1852. Bibliografia 

Jornal da Viagem de José Joaquim Lopes de Lima de Goa para Lisboa por Bombaim, Suez, Alexandria e Malta em 1842, Lisboa, Impr. de Galhardo e Irmãos, 1843



Ensaios Sobre a Estatística das Possessões Portuguezas na África Occidental e Oriental, na Ásia Occidental, na China e na Oceania: Escriptos de Ordem do Governo de Sua Magestade Fidelissima a Senhora D. Maria II, Lisboa, Imprensa Nacional, 1844-1862



Descobrimento e Posse do Reino do Congo pelos Portugueses no século XV: sua Conquista por as Nossas Armas no século XVI: e Sucessos Subsequentes até o Começo do século XVII, Lisboa, Impr. Nacional, 1845

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livro-Mestre do Corpo da Armada Real, nº 380, tomo 4-1800, fl. 80 v.

45

(litografia publicada no 3º volume dos Quadros Navaes – 2ª impressão, 1863)

Joaquim Pedro Celestino Soares (1793-1870) Nasceu em Lisboa a 8 de Junho de 1793. Tendo ingressado na Academia Real da Marinha em 1815, entrou para a Companhia de Guardas-Marinhas no Rio de Janeiro. Efectuou a sua primeira viagem em 1819, a bordo da fragata “Sucesso”. Regressado a Portugal, embarcou em vários navios, fazendo várias deslocações ao Ultramar. Em Julho de 1832, ao regressar de uma viagem, embarcou clandestinamente num navio inglês e juntou-se às forças constitucionais cercadas no Porto. Durante o cerco desta cidade comandou as escunas “Terceira” e “Graciosa”, a esquadrilha de canhoneiras do Douro e as baterias do Terreiro e da Vitória, sendo, pelos serviços prestados, agraciado por D. Pedro IV com o grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada. Ainda durante a Guerra Civil, foi nomeado comandante da escuna “Amélia”, que participava no bloqueio da costa. Chamado às funções de chefe do distrito marítimo da Aveiro, foi eleito deputado em 1834. Participou activamente na revolução de Setembro de 1836, sendo enviado à Índia, pouco tempo depois, comandando uma expedição destinada a pacificar uma rebelião. Incompatibilizando-se com o Governador, rebelou-se contra este, o que lhe valeu o julgamento em conselho de guerra. Absolvido, recebeu o comando da fragata “Rainha”.

46

Tendo ganho as simpatias dos portugueses residentes na Índia, foi duas vezes eleito seu representante no Parlamento, tendo ainda sido deputado por Castelo Branco. Envolvido na revolta da Patuleia, em 1846, esteve preso a bordo da fragata “Diana”, sendo amnistiado por ocasião da Convenção de Gramido, no ano seguinte. Entre 1851 e 1866, foi Director da Escola Naval e do Museu da Marinha, a ela agregado, após o que transitou para o Supremo Tribunal de Justiça Militar. Reformado como Contra-Almirante, faleceu em Lisboa, a 7 de Agosto de 1870. Estudioso da História Marítima, publicou, entre 1851 e 1853, a obra Bosquejo

das Possessões Portuguesas no Oriente, em dois volumes, que lhe fora encomendada pelo Governo. Dedicou-se também à literatura em verso e em prosa, tendo editado a colecção de folhetins Quadros Navais (1845) – que, misturam as memórias do autor com relatos de façanhas do passado – e o livro poético Romance Patrio Marítimo (1870). Foi colaborador de vários periódicos, entre os quais o Patriota e a Gazeta de Portugal. Destaque, ainda, para o seu “Itinerário de Bombaim a Lisboa”, publicado no Diário do

Governo em 1838, o qual, segundo o autor, foi o primeiro do genro publicado em língua portuguesa. Era sócio efectivo da Academia Real das Ciências e sócio de mérito da Academia de Belas-Artes de Lisboa. Bibliografia 

Projecto de hum Farol Facho para a Barra de Aveiro [Manuscrito], 1814, Memória oferecida pelo autor à Academia Real das Sciencias de Lisboa, 1814



“Itinerário de Bombaim a Lisboa, Atravessando o Egipto desde Suez até Alexandria”, Diário do Governo, Lisboa, 26 de Julho de 1838, pp. 744-745



Quadros Navaes ou Collecção dos Folhetins Marítimos Publicados no Patriota, Lisboa, Typ. de António Joaquim da Costa, 1845.



Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente ou Resumo de Algumas Derrotas da Índia e da China, 2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1851-53



Romance Patrio Maritimo em Quatro Estancias, em Quadras de Dupla Rima Offerecido ao Illmo. Snr. Pedro Wenceslao de Brito Aranha, Lisboa, Typ. da Academia, 1870

47

Fontes/Estudos 

COSTA, Abel Fontoura da, O Contra-Almirante Joaquim Pedro Celestino Soares:

Estudo Biographico, Lisboa, Typ. de Empreza da História de Portugal, 1902 

RODRIGUES, Manuel Sarmento, Celestino Soares: Marinheiro, Patriota,

Humanista e Escritor, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1972

48

Joaquim José Gonçalves de Matos Correia (1801-1879)58 Nasceu em 1801. Oficial de Marinha, combateu pelas forças liberais durante a guerra civil entre D. Pedro IV e D. Miguel, tendo comandado os vapores “Jorge IV” e “Lord das Ilhas”. Foi sócio fundador e dirigente da Associação Marítima e Colonial (1839-1846), tendo, feito parte da Comissão de Redacção dos Anais Marítimos e Coloniais. Foi um dos pioneiros do estudo da primazia dos descobridores portugueses (um pouco na senda do Visconde de Santarém) na América do Norte, com um trabalho publicado nos Anais Marítimos e Coloniais entre Abril e Julho de 1841, no qual analisa as fontes referentes à descoberta da Terra Nova e defende que esta foi uma consequência natural do plano de descobertas traçado pelo Infante D. Henrique. Membro da Maçonaria, foi Grão-Mestre da Grande Loja Provincial de Portugal da Grande Loja da Irlanda entre 1871 e 1872. Foi, também, sócio da Revista

Militar. Reformado como Contra-Almirante, faleceu em 1879. Bibliografia 

Descrição das Máquinas a Vapor e sua Applicação à Navegação para Uso dos Alumnos da Marinha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1842



Memória Sobre o Limite de Velocidade Util dos Navios Mareados à Bolina a Fim de Ganhar Barlavento, Lisboa, Imprensa Nacional, 1849



“Acerca da Prioridade das Descobertas Feitas pelos Portugueses nas Costas Orientais da América do Norte”, Annaes Maritimos e Coloniaes, nº 6, Abr.1841, pp. 269-282; nº 9, Jul.1841, pp. 423-433

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Este autor fica um pouco aquém dos critérios de escolha por nós seguidos para a elaboração desta lista. No entanto, optámos por incluí-lo devido à escassez de produção historiográfica naval no período em que viveu e pela originalidade do seu estudo sobre as prioridades das descobertas portuguesas na América do Norte, que o colocam na senda dos trabalhos pioneiros do Visconde de Santarém.

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Fontes/Estudos 

ANNAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, “Contra-Almirante Joaquim José Gonçalves de Matos correia”, (notícia necrológica), vol. 9, 1879, pp. 181183



ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livro-Mestre do Corpo da Armada Real, nº 380, tomo 4-1800, fl. 150

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Carlos André Testa (1823-1891) Filho de um genovês e de uma piemontesa, nasceu em Lisboa em 1823, tendo ingressado na Armada em 1839. Promovido a Guarda-Marinha em 1843, serviu, nos primeiros anos, na costa ocidental africana, combatendo o tráfico negreiro. Em 1856, já como Segundo-Tenente (posto a que fora promovido nove anos antes), foi louvado pela sua acção no combate a um incêndio que deflagrara a bordo do brique “Cearense”, onde estava embarcado. Entre 1859 e 1862, prestou serviço como ajudante de ordens do Ministro da Marinha, após o que foi nomeado comandante interino da corveta “Sá da Bandeira”. Foi promovido a Primeiro-Tenente em 1869. Por essa altura, já os seus estudos o creditavam como um especialista na área do Direito Internacional Marítimo (área eventualmente aprofundada durante a sua participação no combate ao tráfico de escravos). Nessa qualidade, tornou-se, em 1864, o primeiro professor dessa cadeira na Escola Naval, no âmbito da qual se iniciaram também as lições da disciplina de História Marítima (em que a História surge como sustento

das

pretensões

jurídicas

portuguesas

no

quadro

das

conferências

internacionais). Atinge a categoria de Oficial Superior em 1866. Promovido a Capitão-deFragata em 1873, comandou o transporte “África” entre os dias 10 e 15 de Julho desse ano, num trânsito entre Inglaterra e Portugal. Chega a Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1879, atingindo, onze anos mais tarde, o posto de Contra-Almirante. Faleceu em Lisboa em 1891.

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Sócio fundador e grande dinamizador do Clube Militar Naval, publicou trabalhos sobre vários assuntos de temática marítima, nomeadamente Direito Marítimo, Material Naval, História Marítima e Arte da Guerra, tendo também abordado o tema da influência europeia em África e a problemática das grandes transformações que a Marinha atravessou em finais do século XIX. Bibliografia 

Breves Considerações Ácerca da Navegação por Vapor: em Relação á Força das Machinas, Economia do Combustivel e Extensão das Viagens, Lisboa, Imprensa Nacional, 1860



Considerações Sobre os Navios de Guerra: em Relação aos Systemas de Construcção e Armamento e sua Efficiencia para o Ataque e Defeza , Lisboa, Imp. de Joaquim Germano de Sousa Neves, 1864



Lord Palmerston: a Opinião e os Factos, Lisboa, Typ. Soc. Typ. FrancoPortuguesa, 1865



Inconveniencias e Contradições no Julgamento da Política dos Estados e Conducta dos Governos, Lisboa, Typ. G. M. Martins, 1866



Quadros Vivos da Politica ou Justificação de Descrentes e Desenganos de Iludidos, Lisboa, [s.n.], 1869



A conquista de Roma ou o Final da Obra, Lisboa, Imp. de J. G. de Sousa Neves, 1870



Sobre a Punição dos Crimes, Lisboa, [s.n.], 1874



A Artilharia Moderna e a Canhoneira de Peça Fixa e sua Importancia para a Defensa dos Portos, Lisboa, [s.n.], 1879



A Influência Europea na Africa Perante a Civilisação e as Relações Internacionaes: considerações acerca do tratado de 30 de Maio de 1879 denominado de "Lourenço Marques", Lisboa, Typ. Universal, 1880



A Política Intercolonial e Internacional e o Tratado de Lourenço Marques, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1881



Principios Geraes e Regras Praticas de Direito Internacional Marítimo, Lisboa, Typ. Universal, 1882



A Egreja das Chagas: Recordações, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1883

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Phases e Factos Notaveis da Historia Maritima, Lisboa, Typ. Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1885



As Transformações na Arte da Guerra Naval com Relação ao Sistema de Navios e aos Modernos Meios de Ataque e Defesa, Lisboa, Tip. Universal, 1886



Portugal e Marrocos Perante a Historia e a Politica Europea, Lisboa, Typ. Universal, 1888



Verdades Amargas Sobre Questões Sociais, Lisboa, Typ. Universal, 1888



Incidentes da Politica Externa de Portugal ou Titulos de Recommendação na Escolha das suas Alianças, Lisboa, Typ. Universal, 1890



Conflitos Internacionaes e Diferentes Phases de Ultimatums, Lisboa, Typ. Universal, 1890



Questão de Preferências na Aquisição de Navios de Guerra, Lisboa, Typ. Universal, 1890



Artigos Dispersos Sobre Assumptos Varios, Lisboa, Tip. Universal, 1891

Fontes/Estudos 

VALENTIM, Carlos Baptista, ”Carlos Testa”, Patronos dos Cursos Tradicionais da

Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 403-406

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Filipe Marx de Sori (1833-1914) Nasceu em 1833 e, com apenas 10 anos, assentou praça na Marinha como aspirante de 3ª classe. Foi promovido a Guarda-Marinha em Outubro de 1852 e a Segundo-Tenente quatro anos depois. Embarcou na nau “Vasco da Gama”, nas fragatas “D. Maria II” e “D. Fernando”, nas corvetas “Porto”, “Goa” e “Sagres” e nos vapores “Conde do Tojal”, “Duque de Saldanha” e “Mindelo”. Cumpriu uma estação naval em África entre 1856 e 1860, tendo sido louvado e condecorado em virtude do seu desempenho, de que se destaca o apresamento da barca negreira “Velha Anita”, que conduziu para Luanda, e a substituição do padrão erigido por Diogo Cão na foz do Zaire. Em 1861 tornou-se instrutor de Artilharia da Escola Naval e no ano seguinte foi nomeado para as funções de Oficial às Ordens do Ministro da Marinha, conselheiro José da Silva Mendes Leal. Em 1864 foi encarregue, pelo Ministro, de redigir um tratado sobre Direito Marítimo Internacional e História Marítima das diversas nações. Dois anos depois foi nomeado vogal do Conselho Geral de Estatística do Reino. Nesse mesmo ano integrou também o Conselho de Aperfeiçoamento da Escola Naval. Depois de prestar, durante vários anos, serviço na Direcção-Geral de Marinha, foi nomeado bibliotecário da Escola Naval, cargo em que se reformou, como Contra-Almirante, em 1895. Com vários trabalhos publicados na imprensa periódica, é de destacar o seu estudo Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos XV e XVI, de 1867, que lhe valeu a entrada, como sócio correspondente, na Academia Real das Ciências. Foi sócio fundador do Clube Militar Naval.

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Era condecorado com os graus de Cavaleiro das Ordens de Cristo, de Nª senhora da Conceição, de S. Bento de Avis, e da Torre e Espada, tendo, ainda, sido agraciado como Oficial da ordem italiana de S. Maurício e S. Lázaro. Faleceu em 1914. Bibliografia 

Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos XV e XVI: causas que os determinaram, sua importância e consequências mais notáveis que d'elles resultaram, Lisboa, Typ. de Castro Irmão, 1867



“Novo Instrumento Horizontal para Achar a Altura do Sol a Qualquer Hora do Dia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6, 1876, pp. 61-63



“As Proas dos Navios”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6, 1876, pp. 97-99



“Máquinas de Vapor Simples e Mistas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 6, 1876, pp. 281-285



“Sinais de Noite”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 7, 1877, pp. 141-146

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, documentos avulsos, caixa 780-7-3



V.G.C., “Contra-almirante reformado Antonio Filipe Marx de Sori” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 45, 1914, pp. 377-382

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Pereira de Paiva e Pona (1849-1899) Nasceu na Lapa, em Lisboa, a 26 de Janeiro de 1849 e faleceu na mesma cidade (Alcântara) a 2 de Setembro de 1899. Assentou praça na Armada, como Médico Naval, em 1873, tendo tido oportunidade de percorrer o império português em várias missões de soberania e de presença naval. Vindo a atingir a categoria de Médico de 1ª Classe, foi, em 1893, nomeado Director do Hospital da Marinha. Muito interessado pelas explorações em território africano, foi membro fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa, em cujo boletim publicou vários artigos. Tendo sido co-autor de Plutarcho Portuguez: Colecção de Retratos e

Biographias dos Principaes Vultos Historicos da Civilisação Portugueza, publicado no Porto em 1881, colaborou também na redacção da obra De Angola à Contra-costa (1886), de Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens. O diagnóstico de uma nefrite crónica aguda em 1897, da qual viria a falecer dois anos mais tarde, interrompeu de forma abrupta a sua paixão pelas viagens. Erudito e eminente linguista, foi tradutor e autor de várias obras científicas e literárias, tendo agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Avis. Bibliografia 

Arte da Tachygraphia, Porto, Typographia Occidental, 1876



“O Canal do Panamá”, Anais do Club Militar Naval, nº 9, 1879, pp. 97-104



Infante D. Henrique, Porto, Typographia Occidental, 1881

56



Plutarcho Portuguez: Colecção de Retratos e Biographias dos Principaes Vultos Historicos da Civilisação Portugueza (co-autor), E. Biel & Cia., 1881



“Construcções navais no século XVII”, Anais do Club Militar Naval, nº 20, 1890, pp. 217-223 e 255-258



Les Champs d’Or (Afrique Portugaise), Lisboa, Academia Real das Sciencias, 1891



“O Clima de Tânger no Tratamento da Tísica Pulmonar”, Anais do Club Militar

Naval, nº 21, 1891, pp. 337-359 

“Uma Batalha Naval nos Açores”, Anais do Club Militar Naval, nº 21, 1891, pp. 593-614



Primeiros Trabalhos dos Portuguezes no Monomotapa: O Padre D. Gonçalo de Silveira, 1560, memória apresentada à 10ª Sessão do Congresso Internacional dos Orientalistas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892



Talent de Bien Faire: O Infante D. Henrique, número único comemorativo das festas do 5º centenário da cidade do Porto, Porto, Typographia Occidental, 1894

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livros mestres I/84/129/188 e II/11; Caixas 800 e 802;



PONA, Diogo Paiva e, Paiva e Pona de Trás-os-Montes, Genealogias, [s.l., 2010, s.n.],

pp.

57-61

(consultado

em

http://genealogias.info/1/upload/historia_ponas_2010.pdf) 

SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 20, p. 26 (PAIVA E PONA, António Pereira de)

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

João Braz de Oliveira (1851-1917) Nasceu em Lisboa no ano de 1851. Tendo ingressado na Marinha aos 18 anos, iniciou, em 1872, como GuardaMarinha, o período de treino em que deveria cumprir três anos de embarque fora dos portos do Continente e do Reino. Nesse período embarcou nas corvetas “Duque da Terceira”, “Sá da Bandeira” e “D. João I”, todas em comissão de serviço em Angola. Em Dezembro de 1875 inicia a especialização em Artilharia a bordo da fragata “D. Fernando II e Glória”, passando, no ano seguinte, à Escola Naval como instrutor de Artilharia e de Infantaria. Em 1881 embarca novamente na corveta “Duque da Terceira” e depois, como Imediato, na canhoneira “Sado”, participando nas últimas missões de combate ao tráfico de escravos nas costas africanas. Depois de regressar à “D. Fernando”, como instrutor, e de uma rápida passagem pelo transporte “Índia”, inicia, em 1884, a sua carreira docente na Escola Naval, como professor auxiliar de Desenho de Hidrografia (no qual introduz novas técnicas gráficas), de Construção Naval e de Máquinas. Três anos mais tarde torna-se professor efectivo. Em 1904, já como Capitão-de-Mar-e-Guerra, assume a regência da recémcriada 11ª Cadeira – Ciência da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica do Combate Naval. Promovido a Contra-Almirante em 1913, acumula, três anos depois, as suas funções de lente da Escola Naval com as de professor dos Oficiais do Exército a frequentar o curso de Estado-Maior.

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Aliando o gosto pela escrita aos seus sólidos conhecimentos profissionais, publica, entre 1871 e 1917, vários artigos nos Anais do Clube Militar Naval, na sua maior parte dedicados à Artilharia, ao Desenho e à Arte da Guerra. O interesse pela História, com especial destaque para a Arqueologia Naval, surge ligado à sua aptidão para o desenho rigoroso e para o minucioso estudo dos navios. Em 1887, no artigo “Navios Portugueses do Tempo dos Descobrimentos e Conquistas”, publicado na Revista Portuguesa Colonial e Marítima, dá a conhecer ao público o provável aspecto das barcas, barinéis, caravelas, naus, galeões, fustas e galés dos séculos XV e XVI. Em 1894 profere no Clube Militar Naval uma conferência subordinada ao tema “Os Navios das Descobertas”, em que, devidamente sustentado pelo estudo de diversas fontes, descreve pormenorizadamente a construção, o aparelho e o armamento dos diferentes tipos de navios do período da Expansão. O texto da palestra seria reimpresso em 1940, significativamente enriquecido com quinze ilustrações da sua autoria. E aqui é importante referir que os seus apurados desenhos à pena e as suas aguarelas virão, durante muitos anos, a constituir uma incontornável referência na reconstituição gráfica das naves das Descobertas. Em 1896 publica outro trabalho relacionado com o tema: Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que

Pertenceram ao Museu da Marinha, o qual permitirá a reconstrução dos modelos de navios destruídos num incêndio ocorrido na Escola Naval em 1916. As biografias de personagens ilustres é outro assunto a merecer a sua atenção e o seu rigor, sendo exemplo o “Elogio Histórico do Contra-Almirante Celestino Soares”, que abre o primeiro volume do Anuário da Escola Naval e da Escola Auxiliar de Marinha, de 1913, a cuja comissão presidiu. Criado em meio literário e com acesso à rica biblioteca do seu pai, cultiva, paralelamente, o exercício das Letras, tendo chegado a integrar uma tertúlia da qual faziam parte distintos literatos da época, como Alexandre Herculano. A sua veia literária traduz-se em vários contos como as Narrativas Navais (1908) e “Gente Portuguesa”, uma série de episódios publicados nas páginas do jornal A Capital durante os anos da Grande Guerra e que conheceriam uma significativa popularidade junto do público. O género lírico, de pendor marcadamente patriótico, é outra vertente que explora com sucesso, dando à estampa a Xácara dos Pilotos, lançada em 1899, no âmbito das comemorações da chegada de Vasco da Gama à Índia, e a Xácara do

Brasil, editada no ano seguinte, numa homenagem à viagem de Pedro Álvares Cabral. Em 1917, ano em que se estabelecem, por lei, os 65 anos como idade limite para a passagem à Reforma no posto de Contra-Almirante, Braz de Oliveira é obrigado 59

a deixar as suas funções docentes. Pouco tempo depois, adoece. Falece no dia 12 de Setembro, data marcada para a sua substituição na Escola Naval. Bibliografia 

“O Novo Mundo”, Anais do Clube Militar Naval, nº 7, Lisboa, 1877, pp. 209-219



Algumas Palavras Acerca da Marinha Portugueza: e da sua Influência na Prosperidade da Nação, Lisboa, Typ. Sousa Neves, 1885



Marinha Portuguesa, Biblioteca do Povo e das Escolas, 149, Lisboa, David Carazzi, 1887



Os Navios de Vasco da Gama, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1892



Noções de Manobra dos Navios, Lisboa, Livr. Nacional e Estrangeira, 1893



Influência do Infante D. Henrique no Progresso da Marinha Portugueza: Navios e Armamentos, Lisboa, Imp. Nacional, 1894



Marinha Portuguesa no Tempo dos Franceses: Centenário da Guerra da Peninsula, Lisboa, [s.n.], 1894



Modelos de Navios Existentes na Escola Naval que Pertenceram ao Museu de Marinha: Apontamentos para um Catálogo, Lisboa, Imprensa Nacional, 1896



A Xácara dos Pilotos, Biblioteca da Revista Portuguesa Colonial e Marítima, Lisboa, Ferin, 1899



“A Xácara do Brasil”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, Lisboa, 1900



Da Utilidade do Desenho no Ensino Naval: Oração Lida na Sessão Solene de Abertura das Aulas da Escola Naval em 8 de Novembro de 1900, Lisboa, Imprensa Nacional, 1900



Apparelho e Manobra dos Navios, Lisboa, Liga Naval Portuguesa, 1902



O Contra-Almirante Joaquim Pedro Celestino Soares: Estudo Biographico, Lisboa, Typ. de Empreza da História de Portugal, 1902



“Padrão do Zaire”, Anais do Clube Militar Naval, nº 36, Lisboa, 1905, pp. 72-78



Arte da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica Naval, Lisboa, Escola Naval, 1906



Campos Rodrigues: Discurso Pronunciado por Ocasião da Inauguração do seu Retrato no Club Militar Naval em 12 de Março de 1906, Lisboa, J. P. Pinheiro, 1906



Narrativas Navaes, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1908 60



Arte da Guerra e Fortificação: sua Importância Durante as Invasões Francesas em Portugal, centenário da Guerra Peninsular, Lisboa, Escola Naval, 1910



Gente Portuguesa, Lisboa, Casa Portuguesa, 1918



Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência feita em 23-11-1894 no Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da Marinha, 1940

Fontes/Estudos 

EÇA, Vicente Almeida d’, O Contra-Almirante João Braz d´Oliveira, separata dos

Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Setembro de 1917 

FONSECA, Henrique Quirino, “No Abismo: ao Seu Camarada e Professor João Braz de Oliveira”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 2, nº 4, Lisboa, Abril de 1903, pp. 60-64



PINTO, José Luís Leiria, “O Almirante João Braz de Oliveira. Lente da Escola Naval. Homem das Letras e das Artes”, Revista da armada, nº 418, Lisboa, Abril de 2008

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(Retrato existente na Sociedade de Geografia de Lisboa)

Vicente de Moura Coutinho Almeida d’Eça (1852-1929) Nasceu no Porto a 15 de Agosto de 1852 e alistou-se na Marinha em 17 de Outubro de 1870. Nomeado Professor na Escola Naval em 1885, foi, durante 44 anos, lente da cadeira de Direito Internacional Marítimo (que integrava a História Marítima), tendo mantido as funções de docência mesmo depois da reforma por limite de idade, no posto de Vice-Almirante. Até 1896 foi vogal da Comissão Central de Pescarias, onde participou em vários estudos oceanográficos, tendo ainda desempenhado as funções de Director da Escola Superior Colonial. Foi deputado às Cortes e Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, além de Sócio de Honra da Academia das Ciências de Lisboa. Estudioso das pescas portuguesas, com especial incidência na vertente do Direito Internacional, participou em diversos congressos internacionais, tendo desempenhado um importante papel no estabelecimento de um tratado com a Espanha em assuntos de pesca. Mas foi, sobretudo, na História Marítima que se evidenciou. No meio de uma vasta produção, as suas Lições de Historia Maritima Geral, publicadas em 1895, mais do que uma bibliografia de base para os seus alunos, são uma verdadeira referência nacional naquela disciplina, constituindo o primeiro grande compêndio de História Naval universal em Portugal. Faleceu em Lisboa, a 10 de Novembro de 1929.

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Bibliografia 

Luís de Camões Marinheiro: Estudo, Lisboa, Empreza Horas Românticas, 1880



Historia Marítima, Biblioteca do Povo e das Escolas, Lisboa, David Corazzi, 1884



Do Exercício da Pesca Marítima: Questões de Direito Internacional: Dissertação para o Concurso à Quinta Cadeira da Escola Naval, Lisboa, Tip. Souza Neves, 1885



Contos sem Cor, Porto, Campos & Godinho Ed., 1885



Viagens e Descobrimentos Marítimos, Biblioteca do Povo e das Escolas, 115, Lisboa, David Corazzi, 1885



Trabalhos Hidrográficos no Ministério da Marinha e Ultramar: Parecer das Secções Reunidas Cartographia e Nautica sobre o Relatório e Proposta de Organização do Sócio Francisco Maria Pereira da Silva, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa, 1886



Viagens e Descobrimentos Terrestres, Biblioteca do povo e das escolas, 133, Lisboa, David Corazzi, 1886



Viagens e Descobrimentos Marítimos dos Portugueses, Biblioteca do Povo e das Escolas, 166, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1889



A Organização da Marinha de Guerra e as Últimas Reformas, Lisboa, Tip. Stereotypia Moderna, 1890



Quadros Synopticos, Chronologicos e Bibliographicos das Matérias Professadas na Cadeira de Direito Internacional Maritimo: Escola naval, Lisboa, Impr. Nacional, 1891



Nota

Sobre

os

Estabelecimentos

de

Instrução

Naval

em

Portugal,

Principalmente Sobre a Escola Naval, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892 

O Infante D. Henrique e a Arte de Navegar dos Portugueses, Conferência feita em 19 de Fev. 1894 no Club Militar Naval na comemoração do Centenário Henriquino, Lisboa, Férin, 1894



Lições de História Marítima Geral, Lisboa, Impr. Nacional, 1895



As Lanchas-canhoneiras nas Recentes Operações em Lourenço Marques, Comunicação feita à Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1896



Noções Elementares de Geographia, Chronologia e Corografia de Portugal, Lisboa, Tip. Comp. Nacional Editora, 1897

63



“Almirante da Índia”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº1, Lisboa, 1897, pp.507-525



“Pescas Portuguesas: a Lagosta”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, nº 1, Lisboa, 1897, pp.58-62, 130-132



“Nyassa Portuguez”, Revista Portuguesa Colonial e Maritima, nº 2, Lisboa, 1898, pp-978-987, 1040-1053, 1116-1122, 1175-1184



O Marinheiro Portuguez Atravéz da História, Conferência na Academia de Estudos Livres em 12 de Abril de 1898 - 4º centenário do descobrimento do caminho marítimo para a Índia, Annaes da Academia de Estudos Livres, Lisboa, Academia de Estudos Livres, 1898



O Official de Marinha, Oração lida na sessão solene de abertura das aulas da Escola Naval em 18 de Outubro de 1899, Lisboa, Imprensa Nacional, 1899



Portugal e Brasil, Oração pronunciada na sessão Solene de 5 de Maio de 1900 na Sociedade de Geografia de Lisboa em comemoração do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, Lisboa, Imprensa Nacional, 1901



Considerações Gerais Sobre Historia Colonial: Esboço Geographico-Historico dos Territorios portugueses entre o Indico e o Nyassa, Conferências preliminares do Congresso Colonial Nacional, nº 12, Lisboa, Imprensa Nacional, 1902



Sobre o Estado Actual das Pescas Marítimas em Portugal, 2ª conferencia preparatoria do Congresso Maritimo Nacional de 1903, Lisboa, Liga Naval Portugueza, 1903



A Exposição de Cartographia e a Cartographia Marítima Portugueza, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa, 1904



Delimitação das Fronteiras Terrestres, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa, 1904



A Cartografia Marítima Portuguesa e os seus Antecedentes, sep. dos Annaes do Club Militar Naval, v. XXXIV, Lisboa, 1904



Chorographia de Portugal: Noções Elementares, Lisboa, Ferreira & Oliveira, 1905



Situação Actual da Pesca da Sardinha na Póvoa do Varzim, Anais da Marinha, nº 1, Lisboa, 1905



Alguns problemas Actuaes no Direito da Guerra Maritima: Communicação Lida ao Club Militar Naval em 29 de Janeiro de 1906, [Lisboa], Tip. J. F. Pinheiro, 1906

64



A Obra Scientifica do Visconde de Santarem, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1907



“Política Marítima de Portugal na História”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, nº 6, Lisboa, Maio de 1907, pp.100-103



“Congresso de Pesca em Anvers”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, nº 6, Lisboa, Setembro de 1907, pp.177-186



Missão Portugueza ao Congresso de Saint-Nazaire e Nantes em 1908, Lisboa, Typ. J. F. Pinheiro, 1908



“Momentos do Domínio Português em Mombaça”, Boletim da Liga Naval

Portuguesa, nº 7, Lisboa, Março de 1908, pp.33-38 

As Pescas em Portugal: as Salinas, Notas sobre Portugal / Exposição Nacional do Rio de Janeiro em 1908, Lisboa, 1908



A Abertura dos Portos do Brasil: Ensaio Histórico, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1908



As Pescas Marítimas em Portugal, Lisboa, Sociedade de Geographia de Lisboa, 1909



Sá da Bandeira, Oração lida na sessão solene de 21 de Junho de 1909 na Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1909



Causas Políticas das Invasões, Lisboa, Escola Naval, 1910



No Centenário de Ceuta, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1915



Os Filhos da Escola Naval na Grande Guerra, Lisboa, Imprensa Nacional, 1919



Normas Económicas na Colonização Portuguesa até 1808, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1921



Ostras e Ostreicultura em Portugal: Comunicação ao VII Congresso Internacional de Pesca, Santander, 1921, Lisboa, Imprensa Nacional, 1921



O Feito de Fernão de Magalhães, sep. Historia e Memórias da Academia das Sciencias de Lisboa, Nova Série, 2ª classe, Sciencias Morais e Políticas e Belas Letras, t.14, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1921



Geografia: Livro para a 4ª e 5º Classe, Lisboa, J. Rodrigues, 1922



Castles of Portugal, publ. by The Portuguese Government Tourist Office, Lisboa, Of. da Soc. Nac. de Tipografia, 1925



Quadros Sinópticos de Direito Internacional Marítimo: da 12ª Cadeira da Escola Naval, [1921], Lisboa, Imprensa da Armada, 1927



A Pesca, Exposição Portuguesa em Sevilha, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929

65

Fontes/Estudos 

LIMA, Joaquim Quelhas, Almirante Almeida d’Eça, Lisboa, sep. do Boletim da

Sociedade de Geografia de Lisboa, 1953 

RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “Vicente de Moura Coutinho Almeida d'Eça (1852-1929)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2002, p. 186

66

(Foto da Bibliothèque Nationale de France)

Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930) Nasceu em Almeirim a 17 de Setembro de 1852. Assentou praça na Armada aos 11 anos (1863), tendo sido promovido a Guarda-marinha em 1879. Efectuou várias comissões de embarque em África, onde participou em vários levantamentos hidrográficos. Desses trabalhos destaca-se o levantamento efectuado na foz do Zaire (1886), em que descobriu a existência de um vale submarino no prolongamento daquele rio. Habilitado com o curso de Engenheiro Hidrógrafo, foi envolvido nos trabalhos de levantamento da costa portuguesa entre as barras do Tejo e do Guadiana. Em

1887,

ainda

como

primeiro-tenente,

concebeu

um

projecto

de

uniformização internacional dos serviços de farolagem, o qual foi enviado a todos os países marítimos. Mas foi, sobretudo, nas áreas da Geografia e da Cartografia que ganhou renome, tendo sido nomeado para integrar várias comissões de delimitação de fronteiras, nomeadamente em Angola e em Timor. Presidiu à Comissão de Cartografia do Ministério da Marinha e Ultramar e desempenhou funções como chefe de gabinete do Ministro. Foi também professor da Escola Naval e da Escola Colonial (depois Instituto de Altos Estudos Ultramarinos). A Política foi outra área em que se distinguiu, tendo sido deputado às Cortes, vice-presidente da Câmara de Deputados, Director-Geral no Ministério das Colónias e Conselheiro. Após a proclamação da República foi nomeado para integrar várias comissões formadas pelo governo. 67

Reformou-se no posto de Vice-Almirante. Membro da Sociedade de Geografia desde os 25 anos, foi Secretário e Presidente daquela instituição. Entre os estudos que desenvolveu, salienta-se o das questões geográficas da história dos Descobrimentos, sendo de destacar a sua obra

Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e XVIII (1916). Foi também director da Revista Portuguesa Colonial e Marítima Faleceu em Lisboa a 15 de Novembro de 1930. Bibliografia 

Portugal Colonial, Lisboa, Livraria Profissional, 1880



A Astronomia Photographica: Dissertação, Lisboa, Typ. Va. Sousa Neves, 1884



Melhoramentos do Porto de Lisboa, Pareceres Apresentados à Comissão Especial da Sociedade (c/

J. M. Cordeiro de Sousa), Lisboa, Sociedade de

Geographia, 1884 

“As Vagas Abatidas pelo Azeite”, Anais do Clube Militar Naval, t.15, Lisboa 1885, pp.44-49



“A Conservação das Caldeiras a Vapor”, Anais do Clube Militar Naval, t.15, Lisboa 1885, pp.130-133



“Algumas Applicações Marítimas da Electricidade”, Anais do Clube Militar Naval, t.16, Lisboa 1885, pp.126-129, 152-158



Uniformidade Internacional de Boias e Balisas Marítimas: Proposta e Parecer da Commissão de Illuminação e da Balisagem, Sociedade de Geographia de Lisboa, Lisboa, Tip. Adolfo Modesto, 1887



Moçambique: Notas Sobre a Questão com a Inglaterra, Lisboa, Tip. Neto, 1890



Subsídio para a Grande Subscrição Nacional, Lisboa, Academia de Estudos Livres, 1890



Relação de Diversos Mapas, Cartas, Plantas e Vistas Pertencentes a Este Ministério com Algumas Notas e Notícias, Lisboa, Comp. Nacional Ed., 1892



África Portuguesa, Lisboa, sep. de Portugal em África, nºs 21 e 22, [s.n.], Setembro/Outubro 1895



As Colonias Portuguezas: Geographia Physica, Politica e Economica, Lisboa, Typ. da Companhia Nacional Editora, 1896



Les Phares des Colonies Portugaises en 1900, [Paris], Aillaud, 1900.

68



Postos Meteorologicos nas Colonias, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1901



As Colonias nas Suas Relações com o Mar, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1901



Trabalhos Emprehendidos: Discurso na Sessão Solemne da Abertura do Congresso Colonial Nacional, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1902



“O Navegador Queirós”, Revista Portuguesa Colonial e Marítima, A.8, vol.15, Lisboa, 1904, pp.145-150



Uniformité des Conventions Géographiques, Lisboa, Sociedade de Geographia, 1907



No Centenário de Bento de Goes (1607-1907): Homenagem da Sociedade de Geographia de Lisboa, Lisboa, Typ. Universal, 1907



Missão ao Brasil: a Cidade e o Estado de S. Paulo, Lisboa, Sociedade de Geographia, 1911



Exposição Parcelar: Gomas, Resinas e Cereais das Colónias, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1913



Les Voyages et les Travaux Géographiques des Portugais Depuis l'Année 1889, Roma, Tip. dell'Unione Editrice, 1914



Uma Planta de Ceuta de 1774 Dedicada ao Marquês de Pombal, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1915



Investigações Geográficas, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1915



Archipelago de Cabo Verde: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política, Lisboa, Centro Tipográfico Colonial, 1916



Compendio de Geografia Commercial, Lisboa, A.M.Teixeira, 1916



Subsídios para a História da Cartografia Portuguesa nos Séculos XVI, XVII e XVIII, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1916



O Nosso Patrimonio Colonial, Lisboa, Livraria Profissional, 1916



Guiné Portuguesa: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política, Lisboa, Tip. da Cooperativa Militar, 1917



O Rio Aripuana, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1917



S. Tomé e Principe: Estudo Elementar de Geografia Física, Económica e Política, Lisboa, Tip Cooperativa Militar, 1918



As Nossas Colonias de Africa, Lisboa, Typ. do Annuario Comercial, 1920



“A Carta Planisférica”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, v.40, nºs 7-9, 1922, pp. 308-316 69



Geografia Comercial, Lisboa, A. M. Teixeira, 1923



Colónias Portuguesas: Elementos para o Estudo da Sua Climatologia, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1923



Relação de Capitaens Mores e Naos que Vierão do Reino a Este Estado da India des do Seu Descobrimento, Coimbra, Imp. da Universidade, 1925



Discurso Proferido na Sessão Inaugural do 2º Congresso Colonial Nacional, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1924



“A Viagem do Gama na Evolução da Cartografia Náutica”, Boletim da Agência

Geral das Colónias, v.4, nº 31, 1928, pp.6-14 

As Colónias, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929



“Um Atlas de Batista Agnese?”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, v.47, nºs 9-10, 1929, pp.347-350; v.48, nºs 9-10, 1930, pp.216-218



“Um Atlas Português do Século XVII”, Boletim da Sociedade de Geografia de

Lisboa, série 48, nºs 3-4, 1930, pp.53-61 Fontes/Estudos 

BRÁS, César Augusto Moura, Almirante Ernesto de Vasconcelos, Lisboa, Astória, 1953



RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “Ernesto Júlio de Carvalho e Vasconcelos (1852-1930)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2002, p. 186

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Artur Baldaque da Silva (1852-1915) António Artur Baldaque da Silva nasceu em Lisboa (de acordo com os registos oficiais) a 28 de Dezembro de 1852. Depois de ter frequentado o Colégio Militar, assentou praça na Armada como Aspirante Extraordinário a 17 de Outubro de 1870. Após uma passagem pela Direcção-geral dos Trabalhos Hidrográficos, como coadjuvante dos trabalhos geodésicos nacionais, conclui, em 1881, o Curso de Engenheiro Hidrógrafo na Escola Politécnica. No âmbito específico da Hidrografia, foi encarregue de proceder à organização do Roteiro das Costas e Portos do Continente do Reino, trabalho de que resulta a publicação, em 1889, do Tomo I do Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional

de Portugal, referente à costa do Algarve. Nomeado vogal da Comissão das Pescarias, publicou, em 1891, aquela que é a sua obra mais conhecida, o Estado Actual das Pescas em Portugal, que o credita como uma autoridade nacional na matéria. No mesmo ano, já como Capitão-Tenente, faz parte da Comissão das Obras do Porto de Lisboa para modificar o projecto primitivo, de modo a torná-lo melhor e mais económico. É no âmbito dessas funções que publicará, em 1893, o Estudo Historico

Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa. Em 1892 a Espanha organiza em Madrid a Exposição Colombiana, destinada a comemorar o centenário da chegada de Colombo à América, e Baldaque da Silva é escolhido para organizar a representação marítima portuguesa. Para a ocasião, de modo a contribuir para a divulgação dos Descobrimentos Portugueses no exterior e para que estes não surjam apagados face às celebrações espanholas, apresenta duas

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obras: O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral e Notícia Sobre a Nao São

Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à Índia. A primeira destinava-se a contrapor o descobrimento intencional do Brasil à descoberta acidental da América por Colombo. Nela o autor utiliza os seus conhecimentos dos ventos e das correntes atlânticos, assim como das técnicas de manobra e de navegação do século XIV, para demonstrar que a descoberta do Brasil não se dera por acidente ou por erro de navegação. A segunda mais não é do que a memória descritiva da construção do modelo reduzido da nau “S. Gabriel”, que a Academia das Ciências lhe encomendara (durante a composição do Estado Actual das Pescas em Portugal fizera construir vários modelos reduzidos de embarcações e de aparelhos de pesca, o que teria consolidado os seus conhecimentos sobre construção naval e despertado o seu interesse pela arqueologia naval), em resposta à construção, por parte dos governos da Espanha e dos Estados Unidos, de modelos dos navios de Colombo. Em Novembro do mesmo ano é nomeado para a recém-criada Comissão Central de Piscicultura, onde concebe a primeira estação aquícola em Portugal: a estação aquícola do Ave (que será construída em 1898). Reformado, por motivos de saúde, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, em 1911, dedicou-se à actividade política, tendo sido eleito senador do Congresso pelo distrito de Coimbra em 1914. Na sequência da sua doença, viria a falecer, em Lisboa, a 21 de Agosto de 1915. Ao longo de toda a sua obra, Baldaque da Silva apresenta-nos uma personalidade científica prolífica e multifacetada que se debruça sobre praticamente todos os aspectos do Conhecimento aplicáveis às ciências do Mar: Hidrografia, Oceanografia, Astronomia, Biologia Marinha, Demografia, Estatística, Arte da Pesca, Navegação, Economia, Construção Naval, Arquitectura, História e Estratégia. Era Membro da Real Academia de La Historia de Madrid, Sócio Correspondente do Instituto de Coimbra e Sócio Honorário da Associação dos Engenheiros Civis de Londres. Bibliografia 

“Choque das Ondas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 11, Lisboa, 1881, pp. 8791

72



“Initium et Terminus” (Emprego da agulha de marcar para a determinação do ponto de partida e chegada de uma derrota de alto mar), Anais do Clube Militar

Naval, nº 12, Lisboa, 1882, pp. 39-42 

Sondas e Marés, Lisboa, Typographia da Vª Sousa Neves, 1882



“Correntes Fluviaes, Marítimas e Oceânicas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 14, Lisboa, 1884, pp. 24-29/40-46



“Historia dos Eclipses (Estudo sobre os eclipses da Lua)”, Anais do Clube Militar

Naval, nº 14, Lisboa, 1884, pp. 7-15/33-36/53-61 

“Porto de Abrigo na Costa do Algarve”, Diário de Portugal, Lisboa 1885



Planta Hydrographica da Entrada, Barra, Porto de Setúbal e Relatório sobre a Pesca Marítima e Fluvial n’Esta Localidade, Lisboa, Imprensa Nacional, 1887



“Uma Objecção Técnica às Obras do Porto de Lisboa”, série de artigos publicados no Commercio de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1888



Étude Sur L’Ameloration des Ports Établis sur les Cotes Basses et Sablonneuses, Lisboa, Société Typographique Franco-Portugaise, 1888



Relatório Sobre a Pesca Marítima nas Águas de Peniche, Berlengas e Farilhões, Lisboa, Imprensa Nacional, 1889



Tomo I Roteiro Marítimo da Costa Occidental e Meridional de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1889



Projecto de Navegação Interior em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1890



Estado Actual das Pescas em Portugal Compreendendo a Pesca Marítima, Fluvial e Lacustre em Todo o Continente do Reino, Referido ao Ano de 1886, Lisboa, Imprensa Nacional, 1891



Catalogo da Secção Maritima Portugueza na Exposição de Madrid em 1892, Lisboa, Academia das Sciencias de Lisboa, 1892



O Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral: Memória Typographica da Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1892



Notícia Sobre a Nao S. Gabriel em que Vasco da Gama Foi pela Primeira Vez à Índia, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892



Estudo Historico Hydrographico Sobre a Barra e o Porto de Lisboa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893



“A Educação Physica do Homem do Mar”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893, pp. 37-38

73



“A Entrega do Commando”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893, pp. 195-196



“As Publicações na Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, nº 23, Lisboa, 1893, pp. 69-70



Restauração do Poder Marítimo de Portugal, Lisboa, António Maria Pereira Ed., 1894



“A Muleta de Pesca”, Arte Portugueza, Ano I, nº 5, s.l., Maio de 1895



“A Pesca do Atum”, Revista Portugueza Colonial e Marítima, s.l., 1º e 2º semestres 1897-1898, pp. 318-325/401-409/594-604



“Estação Aquícola do Ave”, O Século, Lisboa, 10 de Junho de 1898, p. 1



Notice sur le Vaisseau S. Gabriel : Monté par Vasco da Gama Lors de son Voyage aux Indes, Paris-Lisboa, Aillaud & Cie., 1900



Le Probleme de la Vie, Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1911



O Engrandecimento da Região Central de Portugal: Representação Dirigida ao Congresso Nacional da República Portugueza Sobre o Engrandecimento da Beira e a Construção do Porto Oceanico-Commercial do Cabo Mondego, Lisboa, Centro Typographico Colonial, 1913



Projecto de Lei Sobre o Porto Oceânico do Cabo Mondego. Canal Marítimo de Aveiro. Coimbra e Leiria, Portos de Mar. Ligação do Mondego com a Ria d’Aveiro e o Liz. Canal Marítimo do Mondego. Melhoramentos da Figueira da Foz, Fomento Nacional, Lisboa, Centro Typographico Colonial, 1913



“O Porto do Cabo Mondego, os Entrepostos de Aveiro, Coimbra e Leiria e os Melhoramentos da Figueira da Foz”, A Voz da Justiça, Figueira da Foz, 21 de Outubro de 1913 a 16 de Junho de 1914

Fontes/Estudos59 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Processo individual do CMG António Artur Baldaque da Silva, caixas 776 e 1421



ID., Livros-Mestres: B/85, C/53, D/94, H/53 e Reformados 2/45



RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “António Artur Baldaque da Silva (1852-1915)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2002, p. 186

59

Não pretendendo citar-nos a nós próprios, recomendamos, aos mais curiosos, a consulta do nosso trabalho Baldaque da Silva: um Olhar Completo, C. M. Figueira da Foz, Cadernos Municipais (38), 2003.

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) Henrique Lopes de Mendonça nasceu em Lisboa, a 12 de Fevereiro de 1856. Inspirado pelos escritos de seu tio António Pedro Lopes de Mendonça, precocemente desaparecido, desde muito cedo começou a manifestar um intenso pendor para a literatura. Aspirante de Marinha em 1871, percorreu, durante dez anos, os portos da Europa e de África, enquanto efectuava as primeiras incursões literárias nos jornais de Angola e da Metrópole. Aventurando-se pelo género dramático, conheceu o seu primeiro grande êxito em 1884, com a peça A Noiva. Pouco tempo depois, a sua colaboração literária era solicitada pelos jornais Diário Popular e Correio da Noite. Em 1886, consegue novo e estrondoso sucesso com o drama O Duque de

Viseu, muito aplaudido em Portugal e no Brasil, que levou o rei D. Luís a conferir-lhe pessoalmente o grau de Cavaleiro da ordem de Santiago. Este trabalho valeu-lhe igualmente o prémio da Academia das Ciências. E a sua produção teatral prossegue, inspirada, em grande parte, pela História de Portugal, sendo exemplos ilustrativos A Morta (1890), que recria o assassínio de Inês de Castro, e Afonso de Albuquerque (1897), evocando aquela personagem histórica. Pela primeira recebeu o Prémio D. Luís, enquanto a segunda lhe valia a comenda de Santiago, entregue pelo rei D. Carlos. As distinções régias não atenuavam, porém, os seus fortes sentimentos republicanos, que antes o haviam levado a candidatar-se pelo Partido Republicano ao

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município de Luanda e a escrever os versos do hino A Portuguesa, associados à música de Alfredo Keil e levados à cena em 1891, composição que a República viria a consagrar como Hino Nacional. A sua veia poética veria, aliás, a luz do dia em diversas ocasiões, dispersa por jornais e revistas ao longo de cerca de cinquenta anos. Entretanto, a paixão pela História ia-se manifestando em conferências, discursos comemorativos, artigos e memórias académicas que muito contribuíram para o arranque e desenvolvimento da Arqueologia Naval no nosso país. Para as gerações vindouras ficarão, com especial destaque, os Estudos Sobre Navios Portugueses dos

Séculos XV e XVI (1892). Pelos seus reconhecidos méritos como estudioso da História será convidado, em 1901, para ser professor daquela disciplina na Escola de Belas Artes. Também o seu talento de pedagogo se manifesta neste âmbito, ao publicar, em 1904, História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses. Desde sempre seduzido pela novela histórica e profundamente marcado pelas leituras da obra de Herculano, lança-se também naquele género literário, publicando, em 1894, o romance Os Órfãos de Calecute, à qual se seguiram vários contos e folhetins, publicados em diversos periódicos e mais tarde reunidos em oito volumes com o título genérico Cenas da Vida Heróica. A sua faceta de dramaturgo ganha uma nova dimensão em 1905, com as peças

Nó Cego e O Azebre, de carácter naturalista, consideradas as melhores da sua autoria. Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa desde 1900, exerce a presidência daquela instituição em 1915. Em 1923 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, em substituição de Guerra Junqueiro. Nesse mesmo ano, sob proposta de Júlio Dantas, recebe a grã-cruz da ordem de Santiago. Outras distinções incluem o título de sócio do Instituto de Coimbra, vogal do Conselho de Arte Dramática, membro honorário do PEN Club de Londres e membro das comissões oficiais dos centenários de Colombo e de Vasco da Gama. Lopes de Mendonça reformou-se da Marinha, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, a 25 de Maio de 1912. A sua intensa produção literária estava, no entanto, longe de esmorecer. Faleceu em Lisboa a 24 de Agosto de 1931. Bibliografia 

A Noiva, Lisboa, Livraria Portuguesa e Francesa, 1884



O Duque de Vizeu, Lisboa, s.n., 1886 76



"Estudos sobre caravelas", Anais do Clube Militar Naval, vol. 20, 1890, pp. 8490, 137-141, 339-346, 377-383



A Morta, Lisboa, s.n., 1891



As Cores da Bandeira [A Portugueza], Lisboa, s.n., 1891



Estudos Sobre Navios Portugueses dos Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892



"Uma questão de Arqueologia", Anais do Clube Militar Naval, vol. 23, 1893, pp. 39-46



Os Órphãos de Calecut, Lisboa, Lello e Azevedo, 1894



Carácter e Influência da Obra do Infante D. Henrique, Lisboa, Imprensa Nacional, 1894



Paraízo Conquistado: Phantasia Dramática, Lisboa, Revista Theatral, 1895



Apontamentos Sobre o Piloto Pero d’Alenquer, separata dos Anais do Clube Militar Naval, nº 26, Lisboa, 1896



Afonso de Albuquerque, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1898



O Padre Fernando Oliveira e a Sua Obra Nautica. Memoria, Comprehendendo um Estudo Biographico Sobre o Afamado Grammatico e Nautographo, e a Primeira Reproducção Typographica do seu Tratado Inedito Livro da Fabrica das Naus, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1898



Bartholomeu Dias e a Rota da Índia, Lisboa, Typ. Mattos Moreira & Pinheiro, 1898



O Salto Mortal, Amor Louco: Theatro Pitoresco, Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1900



História de Portugal Contada aos Pequenos Portugueses, Lisboa, Ferreira e Oliveira, 1904



Nó-Cego, Lisboa, Ferreira e Oliveira, 1905



A Funda de David: aos Heroes da Campanha do Cuamato, Lisboa, Clube Militar Naval, 1907



O Azebre, Porto, s.n., 1909



A Herança: Episódio Dramático em Verso, Lisboa, J. Rodrigues e Cª, 1913



Sol Novo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1915



Saudade: um Acto em Verso, Lisboa, Aillaud e Bertrand, 1916



Sempre Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 1920



A Inspiração de Fernão de Magalhães, separata de O Instituto, Coimbra, Imp. Universidade, 1921 77



Gente Namorada, Lisboa, Portugal-Brasil, 1921



Lanças n’Africa, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?



Arqueiros e Cavaleiros, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?



A Alma do trinca-Fortes, Lisboa, Portugal-Brasil, 192?



Capa e Espada: Contos, Lisboa, Portugal-Brasil, 1922



Santos de Casa, Lisboa, Portugal-Brasil, 1923



Novas de Portugal Descobridor, Lisboa, Livraria Portugal-Brasil, 1923



Júlio Dantas: Esboço do Perfil Literário, Lisboa, Companhia editora, 1923



O Crime de Arronches, Lisboa, Portugal-Brasil, 1924



Vasco da Gama, Lisboa, Imprensa Nacional, 1924



“Uma armada portuguesa no século XVI”, Lusitânia, vol. III, 1925, pp. 141-151



Navegações dos Portugueses, Lisboa, Imprensa Nacional, 1929



Fumos da Índia, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??



Sangue Português: Contos de Outro Tempo, Lisboa, Portugal-Brasil, 19??

Fontes/Estudos 

AGUIAR, Mário José de, “Comandante Henrique Lopes de Mendonça: no Cinquentenário da Sua Morte”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 111, AbrilJulho de 1981, pp. 219-222



CARTAXO, Alexandre Ribeiro, “Comandante Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931), Patrono do Curso de 1990”, Patronos dos Cursos Tradicionais da

Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 371-377 

DANTAS, Júlio, CASTRO, Eugénio

de, LEITÃO, Joaquim,

Consagração

Académica de Henrique Lopes de Mendonça, Coimbra, Imp. Universidade, 1933 

PEREIRA, Jorge Ramos, Henrique Lopes de Mendonça, Investigador e

Historiógrafo de Alto Nível Intelectual que Muito Honrou o País e Dignificou a Armada, comunicação apresentada ao Centro de Estudos de Marinha, 2 de Maio de 1973 

REBELO, Luís Francisco, Evocação de Henrique Lopes de Mendonça no

Cinquentenário da sua Morte, separata das Memórias da Academia de Ciências de Lisboa, Classe de Letras, vol. 22, 1981 

REIS, A. Estácio dos, “O Comandante Henrique Lopes de Mendonça”, Revista

da Armada, nº 153, Junho de 1984, pp. 6-7 78



SAMPAIO, Albino Forjaz de (dir.), Henrique Lopes de Mendonça: a Sua Vida e a

Sua Obra, Lisboa, Empresa do Diário de Notícias, 1926

79

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939) Henrique Quirino da Fonseca nasceu em Santa Luzia, no Funchal, a 20 de Março de 1863. Tendo frequentado a Escola Naval entre 1888 e 1892, veria grande parte da sua carreira militar subsequente desenrolar-se nos territórios ultramarinos africanos. Em 1897 assumiu as funções de ajudante de campo do Governador-Geral de Angola, acumulando com o cargo de secretário do governo do Congo. Em 1916, sendo imediato do cruzador “Adamastor”, foi nomeado comandante da esquadrilha de operações no Rovuma, tendo a sua acção merecido a atribuição da Cruz de Guerra. Voltaria a Moçambique, como Segundo Comandante do Batalhão de Marinha, entre 1918 e 1919. Desta sua experiência deixou memória escrita no artigo “A Campanha Contra os Alemães na África Oriental”, publicado em 1918 nos Anais do

Clube Militar Naval. Exerceu o comando das canhoneiras “Limpopo” e “Cacongo”, do navio-depósito “Bartolomeu Dias” e do cruzador “República”, assim como do Batalhão de Marinha. Em terra, chefiou as secretarias da Intendência do Arsenal de Marinha e da Superintendência dos serviços da Armada. Prestou serviço público como vogal do pelouro de Engenharia da Câmara Municipal de Lisboa, tendo contribuído decisivamente para vários melhoramentos na cidade, como o prolongamento da Avenida Almirante Reis, o embelezamento do Parque Eduardo VII, o traçado da linha eléctrica entre Sete-Rios e Carnide e a construção dos miradouros do Monte e de Santa Luzia. Desempenhou, ainda, as funções de Director da Biblioteca e do Museu da Marinha (1936-1939). A sua faceta mais conhecida é, no entanto, a de historiador, tendo deixado obras que ainda hoje são referência no domínio da Arqueologia Naval, como é o caso 80

de Os Portugueses no Mar (1926) e A Caravela Portuguesa (1934). Na ocasião, ficou celebre a polémica que teve com Gago Coutinho a respeito de determinadas particularidades no aparelho e na manobra das caravelas. Embora as suas ideias tenham sido muito contestadas, nunca foram postos em causa a qualidade e o valor dos seus estudos. Paralelamente, cultivou a literatura naval de ficção e a narrativa histórica. Possuía os graus de Grande Oficial das ordens de Avis e Santiago e de Cavaleiro da Ordem de Cristo, sendo ainda condecorado com a medalha de prata de Serviços Distintos, a medalha de ouro das campanhas de 1919 e a Medalha da Vitória. Foi sócio da Academia das Ciências, da Academia Nacional de História, da Associação de Arqueólogos Portugueses e da Sociedade de Geografia, sendo membro de várias outras instituições científicas e literárias. Faleceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1939. Bibliografia 

Céu e Mar: Contos Marítimos, [s.l., s.n.], 1902



“Ásia de Diogo Couto: Década X”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 3, nº 3, Lisboa, Março de 1904, pp. 65-73



“Glórias e Tradições Marítimas de Portugal: dos Almirantes de Portugal até ao Presente e Senhores de Odemira”, Boletim da Liga Naval Portuguesa, v. 2, nº 4, Lisboa. - v. 2, nº 4, Abril de 1905, pp. 57-60



A Obra Colonial de Afonso de Albuquerque, Lisboa, Typ. da Coop. Militar, 1910



Memórias da Arqueologia Marítima Portuguesa, Lisboa, Tip. J. F. Pinheiro, 1915



Memorial dos Adjectivos da Língua Portuguesa: Agrupados por Analogias com Índice Remissivo e um Proémio Sobre o Valor da Adjectivação na Arte da Prosa, Lisboa, [s.n.], 1916



“A Campanha Contra os Alemães na África Oriental”, Anais do Clube Militar

Naval, nº 49, 1918 

A Arquitectura Naval na Época de Fernão de Magalhães, Lisboa, s.n., Empresa Nacional de Indústrias Gráficas, Ldª, 1921



Os Portugueses no Mar: Memórias Históricas e Arqueológicas das Naus de Portugal, Lisboa, Ministério da Marinha, 1926

81



“A Arte de Navegar: Cartografia e Cartógrafos Portugueses: os Navios das Descobertas e Conquistas”, separata de Memórias e Conferências sobre História

e Arqueologia, Lisboa, 1931, pp.331-363 

O Brazão da Cidade de Lisboa: Conferência, sep. do Boletim da Associação dos Arqueólogos Portugueses , Lisboa, 19??



Os Navios do Infante, Lisboa, Academia das Ciências, 1933



“O Problema das Características dos Galeões Portugueses”, Arquivo Histórico da

Marinha, v. 1, nº 1, Lisboa, 1933, pp. 77-91 

A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, 2 vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934



“A Ribeira das Naus”, Anais das Bibliotecas, Arquivos e Museus Municipais, nº12, Lisboa, Abril-Junho de 1934, pp.21-30



Luís de Camões, o Trinca-Fortes: Novela Heróica, Vila-Nova de Famalicão, Minerva, 1934



Viagens Maravilhosas: Episódios da História de Portugal, Vila Nova de Famalicão, Typ. Minerva, 1935



“João Baptista, Pioneiro da Dupla Travessia de África em Princípios do Século XIX”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, A. 53, nº 3-4, Lisboa, 1935, pp. 141-157



“Contribuição Portuguesa para os Conhecimentos Geográficos”, Boletim da

Agência Geral das Colónias, v. 12, nº 131, Lisboa, Maio de 1936, pp. 98-123 

Um Drama no Sertão: Tentativa da Travessia de África em 1878, Famalicão, s.n., 1936



A Participação dos Portugueses Godinho de Heredia e Pedro Queirós no Descobrimento da Austrália, sep. Memórias, classe de letras, t. 2, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1937



Diários de Navegação da Carreira da Índia nos Anos de 1595, 1596, 1597, 1600 e 1603 (dir.), Lisboa, Academia das Ciências, 1938



O Conhecimento das Línguas Africanas e Orientais, Auxiliando a Expansão do Império Português, sep. Memorias da Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras, t.3, Lisboa, 1938



“A Marinha Portuguesa Sob a Gerência de Martinho de Melo e Castro”, Revista

de Marinha, vol. 2, nº 19, Lisboa, 1938, pp. 13-22

82

Fontes/Estudos 

COSTA, Abel Fontoura da, Elogio do Comandante Quirino da Fonseca, Lisboa,

Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, sr. 58, nº 1-2, Janeiro-Fevereiro de 1940, pp. 94-96 

“HENRIQUE QUIRINO DA FONSECA (1868-1939)”, in Quirino da Fonseca, A

Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, vol. I - introdução, Lisboa, Ministério da Marinha, 1978 

OLIVEIRA, Manuel Alves de [1902]; RÊGO, Manuela [1952], O Grande Livro dos

Portugueses: 4000 Personalidades em Texto e Imagem / texto Manuel Alves de Oliveira, pesq. iconográfica Manuela Rego, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L., 1990, p. 225 (Henrique Quirino da FONSECA) 

SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 11, p. 761 (FONSECA, Henrique Quirino da)

83

(Retrato da autoria de R. G. Mignot, 1922)

Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu em Lisboa, a 17 de Fevereiro de 1869. Frequentou a Escola Politécnica em 1885-86, completando o curso da Escola Naval nos dois anos seguintes. Seguiu-se o embarque em vários navios, nomeadamente nas corvetas “Afonso de Albuquerque”, “Duque da Terceira”, “Rainha de Portugal” e “Mindelo”, couraçado “Vasco da Gama”, canhoneiras “Liberal”, “Zambeze”, “Limpopo” e “Douro” e nos transportes “Pedro de Alenquer” e “Índia”. Nesse período, em que Cruzou o Atlântico Sul em veleiros e navios mistos, adquiriu uma grande experiência na manobra de navios à vela e um profundo conhecimento dos ventos e das correntes daquela área oceânica. Comandou as canhoneiras “Sado” e “Pátria” e a lancha-canhoneira “Lage”, tendo, na segunda participado na campanha de Timor, entre Abril e Junho de 1912. Entre 1898 e 1918 trabalhou como geógrafo de campo em missões geodésicas e de delimitação de fronteiras nas províncias de Timor, Moçambique, Índia e S. Tomé, sendo, em 1918, nomeado vogal da Comissão de Cartografia, que viria a presidir sete anos mais tarde. A partir de 1917, a sua curiosidade científica leva-o a interessar-se pela Aviação. Procura, então, adaptar à navegação aérea os instrumentos e as técnicas da navegação marítima, tendo em 1919 concebido um sextante adaptado (com horizonte

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artificial) que foi baptizado com o seu nome. Ensaia-o em 1921, no voo entre Lisboa e a Madeira, na companhia de Sacadura Cabral e Ortins de Bettencourt. Entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922, juntamente com Sacadura Cabral, leva a cabo a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, que foi também a primeira navegação aérea efectuada com rigor científico. O feito vale-lhe a atribuição da Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada e a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada. A França agracia-o com a comenda da legião de Honra, o Brasil atribui-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul e a Espanha condecora-o com as medalhas de Mérito Naval e Mérito Militar. É também condecorado pela Bélgica e pela Itália. Em 1926 é nomeado director honorário da Aeronáutica Naval Portuguesa, ganhando o direito de usar o distintivo de piloto aviador encimado por duas palmas. Em 1928 foi nomeado pelo Ministério da Guerra para presidir à comissão de reorganização dos serviços geográficos, cadastrais e cartográficos. Ainda nesse ano foi encarregue de proceder a estudos cartográficos em França e na Itália, sendo, logo depois, enviado ao Brasil para inventariar os documentos cartográficos com interesse para a História de Portugal. Em 1930 integra a comissão instaladora do Museu de Marinha e no ano seguinte é nomeado para a comissão encarregada de organizar as comemorações centenárias de Nuno Álvares Pereira. Em 1933 regressa a Moçambique para trabalhos geográficos, passando à Reserva, como Vice-Almirante, no ano seguinte. Em 1936 é nomeado para a Comissão Orientadora da Exposição Histórica da Ocupação e do primeiro Congresso da Expansão Portuguesa no Mundo. A sua experiência como navegador serviu-lhe para compilar um valioso conjunto de trabalhos sobre a náutica do tempo dos Descobrimentos, do qual se salienta o estudo das rotas de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral. Tendo, essencialmente, publicado artigos dispersos, A Náutica dos Descobrimentos, obra em dois volumes publicada em 1951, que compila um significativo núcleo dos seus estudos sobre o tema, é o seu grande contributo para a história da Náutica. Colaborou em várias revistas, como os Anais do Clube Militar Naval, Boletim da Sociedade de

Geografia, Seara Nova e em vários jornais portugueses e brasileiros, tendo também efectuado várias conferências em Portugal e no Brasil. Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (desde 1928), vogal da Academia de Ciências de Portugal, sócio da Academia Portuguesa de História, sócio do 85

Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sócio honorário da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Além das distinções atrás enunciadas era também condecorado com a Ordem do Império Colonial, a Grã-Cruz da Ordem de Avis e a medalha comemorativa das campanhas do Exército português. Reformado em 1944, foi promovido por distinção ao posto de Almirante em 1958. Faleceu em Lisboa um dia depois de completar noventa anos. Bibliografia 

Navegação Moderna: a Propósito dos Naufragios do "Lisboa" e "Lusitania", Lisboa, Typ. de J. F. Pinheiro, 1911



Algumas Determinações de Longitude Feitas Ultimamente em África, pela Missão da Fronteira do Barotze: Tanto por Meio da Lua Como por Meio do Cabo Submarino, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1915



Impressões das Duas Viagens Através d'África entre Angola e Moçambique, Lisboa, Tip. Universal, 1915



Tentativa de Interpretação Simples da "Teoria da Relatividade Restrita", Coimbra, Imp. da Universidade, 1926



O Roteiro da Viagem de Vasco da Gama e a sua Versão nos "Lusíadas", Lisboa, Portugália, 1930



Desdobramento da Derrota de Vasco da Gama nos "Lusíadas", Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra Editora, 1931



Possibilidade da Rota Única de Vasco da Gama em "Os Lusíadas": Impossibilidade de Vasco da Gama ter, de Cabo Verde, Navegado Sempre para Sul, Coimbra, Coimbra Ed., 1931



Alguns Erros em que se Apoiou o Desdobramento da Rota de Vasco da Gama em “Os Lusíadas", Coimbra, sep. da Biblos, IX, 5 a 8, 1933



Gaspar Corte Real, comunicação lida na sessão comemorativa dos Côrte-Reais em 2 de Julho de 1933, na Sociedade de Geografia de Lisboa, sep. do Boletim

da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº 11, 1933 

Pela Segunda Vez, Possibilidade de Ler em os "Lusíadas", uma Rota Única de Vasco da Gama, sep. Biblos, Coimbra, Coimbra Ed., 1933

86



Continuação dos erros em que se apoiou o desdobramento da rota de Vasco da Gama em "Os Lusíadas", separata da Biblos Coimbra, Coimbra Editora, 1934



Passagem do Cabo Bojador, Lisboa, Soc. de Geografia, 1935



Influencia que as Primitivas Viagens Portuguesas à América do Norte tiveram sobre o descobrimento das "Terras de Santa Cruz", Lisboa, Imp. Soc. Ind. Tipográfica, 1937



Mecânica Clássica e Mecânica Relativista, Lisboa, Seara Nova, 1937



Portugueses no Descobrimento da Austrália, conferência lida na noite de 4 de Fevereiro. - sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, nº 1 e 2, Lisboa, 1939



Panorama Marítimo das Obras de Gil Vicente, Lisboa, Academia das Ciências (separata), 1938



As Obras de Henry Harrise sobre os Descobrimentos, ed. lit., sep. de Memórias, Classe de Ciências, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1939



A Descoberta do Brasil em 1500, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1940



Onde Teria Invernado Gomes de Sequeira em 1525?, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, ser. 58, nº 1-2, Lisboa, 1940



A Minha Viagem na Barca "Foz do Douro" do Brasil a Portugal e Algumas Reflexões Náuticas, Lisboa, Inst. Marítimo-Colonial, 1945



Dia da Raça: Palestras, Rio de Janeiro, s.n. 1945



Bartolomeu Dias: Sua Viagem, Lisboa, sep. dos Anais do Club Militar Naval, 1946



Pombo ao Mar!: Fragmento de Memórias Marítimas, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1947



Américo Vespúcio: as Ideias Modernas do Prof. Frederick Pohl, Lisboa, Sociedade Astória, 1948



Como Nasceu o Aeroplano, Lisboa, Soc. Astória, 1948



De Como o Plano Português da Índia Levou ao Descobrimento da América: memória apresentada ao Congresso Internacional de Geografia de Lisboa, 1949, Lisboa, Astória, 1949



Cartas de Navegar Rectangulares, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, 1949



Travessia Atlântica do Navio-Volante: Memórias Pessoais, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1949

87



Nuno Tristão e o Mar de Sargaço, Bissau, sep. do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, nº 13, 1949



Ainda Gaspar Corte-Real: Contribuição da Sociedade de Geografia de Lisboa para o «Coloquium» Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, sep. Boletim da Soc. de Geografia de Lisboa, 68, série, n. 5 e 6, Lisboa, 1950



Rota Atlântica da Nau "Gryfo" em 1538, sep. dos Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1950



Passagem de Sudoeste, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 9 e 10, Lisboa, 1951



A Náutica dos Descobrimentos: os Descobrimentos Marítimos Vistos por um Navegador: colectânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, org. e pref. pelo Comandante Moura Braz, [ed. lit.], Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951-1952



Contribuição Sobre os Descobrimentos Marítimos, Lisboa, Academia das Ciências, 1952



“Astrolábio e Latitudes”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, 1953, pp. 311342



Bartolomeu Dias, Congresso Comemorativo do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1953



O Segredo de Colombo: Apontamentos para Filme Cultural, sep. dos Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1954



O Acaso de Cabral: Reflexões Técnicas, Lisboa, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, série 74, 10-12, 1956



O Achamento dos Açores, Lisboa, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1956



Astronomia Marítima, Lisboa, sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Julho-Setembro de 1956



Prática da Relatividade, Rio de Janeiro, Livros de Portugal, 1956



Descobrimento das Américas, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, 1958



Les Caravelles du Christ, Lisboa, Soc. Geografia Lisboa, 1958

88

Fontes/Estudos 

BOLÉO, José de Oliveira, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1972



CORREIA, Pinheiro, Gago Coutinho, Precursor da Navegação Aérea, Lisboa, edição de autor, 1965



LEITÃO, António Egídio de Sousa, “Apresentação e Carreiras Navais de Gago Coutinho e Sacadura Cabral”, Comemorações dos 75 Anos da Primeira

Travessia Aérea Lisboa-Rio de Janeiro por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Lisboa, Academia de Marinha, 1997 

LEMOS; Carlos M. Oliveira e, O Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2000.



MARINHO, J. Teixeira, O Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1943



MENDES, H. Gabriel, O Geógrafo Gago Coutinho. A Homenagem que Ainda Não

Teve a Sua Mensagem Cartográfica, separata do Boletim do S.C.E., nº 42. Vol. VIII, 1973 

MOTA, Avelino Teixeira da (org.), Obras Completas de Gago Coutinho. Obras

Técnicas, Científicas e Históricas (1893-1915), vols. I (1893-1915) e II (19171921), Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1972-75 

PEREIRA, Jorge M. Ramos, Gago Coutinho, Geógrafo, Lisboa, Ministério da Educação Nacional, 1973



PINTO, Rui Manuel Costa, Gago Coutinho - O Último Grande Aventureiro

Português, Eranos, 2014 

REIS, Manuel dos, CORTESÃO, Armando, Gago Coutinho Geógrafo, sep. de

Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Tomo XIII, Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1969.

89

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Abel Fontoura da Costa (1869-1940) Abel Fontoura da Costa nasceu em Alpiarça, a 9 de Dezembro de 1869. Entrou na Escola Naval em 1887. Ainda como aspirante, publica nos Anais do

Clube Militar Naval o artigo “Aplicação das Tábuas de Estrada e Logaritmos de Subtracção ao Método de St. Hilaire”. É promovido a Guarda-Marinha em 1890 e a Segundo-Tenente em 1892. Enviado para África, numa altura em que Portugal se empenha na delimitação e cadastro territorial das suas possessões ultramarinas, efectua o levantamento do plano hidrográfico da baía do Lobito. Depois disso, presta serviço, em Moçambique, a bordo da canhoneira “Quanza. Entre 1894 e 1896 permanece em Lisboa, prestando serviço no Corpo de Marinheiros e, já no posto de Primeiro-Tenente, como oficial às ordens do VicePresidente do Conselho do Almirantado Nos quatro anos seguintes serve a bordo do transporte “África”, período em que visita Macau. Exerce o seu primeiro comando entre 1898 e 1899 na canhoneira “Mandovi”, destacada em Cabo Verde. Durante esta comissão redige uma série de artigos para os

Anais, posteriormente reunidos em separata sob o título “Fundeadouros da Canhoneira Mandovy nos Principaes Portos de Cabo Verde”. No início do século XX encontramo-lo como instrutor na Escola Prática de Artilharia Naval. Em 1901 faz parte da Comissão de Delimitação entre o Enclave de Cabinda e o Congo Francês.

90

Em Novembro desse ano é nomeado professor da Escola Naval, nas cadeiras de Arquitectura Naval e Navegação. É o início de um período de cerca de 30 anos dedicados, em grande parte, ao ensino. Por essa altura, redige vários trabalhos na área da Navegação, dos quais se destaca a elaboração, em parceria com Azevedo Coutinho, das “Tábuas Náuticas”, que serão utilizadas pela Marinha durante cerca de meio século Em Abril de 1907 é nomeado reitor do Liceu Central de Lisboa, cargo que desempenha até ao ano da proclamação da República Promovido a Capitão-Tenente em 1909, é nomeado membro da comissão encarregada de elaborar um programa de educação básica escolar Em Setembro de 1910 é eleito presidente da Associação de Futebol de Lisboa, o que denota um carácter manifestamente multifacetado. Em Julho de 1911 inicia funções como encarregado da Biblioteca da Marinha, onde descobre ou, pelo menos, desenvolve uma nova componente dos seus estudos: a História Marítima. É promovido a Capitão-de-Fragata em Agosto de 1915, ano em que é nomeado Governador de Cabo verde. Durante dois anos, estuda a fundo as questões agrícolas cabo-verdianas (apoiado na sua experiência de administrador de uma propriedade agrícola em Timor nos dois anos anteriores) e empenha-se no fomento do ensino naquele arquipélago, contribuindo para erradicar o analfabetismo e conseguindo taxas de escolarização muito superiores às da Metrópole Capitão-de-Mar-e-Guerra desde 1919, é chamado ao Governo em 1923, assumindo, sucessivamente, os cargos de Ministro da Agricultura (de Janeiro a Setembro) e de Ministro da Marinha (até Novembro). Regressa ao ensino no ano seguinte, como professor da Escola Náutica na cadeira de Pilotagem. Na sequência dos seus estudos náuticos é convidado, no início dos anos 30, para fazer parte da comissão nacional encarregada de estudar a reforma do calendário. Em 1932 passa à Reserva por limite de idade, mas a sua actividade não diminui, dedicando-se, então, ao estudo da náutica portuguesa da época dos Descobrimentos. Publica, sobre o tema, obras de fundo, das quais se destaca A

Marinharia dos Descobrimentos, publicado em 1933. Outro importante trabalho que desenvolve é a publicação de textos náuticos inéditos, como os Livros de Marinharia do

91

século XVI e a compilação das obras completas de Pedro Nunes, das quais dá à estampa os quatro primeiros volumes. Em 1934 participa no III Congresso Internacional da História da Ciência. Dois anos mais tarde, a Academia Francesa de Marinha elege-o, por unanimidade, como membro. Dedica-se, entretanto, a actividades de outro âmbito. Muito interessado por assuntos da Natureza, aventura-se por terrenos da Ornitologia, publicando, em 1935,

O Canário Encarnado, onde mostra, uma vez mais, a sua polivalência e a capacidade de estudar com minúcia qualquer tema da sua esfera de interesses. Prosseguindo a sua actividade como professor da Escola Náutica, é nomeado, em 1936, Director daquela instituição, cargo que exercerá até 1939. Ainda naquele ano é escolhido como membro da comissão organizadora do Museu Naval Português Em 1938 participa no III Congresso de História da Expansão Portuguesa no Mundo e no Congresso Internacional de Geografia, em Amsterdão. As suas deslocações ao exterior tornam-se mais frequentes quando é encarregado pela Comissão Executiva dos Centenários de obter cópias das principais cartas portuguesas do século XVI, obra mais tarde prosseguida pelo Almirante Teixeira da Mota Faleceu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1940. Bibliografia 

“Aplicação das Tábuas de Estrada e Logaritmos de Subtracção ao método de S. Hilaire”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 19, Lisboa, 1889, pp. 405-407



“Latitude por Circum-meridianas”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 22, Lisboa, 1892, pp. 273-276



“Observações ao Pôr Aparente do Sol”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 22, Lisboa, 1892, pp. 225-237



“Tábuas de Johnson para Circum-meridianas”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 22, Lisboa, 1892, pp. 238-239



Tábuas para o Ponto no Mar, Lisboa, Imp. Nacional, 1898



“Nomeações para Serviço de Estação”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, tomo 30, 1900, pp. 221-231



“Vencimentos dos Oficiais, Alunos e Praças da Armada e seus Descontos Legais”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 30, Lisboa, 1900, pp. 621-644

92



“Pinhas d’Anel de um Só Cordão”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 31, Lisboa, 1901, pp. 109-139



“A Ciência Náutica dos Pilotos Portugueses”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 618-621



“Instrução dos Artilheiros e Torpedeiros”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 368-369



“A Instrução Prática dos Aspirantes e Guardas-marinhas”, Anais do Clube Militar

Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 671-678 

“Subsídios para um Roteiro das Costas Portuguesas - Fundeadouros da Canhoneira «Mandovy» nos Principais Portos de Cabo Verde”, Anais do Clube

Militar Naval, tomo 32, Lisboa, 1902, pp. 83-98, pp. 344-351, pp. 414-420, pp. 690-701, pp.747-762 

“A Reforma da Escola Naval”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 41-44



“Sobre a Marcha dos Cronómetros. Isotempos”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 569-576



“Viagens nas Regiões Antárticas. O Encontro da Expedição de Nordenskiold pelo Navio Argentino «Uruguay»“, Anais do Clube Militar Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 633-638



“Sobre as Tábuas Náuticas de Martelli e Similares”, Anais do Clube Militar

Naval, tomo 33, Lisboa, 1903, pp. 650-655, 1904, pp. 143-153 

“Despesas no Arsenal da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, tomo 34, 1904, pp. 41-44



Arithmetica, Systhema Metrico e Geometria: 4ª Classe [do] Ensino Primário Oficial, Lisboa, Typ. de Adolpho Mendonça, 1905



Elementos de Matemática: em Harmonia com o Programma Oficial, Lisboa, J. A. Rodrigues, 1905



Sur les Deflecteurs, Lisbonne, Librairie Ferin, 1905



“Sobre Defletores”, Anais do Clube Militar Naval, tomo 36, Lisboa, 1906, pp. 5966, pp. 127-140, pp. 176-180



Tábuas

de

Logarithmos

5

Decimais

dos

Números

e

das

Funções

Trigonométricas: para Uso dos Lyceus, Institutos, Escolas Industriais e Comerciais (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Livraria Ferreira, 1907 

“Naufrágios na ilha da Boa Vista (Desde 1842 a 1916)”, Anais do Clube Militar

Naval, tomo 48, Lisboa, 1917, pp. 736-738 93



Cronómetro [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola Naval, 1918-1919, Lisboa, [s.n.; s.d.]



“Fórmulas do Triângulo de Posição”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51, Lisboa, 1920, 1922, pp. 35-39, pp. 273-279



“Uma Recta de Altura Histórica”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 52, Lisboa, 1921, pp. 97-100



Elementos de Navegação Astronómica Moderna, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar, 1921



Dezasseis Meses em Timôr (1913-14), Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar, 1923



Tábuas Náuticas (c/ Azevedo Coutinho), Lisboa, Typ. Cooperativa Militar, 1922



“Observações Simultâneas de 3 ou 4 Astros”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 53, Lisboa, 1924, pp. 242-245



“Traçado das Curvas de Altura”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 57, Lisboa, 1926, pp. 184-201, pp. 292-316



Navegação Radiogoniométrica: Curvas e Rectas do Azimute, Lisboa, Imprensa da Armada, 1927



“Hora do Relógio de Bordo (Hora Legal) ao Meio Dia Verdadeiro, Sendo o Observador Móvel”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, Lisboa, 1929, pp. 310



“O Actual e o Futuro Ponto no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61, Lisboa, 1930, pp. 73-115



Desvios da Agulha Magnética: 5ª cadeira [da] Escola Naval, Lisboa, Escola Naval, 1930



Moderna Navegação Astronómica [texto litografado]: 5ª cadeira [da] Escola Naval, Lisboa, Escola Naval, 1930



“A Evolução da Pilotagem em Portugal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1931, pp. 93-105



“A Reforma do Calendário”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1931, pp. 3-61



“Atribulações dum Marinheiro em Terras de Além-mar, Cabinda-Timor-Cabo Verde-S. Tomé”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 113140

94



“Compensação Estável do Desvio Quadrantal das Agulhas Líquidas de Forte Momento Magnético”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, Lisboa, 1932, pp. 316



Este Liuro he de Rotear, Lisboa, Imprensa da Armada, 1933



Bibliografia dos Roteiros Portugueses até ao Ano de 1700, Lisboa, Arquivo Histórico da Marinha, 1933



A Marinharia dos descobrimentos (contém Bibliografia náutica portuguesa até 1700), Lisboa, Imprensa da Armada, 1933



Via do Infante, Antes Terça Nabal e Sagres Depois, Lisboa, [s.n.], 1933



Bibliografia Náutica Portuguesa até 1700, Lisboa, Imprensa da Armada, 1934



O Canário Encarnado, Lisboa, Editorial Século, 1935



Às Portas da Índia em 1484, Lisboa, Imprensa da Armada, 1935



Um dos 5 Regimentos da Altura do Polo ao Meio Dia, do “Livro de Marinharia” de João de Lisboa, Lisboa, [s.n.], 1933



“Unificação

das

Anotações

Especialmente

Bibliográficas

nos

Trabalhos

Históricos”, Ethnos, Lisboa, 1935, pp. 37-39 

“L’Almanach Perpetuum de Abraham Zacut, Leiria, 1496”, Actes, Conférences et

Communications/III Congrès Internacional d’Histoire des Sciences, Lisboa, 1936, pp. 137-146 

“Sócios Fundadores do Clube Militar Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 66, Lisboa, 1936, pp. 9-64



“A Arrojada Viagem de Pedro Álvares Cabral e da sua Armada (1500-1501)”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 233-242 

Astronomical Fixes by Azimuth, Astronomical Fixes by Simultaneous Altitude and Azimuth of the Sun, Radiogoniometric Fixes for Distances Nearer the Station, [s.l.; s.n.], 1937



“A Actividade dos Descobrimentos desde a Morte de D. Henrique até o Advento de D. João II”, História da Expansão Portuguesa no Mundo, Lisboa, Ática, 1937, pp. 357-361



“Bartolomeu Dias e a Passagem do Sueste”, História da Expansão Portuguesa

no Mundo, Lisboa, Ática, 1937 

Deambulações da Ganda de Modafar, Rei de Cambaia, de 1514 a 1516, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1937



Deambulations of the Rhinoceros, Ganda of Muzafar, King of Cambaia, from 1514 to 1516, Lisboa, Agency General of the Colonies, 1937 95



“A Intrigante Penúltima Página do «Regimento de Munich»“, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 67, Lisboa, 1937, pp. 525-543 

Les Déambulations du Rhinocéros de Modafar: Roy de Cambaye, de 1514 à 1516, Lisboa, Agênce Générale des Colonies, 1937



“As Orações de Obediência de D. João II aos Papas Inocêncio VIII em 1485 e Alexandre VI em 1493”, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Lisboa, 1937, pp. 19-31



Point Astronomique par des Azimuts, Point Astronomique par la Hauteurs et l’Azimuth Simultanés du Soleil, Point Radiogonométrique pour les Distances Rapprochées, [s.l.; s.n.], 1937



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“Quarto Centenário da Publicação do Tratado da Sphaera de Pedro Nunes”,

Petrus Nonius, Lisboa, 1938, pp. 337-356 

“Cartas Portuguesas dos Séculos XV e XVI, de Paradeiro Conhecido”, Boletim

Geral das Colónias, Lisboa, 1938, pp. 31-52 

Descobrimentos Marítimos Africanos dos Portugueses com D. Henrique, D. Afonso V e D. João II, Lisboa, Publicações do Primeiro Congresso da História da Expansão Portuguesa no Mundo, 1938



“Fernão Gomes e o Monopólio do Resgate da Guiné”, Boletim da Sociedade de

Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 189-194 

“As Ilhas Mascarenhas: Reunião e Maurícia”, Boletim da Sociedade de Geografia

de Lisboa, Lisboa, 1938, pp. 469-471 

La Découverte du Brésil en 1500: 22 Avril, Date Historique, 3 Mai, Date Conventionelle, Lisboa, [s.n.], 1938



“La Liene Marine des Portugais aux XVe e XVIe Siècles”, Boletim da Sociedade

de Geografia de Lisboa, Lisboa, 1938, p. 370 

Pedro Nunes, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1938



S. Gregório em False Island como Afirmei em 1935, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1938



Sobre uma Nova Versão do Descobrimento da Ilha de Santiago de Cabo Verde, Lisboa, Academia das Ciências, 1938



Descobrimento de Lourenço Marques, [s.l.; s.n.], 1939

96



“O Descobrimento do Brasil”, História da Expansão Portuguesa no Mundo, Lisboa, Ática, 1939, p. 359



Cartas das Ilhas de Cabo Verde de Valentim Fernandes 1506-1508, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1939



L’art Nautique des Découvertes, Paris, Librairie Félix Alcan, 1939



“Catálogo da Exposição de Cartografia”, Publicações/Congresso do Mundo

Português, Lisboa, 1940, pp. 390-459 

“A Contribuição Literária da Agência Geral das Colónias às Comemorações Centenárias”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1940, pp. 315-316



“Descobrimentos Portugueses no Atlântico e Costa Ocidental Africana do Bojador ao Cabo de Catarina”, Publicações/Congresso do Mundo Português, Lisboa, 1940, pp. 243-286A



“Elogio do Comandante Quirino da Fonseca”, Boletim da Sociedade de

Geografia de Lisboa, Lisboa. 1940, pp. 94-96 

“Fontes Contemporâneas sobre a Arrojada e Trágica Viagem de Pedro Álvares Cabral 1500-1501”, Petrus Nonius, Lisboa, 1940, pp. 249-252



Uma Carta Náutica Portuguesa, Anónima, de “circa” 1471, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



“Para a história de Lourenço Marques”, Anais da Academia Portuguesa da

História, Lisboa, 1944, pp. 93-97 

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Fontes/Estudos 

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2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 351355 

COSTA, Sofia Canas, A Obra Náutica do Comandante Fontoura da Costa (dissertação para obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares Navais na especialidade de Marinha, com orientação de Luís Semedo de Matos), Alfeite, Escola

Naval,

2015

(consultada

97

em

Junho

de

2016

em

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11033/1/ASPOF%20M%20Joana% 20Canas%20Costa%202015.pdf) 

COUTINHO, Carlos Viegas Gago, “Abel Fontoura da Costa”, Anais da Academia

Portuguesa de História, II série, vol. 2, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1949, pp. 146-151 MOTA, Avelino Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador

da Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1973 

FONSECA, Henrique Quirino da, “Fontoura da Costa o Emérito Historiador de A

Marinharia dos Descobrimentos”, Anais do Clube Militar Naval, Discurso proferido na sessão de homenagem a Abel Fontoura da Costa, vol. 65, Lisboa 1935, pp. 549-563 

LIMA, Joaquim dos Santos Quelhas, “Homenagem à memória de Fontoura da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 71, Lisboa, 1941, pp. 455-474



MOTA, Teixeira da, O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da

“Marinharia dos Descobrimentos”, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1973 

PEREIRA, Jorge Ramos, Fontoura da Costa, Professor Insigne, Matemático

Categorizado, Marinheiro Brioso, mas Inconformado, que Dignificou a Marinha e Honrou a Pátria, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1973 

PINTO, José Luís Leiria, “Comandante Fontoura da Costa – Realidade e Mito”,

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SILVA, Fernando Augusto Pereira da, “Capitão de Mar e Guerra Abel Fontoura da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 70, Lisboa, 1940, pp. 581-585

98

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Eugénio Estanislau de Barros (1870-1942) Nasceu no Porto, a 12 de Janeiro de 1870. Sendo Engenheiro Civil pela Academia Politécnica do Porto, assentou praça como aspirante a Engenheiro Construtor Naval a 25 de Outubro de 1899. Formou-se como Engenheiro Naval e Mecânico pela Reggia Scuola Navale Superiore, de Génova, sendo o primeiro português a fazê-lo. Participou na reconstrução do antigo couraçado “Vasco da Gama” e dirigiu a reconstrução do cruzador” Adamastor”. Teve um papel fundamental na construção da capacidade submarina portuguesa, tendo sido encarregado pelo Governo de efectuar um estudo que percorreu grande parte da Europa. O relatório subsequente serviu de apoio ao processo de aquisição do “Espadarte”, o primeiro submersível português. Durante vários anos, desempenhou as funções de Subdirector do Arsenal da Marinha e de demonstrador na Escola Naval. Aquando da criação do Instituto Superior Técnico, foi convidado como professor efectivo para as cadeiras de Máquinas e Termodinâmica. Tendo publicado várias obras técnicas de ampla divulgação, revelou, também, grande interesse pela Arqueologia Naval, no campo da construção de navios. Na sequência de estudos de que foi encarregue pelo Ministério da Marinha, publicou As

Galés Portuguesas do Século XVI (1930) e Traçado e Construção das Naus Portuguesas dos Séculos XVI e XVII (1933). Era condecorado com a Ordem da Coroa de Itália, a Medalha de Mérito Naval de Espanha e a comenda da Ordem de Avis.

99

Passou à Reserva, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, em 1935, tendo falecido a 6 de Maio de 1942. Bibliografia 

Elementos de Mecânica, Lisboa, Biblioteca de Instrução Profissional, 1900



Construcção Naval, Lisboa, Biblioteca de Instrução Profissional, 1915



Elementos de Máquinas: Teoria e Construção, Porto, Renascença Portuguesa, 1917



As Galés Portuguesas do Século XVI, Lisboa, Ministério da Marinha, 1930



Traçado e Construção das Naus Portuguesas dos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Ministério da Marinha, 1933

Fontes/Estudos 

V.T.F., “Capitão de Mar e Guerra Engenheiro Construtor Naval Eugénio Estanislau de Barros” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. 74, Lisboa, 1944, pp. 643-644

100

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Joaquim Anselmo da Matta Oliveira (1874-1948) Nasceu em Lisboa, a 5 de Março de 1874 e ingressou na Escola Naval em Outubro de 1892. Promovido a Guarda-Marinha em 1895, serviu a bordo de vários navios em comissão no Ultramar, tendo prestado serviço em Cabo Verde, na Índia e em Moçambique. Foi nesta última província que exerceu o seu primeiro comando, a bordo da lancha-canhoneira “Obus”. Até 1911 prossegue as suas comissões ultramarinas, com destaque para o comando da lancha-canhoneira “Macau” nos mares da China, onde dá o seu contributo para a erradicação da pirataria em águas macaenses. Pelo meio, cumpre curtas comissões de serviço em terra, na Majoria-General da Armada e como ajudante de ordens do Inspector-Geral de Marinha, do Director-Geral de Marinha e do Ministro da Marinha. Adquire, deste modo, uma visão de topo da instituição que serve e um grande interesse por questões de doutrina e de política naval. É neste período, mais concretamente a partir de 1906, que inicia a sua colaboração na Revista Militar, debruçando-se sobre temas de Política, Estratégia e História Marítima. Pouco depois, é encarregue de coordenar a Secção da Marinha de Guerra e da Defesa Nacional do Boletim Marítimo da Liga Naval Portuguesa. Também colabora assiduamente nos Anais do Clube Militar Naval, cuja comissão de redacção integra por várias vezes. Os seus trabalhos escritos ganham rápida notoriedade. Em 1914 publica a sua obra mais notável, O Poder Marítimo na Guerra da

Península, premiado no concurso literário evocativo da Guerra Peninsular. Neste estudo procura pôr em evidência a grande influência que o domínio do mar teve durante 101

aquela guerra. Nele advoga que uma potência continental como a França jamais poderia bater a Inglaterra num conflito tão marcadamente marítimo como aquele, relevando o facto de os dois principais contendores estarem separados pelo mar, o que prejudicava, sobretudo, o primeiro. Em 1918, na sequência dos ensinamentos colhidos durante a Grande Guerra, é criado o Estado-Maior Naval, tornando-se Mata Oliveira, já Capitão-Tenente, um dos seus primeiros oficiais. Ali se distingue pelos seus trabalhos de carácter doutrinário e pelo contributo dado à organização do Curso Naval de Guerra. Em 1923 volta a embarcar, como comandante do contratorpedeiro “Douro”. É, por essa altura, convidado a integrar a recém-criada Comissão de História Militar. Regressa ao Estado-Maior no ano seguinte. Cinco anos depois é nomeado chefe de gabinete do Ministro da Marinha, Almirante Magalhães Correia, junto de quem acompanha o lançamento do mais ambicioso programa de reequipamento naval levado a cabo durante o século XX. Em Março de 1931 regressa a Macau, desta vez na qualidade de Governador. Além de fomentar o ensino, o turismo e as telecomunicações, teve uma acção determinante na pacificação das perturbações causadas no território pela guerra civil em curso na China. Em Dezembro do mesmo ano estava, já, de volta a Lisboa e ao Estado-Maior Naval. Era o seu regresso definitivo à estrutura superior da Marinha, com a qual tivera o primeiro contacto trinta anos antes. Aproveitando a sua experiência ultramarina, integra a delegação metropolitana na 1ª Conferência Económica do Império colonial Português, realizada em Lisboa em 1934. Em 1935 publica as memórias dos seus tempos de embarque: No Mar –

Episódios da Vida dos Marinheiros. No ano seguinte é promovido Contra-Almirante e investido no cargo de Superintendente dos Serviços da Armada. Em Maio de 1937 assume, apenas por dois meses, a chefia do Estado-Maior Naval, logo antes de ascender ao mais alto cargo militar da Marinha: o de Major-General da Armada. Passa à Reserva, por limite de idade, em 1941, sendo, então, nomeado presidente da comissão de estudo das novas instalações do Museu de Marinha. Mais disponível para se dedicar à investigação histórica, debruça-se, sobretudo, sobre o período das Guerras Liberais. Morre em Lisboa, a 24 de Julho de 1948. 102

Bibliografia 

“O Recrutamento das Praças da Armada”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 38, 1907, pp. 224-232



“Subsidios para a Historia da Esquadra do Marquês de Nisa (1798-1800): Papel Historico sobre a Comissão de Tripoli, em Maio de 1799”, Revista Militar, vol. LXIV, 1912, pp. 714-725, 776-801; vol. LXV, 1913, pp. 590-617



O Poder Marítimo na Guerra da Península, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar, 1914



“Serviços Militares e Políticos do Marquês de Nisa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 458-477



“O Bombardeamento e as Defesas Acessórias da Fortificação das Bases Marítimas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 775-792



“As Operações Costeiras e os Progressos da Técnica Naval”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 407-417, 550-569; vol. 50, 1919, pp. 69-86, 173-182, 427-437, 475-491  

“Ordens e Instruções”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 55, 1924, pp. 177-185 “Marinha Espanhola. Escola de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 56, 1925, pp. 340-354



“A História Militar na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 1-2, 1928, pp. 3-9



“Novas Orientações a Seguir no Estudo da geografia Militar Naval”, Anais do

Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 5-6, 1929, pp. 15-19 

No Mar – Episódios da Vida dos Marinheiros, Lisboa, Liga Naval Portuguesa, 1935



Alguns Manuscritos sobre a Batalha do Cabo Matapan, Lisboa, Comissão de História Militar, 1950

Fontes/Estudos 

PINTO, José Luís Leiria, “Vice-Almirante Matta Oliveira, Distinto Oficial de Estado-Maior e Major-General da Armada”, Revista da Armada, nº 432, Julho de 2009, pp. 25-27

103

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Alves Pereira de Matos (1874-1930) Nasceu no Porto a 10 de Setembro de 1874. Depois de concluir o curso na Escola Naval, serviu vários anos embarcado na África Ocidental. Em 1898 foi colocado na Divisão Naval do Índico como oficial imediato do navio-chefe. No ano seguinte assumiu o comando da corveta “Baptista de Andrade”, levando-a de regresso a Lisboa. Distinguiu-se nessa viagem pela perícia com que salvou o navio após uma explosão na caldeira que causou a morte a vários marinheiros. Voltou a Moçambique em 1904, como comandante da canhoneira “Bengo”. Ali comandou também o destacamento de marinheiros desembarcados durante a campanha de Angoche e nas operações contra o gentio de Sabaja. Em 1902, foi fundador da Liga Naval Portuguesa, tendo nela desempenhado as funções de Secretário-Geral. Foi o grande promotor da organização, em Lisboa, do Congresso Internacional Marítimo e da Exposição Oceanográfica, em 1910. Como historiador, debruçou-se, sobretudo, sobre a história da Marinha Mercante, tendo colaborado em vários jornais e revistas, nomeadamente nos Anais do

Clube Militar naval e no Boletim da Liga Naval Portuguesa. Foi agraciado com os graus de Comendador da Ordem da Conceição de Vila Viçosa e de Oficial da Ordem de Avis e do Mérito Naval de Espanha.

104

Bibliografia 

“A Superioridade da Artilharia Canet”, Anais do Clube Militar Naval, nº 24, Lisboa, 1894, pp. 655-662, 717-725



“O Cruzador”, Anais do Clube Militar Naval, nº 25, Lisboa, 1895, pp. 133-150, 227-238, 297-310, 383-391



A Baía de Cabinda, Plano Hidrográfico, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1896



“Armstrong e Canet e o Cruzador”, Anais do Clube Militar Naval, nº 26, Lisboa, 1896, pp. 7-20, 55-76, 127-135, 613-632



“Os Cronómetros da «Douro», Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa, 1897, pp. 1069-112



A Determinação do Ponto de Mar, pelas Curvas de Posição e Rectas de Altura, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1897



A Marinha de Guerra, Porto, Magalhães & Moniz, 1897.



“A Marinha na Defesa das Costas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa, 1897, pp. 63-87



“Marinha Nacional”, Anais do Clube Militar Naval, nº 27, Lisboa, 1897, pp. 627630



“Cabinda”, Anais do Clube Militar Naval, nº 28, Lisboa, 1898, pp. 177-187



Nas Águas de Moçambique: comissões desempenhadas pelo vapor "Baptista de Andrade" desde 17 de Março de 1899 a 27 de Janeiro de 1900, Porto, Typ. Pereira, 1900



A Marinha de Commercio: Estudo, Porto, Magalhães e Moniz, 1900



“Através da História”, Anais do Clube Militar Naval, nº 31, Lisboa, 1901, pp. 7592



De l'État Actuel de l'Application des Resolutions de la Conférence de Washington en Portugal, Lisboa, Typ. do Commercio, 1902



A Marinha Colonial: estudo apresentado ao Congresso Marítimo Nacional de 1902, Lisboa, Typ. da Companhia Nacional, 1902



“Uma Arribada Forçada (Vapor «Baptista de Andrade» na Costa de Moçambique”, Anais do Clube Militar Naval, nº 32, Lisboa, 1902, pp. 428-434, 763-768



O Congresso Internacional Maritimo de Copenhague em 1902: relatório, Porto : Typ. Pereira, 1903 105



Na “Bengo” 1903: comissões desempenhadas por este navio sob o comando de A. Mattos, Lisboa, Typ. do Commercio, 1903



O Congresso Internacional Maritimo de Nantes em 1902: relatório, Porto, Typ. Pereira, 1903



“Operações Militares de Angoche”, Anais do Clube Militar Naval, nº 33, Lisboa, 1903, pp. 455-473



O Problema Naval Portuguez, Porto, Typ. Pereira, 1908



A Unificação do Direito Comercial Marítimo, Porto, Typ. Pereira, 1910



Palestras Sociaes, Porto, Typ. Pereira, 1916

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Livros mestres D/56, E/212, F/192, H/120, J/29 e Ref.2/123; Caixas 754 e 1414A;



SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 21, p. 217 (PEREIRA DE MATOS, António Alves)

106

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960) Nasceu em S. Miguel, Açores, a 1 de Dezembro de 1880. Vem para Lisboa em 1896 e frequenta a Escola Politécnica como preparação para a entrada na Escola Naval, dois anos depois. Concluído o curso em 1901, embarca sucessivamente no cruzador “D. Carlos” e nas canhoneiras “Sado”, “D. Luís” e “Tâmega”, em comissões que o levam às águas do seu arquipélago natal e aos mares de Cabo Verde. Em 1903 cumpre serviço no Índico, entre a Índia e Moçambique, tomando, então, um contacto mais profundo com as memórias dos portugueses de Quinhentos. Regressa à Metrópole em 1908 e é como capitão do porto de Ponta Delgada que toma conhecimento da implantação da República. É eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1911, participando na aprovação da nova Constituição. Desde cedo influenciado pela leitura das obras do almirante norte-americano Alfred Mahan e pelas suas teorias sobre a importância do poder marítimo, publica, em 1912, uma obra de carácter estratégico intitulada Marinha e Defesa Nacional. Nos seus estudos estratégicos ressalta a permanente preocupação em inverter a decadência do império português através da edificação de um poder naval à altura das aspirações nacionais. Em 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra, pede a exoneração da chefia do Observatório Meteorológico de Ponta Delgada e embarca, como comandante do vapor “Almirante Paço de Arcos”, que efectua o transporte de tropas para a Flandres. Recebe, nessa comissão, o grau de cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada. 107

No fim da guerra integra, como relator da Marinha, a delegação portuguesa nas negociações de paz. Regressado a Lisboa, em 1921, é nomeado regente da 11ª cadeira (Arte Militar Marítima) da Escola Naval e da e 36ª cadeira (Material e Operações Navais) da Escola Militar. Em acumulação, faz parte da comissão encarregada do projecto de organização do Ministério da Marinha (1922) e da Comissão de História Militar (1923). Entre 1926 e 1927, comanda o contratorpedeiro “Tâmega”. Naquele último ano torna-se professor do Curso Naval de Guerra. De 1934 a 1936 exerce novo comando, desta vez do contratorpedeiro “Lima”, cargo que acumula com o de comandante da esquadrilha. Em 1936 é chamado a chefiar o gabinete do Major-General da Armada, integrando, no mesmo ano, a comissão organizadora do Museu de Marinha. Em 1939 torna-se Chefe do Estado-Maior Naval e em 1940 ascende ao cargo de Major-General da Armada. Tendo passado à Reserva no posto de Vice-Almirante, faleceu em 1960. Além dos estudos de natureza estratégica e de algumas centenas de artigos dispersos pelo Diário dos Açores, jornal O Século, e Anais do Clube Militar Naval, além de muitos outros periódicos, publicou, no âmbito da História Naval, Os Primeiros Cem

Anos da Escola Naval (coordenação - 1945); Subsídios para a História das Guerras da Restauração no Mar e no Além-Mar; O Período da Restauração na Índia; o Período da Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola (1940) e Subsídios para a História Militar Marítima da Índia: 1585-1669 (1930-1956). Bibliografia 

“Algumas Notas sobre a Eficácia da Artilharia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 38, 1907, pp. 523-536



“Deslocamento, Velocidade e Armamento dos Navios de Linha”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 38, 1907, pp. 722-753,; vol. 39, 1908, pp. 4-13 

“A Táctica do Almirante Fournier”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908, pp. 132-137, 217-236



“Progressos no Tiro de Artilharia Naval nos Últimos Dez Anos”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 39, 1908, pp. 279-294, 321-335 

“Sinais Sonoros Submarinos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 39, 1908, pp. 701-712 108



“Cruzadores Couraçados”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 6587, 161-177



“Direcção do Fogo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 443-455, 530-557



Marinha e Defesa Nacional. Doutrina, Coimbra, França & Armenio, 1912



“Administração Central da Marinha”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 44, 1913, pp. 67-84, 579-608, 659-688, 749-760, 829-839, 872-880



“Estratégia do Tempo de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 45, 1914, pp. 311-335, 511-525, 546-571, 654-672



“Alfred Thayer Mahan”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 255264



“O Estudo da História de Guerra Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 463-481



“Ensinamentos da História de Guerra Naval. A Batalha de Lepanto”, Anais do

Clube Militar Naval, vol. 46, 1915, pp. 636-670 

“Perda e Restauração da Baía, 1624-25”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47, 1916, pp. 554-590, 679-686, 711-731



“Guerra Contra os Holandeses no Brasil”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 47, 1916, pp. 777-802; vol. 48, 1917, pp. 15-34, 136-153, 250-262; vol. 60, 1929, nºs 5-6, pp. 63-29; nºs 9-10, pp. 77-105; nºs 11-12, pp. 51-80; vol. 61, 1930, nºs 1-2, pp. 37-65



“A Defesa da Navegação Mercante na Guerra Submarina”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 48, 1917, pp. 850-868 

“A Guerra Submarina”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 49, 1918, pp. 39-46, 215-221, 262-271



O Problema da Marinha Mercante, Lisboa, Tip. J. F. Pinheiros, 1919



“O Estudo da Arte da Guerra na Preparação dos Oficiais”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 50, 1919, pp. 492-502 

“A Grande Guerra e a Composição Futura das Armadas”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 50, 1919, pp. 579-595 

Lições de Arte Militar Marítima: Feitas ao Curso do Ano de 1921-1922: 11ª cadeira, 2 vols. Lisboa, Escola Naval, Lit. da Escola Naval, 1922



“O Curso Naval de Guerra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 51, 1920, pp. 97123



“Aviação Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 54, 1923, pp. 40-44 109



“O Triângulo Estratégico”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 56, 1925, nºs 1-3, pp. 33-55; nºs 4-6, pp. 71-83; nºs 7-9, pp. 210-234; nºs 10-12, pp. 275-297; vol. 57, 1926, pp. 18-29



“Estudos de Orgânica. A Administração Central da Marinha”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 57, 1926, pp. 272-291 

“Um Curso de Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 58, 1927, pp. 131-135



“A Influência do Poder Aéreo na Estratégia Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 58, 1927, pp. 265-271



Os Factores Imponderáveis da Guerra [Manuscrito], lições feitas ao Curso Naval de Guerra, 1927 [publicado em Lisboa, Ministério da Marinha, 1970]



“Comunicações Navais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 1-2, 1928, pp. 31-43



“França e Itália no Mediterrâneo”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, nºs 7-8, 1928, pp. 84-90



“Estudos de Orgânica. O Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, 1928, nºs 5-6, pp. 11-26; nºs 11-12, pp. 20-29; vol. 60, 1929, nºs 1-2, pp. 11-31



“Aspectos Navais da Guerra Química”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 1-2, 1929, pp. 148-154



“A Educação dos Oficiais da Armada até à Criação da Escola Naval”, Anais do

Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 3-4, 1929, pp. 17-31 

“Recrutamento, Instrução e Selecção dos Oficiais” Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, 1929, nºs 3-4, pp. 97-104; nºs 5-6, pp. 95-105



“Estudos de Orgânica. A Defesa da Costa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 7-8, 1929, pp. 33-60



“Campos Minados e seu Emprego à Luz dos Ensinamentos da Grande Guerra”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 60, nºs 9-10, 1929, pp. 115-131 

“Marinha de Qualidade e Marinha de Quantidade”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61, nºs 3-4, 1930, pp. 159-167



“Política Naval Nacional: Necessidade e Vantagens de Defini-la”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 7-8, pp. 91-116; nºs 9-10, pp. 121-154 

Subsídios para a História Militar Marítima da Índia 1585-1669, 4 vols., Lisboa, Imprensa da Armada, 1930-56



“Princípios do Mando”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 61, 1930, nºs 11-12, pp. 3-29; vol. 62, 1931, nºs 1-2, pp. 55-78 110



As Novas Formas da Guerra Naval e a Futura Composição das Marinhas, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Impr. da Armada, 1931



“Um Capítulo da História da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, nºs 12, 1931, pp. 3-19



“Aviões de Bombardeamento e Aviões Torpedeiros”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 62, nºs 5-6, 1932, pp. 215-222 

“As Grandes Expedições Combinadas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 62, 1932, nºs 9-10, pp. 51-70: nºs 11-12, pp. 21-36; vol. 63, 1933, nºs 1-2, pp 2945



A Geografia, lição inaugural do ano lectivo 1932-33 da Escola Naval pronunciada em 23 de Outubro, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Imprensa da Armada, 1933



A Cooperação do Exército e da Marinha, lição inaugural do ano lectivo 19331934 da Escola Militar, sep. Revista Militar, Lisboa, [s.n.], 1933



“Marinheiros em Terra”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 64, nºs 1-2, 1934, pp. 99-107



As Operações Contra a Costa e as Expedições Combinadas, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., 1939



O Período da Restauração nos Mares da Metrópole, no Brasil e em Angola, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



Nuno Álvares Botelho, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



O Período da Restauração na Índia, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



Subsídios para a História das Guerras da Restauração no Mar e no Além-Mar, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



Os primeiros cem anos da Escola Naval: 23-IV-1845 a 23-IV-1945 (pref. e coord.), Lisboa, Escola Naval, Tip. da União Gráfica, 1945



“O Futuro das Forças Armadas Perante a Recente Evolução do Material Bélico e a Organização Mundial para a Paz”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 75, 1945, pp. 557-583; vol. 76, 1946, pp. 3-19



“As Reduções Navais Britânicas”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 77, 1947, pp. 391-401



“Dois Anos do Período da Decadência do Nosso Império Oriental – 1620-22”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 80, 1950, pp. 3-22 

“A Evacuação de Hungman”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 37 111



“A Preponderância Aérea e as Armas Atómicas na Defesa do Ocidente”, Anais

do Clube Militar Naval, vol. 81, 1951, pp. 299-309 

“O Problema Orgânico da Força Aérea”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 82, 1952, pp. 177-181



“A Marinha e o Império Português das Índias Ocidentais”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 84, 1954, pp. 87-102 Fontes/Estudos 

MATOS, Jorge Semedo de, “Vice-Almirante Botelho de Sousa, o Patrono do Novo Curso da Escola Naval”, Revista da Armada, nº 360, Janeiro de 2003, p. 9



ID., “Vice-Almirante Botelho de Sousa (1880-1960) Patrono do Curso de 2002”,

Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval 1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 447-451 

RILEY, Carlos Guilherme, Alfredo Botelho de Sousa (1880-1960) – um Apóstolo

Açoriano do Poder Naval Português, Lisboa, Academia de Marinha, 1998

112

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Jaime Correia do Inso (1880-1967) Nasceu em Nisa a 18 de Dezembro de 1880. Em 1903, durante a viagem de Guarda-Marinha, atravessa o Mediterrâneo e visita Macau, escalando, no regresso, Moçambique, Angola e Cabo Verde. A passagem pelo Oriente desperta nele uma paixão que se manifestará ao longo de toda a sua vida. Dois anos mais tarde, integra a Divisão Naval do Atlântico Sul, com base em Luanda, tendo, então, oportunidade de escalar os principais portos do Brasil. Regressado à Metrópole em 1806, é promovido a Segundo-Tenente, mas volta, pouco tempo depois, a Angola, para exercer as funções de Encarregado do Depósito da Divisão Naval. Em seguida, presta serviço no Corpo de Marinheiros. Em 1909 inicia a colaboração com os Anais do Clube Militar Naval, publicando o artigo “Apontamentos sobre Movimentos Atmosféricos”. No início de 1911, parte, a bordo da canhoneira “Pátria”, para Macau, com a missão de defender a soberania portuguesa naquele território face às perturbações revolucionárias na China. Durante essa comissão, distingue-se nas acções de repressão da revolta de Baucau (Timor-Leste). Em 2012 inicia, nos Anais, a publicação de escritos relacionados com o Extremo Oriente, com o artigo “Ecos de Macau. Guerra dos Piratas”. No ano seguinte profere na Sociedade de Geografia de Lisboa a conferência “Macau, a Jóia do Oriente”. Já como Primeiro-Tenente, dedica-se à área técnica da Artilharia e da Balística e publica nos Anais um artigo sobre o assunto. Em terra, presta serviço no Corpo de Marinheiros, na Majoria-Geral da Armada e na Escola Prática de Artilharia Naval. Volta, 113

depois, aos embarques, tendo tido oportunidade, em 1922, de apoiar, a bordo do cruzador “Carvalho Araújo”, a travessia aérea do Atlântico Sul efectuada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Fora, entretanto, promovido, em 1919, ao posto de Capitão-Tenente. Depois de servir, durante dois anos (1923-1925), como Capitão do Porto de Vila Real de Santo António, regressa a Macau, para assumir o comando da sua velha canhoneira “Pátria”. Foi o seu último embarque operacional e a sua última estadia naquelas paragens orientais. Regressa a Lisboa em 1929, sendo portador de uma série de crónicas, relatos e contos que publicará ao longo da década seguinte e que consolidarão a sua reputação como escritor da história de Macau e da presença portuguesa no Extremo Oriente. De entre os trabalhos publicados, destacam-se A Caminho do Oriente (1932), que é premiado no Concurso de Literatura Colonial, a colectânea de artigos Visões da China (1933) e a monumental obra em 12 volumes China (1936). Nessa altura dedica-se, com especial relevo, às actividades culturais, representando a Marinha na Exposição Colonial Portuguesa em Antuérpia (1931) e na Semana das Colónias da Sociedade de Geografia de Lisboa (1933), sendo a sua acção muito louvada. Em 1933, recebe o encargo de compilar elementos para a elaboração de uma História dos Navios da Marinha de Guerra Portuguesa, tarefa que prosseguirá mesmo após o fim do seu serviço activo. Promovido a Capitão-de-Fragata em 1935, é nomeado comandante da fragata “D. Fernando II e Glória”, cargo que acumula, entre 1937 e 1938, com o de Director da Escola de Artilharia Naval ali sedeada. Naquele último ano, é dado como incapaz para o serviço pela Junta de Saúde Naval, passando, então, à Reserva. É, então, nomeado para prestar serviço na Secção de História do Estado-Maior Naval, na mesma altura em que é publicado, em separata dos Anais do Clube Militar

Naval, o seu notável trabalho A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, que, de forma abrangente, nos dá um panorama da participação das várias componentes da Marinha (unidades navais, batalhões expedicionários e aviação naval) no primeiro grande conflito mundial. Em 1947, é nomeado Director da Biblioteca da Marinha e do Museu Naval que, na altura, lhe estava agregado. Passa à situação de Reforma em 1950, mas isso não impede que continue a dedicar-se, de forma apaixonada, à área da Museologia, sendo a sua acção seria decisiva para o desenvolvimento do Museu da Marinha e para a sua relocalização nas actuais instalações anexas ao Mosteiro dos Jerónimos. 114

Entre 1950 e 1957 é vogal da Comissão de Redacção dos Anais de Marinha e em 1959 é nomeado Director do renovado Museu da Marinha, inaugurando as suas novas instalações em 1962. E é ao Museu que dedica o seu último trabalho escrito, publicado em separata dos Anais do Clube Militar Naval em 1967, ano da sua morte. Bibliografia 

“Apontamentos sobre Movimentos Atmosféricos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 40, 1909, pp. 801-840



“De Minimis…”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 41, 1910, pp. 302-316, 471479



“Novo Método para Determinar o Raio de Giração”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 41, 1910, pp. 553-560 

“Ecos de Macau. Guerras dos Piratas – A Batalha de Landau”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 43, 1912, pp. 107-117 

“Em Socorro de Timor”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 43, 1912, pp. 296309, 399-416, 571-594, 692-700, 707-713; vol. 43, 1913, pp. 84-100, 188-198, 366-374, 431-442, 608-626, 881-894



“Preliminares do Tiro”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 45, 1914, pp. 431-451



Macau: a mais Antiga Colónia Europeia no Extremo-Oriente, Macau, [s.n], 1929



Macau, Macau, Escola Tip. do Orfanato, 1929



A Caminho do Oriente, Lisboa, Tip. "Elite", 1932



“A Bandeira do Batalhão de Marinha Expedicionário a Angola”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 62, nºs 11-12, 1932, pp. 3-19; vol. 64, nºs 7-8, 1934, pp. 999-1000 

“A Exposição de Marinha na Semana das Colónias”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 63, 1933, pp. 75-99 

Visões da China, Lisboa, Tip. "Elite", 1933



China, Lisboa, Europa, 1936



A Marinha Portuguesa na Grande Guerra, sep. Anais do Club Militar Naval, de Novembro de 1937 a Março de 1939, Lisboa, Imprensa da Armada, 1937



Timor 1912, Lisboa, Edições Cosmos, 1939



A Arte de Navegar, Lisboa, Edições Cosmos, 1943



Cenas da Vida de Macau, Cadernos Coloniais, nº 70, Lisboa, Edições Cosmos, 1950 115



O Museu da Marinha, Lisboa, Tip. da União Gráfica, 1950



“A Necessidade do Monumento ao Infante D. Henrique”, Anais do Clube Militar

Naval, vol. 82, 1952, pp. 39-49 

A Estética Histórico-Marítima da Cidade de Lisboa, Lisboa, Império, 1953



Os "Genários" uma Nova Espécie Zoológica, Lisboa, [s.n.], 1958



O Museu de Marinha, Lisboa, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, 1962



“Uma Curiosidade do Tempo da Vela”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 92, 1962, pp. 353-360



“A Marinha em África. Silva Nunes”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 94, 1964, pp. 523-534



“Recordando Timor”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95, 1965, pp. 259-274



“Um Planetário desconhecido, de 1736”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 95, 1965, pp. 753-760



O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, nºs 4 a 6, Abril-Junho 1967

Fontes/Estudos •

PINTO, J. L. Leiria, ”Jaime do Inso”, Revista da Armada, nº 390, SetembroOutubro 2005, pp. 18-21

116

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves (18811963) De seu nome verdadeiro Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha Gonçalves, nasceu em Goa, na Ilha de Divar, a 4 de Junho de 1881. Tendo terminado, com nota final de 18 valores, o curso de Medicina, assentou praça na Armada, como SegundoTenente Médico Naval, em Abril de 1911. Logo no ano seguinte, integrou o batalhão de Marinha enviado a deter a invasão monárquica no Norte do País. Voltaria a combater as forças realistas, como voluntário, aquando da insurreição de 1919. Tendo cumprido comissões de embarque a bordo do cruzador “Vasco da Gama” e da canhoneira “Save”, fez parte do batalhão de Marinha expedicionário ao Sul de Angola (1914-1915), distinguindo-se pela sua coragem debaixo de fogo aquando do célebre combate de Môngua. Ainda durante a I Guerra Mundial, embarcou nos cruzadores “Pedro Nunes”, “S. Gabriel”, “Almirante Reis” e “Gil Eanes”, a bordo dos quais fez várias viagens a França e à Inglaterra, em águas semeadas de minas e infestadas de submarinos alemães. Entre vários cargos, desempenhou as funções de Director do Serviço de Saúde do Arsenal de Marinha, Chefe da Repartição de Saúde, Vogal do Tribunal de Marinha e Director do Hospital da Marinha, cuja operacionalidade melhorou consideravelmente. Foi também um cientista de renome, distinguindo-se na área da Antropologia. De espírito inovador, inventou uma maca de transporte de feridos que lhe valeu uma menção honrosa no Congresso da Cruz Vermelha de 1931, em Genebra.

117

Considerado um dos maiores especialistas em orientalismo e história medieval italiana, dedicou grande parte dos seus trabalhos históricos ao período áureo dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Foi membro da Comissão de Redacção dos

Anais do Clube Militar Naval, vogal efectivo da Comissão de História Militar, SecretárioGeral da Sociedade de Geografia de Lisboa e membro da Academia das Ciências. Aposentado, por limite de idade, em 1941, faleceu em Lisboa a 1 de Outubro de 1963. Bibliografia 

Serviços de Saude Naval em Guerra: Postos de Socorro, Transporte de Feridos, Ambulancias Expedicionarias, Lisboa, Soc. Typographica Editora, 1917



Sul d'Angola e o Quadrado da Môngua na Epopêa Nacional d'África, Lisboa, J. Rodrigues, 1926



“Mascate, Albuquerque e os Sultanatos do Oman – 1507-1659”, Anais do Clube

Militar Naval, nº 70, Lisboa, 1940, pp. 421-435 

“A Catástrofe de Hugli e os Portugueses no Golfo de Bengala”, Anais do Clube

Militar Naval, nº 70, Lisboa, 1940, pp. 511-525 

“Das Quintas Fidalgas de Baçaim aos Templos Subterrâneos de Salsete e Elefanta”, Anais do Clube Militar Naval, nº 71, Lisboa, 1941, pp. 3-23



“A Base Naval de Surate”, Anais do Clube Militar Naval, nº 71, Lisboa, 1941, pp. 127-142



Seis Fortalezas Feitorias da India, Lisboa, Tip. da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, 1942



Notícias para a História das Armadas de Cruzeiro da Índia, Lisboa, Tip. da L.C.G.G., 1943



Pelos Descobrimentos da Guiné Visava o Infante o Caminho da India?, Lisboa, Bertrand, 1947



Os portugueses e o Mar das Indias, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1947



“O Infante D. Pedro e os Descobrimentos Portugueses”, Anais do Clube Militar

Naval, nº 77, Lisboa, 1947, pp. 127-138 

“Da Finalidade dos Descobrimentos”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, nº 77, 1947, pp. 403-415, 495-505, nº 78, 1948, pp. 3-16, 117-128



“O Enigma de um Emblema da Jarreteira num Padrão dos Descobrimentos”,

Anais do Clube Militar Naval, nº 81, Lisboa, 1951, pp. 449-456 118



Bibliografia dos Descobrimentos e Navegações Existente na Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1954



Filosofia da História Marítima Portuguesa: sobre uma Hermenêutica dos Descobrimentos, Notas Críticas, Lisboa, Tip. da L.C.G.G, 1954



“As Mostras Italianas de 1254-1454-1954”, Boletim da Sociedade de Geografia

de Lisboa, vol. 72, nºs 7-12, 1954, pp. 193-199 

“A Propósito do Centenário de Marco Pólo – 1254-1954. Reflexões e Outras Coisas”, Anais do Clube Militar Naval, nº 85, Lisboa, 1955, pp. 3-14



O Infante D. Pedro, as Sete Partidas e a Génese dos Descobrimentos, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1955



Travessia Aerea Portuguesa do Atlantico 1921: o Sextante de Gago Coutinho, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1955



Capitão Renato Baptista: o seu Centenário 1855-1955, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia, Outubro-Dezembro 1955



Marco Polo e os Portugueses: duas Fases da Geografia do Oriente, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Julho-Setembro 1955



Also Sprach: ... Assim Falou Sardar K. M. Panikkar, Lisboa, Separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro, 1956



De Portugal e da Armoriada Bruges: Política, Navegação e Comércio, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Janeiro-Março 1956



Escultura dos Negros da Guiné, Lisboa, sep. Revista do Grupo de Estudos Ultramarinos, 1956



Bibliografia do Ultramar Português Existente na Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Soc. Geografia, 1957



Alvise Cá da Mosto e o V Centenário Caboverdeano, Lisboa, Sep. do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1957, nº s 10-12, p. 349-404



Da Crise do Arabismo, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1958



Victoria Falls e os Portugueses, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1958



Novas "Mostras" italianas da Universitaria de Pavia a Laurenziana de Florenca, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro 1958



O Mundo Árabo-Islâmico e o Ultramar Português, Junta de Investigações do Ultramar, 1958



Os Portugueses no Sião, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro 1958 119



Batalha Naval de Matapan /Lopo Furtado de Mendonça, 1º Conde do Rio Grande, Lisboa, Comissão de História Militar, 1959



“Gago Coutinho, Geógrafo e Historiador: 1869-1959”, Lisboa, Boletim da

sociedade de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 4- 6, Abril- Junho 1959, pp. 117- 126 

“Da Expansão Geográfica Portuguesa”, Lisboa, Boletim da Sociedade de

Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Jan.- Mar. 1959, p. 3- 14 

Homenagem a Gago Coutinho, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1959



“Cabo da Boa Esperança - Cavo di Diab: uma Questão de Prioridade”, Lisboa,

Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 77, nº 10-12 (1959), pp. 355-364 

O Infante Dom Pedro e a Expansão Geográfica Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1960



“A Sentença do Tribunal Internacional de Haia”, Lisboa, Boletim Geral do Ultramar, Ano 36º, nºs 418-419, Abril-Maio de 1960, p. 35-126



O Islamismo Através dos Números, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960



Protestantismo em África, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1960



O Enigma das Insignias da Jarreteira no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro 1961



Síntese Religiosa da África, Lisboa, Ministério do Ultramar, Centro de Estudos Políticos e Sociais, 1961



O Islamismo na Guiné Portuguesa: Ensaio Sociomissionológico, Lisboa, Agência-Geral do ultramar, 1961



Técnicas de Propaganda, Élites, Quadros e Outros Estudos, Lisboa, AgênciaGeral do Ultramar, 1961



Faleiro e Medina, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Janeiro-Março-1961



O Além-Mar Português na Estrutura da Nação, Lisboa, Soc. Geografia, 1961



Motivos Portugueses no Planisfério de Fra Mauro, Lisboa, Academia das Ciências, 1961



Na Gesta e Estrutura da Expansão Portuguesa: Espiões e Delatores, Lisboa, Empresa Tipográfica Casa Portuguesa, 1962



“De Como se Ganhou e se Perdeu Goa”, Boletim da Sociedade de Geografia de

Lisboa, Série 80, nº 7-12, Lisboa, 1962, pp. 99-130

120



Criação e Reorganização do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos 19061961, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962



Garcia de Orta e a sua Ilha de Bombaim, separata do Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Julho-Dezembro de 1963



Política de Informação: Ensaios, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, Centro de Estudos Políticos e Sociais, 1963



Sociologia da Informação, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, Centro de Estudos Políticos e Sociais, 1963



“A Informação em Angola: Alguns Subsídios para o Seu Estudo”, Angola, Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Curso de Extensão

Universitária, ano lectivo 1963/64, 1964, pp. 257-371 

A Informação em Moçambique: Contribuição para o Seu Estudo, Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, 1965



“A Informação na Guiné, em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe: Achegas para o Seu Estudo”, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Curso de Extensão Universitária, ano lectivo 1965/66, 1966, pp. 165-376



Síntese Bibliográfica de Goa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1966



Portugal no Mundo, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1967



A Informação nas Províncias do Oriente: Elementos para o seu Estudo, Lisboa, Universidade Técnica, Instituto de Ciências Sociais e Política Ultramarina, 1969



Os Portugueses na Ásia e Oceânia, Lisboa, sep. Comunidades Portuguesas, nº 19, 1970



Portugueses Dispersos pelo Mundo: Síntese Estatística, Lisboa, Agência-Geral do Ultramar, 1971

Fontes/Estudos 

ALMEIDA, António de, “Dr. Júlio Gonçalves”, Lisboa, Boletim da Sociedade de

Geografia de Lisboa, Janeiro-Março de 1964, pp. 11-16 

CORDEIRO, Mário Júlio Gonçalves, Júlio Gonçalves: de Goa a Lisboa: Histórias

de um Percurso de Vida, Lisboa, Glaciar, 2013 

CRUZ, Frederico Jaime César de Figueira, “Capitão-de-fragata MN Júlio Gonçalves” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 94, Lisboa, 1964, pp. 480-483 121

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954) Nascido em 1881, assentou praça em Outubro de 1899. Entre 1900 e 1902 efectuou vários embarques, tendo no ano seguinte seguido para Cabo Verde. Em 1909, efectuou o plano hidrográfico da Baía do Lobito (Angola), sendo, no ano seguinte, nomeado capitão do porto de Luanda. Em 1916 destacou para a Estação Naval da Guiné. Em Agosto de 1923 foi-lhe entregue o comando do transporte «Pebane», da Marinha Colonial de Moçambique. A bordo daquele navio, efectuou, entre 1923 e 1925, uma missão oceanográfica na costa de Moçambique. Serviu ainda como adjunto da missão de demarcação de fronteiras da Província de Moçambique. Em 1931 efectuou nova missão hidrográfica em Angola a bordo do NRP “República”. Retirou-se do serviço activo, no posto de Capitão-de-Fragata, em 1933, passando a dedicar-se ao estudo e à discussão de temas militares e ultramarinos em artigos e conferências públicas. Foi membro da Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde desempenhou também as funções de Vogal e de VicePresidente da Secção de Estudos Militares. Muito interessado pelo tema da navegação medieval no Índico, foi um profundo conhecedor da bibliografia árabe sobre o assunto. Tomou também a seu cargo a compilação dos trabalhos de Gago Coutinho na obra A Náutica dos Descobrimentos, de 1959, da qual redigiu o prefácio e o posfácio. Faleceu em 1954.

122

Bibliografia 

Relatório do Governador: Distrito da Huila: Ano de 1912, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1918



Géographie Physique: Sol et Climat, Lourenço Marques, Imprensa Nacional, 1931



“Determinação do Ponto no Mato”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 66, nºs 912, 1935, pp. 325-342



“Dos Navios Torpedeiros e da Sua utilização Prática na Prática da Guerra”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 66, nºs 7-9, 1935, pp. 3-37; vol. 67, 1937, pp. 199-226 

Fronteiras do Território Nacional no Ultramar, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1943



“Algumas Notas sobre Colonização e Povoamento”, Boletim da Sociedade de

Geografia de Lisboa, vol. 61, nºs 5-8, 1943, pp. 329-356 

Moçambique, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1950



“A Guerra Anglo-Boer”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, vol. 70, nºs 7-9, 1952, pp. 227-255



Almirante Ernesto de Vasconcelos, Lisboa, Astória, 1953



O Encontro das Marinharias Oriental e Ocidental na Era dos Descobrimentos, Lisboa, Sociedade de Geografia, 1962

Fontes/Estudos 

GONÇALVES, Júlio, “Capitão-de-fragata César Augusto de Oliveira Moura Brás” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 84, Lisboa, 1954, pp. 377-379



RIBEIRO, António Silva (coord.) e outros, “César Augusto de Oliveira Moura Brás (1881-1954)”, A Marinha na Investigação do Mar 1800-1999, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 2002, p. 191

123

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Tancredo Octávio Faria de Morais (1882-1951) Nasceu em Vila Flor a 24 de Setembro de 1882. Oficial de Administração Naval, era licenciado em Ciências Económicas e Financeiras. Foi professor da Escola Naval. Tendo atingido o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1938, passou à Reserva em 1942. Dedicou-se ao estudo da História Naval, tendo publicado vários trabalhos entre 1933 e 1949, dos quais se destaca a História da Marinha Portuguesa: da Nacionalidade

a Aljubarrota (1940). Colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente na Revista de Marinha, onde publicou vários episódios da história naval portuguesa, na Revista Militar e nos Anais do Clube Militar Naval, cuja comissão de redacção integrou. Foi, ainda, colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, que o incluiu numa das suas entradas. Faleceu a 25 de Março de 1951. Bibliografia 

“A Marinha Militar Portuguesa no Século XVIII”, Revista Militar, vol. 84, 1932, pp. 407-408, 678-712; vol. 85, 1933, pp. 222-304, 370-406, 525-610



“Conta de Moçambique”, Boletim Agência Geral das Colónias, Ano 9, nº93, Lisboa, Março 1933, pp. 38-55 124



“A Casa da Índia”, Anais do Clube Militar Naval, nº 64, 1934, Lisboa, pp. 14291459



História da Marinha Portuguesa: da Nacionalidade a Aljubarrota, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, 1940



China e Portugal, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., 1943



“Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Ásia e o Rei Venturoso”, Revista de

Marinha, Ano 9, nº265, Lisboa, Julho 1945, pp. 5-7 

“Um Século de Ensino Naval”, Revista Militar, vol. 97, 1945, pp. 177-204



“Marinha de Outros Tempos: Evocações do Nosso Passado nos Mares: a Morte do Titam”, Revista de Marinha, Ano 11, nº 296, Lisboa, Novembro 1947, pp.1518



“Karma”, Revista de Marinha, Ano 12, nº299, Lisboa, Fevereiro 1948, pp.59-62, 64



“A Armada de Pedro Álvares Cabral”, Revista de Marinha, Ano 12, nº301, Lisboa, Abril 1948, pp. 29-33



“João da Nova: Capitão de Armada em 1501”, Revista de Marinha, Ano 12, nº305, Lisboa, Agosto 1948, pp.33-36, 39



“Episódios Navais da História da Espanha”, Revista de Marinha, Ano 12, nº306, Lisboa, Setembro 1948, pp. 9-14



“Marinha de Outros Tempos: Frei Sebastião Manrique”, Revista de Marinha, Ano 12, Lisboa, nº310, Janeiro 1949, pp. 41-44; nº311, Fevereiro 1949, pp. 15-18



“Fumos da Índia”, Revista de Marinha, Ano 12, nº312, Lisboa, Março 1949, pp. 19-22, 30



“Religião e Comércio”, Revista de Marinha, Ano 13, Nº313, Lisboa, Abril 1949, pp.31-33



“Como os Portugueses se Instalaram em Diu”, Revista de Marinha, Ano 13, nº314, Lisboa, Maio 1949, pp.29-32



“D. Duarte de Menezes: 5º Governador da Índia”, Revista de Marinha, Ano13, nº317, Lisboa, Agosto 1949, pp. 29-32



“Martim Afonso de Sousa e o Samorim”, Revista de Marinha, Ano 13, nº318, Lisboa, Setembro 1949, pp. 31-34



“D. Cristóvão da Gama“, Revista de Marinha, Ano 13, nº320, Lisboa, Novembro 1949, pp. 22-24, 50

125

Fontes/Estudos 

J.G., “Capitão de Mar e Guerra da A.N. Tancredo Octávio Faria de Morais”,

Anais do Clube Militar Naval, nº 81, Lisboa, 1951, pp. 405-407

126

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Humberto José Santos Leitão (1885-1973) Nasceu em 29 de Março de 1885 e entrou para a Marinha a 22 de Setembro de 1905, tendo sido promovido a Guarda-Marinha quatro anos mais tarde. Em 1909 viajou para Macau a bordo do iate “Amélia”. Durante as incursões monárquicas no Norte, entre 1911 e 1912, serviu sob as ordens do Comandante Afonso Cerqueira na Companhia de Marinha em Monção, tendo o seu desempenho sido louvado pelo Ministro da Marinha. No mar, comandou o vapor “Dili” (1916-19), o torpedeiro “Ave” (1925-28), e

os

contratorpedeiros

“Guadiana”

(1930-32)

e

“Sado”

(1932-33).

Foi,

posteriormente, comandante do Agrupamento de Torpedeiros. Depois de uma curta passagem pela Repartição dos Serviços de Marinha em Macau (1919), cumpriu uma longa comissão em Timor, entre 1921 e 1925, durante a qual desempenhou as funções de Capitão dos Portos, Encarregado do Governo e Chefe dos Serviços de Marinha. Regressado à Metrópole, e terminados os seus embarques, prestou serviço como Director do serviço de Faróis e Presidente do tribunal de Marinha Passou à Reserva, como Capitão-de-Mar-e-Guerra (posto a que fora promovido em 1940), em 29 de Março de 1945, tendo desenvolvido a maior parte dos seus estudos depois dessa data. Iniciou os seus trabalhos de pesquisa histórica com dois livros dedicados ao passado dos portugueses em Timor (1948 e 1952), território onde prestara serviço. Nestas obras podemos acompanhar a actividade comercial e marítima dos portugueses e a acção dos missionários dominicanos naquelas paragens durante os séculos XVI e XVII.

127

Alguns anos depois passou a dedicar-se à história da Náutica, da qual produziu quatro livros e alguns artigos. Ainda neste âmbito, editou textos do início do século XVII, por si minuciosamente comentados e anotados, na tradição da obra de Fontoura da Costa. Contando com o apoio do Almirante Sarmento Rodrigues, ao tempo Ministro do Ultramar, teve na Agência Geral do Ultramar, sobretudo através do Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, um válido auxiliar na publicação dos seus estudos. Entre os seus trabalhos de maior vulto conta-se o Dicionário da Linguagem

de Marinha Antiga e Actual (1963), compilado em colaboração com José Vicente Lopes e motivado pelas dificuldades encontradas na interpretação da linguagem utilizada nos antigos diários de navegação. Este dicionário, que veio enriquecer a colecção de obras de referência marítima existentes, tem a particularidade de ilustrar muitos dos termos nele contidos com excertos de várias obras antigas. Tornou-se membro efectivo do Grupo de Estudos de História Marítima (que, mais tarde, daria origem à Academia de Marinha) em 1969. Na altura, já tinha passado, como vogal, pela comissão destinada a estudar a reorganização do Museu de Marinha (1956) e pela Comissão de História Militar (1957). Era Comendador da ordem Militar de Avis e possuía a Medalha de Prata de Filantropia de Socorros a Náufragos. Faleceu em 5 de Setembro de 1973. Bibliografia 

“Algumas Indicações sobre a nossa Colónia de Timor”, Boletim da Agência

Geral das Colónias, V, 54, Dezembro de 1929, pp. 3-31 

Os Portugueses em Solor e Timor de 1515 a 1702, Lisboa, s.n., 1948



Vinte e Oito Anos de História de Timor (1698 a 1725), Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1952



“A Fundação da Cristandade de Solor”, Portugal em África, XII, 71, Setembro-Outubro de 1955, pp. 394-396



“As Duas Viagens de Cadamosto à África Ocidental, 1455-1456, O Centro de

Estudos Históricos Ultramarinos e as Comemorações Henriquinas, Lisboa, 1961, pp. 1-20

128



Dois Roteiros do Século XVI, de Manuel Monteiro e Gaspar Ferreira Reimão, Atribuídos a João Baptista Lavanha, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963



Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual, em colaboração com José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963



“Uma Carta de João Baptista Lavanha a Respeito das Agulhas de Luís da Fonseca Coutinho”, Revista da Faculdade de Ciências, separata XI do Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Coimbra, XXXIX, 1967, pp. 163-194



Os Dois Descobrimentos da Ilha de São Lourenço Mandados Fazer pelo Vice-Rei D. Jerónimo de Azevedo nos Anos de 1613 a 1616, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1970



O Régulo Timorense D. Aleixo Corte-Real, Lisboa, Grupo de Estudos de História Marítima, 1970



“Um Notável Episódio do Primeiro Cerco de Moçambique em 1607”,

Ultramar, XII, 45, 1971, pp. 5-13 

“O Caso do Galeão Nossa Senhora da Nazaré, da Armada de Luís Velho, 1650”, Studia, 35, Dezembro de 1972, pp. 7-10

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada, 1905-1974



ID., Livros-Mestres de Oficiais da Armada I-52/135; M-57



MOTA, Avelino Teixeira da, "O Comandante Humberto Leitão, historiador da Náutica e do Ultramar", Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Vol. CIV, Tomos 4 a 6, Abril-Junho, 1974, pp. 257-263

129

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Carlos Gomes de Amorim Loureiro (1894-1966) Nasceu em Lisboa a 9 de Agosto de 1894. Neto do poeta Gomes de Amorim, grande apaixonado pelo Mar, e do general de Engenharia Adolfo Loureiro, conhecido pelos seus trabalhos portuários, assentou praça na Marinha em Setembro de 1914, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em 1917. Em 1920, já como Segundo-Tenente, obteve a especialização em piloto-aviador. Cumpriu várias comissões de embarque e serviu no Ultramar, em Moçambique, entre 1924 e 1929, ali tendo regressado em 1939. No período da II Guerra Mundial, distinguiu-se pelo socorro prestado aos náufragos de alguns navios torpedeados no Canal de Moçambique, acto que lhe valeu a medalha de Coragem, Abnegação e Humanidade. Atingiu a categoria de Oficial Superior (Capitão-Tenente) em 1933 e foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1945, tendo passado à Reserva nesse posto em 1954. Continuou, no entanto, na efectividade de serviço, na Direcção do Serviço do Pessoal, até 1962. Ao longo da sua carreira foi distinguido com as medalhas de prata comemorativas da Guerra Europeia e das Campanhas do Exército Português em Moçambique, a Medalha da Vitória, a Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar e a Medalha Naval Comemorativa do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique. Foi também agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Avis. Perito em fotografia, dedicou-se à divulgação de imagens dos navios nacionais, tendo ainda publicado alguns notáveis trabalhos de investigação sobre navios e

130

estaleiros navais, dos quais se distingue a obra Estaleiros Navais Portugueses, publicada, em dois volumes, entre 1960 e 1965. Faleceu a 30 de Outubro de 1966. Bibliografia 

Navios com o Nome “Guiné”, Lisboa, Tip. Da L.C.G.G., 1947



O Nome de Lisboa nos Navios, Lisboa, Soc. Ind. de Tipografia, 1948



“Crónica dos Navios da Marinha Portuguesa. Marinha de Guerra. Marinha Mercante. Navios de Emergência (Abatidos ou Adquiridos Durante a 2ª Guerra Mundial)”, Anais do Clube Militar Naval, v. 78, 1948, pp. 87-102, 179-200, 455487



A História de um Navio, o “Gil Eanes”, Lisboa, Gabinete de Estudos das Pescas, 1952



Estaleiros Navais Portugueses, Lisboa, Ramos Afonso & Moita, 1960-65

Fontes/Estudos 

N. DE B., J.V.A.S., “Capitão-de-Mar-e-Guerra Carlos Gomes de Amorim Loureiro” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, v. 97, 1967, pp. 257-258

131

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Moreira de Almeida Campos (1898-1967) Nasceu em Tondelinha (Viseu) a 24 de Setembro de 1898. Oficial da Armada, distinguiu-se, ainda como Guarda-Marinha, durante a repressão da revolta monárquica de 1919. Devido à sua oposição activa ao Estado Novo, foi alvo de processo disciplinar em 1935. No entanto, o Conselho de Disciplina da Armada entendeu, por unanimidade não se ter provado a prática de qualquer acto pelo qual pudesse ser posta em causa a sua honra, sendo, por conseguinte, amnistiado. Tendo passado à Reforma, como Capitão-Tenente, em Julho de 1940, dedicouse à actividade política e manteve ligações a alguns dos principais opositores de Salazar, sendo preso pela PIDE em 1952. Foi membro da Sociedade de Geografa de Lisboa e notável historiador, tendo publicado importantes trabalhos sobre as vidas e as obras de ilustres figuras dos Descobrimentos e da Expansão. Faleceu em Lisboa, a 30 de Abril de 1967. Bibliografia 

A Luta pelo Poder Naval, Lisboa, Papelaria Fernandes, 1938



A invasão da Inglaterra Através dos Tempos, Lisboa, Livraria Portugália, 1940



Guerra no Mar, Lisboa, Livraria Popular, 1942



Caminhos de invasão: a Luta em Volta do Mediterrâneo, Lisboa, Tip. Gráfica Santelmo, 1943 132



Corsários Célebres, Lisboa, Editorial da Marinha, 1946



D. Francisco de Almeida, 1º Vice-rei da índia, Lisboa, Editorial da Marinha, 1947



A vida Heróica do Grande Capitão André Furtado de Mendonça, Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1951



Afonso de Albuquerque: da Fantasia à Realidade, Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1953



Mestre José Vizinho, Viseu , [s.n.], 1955



Da fantasia à Realidade II: O Infante D. Henrique e os Descobrimentos Portugueses, Lisboa, [s.n.], 1957



Bom nome e Reputação, [s.l., s.n.], 1959



Da fantasia à Realidade III: a Fé e o Império, Lisboa, [s.n.], 1960



“A Expansão Africana para Fortalecimento da Nacionalidade”, Anais do Clube

Militar Naval, número especial, 1960, pp. 119-126 

“Quadros da Nossa História”, Anais do Clube Militar Naval, nº91, 1961, pp. 499500



Rumo de Portugal, Lisboa, Gráfica Portuguesa, 1963



A Restauração em Portugal e no Brasil, Lisboa, Portugália, 1965



A Descobrir: Ponto de Partida Ponto de Destino, Lisboa, [s.n.], 1965

Fontes/Estudos 

PEREIRA, Jorge Maia Ramos, “Capitão-Tenente José Moreira de Campos” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 97, Lisboa, 1967, pp. 518-519

133

(Foto do arquivo histórico da Sociedade de Geografia de Lisboa)

António Marques Esparteiro (1898-1976) António Marques Esparteiro nasceu em Engarnais Cimeiros, freguesia de Mouriscas, em 21 de Outubro de 1898. Depois de completar o curso da Escola Naval, especializou-se em Artilharia, tendo frequentado o Royal Naval College de Greenwich e a Gunnery School, em Portsmouth. No mar, comandou o torpedeiro “Lis”, o vapor “Lidador” e o aviso de 1ª classe “Afonso de Albuquerque. Foi, ainda, Director da Escola de Alunos Marinheiros, Comandante da Defesa Marítima do Douro e Leixões e comandante interino das Forças Navais do Estado da Índia. No final da sua carreira de Marinha prestou serviço na Direcção-Geral Militar do Ultramar (entre Junho de 1949 e Agosto de 1954) e na embaixada de Portugal nos E.U.A.. Na vertente cultural, foi Director do Arquivo Geral da Marinha, vogal do Conselho Consultivo do Museu da Marinha e vogal da Comissão de História Militar. No início de 1955 foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra, posto em que passou á Reserva, por limite de idade, em 21 de Outubro de 1958. Escritor profícuo, publicou inúmeros trabalhos de natureza técnica (Artilharia e Marinharia) e cultural, com especial incidência na vertente de História Naval. Entre as suas obras de maior vulto, destacam-se O Almirante Marquês de Nisa (1944) e os 28 volumes de Três Séculos no Mar (1640-1910), começados a publicar em 1974, em que procede a um levantamento exaustivo dos navios da Marinha de Guerra da dinastia de Bragança. Foi também um conceituado dicionarista, tendo publicado, em 1936, ainda como Primeiro-Tenente, o Dicionário Ilustrado de Marinharia, que durante a sua vida 134

conheceu duas actualizações. Já em meados da década de 1970, publicou o Dicionário

de Marinha Português-Inglês e o Dictionary of Naval Terms English Portuguese. Colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, foi honrado com uma entrada nesta obra colectiva de referência. Possuía os graus de Grande Oficial e de Comendador da Ordem de Avis, sendo, ainda, condecorado com a medalha de Mérito Militar de 1ª Classe e com a medalha comemorativa das campanhas das Forças Armadas Portuguesas na Índia. Faleceu em 1976. Bibliografia 

Dicionário ilustrado de Marinharia, Lisboa, Sociedade Astória, 1936



Panoramas Navais, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1939



Comandos e Manobras de Vela, Sep. Anais do Clube Militar Naval , Lisboa, 1940



Fragata D. Fernando II e Glória, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 1, sep. Petrus Nonius , Lisboa, [s.n.], 1940



Corvetas Mistas Portuguesas (1858-1913): Bartolomeu Dias 1858-1905, Lisboa, Tip. da L.C.G.G, 1941



Corveta Mindelo”, Subsídios para a história marinha de guerra, 3, sep. Anais do

Clube Militar Naval, Lisboa, 1941, p. 58 

O Último Cruzeiro do "Graf Spee" : Breves Estudo Sobre a Batalha Naval do Rio da Prata, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1941



A Tecnologia Naval dos "Lusíadas", sep. Ethnos, v. 2, Lisboa, 1941



Corveta Rainha de Portugal, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 4, Sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1942



Navio Escola Sagres, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 6, sep. Petrus Nonius, Lisboa, 1943



Fragata Rainha de Portugal, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 7, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1943



Crónicas do Mar, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1943



O Almirante Marquês de Nisa, Lisboa, António Maria Pereira, 1944



“Canhoneira Douro”, Anais do Clube Militar Naval, 76, nº5-6, Maio-Junho 1946 pp. 237-271, nº7-8, Julho-Agosto 1946, pp. 373-392, nº9-10, SetembroOutubro 1946, pp. 463-488

135



Nau D. João VI , Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 11, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1947



A Corveta D. João I e o Ultramar Português, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 12, sep. Bol. Geral das Colónias, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1949



A Fragata Tritão e a Batalha do Cabo de S. Vicente, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 13, Lisboa, Of. Gráficas da Rádio Renascença, 1950



A canhoneira Diu e a Guerra de Timor, sep. Bol. Geral das Colónias, nº 309310, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1951



A Fragata Princesa Carlota e a Primeira Batalha Naval de Trafalgar, Subsídios para a História da Marinha de Guerra, 14, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1951



Heróis do Mar (1600-1918), Beira, Tip. Centro Social, 1953



Portugal no Mar (1608-1923), Lisboa, Gráf. San-Telmo, 1954



“A Higiene nas Naus de Viagem em Meados do Século XVIII”, sep. Bol. Soc. Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1958, pp. 279296



“Um Bergantim Português Derrota Dois Corsários”, Boletim Geral do Ultramar, ano 35, nº 411/412, Lisboa, 1959, pp.127-131



O Famoso Botão de Âncora (1600-1895), Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1959



O Almirante Pedro de Mariz de Sousa Sarmento, sep. Bol. Geral do Ultramar, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960



“Corvetas Mistas Portuguesas (1858-1913): Corveta Sagres (1858-1905)”, sep. Bol. da Soc. Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, Janeiro-Junho 1960. pp. 45-208



“O Comandante Matos no Daomé, 1879”, Ocidente, V. 61, Lisboa, 1961, pp.71-83



“Combate Naval na Boca do Tigre 1810”, sep. de Ocidente, v. LXI, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1961, pp. 71-83



“Thomaz Andrea no Catavento”, Revista de Marinha, A.25, nº 455, Lisboa, Fevereiro de 1961, pp. 25-26, 42



Actas do Conselho de Comandantes da Esquadra da Baía 1822-1823, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, Outubro-Dezembro de 1961 136



“Corvetas mistas Portuguesas: Infante D. João (1863-1878)”, sep. Ocidente, v.63, Lisboa, 1962, pp. 273-290



“Corveta Estefânia”, Ocidente, v. 63, Lisboa, 1962, p. 36



“Corvetas Mistas Portuguesas: Sá da Bandeira”, sep. Bol. Geral do Ultramar, nº 444 ano 38, Lisboa, 1962, p. 58



“Corvetas Mistas Portuguesas: Duque da Terceira (1864-1911)”, sep. Bol. Geral do Ultramar, nº 446-447, ano 38, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962, p. 98



Portugal em Daomé (1471-1961), sep. Bol. Geral do Ultramar, 38, nº 439-440, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1962



Corvetas Mistas Portuguesas: “Afonso de Albuquerque” (1884-1909), sep. do Boletim Geral do Ultramar, nº 456-57, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, Junho-Julho 1963



“Corvetas Mistas Portuguesas: Duque de Palmela”, Ocidente, v.65, Lisboa, 1963, pp. 229-249



Galeotas e Bergantins Reais, Lisboa, Ministério do Ultramar, Direcção Geral das Obras Públicas e Comunicações, 1965



“Os Iates Amélia e a Retirada de D. Manuel II (1888-1910)”, Ethnos, v. 4, Lisboa, [s.n.], 1965, pp. 171-176



Um Herói de Mouriscas: Séculos XVII e XVIII, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1968



O Almirante Barão de Lazarim (1781-1856), separata de Ocidente, Lisboa, [s.n.], 1969



“O Almirante Miguel de Sousa de Mello e Alvim (1784-1866)”, Ocidente, v. 76, Lisboa, [s.n.], 1969, pp.113-120



Wenceslau de Morais Oficial de Marinha, sep. Ocidente, v.77, Lisboa, [s.n.], 1969



“Os navios da Esquadra de Vasco da Gama”, Panorama, 4ª série, 31, s.l., 1969, pp.35-38



Padrão de Santiago 1488, sep. Ethnos, v.6, Lisboa, Editorial Minerva, 1970



“A Peça do Porto das Barcas”, Ocidente, v. 78, Lisboa, [s.n.], 1970, pp. 77-79



“Ramires Esquível Derrota no Mar de Pernambuco uma Esquadra Holandesa, 1650”, sep. Ocidente, v.80, Lisboa, 1971, pp. 119-131

137



“Analogia das Línguas Portuguesa e Inglesa”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Editorial Minerva, Outubro-Dezembro 1971, Janeiro-Março, Abril-Junho, 1972, pp.891-979



O Almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, separata de Ocidente, v. 83, Lisboa, [s.n.], 1972



“O Comandante César Alexandre Monte Cembra Valsassina 1846-1905”,

Ocidente, v. 82, Lisboa, 1972, pp. 155-175 

Cortesias Navais em Lagos 1903, sep. Anais do Clube Militar Naval, nº 1/3, Lisboa, Editorial Minerva, Janeiro-Março 1972



A Campanha do Rio da Prata 1736-1737, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Editorial Minerva, Julho-Setembro 1972



Três datas que importam à independência do Brasil: 1808-1815-1822, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1972



O Almirante José Joaquim da Rosa Coelho (1773-1833), sep. Bol. Cultural da Câmara Municipal do Porto, v. 34, fasc. 1-2, Porto, Câmara Municipal, 1973



“A Marinharia de «Os Lusíadas»", Anais do Clube Militar Naval, nº 1-3, Lisboa, Janeiro-Março 1973, pp. 105-118



“A Marinha de D. João IV (1640-1656)”, Anais do Clube Militar Naval, 103, nº46, 104, nº 7-9, Lisboa, Julho-Set. 1973), pp. 615-648, Abril-Junho 1974, pp.385-420



Dictionary of Naval Terms: English-Portuguese, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1974



Três Séculos no Mar, 1640-1910, Lisboa, Ministério da Marinha, 1974-1987



Dicionário de Marinha: Português-Inglês, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1975



O General dos Galeões do Estado da Índia António de Figueiredo e Utra (16781751), Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1975



“Causas e declínio da Marinha Portuguesa no Século XIX (1793-1834)”, Anais

do Clube Militar Naval, 10-12, Lisboa, Outubro-Dezembro 1975, JaneiroSetembro 1976 

Catálogo dos Navios Brigantinos (1640-1910), Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1976

138

Fontes/Estudos 

ALVES, João Manuel Maia, “Comandante António Marques Esparteiro, Oficial de Marinha, Escritor, Historiador, Dicionarista”, Mouriscas – Terra e Gentes, 22 de Maio de 2007 (http://motg.blogs.sapo.pt/arquivo/1069430.html)



SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 10, pp. 213-214 (ESPARTEIRO, António Marques)

139

(Foto: Academia Portuguesa da História)

José Augusto do Amaral Frazão de Vasconcelos (18991970) Nasceu em Lisboa a 4 de Janeiro de 1899 e faleceu em 1970. Ingressou no quadro dos funcionários civis da Administração dos Serviços Fabris da Marinha em 1912. Prestou serviço em várias repartições e foi secretário do Ministro da Marinha Joaquim Pedro Vieira Júdice Bicker entre 8 de Março e 30 de Junho de 1920. Esteve por duas vezes colocado na Biblioteca de Marinha (1930 e 1941), participou como vogal da comissão organizadora do Museu Naval chefiada pelo Almirante Gago Coutinho (1930) e foi secretário da comissão nomeada pelo Ministério da Marinha para organizar uma exposição de bibliografia, iconografia e cartografia relativa à ciência náutica e à história das navegações portuguesas (1934). Foi ainda vogal da comissão nomeada pelo Ministério da Instrução Pública para compilar a documentação relativa à história dos Açores (1921) e da comissão organizadora da primeira exposição de ex-libris nacionais e estrangeiros (1927). Foi sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses, cuja Secção de Heráldica secretariou, sócio fundador e vogal da direcção do Instituto Português de Arqueologia e membro da Academia Portuguesa da História. Pertenceu a diversas organizações internacionais de Heráldica, das quais se destaca: o Conseil des Héraldistes, francês, a

Société Suisse de Heráldique e o Collegio Araldico de Roma. Foi agraciado com os graus de Cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada, Cavaleiro do Mérito da Real Ordem Constantiniana de S. Jorge e Cavaleiro da Ordem

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Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Recebeu, ainda, do papa Bento XV a cruz “Pro Ecclesia et Pontifice”. Colaborador de diversos jornais e revistas, foi redactor efectivo do diário A

Nação e chefe dos serviços de revisão do Diário de Notícias. A obra que deixou foi maioritariamente sobre a História da Marinha. Bibliografia 

Ascendência Materna do Desembargador João de Barros, Lisboa, [s.n.], 1915



Justiça do Marquez de Pombal: duas Cartas Régias Notáveis, Lisboa, Tip. D’A Modesta, 1915



Um Companheiro de Salvador Corrêa, Capitão Manoel de Almeida Falcão, Lisboa, [s.n.], 1916



Um Michaelense Illustre do Seculo XVII: Pedro de Sousa Pereira, Lisboa, [s.n.], 1918



João Pereira Côrte Real: Conselheiro de Guerra d'El-Rei D. João IV, e as naus da carreira da Índia, Lisboa, [s.n.], 1921



António de Albuquerque Coelho: Notas Genealogico-biograficas, Lisboa, Tip. do Comercio, 1922



Ligeiros Apontamentos sobre a Família de Manuel Severim de Faria, Coimbra, Imp. da Universidade, 1922



A ilha de Fernando Noronha é Erradamente Assim Designada, Lisboa, Tip. do Comércio, 1923



A Sepultura de Fernão Soares, Pagem do Llivro del-Rei Dom João III Existente no Convento de Almeirim, Lisboa, Tip. do Comércio, 1924



O Paço dos Negros da Ribeira de Muge e os seus Almoxarifes, Tip. do Comercio, 1926.



Subsídios Inéditos Sobre o Capitão João Ribeiro, Autor da "Fatalidade Histórica da Ilha de Ceilão", Lisboa, [s.n.], 1927



A Fábrica das Naus da Carreira da Índia no Século XVII, Lisboa, Imprensa da Armada, 1928



O Galeão São Bento e a sua Viagem à Índia em 1638-1640, Lisboa, [s.n.], 1928



"Uma Nova Achega para a História da Fábrica das Naus da Carreira da Índia no Séc. XVII", Anais do Clube Militar Naval, vol. 59, fasc. 9-10, 1928, pp. 3-16

141



A Aclamação d’El-Rei D. João IV em Macau, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1929



O Primeiro Mapa Impresso de Portugal: Notas Genealógicas Sobre a Família Sêco, Lisboa, [s.n.], 1930



Subsidios Inéditos Sobre Eugénio dos Santos, Arquitecto da Nova, Lisboa, Centro Tip. Colonial, 1930



"De Re Nautica (Miscelânea histórica)", Anais do Club Militar Naval, t. LXI, nºs 11-12, 1930, pp. 93-102



As Pinturas das Armadas da Índia: Subsídios Históricos e Bibliográficos, Lisboa, [s.n.], 1932



Os Pilotos dos Séculos XV e XVI e a Nobreza do Reino, Lisboa, [s.n.], 1932



Ortografistas Portugueses dos Séculos XVI a XVIII, Lisboa, Imp. Beleza, 1933



Eugénio dos Santos: Arquitecto da Lisboa Pombalina, Lisboa, Imp. da Armada, 1934



A Fortaleza de S. Jorge da Mina: Glorioso Padrão do Império: Plano para a sua Recuperação, em 1657, por Francisco de Brito Freire, Vencedor dos Holandeses em Pernambuco, Lisboa, [s.n.], 1934



"Documentos Iconográficos das Caravelas, Naus e Galeões Portugueses dos Séculos XV e XVI [I]", Arquivo Histórico da Marinha, vol. I, nº 3, 1934, pp. 260261



Alguns Subsídios sobre Álvaro Lopes de Chaves, Secretário dos Reis D. Afonso V e D. João II, Lisboa, J.A.A.F. de Vasconcelos, 1936



O Galeão "Santa Teresa" que Tomou Parte na Batalha das Damas, em 1639, Lisboa, F. de Vasconcelos, 1936.



“Advertências que fez Diogo Luis mestre da Ribeira de Goa para se mandar ao Reino e se executar nas naus novas que se fizeram”, Arquivo Histórico da Marinha, vol. V, nº 4, 1936



"Documentos iconográficos das caravelas, naus e galeões portugueses dos séculos XV e XVI [II]", Arquivo Histórico da Marinha, vol. I, nº 4, 1936, pp. 339-340



Timor: Subsídios Históricos, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1937



Um Documento Inédito que Importa à História da Marinharia dos Descobrimentos, sep. Petrus Nonius, Lisboa, Bertrand, 1937



O Primeiro Malabar que se Baptisou na Índia, Lisboa, [s.n.], 1938

142



Diarios da Navegação da Carreira da Índia nos Séculos XVI e XVII, Porto: Impr. Portuguesa, 1939



Henrique Dias, Herói da Restauração de Pernambuco, [ed. lit.], Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1940



As Pinturas das Armadas da Índia e Outras Representações Artísticas de Navios Portugueses do Século XVI, [s.l., s.n.], 1941



As naus Garças: nota histórica, Sep. de O Mundo Português, 94, Lisboa, Soc. Industrial de Tipografia, 1941



Pilotos das Navegações Portuguesas dos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Casa Portuguesa, 1942



Diário da Navegação da "Nau S. Francisco" de Goa para Lisboa em 1600-1601, Lisboa, Acad. Portuguesa da História, 1944



Joaquim José Falcão: Ministro da Marinha (1842-1846), Lisboa, Tip. da União Gráfica, 1946



A Casa e Quinta da Alfarrobeira dos Ludovices, Lisboa, [s.n.], 1947



A Edição "Princeps" dos Lusíadas, [s.l., s.n.], 1949



Os Condes dos Arcos de S. Miguel em Caparica, Lisboa, Tip. Ramos Afonso & Moita, 1950



A Cruz da Ordem de Cristo na Marinha Portuguesa, Tomar, Tip. Santos & Gouveia, 1951



Contribuição dos Portugueses para o conhecimento do Amazonas no Século XVII, sep. Boletim Geral das Colónias, Lisboa, Bertrand, 1951



Novos Subsídios para a Biografia do Arquitecto-Mor João Frederico Ludovice, separata do boletim Estremadura, Lisboa, [s.n.], 1954



Diogo Gomes: Caravelista do Infante e Descobridor da Ilha de Santiago de Cabo Verde, Lisboa, Tip. Silvas, 1956



O Navio nos “Ex-libris” Portugueses, separata do Boletim da Academia Portuguesa, Lisboa, [s.n.], 1956



A Academia Real dos Guardas Marinhas no Brasil (1808-1825), Lisboa, Of. Gráf. Rádio Renascença, 1956



António de Mariz Carneiro Cosmógrafo-Mor de Portugal Chamado “O Agulha Fixa”: Notas e Documentos, sep. Boletim Geral do Ultramar, [s.n.], 1956



Alguns Companheiros de Luís de Camões na viagem da nau "Galega" para a Índia em 1553, Lisboa, [s.n.], 1957

143



Pêro Escobar, [ed. lit.] Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, Lisboa, Ag. Geral do Ultramar, 1957



Subsídios para a História da Carreira da Índia no Tempo dos Filipes, Lisboa, O Mundo do Livro, 1960



Leandro Roiz: Construtor Naval Micaelense dos Séculos XVI e XVII, sep. Boletim Geral do Ultramar, Lisboa, [s.n.], 1962



Subsídios para a História da Vila de Almeirim, Lisboa, O Mundo do Livro, 1965



André Furtado de Mendonça: 1558-1610, (c/ C. R. Boxer), [Lisboa], Fundação Oriente/ Macau, Centro de Estudos Marítimos, 1989



Os Portugueses no Oriente: 1601 e 1610, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1993



A Ordem Constantiniana de S. Jorge, [s.l., s.n.], 1996

Fontes/Estudos 

FREITAS, Eugénio da Cunha, FARIA, António Machado de, Elogio de José

Frazão de Vasconcelos, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1976 

SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d., vol. 11, pp. 809-810 (FRAZÃO DE VASCONCELOS, José Augusto do Amaral)

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Manuel Maria Sarmento Rodrigues (1899-1979) Nasceu em Freixo de Espada à Cinta a 15 de Junho de 1899. Tendo completado o curso secundário no liceu de Bragança, ingressou em 1917 na Universidade de Coimbra, onde fez os estudos preparatórios de admissão à Escola Naval. Frequentou aquele estabelecimento entre 1918 e 1921, altura em que embarcou, como GuardaMarinha, no cruzador “República”, que acompanhou a travessia aérea do Atlântico Sul levada a cabo por Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Em 1941, em plena II Guerra Mundial, encontramo-lo nos mares dos Açores como comandante do contratorpedeiro “Lima”. A batalha do Atlântico estava no auge e multiplicavam-se os ataques dos submarinos alemães à navegação aliada. Numa dessas ocasiões, a 30 de Janeiro de 1943, foi chamado a socorrer as tripulações dos navios de transporte “Julia Ward Howe” e “City of Flint”, tarefa que cumpriu em condições de mar extremas, em que o seu navio sofreu uma inclinação de 67º, a maior registada, sem consequências, a bordo de qualquer navio. Em toda a comissão, o “Lima” resgatou das águas atlânticas cerca de duas centenas e meia de náufragos. Tendo-se inscrito, por iniciativa própria, na Escola Superior Colonial, foi, em 1945, ainda como Capitão-Tenente, nomeado Governador da Guiné. Ali desenvolveu um intenso trabalho de organização territorial, de que se destacam a estruturação da rede interna de comunicações, o combate às doenças endémicas e a construção de uma rede de distribuição de água potável. Paralelamente, fomentou os estudos relacionados com a Guiné e com a África Ocidental. Desta acção resultou a criação, em 1946, do Centro Cultural da Guiné, cujo boletim trimestral compilou um vasto e

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significativo leque de informação histórica, política, etnográfica e social referida àquela região. Sempre ligado à administração ultramarina, foi empossado como Ministro das Colónias em 1950. Nestas funções teve a cargo a elaboração e condução do Plano de Fomento para o Ultramar (1953-58), a reforma do Hospital do Ultramar e a construção do Instituto de Medicina Tropical. Nomeado comandante da Escola Naval em 1957, dirigiu a reforma do ensino neste estabelecimento, adequando-o à realidade tecnológica e doutrinária do pósguerra. Entre as inovações introduzidas inclui-se a criação do Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, destinado a habilitar os mancebos que cumpriam o serviço militar na Marinha como oficiais. Em 1961, num período particularmente difícil para a administração ultramarina das províncias africanas, é chamado a desempenhar as funções de Governador-Geral de Moçambique, cargo que deixa, em 1964, com a saúde já bastante debilitada. Reformado da Marinha com o posto de Vice-Almirante, entrega-se, então, plenamente, às actividades intelectuais. Apaixonado pelos estudos e assuntos de natureza cultural, com especial destaque para a investigação histórica e social, e tendo já publicado vários trabalhos da sua autoria, foi presidir ao Centro de Estudos de História Marítima, mais tarde designado por Centro de Estudos de Marinha, que daria, em 1978, origem à Academia de Marinha. Sendo um dos primeiros dez académicos, Sarmento Rodrigues foi eleito Presidente daquela prestigiada instituição, cargo que ocuparia até à sua morte, ocorrida a 1 de Agosto de 1979. Bibliografia 

A Batalha do Atlântico: Estudo Estratégico, Lisboa, António Maria Pereira, 1942



Ancoradouros das Ilhas dos Açores, Lisboa, Anais de Marinha, 1943



“O Nosso Navio”/ “Uma consagração”, Rio Lima: o seu Navio e os seus Heróis, Lisboa, Soc. Industrial de Tipografia, 1944



Exposição de Arte Sacra Missionária: Discursos, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1951



“An Extraordinary Roll”, Proceedings, v. 77, nº 5, [s.l.], U.S. Naval Institute, Maio 1951

146



Aos portugueses da Índia, conjunto de discursos e mensagens do Ministro do Ultramar Com. Sarmento Rodrigues sobre o Estado da Índia e seus problemas, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954



Portugal na Índia, Discurso proferido na Assembleia Nacional em 1 de Março de 1950, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954



The Portuguese Overseas Provinces, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1954



A Vida Heróica de Nelson, Lisboa, Ática, 1955



Unidade da Nação Portuguesa: Discursos, Conferências, Mensagens e Entrevistas, 2 vols., Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1956



The New World in Face of Europe, Africa and their Enemies, sep. Introduction to a series of studies "Inquiry on anti-colonialism", Lisboa, Agência Geral do Ultramar, Junta de Inv. do Ultramar, 1957



“Prioridade Portuguesa das Investigações Científicas no Ultramar”, Bol. da Soc.

Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, Abril-Junho 1958, pp. 107-120 

A Vida do Almirante Afonso de Cerqueira: Combatente Heróico da Terra e do Mar, sep. de Revista de Marinha, [s.l. : s.n.], 1958



Revolução Recente de Política Africana, conferência proferida no Inst. de Altos Estudos Militares, 17 de Março de 1960, sep. Bol. Geral do Ultramar, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1960



Almirante Gago Coutinho 7-11-1869/18-11-1959, sep. Bol. do Centro de Estudos Geográficos, v. 2, nº 18, Coimbra, Inst. de Alta Cultura, 1961



Pátria e República: Cinquenta Anos de Vida Nacional (1910-1960), Lourenço Marques, Minerva Central, 1962



Horizontes para um Médico em África, Lourenço Marques, Imprensa Nacional de Moçambique, 1962



Foi Assim que Moçambique Nasceu, Lourenço Marques, [s.n.], 1963



Um Ideal para Viver, Lourenço Marques, [s.n.], 1963



Esperanças e Realidades da Vida Portuguesa: Discursos, Conferências, Estudos 1950-1960, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1965



A Viagem de Vasco da Gama e o Ideal da Expansão, sep. O Instituto, v. 127, Coimbra, Coimbra Editora, 1965



Homenagem à Memória do Inspector Superior César Maria de Serpa Rosa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1968

147



João Rodrigues Cabrilho: Descobridor da Califórnia, sep. de Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. XII, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1969



“Portugal e o Ocidente”, Bol. Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, Sociedade de Geografia, Julho-Setembro 1969, pp. 175-186



O Almirante Vasco da Gama e a Nação que nos Deixou, Lisboa, Comissão Executiva do V Centenário do Nascimento de Vasco da Gama, 1970



“A Nossa Guiné”, Bol. Cultural de Guiné Portuguesa, nº101, ano XXVI, Bissau, [s.n.], 1971, pp.15-20



Para a Elevação do Nível Cultural da Guiné Portuguesa, evocação no quarto de século do Boletim Cultural, sep. de Bol. Cultural da Guiné Portuguesa, nº101, ano XXVI, Bissau, [s.n.], 1971



Celestino Soares: Marinheiro, Patriota, Humanista, Escritor, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1972



Almirante Gago Coutinho: um dos Maiores de Portugal, Funchal, Junta Geral do Distrito Autónomo, 1972



Gilberto Freyre, Lisboa, [s.n.], 1972



Algumas Informações sobre o Rio Douro, seu Curso em Portugal e sua Navegação, comentários ao filme Última Descida do Rio Douro em Barco Rabelo, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1972



O Descobrimento do Caminho Aéreo para o Brasil, sep. Revista da Univ. de Coimbra, v. 23, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1972



“Gago Coutinho e Sacadura Cabral na Academia das Ciências de Lisboa”,

Memórias da Academia Ciências de Lisboa, Classe de Letras, T. 15, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1972, pp. 71-77 

Negrão de Lima, Lisboa, [s.n.], 1972



Fontoura da Costa: Governador em Cabo Verde, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1973



Contratorpedeiro Lima: Relatório do Comandante de 15 a 31 de Janeiro de 1943, Edições Culturais da Marinha, Documentos, II série, 1, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2005

Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, Sarmento Rodrigues: in Memoriam, Lisboa, 1979 148



ID., Almirante Sarmento Rodrigues 1899-1979 – Testemunhos e Inéditos, Academia de Marinha e C. M. Freixo de Espada à Cinta, 1999



ID., “Sessão de Homenagem à Memória dos Almirantes Sarmento Rodrigues e Teixeira da Mota, 25 de Outubro de 1990”, Lisboa, Memórias da Academia de Marinha, 1990



FERRÃO, Nuno de Sotto-Mayor Quaresma, Aspectos da Vida e Obra do

Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979), s. l., C. M. Freixo de Espada à Cinta, 1999 

MATOS, Jorge Semedo de, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues, o Patrono do Novo Curso da Escola Naval”, Revista da Armada, nº 325, Novembro de 1999, p. 15



VALENTIM, Carlos Manuel, “Vice-Almirante Sarmento Rodrigues (1899-1979) Patrono do Curso de 1999”, Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola Naval

1936-2007, coord. Carlos Valentim, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007, pp. 425-431

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Alves dos Santos Júnior (1900-1971) Nasceu a 8 de Dezembro de 1900 e ingressou na Escola Naval, no curso de Administração Naval, em 1918. Desde cedo começou a escrever, publicando vários artigos sobre temática histórica diversa. Entre os seus diversos trabalhos sobressai o estudo, publicado em 1973, da primeira Lista da Armada, de 1770. Foi professor, periodista e membro da Academia de Marinha. Reformou-se no posto de Comodoro, tendo falecido a 3 de Agosto de 1971. Bibliografia 

Antecedentes Históricos do tratado de Methuen, Lisboa, Of. Gráficas do Instituto Sup. de Ciências Económicas e Financeira, 1933



O Primeiro de Dezembro, Lisboa, Tip. União Gráfica, 1951



“Uma Página de Heroísmo. Evocação para a Gente Moça” (combate do caçaminas “Augusto de Castilho” em 1918), Anais do Clube Militar Naval, nº 89, Lisboa, 1959, pp. 791-798



“João Brás de Oliveira, Contra-Almirante, 1851-1917”, Anais do Clube Militar

Naval, nº 90, Lisboa, 1960, pp. 579-583 

“Rumo à Índia”, Anais do Clube Militar Naval, nº 91, Lisboa, 1961, pp. 487-497



“A Classe de Administração Naval nos Últimos Cem Anos”, Anais do Clube

Militar Naval, número especial, Lisboa, 1966, pp. 555-562 

Retalhos da História Ultramarina, Lisboa, Editorial Minerva, 1968

150



Portugueses de Ouro, Lisboa, Separata da Revista Portuguesa, Série A- Língua Portuguesa, 1968, pp. 346-352



“A Primeira Acção Naval da Armada Portuguesa”, Anais do Clube Militar Naval, nº 99, Lisboa, 1969, pp. 901-908



Caixa de Previdência do Pessoal da Marinha Mercante Nacional. XXV Aniversário, Lisboa, Junta Nacional da Marinha mercante, 1971



Ainda e Sempre Gago Coutinho, Lisboa, Separata do Anais do Clube Militar Naval, Tipografia Minerva, 1971



A Primeira Lista da Armada, Lisboa, Ministério da Marinha, 1973

Fontes/Estudos 

PASCOAL, Joel, “Comodoro AN Ref. António Alves dos Santos Júnior” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, nº 101, Lisboa, 1971, p. 725

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(foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Jorge Maia Ramos Pereira (1901-1974) Nasceu em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, a 6 de Abril de 1901. Frequentou o Colégio Militar e, após dois anos de serviço no Exército, ingressou na Escola Naval, onde concluiu o curso de Marinha como primeiro classificado. Promovido a Guarda-Marinha em Fevereiro de 1924, efectuou vários embarques como oficial subalterno, dos quais se destaca uma comissão no Extremo Oriente, entre 1930 e 1932, a bordo do cruzador “Adamastor”. Nessa comissão começou a revelar um grande interesse pelas radiocomunicações, tendo sido louvado pela sua acção técnica na direcção da instalação eléctrica e dos equipamentos rádio do navio. Foi colocado na Direcção do Serviço de Electricidade e Comunicações em Outubro de 1932. Ali viria a passar cerca de 21 anos, apenas interrompidos por duas comissões de embarque como Imediato dos contratorpedeiros “Lima” e “Douro”, entre 1935 e 1936. Durante esse longo período, desenvolveu um significativo trabalho no desenvolvimento das comunicações rádio, dirigindo a construção e experimentação de novos equipamentos (actividade em que se valeu da sua experiência de radioamador) e organizando cursos para oficiais, sargentos artífices e praças. Entre as várias publicações técnicas que elaborou, destaca-se um compêndio de radioelectricidade editado em 1952, que serviu de base de apoio a vários cursos. Foi também responsável pela reorganização e modernização, em equipamento e instalações, da rede de estações radionavais da Marinha. Passando, sucessivamente, pelos cargos de Secretário, Subdirector e Director, deixaria a Direcção do Serviço de Electricidade e Comunicações em Fevereiro de 1954, já como Capitão-de-Fragata, para exercer o comando do aviso de 2ª classe “João de

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Lisboa”, enviado em missão de soberania à Índia portuguesa, por ocasião das graves perturbações ali ocorridas naquele ano. Regressado à Metrópole em 1956, ano em que foi promovido a Capitão-de-Mare-Guerra, passou pelo Estado-Maior Naval, antes de ser enviado a frequentar o Naval Command Course no United States Naval College. Em Junho de 1958 foi nomeado Subdirector do Instituto Superior Naval de Guerra, ascendendo a Director, já no posto de Comodoro, no início de 1960. Empreende, então, profundas alterações na organização e nos curricula daquele Instituto, tendo sido responsável pela sua mudança para as instalações definitivas, na Rua da Junqueira. Promovido a Contra-Almirante em Julho de 1960, viria a pedir a sua demissão na sequência de um discurso do Ministro da Marinha, aquando da abertura solene do ano lectivo 1961-62, que considerou atentatório do seu brio profissional. Passa à Reserva em Abril de 1966, tendo, ainda, exercido as funções de Director do Museu da Marinha, entre 1968 e 1971. Em Outubro de 1969 chega a ter alguns assomos de actividade política, candidatando-se a deputado por Viana do Castelo na lista da Oposição Democrática. Nos últimos anos da sua vida desenvolveu uma intensa actividade intelectual, quer na vertente técnico-científica quer, principalmente, na vertente cultural. Foi um dos dez fundadores do Centro de Estudos de História Marítima, mais tarde designado por Centro de Estudos de Marinha, que daria, em 1978, origem à Academia de Marinha. Entre os vários trabalhos que publicou, maioritariamente de cariz técnico, avulta, no campo da História, um estudo sobre a vida de Gago Coutinho, que publica em 1973. Também se debruçou sobre a figura de Fontoura da Costa, sendo ainda de mencionar o seu interesse pelo património arquitectónico da Marinha. Faleceu em Lisboa, no Hospital da Marinha, na sequência de um carcinoma estomacal, no dia 16 de Março de 1974. Em 1982 foi, a título póstumo, agraciado pelo Presidente da República com a Comenda da Ordem da Liberdade. A sua memória foi ainda homenageada com a atribuição do seu nome à estação radionaval da Apúlia (na sua terra natal), hoje desactivada.

153

Bibliografia 

A Propagação das Ondas Electromagnéticas em Torno da Superfície da Terra, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Imprensa Nacional, 1934



Radioelectricidade Elementar, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1952



Radioelectricidade, Lisboa, Livraria Luso-Espanhola, 1955



A Educação e a Ciência na Competição Comunista, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., 1959



A Preparação dos Oficiais Superiores da Nossa Armada, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Tip. da L. C. G. G., Outubro-Dezembro 1959



A Carreira Naval na Era Nuclear, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, L.C.G.G., Janeiro-Março 1960



O Ministério da Marinha e as suas Precárias Instalações, sep. dos Anais do Clube Militar Naval, nºs 10 a 12,Lisboa, Tip. L.C.G.G., 1961



“As Instalações da Marinha”, Revista de Marinha, v. 25, nº 457, Lisboa, Abril de 1961, pp. 13-22



As Longas Comissões de Serviço da Marinha de Guerra nas Águas da Índia Portuguesa, palestra proferida no Rotary Clube de Viana do Castelo em 19 de Setembro de 1962, Porto, Ed. do Rotary Clube de Viana do Castelo, 1962



“Subsídios para a História dos Cursos de Radioelectricidade e de Comunicação da nossa Armada”, Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Of. Graf. Minerva, 1965, pp. 691-752



Divagando sobre o Passado e o Futuro do Clube Militar Naval, sep. Anais do Clube Militar Naval, ed. especial comemorativa do centenário 1866-1966, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 1966



A Instrução: Base do Progresso dos Povos, Braga, Rotary Club, 1967



“Subsídios para a História do Instituto Superior Naval de Guerra”, Anais do

Clube Militar Naval, v. 97, t. 1-3, 4-6, 10-12, Lisboa, 1967 

Gago Coutinho: Geógrafo, Lisboa, Ministério da Educação Nacional, 1973



Fontoura da Costa: Professor Insigne, Matemático Categorizado, Marinheiro Brioso mas Inconformado que muito Dignificou a Marinha e Honrou a Pátria, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1973

154

Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, V/ALM Jorge Ramos Pereira: Sessão Solene

Evocativa, 6 de Abril de 2001, Lisboa, 2001 

ANTÓNIO, Joaquim Félix, “Sessão Solene Evocativa do Vice-Almirante Jorge Maia Ramos Pereira por Ocasião do 1º Centenário do seu Nascimento”,

Revista da Armada, nº 342, Lisboa, Maio de 2001, pp. 14-17 

MARREIROS, Glória Maria, Almirante Jorge Ramos Pereira: uma Vida – um

Exemplo, Caminha, C. M. Caminha, 2001

155

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Pedro Fragoso de Matos (1912-1986) Nasceu em Montemor-o-Novo, a 2 de Maio de 1912. Entrou para a Escola Naval em 1931 e foi promovido a Segundo-Tenente em 1936. Especializado em Artilharia, embarcou em várias unidades navais, tendo comandado a canhoneira “Faro” e o aviso “Gonçalves Zarco”, a bordo do qual cumpriu uma comissão no Oriente. Foi ainda comandante da Escola Naval e do Grupo nº1 de Escolas da Armada. No Ultramar foi Comandante-Chefe das Forças Armadas e Comandante Naval de Cabo Verde, tendo, cumulativamente, durante alguns períodos, desempenhado as funções de Encarregado do Governo da Província. Também prestou serviço em Angola, onde, durante dez anos (1945-1955), assumiu os encargos de Subdirector dos Serviços de Marinha, Chefe da Repartição de Faróis e Capitão dos portos de Moçâmedes e Lobito. Nesta última cidade ocupou, em acumulação o cargo de Presidente da Câmara. Tendo sido presidente da Federação da Pesca de Angola, fez parte das direcções de várias colectividades desportivas. Foi, ainda, Presidente da Assembleia-Geral do clube Militar Naval, tendo tido frequente colaboração nos Anais. Promovido a Vice-Almirante em 1972, passou à Reserva em 1974. Estudioso da história da actividade pesqueira nas províncias ultramarinas e da acção de Fomento da Marinha, ficou conhecido, sobretudo, pela colecção de memórias que publicou entre 1977 e 1986 subordinadas ao título genérico “Recordações do Passado”. Em 1985 tornou-se membro efectivo da Academia de Marinha. 156

Entre várias condecorações, detinha a Medalha de Prata de Serviços Distintos, o grau de Grande Oficial da Ordem de Avis, a Medalha de Bons serviços no Ultramar a o grau de Cavaleiro da Ordem de Leopoldo I da Bélgica. Faleceu em Lisboa, a 26 de Novembro de 1986. Bibliografia 

Evolução da indústria de pesca na província de Benguela, Lobito, [s.n.], 1952?



A pesca no distrito de Moçâmedes: suas possibilidades e limitações, Moçâmedes, Centro Tip. Colonial, 1956



Recordações do passado: longa comissão no Extremo-Oriente a bordo do Gonçalves Zarco, de Mormugão a Macau (29 Out. 60 - 30 Out. 62), Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº 107, 1977, pp. 725-763, nº108, 1978. pp. 101118, 297-327



“Recordações do passado: farolagem e balizagem do Rio Zaire, 1957-1958”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº108, 1978, pp. 785-804



“Recordações do passado: a operação "Dacca City" no porto de Ponta Delgada”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº108, 1978, pp. 467-476



“Recordações do passado: caça a baleia em Angola”, Lisboa, Anais do Clube

Militar Naval, nº109, 1979, pp. 65-83 

“Recordações do passado: o oficial da Armada no Ultramar”, Lisboa, Anais do

Clube Militar Naval, nº110, 1980, pp. 193-213 

“Recordações do passado: a nossa última viagem a bordo da «Sagres»”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980. pp. 415-432



Das areias e mangais nasceu a cidade do Lobito, Lisboa, [s.n.], 1980



“Recordações do passado: breves notas sobre as comemorações radionavais no antigo ultramar português”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980. pp. 589-604



“Recordações do passado: ligeira contribuição para a história da indústria de pesca de Angola”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, nº110, 1980. pp. 845865



O Natal e os marinheiros, Lisboa, [s.n.], 1980



Alguns incêndios a bordo..., Lisboa, [s.n.], 1981



“Oficiais da Armada na Academia das Ciências de Lisboa”, Lisboa, Anais do

Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981. pp. 251-279 157



“Recordações do passado: o eclipse total do Sol de1973”, Lisboa, Anais do

Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 475-496 

“Recordações do passado: um salvamento de náufragos na costa de África”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 695-712



“Recordações do passado: operações oceânicas especiais no comando naval de Cabo Verde”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 455-488



Recordações do passado: a pesca em Angola, Lisboa, Minerva, 1984



Recordações do passado: a prova de marcha de patrulhas militares de Braga a Lisboa, em Maio de 1944, Lisboa, [s.n.], 1984



“Recordações do passado: ligeira contribuição para a história dos serviços de Marinha de Angola”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984. pp. 115-164



Acção naval portuguesa contra os piratas no mar da China, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. CXV, 1985



O maior tufão de Macau, Lisboa, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. CXV, 1985



As origens da Baía do Lobito, Lisboa, Academia de Marinha, 1986



“A odisseia da corveta «Íris» no mar da China”, Lisboa, Anais do Clube Militar

Naval, vol. CXVI, 1986. pp. 265-295 

“Uma tromba marítima em Macau”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXVI, 1986, pp. 669-685



Recordações do passado: Ano Novo China no porto interior de Macau, Lisboa, [s.n.], 1986



Cartas de um comandante no Extremo Oriente, Macau, Instituto Cultural de Macau, 1987



Navios de guerra portugueses nos tufões do mar da China, Macau, Instituto Cultural de Macau, 1987

Fontes/Estudos 

M.F., “Vice-Almirante Pedro Fragoso de Matos” (notícia necrológica), Anais

do Clube Militar Naval, nºs 10-12, Outubro-Dezembro de 1986, pp. 741744.

158

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Viriato Augusto Tadeu (1913-1991) Nasceu a 26 de Janeiro de 1913 e faleceu a 15 de Outubro de 1991. Aspirante de 2ª Classe em Outubro de 1932, concluiu o curso de Engenheiro Maquinista Naval em Março de 1936. Entre Maio de 1939 e Junho de 1943, foi Director das Oficinas Navais da Guiné. Em 1944 concluiu a especialização em Engenheiro Maquinista Naval de Aviação. Nessa altura, já prestava serviço na Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho. Manteve-se naquela escola até Dezembro de 1952. Foi, então, nomeado para as funções de Secretário de Estado da Aeronáutica, que desempenhou até Março de 1953. Naquele ano, tornou-se professor na Escola Náutica (que, na altura, se encontrava sob tutela da Marinha). Fez parte da comissão de estudo para a instalação da Escola de Artilharia Naval e foi vogal da comissão para estudar o reabastecimento no mar dos avisos de 1ª classe, fragatas e contratorpedeiros pelo “São Brás”, assim como da Comissão Técnica de Máquinas e Caldeiras. Entrou na situação de Licença Ilimitada em Abril de 1957, passando à Reserva, como Capitão-de-Fragata, em Julho de 1975. Foi membro do Centro de Estudos de Marinha e da Academia de Marinha, onde desempenhou o cargo de Secretário-Geral. Bibliografia 

Contos do Caramô: Lendas e Fábulas Mandingas da Guiné Portuguesa, Lisboa, Ag. Geral das Colónias, 1945

159



“O V Centenário da Descoberta da Guiné”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 76, 1946, pp. 395-404



“Venceslau de Morais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 90, 1960, pp. 531535; vol. 91, 1961, pp. 77-78



“A Propósito do Monumento a Venceslau de Morais em Kobe”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 96, 1966, pp. 719-734 

Soponata: Rumo ao Futuro: 25 Anos ao Serviço da Nação 1947-1972, (c/ Luisa Manuel Vilhena), [Lisboa], Soponata, 1972



“Uma Placa Comemorativa que deu «Bronca» Diplomática”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. 104, 1974, pp. 907-914 

Aspectos da Crise do Petróleo, Lisboa, Centro de Estudos da Marinha, 1976



Diaporama de Malta, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1977



Evocação de Wenceslau de Moraes: Diaporama do Japão, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1978



Um Bosquejo Histórico da Cultura e da Marinha e a Fundação da Casa Pia, Lisboa, Academia da Marinha, 1981



“O Extinguir dum Clarão”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 257-262



Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da Aviação Naval Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984



Evocação de Sacadura Cabral, Lisboa, Academia de Marinha, 1985



“Um Inconfundível Intérprete do Japão e de Wenceslau de Moraes”, Anais do

Clube Militar Naval, vol. CXIX, 1989, pp. 405-412 

Propulsão Electromagnética de Navios: Sonho ou Realidade em Marcha? (c/ Fukuro Shibata), Lisboa, Academia de Marinha, 1989

Fontes/Estudos 

ANAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, “Cap. Frag. EMQ (Ref.) Viriato Augusto Tadeu” (notícia necrológica), vol. CXXII, Outubro-Dezembro de 1991, p. 719

160

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José da Cruz Moura da Fonseca (1913-1998) Nasceu em Meimoa, Penamacor, a 14 de Outubro de 1913 e entrou para a Marinha em 1931. Como Guarda-marinha serviu na Estação naval de Angola, a bordo do aviso “República” e da canhoneira “Beira”. Promovido

a

Segundo-Tenente

em

1936,

especializou-se

em

Radiocomunicações no ano seguinte. Cumpriu, então, como chefe de serviço, uma comissão de embarque no aviso “João de Lisboa”, a bordo do qual se deslocou a África e ao Extremo Oriente. Entre 1943 e 1947, serviu como Capitão do Porto de Angra do Heroísmo. Foi Imediato do contratorpedeiro “Dão” e, depois disso, comandou o patrulha “São Tiago” (1953-55) e o contratorpedeiro “Lima” (1963-64), no qual cumpriu missões em Cabo Verde e na Guiné. Servira, entretanto, e já como oficial superior, nas funções de Capitão do Porto do Funchal, entre 1959 e 1963. Em 1965, assumiu o comando da Flotilha de Draga-Minas, passando, ainda nesse ano, às funções de Chefe do Estado-maior do Comando Naval do Continente. Na sequência da sua especialização, esteve grande parte da sua carreira (doze anos) ligado ao serviço de Radiocomunicações, acabando, como Capitão-de-Mar-eGuerra, por assumir o cargo de Director do Serviço de Electricidade e Comunicações, entre 1966 e 1970. Promovido, nesse mesmo ano, a Contra-Almirante, assume as funções de Comandante da Base Naval de Lisboa e, dois anos depois, é nomeado Comandante da Defesa Marítima da Guiné. 161

Promovido a Vice-Almirante, assumiu o cargo de Comandante Naval de Moçambique, de onde regressou, em 1974, para passar à Reserva. Em 1980 foi, no entanto, convidado a chefiar a Comissão Eventual para Localização e Recolha de Documentação da Marinha Sobre a sua Acção nas Operações Militares em África e Timor (COLOREDO). Reformado em 1983, faleceu em Lisboa a 7 de Agosto de 1998. Os

seus

estudos

foram,

sobretudo,

voltados

para

a

história

das

radiocomunicações na Armada. Bibliografia 

“Subsídios para a História da T.S.F. na Armada e Oficiais que Mais Contribuíram para o seu Desenvolvimento”, Anais do Clube Militar Naval, número especial comemorativo do primeiro centenário do Clube Militar Naval, 1966



“A Remodelação da Superintendência dos Serviços da Armada e a Direcção do Serviço de Electricidade e Comunicações”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 107, Janeiro-Março 1977, pp. 148-156



Subsídios para a História das Instalações Radiotelegráficas da Armada, sep. Anais do Clube Militar Naval, nºs 10-12, Outubro-Dezembro 1978



Comunicações Navais: Generalidades e Tópicos da sua Evolução, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. CIX, Abril-Junho 1979



“Evolução da Estrutura Orgânica dos Serviços Radiotelegráficos da Armada”,

Anais do Clube Militar Naval, volume CX, nºs 1-3, Janeiro-Março 1980, pp. 1928 

Comandante Álvaro Augusto Nunes Ribeiro: Notas biográficas, Lisboa, Instituto Hidrográfico, 1980



“A Marinha na Região do Lago Niassa”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 359-365



“A Marinha no Leste e no Sueste de Angola”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981, pp. 619-642



“Exposição Comemorativa do 80º Aniversário da Primeira Comunicação Radiotelegráfica”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXII, 1982, pp. 409-411



“A Marinha no Rio Zambeze”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIII, 1983, pp. 215-252

162



“Dia do Mar 1983 – As Telecomunicações no Mar e a TSF em Portugal”, Anais

do Clube Militar Naval, vol. CXIII, 1983, pp. 633-650 

“A Marinha de Guerra na Guiné em 1972 e a Operação «Verga Latina»”, Anais

do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 501-515 

“Apontamentos sobre a Evolução dos Transportes Marítimos”, Anais do Clube

Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 627-649 

A TSF na Armada: o seu Septuagésimo Aniversário e Algumas Páginas da sua História, Lisboa, Academia de Marinha, 1985



“Monumento Comemorativo da Primeira Travessia aérea do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXVII, 1987, pp. 49-52



As Comunicações Navais e a TSF na Armada: Subsídios para a sua História (1900-1985), [Lisboa], Edições Culturais da Marinha, 1988



“Evocação do N.R.P. «João de Lisboa»”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXII, 1992, pp. 13-22



“A Marinha e o 5 de Outubro”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 123, OutubroDezembro 1993



Viagens e Histórias da Marinha no Mar, em Terra e no Ultramar, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 1995

Fontes/Estudos 

BRANDÃO, A. Almeida, “Vice-almirante Ref. José da Cruz Moura da Fonseca” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXVIII, OutubroDezembro de 1998, pp. 989-991

163

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Henrique Alexandre da Fonseca (1915-2009) Nasceu na cidade de Faro, no Algarve, a 31 de Janeiro de 1915, tendo-se alistado na Armada, na Escola Naval, em Outubro de 1934. Frequentou aquela Escola entre 1934 e 1937, primeiro na Rua do Arsenal, depois nas novas instalações do Alfeite. Especializado em Radiocomunicações, foi oficial de guarnição em avisos e comandou a lancha de fiscalização “Bicuda”, adstrita à fiscalização da pesca do Algarve. Foi Oficial Imediato da fragata “Diogo Gomes” e comandou os contratorpedeiros “Tejo” e “Vouga”. Em terra, foi Capitão dos portos de Olhão (1948-1952), da Horta (1954-1956) e, em Moçambique, dos portos da Beira e de Lourenço Marques (1960-1964). Desempenhou, ainda, funções no Secretariado-Geral da Defesa Nacional e frequentou o Colégio de Defesa NATO, então em Paris (1958). Como Capitão-de-Mar-e-Guerra, desempenhou as funções de Director das Pescarias, Subdirector dos Serviços de Marinha em Moçambique e de Segundo Comandante da Escola Naval. Foi reformado no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra em 1985, tendo falecido em Lisboa em 13 de Agosto de 2009. Membro efectivo da Classe de História Marítima da Academia de Marinha, deixou vasta e diversa obra de pesquisa histórica, na qual se incluem vários estudos dedicados ao Algarve, região de onde era natural.

164

Bibliografia 

As Escolas de Alunos Marinheiros”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CV, tomos 4 a 9, Lisboa, Abril-Setembro de 1975, pp. 269-285



As Capitanias, sep. Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, nºs 10-12, OutubroDezembro, 1975



O Algarve e as Capitanias, Faro, separata do Correio do sul, 1977



As Esquadrilhas de Fiscalização da Costa, Separata dos Anais do Clube Militar Naval, nºs 7 a 9, Julho a Setembro de 1978



“Fiscalização da Z.E.E.: Missão da Armada ou de uma Guarda Costeira?”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. 109, Abril-Junho 1979, pp.323-332



“A Viagem do Aviso «Gonçalves Zarco» ao Oriente em 1941-1943”, Anais do

Clube Militar Naval, vol. CX, nºs 1-3 (Janeiro-Março 1980), pp. 53-66; nºs. 4-6 (Abril-Junho 1980), pp. 377-390 

As viagens dos Portugueses para a Índia no Princípio do Século XVII, Segundo a Narrativa do Aventureiro Francês Francisco Pyrard de Laval, Lisboa, s.n., 1984



A colónia de Sacramento, Lisboa, Academia de Marinha, 1985



A Propósito do Bicentenário da Criação da Companhia de Guarda-Marinhas e da Sua Academia, Lisboa, Academia de Marinha, 1985



O Arsenal da Ribeira do Ouro, Lisboa, Academia de Marinha, 1989



A Propósito da Passagem do 4º Centenário da Derrota da Invencível Armada, Lisboa, Academia de Marinha, 1989



Os Estaleiros da Ribeira das Naus, Lisboa, Academia de Marinha, 1990



“A Intendência de Marinha de Faro: subsídios para a sua história”, sep. Anais

do Município de Faro, nº XIX, Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 93-115 

“A Marinha no Algarve no Século Passado”, Anais do Municipio de Faro, nº XX, Faro, C. M. Faro, 1990, pp. 163-186



Contribuição para o Estudo das Características das Naus e Galeões dos Séculos XVI e XVII: Ordenações Filipinas de 1607 e 1613, Lisboa, Academia de Marinha, 1992



“A Marinha no Algarve na Primeira Década do Século Vinte”, Anais do Municipio

de Faro, nº XXII, Faro, C. M. Faro, 1992, pp. 101-113 

A Fábrica Nacional de Cordoaria: breve resumo da sua história, Lisboa, Academia de Marinha, 1993

165



A intendência de Marinha do Porto: subsídios para a sua história, Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 1993



“A Corveta «Duque de Palmela» em Faro: 1895-1913”, Anais do Municipio de

Faro, nº XXIII, Faro, C. M. Faro, 1993, pp. 159-183 

“A Marinha no Algarve na I Grande Guerra”, Anais do Municipio de Faro, nº XXV Faro, C.M. Faro, 1995, pp. 105-134



O Prior do Crato e os Açores, Lisboa, Academia de Marinha, 1995



“A Tonelagem dos Navios Portugueses Antigos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVI, 1996, pp. 711-723



“A Conflitualidade no Mar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVIII, 1998, pp. 807-817



A Marinha no Reinado de D. João V, Lisboa, Academia de Marinha, 1998



Crónicas de Marinha [compilação], Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 1999



“Algumas Reflexões Sobre o Descobrimento do Brasil”, in VI Simpósio de

História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, 2003 pp. 77-93 

1625, Reconquista da Bahia: Portugueses e Espanhóis na Defesa do Brasil, (c/ José Maria Blanco Nuñez), Lisboa, Academia de Marinha, 2006



“As Lanchas-Canhoneiras nas Campanhas de Pacificação”, in XVIII Colóquio de

História Militar, Lisboa, 2009, pp. 41-47 Fontes/Estudos 

DIRECÇÃO DE PESSOAL DA MARINHA, Nota de Assentamentos do 135634 CMG Henrique Alexandre da Fonseca



Informação pessoal disponibilizada pelo VALM Henrique Alexandre Machado da Silva da Fonseca

166

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Tengarrinha Pires (1915-1994) Nasceu em 7 de Julho de 1915 e alistou-se na Marinha a 1 de Outubro de 1934, tendo sido promovido a Guarda-Marinha três anos mais tarde. Tendo embarcado em diversos navios, comandou a lancha de fiscalização “Azevia” (1952-54), o navio oceanográfico “Baldaque da Silva” (interino, 1954-55), os patrulhas “Funchal” (1955-56) e “Porto Santo” (1957-58) e o navio-escola “Sagres” (1958-61). Comandou, ainda, a Flotilha de Escoltas Oceânicos, de 1970 a 1971. Foi professor da escola Naval (1960-61) e do Instituto Superior Naval de Guerra (1961-65 e 1968-69). Interrompeu esta última comissão para desempenhar as funções de Chefe do Estado-Maior do Comando Naval de Angola, de 1965 a 1967. Serviu durante três anos no Estado-Maior da Armada, pouco antes de se tornar Director do Serviço do Pessoal, em 1972. Dois anos mais tarde ascendeu a Superintendente dos Serviços do pessoal da Armada. Passou à Reserva, como Vice-Almirante, em 1975. Com o fim do serviço activo dedicou-se mais profundamente aos seus estudos, embora ainda tenha sido chamado a presidir à Comissão Contra a Poluição no Mar e à Comissão do Domínio Público Marítimo. Tendo publicado alguns escritos relacionados com a estratégia marítima, distinguiu-se, sobretudo, pela sua obra, Caravelas dos Descobrimentos, obra de dois tomos em 5 volumes (publicado entre 1980 e 1990), considerado, por muitos estudiosos, um dos melhores e mais completos trabalhos alguma vez publicados sobre o assunto. Nela aborda, de modo exaustivo, a vasta temática relacionada com aqueles emblemáticos navios, do aparelho à manobra e da iconografia às 167

fontes escritas, sem esquecer os fundamentos da navegação com vela latina, o estudo das rotas e um minucioso levantamento de embarcações tradicionais com armações equiparáveis. Foi membro da Academia de Marinha e professor de Geopolítica Tropical no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Era condecorado com a Medalha de Ouro de serviços Distintos com Palma e com os graus de Grande Oficial da Ordem de Avis e de Comendador da ordem do Infante D. Henrique. Possuía, ainda, a Cruz de 3ª Classe da ordem Naval de Espanha e o grau de Oficial da Ordem de Mérito Naval do Brasil. Faleceu em 8 de Julho de 1994. Bibliografia 

“Os Veleiros nas Comemorações”, Anais do Clube Militar Naval, número especial, 1960, pp. 153-155



“Portugal na Estratégia Atlântica”, Anais do Clube Militar Naval, v. 27, nº 480, (Março 1963), pp. 7-12; nº 481 (Abril 1963), pp. 7-11



Caravelas dos Descobrimentos, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1980-1990, 2 t. em 5 vols.

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da armada, 1934-1994



ID., documentos avulsos, sala 6

168

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Freire de Vasconcelos Carneiro e Menezes (19161994) Nasceu em 28 de Junho de 1916. Assentou praça a 1 de Março de 1937 e atingiu a categoria de oficial em 1944. Médico Naval, dedicou especial atenção ao estudo da Saúde e da Medicina na Marinha, tendo desenvolvido diversos estudos nessa área. Fez, no entanto, algumas abordagens de carácter mais generalista à história da marinha de guerra, com especial destaque para a sua obra Os Marinheiros e o Almirantado: Elementos

para a História da Marinha, de 1989. Membro correspondente da Academia de Marinha desde 1984, tornou-se membro efectivo em 1988 e emérito em 1992. Faleceu em 14 de Março de 1994. Bibliografia 

Os médicos e a Marinha: comemoração dos 150 anos da admissão dos médicos navais por concurso, 1835-1985, [s.l., s.n., s.d.]



Armadas Portuguesas de meados do séc. XIV a meados do Séc. XVI: alimentação e abastecimento, Lisboa, Resistência, 1980



Armadas portuguesas de meados do Século XV ao 3º quartel do Século XVI: boticas e boticários de além-mar, Lisboa, Ed. Resistência, 1981



Armadas portuguesas: apontamentos sobre alimentação e alguns géneros para dieta dos doentes nas armadas e fortalezas no séc. XVI, Lisboa, [s.n.], 1983

169



“Hospital da Marinha”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 331-365



“Armadas portuguesas (Séculos XV e XVI): abastecimento e alimentação”, Lisboa, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 102, nº7/12 (JulDez 1984), pp. 55-88



Medidas sanitárias no tempo de D. Afonso V e de D. João II, Lisboa, Academia de Marinha, 1985

 

Almirante: o termo e o seu significado, Lisboa, Academia de Marinha, 1986 “A armada do ano de 1502: algumas considerações à volta da 2ª viagem de Vasco da Gama”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 105, nº1/6 (Jan-Jun 1987), pp. 109-134



Apoio sanitário da nossa marinha de outrora, Lisboa, Academia de Marinha, 1987



Armadas portuguesas: apoio sanitário na época dos Descobrimentos, Lisboa, Academia de Marinha, 1987



Armadas portuguesas: os marinheiros e o almirantado: elementos para a história da marinha: século XII-século XVI, Lisboa, Academia de Marinha, 1989



“Notícias sobre a vida a bordo”, Oceanos, nº2 (Out.1989), pp.61-63



Antigos pesos e medidas séculos XV-XVI-XVII, [Lisboa], Sociedade de Geografia de Lisboa, 1990



“Cristóvão de Mendonça e a Nau Vitória”, Oceanos, Lisboa, nº5 (Nov. 1990), pp.41-42



Hospitais no além-mar na época dos Descobrimentos, Lisboa, Academia de Marinha, 1993

Fontes/Estudos 

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada 1944-1994

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Jorge da Silva Soares (1916-2010) Nasceu a 14 de Dezembro de 1916 em Vera-Cruz (Aveiro). Frequentou o Colégio Militar e a Universidade de Coimbra, tendo entrado para a Escola Naval em 1935. Em 1940 entrou na Escola de Aviação Naval, onde se qualificou como pilotoaviador. Tendo prestado serviço em S. Jacinto (Aveiro) e em Ponta Delgada (Açores), foi convidado pelo Tenente-coronel Humberto Delgado, director do Secretariado de Aeronáutica Civil, para integrar o primeiro grupo de pilotos da recém-criada transportadora aérea portuguesa (TAP). No entanto, a Marinha só autorizou a transferência em Janeiro de 1947. Ainda regressou ao Ramo em 1955 para ser promovido a Capitão-Tenente, mas decidiu passar à Reserva três anos depois, dedicando-se a tempo inteiro à aviação civil. Na sua longa carreira na TAP, que duraria até à sua reforma em 1978, abriu linhas aéreas, estreou novos aparelhos e teve a honra de efectuar o primeiro voo presidencial, em Julho de 1954. Em 1955 foi agraciado, pelo Presidente da República, com as insígnias do grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo e, dez anos mais tarde, com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1985 foi condecorado no Brasil com a Medalha de Mérito Santos-Dumont e em 2007 foi distinguido com o prémio Carlos Bleck pela Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea. Entusiasta da Música e da Pintura, encontrou na escrita, após a reforma, outra das suas grandes paixões, tendo sido, durante dez anos (1978-1988), colaborador da revista dos pilotos portugueses de linha aérea Sírius, na qual escreveu vários artigos técnicos e históricos. Foi, também, o coordenador do livro Histórias com Asas, lançado em 1992, que relata os primórdios da TAP.

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Membro da Academia de Marinha, venceu, em 1997, o prémio Almirante Sarmento Rodrigues, com a obra A Ciência Náutica e a Expansão Marítima Portuguesa. Faleceu em Sintra, a 8 de Abril de 2010. Bibliografia 

“Um Estudo para a Implantação de um Aeroporto Internacional em Macau”,

Anais do Clube Militar Naval, v. CXVI, Lisboa, Janeiro-Março de 1986, pp. 89111 

“A propósito de Sacadura Cabral e Gago Coutinho”, Anais do Clube Militar

Naval, v. CXVII, Lisboa, Abril-Junho de 1987, pp.257-260 

70º Aniversário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul Realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral (c/ A. J. Malheiro do Vale), Lisboa, Academia de Marinha, 1992



Histórias com Asas: Memórias dos Pilotos da TAP dos Tempos do Hélice (coord.), Lisboa, Cooperativa dos Pilotos de Aviação Civil, 1992



“A Génese da Navegação Aérea”, Anais do Clube Militar Naval, v. CXXVII, Lisboa, Abril-Junho de 1997, pp.453-471



A Ciência Náutica e a Expansão Marítima Portuguesa: Dúvidas, Certezas e Deturpações Históricas, Lisboa, Academia de Marinha, 1997



Sessão Cultural de Recepção à Academia de Marinha Francesa de Visita a Portugal, 13 de Maio de 1999, Lisboa, Academia de Marinha, 1999



Aviação Naval: Evocação do 50º Aniversário da Sua Extinção, Lisboa, Academia de Marinha, 2002

Fontes/Estudos 

REIS, Ricardo, “Comandante Silva Soares”, Up Magazine, TAP, Março de 2014 (consultado

em

http://upmagazine-tap.com/pt_artigos/comandante-silva-

soares/)

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Avelino Teixeira da Mota (1920-1982) Nasceu em Lisboa a 22 de Setembro de 1920 e faleceu na mesma cidade em 10 de Abril de 1982. Em 1938 entrou para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, para frequentar as disciplinas necessárias à admissão na Escola Naval, obtendo aprovação em Julho do ano seguinte. Ainda como Guarda-Marinha, compõe, em 1942, uma brilhante memória de fim de curso sobre a viagem de Fernão de Magalhães e o cálculo da Longitude no século XVI. Conclui o curso da Escola Naval no ano seguinte, sendo, então, promovido a Segundo-Tenente. Depois de vários embarques, serviu, entre Setembro de 1944 e Abril de 1945, a bordo do contratorpedeiro “Lima”, sob as ordens do Capitão-Tenente Sarmento Rodrigues. É nessa altura que, durante uma comissão nos Açores, publica na imprensa insular os seus primeiros artigos. Entre 1945 e 1947, serviu na Guiné Portuguesa como ajudante de campo do Governador Sarmento Rodrigues, seu antigo comandante. Nesse período, em que contacta com destacadas personalidades nacionais e internacionais do mundo académico e da investigação ultramarina, funda o Centro de Estudos e o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, além de dirigir um importante Inquérito Etnográfico sobre aquela província ultramarina. Desta actividade cultural resultará a sua nomeação, em 1948, como membro do Conselho Científico do Institut Français de l’Afrique Noir, com sede em Dakar. 173

Em 1947 integra Missão Geo-Hidrográfica da Guiné, na qual se empenha a cartografar o litoral do território e a aprofundar os seus conhecimentos na área da Cartografia. Em 1953, já como Primeiro-Tenente, é nomeado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros para iniciar o inventário e reprodução fotográfica da cartografia antiga portuguesa dos territórios ultramarinos e em 1958 assume a direcção da Secção de Lisboa do Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga da Junta de Investigações do Ultramar. É, então, convidado por Armando Cortesão para colaborar numa compilação da cartografia portuguesa anterior ao século XVIII, a emblemática obra Portugaliae

Monumenta Cartográfica, que será publicada em 1960. Promovido a Capitão-Tenente em 1958, desempenha, entre 1959 e 1964, funções de professor na Escola Naval, onde co-organiza o 5º Colóquio Internacional sobre História do Navio e da Economia Marítima, além de colaborar no ciclo de conferências “A cartografia Antiga e a Travessia de África pelos Portugueses”. Até 1961, acumula este cargo com o de deputado na assembleia Nacional pela província da Guiné, para o qual fora eleito em 1957. Em 1964 é nomeado Vogal do Conselho Ultramarino. De 1964 a 1969 serve no Estado-Maior da Armada e, simultaneamente, prossegue as actividades docentes na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa como professor de História da Expansão. Depois de um breve regresso á Guiné, como Chefe do Estado-Maior do respectivo Comando de Defesa Marítima, é nomeado, em 1970, Chefe do Estado-Maior do Comando Naval de Angola, onde permanecerá até ao ano seguinte. Passa à reserva em 1976, com o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, mas mantém-se na efectividade de serviço, desempenhando funções no Tribunal da Marinha e no Ministério da Defesa Nacional. Nesse período é convidado a proferir várias palestras por diversas universidades e instituições internacionais. Em Setembro de 1981 é promovido, por distinção, ao posto de Vice-Almirante. Membro da Academia Portuguesa de História, da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade de Geografia, assim como da Comission Internationale d’Histoire Maritime, da Society of Discoveries e da Real Academia de la Historia de Madrid – entre muitas outras – foi, em 1969, um dos fundadores do Grupo de Estudos de História Marítima (GEHM), embrião da futura Academia de Marinha (1978), de que será eleito Presidente pouco antes de falecer por motivo de doença prolongada.

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Bibliografia 

O Regimento da Altura de Leste-Oeste de Rui Faleiro, Subsídios para o Estudo Náutico e Geográfico da Viagem de Fernão de Magalhães, memória apresentada pelo Guarda-Marinha Avelino Teixeira da Mota, 1942 [publicado em Lisboa, pelas Ed. Culturais da Marinha, em 1986]



Como Foi Descoberta a Guiné, sep. Anais do Club Militar Naval, Lisboa, 1946



A Descoberta da Guiné, Lisboa, Governo da Colónia da Guiné Portuguesa, 1946



Cronologia e Âmbito das Viagens Portuguesas de Descoberta na África Ocidental, de 1445 a 1462, separata do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, n.º 6, Bissau, Abril de 1947



Inquérito etnográfico, Bissau, Governo da Colónia da Guiné Portuguesa, 1947



“O Noroeste Africano na Cartografia Portuguesa Antiga”, Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. III, nº 9, Bissau, 1948, pp. 173-199



Classificação e Evolução da Casa e Povoamento Indígena, Bissau, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, 1948



Dom João de Castro Navegador e Hidrógrafo, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1949



“Notas Sobre os Vestígios Portugueses na Cartografia Francesa do Noroeste Africano nos Séculos XVII e XVIII”, Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. IV, nº14, Bissau, 1949, pp. 273-287



Topónimos de Origem Portuguesa na Costa Ocidental de África: desde o Cabo Bojador ao Cabo de Santa Catarina, Bissau, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, 1950



Fernão Vaz: Explorador Ignorado do Golfo da Guiné, sep. Boletim cultural da Guiné Portuguesa, nº 19, Bissau, 1950



“A agricultura de Brames e Balantas Vista Através da Fotografia Aérea”, Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. V, nº18, Bissau, 1950, pp. 131-172



Influência Portuguesa na Toponímia Costeira da África Ocidental, Lisboa, Junta de Investigações Coloniais, 1950



Diogo Gomes, Primeiro Grande explorador do Gâmbia, 1456, Lisboa, Junta de Investigações Coloniais, 1950



Contactos Culturais Luso-Africanos na Guiné do Cabo Verde, Lisboa, Sociedade Astória, 1951

175



“Origem da Casa Indígena Rectangular no Litoral da «Guiné do Cabo Verde»”, Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol. VII, nº 25, Bissau, Janeiro de 1952, pp. 157- 160



Notas Sobre a História dos Fulas: Coli Tenguêlá e a Chegada dos Primeiros Fulas ao Futa-Jalom, Lisboa, Junta de Investigações Coloniais, 1952



Importância dos Antigos Documentos Geográficos Portugueses para o Estudo Etnológico das Populações Oeste-Africanas, Junta de Investigações Coloniais, Lisboa, 1952



Novos Elementos Sobre a Acção dos Portugueses e Franceses em Benim na Primeira Metade do Século XVI, sep. Boletim cultural da Guiné Portuguesa, nº 27, Bissau, 1952



O Regimento da Altura de Leste-Oeste de Rui Faleiro, [Lisboa], Agência Geral do Ultramar, 1953



Guiné Portuguesa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar - Divisão de Publicações e Biblioteca, 1954



Bartolomeu Dias, Descobridor do Cabo de Boa Esperança, [Lisboa], N.R.P. “Bartolomeu Dias”, 1955



A Arte de Navegar no Mediterrâneo nos Séculos XIII-XVII e a Criação da Navegação Astronómica no Atlântico e Índico, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1957



O Segundo Colóquio Internacional sobre a História do Navio e da Economia Marítima, Lisboa, [s.n.], 1957



“Notas sobre a história dos portugueses na África Negra”, Boletim da sociedade

de Geografia de Lisboa, série 77, nºs 1-3, Lisboa, Janeiro-Março 1959, pp. 2756 

“Descoberta de Bronzes Antigos na Guiné Portuguesa”, Boletim Cultural da

Guiné Portuguesa, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, vol. XV, nº 59, Julho 1960, pp. 625-633. 

A Escola de Sagres, sep. Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1960



Os Problemas da Guiné na Assembleia Nacional (discurso), Bolama, Imprensa Nacional da Guiné, 1960



Tabularum Geographicarum Lusitanorum Specimen [c/ Armando Cortesão], Lisboa, Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do infante D. Henrique. 1960



Um Luso-Africano: Honório Pereira Barreto, Lisboa, [s.n.], 1960 176



Portugaliae Monumenta Cartographica [c/ Armando Cortesão], Lisboa, Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, 1960



Bartolomeu Dias e o Valor do Grau Terrestre, sep. Actas do Congresso Internacional da História dos Descobrimentos, n.º 2, Lisboa, CIHD, 1961



A Evolução da Ciência Náutica Durante os Séculos XV-XVI na Cartografia Portuguesa da Época, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1961



“Cinco Séculos de Cartografia das Ilhas de Cabo Verde, Lisboa, Garcia de Orta: revista da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, vol. 9, n.º 1, 1961, pp. 11-16



Estudos Sobre a História da Cartografia Antiga / Studies on the History of Early Cartography [c/ Armando Cortesão], Coimbra, Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Imprensa de Coimbra, 1962



D. Luís da Cunha e a Carta da África Meridional de Bourguignon d'Anville, 1725, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1962



Elogio Histórico do Almirante Gago Coutinho, sep. Boletim da Academia das Ciências, nº 34, Lisboa, 1962



Nouveaux Éléments sur le Pilote Lourenço Marques, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963



Méthodes de Navigation et Cartographie Nautique dans l'Océan Indien Avant le XVIe Siécle, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1963



Curso de História da Cartografia (c/ Armando Cortesão e Luís Albuquerque), Coimbra, Fac. de Letras, 1964



A Cartografia Antiga da África Central e a Travessia entre Angola e Moçambique: 1500-1860, Lourenço Marques, Sociedade de Estudos de Moçambique, 1964



Bronzes Antigos da Guiné, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1965



O Cosmógrafo Bartolomeu Velho em Espanha, Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1966



Influence de la Cartographie Portugaise sur la Cartographie Européenne à l'époque des Découvertes, [Paris], S.E.V.P.E.N., 1967



Novos Documentos sobre uma Expedição de Gonçalo Coelho ao Brasil, entre 1503 e 1505, Lourenço Marques, Universidade, 1968



A Primeira Visita de um Governador das Ilhas de Cabo Verde à Guiné (António Velho Tinoco C. 1575), Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1968 177



Un Document Nouveau pour l'Histoire des Peuls au Sénégal Pendant les XVème et XVIème Siècles, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969



Os Regimentos do Cosmógrafo-Mor de 1559 e 1592 e as Origens do Ensino Náutico em Portugal, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1969



Evolução dos Roteiros Portugueses Durante o Século XVI, Lisboa/Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1969



A Viagem do Navio "Santiago" à Serra Leoa e Rio de S. Domingos em 1526: Livro de Armação, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1969



“Gago Coutinho Marinheiro e Geógrafo, e a Exploração de Cabora-Bassa”,

Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Série 87, nºs 1-3; 4-6, Lisboa, 1969, pp. 17-33 

Fulas e Beafadas no Rio Grande no século XV: Achegas para a Etnohistória da África Ocidental, Lisboa, Junta de investigação do Ultramar, 1970



A Malograda Viagem de Diogo Carreiro a Tombuctu em 1565, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1970



Dois Escritores Quinhentistas de Cabo Verde: André Álvares de Almada e André Dornelas, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1971



A Viagem de António de Saldanha em 1503 e a Rota de Vasco da Gama no Atlântico Sul, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1971



D. João Bemoim e a Expedição Portuguesa ao Senegal em 1489, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1971



A África Ocidental em “Os Lusíadas”, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1972



Duarte Coelho, Capitão-Mor de Armadas no Atlântico: 1531-1535, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1972



Acerca de Recente Devolução a Portugal, pelo Brasil, de Manuscritos da Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica: 1793-1807, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1972



Mar, Além-Mar: Estudos e Ensaios de História e Geografia, Lisboa, Junta de Invest. do Ultramar, 1972



O Comandante Abel Fontoura da Costa, Historiador da Marinharia dos Descobrimentos, Lisboa, Junta de Invest. do Ultramar, 1973



Cartografia Antiga de Sofala, Lisboa, Junta de Investigação do Ultramar, 1973



Reflexos do Tratado de Tordesilhas na Cartografia Náutica do século XVI, Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, 1973 178



Honório Barreto, Português da Guiné (c/ Joaquim Duarte Silva), Lisboa, Agência-Geral do Ultramar, 1973



A Obra da Prof. Doutora Virginia Rau no Campo da História Marítima, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1974



As Viagens do Bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné e a Cristianização dos Reis de Bissau, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1974



Instruções Náuticas para os Pilotos da Carreira da Índia nos Começos do Século XVII, [s.l.], Junta de Investigações do Ultramar, 1974



Actividade Marítima dos Bijagós nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, Neogravura Ldª, 1975



Um

Manuscrito

Náutico

Seiscentista

Reencontrado,

Lisboa,

Junta

de

Investigações do Ultramar, 1975 

A Viagem de Fernão de Magalhães e a Questão das Molucas: Actas do II Colóquio Luso-Espanhol de História Ultramarina, Lisboa, Junta de Invest. Científicas do Ultramar, 1975



“Le Voyage du Navire Santiago à la Sierra Leone et à la Rivière de S. Domingo (1526)” [c/ Raymond Mauny], Bulletin de l'Institut Fondamental d'Afrique Noire, nº 37-B, [s.l.], 1975, pp. 589-603



Alguns Aspectos da Colonização e do Comércio Marítimo dos Portugueses na África Ocidental nos Séculos XV e XVI, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1976



A África no Planisfério Português Anónimo "Cantino" (1502), Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1977



Cartas Portuguesas Antigas na Colecção de Groote Schuur, Lisboa, Centro de Estudos de Cartografia Antiga, 1977



Novidades Náuticas e Ultramarinas numa Informação dada em Veneza em 1517 (c/ Francisco Leite de Faria), Lisboa, Junta de Investigações Cientificas do Ultramar, 1977



Cartas Antigas da Índia Existentes em Portugal: séculos XVIII, XIX e XX, Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1979



A Escola de Sagres e Cartografia Portuguesa dos Descobrimentos, Lisboa, Museu da Marinha, 1985



Cartas Antigas do Estado da Índia Existentes em Paris e Londres, Lisboa, Instituto de Investigação Científica Tropical/Centro de Estudos da História e Cartografia Antiga, 1985 179



Cristóvão Colombo e os Portugueses, Lisboa, Imp. Nacional-Casa da Moeda, 1987



East of Mina: Afro-European Relations on the Gold Coast in the 1550s and 1560s: an Essay with Supporting Documents (c/ P. E. H. Hair), Madison, University of Wisconsin, 1988

Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, Teixeira da Mota (1920-1982) in Memoriam, Lisboa, 1982



ID., “Sessão de Homenagem à Memória dos Almirantes Sarmento Rodrigues e Teixeira da Mota, 25 de Outubro de 1990”, Lisboa, Memórias da Academia de

Marinha, 1990 

ID., Vice-Almirante Teixeira da Mota: Homenagem no 20º Aniversário do Seu

Falecimento, 21 de Março 2002, Lisboa, 2002 

ACADEMIA DE MARINHA e INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA TROPICAL, Vice-Almirante A. Teixeira da Mota in Memoriam (2 vols.), Lisboa, 1987-1989



BRANDÃO, Eduardo H. Serra, “Vice-Almirante Avelino Teixeira da Mota”, ”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 112, Abril-Junho de 1982, pp. 551-554 

ID., O Almirante Teixeira da Mota, sep. Boletim da Sociedade de Geografia de

Lisboa, 1983 

FARIA, Francisco Leite de (coord.), SERRÃO, Joaquim Veríssimo (coord.), Elogio

do Almirante Avelino Teixeira da Mota, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1985 

MARTINS, Mário Dias, “Homenagem ao Almirante Teixeira da Mota: Primeiros Passos no Liceu e na Escola Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 112, Abril-Junho de 1982, pp. 263-270



VALENTIM, Carlos Manuel, “Avelino Teixeira da Mota, Historiador das Sociedades e dos Oceanos”, Colóquio Vasco da Gama, os Oceanos e o Futuro, Alfeite, Escola Naval, 1999, pp. 128-143



ID., “Avelino Teixeira da Mota: uma Vida Dividida entre a África e o Mar”, Revista da Armada, nº 352, Abril de 2002, pp. 10-13



ID., “O Legado do Vice-Almirante Teixeira da Mota”, Revista da Armada, nº 352, Abril de 2002, contracapa 180



ID., “A Africa na Acção e na Obra de Avelino Teixeira da Mota (1920-1982)”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXIV, 2004, pp. 779-809 

ID., Avelino Teixeira da Mota: Ajudante de Campo do Governador da Guiné

Portuguesa (1945-1947), Academia de Marinha, 2005 

ID, O Trabalho de uma Vida. Biobliografia de Avelino Teixeira da Mota (1920-

1982), Lisboa, Edições Culturais da Marinha, 2007

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(foto

da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Armando da Silva Saturnino Monteiro (1923-2015) Nasceu em Seia, Paranhos, em 1923 e ingressou na Escola Naval em 1942. Ainda como guarda-marinha, embarcou no aviso “Bartolomeu Dias”, que em 1945 participou na reocupação de Timor depois da rendição dos japoneses na II Guerra Mundial. Nessa comissão, fez ainda parte da equipa que procedeu ao primeiro levantamento hidrográfico da baía de Díli. Especializado em Artilharia, foi comandante do navio-patrulha “S. Vicente”, em comissão no norte de Angola, comandante de companhia de alunos da Escola Naval, comandante da Defesa Marítima de Porto Amélia (Moçambique) e professor de História da Escola Naval. Passou à Reserva em 1975 e reformou-se em Julho de 1990, tendo falecido, aos 92 anos, em 21 de Setembro de 2015. Membro Honorário da Academia de Marinha, foi o autor dos oito volumes da obra Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa que em 2010 foi, à sua própria custa, traduzida para Inglês e distribuída por várias bibliotecas e universidades nacionais e estrangeiras. Bibliografia 

“Canhoneiras para o Ultramar”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 88, 1958, pp. 491-495



“Sistema de Promoção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 99, 1969, pp. 637642



“Informações do Pessoal”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 104, 1974, pp. 395-404 182



“Uma Armada Nova?”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 105, 1975, pp. 869876



“Selecção e Formação de Oficiais”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 107, 1977, pp. 269-286



“Reflexões sobre a Carreira Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXIV, 1984, pp. 441-461



A Propósito da Batalha do Golfo de Omã: Sugestão de Corrigenda às Legendas de Dois Desenhos de uma das Estampas da “Portugaliae Monumenta Cartographica”, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1989



Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa (volumes I a VIII), Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1989-1997



A Evolução do Pensamento Naval Português, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1993



Espadas Contra canhões: Balanço da Guerra no Mar Contra os Ingleses e os Holandeses, 1583-1663, Lisboa, Academia de Marinha, Novembro de 1995



Em que o autor se propõe demonstrar que não foi Vasco da Gama quem descobriu o caminho marítimo para a Índia nem Pedro Álvares Cabral quem descobriu o Brasil, IV Simpósio de História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, Novembro de 1996



Actividades da Comissão Científica da História da Marinha Portuguesa, Lisboa, Academia de Marinha, Novembro de 1997



Recordações da Reocupação de Timor, 1945, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 2005



A Batalha Naval do estreito de Malaca de 1606 e as operações subsequentes – um rosário de interrogações, Lisboa, Academia de Marinha, Outubro de 2006



Portuguese Sea Battles (1139-1975) (volumes I a VIII), Oeiras, 2010

Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, “Homenagem ao Comandante Saturnino Monteiro”,

Revista da Armada, nº 478, Setembro-Outubro de 2013, pp. 21-23 

PAES, José Manuel Castanho, “Armando da Silva Saturnino Monteiro, 14Jul1923-21Set2015”, Revista de Marinha, nº 988, Novembro-Dezembro de 2015, p. 5

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(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

António Sérgio de Pereira Cardoso (1925-1998) Nasceu a 28 de Fevereiro de 1925. Distinguiu-se, ainda na Escola Naval, como atleta brilhante e versátil, vindo a especializar-se em Educação Física. Começou por servir, como instrutor, a bordo do navio-escola “Sagres”, tendo, depois, embarcado no aviso “Afonso de Albuquerque”. Uma vez promovido a PrimeiroTenente, serviu, durante cinco anos, na esquadrilha de draga-minas, onde comandou três navios deste tipo, tendo também comandado uma pequena força que participou num exercício em Inglaterra. Como oficial superior, foi destacado para Timor, onde desempenhou funções como capitão dos portos daquela província ultramarina. Após o regresso a Portugal, foi-lhe confiada a capitania do porto de Cascais. Afastou-se do serviço activo como Capitão-de-Fragata, mas regressou à Marinha para prestar serviço como subdirector do Museu de Marinha, onde se manteve durante onze anos. Os últimos dezasseis anos da sua vida foram dedicados à Academia de Marinha, onde assumiu o cargo de Secretário da Classe de Artes, Letras e Ciências. Mas também se dedicou, com grande destaque, à História Marítima, nomeadamente à história das navegações, quer portuguesas, quer polinésias e chinesas. Condecorado, pelo Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada com a Medalha Naval Vasco da Gama, por ter contribuído, de modo notável, para o prestígio da Marinha, faleceu a 2 de Setembro de 1998.

184

Bibliografia 

As Caravelas dos Descobrimentos e os Mais Ilustres Caravelistas Portugueses, Lisboa, Museu de Marinha, 1970



O Bandeirismo Amazónico: Expedição de Pedro Teixeira 1637-1639, Lisboa, Museu de Marinha, 1975



“Manobra de Navios”, Anais do Clube Militar Naval, v. CVIII, Lisboa, JulhoSetembro de 1978, pp.477-494



Missão a Mombaça, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1978



“Os Clipers: Criação Americana”, Anais do Clube Militar Naval , v. CXIV, Lisboa, Julho-Setembro de 1984, pp.517-525



Participação do Museu de Marinha na 3ª Conferência do International Congress of Maritime Museums, realizada em Mystic Seaport, de 24 a 29 de Dezembro de 1978 (c/ Emmanuel Ricou), Lisboa, Academia de Marinha, 1984



Os Descobrimentos Marítimos, as Plantas e os Animais, Lisboa, Academia de Marinha, 1989



Viagem de Bartolomeu Dias em 1487/88 Vista por um Marinheiro, Lisboa, Academia de Marinha, 1990



A Epopeia dos Descobrimentos Marítimos Continua-se nas Bandeiras no Brasil, Lisboa, Academia de Marinha, 1991



Interpretações Supostamente Erradas da Nossa História dos Descobrimentos Marítimos, Lisboa, Academia de Marinha, 1993



A Provável Viagem de Cristóvão de Mendonça à Austrália em 1522, Lisboa, Academia de Marinha, 1994



Navegação dos Polinésios, Lisboa, Academia de Marinha, 1996



Navegação dos chineses, Lisboa, Academia de Marinha, 1996



“O Descobrimento da Austrália”, Revista Militar, Ano 51, nº 1, Lisboa, Janeiro de 1999, pp.411-428

Fontes/Estudos 

S.H., “Capitão-de-Fragata António Sérgio de Pereira Cardoso” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXVIII, Outubro-Dezembro de 1998

185

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa Mendes (1926-1999) Nasceu a 31 de Janeiro de 1926 e entrou para a Escola Naval em Setembro de 1945, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em Julho de 1948. Atingiu a categoria de Oficial Superior, com a promoção a Capitão-Tenente, em Setembro de 1962. Nessa altura desempenhou as funções de Capitão do Porto do Mindelo (Cabo Verde). Passou à Reserva em Setembro de 1977, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra (a que fora promovido seis meses antes) e faleceu a 25 de Maio de 1999. Foi membro da Academia de Marinha, tendo-se notabilizado pela publicação da obra Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), na qual, prosseguindo o trabalho de Marques Esparteiro (este referido, essencialmente, ao período da dinastia Brigantina), nos descreve o percurso dos navios de guerra portugueses durante os primeiros 75 anos da República. Escreveu, também, várias dezenas de artigos para a Revista da

Armada. Era condecorado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz e com a Medalha Naval Vasco da Gama. Bibliografia: 

“Serão Âncoras de Cristóvão Colombo?”, Anais do Clube Militar Naval, nº 105, Lisboa, 1975, pp. 61-67



Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1985), [Lisboa], Comissão Cultural de Marinha, 1989 186



Retalhos Históricos Marítimos e Navais, Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2000

Fontes/Estudos 

Arquivo de membros da Academia de Marinha



ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA, Listas da Armada, 1926-1999

187

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Abílio Freire da Cruz Júnior (1926-2001) Nasceu a 9 de Julho de 1926 e entrou para a Marinha em 1946. Depois de promovido a Guarda-Marinha, em 1949, ingressou na Aviação Naval como piloto, tendo prestado serviço na base de S. Jacinto e no Centro de Aviação Naval de Lisboa. Seguiram-se embarques no aviso “Afonso de Albuquerque” e no navio-escola “Sagres”. Depois disso, comandou o draga-minas “S. Miguel” e o navio oceanográfico “Salvador Correia”. Entre 1956 e 1971 cumpriu várias comissões de serviço em África, primeiro como Capitão de Porto e Comandante da Defesa Marítima de Santo António do Zaire e, com 34 anos apenas, governador do distrito do Zaire. Depois de uma interrupção de quatro anos, em que desempenhou as funções de Imediato da fragata “Diogo Cão” (1965-1967) e de Capitão do Porto de Portimão e de Lagos (1967-1969), foi nomeado chefe da Divisão de Operações do Comando Naval de Moçambique. Regressado definitivamente à Metrópole, prestou serviço no Estado-Maior da Armada (até 1975) e na Direcção do Serviço do Pessoal, cuja chefia assumiu pouco tempo depois, ao ser promovido a Contra-Almirante. Antes de passar à Reserva por limite de idade, em 1985, desempenhou ainda as funções de DirectorGeral dos Serviços de Fomento Marítimo. Em 1988 é nomeado Presidente da Comissão Coordenadora de Investigação de Defesa da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica e dois anos depois assume a presidência do Conselho de Ciências e Tecnologias da Defesa do Ministério da Defesa Nacional. Embora já muito antes tivesse produzido alguns escritos, é neste período que começa a evidenciar a sua faceta de historiador, dedicando-se com especial 188

afinco à história marítima portuguesa da segunda metade do século XVIII. A Marinha Mercante, com a qual se relacionara bastante como capitão de porto e na qualidade de Director-Geral do Fomento Marítimo merece, igualmente, particular atenção. Dedicou-se também, com especial paixão, à história da Aviação Naval, onde servira, embora os seus trabalhos de maior vulto, neste âmbito, tenham permanecido inéditos (na Biblioteca Central de Marinha podem ser encontrados alguns textos policopiados da sua autoria). A excepção mais notória foi o artigo “Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, que mereceu o prémio de melhor trabalho publicado na Revista da Armada durante o ano 2000. Foi sócio efectivo da Academia de Marinha e Presidente da Secção dos Transportes na Sociedade de Geografia de Lisboa. Faleceu a 1 de Março de 2001. Bibliografia 

A construção naval em Angola, tese apresentada no V Congresso Nacional de Pesca realizado na cidade de Luanda, Julho de 1958



Gago Coutinho, sua vida e obra, [texto dactilografado], [s.l. : s.n.], 1969



“O Canal de Moçambique”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 103, 1973, pp. 395-404



“A África em Movimento”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 108, 1978, pp. 7589



“O Cabo de S. Vicente. Sua Importância Estratégica no Passado e no Presente”,

Anais do Clube Militar Naval, vol. 109, 1979, pp. 141-158 

Breves considerações sobre o tráfego marítimo dos Açores, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1979



Aproveitamento das potencialidades marítimas nacionais, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1985



A Aviação naval: evocação de alguns momentos da sua historia, [texto policopiado] [s.l., s.n.], 1999



A política naval na segunda metade do século XVIII, Lisboa, Academia de Marinha, 1999



O transporte marítimo na segunda metade do século XVIII, Lisboa, Academia de Marinha, 2000 189



Raid Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro: Tecnologia, Ciência e Perícia, Exposição Raid Aéreo Lisboa-Rio de Janeiro, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2000



A Marinha Mercante portuguesa: a evolução na transição do séc. XX para o séc. XXI, painel - 7 de Novembro 2000, Lisboa, Academia de Marinha, 2000



“Sacadura Cabral, o Homem que Deu Asas à Marinha”, Revista da Armada, nº 330, Abril de 2000, pp. 17-20; nº 331, Maio de 2000, pp. 6-11



O Mundo Marítimo Português na Segunda Metade do Século XVIII, ensaio, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002

Fontes/Estudos 

L.P., “Vice-almirante Abílio Freire da Cruz Júnior” (notícia necrológica), Anais do

Clube Militar Naval, vol. CXXXIII, Janeiro-Março 2003, pp. 209-211

190

(Foto da B.C.M. - Arquivo Histórico)

Vasco dos Santos Viegas (1927-2000) Nascido a 9 de Janeiro de 1927, frequentou o Colégio Militar, tendo entrado para a Escola Naval em 1945. Tendo efectuado diversas comissões de embarque, comandou os patrulhas “Porto Santo e Fogo”. Especializado em Comunicações, foi professor daquela área na Escola Naval e na Escola Náutica, tendo ainda desempenhado as funções de Director da Escola de Comunicações da Armada. Como oficial superior prestou serviço no Estado-Maior do Comando Naval de Angola, no Estado-Maior da Armada e no Estado-Maior General das Forças Armadas. Desempenhou, também, funções como Comandante da Defesa Marítima de Lourenço Marques (Moçambique) e de Faro. Antes de ser promovido a Contra-Almirante, em 1980, foi Director do Centro de Investigação Operacional da Armada. Nomeado professor no Instituto de Altos Estudos Militares, passou à Reserva em Janeiro 1984. Manteve-se, porém, ao serviço como assessor militar no Instituto de Defesa Nacional, até se reformar, em 1994. Membro da classe de História Marítima da Academia de Marinha, dedicou-se, entre outros assuntos, ao estudo dos navios da Expansão portuguesa. Faleceu em 15 de Novembro de 2000.

191

Bibliografia 

Alguns Aspectos da Marinha em que São Destacados os Conceitos Estratégicos da Defesa Nacional, [Lisboa], Instituto da Defesa Nacional, 1980.



“Os Conceitos de Defesa numa Perspectiva Histórica ”, Anais do Clube Militar

Naval, v.113, Lisboa, Abril-Junho de 1983, pp.355-365 

“Os Conceitos Estratégicos numa Perspectiva Histórica-II ”, Anais do Clube

Militar Naval, v.113, Lisboa, Outubro-Dezembro de 1983, pp. 741-747 

“Breve Introdução ao Plano Editorial Proposto”, Anais do Clube Militar Naval, v.114, Lisboa, Abril-Junho de 1984, pp.233-241



“O Tratado de Methween: um Tratado de Aliança com a Potência Marítima”,

Revista Militar, Lisboa, Janeiro de 1989, p. 43-58 

“Os Açores e os Conceitos Estratégicos de Defesa Nacional”, in Os Açores e as

Dinâmicas do Atlântico: do Descobrimento à II Guerra Mundial, Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira 1989, pp.1385-1388 

O Tratado de Aliança Defensiva entre Portugal, Inglaterra e Holanda em 1703, Lisboa, Academia de Marinha, 1991



As Naus da Índia, Macau, Comissão Territorial de Macau para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999

Fontes/Estudos 

CURSO BARTOLOMEU DIAS, “Contra-Almirante Vasco dos Santos Viegas” (notícia necrológica), Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXI, Janeiro-Março de 2001, pp. 225-226

192

(foto do arquivo da Academia de Marinha)

António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti (1930-2009) Nasceu em Aveiro a 2 de Dezembro de 1930. Tendo frequentado a Universidade de Coimbra, entrou para a Escola Naval em Setembro de 1949. Fez vários embarques e serviu em várias comissões em África, nas províncias de Angola, Moçambique - onde foi Capitão do Porto de António Enes, entre 1960 e 1965 - e Guiné, ao longo de mais de 8 anos. Entre 1966 e 1967 comandou o navio-patrulha “Boavista”, em comissão nos Açores. Serviu na NATO, no Estado-Maior do COMIBERLANT, em Oeiras, e, de 1971 a 1973, no Comando-Chefe da Guiné. No Instituto Superior Naval de Guerra foi, durante 9 anos, professor e director dos três Cursos Navais de Guerra. Ascendeu a subdirector e, por fim, a director do Instituto. Durante este período, foi assessor no Instituto de Defesa Nacional e representou o Chefe do Estado-Maior da Armada nas Assembleias do Tratado do Atlântico Norte, em Londres (1981) e no Funchal (1982), tendo participado ainda nos International Seapower

Symposia, em Newport, EUA, em 1985 e 1987. Entre 1988 e 1989 foi Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada. De 1990 a 1992, sendo presidente da Comissão Nacional contra a Poluição do Mar, representou Portugal nas Comissões Oslo, Paris e Londres, e ainda em todas as sessões para a redacção da nova Convenção de Paris, assinada em 22 de Setembro de 1992. Desempenhou as funções de Presidente da Academia de Marinha desde Janeiro de 2004 até ao seu falecimento, ocorrido em Lisboa a 15 de Janeiro de 2009. Autor de mais de meia centena de estudos, virados, sobretudo, para a Estratégia e Relações Internacionais, também publicou vários trabalhos relacionados com a História Marítima e Militar do País, sendo a análise histórica uma componente fundamental e sempre 193

presente nas suas obras de maior vulto, quer em termos de estudo retrospectivo quer em termos de lições aprendidas. Foi membro do Conselho de Académicos da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, da Associação Portuguesa de História das Relações Internacionais e da Associação Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais. Foi ainda professor catedrático convidado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e na Universidade Autónoma de Lisboa, presidente do Instituto Português da Conjuntura Estratégica, presidente do Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia da Marinha (GERE), membro efectivo do Conselho Supremo da Liga de Combatentes, director da Sociedade de Geografia de Lisboa e membro da Comissão de Relações Internacionais da mesma Sociedade, membro do Centro de Estudos Estratégicos do Instituto de Altos Estudos Militares, membro do Conselho Consultivo do Instituto Euro-Atlântico, sócio do Instituto Dom João de Castro e membro da Comissão de Avaliação Externa de Ciência Política e Relações Internacionais. Era também sócio da Revista Militar e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal. Era Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e possuía diversas condecorações, entre as quais as salientam a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a Comenda da Ordem do Mérito Naval do Brasil e o grau de Cavaleiro da Ordem de Mérito da República Italiana. Bibliografia: 

A Condução de Crises e o Poder Marítimo, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1980



A NATO e o Atlântico Sul, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1980



As Forças Nucleares de Teatro de Operações e a Dissuasão Global, Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, 1980



A Relação de Forças entre o Pacto de Varsóvia e a NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1980



O Terceiro Mundo e o Diálogo Norte-Sul, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1980



Pactos Militares e Organizações de Defesa na Região Euro-Americana, Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, 1983

194



Ensinamentos Militares do Conflito das Falkland, Ilações Nacionais, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1983



A organização das Nações Unidas, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1983



Pactos Militares e Organização de Defesa: Região Euro Norte Americana, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1983



O papel de Portugal na NATO (intervenção num coloquio realizado no ISCSP em 15 de Março de 1984), Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1984



A NATO e o Atlântico Sul, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas, 1985



Da Détente às Guerras Justas: Alguns Conceitos, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1985



Temas de Política e Estratégia, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1986



As Relações Leste-Oeste, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1987



A Marinha: a Instituição e os Homens: Reflexões, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 1988



A Europa, a Africa e o Atlântico no Quadro da Cooperação: Aspectos Estratégicos, Porto, Universidade Portucalense, 1990



“Geopolítica e Geoestratégia do Atlântico”, in Estratégia, vol.1, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas/-Instituto de Relações Internacionais, 1990 pp.13-52



“Os Conceitos de Poder Marítimo na Expansão Portuguesa”, Anais do Clube

Militar Naval, Lisboa, vol.CXX, Outubro-Dezembro 1990, pp. 667-675 

Estratégia da Dissuasão na Década de 90, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1992



“Os Mares Antárcticos”, Anais do Clube Militar Naval, vol. 124, Abril-Junho, 1994, pp. 345-356



Estudo da Estratégia e das Relações Internacionais nas Universidades Portuguesas, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995



Segurança Europeia 1989-1995, Lisboa, Universidade Técnica, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1995



A Segurança Leste-Oeste e o Atlântico, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1995

195



As

Relações

Transatlânticas

no

Quadro

da

Segurança

Internacional:

Implicações para a Europa e para Portugal, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1995 

Guerra e Paz na Perspectiva do Actual Sistema de Relações Internacionais, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1995



Reestruturação da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1996



Da Defesa à Segurança na Ordem Internacional, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 1996



“Das Viagens das Caravelas à Globalização”, Anais do Clube Militar Naval, Vol. CXXVII, nºs 7-9, Julho-Setembro 1997, pp. 543-554



D. Fernando II e Glória: a Fragata que Renasceu das Cinzas = The Frigate Reborn from the Ashes, Lisboa, CTT Correios de Portugal, 1998



“Apontamento Histórico”, in O Último Cinquentenário do Segundo Milénio

(1949-1999), Lisboa, Marinha, 1999, pp.15-42 

A Comunidade Internacional 1997/1998, Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais, 1999



A Marinha nos 50 Anos da NATO, Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1999



“A Marinha no Tempo da Fragata D. Fernando II e Glória”, Lisboa, Anais do

Clube Militar Naval, vol. CXXIX, Janeiro-Março 1999, pp.85-104 

“A Acção da Armada nas Campanhas de África”, in Estudos Sobre as

Campanhas de África (1961-1974), Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa, Atena, 2000, pp.205-224 

O Mediterrâneo e a Segurança Europeia, Lisboa, Instituto Português da Conjuntura Estratégica, 2000



As Diferentes Interpretações do Conceito de Fronteiras, [Lisboa], Sociedade de Geografia de Lisboa, 2000



Segurança e Defesa 1996-2000, Edições Culturais da Marinha, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2000



Segurança Humana e Segurança Nacional, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 2001



Reestruturação das Forças Armadas: Equívocos e Realizações, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia, 2001



A Marinha e a Revolução nos Assuntos Militares, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002

196



Conceito Estratégico de Defesa Nacional: Estudos (c/ Victor Manuel Lopo Cajarabille), Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, 2002



A Conjuntura Internacional e os Novos Conflitos: a Organização e Defesa do Ocidente Face aos Novos Desafios, Lisboa, Instituto Português da Conjuntura Estratégica, 2002



“Estratégia e Relações de Poder”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXIII, Julho-Setembro 2003, pp.423-450



A Estratégia Marítima e o Progresso das Nações, in A Estratégia Naval Portuguesa: Ciclo de Conferências, Lisboa, Instituto Superior Naval de Guerra, 2004, pp. 9-22



“Grupo de estudo e reflexão de estratégia: GERE”, Lisboa, Anais do Clube

Militar Naval, vol. CXXXIV, Outubro-Dezembro 2004, pp.887-896 

A Conjuntura Estratégica Mundial, sep. de Lusíada - Revista de Relações Internacionais, nº 5, 2004



Forças Armadas, a Instituição e as Associações, Lisboa, Grupo de Estudo e de Reflexão Estratégica, 2005



A Marinha: Instituição em Transformação, Lisboa, Grupo de Estudo e Reflexão Estratégica, Comissão Cultural da Marinha, 2005



O Mediterrâneo: Geopolítica e Segurança Europeia, Lisboa, Grupo de Estudo e Reflexão de Estratégia, Comissão Cultural da Marinha, 2006

Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, “Novo Presidente da Academia de Marinha”, Revista

da Armada, nº 372, Fevereiro de 2004, p. 13 

FREIRE, Manuel Carlos, “Um militar que Brilhou como Oficial e Académico”,

Diário de Notícias, 16 de Janeiro de 2009

197

198

TERCEIRA PARTE: AS INSTITUIÇÕES Metodologia e Critérios Nesta

parte

debruçar-nos-emos

sobre

as

instituições

de

Marinha

particularmente ligadas à História Marítima, apresentando, de forma sucinta, o seu historial, as suas competências e as suas actividades. A respectiva integração lógica e cronológica na actividade historiográfica da Marinha é apresentada na Primeira Parte deste trabalho. Dizemos “DE Marinha” e não “DA Marinha” porque algumas delas não pertencem/pertenceram institucionalmente àquela Organização, como são os casos da Associação Marítima e Colonial, do Clube Militar Naval e da Liga Naval Portuguesa. Optámos, no entanto, por incluí-las devido à sua forte ligação à Marinha e pela predominância que os militares da Marinha (especialmente os oficiais) nelas assumiram. Esse mesmo critério levou-nos a excluir desta lista a Revista Militar, que, tendo dois oficiais da Armada entre os seus vinte e seis membros fundadores e estando estatutariamente aberta aos oficiais dos três ramos60, é uma instituição transversal às Forças Armadas (sendo maioritariamente constituída por oficiais do Exército). Distinguimos, assim, nesta lista, dois tipos de instituições: as de carácter oficial, que atestam o envolvimento directo da Marinha, e as de carácter particular, que ilustram o empenho e o entusiasmo dos seus servidores.

60

A Empresa da Revista Militar, “uma sociedade com fins editoriais e culturais, constituída por Oficiais de todos os Ramos das Forças Armadas”, foi fundada no dia 1 de Dezembro de 1848, por um grupo de 26 oficiais do Exército e da Armada, dirigido pelo então tenente Fontes Pereira de Mello. A sua finalidade, vertida nos respectivos estatutos, era a de “promover o estudo, debate e divulgação de assuntos de defesa nacional, em especial os militares”. Com o primeiro número publicado em Janeiro de 1849, foi um dos primeiros títulos da imprensa militar portuguesa, seguindo-se a cinco periódicos cuja existência foi, no entanto, bastante curta. A Revista, pelo contrário, chegou aos dias de hoje.

199

BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA A Biblioteca Central da Marinha mergulha as suas origens na biblioteca da Academia Real dos Guardas-Marinhas (levada para o Brasil aquando das invasões francesas, ali tendo deixado grande parte do seu espólio) e na Biblioteca da Escola Naval. A sua criação oficial, com a designação de Biblioteca de Marinha, data de 7 de Janeiro 1835 (decreto de D. Maria II). Até à transferência da Escola Naval para o Alfeite, funcionou anexa a este estabelecimento de ensino, mantendo-se nas Instalações Centrais da Marinha, na Rua do Arsenal, até 1960. Foi neste ano que o Decreto-Lei nº 42841/60 de 10 de Fevereiro lhe deu a denominação de Biblioteca Central da Marinha e definiu o seu papel como “centro de difusão de cultura para todo o pessoal da Armada, servindo também de organismo técnico orientador de todas as bibliotecas existentes nas unidades e serviços do Ministério da Marinha”. Na sequência deste decreto-lei, a Biblioteca foi transferida para instalações mais adequadas, num pátio interior do Mosteiro dos Jerónimos. Em 1994, pelo Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, passou a ter na sua dependência o Arquivo Central (ex-Arquivo Geral) da Marinha. No seu riquíssimo acervo de 48.000 títulos, contendo valiosas colecções abarcando assuntos como a Astronomia, a Geometria, a Aritmética, a Geografia, a Náutica, a Cartografia e a História, destacam-se os volumes provenientes das bibliotecas dos conventos, quando as ordens religiosas foram extintas em 1834. Entre estes últimos, contam-se vários livros editados nos séculos XVI e XVII. São também de assinalar os legados bibliográficos de alguns vultos notáveis da cultura naval, como Gago Coutinho, Teixeira da Mota, Marques Esparteiro e Nunes Ribeiro. Ali podem ser encontradas as obras de maior significado publicadas no âmbito da Marinha e dos assuntos do Mar, constituindo um indispensável centro bibliográfico e 200

documental par o estudo de temas como a História dos Descobrimentos e da Expansão ou a História Ultramarina. Fontes/Estudos 

GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto-Lei nº 42841/60 de 10 de Fevereiro, Diário do Governo n.º 33/1960, Série I, de 10 de Fevereiro de 1960



GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, Diário da República n.º 202/1994, Série I-B, de 1 de Setembro de 1994



MARINHA, Biblioteca Central da Marinha, Portal da Marinha na Internet, https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Biblioteca-CentralMarinha.aspx [consultada em Março de 2016]

201

ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA E COLONIAL Após o conturbado período das guerras napoleónicas e das lutas políticas, com a marinha nacional muito diminuída em relação ao que fora no início do século, um grupo de oficiais da Armada reúne-se, sob os auspícios do Visconde de Sá da Bandeira, e funda a Associação Marítima e Colonial, a qual recebe o beneplácito de D. Maria II por decreto de 5 de Novembro de 1839. Os objectivos desta associação são enunciados no discurso preliminar de José Xavier Bressane Leite, a 17 de Janeiro de 1840: “A Associação Maritima [...] tomou a seu cargo promover (quanto em suas forças coubesse) aquelle melhoramento [da Marinha]; indagar as causas que têm influido, ou podem influir na declinação da Marinha tanto militar, como mercante; indicar os meios da sua restauração; e propôr ao Publico todos os conhecimentos, todas as reflexões, e todos os arbitrios, que possam parecer uteis a tão importante fim, concorrendo ao mesmo tempo para estreitar cada vez mais as relações commerciaes dos nossos Estabelecimentos Ultramarinos com a Mãi-Patria, e desta com os differentes pontos e nações do globo, que se empregam nas operações do commercio.”

Em termos funcionais, a Associação organizou-se em três secções: Marinha Militar, Colónias e Marinha Mercantil. Para o cargo de Presidente foi eleito o Visconde de Sá da Bandeira, mentor da Associação e profundo conhecedor, na qualidade de governante, da realidade da Marinha e das colónias, tendo as suas leis relativas à abolição da Escravatura sido um importante pretexto e incentivo para o aumento da presença naval portuguesa em África. Para além de Sá da Bandeira e de Bressane Leite, a Associação contava, entre os seus sócios, com vários outros nomes sonantes, como António Jervis de Atouguia, João Fontes Pereira de Melo, João Maria Ferreira do Amaral, Francisco Soares Franco e Joaquim Celestino Soares, muitos deles fazendo parte do grupo de “jovens turcos” saídos da Guerra Civil. Refira-se que nem todos os sócios eram oficiais de Marinha, contando-se alguns pertencentes ao Exército, assim como alguns civis ligados à Política ou à Cultura. O produto mais conhecido da Associação foram os Anais Marítimos e Coloniais, publicados a partir de Novembro de 1840, sem periodicidade definida e agregados em séries anuais. Eram estes compostos de uma parte oficial, em que eram publicados os actos governamentais e administrativos relativos à Marinha e às colónias, e uma parte

202

não oficial contendo exames críticos a publicações nacionais e estrangeiras sobre assuntos marítimos e memórias redigidas pelos sócios, num leque de matérias que ia da História Naval às Máquinas Marítimas, passando pela Administração Ultramarina e relatos de viagens. Era uma oportunidade para os oficiais de Marinha escreverem e divulgarem a sua opinião e os seus conhecimentos sobre assuntos em que eram entendidos, dando, deste modo, o seu contributo à Sociedade. A Associação acabou por não sobreviver às convulsões políticas desencadeadas em 1846. Na sua curta existência, tinha, no entanto, alertado a opinião pública para a necessidade urgente de se investir na Armada, apoiada na ideia de que o caminho para se recuperar parcialmente a grandeza perdida e o prestígio internacional do País passava pela exploração de África. Vinte e seis anos depois, o Clube Militar Naval recuperaria boa parte desta acção dinamizadora na sociedade portuguesa. Fontes/Estudos 

ASSOCIAÇÃO MARÍTIMA E COLONIAL, Annaes Marítimos e Coloniaes, 1ª-6ª séries, Lisboa, Imprensa Nacional, Novembro de 1840 a Abril de 1846

203

ARQUIVO CENTRAL DA MARINHA A documentação do Arquivo Central da Marinha, cujos documentos mais antigos remontam aos séculos XVI e XVIII, começou a ser reunida em 1843 a partir dos fundos da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar. Vicissitudes várias, como o terramoto de 1755, as Invasões Francesas e as Guerras Liberais, assim como vários incêndios tinham, entretanto, provocado a destruição de muita documentação, originando algumas lacunas no seu acervo. A reforma de 29 de Dezembro de 1868 deu ao arquivo a categoria de repartição, que, trinta anos mais tarde, passou a constituir a 6.ª Repartição da Direcção-Geral da Marinha. Em 1914 aquela Repartição foi transformada no Arquivo Geral da Marinha. O Decreto 16719, de 12 de Abril de 1929, regulamentou o seu funcionamento e tornou-o dependente da Superintendência dos Serviços da Armada. As posteriores reformas do Ministério da Marinha mantiveram a sua orgânica, embora alterassem a sua designação para Arquivo da Marinha. O Decreto-Lei nº 42840 de 10 de Fevereiro de 1960 recuperou a designação de Arquivo Geral de Marinha e procurou dotá-lo de uma estrutura apropriada ao desempenho das importantes funções que lhe competiam, entre as quais a conservação dos valiosos documentos ali depositados. Nessa altura, regressou à Marinha o conjunto documental até ali confiado á guarda da Biblioteca Nacional e, depois de 1930, ao Arquivo Histórico Ultramarino. Em 1994, pelo Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, este órgão ficou na dependência da Biblioteca Central da Marinha, passando a designar-se como “Arquivo Central da Marinha”. Quatro anos depois, foi transferido das Instalações Navais de Alcântara para o antigo edifício da Cordoaria Nacional, na Junqueira. O Arquivo dispõe de um núcleo histórico-cultural, com temáticas como a Astronomia, a Cartografia, e outra documentação sobre navios, pessoal, organismos, infra-estruturas, viagens e legislação, além de cartas e planos de navios. O seu espaço

204

inclui salas de avaliação, catalogação, restauro, conservação e uma sala de leitura, além de uma ampla área de armazenamento do acervo documental. Recentemente iniciou-se o processo de informatização de todo o espólio, facilitando assim o trabalho dos utilizadores em geral. Fontes/Estudos 

ALMEIDA, Eduardo de Castro, Archivo da Marinha e Ultramar na Biblioteca

Nacional, Lisboa, 1907 

BRITO, Ana Alexandra, “Arquivo Central – Ex-Arquivo Geral da Marinha”,

Revista da Armada, nº 312, Agosto de 1998, pp. 10-11 

ESTEVENS, Manuel Santos Estevens, “Arquivo Geral e Biblioteca Central da Marinha”, Relatório, Anais de Marinha, Ano VI, Dezembro de 1944, nº 9, pp. 19-81



GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Decreto Regulamentar 35/94, de 1 de Setembro, Diário da República n.º 202/1994, Série I-B, de 1 de Setembro de 1994



MARINHA,

Arquivo

Histórico,

Portal

da

Marinha

na

Internet,

https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Arquivo-Historico.aspx [consultada em Março de 2016]

205

MUSEU DE MARINHA As origens do Museu de Marinha remontam ao decreto de 22 de Julho de 1863 do rei D. Luís I que dotou a Escola Naval de um espaço didático dedicado à História Naval portuguesa. Funcionando na Sala do Risco daquele estabelecimento de ensino, o pequeno museu começou por reunir alguns objectos antigos do espólio da instituição, do qual se destacava a coleção de modelos de navios existentes no Palácio da Ajuda que tinha sido oferecida à Real Academia de Guardas-Marinha (antecessora da Escola Naval) por D. Maria II. Em 1934 – e depois da tentativa de criação de um Museu Nacional de Marinha anexo à antiga Liga Naval Portuguesa, no Palácio dos Duques de Palmela, no Calhariz (que, entre outros artefactos, albergava a colecção oceanográfica do rei D. Carlos) – criou-se uma comissão instaladora tendo em vista a relocalização do então designado Museu Naval Português (uma das várias designações que teve ao longo da sua existência) num edifício anexo ao Mosteiro dos Jerónimos (embora houvesse algumas propostas alternativas), mas aquele espaço cultural continuou, ainda por alguns anos, a funcionar na antiga sala do risco do Arsenal, mesmo depois de se consumar a transferência da Escola Naval para o Alfeite, em 1936. Em 1948, o espólio do Museu foi consideravelmente enriquecido pelo legado do benemérito Henrique Maufroy de Seixas, que impôs, no entanto, a condição de mudança de instalações, de modo a que se pudesse albergar condignamente a sua vasta colecção de modelos de navios e embarcações. O Museu foi, então, transferido para o Palácio dos Condes de Farrobo, nas Laranjeiras, que se revelou, no entanto, insuficiente para acolher todas as peças. Só em 1962, após uma passagem pelas instalações da Biblioteca de Marinha, o novo Museu de Marinha seria formalmente inaugurado no espaço que actualmente

206

ocupa, nas alas norte e poente do Mosteiro dos Jerónimos, junto do qual se construiu, posteriormente, um amplo pavilhão para exposição das galeotas reais. O Museu ocupa uma área total de cerca de 50 mil metros, 16 mil dos quais dedicados a exposição permanente. Do seu espólio constam mais de 20.000 peças, estando expostas apenas seis mil. Entre elas, destacam-se vários modelos de navios e de embarcações, armas, uniformes, instrumentos de navegação e cartas marítimas. Possui também um centro de documentação, um arquivo de imagem e um arquivo de desenhos e planos com mais de 1.500 documentos de navios portugueses antigos. Para além do seu espaço central, o Museu tem a seu cargo a supervisão dos vários núcleos museológicos da Marinha Portuguesa, tais como os da Escola de Fuzileiros e da Escola de Tecnologias Navais. Fontes/Estudos 

INSO, Jaime do, O Museu de Marinha, sep. Anais do Clube Militar Naval, n.ºs 4 a 6, Abril-Junho 1967



MUSEU DE MARINHA, “Museu de Marinha, 150 Anos”, Revista da Armada, nº 478, Setembro-Outubro de 2013, pp. 18-20



MUSEU DE MARINHA, página do Museu de Marinha na Internet, http://museu.marinha.pt/ [consultada em Março de 2016]



VALE, José Augusto da Costa Picas do, Museu de Marinha: Contributos para a

Definição de um Projeto Cultural, Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, de Lisboa, 30 de Setembro de 2009 (consultado em https://www.academia.edu/2043332/O_Museu_de_Marinha__Contributos_para_a_defini%C3%A7%C3%A3o_de_um_projecto_cultural)

207

CLUBE MILITAR NAVAL A 8 de Setembro de 1866, um grupo de oficiais de Marinha, presidido pelo contra-almirante Joaquim Pedro Celestino Soares, reuniu para discutir a recentemente introduzida modalidade de “promoção por escolha”. Assim nasceu um grupo de reflexão, que, além do tema que dera o pretexto para a primeira reunião, passou a debruçar-se sobre outros problemas nacionais, como a defesa das possessões ultramarinas em relação à cobiça de outras potências europeias, o estado de enfraquecimento da Armada portuguesa ou a resposta às recentes inovações tecnológicas. Os estatutos do Clube Militar Naval foram formalmente aprovados pelo Ministro da Marinha a 15 de Novembro daquele ano, 20 anos depois da extinção da sua antecessora, a Associação Marítima Colonial, de efémera existência. Entre os objectivos que presidiram à sua criação destacam-se os seguintes: 

“Fazer convergir os esforços colectivos dos associados para que a corporação da armada sirva com abnegação, zelo e denodo o seu país”



“Buscar quanto em si couber para que se torne conhecido o seu préstimo, procurando que a Marinha seja animada e favorecida em suas laboriosas fadigas”



“Excitar, por meio de palestras científicas e literárias, por adequadas publicações e por todos os meios legais, os estímulos geradores das grandes acções e os factos que honram a Humanidade, para que os oficiais se tornem distintos e continuem a conservar as gloriosas tradições da Marinha Portuguesa” Destes objectivos, é, sobretudo, o terceiro a definir a forte componente cultural

desta associação. Neste âmbito, assume particular relevância a publicação, a partir de 1871, dos Anais do Clube Militar Naval, que até hoje se manteve ininterrupta, não obstante algumas variações na sua periodicidade. Esta prestigiada publicação cedo 208

viria a integrar a vanguarda científica e cultural de âmbito marítimo em Portugal e as suas páginas viriam a divulgar trabalhos de reconhecida qualidade redigidos por autores como Baldaque da Silva, Fontoura da Costa ou Gago Coutinho, constituindo, por isso, um valioso estímulo à produção intelectual dos oficiais da Marinha Portuguesa. Tendo a sua primeira assembleia-geral sido realizada, no ano da sua fundação, no Palácio do Conde de Almada (hoje Palácio da Independência), o Clube passou por diversas localizações, entre elas, numa fase inicial, as instalações da Escola Naval. Estabeleceu-se na sede actual (Avenida Defensores de Chaves, ao Saldanha) em 1989. Fontes/Estudos 

CANAS, António Costa, CARTAXO, Alexandre Manuel Ribeiro, BRAGA, Helena Sofia, “Origens do Clube Militar Naval”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXIX, Julho a Setembro de 1999, pp. 457–497



CLUBE MILITAR NAVAL, Historial, página do Clube Militar naval na Internet, http://www.cmnaval.com/historial [consultada em Março de 2016]



VALENTIM, Carlos Manuel Baptista, “Clube Militar Naval. Uma Memória de 150 Anos. Associativismo, Cultura e Ciência”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXLVI, Janeiro-Junho de 2016, pp. 19-66

209

LIGA NAVAL PORTUGUESA Criada em 1902, por iniciativa do Clube Militar Naval, a Liga Naval Portuguesa tinha por principal objectivo promover o desenvolvimento da Marinha nacional nas suas diversas vertentes: de guerra, de pesca, mercante e de recreio. À semelhança das ligas navais que, por essa altura, despontavam em vários países (nomeadamente, Alemanha, Brasil, Reino Unido, Espanha, Rússia e Bélgica), fazia parte de um movimento internacional baseado na obra de Alfred Thayer Mahan The Influence of

Sea Power upon History, que realçava a importância do poder naval no engrandecimento das nações. Tinha a sua sede no Palácio Palmela, no Calhariz (Lisboa), contando ainda com várias delegações regionais e locais espalhadas por todo o império português. Vivendo de um subsídio governamental de 5 contos de réis, ao qual se somavam as quotas dos sócios, a liga tomou a seu cargo a criação e a conservação do Museu Nacional de Marinha (um dos antecessores do Museu de Marinha, que, entre outros artefactos, albergava a colecção oceanográfica do rei D. Carlos), assim como as despesas de funcionamento da Escola de Pilotagem e Armamentos Marítimos de Lisboa. Além de promover palestras, debates e conferências – de que são exemplos o 1º Congresso Marítimo Nacional (1903) e o Congresso nacional das Pescarias (1904) – a Liga publicava, ainda, um boletim oficial, o Boletim Marítimo, em que os sócios expunham as suas teorias e os seus pontos de vista. Organizou também um grande festival marítimo em 1907 e uma importante exposição de oceanografia na Sociedade de Geografia. Com a queda da Monarquia, a Liga deixou de receber o subsídio governamental, iniciando um período de crise. Apesar de um apelo lançado em 1914 ao povo português, a Liga entraria em irreversível declínio, extinguindo-se em 1929. O seu nome continuaria, no entanto, a aparecer ligado a algumas iniciativas desenvolvidas na década seguinte. Fontes/Estudos 

SALTÃO, Joaquim Beltrão, “Memória – Liga Naval Portuguesa”, Bordo Livre (Revista do clube de Oficiais da Marinha Mercante, Janeiro-Fevereiro 2008, pp. 5-9 210



TEIXEIRA, Ricardo Miguel Alves, “Liga Naval Portuguesa - Génese e Intervenção”, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXXXVI, Fevereiro de 2006, pp. 253-298

211

ACADEMIA DE MARINHA A Academia de Marinha foi fundada, por portaria do Chefe do estado-Maior da Armada, em 27 de Dezembro de 1978. É herdeira natural do Grupo de Estudos de

História Marítima (GEHM), criado em 1969 por acção de um grupo de notáveis, entre os quais Manuel Sarmento Rodrigues, Avelino Teixeira da Mota e António Marques Esparteiro, e estabelecido por portaria do Ministro da Marinha de 5 de Março, assim como do Centro de Estudos de Marinha, que, por sua vez, lhe sucedeu em 1970 (Portaria do Ministro da Marinha de 27 de Agosto). A Academia de Marinha tem por missão promover e desenvolver os estudos e a divulgar os conhecimentos relacionados com as Ciências, as Letras, as Artes e tudo o mais que diga respeito ao mar e às actividades marítimas, sendo a sua divisa “Por mares nunca de outro lenho arados”, um verso d’Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões. Órgão de natureza cultural, agrupa um conjunto de personalidades que se distinguiram no meio cultural e académico português, as quais se distribuem pelas classes de História e de Artes, Letras e Ciências. Tem como objectivos: 

Promover e executar estudos e trabalhos de investigação científica no domínio da história, das ciências, das letras e das artes, nos aspectos relativos ao mar e às actividades marítimas, e divulgar os seus resultados;



Publicar estudos, obras bibliográficas e outros documentos;



Realizar reuniões de carácter científico e cultural, de discussão e divulgação, sobre as ciências e actividades ligadas ao mar;



Promover ou colaborar na realização de actos ou obras evocativas de vultos ou feitos históricos;

212



Colaborar com outras entidades e instituições culturais, com o objectivo de aprofundar o conhecimento do mar e contribuir para o prestígio das marinhas nacionais e do País

A Academia organiza mais de 45 sessões culturais e edita, em média, cinco livros por ano. Entre os projectos actualmente em curso salienta-se a compilação da obra, História da Marinha Portuguesa, em vários volumes, reunindo trabalhos de vários reputados historiadores militares e civis. Pelo seu trabalho meritório, a Academia foi, em 1999, agraciada pelo Governo com o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique. Fontes/Estudos 

ACADEMIA DE MARINHA, “Academia de Marinha – 30º Aniversário”,

Revista da Armada, nº 427, Fevereiro 2009, pp. 6-8 

MARINHA, Portaria do Ministro da Marinha nº 23958, de 5 de Março de 1969, Diário do Governo n.º 54/1969, Série I, de 5 de Março de 1969



ID., Portaria do Ministro da Marinha nº 428, de 27 de Agosto de 1970, Diário do Governo n.º 198/1970, Série I, de 27 de Agosto de 1970



ID., portaria do Chefe do estado-Maior da Armada Nº 769, DE 27 de Dezembro de 1978, Diário da República n.º 296/1978, Série I, de 27 de Dezembro de 1978



ID.,

Academia

de

Marinha,

Portal

da

Marinha

na

Internet,

https://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/AcademiaMarinha.aspx [consultada em Março de 2016]

213

REVISTA DA ARMADA A Revista da Armada foi criada em 1971, por iniciativa do então Ministro da Marinha, almirante Pereira Crespo (despacho nº 55/71 de 30 de Abril). O primeiro número saiu em Julho desse ano. Tendo como missão “reforçar o espírito de corpo que une o pessoal militar, militarizado e civil da Marinha e, simultaneamente, dar a conhecer à sociedade civil as missões, actividades e a realidade da Instituição”, este órgão de divulgação oficial tem desempenhado um importante papel de dinamização cultural na Instituição e também fora dela, tendo a História Naval (e Marítima) assumido sempre um papel de destaque entre os temas divulgados. Constitui-se, assim, um importante “campo de treino” para muitos autores e uma útil ferramenta de trabalho para grande parte dos “historiadores marinheiros” (e não só) activos. Fontes/Estudos 

MARINHA,

Revista

da

Armada,

Portal

da

Marinha

na

Internet,

https://www.marinha.pt/pt-pt/media-center/revista-armada/Paginas/RevistaArmada.aspx [consultada em Março de 2016] 

REVISTA DA ARMADA, “40 anos da Revista da Armada”, Revista da Armada, nº 454, Julho de 2011, subcapa

214

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO NAVAL Criado por Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada de 3 de Fevereiro de 2010, o Centro de Investigação Naval (CINAV), herdeiro do antigo Centro de Estudos Especiais da Armada (CEEA) e do Gabinete Coordenador das Actividades de Investigação e Desenvolvimento da Escola Naval (GCAID), é uma unidade orgânica de Investigação científica, Desenvolvimento tecnológico e Inovação (IDI), de índole multidisciplinar, integrado na Escola Naval e constituído na dependência directa do Comandante da Escola Naval, desenvolvendo a sua actividade em áreas de interesse para a Marinha, sem prejuízo das competências próprias do Instituto Hidrográfico, decorrentes da sua missão e do seu Estatuto de Laboratório do Estado. Permitindo dotar o ensino de nível universitário na Marinha da indispensável componente de Investigação, a sua criação está intimamente relacionada com a condição de Estabelecimento de Ensino Superior Público Universitário Militar da Escola Naval decorrente do chamado “Processo de Bolonha”, iniciado em Maio de 1998 e que tem como principais objectivos a harmonização e a interoperabilidade das estruturas do ensino superior na União Europeia. As suas linhas de investigação abrangem a Estratégia Marítima, a História Marítima, a Gestão da Manutenção, a Robótica Móvel, o Processamento de Sinal, os Sistemas de Apoio à Decisão e a Saúde Naval. Embora o seu núcleo seja constituído, essencialmente, por professores da Escola Naval e oficiais de Marinha, o CINAV está aberto à participação de outros investigadores que, na categoria de membros Efectivos (apenas os que possuem o grau de Doutor) ou Associados, queiram debruçar-se sobre a área das Ciências do Mar. Fontes/Estudos 

MARINHA, Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, nº 13/10, de 03 de Fevereiro (Ordem da Armada nº 09 de 10 de Fevereiro de 2010)



OLIVEIRA, Paulo Mónica de, “O Centro de Investigação Naval”, Revista da

Armada, nº 451, Abril de 2011 215

216

CONCLUSÃO Do atrás exposto, pudemos ver que, embora pertencendo ao Visconde de Santarém os primeiros estudos académicos de âmbito histórico-marítimo (sem contar com as crónicas redigidas entre os séculos XV e XVII), foram os oficiais de Marinha, graças, sobretudo, à sua formação cultural de base, os grandes dinamizadores e expansores da História Marítima em Portugal – papel que ainda não lhes é consensualmente

reconhecido

na

comunidade

historiográfica

portuguesa

–,

inicialmente de modo mais épico e quase-cronístico, depois com um cunho mais académico e científico. Os seus contributos foram, em várias ocasiões, impulsionados e catalisados por acontecimentos históricos e efemérides que avivaram os brios patrióticos e o interesse pela história nacional, daí resultando, inevitavelmente, um certo tom laudatório nos trabalhos produzidos. Isto não diminui, no entanto, o valor intelectual e o carácter pioneiro de muitas obras vindas a lume, sobretudo nas áreas da Arqueologia Naval – em que os oficiais de Marinha tomaram, indiscutivelmente a dianteira – e da Náutica dos Descobrimentos, em que sobressaíram os seus conhecimentos empíricos e até, nalguns casos, uma vertente experimental que raramente se encontra no estudo da História. Essa produção foi, por outro lado, regularmente apoiada por entidades – quer oficiais quer particulares – de forte pendor cultural que facilitaram a sua divulgação e promoveram a discussão académica, sendo de destacar o importante papel da Associação Marítima e Colonial (1839-1846) e do Clube Militar Naval (1866). A própria Marinha, embora de modo descontínuo (a sua acção far-se-á sentir sobretudo a partir de meados do século XX), desde cedo se associou institucionalmente ao esforço historiográfico marítimo, de tal modo que, sem deixar de reconhecer aos homens o primado da iniciativa, nos fica a ideia de um primeiro passo dado quase em simultâneo. Ao mesmo tempo, os historiadores de Marinha marcavam presença, de modo distinto, em instituição de reconhecido prestígio cultural e científico, como a Academia das Ciências ou a Sociedade de Geografia de Lisboa. O papel activo desempenhado pelos oficiais de Marinha na sociedade portuguesa em funções não-militares foi, aliás, um dos factores preponderantes para a diversificação da sua produção escrita, que incluiu, naturalmente, o alargamento do espectro temático da História Marítima. Mas é, principalmente, a partir de meados do século XX que os contributos dos “historiadores marinheiros” se revestem de um carácter mais científico, aumentando, 217

ao mesmo tempo, a ligação destes ao mundo académico. Esta interacção foi muito impulsionada pelo Grupo de Estudos de História Marítima (1969) e pelos seus sucessores, o Centro de Estudos de Marinha (1970) e, sobretudo, a Academia de Marinha (1978), tendo o seu corolário na criação, em 2010, do Centro de Investigação Naval (CINAV). Nesta nova dinâmica, a História Marítima nacional ultrapassou, definitivamente,

o

seu

âmbito

tendencialmente

naval

e

acentuou

a

sua

interdisciplinaridade, enquanto os historiadores da Marinha (agora já não limitados à categoria de Oficial) aperfeiçoavam os seus métodos através de estudos universitários e aumentavam a sua credibilidade com a obtenção de graus académicos. Não é, assim, de surpreender que, no início do século XXI, a consagração da História Marítima como ramo semi-autónomo tenha na Marinha um dos seus principais promotores. A importância da historiografia naval é, de resto, demonstrada pelo facto de os historiadores da Marinha constituírem cerca de 37% do total de autores por nós identificado (86 em 233) e a sua produção, em termos quantitativos, constituir perto de metade de todas as obras publicadas (no nosso levantamento – entre busca sistemática e achados acidentais – escrutinámos mais de dois milhares delas, o que se afigura, no mínimo, uma amostragem bastante razoável). Neste processo acabámos, inevitavelmente, por elaborar um panorama geral do estudo da História Marítima em Portugal, o qual esperamos que possa vir a servir de base a trabalhos mais abrangentes. E, falando, ainda, em termos de números, tanto a produção historiográfica naval como o número de autores tem vindo a progredir solidamente – tendência que se verifica desde meados do século XIX –, o que, aliado à consolidação das habilitações académicas destes últimos, nos faz antever que a História Marítima continuará, durante muitos e bons anos, a usufruir do valioso contributo da Marinha e dos “historiadores marinheiros”. Faltou-nos, neste estudo, definir uma “data fundadora” da actividade historiográfica na Marinha. Podíamos estabelecê-la no ano de 1813, data do lançamento do primeiro trabalho histórico-biográfico de Dantas Pereira, ou em 1839, quando Costa Quintela deu à estampa os seus Annaes da Marinha Portugueza. Deixamos ao leitor essa escolha, esperando que, qualquer que ela seja, não ponha em causa a oportunidade do momento por nós escolhido para celebrar dois séculos de historiografia naval em Portugal.

218

FONTES E BIBLIOGRAFIA61 Fontes: 

ACADEMIA DE MARINHA, Arquivo de Membros



BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA – ARQUIVO HISTÓRICO o

Arquivo Fotográfico

o

Documentos avulsos

o

Listas da armada

o

Livros-Mestres



DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série, nº 132, 9 de Junho de 1978



ESCOLA NAVAL, Anuários o

Ano lectivo 1915-1916 (Escola Naval e Escola Auxiliar de Marinha), Lisboa, Imprensa Nacional, 1916

o

Ano lectivo 1979-1980, Lisboa, s.n., Junho de 1982

o

Ano lectivo 2006-2007, s.l., s.n., Outubro de 2008

Obras de Referência: 

ANAIS DO CLUBE MILITAR NAVAL, índices o

1870-1970, sep. vol. 109, Outubro-Dezembro 1979

o

1971-1980, sep. nºs 8-9, Agosto-Setembro 1981

o

1981-1990, sep. nºs 10-12, Outubro-Dezembro 1993

o

Índices vols. CXXI a CXLV, Outubro-Dezembro 1991 a 2014/JulhoDezembro 2014 e 2015



OLIVEIRA, Manuel Alves de [1902]; RÊGO, Manuela [1952], O Grande Livro dos

Portugueses: 4000 Personalidades em Texto e Imagem / texto Manuel Alves de Oliveira, pesq. iconográfica Manuela Rego, Lisboa, Círculo de Leitores, D.L., 1990 

PORTUGAL



DICIONÁRIO

HISTÓRICO,

COROGRÁFICO,

HERÁLDICO,

BIOGRÁFICO, NUMISMÁTICO E ARTÍSTICO, Lisboa, João Romano Torres, 1912

61

Além das obras e estudos mencionados individualmente na Segunda e Terceira Partes por autor/instituição.

219



REVISTA MILITAR, índices, Lisboa, Empresa da Revista Militar, vol. I (18491874); vol. II (1875-1899); vol. III (1900-1924); vol. IV (1925-1949); vol. V (1950-1974); vol. VI (1975-1999)



SÉRGIO, António (coord.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d.



VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola

Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007 Referências Computorizadas: 

BIBLIOTECA

CENTRAL

DA

MARINHA,

Catálogo,

http://bibliotecas.defesa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=14676V73U344E.14218&pr ofile=bcm&menu=search&ts=1467627373442 

BIBLIOTECA

NACIONAL

DE

PORTUGAL,

Catálogos,

http://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=22 6&Itemid=54&lang=pt 

BORGES, Emília Salvado, História Militar e Diplomática de Portugal na Era

Moderna – Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade

de

Lisboa,

Dezembro

2013

(http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html - consultada em Junho de 2016) 

CENTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, Dicionário de

Historiadores Portugueses – da Academia Real das Ciências ao Final do Estado Novo, s.l., s.d. (http://dichp.bnportugal.pt/index.htm - consultado em Julho de 2016) 

DOMINGUES, Francisco Contente, Bibliografia Anotada da Arqueologia Naval

Portuguesa, s.l., s.d. (http://documents.mx/documents/contente-domingues-fbibliografia-anotada-de-arqueologia-naval-portuguesa-1892-2003.html



consultada em Fevereiro de 2016) 

DOMINGUES, Francisco Contente, História da Marinha Portuguesa [séculos XV-

XVIII]



Guia

Bibliográfico,

s.l.,

Outubro

de

2004

(http://homepage.oniduo.pt/fcd/hmp-guia.pdf – consultada em Julho de 2016)

220

Obras Gerais: 

CORTESÃO, Jaime, Os Descobrimentos Portugueses (prefácio de Henrique Leitão e posfácio de João Paulo Oliveira e Costa), 8 vols., edição exclusiva do

Expresso, Lisboa, Alêtheia Editores, Março de 2016 

EÇA, Vicente Almeida d’, Lições de História Marítima Geral, Lisboa, Impr. Nacional, 1895



SCHWANITZ, Dietrich, Cultura – Tudo o que é Preciso Saber [ed. Portuguesa – 6 vols.], Alfragide, Publicações D. Quixote, 2016

Bibliografia Específica: 

BIBLIOTECA NACIONAL, Historiografia Portuguesa dos Séculos XVI a XVIII, exposição bibliográfica (guia), Lisboa, Soc. Industrial Gráfica, 1976



COUVANEIRO, João, “O Ensino Superior da História em Portugal (1859-1911)”,

História da Historiografia, nº 11, Universidade Federal de Ouro Preto, Abril de 2013, pp. 162-171 

DOMINGUES, Francisco Contente, VARANDAS, José, “Recursos para História Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, Cuadernos de Estudios Borjanos, nºs 50-51, [Saragoça], IFC-CESBOR, 2008, pp. 291-303



MATOS, Pedro Fragoso de, “Oficiais da Armada na Academia das Ciências de Lisboa”, Lisboa, Anais do Clube Militar Naval, vol. CXI, 1981. pp. 251-279



NUNES,

João

Paulo

Avelãs,

FREIRE,

Américo

(coord.),

Historiografias

Portuguesa e Brasileira no Século XX – Olhares Cruzados, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2014 

RASOR, Eugene L., English/British Naval History to 1815 – a Guide to

Literature, Bibliographies and Indexes in Military Studies, Londres, Praeger Publishers, 2004 

VÁRIOS, La Historiografía de la Marina Española, Cuadernos Monograficos del Instituto de Historia y Cultura Naval, nº 56, Madrid, Outubro de 2008

221

222

APÊNDICE 1 OBRAS DE REFERÊNCIA E DE BASE POR ASSUNTOS É sempre discutível a apresentação de uma lista de obras tidas como “de referência” ou “de base”. As publicações aqui listadas – exclusivamente redigidas por autores da Marinha ou compiladas por iniciativa de um órgão da Marinha – foram escolhidas, de entre os títulos que compilámos, pelo seu carácter abrangente ou por tratarem de assuntos de reconhecida (outro termo sujeito a discussão) importância e centralidade no âmbito da História Marítima, sem ajuizar da sua actualidade ou do mérito do respectivo conteúdo. Mantivemos o critério de mencionar apenas autores já falecidos. Arqueologia Naval: 

FONSECA, Henrique Quirino da, Os Portugueses no Mar: Memórias Históricas e

Arqueológicas das Naus de Portugal, Lisboa, Ministério da Marinha, 1926 

ID., A Caravela Portuguesa e a Prioridade Técnica das Navegações Henriquinas, 2 vols., Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934



MENDONÇA, Henrique Lopes de, Estudos Sobre Navios Portugueses dos

Séculos XV e XVI, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1892 

OLIVEIRA, João Braz de, Os Navios da Descoberta, reimpressão da conferência feita em 23-11-1894 no Clube Militar Naval, Lisboa, Museu e Biblioteca da Marinha, 1940



PIRES, António Tengarrinha, Caravelas dos Descobrimentos, Lisboa, Centro de Estudos de Marinha, 1980-1990, 2 T em 5 V

Aviação Naval: 

TADEU, Viriato, Quando a Marinha Tinha Asas...: Anotações para a História da

Aviação Naval Portuguesa (1916-1952), Lisboa, Ed. Culturais da Marinha, 1984 Batalhas/Combates/Naufrágios/Acções Navais (v. também “Navios de Guerra”): 

MONTEIRO, Armando da Silva Saturnino, Batalhas e Combates da Marinha

Portuguesa (volumes I a VIII), Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1989-1997

223

Biografias: 

VALENTIM, Carlos Baptista (coord.), Patronos dos Cursos Tradicionais da Escola

Naval 1936-2007, Almada, Escola Naval, Outubro de 2007 Descobrimentos (v. também “Náutica/Navegação”): 

EÇA, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’, Viagens e Descobrimentos

Marítimos, Biblioteca do Povo e das Escolas, 115, Lisboa, David Corazzi, 1885 

SORI, António Filipe Marx de, Descobrimentos dos Portuguezes nos séculos

XV e XVI: causas que os determinaram, sua importância e consequências mais notáveis que d'elles resultaram, Lisboa, Typ. de Castro Irmão, 1867 Dicionários: 

LEITÃO, Humberto José Santos, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga

e Actual, em colaboração com José Vicente Lopes, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1963 Estratégia/Poder Marítimo (perspectiva histórica): 

MONTEIRO, Armando da Silva Saturnino, A Evolução do Pensamento Naval

Português, Lisboa, Academia de Marinha, Junho de 1993 

OLIVEIRA, Joaquim Anselmo da Matta, O Poder Marítimo na Guerra da

Península, Lisboa, Tip. Cooperativa Militar, 1914 História da Marinha: 

ACADEMIA DE MARINHA, História da Marinha Portuguesa, Lisboa, Academia de Marinha (publicação em curso):



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Carlos

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225

APÊNDICE 2 LISTAGEM DE OBRAS DE HISTÓRIA MARÍTIMA PUBLICADAS POR AUTORES PORTUGUESES NÃO PERTENCENTES À MARINHA62 Até 1850: 

MACEDO, Joaquim José da Costa, Memorias para a Historia das Navegações e

Descobrimentos dos Portuguezes, [Lisboa], Typ. da Academia Real das Sciencias, 1819 

ID., Memória em que se Pretende Provar que os Arabes não Conhecerão as

Canarias antes dos Portugueses, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias, 1844 

SANTARÉM, Visconde de, Analyse du Journal de la Navigation de la Flotte qui

est Allée à la Terre du Brésil de 1530 a 1532 pour Pedro Lopes de Sousa, Publiée pour la Premiére Fois á Lisbonne par Mr. de Varnhagen, Paris, [s.n.], 1810 

ID., Introduccão e Notas á Chronica do Descobrimento e Conquista da Guiné,

por Azurara, etc., Paris, [s.n.], 1811 

ID., Recherches sur la Priorité de la Découverte des Pays Situés sur la Côte

Occidental d'Afrique, au-delà du Cap Bojador, et sur les Progrés de la Science Géographique, Aprés les Navigations des Portugais au XV Siécle, Acompagnées d'un Atlas Composé de Mappe-Mondes, et de Cartes pour le Plupart Inedites, Dressées Depuis le XI jusqu'au XVII Siècle, Paris, [s.n.], 1812 62

Para a elaboração deste índice, que procurámos tornar o mais exaustivo possível (mesmo sabendo que não o é completamente), recorremos, em primeiro lugar, às bibliografias fornecidas aos alunos do Mestrado em História Marítima, ao Dicionário de Historiadores Portugueses – da Academia Real das Ciências ao Final do Estado Novo, do Centro de História da Universidade de Lisboa (s.l., s.d. http://dichp.bnportugal.pt/index.htm - consultado em Julho de 2016) e ao estudo “Recursos para História Marítima Portuguesa 1200-1700: um projecto de investigação face ao estado da arte”, de Francisco Contente Domingues e José Varandas (op. cit.). Em seguida, ampliámos o rol de autores identificados com recurso às listas de membros da Academia de Marinha (e dos seus antecessores Grupo de Estudos de História Marítima e Centro de Estudos de Marinha) e à lista de teses de história marítima defendidas nas universidades portuguesas, elaborada pela FLUL no âmbito do Mestrado em História Marítima (2009). Por fim, pesquisámos a produção destes autores através da consulta dos catálogos da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Central da Marinha, processo que veio, ainda, acrescentar novos autores e obras à nossa lista, quer pelas referências encontradas, quer pela identificação de co-autores de obras publicadas, sem falar nos que fomos encontrando em leituras e pesquisas diversas. No entanto, seguindo os critérios gerais desta obra, limitámos a lista apresentada aos autores já falecidos, guardando os dados dos restantes para a elaboração das estatísticas gerais.

226



ID., Note sur la Veritable Date des Instructions Donnés a un des Premiers

Capitaines qui Sont Allés duns l'Inde Aprés Cabral, Publiées dans les Annales Maritimes de Lisbonne, cahier, n.º 7, 1815 (Extrait du Bulletin de La Société do Géographie, septembre, 1846) 

ID., Notice sur l'État Actuel de la Publication de l'Atlas de Mr. le Vicomte de

Santarem, Composé de Mappe-Mondes, de Portulans et de Cartes Historiques, depuis le VI jusqu'au VIII Siécle, pour La Plupart Inedites, Tirées des Manuscripts des Différents Bibliotéques de l'Europe, pour Servir, de Preuves à l'Histoirre de la Géographie du Moyen Age, et à Celle des Découvertes des portugais, Paris, [s.n.], 1816 

ID., Mémoire sur la Question de Savoir a Quelle Époque l'Amérique Meridionale

a Cessé d'être Réprésentée dans les Cartes Géographiques comme une Ile d'une Grande Étendue (Extrait du Bulletin de la Société de Géographie, Mars, 1817), Paris 

ID., Recherches sur Améric Vespuce, et sur ses Prétendues Découvertes en

1501 et 1503 (Extrait du Bulletin de Ia Société de Géographie, n.º 11) Paris, 1836 

ID., Memoria Sobre a Prioridade dos Descobrimentos Portuquezes na Costa de

África Occidental, para Servir de Illustração á «Chronica da Conquista da Guiné» por Azurara, Paris, [s.n.], 1841 

ID., Notice sur André Alvarez d'Almada et sa Description de la Guiné, Paris, Bertrand, 1842



ID., Rapport sur une Mémoire de M. da Silveira, Relativement à la Découverte

des Terres du Prétre Jean de la Guinée par les Portugais, Paris, [s.n.], 1846 

ID., Rapport lu par M. le Vicomte de Santarem à la Societé Géographique sur

l'Ouvrage de M. Lopes de Lima intitulé: « Ensaios, etc.» - Essais Statistiques sur les Possessions Portugaises en Outre-mer (Extrait du Bulletin de la Societé de Géographie, Mars, 1846), Paris 

ID., Examen des Assertions Contenues dans un Opuscule Intitulé «Sur la

Publication des Monuments de la Géographie» Publié au Mois d'Aout, 1847, Paris, [s.n.], 1847 

SARAIVA, Francisco de São Luiz (dito Cardeal), Reflexões Geraes Ácerca do

Infante D. Henrique e dos Descobrimentos de que Elle Foi Autor no Século XV, Lisboa, Imprensa Nacional, 1840

227



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ID., Diogo Cão: Memória Apresentada à 10ª Sessão do Congresso Internacional

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228



ID., Diogo d'Azambuja: Memória Apresentada à 10ª Sessão do Congresso

Internacional dos Orientalistas, Lisboa, Imp. Nacional, 1892 

ID., Como se Perdeu Ormuz: Processo Inédito do Século XVII, Lisboa, Imp. Nacional, 1896



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Lisbon River: the Fragata and Related Types, Lisboa, Museu de Marinha, 2002 

PROENÇA, José Caro, “A Travessia «em Sul» do Atlântico por Fernão de Magalhães”, VII Simpósio de História Marítima. Fernão de Magalhães: a Sua

Viagem no Pacífico: Actas, Lisboa, 2003, pp.127-143 

ID., “Brasil: Descobrimento ou Achamento?”, Pedro Álvares Cabral: Actas / VI

Simpósio de História Marítima, Lisboa, Academia de Marinha, 2003, pp. 47-75 

ID., Pero de Alenquer (Séc. XV): o Percursor da Ciência Náutica Aplicada com

Consciência Inter-hemisférios (Atlântico-Índico, N-S/W-E), Lisboa, Academia de Marinha, 2005 

ID., Semiologia: o Relato, em Primeira Mão da Viagem do Gama (1497-1499)

Referente de «Os Lusíadas» (1572), Lisboa, Academia de Marinha, 2007 

RAPOSO, Pedro, “Campos Rodrigues: o Homem do Mar, o Engenheiro Hidrógrafo, o Astrónomo”, Actas do Coloquio O Mar: um oceano de

oportunidades. Jornadas do Mar, Alfeite, [Escola Naval], 2004, pp. 549 

ID., “Campos Rodrigues: das Rotas Marítimas ao Grande Oceano Cósmico”,

Anais do Clube Militar Naval, v.134, Lisboa, Outubro-Dezembro de 2004, pp.823-848 

SANTOS, José Ferreira dos, Navios da Armada Portuguesa na Grande Guerra, Lisboa, Academia de Marinha, 2008



TUDELA, José de Sousa, A Angra de Santa Helena e a Cartografia Quinhentista, Lisboa, Academia de Marinha, 2008

271

APÊNDICE 3 PRINCIPAIS OBRAS DE HISTÓRIA MILITAR NÃO-NAVAL PUBLICADAS EM PORTUGAL NO SÉCULO XIX63 

CARVALHO, Francisco Augusto Martins de, Subsídios para a História dos

Regimentos de Infantaria e Cavalaria do Exército Português, Coimbra, Imp. Univ., 1888 

COELHO, José Maria Latino, História Política e Militar de Portugal desde os Fins

do XVIII Século até 1814, Lisboa, Imprensa Nacional, 1874-1891 

CORDEIRO, João Manuel, Apontamentos para a Historia da Artilharia

Portuguesa, Lisboa, Typ. do Comando Geral de Artilharia, 1895 

MARDEL, Luís, História da Arma de Fogo Portátil, Lisboa, Imprensa Nacional, 1887



PINTO, António Joaquim de Gouveia, Memória Estatístico-Histórico-Militar, Academia das Ciências, Lisboa, 1832



SEPÚLVEDA, Cristóvão Aires de Magalhães, Historia da Cavallaria Portugueza, 4 vols., Lisboa, Imprensa Nacional, 1889-1894



ID., O Conde de Schonberg. Estudo Histórico Baseado Sobre Alguns

Documentos Inéditos, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892 

ID., A Evolução Orgânica do Exército, Lisboa, Imprensa Nacional, 1894



ID., Um capítulo da Guerra da Restauração (1660 a 1668): O Conde de

Schömberg em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1897 

ID., História Orgânica e Política do Exército Português, Lisboa, 1896



SORIANO, Simão José da Luz, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do

Governo Parlamentar em Portugal Comprehendendo a História Diplomática Militar e Política d’este Reino desde 1777 até 1834, 19 volumes, Lisboa, Imprensa Nacional, 1866-1890

63

Extraído de Emília Salvado Borges, História Militar e Diplomática de Portugal na Era Moderna – Recursos, Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Dezembro 2013 (http://rhmod.weebly.com/bibliografia.html).

272

ÍNDICE REMISSIVO 

Academia das Ciências de Lisboa - 16, 22, 29, 32, 35, 36



Academia de Marinha - 27, 32, 212-214



Academia Portuguesa da História - 16, 36



Academia Real dos Guardas-Marinhas (v. "Guardas-Marinhas")



Albuquerque, Luís (v. também "Autores externos à Marinha") - 29



Anais do clube Militar Naval - 23, 32, 35, 36, 208-209



Annaes da Marinha Portuguesa - 20



Annaes Maritimos e Coloniaes - 23, 36, 202-203



Annales, Escola dos - 29



Arqueologia Naval - 19, 23



Arquivo Central/Histórico da Marinha - 21, 27, 204-205



Associação Marítima e Colonial - 23, 202-203



Autores da Marinha - 18-29, 30, 31, 32, 33, 35-197



Autores externos à Marinha - 31, 226-271



Azurara (v. "Zurara")



Barros, Eugénio Estanislau de - 25, 99-100



Barros, João de - 16



Berlim, Conferência de - 23



Biblioteca Central da Marinha - 21, 27, 35, 36, 200-201



Biblioteca Nacional de Portugal - 35, 36



Boismele, Jean-Baptiste de - 16



Boletim Marítimo - 24



Brás, César Augusto de Oliveira Moura - 122-123



Brenton, Edward Pelham - 19



Brito, Bernardo Gomes - 16



Campomanes, Pedro Rodríguez de - 16



Campos, José Moreira de Almeida - 132-133



Cardoso, António Sérgio de Pereira - 184-185



Carvalho, Martins de - 23



Centro de Estudos de Marinha - 32, 212

273



Centro de Investigação Naval (v. "CINAV")



Charnock, John - 19



CINAV - 30, 215



Classes de Oficiais da Marinha (v. "Oficiais da Marinha, classes")



Clube Militar Naval - 23, 24, 208-209



Coelho, Latino - 22



Comemorações do Duplo Centenário (v. "Duplo Centenário")



Comemorações

dos

Descobrimentos

(v.

também

"Henriquinas,

Comemorações") - 26, 27 

Comemorações Henriquinas (v. "Henriquinas, Comemorações")



Companhia dos Guardas-Marinhas (v. "Guardas-Marinhas")



Correia, Gaspar - 16



Correia, Joaquim José Gonçalves de Matos - 49-50



Cortesão, Armando (v. também "Autores externos à Marinha") - 29



Costa, Abel Fontoura da - 25, 26, 90-98



Coutinho, Carlos Viegas Gago - 25, 84-89



Couto, Diogo do - 16



Crónicas - 15-16



Cruz Jr., Abílio Freire da - 188-190



Descobrimentos

e

Expansão

(geral)

(v.

também

“Comemorações

dos

Descobrimentos” e “Náutica dos Descobrimentos”) – 15, 17-18, 23, 32 

Direito Internacional Marítimo - 23-24



Duplo Centenário - 24



Eça, Vicente de Moura Coutinho Almeida d’ - 24, 26, 62-65



Escola Naval - 19, 23-24, 30, 31



Esparteiro, António Marques - 27, 134-139



Especializações

de

Oficiais

de

Marinha

(v.

"Oficiais

especializações") 

Estado Novo - 24



Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (v. "FLUL")



FLUL - 27, 30



Fonseca, Henrique Alexandre da - 164-166 274

de

Marinha,



Fonseca, Henrique Quirino da - 25, 80-83



Fonseca, José da Cruz Moura da - 26, 161-163



Galvão, António - 15



Gonçalves, Luís Manuel Júlio Frederico da Cunha - 25, 117-121



Gouveia, António Joaquim de - 22



Grupo de Estudos de História Marítima - 27, 29, 32, 212



Guardas-Marinhas, o

Academia Real dos - 19

o

Companhia dos - 19



Guerras Liberais - 21



Henriquinas, Comemorações - 26



História da Marinha Britânica - 19



História da Marinha Espanhola - 18-19



História da Marinha Francesa - 19



História da Marinha Portuguesa - 20, 29-30



História dos Descobrimentos e da Expansão (v. “Descobrimentos e Expansão (geral)”



História dos Descobrimentos e da Expansão (mestrado) - 27



História Marítima (mestrado) - 30, 36



História Militar - 22-23, 272



História Naval – 17-18, 21, 24, 25, 33



História Trágico-Marítima - 16



Historiadores da Marinha (v. "Autores da Marinha")



Historiadores externos à Marinha (v. "Autores externos à Marinha")



Huet, Pirre Daniel - 16



Inso, Jaime Correia do - 26, 113-116



Instituições ligadas à historiografia naval - 199-215



Invasões Francesas - 21



Leitão, Humberto José Santos - 26, 127-129



Lições de História Marítima Geral - 24



Liga Naval Portuguesa - 24, 210-211 275



Lima, José Joaquim Lopes de - 26, 44-45



Lopes, Fernão - 15



Loureiro, Carlos Gomes de Amorim - 130-131



Lozano, Juan Antonio Enríquez - 19



Macedo, Joaquim da Costa - 17



Mahan, Alfred Thayer - 24



Mardel, Luís - 23



Marinha, órgãos culturais - 27, 199, 214



Matos, António Alves Pereira de - 104-106



Matos, Pedro Fragoso de - 156-158



Mendes, José Agostinho Frederico de Figueiredo Pacheco Teles de Sousa - 186187



Mendonça, Henrique Lopes de - 23, 75-79



Meneses, D. Manuel de - 15, 19



Menezes, José Freire de Vasconcelos Carneiro e - 25, 169-170



Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão (v. "História dos Descobrimentos e da Expansão (mestrado)")



Mestrado em História Marítima (v. “História Marítima (mestrado)”)



Monteiro, Armando da Silva Saturnino - 182-183



Morais, Tancredo Octávio Faria de - 25, 124-126



Mota, Avelino Teixeira da - 27, 173-181



Museu de Marinha - 27, 32, 206-207



Náutica dos Descobrimentos - 24



Naval Chronicle, The - 17



Navarrete, Martín Fernández de - 18



Oficiais da Marinha, classes - 25



Oficiais de Marinha, especializações - 26



Oliveira, João Braz de - 23, 58-61



Oliveira, Joaquim Anselmo da Matta - 26, 101-103



Órgãos Culturais da Marinha (v. "Marinha, órgãos culturais")



Pereira, Jorge Maia Ramos - 26, 152-155 276



Pereira, José Maria Dantas - 19, 40-43



Pires, António Tengarrinha - 167-168



Pona, António Pereira de Paiva e - 25, 56-57



Quadros Navaes - 20



Quintela, Manuel Inácio da Costa - 20, 38-39



Ranke, Leopold Von - 17



Rau, Virgínia (v. também "Autores externos à Marinha") - 29



Revista da Armada - 27, 35, 214



Revista Militar - 21-22, 35, 36, 199



Revolução Francesa - 16, 17



Rodrigues, Manuel Maria Sarmento - 26, 27, 145-149



Sacchetti, António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz - 26, 193-197



Santarém, Visconde de - 17



Santos Jr., António Alves dos - 25, 150-151



Sepúlveda, Magalhães - 23



Silva, António Artur Baldaque da - 26, 71-74



Soares, António Jorge da Silva - 26, 171-172



Soares, Joaquim Pedro Celestino - 20, 46-48



Sociedade de Geografia de Lisboa - 22, 29, 32, 35, 36



Sori, António Filipe Marx de - 54-55



Soriano, Luz - 22



Sousa, Alfredo Botelho de - 26, 107-112



Sue, Eugène - 19



Tadeu, Viriato Augusto - 25, 159-160



Testa, Carlos André - 24, 26, 51-53



Vasconcelos, Ernesto Júlio de Carvalho e - 67-70



Vasconcelos, José Augusto do Amaral Frazão de - 140-144



Viegas, Vasco dos Santos - 191-192



Zurara, Gomes Eanes de - 15 277

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