A memória do texto: escrita e reescrita em Murilo Rubião

July 13, 2017 | Autor: Mariana Novaes | Categoria: Brazilian Literature
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A memória do texto: escrita e reescrita em Murilo Rubião
Personagem central na vida literária de Minas Gerais, Murilo Rubião também é considerado como um dos grandes escritores brasileiros do século XX. Tal importância se deve, principalmente, a duas características: o ato constante de escrever e reescrever seus contos e a temática e estilo originais de sua obra. Nascido em Carmo de Minas, interior do estado de Minas Gerais, em 1916, o escritor Murilo Eugênio Rubião publicou em vida sete livros e apenas 32 contos. No entanto, se a priori sua obra é considerada como condensada, na verdade, o processo constante de fazer e refazer, que se reflete nas republicações e reedições de seus contos, torna Murilo Rubião um autor de obra vasta. Desses 32 contos encontramos também outras 102 republicações, variantes de cada conto, que multiplicam a leitura, complementam a interpretação e recuperam a memória do texto.
A singularidade da literatura muriliana e o mito da reescritura são percebidos pela crítica desde sua estreia no cenário literário brasileiro. Um ano após a publicação de seu primeiro livro, o Ex-mágico (1947), Álvaro Lins escreve que Murilo Rubião "trabalhou durante vários anos, fazendo e refazendo os contos, que têm não só uma unidade, mas um caráter pessoal e inconfundível". Essa escrita peculiar fará com que por muito tempo sua obra fosse mal compreendida e até hoje sujeita a inúmeras classificações, na tentativa de defini-la segundo suas influências e inseri-la na historiografia literária.
Rejeitado durante anos por inúmeras editoras antes de publicar o seu primeiro livro, a literatura de Murilo Rubião recebeu por vários críticos literários brasileiros, como Mário de Andrade, nomes e definições como "fantasia", "maravilhoso", "imaginário", "realismo mágico", 'insólito" chegando até ao conceito de "estranhamento". Durante muitos anos, Murilo Rubião percorreu solitário caminhos inéditos na literatura brasileira. Antes de publicar o seu primeiro livro, Murilo Rubião escreveu quase três livros e um total de cinquenta contos. Elvira e outros mistérios e O dono do arco-íris foram recusados por várias editoras. Seus originais percorreram por quase quatro anos as editoras do Rio de Janeiro e de Porto Alegre até que conseguisse publicar em 1947, pela editora Universal, o livro O ex-mágico, uma seleção de 15 contos.
Somente no fim dos anos 1960, com o apogeu do realismo mágico hispano-americano, a obra de Murilo Rubião foi reconhecida pela crítica. Nesta época surgem o maior número de críticas e traduções de sua literatura e, em 1974, o livro O pirotécnico Zacarias, composto por contos republicados, atinge um número de vendas de mais de cem mil exemplares.
O estranhamento que teve por parte da crítica e a dificuldade em denominar o gênero literário de Murilo Rubião podem ser explicados pelo contexto em que aparece o seu primeiro livro. No final da década de 1940, enquanto os nossos vizinhos latino-americanos buscavam sua identidade a partir de uma literatura voltada para a imaginação, no Brasil, muito escritores tentavam afirmar a sua nacionalidade organizando uma temática e uma estética que confrontassem nossas diferenças em relação ao resto do mundo, em particular com relação à matriz europeia, como aconteceu no período romântico brasileiro.
Assim como Machado de Assis, Murilo Rubião nunca se preocupou em explorar a natureza enfeitiçante dos trópicos para que ocupasse o seu devido lugar como representante da literatura brasileira. Em seu artigo "Notícia da atual literatura brasileira: instinto de nacionalidade" Machado chama a atenção para a intenção de muitos escritores, inseridos no Romantismo brasileiro, em tornar a literatura brasileira independente, buscando para isso inserir "a cor local" e adotando, por exemplo, a temática indígena. Para ele, o que faz de um autor um escritor de seu país é certo sentimento íntimo "que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda que trate de assuntos remotos no tempo e no espaço". Ao refletir sobre as questões nacionais, Machado antecipa um projeto de literatura brasileira e de sua própria obra e defende o fazer literário.
Discípulo do escritor, Murilo Rubião também abraçaria o projeto literário de Machado de Assis. No caso do autor de o Ex-mágico, a literatura também se alimentará da memória de outros textos e de seu próprio texto. É na intertextualidade – que se mostra desde suas influências até ao uso constante de epígrafes bíblicas – e principalmente na poiesis inerente ao fazer e refazer de seus contos, que Murilo Rubião encontra o seu lugar atípico, utópico, para não dizer o não lugar na história da literatura brasileira.
Um estudo de caso: analise de algumas variantes presentes no conto "O convidado"
Filho de filólogo, Murilo Rubião foi também filólogo de sua própria escrita. Até a sua morte, o escritor reelaborou e reescreveu constantemente quase todos os seus contos, chegando alguns à apresentarem mais de cinco versões diferentes. O conto "O ex-mágico da Taberna Minhota", de seu primeiro livro até a edição de O convidado (1974) possui 21 tipos diferentes de alterações, fora as supressões: 28 na primeira reedição, 71 na segunda reedição. Distribuídos em sete edições e várias reedições, os contos publicados em vida pelo escritor e a organização feita por ele obedecem a um projeto literário consciente, de constante revisão, de repetição temática e, segundo Rubião, de apenas três livros.
Em entrevista a Alexandre Marino, o escritor diz o seguinte:
Isso surgiu principalmente depois da publicação de meu primeiro livro, O ex-mágico, em 1947. Fiz várias releituras e verifiquei que tinha tanta coisa ruim que, ao reeditá-lo, anos depois, retirei três dos quinze contos do livro original, e os outros doze reescrevi violentamente, cortando parágrafos e até páginas inteiras. Fiz o mesmo com o segundo livro, Os dragões. Mais tarde, quando a Editora Ática me pediu uma seleção de contos, que publiquei com o título de O pirotécnico Zacarias, eu o compus com textos retirados de Os dragões e O ex-mágico, novamente reelaborados. Depois, publiquei O convidado e, mais recentemente, A casa do girassol vermelho, composto de contos de várias épocas, também reescritos. Na realidade eu tenho três livros publicados. (RUBIÃO, 1989. Entrevista a Alexandre Marino para o jornal Correio Braziliense, citado por ANDRADE, 1996 p. 4).
Uma leitura desatenciosa nas republicações de seus contos não revela de imediato a importância dessas modificações. Apesar de não modificarem a íntegra das histórias e de não serem condição para a apreensão de sua obra, o estudo das variantes pode oferecer caminhos diversos para a leitura e compreensão da obra do escritor. Ao comparar a primeira e última publicação do conto "O convidado", percebe-se que muitas das modificações são simples e de pouco efeito semântico. Assim, no conto encontramos variações como a troca de preposição ("do outro lado da rua" para "no outro lado da rua" ou "próximos do acontecimento" para "próximos ao acontecimento"), inserção de pontos de exclamação ou interrogação, correções ortográficas e tipográficas, e palavras ou trechos que são trocados por sinônimos (como "o motorista de táxi do posto" para "o motorista de táxi do ponto" ou a palavra "trajeto" por "percurso").
No entanto, muitas dessas alterações são contundentes, como acréscimos de adjetivos que precisam ou mudam à ação do personagem ("o pagamento adiantado do aluguel" para "o pagamento do aluguel"), a supressão e inclusão de parágrafos inteiros.
No conto "O convidado", José Alferes, personagem principal, recebe um convite misterioso para uma festa e quando chega ao local tem-se a notícia que a festa só irá começar quando o "convidado" aparecer. O convidado esperado e desconhecido por todos da festa, muitas vezes é confundido por Alferes. Num dado momento do conto, quando José Alferes conhece Astérope e pergunta para a bela mulher se conhece o convidado, a resposta que é dada por ela na primeira e última versão do conto acrescenta um sentido diferente para cada texto. O trecho abaixo mostra nitidamente que muitas vezes essas variantes nos contos de Murilo podem fornecer outro tipo de leitura.
Assim, na primeira edição, lê-se:
– Você conhece o convidado?
– Vagamente, de referências. Vou conhecê-lo melhor hoje, na cama, pois dormiremos juntos. (RUBIÃO, 1974, p. 67).
E na última edição acrescenta-se o seguinte parágrafo:
Astérope olhou-o fixamente, como se pretendesse descobrir nele algo que ainda não decifrara. (RUBIÃO, 1988, p.23)
Quando analisamos a mudança feita nesta passagem percebe-se que o acréscimo do parágrafo precisa e qualifica a ação da personagem Astérope e pode ainda provocar a dúvida quanto a ela também ter confundido José Alferes pelo convidado:
Ainda, o trecho da primeira edição "Estacou: os jardins intermináveis, sua incapacidade de falar a linguagem dos convivas, um convidado cuja ausência retardava a realização da festa" é modificado na última edição para "Estacou. Aqueles jardins intermináveis, a sua incapacidade de falar a linguagem dos convivas, um convidado cuja ausência retardava a realização da festa." A mudança no texto que altera também o sentido é mais evidente ainda. A substituição dos dois pontos pelo ponto final, além de alterar a tonalidade da frase, transforma o enunciado e exclui a possibilidade da explicação, tornando apenas um fato que diminui a relação com o enunciado seguinte. Apesar de a narrativa continuar na terceira pessoa, a substituição do artigo definido "os" pelo pronome demonstrativo "aqueles" aumenta a subjetividade do enunciado e insere à frase um caráter depreciativo e distante.
Segundo Eliane Zagury as alterações feitas por Murilo em sua obra caminham para um vocabulário mais sintético e genérico, frases mais suaves e musicais, com a retirada de algumas vírgulas para que o enunciado assuma um ritmo mais rápido.
O gesto de escrever e reescrever em Murilo Rubião pode ser interpretado como o questionamento da ficção e da própria criação literária moderna. A busca pelas palavras mais transparentes é também a tentativa, impossível, de representar uma literatura que abarque o sentido extremo do real, de "capturar o perpétuo", de "deslocar a linguagem" para o intervalo que existe "entre as palavras e as coisas". Esse processo de criação muriliana reflete a concepção do artista moderno, em que a escrita é fruto de um trabalho meticuloso, árduo e sempre inacabado e quando a literatura é encarada como uma "maldição". E é justamente nessa provação por que passa o escritor que a ficção e fricção se combinam à própria temática de sua obra e a sua visão do real.
Em entrevista concedida logo após a publicação de O convidado, Murilo Rubião afirma essa coexistência entre sua visão de literatura e seu processo de escrita:
Sempre aceitei a literatura como maldição. Poucos momentos de real satisfação ela me deu. Somente quando estou criando uma história sinto prazer. [...]
A literatura é feita com muito esforço. Muito mais esforço do que talento: é brigar com a palavra todo o dia, é revirar a história, elaborar e reelaborar, ir para a frente e voltar, enfim, mesmo numa obra reduzida, é preciso enorme capacidade de trabalho e tremenda pertinácia. Fazer literatura é quase um trabalho braçal. (RUBIÃO, Murilo, 1974, p. 4-5).
Assim, as constantes alterações e revisões de seus contos nada mais são do que o jogo existente entre a temática de sua obra e o fazer literário. A metamorfose, a castração e a circularidade englobam a temática da obra de Murilo Rubião. Exemplos não faltam. No conto "Teleco, o coelhinho", o coelho passa por constantes transformações: "vira tudo, assume até formas grotescas e terríveis, mas só consegue cumprir o seu desejo de se tornar homem, ao se transformar, por fim, numa criança morta". Em "Três nomes de Godofredo", ocorre "a multiplicação insatisfatória de mulheres e desencantos" e em "O edifício" narra-se a construção infindável de um "absurdo arranha-céu".
Uma outra característica singular na obra de Murilo é a opção obsessiva pelas epígrafes bíblicas que aparecem em quase todos os seus contos (com exceção de uma epígrafe que é retirada do romance Memórias póstumas de Brás Cubas). Essa escolha reflete o movimento circular e homogêneo que ligam à narrativa de cada um de seus contos a sua obra como um todo. Cada particularidade de sua literatura, o gesto de escrever e reescrever, a temática e as epígrafes, abraça o projeto literário consciente de Murilo Rubião que unifica a sua obra.
Alterar o texto é também uma metamorfose, onde o texto multiplica-se e ao mesmo tempo modifica. O desejo incessante de Murilo Rubião de reformular, que considera seu texto sempre inacabado, é também uma condenação, um movimento cíclico que retorna à origem ou a lugar nenhum. Segundo o crítico Davi Arrigucci, em prefácio do livro O pirotécnico Zacarias (1974):
O método de composição de Murilo parece envolver um paradoxo: estende o texto para restringi-lo; amplia-o para concentrá-lo. Assim, seu discurso narrativo muda de forma tenazmente, sem inventar nada de substancialmente novo, com relação ao ponto de partida. No extremo, a esterilidade ameaça roer suas modificações. (ARRIGUCCI, 1974, p. 8).

As marcas de correções de vários tipos – anotações, rabiscos, grifos, comentários – deixadas pelo autor em seus vários tipos de documentos – manuscritos, datiloscritos, cadernos de anotações, cartas, fotografias e recortes de periódicos – iluminam a memória do texto: recuperam o gesto dos momentos de escrita e correção. Daí a importância do estudo das variantes e modificações feitas em seus contos que se alia às disciplinas da crítica genética, buscando estabelecer o texto mais próximo da última vontade do autor e definir o percurso seguido na construção de seus textos.
No caso de Murilo Rubião, a leitura de sua obra não engloba apenas os seus 32 contos, mas abrange também as 102 publicações e republicações de seus contos, assim como o estudo de seus manuscritos, datiloscritos e documentos. A escrita e reescrita em Murilo é condição sine qua non da compreensão de seu lugar na literatura brasileira e, principalmente, do conhecimento inevitavelmente assintótico de sua obra.


LINS, Álvaro. Os novos. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 abr.1948.
Antonio Candido considera que o contista mineiro teria instaurado, no Brasil, a ficção do insólito absurdo, propondo, na contramão do realismo social "um caminho que poucos identificaram e só mais tarde outros seguiram".
BATALHA, M. C. Murilo Rubião e as armadilhas do verbo: a euforia e o desencanto.
Letras & Letras, Uberlândia, v. 19, n. 2, p. 99-113, 2003.
ASSIS, Machado de. Notícia da atual literatura brasileira: Instinto de nacionalidade. Disponível em: Acesso em: 14/05/2015
Para Machado, nas obras de Basílio da Gama e Santa Rita Durão já se poderia perceber um "instinto de nacionalidade", precursor e relevante em detrimento da obra dos demais árcades.
Murilo Rubião assumiria o escritor como sua maior influência e declarava ter lido Memórias póstumas de Brás Cubas 21 vezes e com anotações.
ZAGURY, Eliane. Murilo Rubião. In: Cadernos Brasileiros, Rio de Janeiro, jul./ago. 1966.
NUNES, Sandra. Elefantes, burocracias e metamorfoses. Acercamentos de um manuscrito muriliano. in: XI Congresso Internacional da ABRALIC, 13 a 17 de julho de 2008. USP, São Paulo.


Je m'excuse d'abord de présenter ce texte en portugais, quando j'ai commencé à l'écrire j'ai trouvé plus naturel lerédiger en portugais et j'ai prévu finir lat traduction pour la journée, mais malheureusement elle est encore en cours et je n'ai pas eu le temps. Alors, je vais essayer de parler plus lentemment et aussi de faire quelques commentaires que je trouve important pour notre discussion ici.
Mon article s'appelle Memória do Texto : escrita e reescrita em Murilo Rubião" et si on traduit "Mémoire Du texte: écriture et réecriture dans MR » qui est en effet le couer de ma recherche du doctorat.
Donc là je parle de deux carateristiques peculiers dans l'ouevre de Murilo Rubião qui lui donne la place de un des plus grands écrivains dans la littérature brésilienne. ce deux caracteristique sont l'acte constant d'écrire et de réécrire ses nouvelles et la thématique et style originaux de son oeuvre. MR est un écrivain qui a plus réecrit que écrit. Son oeuvre est composée de seulement 32 nouvelles parus au fils de 7 édtions publiés en vie.
Et aussi je parle un peu de sa trajectoire littéraire où dans les années 1940, la littérature brésilienne au contraire de la littérature hispano-américaine qui a exploité l'imagination, MR a parcourri une trajectoire solitaire dans la littérature brésilienne. Seulement à la fin des années 1960, avec l'appogée du réalisme en Amérique Latine que son oeuvre a été reconnu par la critique et aussi quand il a vendu plus de cent mil exemplaires. On peut dire que même aujourd'hui on ne peut pas circonscrire son sthétique et son genre littéraire selon certains influences et aussi dans la historiographie littéraire brésilienne. Cette À cause de ça que encore aujourd'hui la littérature de MR reçoit beaucoup des definitions comme « fantasie » « merveilleux » « réalisme magique » « insolite » etc.
Dans cette partie, même qui brévemment je parle d'un thème que j'aimerai bien discuter après avec vous dans notre journée. Machado de Assis, qui est consideré un des plus grands écrivains dans notre littérature, il a écrit, èn 1873, cet article « Notícia da literatura brasileira » où il parle du projet littéraire des écrivains romantiques brésiliens de devenir aussi independant la littérature brésilienne. Pour cela beaucoup des écrivains comme Gonçalves Dias e José de Alencar ont essayé de mettre la coleur local, en adoptant par exemple la thématique indigène. Pour Machado de Assis ce qui fait un écrivain un écrivain de son pays est um sentiment intime que lui fait um homme de son temps et de son pays, même qu'il parle de sujets qui ne concernent pas son temps et son espace. D'une certaine façon on peut dire que Machado va critiquer ce projet littéraire brésilien oú une littérature nationnel est fait par le côte pittoresque des tropiques,qui est aussi la vision de la métropole. Dans cet article, Machado parle aussi du talent où il va citer comme exemple les noms de Basílio da Gama et Tomas Antonio Gonzaga, écrivains du l'arcadisme brésilien qui sans la préocupation d'avoir une littérature independant ils ont réussi à mettre cette couler local. Pour Machado, on n'avait pas encore une littérature brésilien. En effet, c'est lui qui va anteciper le projet de la littérature brésilienne. Machado il va donner aussi l'exemple de Shakespeare. Alors, dans le cas de Murilo Rubião, qu'il était un disciple de Machado, ce que lui fait un écrivain brésilien et surtout que lui fera embrasser le projet littéraire de MAchado est l'intertextualité et aussi les poeisis.
fils de philologue MR était aussi philologue de sa propre écriture. Jusqu'à sa mort, MR a réécrit constament presque toute ses nouvelles il a arrivé a écrit, par exemple, cinq versions diferents d'une même nouvelle. L'organisation des ses éditions e rééditions de ses livres, suivent son projet littéraire conscient de constant révision, de répetition tématique de son oeuvre et selon l'écrivain de à peine trois livre.
Si on lit sans attention les réeditions des nouvelles de MR on peut penser qui n'a pas d'importance ces modifications, elles ne changent pas l'histoire elle-même, mais l'étude des variants peuvent offrir des différents chemins de lecture pour la compreension de l'oeuvre de l'écrivain. Il y a des variations comme le changements de prepositions, l'insertion de point d'exclamation ou d'interrogation, corrections ortographes et typographes, des mots et extrits qui sont changés par synonimes.

L'acte d'écrire et réecrire dans MR peut être intérpreter comme le questionnement de la propre fiction et de la propre creation littéraire modèrne. Cette recherche pour les mots plus claires, est aussi une tentative impossible de répresenter une littérature qui abarque le sens extreme du réel. De décaler le langage à l'intervalle entre les mots et les choses qu'il serai le papier en blanche. Le processus d'écriture dans MR est un travail méticuleux, toujours inachevé où la litterature est vue comme une malédiction. On peut penser aussi que tous ces changements sont le jeu entre la témathique de son oeuvre et la création littéraire. Le metamorphose, la castractions e la circularité qui sont des thèmes constants dans son oeuvre vont aussi traduit la pérception de MR de sa littérature.

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