A mesofauna na transição Pleistoceno-Holoceno: Anatomia e taxonomia dos mamíferos encontrados no sítio paleontológico Gruta Cuvieri (Lócus 2), Matozinhos, MG.

July 19, 2017 | Autor: Suelen Bueno | Categoria: Mamíferos, Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, Palentologia, Quartenário
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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

SUELEN DE FARIA BUENO

A MESOFAUNA NA TRANSIÇÃO PLEISTOCENOHOLOCENO: Anatomia e taxonomia dos mamíferos encontrados no sítio paleontológico Gruta Cuvieri (Lócus 2), Matozinhos, MG

SANTO ANDRÉ 2015

SUELEN DE FARIA BUENO

A MESOFAUNA NA TRANSIÇÃO PLEISTOCENOHOLOCENO: Anatomia e taxonomia dos mamíferos encontrados no sítio paleontológico Gruta Cuvieri (Lócus 2), Matozinhos, MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas, à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Centro Universitário Fundação Santo André. Orientador: Dr. Alex Hubbe Co-orientador: Prof°. Dr. José Luís Laporta

SANTO ANDRÉ 2015

Candidato(a):__________________________________ Título:________________________________________ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de _________________________à Faculdade de _________________________, do Centro Universitário Fundação Santo André, Curso de __________________. Data: __/__/__ Professor _________________ Instituição_________________

__________________ (assinatura)

Professor _________________ Instituição_________________

__________________ (assinatura)

Professor _________________ Instituição_________________

__________________ (assinatura)

Aprovado ( ) Nota:_____

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao Dr. Walter A. Neves pela oportunidade de fazer parte da equipe do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH). Agradeço ao meu orientador Alex Hubbe por ter passado parte de seus conhecimentos a minha pessoa e foram fundamentais no desenvolvimento dessa pesquisa e ter me orientado neste trabalho desenvolvido no LEEH. Ao co-orientador Prof. Dr. José Luis Laporta, pela orientação e auxilio no desenvolvimento deste relatório. A Elver Mayer por me ensinar os primeiros trabalhos no laboratório, e ter passado os primeiros conhecimentos sobre os trabalhos desenvolvidos no departamento. A Lívia Hora amiga e colega de trabalho que foi uma grande incentivadora para eu continuar nesta área. Sou Grata ao Juca por me auxiliar tanto no desenvolvimento do trabalho, por passar seus conhecimentos relacionados à minha área de pesquisa e por estar presente em momentos difíceis durante o desenvolvimento desse trabalho. Agradeço a todos que colaboraram com essa pesquisa, incluindo a Marina e o Pedro em discussões relacionadas ao trabalho. Ao Icaro, Gabi e Nina por ter ajudado na curadoria, ao Max pelo serviço prestado aos materiais sempre que precisei. Grata ao André Strauss, Astolfo, Rodrigo, Mariana, Mônica, Letícia, Renata pelos bons momentos de trabalho em campo e pós campo. Aos meus amigos pessoais Otávio, Vitor Bruno, Renato, Vitor, Aline e Marília pelo apoio em todos os momentos, sem eles não conseguido chegar onde estou hoje. Aos meus pais que me apioaram em toda a minha vida e ajuda financeira para eu ter tido a experiência inesquecível dentro do LEEH.

EPÍGRAFE

Tudo seria muito diferente se a luz benéfica da ciência guiasse os trabalhos da indústria.

Peter Wilhelm Lund

RESUMO A região de Lagoa Santa é conhecida pela sua riqueza paleontológica desde o século XIX, quando Peter Wilhelm Lund (1801-1880), realizou suas primeiras intervenções na região. Outras pesquisas foram realizadas na região durante os séculos XX e XXI. Esta pesquisa está inserida no Projeto “Origens e Microevolução do Homem na América: uma abordagem paleoantropológica”, coordenado por Walter Neves, que escavou cavernas e abrigos da região entre 2002 e 2009. O objetivo deste trabalho foi analisar a mesofauna das épocas Pleistoceno e Holoceno a partir da coleção de vestígios paleontológicos encontrados na Gruta Cuvieri, localizada na região cárstica de Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil. Para isso, foi realizada a identificação da parte anatômica dos vestígios, a classificação de táxons, e a verificação do número mínimo de espécies (NISP) e indivíduos (MNI).

Palavras-chave: Paleontologia, terrenos cársticos, mamíferos, Quaternário.

ABSTRACT The Lagoa Santa region is known for its paleontological abundance since the nineteenth century, when Peter Wilhelm Lund (1801-1880), held its firsts work fields in the region. Other surveys were conducted in the region during the twentieth and twenty-first centuries. This research is part of the project "Origins and Microevolution of man in America: a paleoanthropological approach", coordinated by Walter Neves, who excavated caves and shelters in the region between 2002 and 2009. The objective of this project was to analyze the Pleistocene and Holocene mesofauna collection of paleontological remains found in the Cuvieri Cave, located in the karst region of Lagoa Santa, Minas Gerais, Brazil. To achieve this goal, the anatomical identification of the remains, taxa classification, and verification of the minimum number of individuals (MNI) and Number of identified Species (NISP).

Keywords: Paleontology, karst terrains, mammals, Quaternary.

LISTA DE FIGURAS Mapa 1 - Sítios arqueológicos e paleontológicos da área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa – MG. A seta indica a localização da Gruta Cuvieri. ..................................................................................................................... 12 Desenho 1 - Planta baixa da Gruta Cuvieri exibindo a localização das entradas e dos abismos. Fonte: Grupo Bambui de Pesquisas Espeleológicas (GPBE), Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH).................. 15 Figura 1 – Apresentação do processo de curadoria e suas etapas. A: Material sujo retirado do sítio paleontológico já com sua numeração na embalagem; B: Limpeza do material; C: Gavetas de secagem do material; D: Material secando após lavagem; E: Material sendo esmaltado para numeração; F: Numeração definitiva do material. Fonte: HORA, 2012 ...................................................................................... 21 Figura 2 - Exemplos de identificação das partes anatômicas. A e B: Material identificado por partes anatômicas organizado sobre as bancadas; C: Vértebras torácicas e cervicais; 4: Mandíbulas. ............................................................ 22

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Datações das amostras da fauna proveniente do Locus 2 da Gruta Cuvieri, MG. As datações destacadas são referentes ao material analisado nessa pesquisa. ...................................................................................................... 15 Tabela 2 - Quantidade de peças determinada por parte anatômica para o material escavado no Locus 2 da Gruta Cuvieri, MG. ................................................ 24 Tabela 3 - Quantidade de peças do Lócus 2 da Gruta Cuvieri, MG identificada por táxon . E = Lado Esquerdo; D = Lado direito; E/D? = Lado não identificado; U = Unilateral (osso único). ................................................................................. 25 Tabela 4 - Quantidade de peças por número identificado de espécimes (NISP) e por número

mínimo

de

indivíduos

(MNI),

identificadas

táxons............................................................................................................27

por

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11

2 HISTÓRICO DE PESQUISAS PALEONTOLÓGICAS ......................................... 12 2.1 Pesquisas na Região de Lagoa Santa .......................................................... 12 3 CONTEXTO DA PESQUISA............................................................................... 13 3.1 Pesquisas na Gruta Cuvieri .......................................................................... 16 4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18 4.1 Geral............................................................................................................. 18 4.2 Específicos ................................................................................................... 18 5 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 19 5.1 Seleção da amostra analisada ...................................................................... 19 5.2 Curadoria ...................................................................................................... 19 5.3 Anatomia e Taxonomia .................................................................................. 21 5.4 NISP e MNI ................................................................................................... 22 6 RESULTADOS .................................................................................................... 24 6.1 Anatomia e Taxonomia ................................................................................. 25 6.2 NISP e MNI ................................................................................................... 27 7 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 28 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 30 9 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 31

11

1

INTRODUÇÃO A definição do termo paleontologia ainda é reduzida para muitas

pessoas como estudos dos fósseis. No entanto, a paleontologia pode ser entendida como uma ciência que busca compreender a história da vida na Terra através do estudo de vestígios de antigos organismos. Mais especificamente, a paleontologia estuda estes vestígios para entender a identidade, origem, o ambiente e a evolução destes organismos (Laporte, 1988). Esses vestígios nem sempre podem ser classificados como fósseis, pois tal classificação depende do conjunto de processos físicos e das substâncias químicas que atuaram no organismo após a sua morte, como a biomineralização por carbonatos e silicatos. (TOLENTINO, 1998). Os vestígios estudados neste projeto são ossos, dentes e chifres não fossilizados de mamíferos da mesofauna (mamíferos de porte médio). Este trabalho apresenta os resultados quantitativos de análises anatômicos e taxonômicas do sítio paleontológico Gruta Cuvieri, localizado em Lagoa Santa, Minas Gerais. A relevância

da

presente

pesquisa

se



por

ampliar

os

conhecimentos da taxonomia de animais encontrados na Gruta Cuvieri e na região de Lagoa Santa durante o Pleistoceno e o Holoceno.

12

2 HISTÓRICO DE PESQUISAS PALEONTOLÓGICAS 2.1 Pesquisas na Região de Lagoa Santa O naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880), durante o século XIX, descobriu o potencial de Lagoa Santa em relação a vestígios faunísticos da América pré-histórica, sendo considerado o pai da Paleontologia brasileira. A princípio ele se interessou em estudar apenas a botânica do local. Posterior a seus trabalhos com a botânica, Lund interessou-se pelas cavernas da região cárstica local. Entre 1835 a 1843 ele escavou os vestígios faunísticos preservados em cavernas, e estudou os aspectos anatômicos e taxonômicos do material paleontológico encontrado por ele. (PAULA COUTO, 1970). A coleção de fósseis oriundas de seu trabalho é considerada, até hoje em dia, uma das maiores coleções de vertebrados fósseis do Pleistoceno do Brasil, totalizando mais de 12.000 peças, contendo 100 gêneros, 149 espécies, sendo 19 gêneros e 32 espécies extintas. (MAYER, 2011). Um exemplo de espécie de preguiça extinta é o Nothrotherium maquinense, descrita por ele como “tão grande como uma anta” e conhecida, hoje, como a menor preguiça terrestre extinta da América do Sul. Lund enviou essa coleção para o Museu de Zoologia da Universidade de Copenhague localizada na Dinamarca. (CARTELLE, 2002). Após a morte de Lund, os trabalhos em Lagoa Santa foram abandonados e posteriormente foram retomadas no sec. XX, por Cássio H. Lanari. (1909 apud HORA, 2012). Após as pesquisas de Lanari houve continuidade de pesquisas na região entre os anos de 1920 e 1930 pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro, e de 1930 e 1950, pela Academia Mineira de Ciências. Foram novamente retomadas as pesquisas no ano de 1970, na chamada Missão franco-brasileira com a liderança da renomada arqueóloga Annette Laming-Emperaire, junto com André Prous e sua equipe. (Lamming-Emperaire et al, 1975) Entre as pesquisas realizadas a partir dos fósseis da região, destacam-se os trabalhos de PAULA COUTO (1953, 1970, 1971, 1975, 1977,1979 e 1980) e CARTELLE (1980, 1985, 1991, 1994a, 1994b, 1994c, 1995 e 1998 ).

13

3 CONTEXTO DA PESQUISA A Gruta Cuvieri localiza-se na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, a aproximadamente 60km de Belo Horizonte, situada em uma Área de Proteção Ambiental (APA) e ao fundo de uma dolina de um pequeno maciço calcário (Mapa 1). A gruta apresentava originalmente duas entradas. A maior entrada está obstruída por uma barreira de blocos, a segunda entrada, que está atualmente aberta, segue adiante por um conduto principal praticamente horizontal, baixo e relativamente curto e que termina, invariavelmente, em três abismos sem conexão. (MAYER, 2011). Esses abismos verticais tornaram-se as áreas de escavações paleontológicas, nomeadas de Locus 1, 2 e 3 (Desenho 1). O Locus 1 apresenta um desnível de 16m de profundidade e é caracterizado pelo menor aporte sedimentar e hídrico dentre os três Loci. Esse locus não foi escavado pela equipe de Walter Neves, pois o depósito fossilífero está comprometido devido às escavações realizadas na missão franco brasileira, no ano de 1974 (MAYER, 2011). Os demais lócus foram escavados pela equipe de Walter Neves. O Locus 2 foi escavado até 60cm de profundidade e possui sedimento friável. A parte superior desse sedimento apresenta uma coloração marrom escuro e argiloso cujas datações indicaram que esse depósito sedimentar corresponde ao Holoceno, dividido em inicial (10.000 a 7.000 anos A.P.), médio (3.000 A 7.000 anos A.P.) e final (0 a 3.000 anos A.P)(Hubbe et al., 2011) (Tabela 1). Em uma camada mais profunda, havia um depósito de sedimento mais compacto e de coloração marrom avermelhado escuro datado do Pleistoceno, com idades superiores a 12.000 anos. Neste Locus foram encontradas 15.541 peças de animais viventes, incluindo esqueletos articulados e desarticulados de médio porte. Com relação aos ossos de animais de grande porte, foram identificados 86 peças de animais extintos, como o tigre-dente-de-sabre (Smilodon populator) e a preguiça terrícola (Valgipes buvklandii) (NEVES et al.,2011).

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Mapa 1 - Sítios arqueológicos e paleontológicos da área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa – MG. A seta indica a localização da Gruta Cuvieri.

Fonte: Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH).

15

Já no Locus 3 houve uma variação de sedimentos ao longo do tempo, com a presença de áreas calcíticas. A cronologia dos materiais deste locus não é tão precisa quanto os materiais encontrados no Locus 2. As datações feitas através do C14 revelaram que o material fóssil é mais antigo que 12.300 anos antes do presente (AP). Neste local foram coletados 6.439 peças ósseas incluindo ossos articulados e desarticulados, sendo 5.242 ossos de animais viventes, incluindo de uma onça pintada (Panthera onça), e 1.197 de animais extintos como as preguiças terrícolas (Valgipes bucklandii e Catonyx cuvieri) e uma paca extinta (Cuniculus rugiceps) (NEVES et al., 2011). Observou-se que neste Locus os ossos eram em sua maioria, de animais de médio e grande porte. (MAYER, 2011). Desenho 1 - Planta baixa da Gruta Cuvieri exibindo a localização das entradas e dos abismos.

Fonte: Grupo Bambui de Pesquisas Espeleológicas (GPBE), Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH).

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Tabela 1 – Datações das amostras da fauna proveniente do Locus 2 da Gruta Cuvieri. As datações destacadas (em negrito) são referentes ao material analisado nessa pesquisa.

Número da peça

BETA #

Taxa das amostras ósseas datadas

Idade Radicarbônica convencional (anos AP)

205335

Agouti paca

220 ± 40

202779

Cervidae

1.960 ± 40

1.990 a 1.830

205334

Tapirus terrestris

2.050 ± 40

2.120 a 1.900

Calibração 2 sigma (cal AP)

CVL2P258/23 4 CVL2P260 CVL2P163/19 6 CV-L2-4041

235460

Anura

3.550 ± 40

3.960 a 3.710

CVL27108

218173

Mazama sp.

5.200 ± 50

6.010 a 5.900

CVL24630

202780

Artiodactila

5.250 ± 50

6.180 a 5.920

CVL2-10365

230973

Mazama sp.

6.930 ± 40

7.850 a 7.680

CV-L2 14827

248058

Cervidae

7.690 ± 50

8.580 a 8.400

CVL27402

218174

Cervídae

9.500 ± 50

11.070 a 10.660

CVL2-9648

220396

Cervidae

9.740 ± 40

11.210 a 11.130

CV-L2 15266

248059

Tayassu sp.

10.470 ± 40

12.670 a 12.140

CV-L2-13122

234519

Smilodon populator †

10.790 ± 60

12.880 a 12.720

CV-L2 14310

248057

Valgipes bucklandii †

11.020 ± 40

13.060 a 12.870

310 a 0

Fonte: Dados disponibilizados do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH).

3.1 Pesquisas na Gruta Cuvieri A Gruta Cuvieri foi escavada pela primeira vez pela missão francobrasileira em 1974, quando foi realizada a importante descoberta de um esqueleto quase completo de uma preguiça terrícola (Catonyx cuvieri) (MAYER, 2011). As escavações paleontológicas foram retomadas nessa caverna no projeto temático de Walter Neves, com o principal motivo de entender se houve ou não coexistência entre humanos e a extinta megafauna no Brasil. (NEVES, et al., 2004, p. i). A técnica de escavação utilizada nos Locus 2 e 3 é chamada de decapagem. Essa técnica consiste em expor os ossos até suas bases através da remoção de camadas de sedimentos.

Essas camadas são

removidas sucessivamente e são nomeadas de exposição, tendo como

17

intuito de reconstituir de forma precisa à superfície de deposição original. Após a remoção delimita-se a exposição do Locus, deixando os ossos in situ. Ou seja, todo o sedimento é retirado de modo a expor todos os vestígios paleontológicos sem retirá-los, mantendo-os assim em seu devido contexto. Após esse processo, o material ósseo encontrado foi desenhado em papel milimetrado numa escala de 1:15; tendo como orientação os eixos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Em seguida cada peça foi numerada no desenho e colocada em uma embalagem plástica com o mesmo número de identificação, e os sedimentos removidos durante as escavações foram peneirados para recuperar ossos e dentes não detectados durante as escavações. No desenrolar do projeto temático, uma série de pesquisas foi realizada, como Hubbe (2008) que estudou a contextualização taxonômica, tafonômica e morfométrica dos ossos de megamastofauna da gruta. Perez (2009) reconstituiu as mudanças paleoambientais ocorridas na região de Lagoa Santa nos últimos 10.000 anos, registrando as mudanças ambientais ocorridas durante esse intervalo de tempo. No lócus 3, Mayer (2011) estudou os Processos de formação de um do depósito fossilífero . No ano seguinte, Hora (2012) identificou a anatomia e a taxonomia de 1.488 ossos de mamíferos do Locus 2. Recentemente, Santos (2014) estudou os vestígios de microfauna (mamíferos e répteis) encontrados no Locus 3.

18

4 OBJETIVOS 4.1 Geral

Este trabalho teve como objetivo estudar o material paleontológico de mesofauna do Locus 2 da Gruta Cuvieri, Lagoa Santa, Minas Gerais.

4.2 Específicos Os objetivos específicos do projeto foram: 

Identificar a anatomia e determinar a taxonomia dos vestígios paleontológicos;



Quantificar os vestígios identificados;



Verificar a presença de marcas que indiquem caça ou predação nos espécimes identificados como mesofauna.

.

19

5 MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 Seleção da amostra analisada Para este trabalho foi utilizado o material escavado pelo projeto “Origens e Microevolução do Homem na América: uma abordagem paleoantropológica”, que não foi contemplado em trabalhos anteriores, como Perez, C.(2009); Mayer, E. (2001); Hora. L. (2012) e Hubbe (2009). Cada espécime selecionado para análise recebeu um número de catálogo em campo. A estratégia adotada foi de analisar a maior quantidade possível do material

coletado,

mais

especificamente,

a

amostra

de

vestígios

paleontológicos analisada corresponde aos mamíferos de médio porte do Locus 2 da Gruta Cuvieri. Esse material foi examinado para a identificação taxonômica. No entanto nem todos ossos/dentes foram passíveis de identificação a nível taxonômico. Para essa análise das peças, estas passaram por 3 etapas : 1.

A curadoria seguiu o protocolo sugerido por Neves (1988), que

consistiu em limpeza e numeração do material (Figura 1). 2.

Análise (Identificação anatômica e taxonômica) (Figura 2: A, B, C e

D), com auxílio da coleção de referência Renato Kipnis, disponível no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH), no Instituto de Biociências (IB) na Universidade de São Paulo (USP). 3.

Quantificação do Material: Número identificado de espécimes (NISP)

e Número mínimo de indivíduos (MNI) e verificar se há presença de que indiquem caça ou predação nos espécimes identificados como mesofauna.

5.2 Curadoria A curadoria consistiu na limpeza do material seguindo o protocolo sugerido por Neves (1988), no qual foi feito primeiramente uma limpeza manual a base de água no material escavado, retirando cuidadosamente os

20

sedimentos do material. Após a limpeza do material, este foi colocado para secagem em gavetas com um fundo de tela, por um período de 1 a 2 dias. Assim o material ficou protegido da exposição solar e com passagem de ar para a secagem em temperatura ambiente. Posteriormente, cada peça foi inspecionada manualmente, verificando se os sedimentos ou concreções foram removidos. Com o material já seco foi feita a remontagem, caso um fragmento ósseo remontasse com algum outro fragmento. Eles foram cuidadosamente unidos temporariamente com fita adesiva e em seguida colados com cola branca, solúvel em água. Posteriormente, o material foi exposto em uma bancada e passou pelo processo de numeração, no qual cada peça recebeu uma numeração pré-determinada em campo. Primeiro passou-se uma demão de esmalte incolor em uma parte do material, depois a numeração foi feita com caneta nanquim e passou-se uma segunda demão de esmalte incolor para a fixação. Em seguida as peças foram deixadas expostas na bancada, uma ao lado da outra, para a secagem da numeração. Depois de conferido todo o material individualmente, assegurado que a numeração estava correta e seca, o material foi armazenado em caixas padrão para passar pelo processo posterior de identificação por parte anatômica.

21

Figura 1 – Exemplos do processo de curadoria e suas etapas. A: Material sujo retirado do sítio paleontológico já com sua numeração na embalagem; B: Limpeza do material; C: Gavetas de secagem do material; D: Material secando após lavagem; E: Material sendo esmaltado para numeração; F: Numeração definitiva do material.

Fonte: HORA, 2012.

5.3 Anatomia e Taxonomia A identificação anatômica foi feita através de comparação do material analisado com os ossos da coleção esqueletal de referência Renato Kipnis, e com ilustrações e foto disponíveis em Araújo (2003) e Adams & Crabtree (2012). O material foi comparado e analisado individualmente com a coleção de referencia e os desenhos disponíveis, e colocados em uma bancada, separando pelas partes anatômicas. Cada osso identificado ficou separado por parte anatômica correspondente (e.g., falange, fêmur, esterno), junto com os outros da mesma parte anatômica, sem distinção ainda por táxon. O material que não pode ser identificado foi classificado como fragmento indeterminado e não foi considerado nas análises subsequentes do trabalho.

22

Paralelamente com a identificação anatômica, foi feita a análise visual e individual de marcas ferramentas, fraturas, ranhuras, presentes nos vestígios ósseos, com intuito de esclarecer a possibilidade de atividades de predação entre espécies, caça, ou algum tipo de interferência humana. Após o termino da identificação anatômica de todo o material, estes foram classificados por taxa. Com o término desta etapa, onde os fragmentos ósseos foram separados e identificados por parte anatômica e de acordo com o táxon (como visto na Figura 2, A, B, C e D).

A próxima etapa foi aplicar os

métodos de MNI e NISP para a obtenção dos dados quantitativos da pesquisa (ver item 5.4). Figura 2 - Exemplos de identificação das partes anatômicas. A e B: Material identificado por partes anatômicas organizado sobre as bancadas; C: Vértebras torácicas e cervicais; 4: Mandíbulas.

5.4 NISP e MNI Essa etapa refere-se às somas dos ossos e fragmentos que foram identificados

de

forma

anatômica

e

taxonômica,

possibilitando

a

23

quantificação de espécimes identificados (ao qual utilizamos o acrônimo em inglês NISP) (KLEIN & Cruz-Uribe, 1984; BADGLEY, 1986) e do número mínimo de indivíduos (ao qual utilizamos o acrônimo em inglês MNI), que foi utilizado como referência um esqueletal mais completo possível. (BADGLEY, 1986). O NISP é o número identificado de espécimes, podendo ser representando por uma unidade anatômica ou mesmo um dente e fragmentos de ossos, exemplo: uma tíbia, pedaço de uma ulna, uma mandíbula. (BISSARO, 2008). Para contabiliza-lo basta quantificar o total de espécimes analisados e já separados pelo táxon. O MNI é o número mínimo de indivíduos, e é obtido através do maior valor total de espécimes únicos (partes anatômicas) em cada indivíduo. Por exemplo: se a coleção analisada for constituída apenas por 2 tíbias direitas e 5 tíbias esquerdas o MNI dessa coleção será igual a 5. A utilização dos dois métodos (NISP e MNI) juntos para a contabilização do material analisado traz o benefício de ter uma contagem de indivíduos e de peças mais precisa, pois a contagem através do método do NISP subestima o número de indivíduos de uma determinada espécie, já a contagem utilizada no método MNI tem uma contabilização mínima de indivíduos de determinada espécie, com a união desses dados obtém-se o resultado quantitativo mais preciso das determinadas espécies analisadas, podendo assim analisar melhor esses dados.

24

6 RESULTADOS Até o fim da pesquisa, 2.321 peças foram curadas e identificadas por parte anatômica. A quantificação de peças por parte anatômica pode ser vista na Tabela 2. Importante ressaltar que não foram identificadas feições nos vestígios que indiquem atividades de predação entre espécies, caça, ou algum tipo de interferência humana. Tabela 2 - Quantidade de peças determinadas por parte anatômica para o material escavado no Locus 2 da Gruta Cuvieri, MG.

Parte Anatômica Bula Timpânica Calcâneo Chifre Corpo Vertebral Costela Coxal Crânio inteiro Cuboide Dente Disco Vertebral Espinhoso Vertebral Epífise de Calcâneo Epífise de Carpo/Tarso Epífise de Falange Epífise de Fêmur Epífise de Metapódio Epífise de Rádio Epífise de Tíbia Epífise de Úmero Escápula Esterno Falange Falange Distal Fêmur Fragmento de Crânio Fragmento de Osso Longo Fragmento Vertebral Mandíbula Maxila Metapódio

Quantidade de peças 27 17 8 39 444 19 2 5 168 41 37 22 91 15 28 48 18 46 11 46 15 139 58 27 113 311 37 67 4 58

25

Patela Pélvis Rádio Sacro Talo Tíbia Ulna Úmero Vértebra Cervical Vértebra Cóccix Vértebra Lombar Vértebra Torácica

16 48 31 9 19 26 28 44 41 15 41 42

6.1 Anatomia e Taxonomia Terminadas as identificações por partes anatômicas foi feita a separação e contagem do material por táxons, representado na Tabela 3 abaixo. Foram identificados dois gêneros pertencentes à ordem Artiodactyla, sendo os gêneros Mazama e Tayassu. Quando não foi possível diferenciar os ossos entre os dois gêneros, estes foram identificados apenas como Artiodactyla. Tabela 3 - Quantidade de peças identificadas por táxon, material do Lócus 2, da Gruta Cuvieri, MG. E = Lado Esquerdo; D = Lado direito; E/D? = Lado não identificado; U = Unilateral (osso único).

Parte Anatômica

Mazama sp E

D

E/D?

Tayassu sp U

E

D

E/D

Artiodactyla U

E

D

E/D?

U

? Bolha Timpânica Calcâneo

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27

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3

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7

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7

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Chifre

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8

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-

Corpo Vertebral Costela

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39

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444

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Coxal

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19

-

Crânios Inteiros Cuboide

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2

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5

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26

Dente

-

-

158

-

-

-

10

-

-

-

-

-

Disco Vertebral Espinhoso Vertebral Epífise De Calcâneo Epífise De Carpo/Tarso Epífise De Falange Epífise De Fêmur Epífise De Metapódio Epífise De Rádio Epífise De Tíbia Epífise De Úmero Escápula

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

41

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

37

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

22

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

91

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

15

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

28

-

-

-

45

-

-

-

3

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

18

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

46

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

11

-

3

6

-

-

1

3

-

-

-

-

33

-

Esterno

-

-

-

10

-

-

-

5

-

-

-

-

Falange

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

139

-

Falange Distal Fêmur

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

58

-

1

1

1

-

-

1

1

-

22

-

-

-

-

-

-

Fragmento De Crânio Fragmento De Osso Longo Fragmento Vertebral Mandíbula

-

-

-

7

7

Maxila

-

Metapódio

113

-

-

-

-

-

-

311

-

-

-

-

-

-

-

-

-

37

9

-

2

3

1

-

-

-

38

-

-

3

-

-

-

1

-

-

-

-

-

-

-

28

-

-

-

2

-

-

-

28

-

Patela

-

-

14

-

-

-

-

-

-

-

2

-

Pélvis

-

1

-

-

2

3

-

-

-

-

42

-

Rádio

4

2

-

-

1

2

-

-

1

3

18

-

Sacro

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

9

Talo

-

-

6

-

-

-

4

-

-

-

9

-

Tíbia

2

5

4

-

1

-

4

-

-

-

10

-

Ulna

-

1

-

-

1

1

-

-

-

-

25

-

Úmero

3

2

1

-

3

2

-

-

-

-

33

-

Vértebra Cervical

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

41

27

Vértebra Do Cóccix Vértebra Lombar Vértebra Torácica

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

15

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

41

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

42

Com esta quantificação foi possível calcular o NISP e o NMI para cada táxon identificado.

6.2 NISP e MNI Através da soma dos ossos de todas as partes anatômicas obteve-se o NISP para cada gênero (Mazama sp e Tayassu sp).No caso de Mazama sp seu NISP é de 342 peças, já o NISP de Tayassu sp é de 64 peças, obtendo assim, o total de peças identificadas a nível gênero foram de 406. As demais peças identificadas apenas como Artiodátila contabilizam 1.915 peças. O MNI foi obtido para os dois gêneros. No caso de Mazama sp, o MNI foi obtido pela quantificação das epífises de metapódio, cujo total foi dividido por 4 (quatro metapódios por indivíduo), resultando no MNI de 11 indivíduos. Já para Tayassu sp obteve-se seu MNI a partir do total de esternos (cada indivíduo possui apenas um esterno), contabilizando 5 indivíduos. Tabela 4 - Quantidade de peças por número identificado de espécimes (NISP) e por número mínimo de indivíduos (MNI), identificadas por táxons.

Ordem

Família

Gênero

NISP

MNI

Artyodactila

Cervidae

Mazama sp

342

11

Artyodactila

Tayassuidae

Tayassu sp

64

5

Artyodactila

Não

Não

1.915

-

identificado

identificado

2.321

16

TOTAL

28

7 DISCUSSÃO Foram contabilizadas 2.321 peças de mesofauna pertencentes ao Locus 2. De acordo com os dados obtidos na contagem do MNI, a uma proporção de no mínimo 11 indivíduos do gênero Mazama sp e uma proporção menor no gênero Tayassu sp, com a presença de no mínimo 5 indivíduos. Esses dados não são tão diferentes se comparado com os dados obtidos do NISP, pois seguindo a contagem do NISP pode-se afirmar que os resultados apontam um número maior de ossos pertencente ao gênero Mazama em comparação ao gênero Tayassu, durante o período de transição do Pleistoceno-Holoceno até o Holoceno Médio. Essa proporção segue os resultados apresentados no trabalho de Perez (2009), seguindo os dados do NISP, contabilizou 4.222 ossos do gênero Mazama sp e apenas 422 ossos do gênero Tayassu sp, totalizando 4.644 ossos analisados dessas famílias. O trabalho de Hora (2012) também mostra a maior presença de Mazama sp, com 1.390 peças e Tayassu sp com

apenas 35 peças, seguindo o resultado do NISP, das respectivas

famílias e totalizando 1.420 ossos analisados. Unificando o trabalho de Perez (2009), de Hora (2012) e o presente trabalho, obtém-se o total de 8.385 peças analisadas. Sendo 5.954 ossos pertencentes ao gênero Mazama sp e do gênero Tayassu sp o total de 521 ossos do NISP. Os resultados apresentados por Mayer (2011), que estudou a fauna do Locus 3, apontam uma maior quantidade de indivíduos da família Tayassuidae com 1.687 peças e uma quantidade inferior da família Cervidae com 508 peças. Isso mostra uma inversão quantitativa ao compararmos aos resultados do Locus 2. Por fim, estes trabalhos auxiliam na comparação da mesofauna entre as épocas Pleistoceno e Holoceno do Locus 2 da Gruta Cuvieri, uma vez que ele tem fornecidos bons dados quantitativos, como visto em Perez (2009), Mayer (2011), Hora (2012). Essa comparação dos dados serviu como indicativo das espécies que passaram a ocupar os entornos da Gruta

29

Cuvieri no final do Pleistoceno e inicio do Holoceno. Observou-se também que não foram identificadas feições nos vestígios que indiquem atividades de predação entre espécies, caça, ou algum tipo de interferência humana.

30

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados obtidos neste trabalho contemplam os resultados dos trabalhos anteriores (PEREZ, 2009; HORA, 2012), e viabilizam uma compreensão mais acurada da fauna da Gruta Cuvieri. Os resultados da identificação de partes anatômicas e do taxa contribuirão para um próximo trabalho de comparação dos dados na transição das épocas Pleistoceno/Holoceno.

31

9 REFERÊNCIAS ADAMS, B., & CRABTREE, P. (2012). Comparative Osteology: A laboratory and field guide of common north American animals. Elsevier. ARAÚJO, J. C. (2003). Anatomia dos Animais Domésticos Aparelho Locomotor. Brasil. Manole. BADGLEY, C. (1986). Counting individuals in mammalian fossil assemblages from fluvial environments. Palaios. BISSARO, M. (2008). Tafonomia como ferramenta zooarqueológica de interpretação:

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