A microeconomia da inovação: A nova economia institucional e a economia da inovação industrial

May 26, 2017 | Autor: J. de Abreu | Categoria: Institutional Economics, Economics of Innovation
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A microeconomia da inovação: A nova economia institucional e a economia da inovação industrial1 João Vinícius de Abreu2 Resumo: Este ensaio teórico procura apresentar uma perspectiva microeconômica da inovação a partir dos conceitos economia da inovação industrial e da nova economia institucional a fim de considerar as relações e possibilidades de estudo entre estas duas frentes teóricas. Pretende-se utilizar das variáveis analíticas da teoria dos custos de transação dentro da nova economia institucional para o objetivo deste estudo.

Palavras-chave:

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microeconomia, nova economia institucional, teoria dos custos de transação;

1. Introdução: Perspectiva Microeconômica da Inovação A microeconomia é conceituada por Samuelson (2005) como a seção da economia que trata dos comportamentos de entidades individuais, como são os mercados, as empresas e as famílias. A questão do progresso técnico (inovação) que será trabalhada neste estudo diz respeito, em suas duas unidades propositivas de análise, à microeconomia. Quanto a gestão de inovação e suas estruturas de governança, bem como aos sistemas de inovação e sua relação com o ambiente institucional.

1

Ensaio Teórico para a disciplina de Economia das Organizações: Foco no Agronegócio do programa de Pós Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no Mestrado em Administração da Escola de Administração e Negócios. Esta disciplina é ministrada pela professora Dra. Silvia Morales de Queiroz Caleman. 2

Mestrando em Administração, Escola de Administração e Negócios, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2015-2016). Bacharel em Administração, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2013). [email protected].

A proposta deste trabalho é apresentar uma perspectiva microeconômica da inovação, que constitui em apresentar um olhar sobre o eixo teórico da Economia da Inovação Industrial por dois vieses, primeiro quanto à Gestão de Inovação, segundo quanto aos Sistemas de Informação. Este olhar será dado a partir do enfoque de outro eixo teórico, o da Nova Economia Institucional e suas variáveis de análise no que dizem respeito a Teoria (ou Economia) dos Custos de Transação. Azevedo (1995) traz uma distinção analítica sobre a complementariedade do estudo das instituições. Este autor apresenta que o ambiente institucional privilegia as macroinstituições, enquanto as instituições de governança versa sobre as microinstituições. É importante ressaltar que mesmo quando as macroinstituições estão sendo descritas, neste estudo, elas serão descritas a partir de um viés microeconômico sobre o mercado e as empresas (ou firmas). A análise deste trabalho pode ser melhor visualizada na Tabela 1 a seguir: NEI ó Estrutura de Governança Ambiente Institucional

ECT Especificidade dos ativos Frequência das transações Incerteza

óEII Gestão da Inovação Sistemas de Inovação

Tabela 1: Análise proposta pelo trabalho. Elaborado pelo Autor

O objetivo geral deste trabalho é construir possibilidades de estudo para a abordagem microeconômica considerando a inovação na proposta da nova economia institucional. Especificamente, pretende-se: •

Analisar as variáveis de relação com as unidades de análise: governança e gestão de inovação.



Analisar as variáveis de relação com as unidades de análise: ambiente institucional e sistemas de inovação.

2. Eixos Teóricos 2.1 Nova Economia Institucional

2.1.1 A Teoria da Firma e a Nova Economia Institucional A teoria da firma é o primeiro passo para o entendimento que será apresentado sobre a Nova Economia Institucional (NEI) e posteriormente a Economia da Inovação Industrial. Compreender esta unidade de análise (a firma) para depois apresentar as suas relações entre organizações (contratos e instituições) e posteriormente o seu progresso técnico a partir destas relações é uma das intenções deste estudo. Dois paradigmas são importantes para o entendimento da firma e eles são trazidos por Coase (1937) em seu trabalho seminal sobre “The Nature of the Firm” (A natureza da firma). Azevedo (1996) ao resgatar o pensamento de Coase apresenta que o primeiro paradigma era a firma sendo representada como uma Função de Produção e vista somente como uma unidade na qual transformações tecnológicas (inputs) são processadas para resultarem em um bem ou serviço (outputs). O segundo paradigma e este apresentado por Coase, seria o entendimento da firma “no mundo real”, saindo de uma perspectiva aparentemente consolidada da firma e buscando compreender o escopo, abrangência e limites da firma. Coase (1937; 1991) questiona o papel das instituições e abre a “caixa preta” da economia, trazendo a questão da coordenação do sistema econômico para dentro da firma e que não era absorvida pelo primeiro paradigma, na qual toda atividade de produção e alocação poderia se verificar dentro da firma, e esta também seria um espaço para a coordenação das ações dos agentes econômicos (AZEVEDO, 1996; CALEMAN, 2000). Em seu trabalho seminal Coase (1937) questiona o primeiro paradigma dizendo que o entendimento da firma deve estar atrelado ao seu significado real, não a um idealismo e por isso que busca com este segundo paradigma responder a pergunta: Será que a teoria econômica formulada corresponde ao mundo real?. Segundo Azevedo (1996) este entendimento de firma traz a ideia de que mercado e firma são as principais unidades de análise da coordenação, e por sua vez reconhecendo nos contratos a principal forma de coordenação destes agentes. A partir disso, surge então dois tipos de custos relacionados as tipologias de coordenação

adotadas pela empresa. O primeiro é relacionado aos custos de produção (função de produção da firma) e o segundo relacionado aos custos de transação (forma de como se processa uma transação) e que teriam outras duas naturezas principais, sendo descobrir os preços do mercado e os custos de negociação e estabelecimento de um contrato, chegando a preposição do segundo paradigma da teoria da firma, sendo esta definida como um nexo (ou complexo) de contratos. Ao tratar de Nova Economia Institucional (NEI), primeiro é importante apresentar que esta é uma teoria que está em evolução e que para o seu entendimento, principalmente para o interesse deste estudo, é preciso estabelecer as suas bases conceituais (AZEVEDO, 1996). Dentro da perspectiva da inovação, buscando relacionar as características da NEI que ajudam no entendimento da relação institucional da inovação com as empresas e das estruturas de governança que gerenciam a inovação, procura-se encontrar como as variáveis analíticas apresentadas pela NEI agem na construção de economias inovadoras em seus sistemas de inovação e em sua gestão de inovação. A perspectiva da NEI responde a este anseio quando define os seus campos analíticos em a) Ambiente Institucional; b) Instituições de Governança; Conforme aponta Caleman (2005) e Azevedo (1996), o primeiro enfoque abrange a discussão sobre as macroinstituições e aplica-se a relação entre instituições e desenvolvimento econômico. Já o segundo enfoque, estuda as microinstituições e as suas transações internas. 2.1.2 Economia dos Custos de Transação Dentro da perspectiva dos contratos, a NEI concentra seu esforço de análise na questão das regras que regulamentam as empresas e governos, abstraindo do que North (1990) define como as instituições sendo as regras do jogo em uma sociedade e

que essas regras estabelecem costumes, culturas, tradições, regulamentos, normas de convivência, entre outros, e estas podem ter ordem política, social ou econômica. Coase (1937) traz então para dentro da discussão da firma o papel das instituições. Compreendendo que se existem custos de transação até então não vistos pela teoria da firma, as instituições por sua vez são criadas para reduzir os custos de transação. Williamson (1993) adiciona ao entendimento de Coase uma formulação muito importante para o entendimento dos custos de transação. Este autor irá afirmar assim como Coase que os arranjos institucionais de governança são uma resposta minimizadora para os custos de transação e de produção (ZYLBERSZTAJN, 1995). Williamson também vai ser reconhecido por Coase (1991) por operacionalizar a teoria dos custos de transação (TCT) ou Economia dos Custos de Transação (ECT), definindo esta como: “… os custos ex-ante de preparar, negociar e salvaguardar um acordo, bem como os custos ex-post dos ajustamentos e adaptações que resultam, quando a execução de um contrato é afetada por falhas, erros, omissões e alterações inesperadas. Em suma (os custos de transação) são os custos de conduzir o sistema econômico” (WILLIAMSON, 1993)

Ao relacionar a teoria da firma com as estruturas de governança, Williamson (2000) traz algumas lições importantes que a ECT deve ter em mente ao formular suas considerações sobre a teoria da firma, sendo estas: a) descrever os atores humanos em termos realistas, considerando sua racionalidade limitada, a incompletude dos contratos, entre outros; b) papel das hierarquias e das alterações de comportamento; c) existência de modos alternativos de governança e que nem sempre estão previstos; d) ação microanalítica dos agentes; e) importância da adaptação cooperativa dos agentes.

Este autor irá concluir que as formas de governança serão arquitetadas buscando lidar com as possibilidades futuras de rompimento contratual. Dando sequência à isso, Zylberzstajn (1995, p. 15) afirma que o objetivo da NEI “é o de estudar o custo das transações como o indutor dos modos alternativos de organização da produção (governança), dentro de uma arcabouço analítico institucional” tendo como principal unidade de análise a transação. Williamson (1975) então propõe dentro da ECT que as transações são marcadas por dois pressupostos relacionados aos agentes: racionalidade limitada e comportamento oportunista. Derivado à isso, as transações são caracterizadas por variáveis como: a) especificidade dos ativos; b) incerteza c) frequência da transação. Estas variáveis serão analisadas na relação teórica deste ensaio dentro do escopo dos níveis analíticos de governança (gestão da inovação) e ambiente institucional (sistemas de inovação). A racionalidade limitada está relacionada ao comportamento otimizador dos agentes, pelo qual o agente tenta otimizar mas não consegue devido a sua limitação. Sendo resultado da sua “competência cognitiva limitada” de lidar com a informação e tendo nos contratos, por mais complexos que sejam, inevitáveis incompletudes resultantes de uma racionalidade limitada (WILLIAMSON, 1993; ZYLBERSZTAJN, 1995; AZEVEDO, 1996) O oportunismo por sua vez parte do resultado da ação dos agentes na busca do seu interesse próprio. Isso não se limita a dizer que sempre os agentes agirão assim mas de que eles tem essa possibilidade e isso deve demandar atenção e monitoramento (ZYLBERSZTAJN, 1995; AZEVEDO, 1996).

A especificidade dos ativos se refere à dimensão das transações que diz respeito a existência de custos associados à não poder utilizar outro ativo que não seja aquele específico (ZYLBERSZTAJN, 1995). Assim como aponta Silva e Britto (2013) existe forte concordância entre os teóricos da NEI em ela ser a mais importante das três variáveis. Zylbersztajn (1995) afirma que ela é o mais importante indutor da forma de governança e ainda segundo estes autores, sem a especificidade dos ativos a ECT perderia o seu poder de predição. A incerteza (ou risco) é definida por Knight e Coase como necessária para a existência da firma e pode ser considerada como a incapacidade de prever mudanças e similaridades dos elementos em ambientes cada vez mais dinâmicos e complexos (SILVA; BRITTO, 2013). A frequência da transação se refere a aquisição de conhecimento mútuo entre as partes que permite o desenvolvimento de um compromisso confiável a fim de se alcançar um objetivo comum

(FARINA; AZEVEDO; SAES, 1997; SILVA;

BRITTO, 2013; ZYLBERSZTAJN, 1995). Propõe-se na Tabela 2 um quadro de resumo teórico das variáveis analíticas da NEI e da ECT a seguir: Pressupostos Comportamentais Racionalidade limitada: Competência cognitiva limitada de lidar com a informação; Comportamento oportunista: Busca dos agentes por interesse próprio

Especificidade dos Ativos Existência de custos associados à não poder utilizar outro ativo que não seja aquele específico.

Frequência das transações Aquisição de conhecimento mútuo entre as partes que permite o desenvolvimento de um compromisso confiável a fim de se alcançar um objetivo comum

Incerteza Incapacidade de prever mudanças e similaridades dos elementos em ambientes cada vez mais dinâmicos e complexos

Tabela 2: Resumo teórico das variáveis analíticas da NEI e da ECT. Elaborado pelo autor com consulta a Azevedo (1996); Farina, Azevedo, Saes (1997); Silva e Britto (2013); Williamson (1993); Zylersztajn (1995).

2.2 A Economia da Inovação Industrial A Economia da Inovação Industrial também é conhecida como Economia do Progresso Técnico ou apenas Economia da Inovação (i.e. Innovation Economics). “a Economia da Inovação Industrial é o ramo da Economia Industrial que tem como principal objeto de estudo as inovações tecnológicas e organizacionais introduzidas pelas empresas para fazerem frente à concorrência e acumularem riquezas”. (KUPFER et al, 2013)

Para a compreensão de inovação e mudança tecnológica nas empresas, é importante entender que este processo é resultado dos investimentos dessas organizações em atividades de P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) como também na incorporação dos resultados em novos produtos, processos e formas organizacionais, nas quais se relacionam tanto a Gestão de Inovação (Estruturas de Governança) quanto os Sistemas de Inovação (Ambiente Institucional). Freeman (2008) traz a íntima relação entre tecnologia e inovação a partir daquilo que será construído enquanto inovação tecnológica. Segundo este autor, independente do posicionamento relacionado aos impactos da inovação tecnológica na vida humana, seja em tom crítico ou em tom entusiasta, ignorá-la é um erro pois ela está por trás do progresso econômico e na luta concorrencial das firmas e das nações. Para Kupfer et al (2013) a inovação ocorre quando uma empresa produz um bem ou um serviço ou usa um método ou insumo que é novo para ela, dando ênfase subjetiva a percepção da própria empresa sobre o que é inovação. Por exemplo, uma organização em estágio rudimentar que implementa um novo maquinário, em sentido industrial, talvez não seja tão inovador, porém para no sentido empresarial, a organização está sendo inovadora. Compreendendo as tensões desta movimentação, até filosófica, entre sujeito e objeto quanto a percepção da inovação, é importante questionar até que ponto deve-se considerar uma organização de fato inovadora ou não e se é, é em relação ao quê.

Dentro de um tratamento mais objetivo, principalmente as atividades de inovação tecnológicas, segundo o Manual de Oslo, estas são: “…todas as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que de fato levam, ou pretendem levar, à implantação de produtos ou processos tecnologicamente novos ou aprimorados. Algumas delas podem ser inovadoras por si mesmas, outras, embora não sejam novidades, são necessárias para a implantação.” (OECD, 2005)

A abordagem econômica da inovação industrial tem seu início com o tratamento de Schumpeter as “revoluções industriais sucessivas” e seu conhecido conceito de “destrução criativa”, que se refere ao movimento de novas tecnologias substituindo antigas tecnologias de forma destrutiva e disruptiva a fim de criar novas ou melhores aplicações (SCHUMPETER, 1934). Dentro da perspectiva gerencial da inovação e esta em relação a capacidade de inovar. Canongia et al (2004) aponta que a busca sistemática por inovações radicais (criar novos mercados, desenvolver rápida expansão de produção e projetar desenvolvimento econômico) e por inovações incrementais (fazer melhor o que já se fazia) é fundamental para a sobrevivência das empresas. Dentro da perspectiva econômica industrial, a análise econômica da inovação tem diversas modelagens econômicas para a sua análise, como por exemplo o modelo de incitação (Arrow, 1962) e o modelo de seleção (Penrose, Alchian, 1950; Winter, Nelson, 1980). Ambas abordagens procurarão modelar economicamente fatores quanto a preço, estrutura de concentração de mercado, entrada de inovações, entre outros para predizer economias inovadoras e ações para os agentes nesses ambientes (KUPFER et al, 2013).

3. Relação Teórica 3.1. Estruturas de Governança e Gestão da Inovação Zylbersztajn (1995) afirma que os fatores comportamentais e institucionais e as características de transações da NEI interferem na forma de governança. Esta terá

que compatibilizar os custos de transação em sua estrutura de gestão, tendo essa última como resposta ao objetivo de minimizar estes custos. “Os desafios colocados à gestão da inovação estão essencialmente ligados à necessidade de se reconstruir conceitos e práticas na tomada de decisão, e na governança para criar e coordenar as redes internas e externas às organizações” (CANONGIA et al, 2004, p. 232)

As estruturas de governança para as atividades de inovação são evidenciada principalmente pelo conceito de gestão de inovação, que diz respeito sobre a coordenação e gerência das atividades inovativas em resposta aos desafios inerentes aos processos de inovação. Canongia et al (2004) cita esses desafios enquanto a incerteza, timing, capacidade de análise de rotas alternativas, mobilização de competências, valorização da criatividade, entre outras. Existem dois níveis nos quais a Gestão de Inovação acontece. O primeiro está relacionado aos aspectos internos da firma quanto aos processos de identificação e construção de competências essenciais, codificação e circulação de conhecimento, identificação de oportunidades e execução de uma estratégia adequada de integração desses processos com a P&D e a produção. Um segundo está relacionado aos aspectos externos da firma quanto as capacidades de contratar e vender as competências, captar recursos financeiros e interação com outras firmas e organizações (CANONGIA et al, 2004). 3.1.1. Pressupostos Comportamentais e a Gestão da Inovação A racionalidade limitada para a gestão da inovação pode ser percebida pelo problema dos gestores em como encarar a inovação. Há uma dificuldade conceitual devido a diversidade que o conceito de inovação oferece para a gestão e que foi apontada acima por Kupfer et al (2013). O que deve ser considerado como inovação ou não? Como as organizações irão se estruturar para coordenar esses processos inovativos que nem sempre são conceituados precisamente? Freeman (2008) trata a respeito da dificuldade de classificar as estratégias de inovação (e podemos pensar no espectro da Gestão de Inovação) justamente devido a

sua constante mudança, logo os questionamentos acima fazem sentido diante da também dificuldade de conceituar inovação. Um resumo destes dois pontos pode ser evidenciado pelo característica de que para as atividades inovativas existe um ambiente de falta de informações que impacta diretamente a gestão da inovação destas organizações. Entretanto, percebe-se também o uso da limitação da racionalidade a favor das organizações, principalmente no que tange a Gestão da Inovação. Um exemplo é a técnica da inteligência competitiva. Que segundo Torres (apud Canongia et al, 2004) é um sistema de monitoramento que conta com um conjunto de procedimentos para coleta e análise de informação sobre o macroambiente e que possibilitam à firma um processo de aprendizagem contínuo. O comportamento oportunista dos agentes é uma tarefa a ser lidada pela Gestão da Inovação em seus dois níveis. Internamente, a estrutura de governança deve considerar a busca dos agentes pelo seu interesse próprio e o impacto que essa tem nos processos inovativos da firma. Para lidar com isso, a Gestão da Inovação deve coordenar e alinhar estes interesses à proposta de inovação pretendida pela organização a fim de lidar com esse comportamento oportunista, o que foi visto anteriormente como “mobilização de competências”. Ainda no ambiente interno, Freeman (2008) afirma que as principais decisões da estrutura de governança quanto à inovação estão mais relacionadas a dinâmica interna do sistema de poder do que pela consideração objetiva das demandas que cada projeto apresenta. Externamente, a estrutura de governança enfrenta o comportamento oportunista quanto as atividades dos outros agentes em relação a ela. Supondo que a firma desenvolva uma competência essencial que domine e se alie com outra firma para desenvolver algum processo inovativo em comum. Caso este outro agente haja de forma oportunista, ele pode tentar desenvolver a competência essencial dessa empresa e não precisar mais dela para o desenvolvimento do processo inovativo, o que beneficiará ele mas prejudicará a firma.

Freeman (2008) cita que existe um obstáculo para as firmas devido à limitação racional de entendimento do papel das técnicas sofisticadas de administração. Este autor ainda afirma que existe uma resistência administrativa à previsão tecnológica movidas por um temor do desconhecido e do uso de técnicas que “compliquem mais”. 3.1.2. Especificidade dos ativos e a Gestão da Inovação Quanto a especificidade dos ativos e a Gestão de Inovação, um dos fatores importantes é a consideração das demandas específicas dos processos técnicos de inovação. As firmas devem compreender que os processos inovativos adotados em conjunto com suas estratégias tem demandas específicas que se combinam com suas competências essenciais e geram uma forma quase que única de gerir tais competências. A estrutura de governança deve abstrair isso ao se organizar. Um problema citado por Freeman (2008) é a incapacidade que as firmas tem em selecionar objetivamente os projetos de pesquisa e desenvolvimento devido a sua não compreensão das demandas específicas que os ativos de inovação necessários sugerem. Logo, as dificuldades de tomar uma decisão objetiva e que reconheça a especificidade dos ativos vem da falta de resposta objetiva e factual. 3.1.3. Frequência das transações e a Gestão da Inovação A frequência das transações relacionada à Gestão de Inovação pode estar compreendida em dois aspectos. O primeiro, é quanto a própria frequência inovativa guiada pelos gestores. Freeman (2008, p. 457) diz que “deixar de inovar equivale a morrer”. Este autor afirma a importância de uma rotina inovativa para a gestão e esta relacionada com a própria sustentabilidade da firma. “Elas [as firmas] podem não desejar ser inovadoras ofensivas, mas com frequência mal podem deixar de ser inovadoras defensivas ou imitativas. As mudanças na tecnologia e no mercado e os avanços de suas concorrentes obrigamnas a tentar manter o ritmo de uma forma ou de outra.” (FREEMAN, 2008, p. 457)

Tratando do “conhecimento mútuo” entre as partes, pode-se imaginar as partes como sendo os agentes coordenados pela gestão de inovação e o conhecimento como os processos de aprendizagem da inovação em respeito da atividade coordenada. 3.1.4. Incerteza e a Gestão da Inovação Ménard (2012) aponta que a diversidade tecnológica e a solução pela “inovação-orientada” respondem ao ambiente de incerteza que a gestão da inovação enfrenta. Quanto a primeira, a existência de diversidade tecnológica diz respeito sobre as muitas formas e atividades existentes em um mesmo processo ou também setor. Quanto a segunda, em resposta a primeira, este autor acredita que existe uma necessidade de motivar parceiros em um ambiente inovador de firmas. Um exemplo dado pelo autor é de no caso de um setor que está passando por uma crise tecnológica e uma das organizações testa alguma inovação que se propõe minimizar ou solucionar a crise, assim ele diria: “Eu fiz isso e funcionou”. Logo, em resposta a diversidade tecnológica e o ambiente de incerteza, as firmas podem cooperar através de “inovações-orientadas” para solucionarem crises. Freeman (2008) diz que a incerteza é sempre presente na formação das estruturas de gestão da inovação de uma firma. Para ele, as empresas podem modificar a ciência e a tecnologia em uma pequena escala, mas não conseguem prever com precisão os próprios resultados de seus esforços inovativos ou dos seus concorrentes. Este autor apresenta que o acaso e os riscos que as firmas enfrentam ao introduzir mudanças sempre estarão presentes. Outro espectro interessante de análise sobre a incerteza é a atitude intencional por parte dos gestores de maximização dos lucros ou maximização do crescimento sem considerar o real impacto da inovação. Para Freeman (2008), raramente é possível ter determinado tipo de comportamento diante das incertezas dos projetos inovativos, uma vez que este fator é alto na ponderação.

3.1.5. Quadro Comparativo Estruturas de Governança e Gestão da Inovação NEI / ECT Economia da Inovação Industrial Comportamento Internamente: Cooperação estratégica entre os agentes – Oportunista mobilização de competências; Dinâmica do Poder; Externamente: Dificuldades no desenvolvimento de processos com outras firmas; Racionalidade Limitada Dificuldades da compreensão de entender a inovação como atributo para lidar na gestão; Ambiente de falta de informações; Inteligência competitiva em resposta; Técnicas sofisticadas de administração; Especificidade dos ativos Demandas específicas de processos técnicos; Problemas de tomada de decisão objetivas; Frequência das transações Sustentabilidade da inovação; Coordenação dos agentes internos; Incerteza “Inovação-Orientada” como resposta; Incapacidade de previsão; Tensão de não estar fazendo o certo; Incerteza dos resultados dos projetos; Tabela 3: Quadro comparativo - Estruturas de Governança e Gestão da Inovação. Elaborado pelo autor.

3.2. Ambiente Institucional e Sistemas de Inovação Compreendendo que a orientação da NEI a partir da ECT é microanalítica, este ponto de discussão não se propõe a observar apenas os sistemas de inovação enquanto suas políticas, mas principalmente como as firmas se relacionam à este ambiente institucional de inovação, observando os seus sistemas institucionais e pensando na perspectiva microeconômica pretendida. Primeiro, é importante definir o que seriam as instituições no nível de análise aqui pretendido, North (1991; 1997) apresenta-as como: “Instituições são restrições construídas pelos seres humanos, que estruturam a interação social, econômica e política. Elas consistem em restrições informais (sanções, tabus, costumes, tradições e códigos de conduta) e regras formais (constituições, leis e direitos de propriedade)” (NORTH, 1991; 1997)

Azevedo (1996) apresenta que as instituições se revelam como um “invólucro para as atividades econômica, social ou política”. Para este autor mesmo que as instituições não tenham o único propósito de restringir as interações humanas é importante considerar que elas desempenham fundamentalmente este papel. Um dos slogans da NEI: “instituições são importantes e suscetíveis de análise” mostra como através da análise das instituições se construiu a abordagem do ambiente institucional. O ponto de partida dessa análise se dá no reconhecimento de uma troca entre especialização e custos de transação. O papel das instituições é conciliar um “movimento antagônico” de custos, no qual este impede o crescimento dos custos de transação assim que cresce a especialização (AZEVEDO, 1996). A abordagem teórica sobre os sistemas institucionais de inovação é enfática ao dizer que o ambiente nacional tem influência considerável no que diz respeito ao estímulo, facilitações ou impedimentos das inovações nas firmas (FREEMAN, 2008; MEIRA 2013). Conforme visto em Freeman (2008), essa questão já foi antecipada por Friederich List em 1841, com seu livro “The National System of Political Economy”, no qual questiona o desenvolvimento da Alemanha em relação à Inglaterra e a reação que esta última deveria ter para desenvolver-se economicamente seria a partir da implementação de políticas voltadas ao aprendizado de novas tecnologias. List apud Freeman (2008) questiona o raciocínio de Adam Smith quanto a apropriação do termo capital, questionando o papel exclusivo que este tinha em relação a dependência dos conjuntos naturais este autor traz uma noção importante sobre o desenvolvimento e as instituições formais. “A presente situação das nações é o resultado da acumulação de todas as descobertas, invenções, melhorias, aperfeiçoamentos e esforços de todas as gerações que viveram antes de nós: elas formam o capital intelectual da presente raça humana, e toda nação específica só será produtiva na medida em que souber como apropriar-se destas conquistas de gerações anteriores e aumentá-las por meio de suas aptidões” (LIST apud FREEMAN, 2008, p.505)

Em outra citação, este mesmo autor cita a importância de no estado industrial o progresso científico e tecnológico ser comum a todos. São muito raros os estabelecimentos de produção industrial que não possuem alguma relação com a física, a mecânica, a química, a matemática ou a arte dos projetos etc. Nenhum progresso, nenhuma nova descoberta ou invenção podem ser feitos nessas ciências que não sejam capazes de vir a alterar ou melhorar centenas de indústrias ou processos. No Estado industrial, portanto, as ciências e as artes precisam tornar-se populares” (LIST apud FREEMAN, 2008, p. 505)

Dado esse imperativo e a importância do papel do Estado, Freeman (2008) analisa as economias germânica, britânica e norte-americana nos séculos XIX e XX, propondo que naquelas nas quais o Estado agiu de forma mais específica em prol de conservação e desenvolvimento do progresso técnico, houve de fato progresso e desenvolvimento. Citando Landes (1969), que resume este ponto usando o avanço tecnológico dos americanos como exemplo para os germânicos temos: “Somente o governo podia dispor dos recursos necessários para enviar funcionários em custosas viagens de inspeção para pontos distantes como os EUA; proporcionar as construções e equipamentos necessários, alimentar, vestir, alojar, e, em alguns casos, remunerar estudantes por um período de anos. Além disso, essas instituições pedagógicas constituíam somente uma parte - ainda que a parte mais importante para introduzir as novas técnicas e difundi-las por toda a economia; ao lado delas também havia academias que não estavam voltadas para o ensino, museus e, talvez ainda mais importante, exposições de artes industriais. Finalmente, o governo proporcionou o aconselhamento técnico e a assistência necessários, destinou subsídios para inventores e empresários imigrantes, doou maquinarias, concedeu abatimentos e isenções de taxas de importação para equipamentos industriais. Alguns destes incentivos representaram simplesmente uma continuação do passado - uma herança da forte tradição de interesse direto dos Estados no desenvolvimento econômico. Muito disso, particularmente na Alemanha, era sintomático de um apaixonado desejo de se organizar e acelerar o processo de emparelhamento da economia. Na medida em que este esforço promocional enfatizou o estabelecimento de padrões racionais de pesquisa e de desempenho industrial, ele foi da maior significância par ao futuro.” (LANDES apud FREEMAN, 2008, p. 509)

Com a finalidade de construir uma análise referente aos sistemas de inovação recorre-se a uma abordagem que traga um contexto mais abrangente do que até o século XX procurou-se quanto a sistemas de inovação. No século XX os sistemas de inovação trouxeram sua análise observando principalmente os setores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o sistema de ensino. Percebe-se que este olhar para a P&D não trouxe os resultados práticos esperados nos rendimentos em função dos gastos brutos em função do PIB dos países investidores, enquanto se esperava que o sistema de P&D fosse quase a única fonte de inovações, mensurando principalmente esta para indicar a ocorrência ou não de progresso técnico (FREEMAN, 2008). Por fim, considera-se que a capacidade de inovar está intimamente ligada às condições objetivas dadas pela capacidade de criar conhecimento no ambiente em que a firma está inserida. Este ambiente se refere aos sistemas de inovação e estes quando bem instituídos, fomentam o processo inovativo (FREEMAN, 2008; CANONGIA et al, 2004; LUNDVALL apud CANONGIA, 2004). 3.2.1. Pressupostos Comportamentais e os Sistemas de Inovação Quando observa-se o caso das medidas de P&D para inovação obtendo lugar principal nas aferições internacionais, supõe-se que pode existir o grau de oportunismo dos agentes, principalmente globais influenciando as firmas, a fim de aumentar seus investimentos quanto a inovação e estes alocados nos setores de P&D nas políticas dos países afetados. Sobre este caso ainda, percebe-se que o pressuposto comportamental de racionalidade limitada também apresenta possibilidades de relação, uma vez que vinculado ao possível comportamento oportunista e ao desconhecimento ou falta de interesse por outros fatores que influenciam a atividade inovativa. O ambiente institucional apresenta capacidade cognitiva limitada de compreensão das métricas de aferição da inovação e Arrow (1974) possibilitou que o reconhecimento da incerteza (e esta além) dos limites do que os agentes poderiam entender promoveriam a ideia de racionalidade limitada.

Dentro destes conceitos, quanto à racionalidade limitada, percebe-se que existe o desconhecimento dos fatores externos que influenciam (ou podem) influenciar a atividade inovativa das firmas. Uma instalação de uma nova fábrica nem sempre é conhecida de todos aqueles que podem fornecer à ela. Outro desconhecimento, agora quanto as legislações específicas também acontece. O excesso de assimetria e desconhecimento de informações devido a complicação das legislações específicas faz com que uma firma que poderia até ter benefícios em sua atividade inovativa, não consiga devido a sua falta de conhecimento. 3.2.2. Especificidade dos ativos e os Sistemas de Inovação A especificidade dos ativos em relação aos sistemas de inovação pode ser percebida nos exemplos de políticas e incentivos que demandem novos equipamentos e/ou processos. Supondo que uma cidade decida desenvolver um novo sistema de informação e na licitação deste desenvolvimento exija que a empresa use determinada linguagem de programação, compatibilização de softwares e hardwares. Caso a empresa prestadora não os tenha, deve adquiri-los pois sem eles ela não consegue responder a demanda específica que foi trazida a ela. 3.2.3. Frequência das transações e os Sistemas de Inovação A frequência das transações relacionada aos Sistemas de Inovação pode ser compreendida na ocorrência de atividades inovativas demandadas pelos sistemas de forma que tal atividade seja incorporada em conhecimento mútuo entre demandantes e prestadores. Também é possível encontrar as dificuldades de uma “não-frequência” das transações, e esta limitando o papel dos próprios sistemas enquanto função. Pois uma das proposições dos sistemas enquanto ambiente institucional de inovação é promover de forma frequente as transações entre os agentes que se relacionam a ele. 3.2.4. Incerteza e a Gestão da Inovação

Percebe-se na primazia das medidas de P&D para inovação um indício de incerteza frente ao ambiente institucional dos sistemas de inovação. Organizações como a OECD (Manual Frascati, Manual de Oslo) enfatizavam a P&D como medida de mensuração de atividades inovativas em detrimento das outras medidas, enquanto verificava-se que as taxas de crescimento econômico ocasionadas pela inovação dependia muito mais de uma difusão das inovações do que necessariamente dos esforços em inovações radicais tecnológicas frutos de investimentos em P&D. Outro ponto quanto a incerteza é descrito por Azevedo (1996) ao citar as limitações de mercado identificadas por Arrow quando cita a presença de incerteza nos sistemas de preços por exemplo. Como a valoração de algo inovador é difícil e variante de sistema para sistema, o ambiente incerto promove dificuldades para os agentes que estão cada vez mais globais se relacionarem com estes sistemas. 3.2.5. Quadro comparativo Ambiente Institucional e Sistemas de Inovação NEI / ECT Economia da Inovação Industrial Comportamento Influência dos agentes no direcionamento dos Oportunista investimentos de inovação no ambiente institucional; Racionalidade Limitada Desconhecimento de fatores que influenciam a atividade inovativa; Desconhecimento de legislações específicas que beneficiem as atividades inovativas; Especificidade dos ativos Políticas específicas que demandem usos específicos de equipamentos, processos, entre outros; Frequência das transações Atividades inovativas demandadas pelos sistemas; Necessidade de frequência para a manutenção e cumprimento do propósito do sistema; Incerteza

Ênfase da P&D como medida de mensuração; Sistemas de preços e valoração da inovação;

Tabela 4: Quadro comparativo – Ambiente Institucional e Sistemas de Inovação. Elaborado pelo autor.

4. Considerações finais e perspectivas de estudo Este estudo pretendeu ser um ensaio preliminar sobre uma possibilidade de relação entre dois eixos teóricos de grande dinâmica e desenvolvimento. Acredita-se que tanto a NEI (Nova Economia Institucional) quanto a EII (Economia da Inovação Industrial) podem em um desenvolvimento em conjunto apresentar novas possibilidades de estudo para a firma no mundo real, lembrando de Coase. Foram analisadas através das variáveis da ECT as unidades de Gestão da Inovação e dos Sistemas de Inovação, procurando relações com a NEI a partir das respectivas unidades de Governança e Ambiente Institucional. Em tom de conclusão, algumas questões podem ser estudadas em próximos trabalhos com a finalidade de enriquecer e complementar os achados teóricos deste estudo com outras teorias desenvolvidas a partir dos pressupostos elencados pela NEI, são elas: i.

A compreensão dos sistemas de inovação e do ambiente institucional em relação à globalização: Como o escopo geográfico influencia novas políticas?

ii.

A teoria da agência e da cooperação dos agentes pode ser relacionada com as estruturas gerenciais de inovação nos sistemas de inovação? Como a gestão de inovação de cada firma pode responder a esta nova configuração?

iii.

As capacidades dinâmicas e a visão baseada em recursos podem se relacionar com a perspectiva da gestão de inovação e a relação com as estruturas de governança apresentadas neste trabalho?

iv.

Como a EII pode se apropriar da teoria da economia dos direitos de propriedade aos processos de patentes e apropriação de inovações entrefirmas?

v.

Diante de um ambiente de incerteza na qual os processos inovativos ocorrem e da dificuldade de mensurar estes processo, teria a perspectiva da economia dos custos de mensuração (Barzel) algo a contribuir?

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