A Normalização em informação e documentação

June 16, 2017 | Autor: Bel Andrade | Categoria: Standards
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ISABEL MARIA BRAGA DE ANDRADE

A NORMALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO: Referências bibliográficas - Um comparativo entre a ABNT NBR 6023 e a ISO 690

RIO DE JANEIRO 2010

ISABEL MARIA BRAGA DE ANDRADE

A NORMALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO: Referências bibliográficas - Um comparativo entre a ABNT NBR 6023 e a ISO 690

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia

Orientador: Profª. BS Maria Tereza Reis Mendes

RIO DE JANEIRO 2010

A553

Andrade, Isabel Maria Braga de. A Normalização em informação e documentação: Referências bibliográficas: Um comparativo entre a ABNT NBR 6023 e a ISO 690/ Isabel Maria Braga de Andrade. — 2010. 58 f.; 30 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biblioteconomia)— Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Referências: f. 56-58.

1. Normalização. 2. Informação. 3. Referência Bibliográfica. I. Título. CDU 006.1

ISABEL MARIA BRAGA DE ANDRADE

A NORMALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO: Referências bibliográficas - Um comparativo entre a ABNT NBR 6023 e a ISO 690

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia

Aprovado em

de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Prof.ª BS Maria Tereza Reis Mendes - Orientadora Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Prof.ª Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Prof.ª ESP. Iris Abdallah Cerqueira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me permitir ser quem eu sou e alcançar mais esse sonho na minha vida tão abençoada por Ele. À minha mãezinha Maria pela intercessão constante. À minha família que pela força da distância estão ausentes, mas o poder da saudade faz com que voltem, agradeço por estarem de longe torcendo por mim e me abençoando. Ao meu irmão Ricardo Andrade que acompanhou minha primeira frustração pelo tema e me apoiou na mudança e na nova escolha. Agradeço aos meus amigos da FAETEC que me acompanharam no decorrer de toda a faculdade, desde o drama do início à vitória da saída. Aos meus novos amigos da ABNT pela paciência, pela vista grossa, pela ajuda nos conceitos e por todo o carinho de demonstram por mim. Ao meu amigo Anderson Soares, que foi um anjo na minha vida, pelo companheirismo na faculdade e no trabalho, pela cumplicidade nesses 5 anos de aprendizado, sem ele essa monografia não sairia. Agradeço aos meus amigos, Jenifer Rodrigues, Alexandre Martins, Luíz Gonzaga pelo carinho, pela força e pelas ausências perdoadas por causa da faculdade. Por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta monografia.

Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende. (Leonardo da Vinci)

RESUMO

Aborda a normalização de originais, especificamente das referências bibliográficas e as normas técnicas sobre o assunto, em âmbito internacional e nacional. Destaca e a importância da clareza das informações prestadas pelas mesmas no sentido de cumprir o princípio de uma norma técnica, ser simples, objetiva e útil a sociedade. Define normalização e norma técnica, seus objetivos e princípios; faz uma breve abordagem no histórico da normalização no mundo até os dias atuais. Apresenta a International Standardization Organization – ISO como organismo de normalização internacional, o comitê internacional responsável pela área de informação e documentação, o ISO/TC 46. Descreve e mostra a evolução das edições da norma ISO 690 Information and documentation – Guidelines for bibliographic references and citations to information resoureces. Apresenta a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT como foro único de normalização nacional. Destaca o Comitê Brasileiro 14 de Informação e Documentação, responsável pela elaboração das normas na área de documentação e mostra o histórico e a evolução da norma brasileira de referência bibliográfica ABNT NBR 6023 Informação e Documentação – Referências - Elaboração. Explica o papel da normalização na área de documentação, o valor das referências normalizadas na verificação de monografias e o papel do profissional da informação na garantia da continuidade e melhoria da intenção de padronizar referências bibliográficas. Faz um comparativo entre a ISO 690 e a ABNT NBR 6023, e conclui enfatizando as dúvidas que as normas ainda deixam, a importância da padronização na apresentação de documentos e na participação dos profissionais da informação, bibliotecários na busca pela melhoria cada vez mais das normas de referência bibliográfica. Palavras-chave: Normalização. Informação. Referência bibliográfica.

ABSTRACT

Board the standardization of documents, specifically the references and technical standards on the subject at the international and national levels. Detach the importance of clarity of information provided by them in order to fulfill the principle of a technical standard, simple, objective and useful to society. Define standardization and technical standard, its goals and principles, a brief historical approach to standardization in the world until today. Introduce the International Standardization Organization - ISO as international body standards, the international committee responsible for the information and documentation, ISO / TC 46. Describes and shows the evolution of the standard ISO 690 Information and documentation Guidelines for bibliographic references and citations to information resources. Introduce the Brazilian Association of Technical Standards - ABNT only national body standards. Detach the Brazilian Committee 14 for Information and Documentation, responsible for developing the standards in the area of documentation and shows the history and evolution of the Brazilian standard of references ABNT NBR 6023 Information and Documentation - References - Developing. Explains the role of standardization in the area of documentation, the value of the standard references in the verification of monographs and the role of information professionals in ensuring the continuity and improvement of the intention to standardize references. Makes a comparison between ISO 690 and ABNT NBR 6023, and concludes by emphasizing doubts that the rules still leave the importance of standardization in the production of documents and the involvement of information professionals, librarians in the search for increasingly better standards of bibliographical references. Keywords: Standardization. Information. Bibliographical references

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO..........................................................................................

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1.1

Objetivo geral..........................................................................................

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1.2

Objetivo específico.................................................................................

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1.3

Metodologia.............................................................................................

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A NORMALIZAÇÃO.................................................................................

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2.1

Princípios da normalização....................................................................

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2.2

Níveis de normalização...........................................................................

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2.3

Princípios gerais da norma técnica.......................................................

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3

ORIGENS DA NORMALIZAÇÃO.............................................................

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A NORMALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO.................................................

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5

NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL......................................................

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5.1

Internacional Standardization Organization - ISO................................

25

5.2

ISO Technical Committee 46 – Information and Documentation........

28

5.3

ISO 690 Information and documentation – Guidelines for bibliographic references and citations to information resources......

30

6

NORMALIZAÇÃO NACIONAL.................................................................

36

6.1

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT............................

36

6.2

ABNT Comitê Brasileiro 14 – Informação e Documentação...............

40

6.3

ABNT NBR 6023 – Informação e documentação – Referências – Elaboração...............................................................................................

41

7

ESTUDO COMPARATIVO.......................................................................

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8

CONCLUSÃO...........................................................................................

54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................

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1 INTRODUÇÃO

Quando se fala em normalização, algumas idéias aparecem conjuntamente: normas, obrigatório, comércio e indústria. É normal a ligação da palavra normalização à palavra norma e, por conseguinte a ligação da mesma, à obrigatoriedade. Ainda hoje, normas são vistas como obrigatórias, como documentos que geram regras a serem seguidas sem questionamento. Além da compulsoriedade, ao falar de normalização, de normas, pensa-se sempre em questões comercias, industriais, negócios onde o uso de normas para estabelecer consensos é inevitável. Os pensamentos errôneos e equivocados sobre normalização têm origem no desconhecimento do papel da normalização, e essa dificuldade de entendimento é evidenciada por uma ausência de informação tanto por parte do público quanto das organizações responsáveis e interessadas, no sentido de falta de divulgação tanto no âmbito nacional quanto no internacional. A idéia de normas somente nas áreas comerciais e industriais é outro erro comum. A normalização é aplicada a fim de ordenar uma atividade específica para o benefício de todos os interessados em um determinado processo, otimizando a maneira de executar essa atividade de forma única e simples. A área de documentação possui documentos normativos e é bem representada no contexto de normas nacionais e internacionais. As pessoas não vêem a área de humanas, a biblioteconomia, a documentação, como um campo passível de normalização. Porém os documentos para atingirem seu grau máximo de eficiência ao transmitir as informações neles contidas, também devem ter sua forma de apresentação padronizada. Com os avanços na área da informação intensificou-se o acesso aos documentos bibliográficos que estão disponíveis nos mais diferentes meios e suportes. Dessa forma, revela-se cada vez mais a necessidade de agilizar os processos de indexação, disseminação e normalização da informação. A informação, o conhecimento é registrado e disponibilizado a todos, e considerando que toda publicação precisa ter uma identidade visual, organizada e uniformizada, para transmitir adequadamente o seu conteúdo, a adoção e utilização de normas que propiciem essa padronização além de ser recomendada, faz-se necessária nos dias atuais. O bibliotecário é o profissional ao qual compete ter conhecimentos sobre

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normalização e buscar a padronização e a qualidade do documento, levando os profissionais da área a falar uma mesma linguagem em prol da garantia da qualidade da informação prestada. A normalização de documentos é premente, porque com ela é possível garantir a veracidade e segurança das informações, proteger os direitos autorias de cada autor, facilitar a circulação de informações em diversas fontes de informação (primárias, secundárias e terciárias) e evitar a duplicidade de fontes. Neste trabalho trataremos das normas de referência ABNT NBR 6023:2002 e a ISO 690:2010, que fixam as condições exigíveis pelas quais devem ser referenciadas as publicações mencionadas em um determinado trabalho, relacionados em uma bibliografia ou em resumos. Elas visam capacitar o usuário na organização e elaboração das referências dos documentos em seus variados formatos. A ABNT (2003) define referência como conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um documento, que permite sua identificação individual. A Internet hoje e os variados formatos disponíveis de documentos vieram para complicar a situação de referenciar um documento. Atualmente possuímos sistemas de informação on line que possibilitam a geração completa e padronizada das referências, de acordo com dados pré-estabelecidos, que em sua maioria foram retirados da norma 6023. O objetivo deste TCC é fazer uma leitura sobre o procedimento para fazer referências bibliográficas sob a ótica da ABNT, na norma ABNT NBR 6023 e sob a ótica da ISO na norma ISO 690, ambas tratam do mesmo assunto, porém apresentam diferenças entre si; saber se a função de auxiliar a referenciar documentos segue e atinge a totalidade dos registros que existem hoje; se realmente servem de auxílio e buscam a simplicidade e rapidez (principio de uma norma) ou se precisam de atualização.

1.1 Objetivo geral

Apresentar as normas técnicas referentes a referências bibliográficas nacionais e internacionais, as entidades responsáveis por sua elaboração, a importância da normalização na área de documentação e os motivos das dúvidas por parte dos autores no seguimento das instruções das normas.

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1.2 Objetivo específico Fazer um comparativo entre as normas técnicas ABNT NBR 6023:2002 e a ISO 690:2010 sobre referências bibliográficas, estabelecer os pontos de dúvidas que ainda existem em ambas e procurar meios de saná-los.

1.3 Metodologia

O método comparativo foi utilizado para análise dos textos normativos, tanto na evolução das normas quanto para o confronto do conteúdo das mesmas. Foi preciso levantar material relevante nas instituições representantes, material este que possibilitou servir de sustentação ao desenvolvimento da pesquisa e literatura da área, onde foi encontrado muita informação online, alguns artigos científicos e em sua maioria manuais de elaboração de trabalhos acadêmicos, por este motivo foi necessário selecionar material relevante a fim de tentar sanar as lacunas que a história da normalização e das normas deixam. Para melhor entendimento foi utilizado quadro no estudo comparativo a fim de melhor esclarecer as dúvidas existentes sobre as referências.

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2 NORMALIZAÇÃO Primeiramente, é necessário evidenciar a diferença de normalizar e normatizar, algo que ainda é motivo de confusão, até nos meios acadêmicos. Santos (2005) explica que normatizar é o ato de criar as normas; normalizar é o ato ou efeito de padronizar, uniformizar, é o processo de aplicação das normas. Segundo a ABNT (2006) a normalização é a atividade que estabelece em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto, ou seja, é a maneira de organizar as atividades pela criação e utilização de regras ou normas, visando contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Uma norma é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido que fornece regras e diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, de maneira não compulsória. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2006)

Ao contrário do que muitos ainda pensam, uma norma é um documento voluntário, estabelecido e aprovado por partes interessadas e se tornam a prescrição que melhor descreve o método de fazer algo de forma mais simples, econômica e segura, porém, não obrigatória. A normalização busca a definição, a unificação e a simplificação, de forma racional, quer dos produtos acabados, quer dos elementos que se empregam para produzi-los. O termo definição significa precisar qualitativa e quantitativamente todos os materiais, objetos e elementos que se utilizam na produção, bem como os próprios produtos finais. Os termos unificação e simplificação têm em vista a redução ao mínimo, das variedades dos materiais, das ferramentas e operações do processo produtivo e ainda dos produtos acabados. Isso permite que a utilização de uma marca de conformidade de acordo com uma norma, dê aos usuários, uma determinada garantia de qualidade dos respectivos bens e serviços. Para Souza (2001) o objetivo da normalização consiste em “aumentar a certeza que decorre da repetição de aplicações [...] minimizando o máximo possível a presença de erros durante o processo.” A atividade normativa acompanha o crescimento da sociedade, se tornando dinâmica e sendo de suma importância para economia, para o desenvolvimento de

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tecnologias e para a transmissão de conhecimento. De acordo com Almacinha (2005) as vantagens mais significativas da normalização podem ser resumidamente enumeradas: - simplificação e redução do tempo do projeto; - economia de matérias primas; - economia de tempo de produção; - melhor organização e coordenação do processo produtivo; - proteção dos interesses dos consumidores, através da garantia da qualidade dos bens e dos serviços, desenvolvidos; - proteção da qualidade de vida: segurança, saúde e proteção ao meio ambiente.

2.1 Princípios da normalização

O processo de elaboração de normas técnicas está apoiado em princípios, que são fundamentais para que todos os objetivos da normalização sejam atendidos e para que ela seja eficaz na sua aplicação e reconhecida por todos. A ABNT delimita seis princípios da normalização:

Figura 1 – Princípios da normalização Fonte: O Autor (2010)

Simplificação – definir as regras e procedimentos simples e acessíveis, que garantam a coerência, a rapidez e a qualidade das normas; Consenso – processo pelo qual um projeto de norma deve ser submetido, compreendendo as etapas de análise, apreciação e aprovação por parte de uma comunidade técnica ou não. A finalidade desse processo de consenso é o de atender aos interessados e às necessidades da sociedade, em seu próprio

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benefício. Não é uma votação, mas um compromisso de interesse mútuo, não devendo, portanto, ser confundido com uma unanimidade; Atualização – as normas técnicas devem seguir as vertentes tecnológicas da sociedade e se manterem sempre atualizadas; Representatividade – é preciso que haja participação de especialistas de todos os setores: produtores, organizações de consumidores e neutros (universidades, instituto de pesquisa, órgãos do governo, pesquisadores e etc.); Voluntariedade – a participação em processos normativos não é obrigatória, ou seja, depende de uma decisão voluntária dos interessados. O uso da norma também não é obrigatório, devendo ser resultado de uma decisão em que são percebidas mais vantagens no seu uso, do que no não uso; Paridade – as classes envolvidas no processo precisam estar equilibradas, evitando a superioridade de uma delas sobre as demais por conta de maior número de representantes. O processo normativo executado com sucesso determina não só as bases para o desenvolvimento presente, mas também para o futuro e deve acompanhar o progresso visando constituir uma linguagem única entre o produtor e consumidor e aumentar a qualidade de bens e serviços.

2.2 Níveis de normalização

A normalização obedece à níveis de elaboração. Uma norma nacional criada por um organismo normalizador oficial de um país é criada para obedecer as regras daquele país, não atendendo à comunidade internacional, assim como uma norma de uma empresa também não vai ditar diretrizes a serem seguidas no país inteiro. Santos (1982) descreve os níveis de elaboração de normas: Nível empresarial – normas acordadas por uma empresa ou grupo de empresas com o objetivo de traçar orientações para fabricação, vendas, certificações e etc. Ex. Normas da Petrobrás Nível nacional – normas elaboradas depois de consulta a todos os interessados em um país, através de um organismo de normalização reconhecido como autoridade indicada para publicação destas.

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Ex. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no Brasil, AFNOR (Association Française de Normalisation) na França e BSI (Britsh Standard Institution) na Inglaterra Nível regional – normas estabelecidas por um grupo de países independentes, ou por um organismo de normalização regional, para o benefício mútuo de todos esses países. Ex. COPANT (Comissão Pan Americana de Normas Técnicas) na América do Sul e CEN (Comitê Europeu de Normalização) na Europa Nível internacional – normas resultantes da cooperação e acordos entre nações independentes tendo interesses comuns. Estas são normas internacionais. Ex. ISO (Internacional Organization of Standardization), IEC (Internacional Electrotechinical Commission) As normas técnicas de acordo com o nível que se encontram se tornam mais genéricas, menos exigentes quando evoluem do nível empresarial para o nacional, deste para o regional e enfim para o internacional. Em contra partida quando decrescem de nível se tornam mais restritas, mais exigentes. Isso porque, uma norma que atende a uma empresa pode restringir a qualidade de seu produto a um nível de excelência ímpar porque são normas para pequenos grupos que podem alcançar o grau de exigência pedido. A medida que se evolui para o nível nacional, regional e internacional exigir padrões muito específicos e restritos torna mais difícil o alcance daquele nível de qualidade ou de especificação pedido, há de se compreender padrões ou especificações mais elásticas. Porque a norma acima de tudo precisa ser utilizável e servir para facilitar uma atividade e não torná-la mais difícil.

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Figura 2 – Níveis de normalização Fonte: O Autor (2010)

2.3 Princípios gerais da norma técnica

A norma técnica é o resultado de um trabalho de uniformização conduzido sob princípios estabelecidos de maneira tal que produzam o efeito desejado, primordialmente no ramos da fabricação de mercadorias e de sua distribuição e secundariamente nas regras que criam para uniformizar e garantir a qualidade a um método, um conceito. Os princípios da norma técnica foram estabelecidos pela ABNT (2006): Objetividade – uma norma é feita por e para especialistas, logo, não é necessário nenhum tipo de introdução ou explicação, ela deve ser objetiva; Estilo simples e conciso – quanto mais simples e concisa for, mais fácil será seu entendimento e sua aplicação; Homogeneidade – ela deve ser homogênea, tratar do assunto referente do começo ao fim, sem desvios; Coerência – uma norma coerente é a norma que se aplica a destinos verdadeiramente úteis e nunca pode se contradizer. A norma de citações, por exemplo, nunca poderia ditar uma forma de apresentar citações em um documento e logo após dizer que esse tipo de prática é contra a lei de direitos autorais; Aplicabilidade – uma norma deve ser aplicável. Exigir padrões possíveis de serem efetuados, nunca medidas ou meios impossíveis de se obter; Planejamento – Ela precisa seguir todas as etapas de um planejamento prédeterminado.

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As normas técnicas são aplicáveis a produtos, serviços, processos, sistemas de gestão, enfim, nos mais diversos campos. Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, mas também podem estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio. As normas podem ser necessárias para o cumprimento de Regulamentos Técnicos. Um regulamento técnico é um documento, adotado por uma autoridade com poder legal para tanto, que contém regras de caráter obrigatório e o qual estabelece requisitos técnicos, seja diretamente, seja pela referência a normas técnicas ou a incorporação do seu conteúdo, no todo ou em parte. (CONFEDERÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2001)

No Brasil, podem ser adotados pelos diversos órgãos nos níveis federal, estadual ou municipal, de acordo com as suas competências específicas estabelecidas legalmente. Nem sempre são chamados de Regulamentos Técnicos, como é caso das Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. “O cumprimento de um regulamento técnico é obrigatório, e o seu não cumprimento constitui uma ilegalidade com a correspondente punição” (CONFEDERÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2001). Os regulamentos técnicos constituem a única forma que transforma a norma técnica em um documento obrigatório. Quando é citada dentro de um regulamento técnico, o uso da norma se torna obrigatório. A obrigatoriedade da norma é uma questão polêmica. Com exceção do caso do regulamento técnico, a norma é um documento voluntário. Porém, existe no Brasil a Lei n. 8078 de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a proteção do consumidor, e em seu artigo 39, inciso VII diz: É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços [...] colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (BRASIL, 2007).

O artigo em questão defende que se existirem normas estabelecidas sobre determinado assunto e o fornecedor que apresentar produtos que não sigam as suas diretrizes estará agindo contra o Código de Defesa do Consumidor, logo,

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argumenta contra a voluntariedade da norma, já que torna o seu uso obrigatório em determinados casos. São casos passíveis de discussão, mas no presente trabalho usaremos a conceituação estabelecida pela Associação Brasileira de Norma Técnicas – ABNT, foro único de normalização do país que dita a norma técnica como um documento voluntário. Acerca da voluntariedade das normas da ABNT, mesmo diante do que dispõe o artigo 39 inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor, pedimos licença para transcrever trecho da Sentença proferida pela Juíza Federal Pepita Tramontini Mazini, nos autos da Ação Civil Pública nº 2005.70.00.022807-2, da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Curitiba: “... Sem embargo, a disposição não transmuda a natureza das Normas Brasileiras Regulamentares, que permanecem como normas voluntárias. Apenas exige o Código de Defesa do Consumidor que os fornecedores, na busca pela melhoria dos seus produtos e NBR´s acaso inexistentes aquelas, interpretando-se o dispositivo como alusivo àquelas NBR´s tidas por obrigatórias, por referidas em atos normativos do poder público [...] Destarte, caso uma NBR não tenha sido adotada em regulamento técnico ou referida em ato normativo do poder público, não poderá aquele que não observe ser penalizado. Apenas será possível eventualmente obrigá-lo a cumprir a NBR quando, por exemplo, demonstrar-se o perigo de hipótese em referência não o descumprimento da NBR, mas sim ao meio ambiente provado pela prática combatida.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010)

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3 ORIGENS DA NORMALIZAÇÃO

A normalização se mostra essencial em todos os aspectos da vida, na natureza e na atividade humana. Organismos vivos da natureza apresentam características distintas, características padrão de comportamento que foram passadas de geração em geração. A língua falada e a escrita são formas de expressão normalizadas dentro dos limites de um território e podem ser considerados como as primeiras formas de normalização, já que se desenvolveram para possibilitar a comunicação entre os homens. Os primeiros padrões de vida, costumes e regras familiares, a divisão do tempo, o estabelecimento de uma moeda representam os primórdios da necessidade de normalização. Com o desenvolvimento do comércio, a produção de artigos para o uso comum trouxe a necessidade de prescrever regras de ação, de como definir a forma e o tamanho desses artigos. Logo, em seguida a necessidade de um jeito de comprar esses artigos fez surgir as moedas que atendiam ao comércio dentro de uma extensão territorial definida. Historicamente, as normas referentes às medidas foram uma das primeiras que se fizeram notar. Com o desenvolvimento do homem, estimar dimensões e distâncias para fins de construção, confecção de utensílios e etc. era necessário. O Instituto Português de Qualidade – IPQ (2009) revela que dentre as mais antigas medidas encontram-se fragmentos de réguas egípcias de basalto que continham divisões precisas de centímetros. Uma pintura, datada do ano de 300 a.C. mostra 2 séries de medidas egípcias e capacidade para grãos, vinhos e óleos, cada um dos quais consistindo de 14 recipientes padronizados. A necessidade de pesar surgiu quando os reis em seus templos precisavam pesar seus metais preciosos descobertos ou conquistados em guerras. O Egito é um ponto de referência quando se fala da história da normalização. Sob o comando do Faraó Tutmosis I aplicava-se na construção de casas, tijolos uniformes preparados de lama do Nilo. “A pirâmide de Queóps, construída aproximadamente 2.500 anos a.C. perto do Gizeh, foi erguida com 2 milhões de pedras de medidas iguais.” (ALMACINHA, 2005)

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Em Roma, a normalização se destaca nos dutos de distribuição de água que foram reconhecidos unificados por historiadores. Com a invenção da imprensa no século XV, Monsani (2009) diz que os tipos deviam ser permutáveis entre si e de mesma altura para fazer o conjunto impresso. Todas as letras possuíam um pequeno entalhe uniformizado para que o tipógrafo pudesse pelo toque sentir a letra. Ainda no século XV os venezianos uniformizaram os mastros, velas, remos e lemes de sua frota para conseguir que cada navio, sob as mesmas condições tivessem o mesmo desempenho. Dentro da concepção moderna, o movimento normativo teve suas origens na Revolução Francesa (1789 a 1799); nessa mesma época, ocorreu o surgimento do conceito de produção em série nos EUA em 1798. Com a Revolução Industrial a normalização tomou um caráter mais econômico, o que trouxe uma mecanização e conseqüentemente uma padronização da produção em série. Iniciada na Inglaterra com a invenção da máquina a vapor, a sua aplicação na indústria desenvolveu processos que substituíram a força muscular tornando possível uma mudança total nos critérios de produção. “Em torno de 1839, Sir Joseph Whitworth estabeleceu uma rosca para parafuso padronizada que, ainda hoje, leva seu nome.” (INSTITUTO PORTUGUÊS DE QUALIDADE, 2009) Segundo Monsani (2009) na eclosão da I Guerra Mundial, a normalização já havia sido reconhecida como um processo industrial capaz de garantir a intercambialidade não só dentro de uma mesma fábrica, como também entre uma fábrica e outra. Alguns países começavam a se organizar e criar organismos de normalização nacionais. As vantagens de produções normalizadas também foram sentidas durante a grande guerra, devido às produções de industriais bélicas, iniciando-se campanhas para desenvolvimento de um organismo de normalização internacional. Várias associações nacionais de normalização nasceram na década de vinte, o que reforçou o movimento pró-normalização, e no ano de 1926, em Praga, nasceu a primeira associação de normalização internacional, a Internacional Federation of the Standardizing Associations (ISA), com um programa que abrangia o intercâmbio de informações, fomento à criação de organizações nacionais de normalização e promoção à padronização das normas nacionais.

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Por volta de 1939, com o início da Segunda Guerra e das hostilidades entre os países, os membros integrantes da ISA começaram a se retirar, e em 1942 ela foi dissolvida. Em 1944, o United Nations Standards Coordinating Committee (UNSCC), foi formado por 18 países aliados e sucedeu a ISA na normalização internacional, mas este comitê foi uma organização que viveu apenas enquanto a guerra durou. Após a Segunda Guerra um grande impulso foi dado pelos que buscavam a normalização em nível mundial. Os esforços por um órgão normativo internacional foram retomados em 1945, quando delegados de 25 países, entre eles o Brasil, se reuniram em Londres com o objetivo de “criar uma organização de âmbito internacional para facilitar a coordenação e a unificação de normas internacionais e a harmonização de normas industriais” (INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION, 2010). Assim foi criada a ISO – International Standardization Organization, em 1947. Segue abaixo um cronograma dos primeiros e mais importantes organismos de normalização criados no mundo de acordo com o IPQ (2009) : •

Em 1893 foi criada a Verband Der Elektrotechnik – VDE (Associação dos Eletrotécnicos Alemães), primeiro organismo de normalização para o estabelecimento de normas para a construção e instalação de aparelhos elétricos;



Em 1906 a International Eletrothecnical Commission – IEC (Comissão Internacional de Eletrotécnica) assumiu o desenvolvimento da atividade normativa internacional no domínio da eletrotécnica;



Em 1917 na Alemanha surgiu a Deutsches Institut für Normung – DIN (Instituto Alemão de Normalização);



Em 1926 a International Federation of the Standardizing Associations – ISA (Federação Internacional de Associações Normalizadoras) nasceu da associação de países interessados na normalização internacional em todos os aspectos, em especial na área de engenharia mecânica. Em 1942 ela foi extinta;



Em 1929, a Comissão Eletrotécnica Portuguesa – CEP foi criada e em 1981 tornou-se o atual Instituto Eletrotécnico Português – IEP;

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Em 1940 nasceu a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e tratava basicamente da área de construção civil;



Em 1944 surgiu o United Nations Standards Coordinating Committee – UNSCC (Comitê de Coordenação de Normas das Nações Unidas), mas ele só esteve vigente durante a 2ª Guerra Mundial;



A Internacional Organization for Standardization – ISO (Organização Internacional de Normalização) assumiu o lugar da ISA na coordenação e a unificação de normas internacionais em 1947;



Em 1986 em Portugal a Inspeção Geral dos Produtos Agrícolas e Industriais – IGPAI surgiu e hoje é o Instituto Português de Qualidade – IPQ;



Em 1961 o Comité Européen de Normalisation– CEN (Comitê Europeu de Normalização) foi criado com o objetivo de permitir a elaboração de normas européias destinadas a promover a competitividade da indústria européia no mundo e contribuir para a criação de um mercado interno europeu;



Em 1973 surgiu o Comité Européen de Normalisation Electrotechnique – CENELEC (Comitê Europeu de Normalização Eletrotécnica);



Em 1988 nasceu o European Telecomunications Standard Institute – ETSI (Instituto Europeu de Normas de telecomunicação).

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4 A NORMALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO

Os principais problemas na divulgação e veiculação da informação nos dias atuais decorrem da necessidade de organizar adequadamente essa informação. E essa organização não se trata apenas dos dispositivos de disseminação dos trabalhos já prontos, publicados e divulgados, essa organização deve iniciar no ato do trabalho intelectual, na criação do documento. É aí que a normalização aparece na área da informação. Os problemas enfrentados por bibliotecários na organização da informação ressaltam cada vez mais, a necessidade de disciplinar o trabalho intelectual, através de sua apresentação padronizada, a fim de oferecer também à informação o grau ótimo de qualidade. O autor de um texto é um produtor de informações e, por isso mesmo, deve aceitar a responsabilidade de comunicar adequadamente os resultados de seus estudos e adotar as regras de normalização vigentes para que essa comunicação se faça de forma clara. Frequentemente, os bibliotecários são consultados pelos autores na intenção de normalizar suas pesquisas. Hoje em dia, a padronização na elaboração e apresentação de comunicações científicas, técnicas e culturais de modo geral é uma preocupação dos autores de todos os campos que reconhecem que um mínimo de padronização aos trabalhos apresentados favorecem a sua divulgação através dos diferentes instrumentos de disseminação da informação. O papel do bibliotecário é orientar a normalização de textos e indicar as ferramentas certas para isso, ou seja, ter conhecimento das normas de documentação. A normalização não é só relacionada a materialidade do texto e sim a unidade textual que precisa ser apresentada de maneira inteligível; ela nasce do texto, de dentro para fora e não o contrário. Ainda assim, a questão da normalizar hoje gera mais problemas do que soluções pelo fato das regras para isso não serem bem transmitidas e nem bem utilizadas. Uma das maiores dúvidas e confusões surgem principalmente nas referencias de fontes bibliográficas. Os registros de informação deveriam, obrigatoriamente, trazer listados todos os documentos pesquisados pelo autor para elaboração de seus trabalhos. Porém, no atual contexto em que a estabilidade da forma dos documentos foi comprometida com o uso dos documentos eletrônicos e com a variedade de formatos existentes, os tradicionais pontos de referência para identificação e descrição dos documentos

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mudaram e as normas de referência acompanharam essa mudança e trouxeram novas formas de referenciar a informação em quase toda totalidade dos formatos existentes. Contudo, o conteúdo da norma ainda é muito complexo para os que necessitam utilizá-la e não são técnicos da informação. Os editores, e particularmente os autores, aderem as normas de referencia com certa dificuldade e usam-na com muitas dúvidas. A pretensão desse trabalho é esclarecer dúvidas do ato de referenciar partindo da comparação entre a norma de referência internacional e a nacional. O termo referência bibliográfica por muito tempo foi chamado de bibliografia. Segundo Santos (2000) “a bibliografia é um levantamento bibliográfico sobre o tema ou com ele relacionado, incluindo documentos não consultados. Tem por objetivo possibilitar ao leitor condição para um aprofundamento maior no assunto.” Já as referencias, tratam das fontes efetivamente citadas no corpo da pesquisa com o intuito de fortalecer as idéias do autor. Atualmente o termo bibliografia não é mais utilizado e a terminologia que encabeça a lista dos autores citados, abrange as duas definições e é amplamente aceita nos meios acadêmicos e editoriais é a Referência bibliográfica. As referências são elementos apresentados posteriormente a um texto, porém elas não tratam apenas de textos impressos. Os documentos eletrônicos hoje fazem frente aos documentos impressos e estão em constante atualização e além deles existe uma gama variada de informação em formatos diversos, como CDs, mapas, músicas, vídeos e documentos que necessitam de descrições específicas como documentos jurídicos e patentes. Por essa razão é necessário considerar como essencial a definição e padronização de elementos apresentados nas formas impressas ou os que são apreciados em outros formatos, mas ainda assim precisam ser descritos para garantir a uniformidade da comunicação. Com a padronização da documentação científica, técnica e cultural a eficiência na transferência de informações é garantida. “Referência é um conjunto de elementos que permite a identificação de publicações, no todo ou em parte de trabalho. É uma lista em ordem alfabética dos diversos tipos de documentos citados” (SANTOS; PASSOS, 2000). Para referenciar os documentos existem elementos pré-determinados que devem constar nos registros. Esses elementos podem ser obrigatórios ou opcionais

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e são chamados de elementos essenciais e elementos complementares, respectivamente. Os elementos essenciais são as informações que não podem deixar de constar em uma referência, pois comprometem a identificação do documento. Essas informações estão vinculadas ao suporte documental e variam conforme o tipo. Os elementos complementares são as informações que, acrescentadas às essenciais permitem melhor caracterizar o documento que está sendo referenciado. (SANTOS, 2000)

As informações desses elementos são retiradas dos próprios documentos, e quando isso não é possível a regra nos permite ainda utilizar dados externos ao documento. A proposta da criação de normas sobre referências bibliográficas é restringir ao máximo a forma de apresentação dessas referências visando maior facilidade para o autor que vai fazê-las, para o orientador, professor que vai recuperá-las para comprovação e segurança para o autor citado na hora de verificar que suas idéias foram utilizadas e sua autoridade foi devidamente informada. A falta de compreensão de que as referências são exigências para a melhoria do processo de circulação da informação, facilitando a comunicação entre os pesquisadores, têm levado os estudantes, os autores à improvisação. É necessário compreender que, diferentemente de outros processos de aprendizagem, a elaboração/formatação de uma referência não oferece nenhuma margem à criatividade ou invenção pessoal; neste caso, o procedimento segue o trilho da exatidão, no sentido de que existem normas para isso e ela deve ser objetivamente seguida. Ainda que a pesquisa e elaboração constituam relevante parcela da realização de um trabalho, o processo de normalizar esse trabalho deve ser considerado como objeto de obtenção de grau de qualidade reconhecido pelo meio acadêmico, científico e cultural. Qualquer informação especializada será inútil se não puder recuperar e comprovar as idéias de terceiros que foram utilizadas como base e suporte no seu desenvolvimento.

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5 NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL O objetivo principal da padronização internacional é facilitar o intercâmbio de bens e serviços através da eliminação dos obstáculos técnicos. A ISO 92010 aponta três entidades que são responsáveis pelo planejamento, desenvolvimento e adoção das normas internacionais, a International Organization for Standardization – ISO (Organização Internacional de Normalização) é responsável por todos os setores, excluindo a área de eletrotécnica que é da responsabilidade da Internacional Electrotechnical Commission – IEC (Comissão Internacional de Eletrotécnica) e a maioria das tecnologias de telecomunicações são responsabilidade da Internacional Telecommunication Union – ITU (União Internacional de Telecomunicações). Este trabalho tratará da ISO, como organismo principal de normalização internacional, do ISO/TC 46, comitê responsável pelas normas de informação e documentação e pela ISO 690 – Information and documentation – Guidelines for bibliographic references and citations to information resources. (Informação e documentação – Orientações para referências bibliográficas e citações).

5.1 Internacional Standardization Organization - ISO

A ISO (2010) conta do início da sua história no dia 14 de outubro de 1946, 64 delegados de 25 países reuniram-se em Londres para tratar de uma nova organização internacional cujo objetivo seria facilitar a coordenação internacional e a unificação das normas industriais. Os debates levaram a criação da ISO e sua primeira assembléia geral teve lugar em Londres, no dia 24 de outubro de 1946. A 15ª ratificação da constituição e as regras de procedimento foram recebidas pela Secretaria Central em 23 de fevereiro de 1947 e assim a ISO iniciou oficialmente as suas funções tendo como países participantes África do Sul, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Checoslováquia, China, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Itália, Iugoslávia, México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Palestina, Polônia, Reino Unido, Suécia, Suíça e União Soviética. A ISO (2010) revela que a palavra iso é um nome, e não uma sigla. ISO é um termo grego que significa “igual” e foi o escolhido para nomear a organização que trataria de igualar métodos e procedimentos em todo o mundo.

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Na época de criação da ISO, em 1947 já havia aproximadamente 150.000 normas nacionais. Consequentemente, os esforços foram concentrados na tentativa de harmonizar essas normas. Nos anos que se seguiram à guerra, contudo houve pouco interesse nesse esforço. Foi somente no princípio da década de 50 que a ISO começou a andar com passos largos. Ela se concentrou no princípio em normas de engenharia mecânica, porém o trabalho efetivo não obteve o resultado esperado porque cada país possuía suas práticas enraizadas e nenhum queria mudar suas normas básicas. A década de 60 deu forma a normalização internacional. A revolução nos meios de transporte contribuiu para um explosivo crescimento do comércio internacional, além disso, o desenvolvimento de empresas multinacionais, que encontraram suas atividades obstruídas pelo conflito entre normas nacionais, o crescente interesse das autoridades governamentais em uma plataforma técnica internacional para o desenvolvimento de regulamentos não conflitantes; a criação de institutos de normalização em muitos países que compreenderam a necessidade de bases internacionais sadias para o trabalho nacional tornaram as atividades das ISO de suma importância para a atividade normativa mundial. A ISO é uma organização não governamental, formada por organismos de normalização nacional de 163 países com sua secretaria central situada em Genebra, Suíça. É uma das principais organizações a nível mundial, que em regime voluntário se dedica a produção de normas técnicas. O objetivo principal da padronização internacional é facilitar o intercâmbio de bens e serviços através da eliminação de obstáculos técnicos. A ISO é formada pelos membros mais representativos na normalização de um país chamados de national standard bodies. Existem três categorias de filiação à ISO: membership – associados que possuem participação ativa na política e técnica de desenvolvimento de trabalhos; correspondent members – membros que não tem participação ativa no desenvolvimento dos trabalhos, mas são informados de todos os trabalhos realizados pela ISO e subscriber members – países membros de baixa economia e pouca representação em normalização, mas recebem atualizações e informações sobre os trabalhos que estão sendo realizados. A ABNT (2010) revela que o Brasil é um membership e participa ativamente em 54% dos trabalhos da ISO. Uma norma internacional encarna os princípios essenciais para abertura global, transparência, consenso e coerência técnica. O trabalho de elaboração de

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normas internacionais é descentralizado, pode ser da responsabilidade de um techincal committee (comitê técnico), de um subcommittee (subcomissão) ou de um working group (grupo de trabalho), sendo que as subcomissões e os grupos de trabalho podem ser responsáveis por uma norma, mas eles são sempre subordinados a um comitê técnico. Cada comitê técnico tem um secretário responsável de algum national standard bodie, atribuído pela ISO. Cada comitê tem uma área de atuação, as subcomissões tratam de assuntos mais específicos dentro do âmbito do assunto principal do comitê e os grupos de trabalho são os especialistas que trabalham na elaboração das normas nos comitês ou subcomitês. Por exemplo, o ISO/TC 46 é responsável pelo assunto: Informação e documentação, sua subcomissão, o ISO/TC/SC 9, é responsável pela parte de identificação e descrição de documentos e o WG 5, que atua dentro da SC 9, trata do assunto de numeração internacional para periódicos (ISSN). O processo de normalização internacional é mostrado pela ISO (2010) e possui duas formas de funcionamento: quando não existe um comitê técnico que trate do assunto de necessidade o technical management board,órgão responsável pela gestão geral, planejamento estratégico, coordenação e desempenho das atividades técnicas da ISO estabelece um technical committee (TC) e aprova os títulos, escopo e programa de trabalho deste; e quando o assunto já existe no âmbito de algum TC, estabelece-se um projeto de norma. Uma vez estabelecido um projeto de norma, é necessário que 5 p-members1 decidam dar suporte ao trabalho de normalização, trabalho este, que será conduzido no âmbito de um working group (WG), célula inicial para o desenvolvimento do projeto de norma que poderá estar alocado em um TC ou subcommittee (SC). São 6 os estágios para elaboração de uma norma: Estágio 1 – apresentação de propostas de novos assuntos de trabalho: NWIP

new work item proposal – proposta para novo item de trabalho

Estágio 2 – preparação de projetos de trabalho. Os projetos são chamados de drafts. AWI

approved work item – estudo aprovado, mas sem projeto de

trabalho disponível WD 1

working draft – projeto de trabalho

Existem 2 tipos de participação nos technical committees(TC): p-members (membro pleno) obrigados a participar ativamente dos trabalhos, bem como votar em todas as questões formalmente submetidas e o-members (membro observador) - autorizados a acompanhar os trabalhos recebendo toda a documentação pertinente, tendo direito a voto, mas sem ter sua opinião considerada.

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Estágio 3 – exame e aprovação dos drafts pelo comitê com vistas à sua submissão como projetos de norma internacional. CD

committee draft – projeto do comitê

Estágio 4 – distribuição dos projetos de norma internacional da ISO para análise e votação. DIS

draft internacional standard – projeto de norma internacional

FCD

final committee draft – projeto do comitê final

Estágio 5 – distribuição do projeto final de norma internacional pelos membros da ISO para votação final. FDIS

final draft internacional standard – projeto final de norma

internacional Estágio 6 – publicação da norma. ISO

international standard – norma internacional

Resumidamente, o produto resultante do trabalho do WG é o WD que será em seguida revisado e processado pelo TC ou SC para que, em subseqüente estágios, seja submetido à consulta e votação pelos p-members e torne-se sucessivamente um DIS, um FDIS e, finalmente, uma ISO.

Figura 3 – Processo de normalização ISO Fonte: O Autor (2010)

5.2 ISO Technical Committee 46 – Information and Documentation

A história da normalização de documentos na ISO teve início em 1947 com a criação do ISO/TC 46 – Information and documentation com escopo na uniformização das práticas relativas a bibliotecas, centros de documentação e informação, indexação e serviços relacionados a ciência da informação. Possui 33 pmembers e 42 o-members, onde o Brasil está incluído.

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A primeira norma publicada pelo ISO/TC 46 foi a ISO/R 30:1956 – Bibliographic strip sobre a criação de um código bibliográfico unificado e foi cancelada em 04.05.1992. Durante as décadas passadas, inúmeras ferramentas foram concebidas na área de documentação em uma escala internacional para identificar, classificar, buscar e trocar todos os tipos de documentos. Por causa da extensa produção de documentos eletrônicos e a transformação da estrutura do papel e das práticas de catalogação, classificação, etc. em sistemas automatizados houve uma perda do controle e da segurança da informação. A troca de informações nos dias atuais é generalizada e abrange vários setores; não se trata mais de padronização apenas para bibliotecas, centros de documentação, a necessidade de atualização é urgente para toda comunidade mundial, a qualquer pessoa que lide com qualquer tipo de documento. A adoção de padrões abertos e genéricos tornou-se imperativa. Fornecer orientação para facilitar o registro e gestão da informação é a responsabilidade do ISO/TC 46. Segundo a ISO (2010), o TC 46 segue a seguinte estrutura: ISO/TC 46 - Information and documentation Secretaria responsável: AFNOR Secretária: Katell Gueguen Criado em: 1947 Normas ativas: 96 Working groups 2 : TC46/WG2 - Coding of country names and related entities; TC46/WG 3 - Conversion of written languages; TC46/WG6 - Storage for archive materials TC 46/SC 4 Technical interoperability Working groups: TC46/SC4/WG7 - Data elements; TC46/SC4/WG10 - XML Holdings schema; TC46/SC4/WG11 - RFID in libraries; TC46/SC4/WG12 – WARC TC 46/SC 8 QUALITY - Statistics and performance evaluation Working groups: TC46/SC8/WG2 - International library statistics; TC46/SC8/WG4 Performance

indicators

for

libraries;

TC46/SC8/WG5

-

Price

indexes;

TC46/SC8/WG6 - Statistics on production of books; TC46/SC8/WG7 - Quality

2

Grupos de trabalho que funcionam diretamente dentro do ISO/TC 46. Os grupos de trabalho funcionam tanto dentro dos próprios comitês quanto de suas subcomissões subordinadas.

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measures for national libraries; TC46/SC8/WG8 - Statistical data for library buildings; TC46/SC8/WG9 - Statistics and quality issues for web archiving TC 46/SC 9 Identification and description Working groups: TC46/SC9/WG1 - International standard audiovisual number (ISAN); TC46/SC9/WG2 - International standard work code (ISWC); TC46/SC9/WG3 - International standard textual work code (ISTC); TC46/SC9/WG4 - International standard book numbering (ISBN); TC46/SC9/WG5 - International Standard Serial Number (ISSN); TC46/SC9/WG6 - International Standard Name Identifier (ISNI); TC46/SC9/WG7 - Digital Object Identifier (DOI) system; TC46/SC9/WG8 - Structured vocabularies; TC46/SC9/WG9 - Information and documentation - International standard collection identifier (ISCI); TC46/SC9/WG10 - International Standard Recording Code (ISRC) TC 46/SC 11 Archives/records management Working groups: TC46/SC11/SWG - Program coordination group; TC46/SC11/WG1 - Metadata; TC46/SC11/WG3 - Access frameworks; TC46/SC11/WG4 - Self assessment guide; TC46/SC11/WG5 - Records management; TC46/SC11/WG6 Work Process Analysis for recordkeeping; TC46/SC11/WG7 - JWG on Digital records preservation; TC46/SC11/WG8 - Records management systems - Fundamentals and Vocabulary;

TC46/SC11/WG9

-

Records

management

fundamentals



Requirements; TC46/SC11/WG10 - Implementation Guidelines for Digitization of Records;

TC46/SC11/WG11

-

Risk

assessment

for

records

systems;

TC46/SC11/WG12 - Digital records conversion and migration process

5.3 ISO 690 Information and documentation – Guidelines for bibliographic references and citations to information resources

As normas de referências bibliográficas que serão abordadas neste TCC, em âmbito internacional, pertencem ao ISO/TC 46, e sua subcomissão TC 46/SC 9 – Identificação e descrição. Dentro desta não existe nenhum grupo de trabalho responsável por elas, logo, elas são subordinadas a SC 9 diretamente. A primeira norma de referência publicada pelo ISO/TC 46 foi a recomendação ISO R 77 de 1958, em francês, antes dela existiram as PR (project recommendation) 23 – Citações bibliográficas e PR 24 – Referências bibliográficas, que se fundiram e tornaram-se a ISO R 77. Em 1968 circulou para conhecimento a recomendação ISO

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R 690 de 1968 até 1975 quando foi publicada como uma norma internacional, ISO 690: 1975 - Documentation -- Bibliographical references -- Essential and supplementary elements (Documentação – Referências bibliográficas – Elementos essenciais e complementares). Ela diz das referências bibliográficas como um conjunto de dados precisos e detalhados para identificar uma publicação ou uma parte dela. Indica os elementos essenciais para descrever uma obra e para fazer citações da mesma; aponta a ordem dos elementos; a forma de transcrever o nome dos autores, título, data e abreviações (esses elementos foram inicialmente publicados na ISO R 77: 1958 e republicados nesta). Mostra também novos elementos para identificar natureza, âmbito, autoridade, período, traduções; já fala de periódicos, local, data, tamanho, formato (A4, A5), forma de paginação, indicação de bibliografias, ilustração, sumários. Essa norma foi revisada em 1987 e publicada a sua segunda edição, a ISO 690:1987 - Documentation – Bibliographic references – Content, form and structure (Documentação – Referências bibliográficas – Conteúdo, forma e estrutura) que apresenta uma definição das partes que constituem uma publicação bibliográfica e os tipos de publicação. Indica a forma de referenciar e citar monografias, periódicos, capítulos, artigos, já inclui patentes como documentos (que não foram abordadas na edição anterior). Trata da transcrição dos elementos tal como consta na fonte, detalhes estilísticos. Admite o uso de ferramentas para ressaltar ou enfatizar elementos, como negrito ou itálico. Outra nova informação na edição de 1987 é a adoção de adições e correções entre parênteses nas referências e citações. Na norma de 1975 as organizações como autoridade principal já eram citadas, nesta edição, também aborda-se as organizações, obras diferentes que possuem autores diferentes, como compositores, por exemplo, a indicação de editores como responsáveis principais de uma obra; obras de até três autores, mais de três autores e responsabilidade desconhecida (onde coloca-se anônimo no lugar do nome do autor). Quanto ao título, diz da forma de transcrição do título e de casos de mais de um título, subtítulo e abreviação para títulos muito extensos. Trata de obras seriadas. Aponta a entrada do local, mais de um local ou local desconhecido; publicações que levam mais de um ano (iniciada e publicada em um ano e finalizada em outro ano). As notas também são indicadas nesta edição. A utilização e forma de descrição do ISBN é abordada pela primeira vez. Fala da forma de organização alfabética das listas de referências bibliográficas, e apresenta o uso do traço para

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referências do mesmo autor nas listas ou a omissão deste, se tratar-se de uma lista de obras de uma única autoria. Define citação e a diferença da lista de referencia. A norma ainda apresenta as formas de referenciar citações, numérica (em notas) ou entre parênteses (primeiro elemento e data). Em 1997, a ISO publicou uma parte 2 da ISO 690 que trata somente de documentos eletrônicos, devido ao crescente número de publicações eletrônicas que eram criadas, mantidas e divulgadas por meio de um sistema de computador. Levando em conta a necessidade de facilitar a circulação da informação em todas as suas fontes e formatos, a segurança e a veracidade da mesma a publicação da ISO 690-2: 1997 - Information and documentation- Bibliographic references - Part 2: Electronic documents or parts thereof (Informação e documentação – Referências bibliográficas – Parte 2: Documentos eletrônicos e suas partes) foi muito bem aceita pela comunidade mundial. Apesar da complexidade dos documentos eletrônicos, os estudiosos, pesquisadores precisavam criar referências para esses recursos eletrônicos, a fim de documentar as suas investigações. Esta parte da ISO 690 fornece orientação sobre a criação dessas referências bibliográficas. A norma estabelece uma ordem para os elementos da referência e estabelece convenções para a transcrição e apresentação das informações obtidas a partir do documento de origem eletrônica. Apresenta definições de componentes eletrônicos que fazem parte do ambiente dos documentos eletrônicos como, programa de computador, banco de dados, lista de discussão, correio eletrônico, arquivo, host document, versão. Aponta as fontes de informação principais do documento eletrônico como título, data e local (endereço eletrônico da página). Indica os elementos obrigatórios e opcionais de um documento eletrônico no todo e em parte. A paginação nessa edição depende da forma de apresentação do documento eletrônico (páginas de internet não são paginadas). Repete a informação das edições anteriores que permite o uso de itálico ou negrito para enfatizar informações e permite adições e correções entre colchetes (na edição de 1975, usava parênteses). A parte 2 da ISO 690 traz especificação de cada elemento de uma referência bibliográfica de documento eletrônico. A indicação de responsabilidade principal permanece a mesma das edições anteriores; para mais de três autores, a necessidade e informar até o terceiro e os demais podem ser suprimidos pela abreviação “et all” após o último nome; em caso de autoria desconhecida, o título

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entra como primeiro elemento, no lugar do nome (a edição anterior usava anônimo no lugar do autor). As omissões indicadas por reticências entre colchetes; quando nenhum título é encontrado, deve-se indicar as primeiras palavras do documento, seguido de reticências; em casos de listas de discussão ou emails, o assunto deve ser usado como título. O tipo de documento eletrônico deve ser indicado entre colchetes após o título (cd rom, online, banco de dados, lista de discussão, email). Informa a forma de apresentação de autoria secundária (como tradutores, remetentes de emails). A indicação do local deve ser feita no idioma original (New York) e indicado entre parênteses quando for necessário diferenciar (Rio de Janeiro (RJ)) ou quando não é um local muito conhecido (Gif-sur-Yvette (França)); quando o local da publicação não puder ser localizado, mas for fácil de identificar, registrar entre colchetes, ou se não houver local e nem como identificá-lo, inserir “sine loco” ou a abreviação “s.l.” entre colchetes, ou informar o locar da rede onde o documento se encontra (banco de dados, emails). Para editor, não incluir designações de empresa, ou instituições (Inc., LTDA, faculdade), para casos de editor desconhecido usar “sine nome” ou a abreviação “s.n.” entre colchetes ou indicar o endereço eletrônico do documento quando o editor não puder ser identificado (Available from: ). As datas dos documentos eletrônicos podem ser incluídas informando dia, mês e ano de acesso se não for possível saber a periodicidade da publicação; o tempo de atualização ou revisão; quando um documento eletrônico abrange mais de um ano e ainda não está finalizado (um banco de dados incompleto, por exemplo); a data de início do documento deve ser seguida de um hífen e espaço; se data de início não for encontrada na tela inicial, a data das primeiras entradas devem ser usadas; se a data não puder ser localizada de nenhuma forma usar a expressão date unknown no lugar da data. Nas notas são identificadas o tipo de mídia (fita magnética: 9 faixa, 6250 bpi, formato ASCII), os requisitos de sistema e atualização (updated weekly, continually update). A edição de 1997 repete as instruções de citação dos documentos como na edição anterior sem nenhum tipo alteração. A terceira e última edição da norma sobre referências foi publicada no dia 15 de junho de 2010 e cancela e substitui as edições de 1987 e de 1997. A ISO 690:2010 - Information and documentation - Guidelines for bibliographic references and citations to information resources (Informação e documentação – Orientações para referências bibliográficas e citações), continua tratando das citações junto às referências e nessa atualização inclui materiais cartográficos, músicas, gravações,

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fotografias, figuras e recursos audiovisuais. Ela se exime de repetir as questões de estilo e pontuação das referências já tratadas nas edições anteriores. Como suas antecessoras, ela traz definições de partes de obras com novas informações referentes a componentes de mapas e fotografias, por exemplo. Informa a localização das informações a serem colhidas em todos os tipos de documentos citados; qualquer dado que não for citado na fonte da informação, mas for possível localizar, informar entre colchetes. Cita a norma ISO responsável pelas regras de abreviação de termos bibliográficos e informa que as abreviações fora desse padrão devem ser evitadas nas referências. Mostra a ordem em que os elementos da referência devem aparecer. No caso de autoria desconhecida indica os nomes e a ordem de preferência em que devem aparecer. Adições informando formação, posição, cargos podem ser incluídos entre colchetes. O nome de organizações só podem ser usados pelas iniciais quando pelas foram reconhecidas pelas mesmas (UNESCO, por exemplo), para distinguir instituições diferentes com o mesmo nome, deve ser informado o nome do local de ambas entre colchetes. Diz que os nomes da autoria principal devem vir transcritos na forma: nome de família primeiro e após o nome, e a autoria secundária pode vir transcrita da forma normal, porém o nome de família continua em caixa alta (MURET, Pierre and Philippe SAGNAC). A regra do et, all para mais de três nomes continua em vigor nesta edição. Para obras anônimas, esta edição admite o uso da expressão “anon” no lugar do nome do autor. Sobre títulos, a norma define quais títulos devem ser transcritos nas diferentes formas de suporte e informa que quando se trata de material cartográfico, a local de cobertura deve aparecer no título obrigatoriamente ainda que não seja informado. Fala do uso do In: para identificar a publicação original, quando se referenciar um capítulo da mesma. Indica que a transcrição da designação do documento deve ser feita entre colchetes ([braile], [DVD], [blu-raydisc], [mapa]). A edição, local e editora seguem as mesma regras das edições anteriores da norma. Confirma a utilização do ISBN, ISSN e outros números identificadores nas referências. Classificação, tamanho, preço, idioma, marca registrada são informações que podem constar na referência. A seção 15 da norma dá especificações a tipos de documentos eletrônicos, como tipo de mídia, requisitos do sistema, edição, data de acesso e disponível em, software de computador (no caso de referência do próprio software), material audiovisual, material cartográfico, filmes, vídeos, transmissões, músicas, relatórios, normas técnicas. O anexo A da norma de 2010 trata dos métodos de citações,

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citações diretas e indiretas, sistema numérico ou autor-data. O anexo B traz a forma de apresentação das referências, indicando seus elementos obrigatórios e opcionais em tabelas. O anexo C traz exemplos da lista de referência bibliográfica. As edições da norma sobre referência bibliográfica evoluíram com o tempo e em virtude da grande difusão da web e da necessidade de incorporação de informação de diversos formatos aos documentos publicados. Todas oferecem exemplos de todas as formas e diretrizes que especificam. A intenção é fornecer uma forma única, mais completa possível e que garanta a segurança e a qualificação

da

informação

ao

ser

referenciada

por

terceiros.

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6 NORMALIZAÇÃO NACIONAL

A normalização brasileira teve início a partir de uma necessidade pontual de um setor, onde através disso o pensamento de normatizar e normalizar produtos tomou forma e se tornou imperativo no país. A ABNT (2006) aponta que a motivação para se elaborar normas técnicas brasileiras surgiu primeiro para a tecnologia do concreto, para substituir as normas que eram utilizadas pelos diversos laboratórios de ensaio do país, cujas discrepâncias tinham sido detectadas pela Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP. Essa falta de uma norma padronizada, que criava condições para que a análise dois corpos de ensaio similares gerassem resultados diferentes, era admitida inclusive pelos dois laboratórios mais importantes do país: o Instituto Nacional de Tecnologia – INT, do Rio de Janeiro, e o Instituto de Pesquisas tecnológicas – IPT, de São Paulo. Conscientes do problema apontado pela ABCP, esses laboratórios encabeçaram a ação conjunta de diversas entidades que resultaram na criação de uma entidade nacional de normalização. Este TCC apresenta a Associação Brasileira de Normas Técnicas como foro único de normalização nacional, o ABNT/CB-14 – Informação e Documentação, comitê

técnico

responsável

pelas

normas

na

área

de

documentação

e

biblioteconomia e as edições da norma ABNT NBR 6023, que trata das referências bibliográficas no âmbito nacional.

6.1 Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

A ABNT (2006) revela que em 1937 foi realizada no Rio de Janeiro uma reunião de Laboratórios de Ensaios de Materiais, no INT com o objetivo de aprimorar pesquisas, consolidar novas tecnologias e maior entendimento e cooperação entre os laboratórios. Já em 1938 e 1939 com o início do desenvolvimento industrial brasileiro, foram realizadas as primeiras reuniões entre o IPT e o INT, forjando as bases para a criação de um organismo brasileiro de normalização. Em 28 de setembro de 1940, na sessão solene inaugural da 3ª reunião de laboratórios nacionais de ensaios, foi fundada a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a aprovação do seu primeiro estatuto. Nos primeiros anos, durante a segunda grande guerra, a ABNT funcionava no Rio de Janeiro preparando

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normas de emergência, principalmente para o setor têxtil. Em 1942, ela se expandiu à São Paulo e entre 1950 e 1960 criou delegacias nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Brasília. O crescimento da ABNT a projetou a nível internacional e em 1947 participou ativamente da fundação da ISO, sendo eleita para compor o primeiro conselho daquela instituição, junto com mais 24 países. Em 1961, no Uruguai, foi a vez da ABNT participar da criação da Comissão PanAmericana

de

Normas

Técnicas

(COPANT),

destinada

a

promover

o

desenvolvimento da normalização técnica e atividades afins em seus países membros, com o fim de promover seu desenvolvimento comercial, industrial, científico e tecnológico. Em 1962, a ABNT foi reconhecida por lei como Órgão de Utilidade Pública pelo Governo brasileiro. Em 1992, por meio da Resolução nº 6 de 24 de agosto do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO, 2003), fez-se o reconhecimento da entidade como único Foro Nacional de Normalização. Em 1991, a ABNT participou da criação do Comitê Mercosul de Normalização (CMN), com a finalidade de apoiar a integração e a concretização do mercado único, e buscar uma participação mais efetiva no mercado mundial e em 2000 foi firmado convênio com o Grupo Mercado Comum e o organismo passou a ser chamado de Associação Mercosul de Normalização (AMN), reconhecido como o Foro Regional de Normalização para o Mercosul. A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, de utilidade pública. A primeira norma da ABNT data do ano de sua criação, 1940, a NB-1 e trata de Cálculo e execução de obras de concreto armado. A ABNT foi reconhecida por lei como órgão de utilidade pública, que instituiu um regime obrigatório de preparo e observância das normas técnicas nos contratos de compras do serviço público de execução direta, concedida, autárquica ou de economia mista. Alguns convênios foram realizados visando à realização de estudos específicos para órgãos governamentais: Ministério da Indústria e Comércio, Banco Nacional da Habitação, Eletrobrás e Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Através da Lei 5966:1973 (BRASIL, 1973), foram criados o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO), o Conselho

Nacional

de

Metrologia,

Normalização

e

Qualidade

Industrial

(CONMETRO) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Este sistema objetiva formular e executar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos

38

industriais. É formado por entidades públicas e privadas que exerçam atividades relacionadas com os seus objetivos. Seu órgão normativo e superior é o CONMETRO e o INMETRO é órgão executivo e vinculados ao Ministério da Indústria e do Comércio. Pela resolução nº 07 de 13/12/75 (CONMETRO, 2003) as normas eram classificadas como: •

Norma compulsória (NBR-1) - de uso compulsório em todo o território nacional;



Norma referendada (NBR-2) – compulsória para o poder público;



Norma registrada (NBR-3) – normas voluntárias que recebem registro pelo INMETRO;



Norma probatórias (NBR-4) aquelas em fase experimental, com vigência limitada, no INMETRO, de acordo com as diretrizes estabelecidos pelo CONMETRO.

As normas publicadas pela ABNT eram classificadas como NBR-3 e eram registradas pelo INMETRO com um número próprio, e além disso, segundo Monteiro (1997) elas ainda obedeciam a uma tipologia definida pela ABNT: •

Procedimento (NB) – fixa condições para a elaboração de documentos em geral;



Especificação (EB) – fixa condições exigíveis para a aceitação e/ou recebimento de matérias-primas, produtos semi-acabados ou acabados;



Padronização (PB) – destina-se a restringir a variedade, com objetivo de uniformizar características especificas dos materiais;



Método de ensaio (MB) – destina-se a prescrever a maneira de verificar as características, condições ou requisitos exigidos;



Terminologia (TB) – defini termos técnicos empregados a um determinado setor;



Simbologia (SB) – estabelece convenções gráficas para conceitos, grandeza, sistemas ou partes de sistemas;



Classificação (CB) – ordena, designa conceitos ou objetos.

39

Em 1992 a ABNT passou a registrar suas normas, deixando de ser competência do INMETRO a atribuição de numeração NBR, e ela passou a adotar a terminologia NBR ao invés das terminologias alfanuméricas 3 e posteriormente ABNT NBR. A ABNT (2006) define que o processo de elaboração de normas técnicas é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização

Setorial

(ABNT/ONS).

Dentro

desses

organismos

funcionam

subcomitês (SC) e comissões de Estudo (CE), e dentro destas existem grupos de trabalhos (GT) que são os técnicos responsáveis pelo conteúdo da norma. A elaboração de uma norma brasileira é iniciada sempre que a sociedade se manifesta buscando a padronização de algum assunto ou objeto, gerando uma demanda. Depois, o ABNT/CB ou ABNT/ONS analisa a solicitação, verifica sua viabilidade e prioridade e a inclui no seu Programa de Normalização Setorial (PNS), encaminhando- a à uma CE. Caso não exista CE, providencia-se sua criação. No caso de não existir um ABNT/CB ou ABNT/ONS, é feito um trabalho de conscientização do setor, para que se tome a iniciativa de criá-lo. Se o assunto não justificar tal medida, por ser muito restrito, cria-se então uma Comissão de Estudo Especial (ABNT/ CEE), que cuidará apenas da elaboração da norma solicitada. A Comissão elabora o Projeto de Norma Brasileira. A participação na CE é voluntária e aberta a todo e qualquer interessado no assunto objeto da norma. Todas as opiniões são analisadas e discutidas, sendo a decisão tomada por consenso entre seus membros. Após o processo de desenvolvimento, o Projeto de Norma Brasileira é submetido a uma Consulta Nacional e qualquer interessado pode emitir sua opinião quanto ao conteúdo do documento. Essa consulta recomenda à CE a sua aprovação, com sugestões, ou a sua não aprovação, com objeções técnicas. A CE analisa as sugestões ou objeções técnicas ao Projeto de Norma Brasileira, convidando os seus autores a participar da reunião final de aprovação, para que defendam pessoalmente suas posições. Como resultado, a CE pode aprovar o Projeto como Norma Brasileira ou retornar à etapa anterior, de elaboração, a fim de proceder a um novo estudo caso as objeções técnicas sejam julgadas relevantes. Após o projeto de norma ser aprovado em consulta nacional, ele é encaminhado ao CB ou ONS para adequação ao layout da norma e é encaminhada à publicação e disponibilizada à sociedade.

3

Alfanuméricas eram as normas que eram publicadas pela ABNT como PB, EB, NB, MB, TB, CB e SB.

40

Figura 3 – Processo de normalização ABNT Fonte: O Autor

6.2 ABNT Comitê Brasileiro 14 – Informação e Documentação

A ABNT possui ainda uma outra classificação para as suas normas: normas horizontais, que são “aquelas normas de gestão que não contemplam um setor, produto ou serviço específico, mas são aplicáveis a todos eles.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2006) Nesse conceito se enquadra o Comitê Brasileiro 14 – Informação e Documentação. A padronização dos documentos no Brasil teve início em 06 de maio de 1968 com a criação do CB 14 que recebia o nome de CB-14 Finanças, Bancos, Seguros, Comércio, Administração e Documentação, com o escopo em normalização no campo de finanças, bancos, seguros, comércio, administração e documentação, compreendendo práticas adotadas em bibliotecas, centros de documentação e de informações, no que concerne a terminologia, requisitos, serviços e generalidades, segundo a ABNT (2006). Atualmente, o CB recebe o nome de ABNT/CB – 14 Informação e Documentação e tem seu escopo voltado para normalização no campo

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da informação e documentação compreendendo as práticas relativas a bibliotecas, centro de documentação e informação, serviços de indexação, resumos, arquivos, ciência da informação e publicação. A estrutura do CB 14 é apresentada pela ABNT (2006) da seguinte forma: ABNT/CB 14 – Informação e Documentação Gestora: Rosa Maria Corrêa Secretaria Técnica: ABNT – Gerência do Processo de Normalização Contato: Denise Araújo Normas ativas: 29 Comissões de Estudo CE 14:000:01 – Documentação CE 14:000:02 – Estatísticas e Avaliação de Desempenho CE 14:000:03 – Identificação e descrição Grupo de Trabalho GT Terminologia 6.3 ABNT NBR 6023 – Informação e documentação – Referências – Elaboração A primeira norma de referência bibliográfica é datada de 1970 como NB 66 – Referências bibliográficas. Esta norma possui 5 edições até a edição atual de 2002. 5.3 ABNT NBR 6023 - Informação e documentação - Referências - Elaboração Referenciar um documento é indicar publicações de outro autor ou mais que foram consultadas para a elaboração de uma pesquisa, um trabalho. Segundo Passos (2001) as referências são “um conjunto de elementos que permitem a identificação no todo ou em parte; esses elementos podem ser essenciais ou complementares e são extraídos do documento que estiver sendo referenciado.” França (2001) diz que as referências bibliográficas são apresentadas: Em lista própria, incluindo-se todas as fontes efetivamente utilizadas para a elaboração do trabalho. Essa lista, numerada sequencialmente, deve obedecer a uma ordem alfabética única de sobrenome de autor e título para todo o tipo de material consultado.

A ABNT (2002) na norma brasileira 6023 estabelece os elementos a serem incluídos em referências, fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação. Esta Norma destina-se a orientar a preparação e

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compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros. A primeira edição da 6023 é de 1970, publicada como NB 66 e não se aplica a incunábulos, obras raras e manuscritos, define referências bibliográficas como um conjunto de indicações precisas e minuciosas quem permitem a identificação de publicações, no todo ou em parte. Define elementos essenciais como elementos indispensáveis à identificação de publicações mencionadas em qualquer trabalho elementos complementares como dados facultativos que, acrescentados aos essenciais, permitem melhor caracterizar, localizar ou obter as publicações referenciadas. Indica onde encontrar os elementos da referência em uma obra. Enumera os elementos a serem descritos como autor, título, título original em caso de tradução, tradutor, local de publicação, editor quando não coincidir com o autor, data, número de página ou volume, dimensão (tamanho em cm), título da série, indicação de separata, bibliografias, resumos e sinopses, preço e notas. Já trata de partes de obras coletivas, atas de congressos, volumes, capítulos, fragmentos e trechos, publicações periódicas no todo, em parte, artigos de periódicos, fascículos, patentes, documentos jurídicos. Expões as regras de pontuação das referências: devem ser separadas por ponto e dois espaços, nas notas por vírgula, fala do hífen entre as páginas bem como as datas limites. As informações que não constam na obra, mas podem ser identificadas, devem figurar entre colchetes, fala das fontes a serem utilizadas, do uso do “In” em partes de uma obra. As expressões latinas e abreviaturas são apreciadas nessa norma, porém, não é explicado seu significado e nem seu uso. Nas listas ordenadas alfabeticamente, as referencias devem vir numeradas e nas ordenadas sistematicamente elas devem vir precedidas de seu número de classificação. Os nomes dos autores entram pelo sobrenome em caixa alta, seguido do nome separado por vírgula, quando possui mais de um autor usa-se “&” entre eles quando forem dois e ponto e vírgula quando for mais de dois ou usar a expressão “et alii”. Os títulos são considerados somente quando forem indispensáveis a identificação do autor. Pseudônimos devem entrar entre colchetes. Fala de entidades coletivas como autor principal, e quando o país é indicado na autoria principal quando se tratar de órgãos administrativos. Países conhecidos por siglas podem entrar pela sigla. Órgãos que são subordinados à outros, o órgão superior deve entrar como principal seguido do órgão subordinado. A norma de 70 já utiliza o traço nas listas de referência quando se trata do mesmo autor e quando em

43

partes de uma obra, o nome do autor também é substituído pelo traço. Os títulos são reproduzidos tal qual aparecem na obra, podem ser suprimidos com três pontos se forem muito extensos. Se a entrada de autoria for feita pelo título a primeira palavra deve ser grafada em caixa alta. Em periódicos o título sempre entra com autoria principal, mesmo que existam autores. Em caso de tradução, o título na língua vernácula deve vir entre colchetes e o idioma em notas. O local deve vir indicado com o nome do país quando for o caso de cidades homônimas, quando há mais de um local, indica-se somente o primeiro. As datas devem vir sempre em números arábicos. A numeração das páginas vem seguidas de “p” e nas referencias de artigos de periódicos as abreviaturas para volume são substituídas por itálico, o numero do fascículo vem entre parênteses e o número de páginas após dois pontos. Ilustrações vem indicadas por “il”. Explica a forma de referenciar por notas de rodapé e fala das formas de citações e suas ligações com as listas de referência. Em 1974 foi publicado um projeto de revisão da norma 1970, que não foi publicado e um segundo projeto de revisão em 1977 que gerou a segunda edição da 6023 em 1978 ainda como NB 66. Ela indica o objetivo, definições, localização e especificações e ordem dos elementos como sua versão anterior. Nas regras de gerais de apresentação traz novas informações como notas especiais que se apresentam entre parênteses quando se tratar de série e a barra transversal na separação dos meses em publicações seriadas, o caso de compilador considerado como autor, que deve conter a abreviatura “comp.” após o nome. Em 1978 já existia código de catalogação, logo, a entrada por nomes de entidades coletivas passam a seguir as regras vigentes nos códigos de catalogação. Em casos onde exista o título de várias edições de uma obra referenciada sucessivamente deve ser substituído por um traço de extensão dupla nas referências seguidas à primeira. O “ed.” Para indicar edição começa a ser usado nessa atualização da norma. O local traz a opção de usar a expressão sine loco, abreviada em “s.l.” em casos de lugar não especificado. O mesmo acontece nos casos de editor, usa-se a abreviatura “s.ed.”, para datas usa-se “s.d.”. Traz uma lista anexa da abreviação dos meses do ano, indica a opção de usar estações do ano ou indicações de semestre, trimestre, bimestre para indicar a periodicidade. Fala da abreviação “s.n.t.” quando não possuir local, editor e a data. As informações da edição anterior sobre referências bibliográficas em notas de rodapé não constam nesta edição de 1978. Essa edição

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já não trata mais de citações por já possuir uma norma especifica para esse assunto, a NB 896 (NBR 10520). Em 1989, uma terceira edição da 6023 foi publicada já adotando o código NBR 4. Esta edição já trata de materiais especiais como mapas, gravações, filmes, porém na seção 4 que trata da localização dos elementos da referência ela ainda se dirige apenas a documentos impressos e escritos. As referências legislativas são tratadas nessa edição como nas anteriores, porém há uma nota explicativa dizendo que tal texto está sendo revisado pela Comissão de Documentação Jurídica e pode ser anulado. Nessa edição a margem da segunda linha sob a terceira letra da linha inicial é tratada pela primeira vez. Há novas informações sobre pontuação entre os elementos. A entrada por mais de um autor passa a ser obrigatória indicar os três nomes dos autores se forem apenas três e usar “et. al.” quando se tratar de mais de três. Autoria intelectual (organizador, coordenador) também é tratada nessa edição. Para entidades coletivas, indicar o local entre parênteses quando se tratarem de instituições homônimas. Cidades homônimas também devem vir com seus respectivos estados, país entre parênteses. No caso de falta de editora e fala de local indicar as abreviaturas de sine nomine “s.n.” e sine loco “s.l.”, respectivamente, e não mais “s.n.t.” como na edição anterior. Indica as formas de grafar datas que não podem ser identificadas entre colchetes ([1981?], [197-], [ca. 1960]). Admite o uso do algarismo romano em minúsculo para indicar páginas que contenham informações muito importantes. Publicações não paginadas pode ser indicado a expressão “não paginado” ou “paginação irregular”. Os materiais especiais só são descritos na seção 12.2 de descrição física e indica o registro da unidade física do material e a designação específica entre parênteses. A seção 14 trata da lista ordenada de referência bibliográficas e de remissivas. Esta edição também possui um anexo com a abreviatura dos meses em português, espanhol, italiano, francês, inglês e alemão. Dois meses depois foi publicada uma errata corrigindo erros ortográficos e supressões. No ano de 2000, foi publicada uma quarta edição da 6023 substituindo a de 1989 e baseada nas ISO 690 e 690-2. Ela apresenta objetivo, normas complementares a esta edição e uma definição dos elementos presentes nas 4

As edições de 1974 e 1978 foram publicadas com a numeração alfanumérica adotada pela ABNT – NB 66. Em 1989 as normas ABNT ainda eram registradas pelo INMETRO, mas a ordem era adotar a numeração dada pelo Instituto e não mais a numeração alfanumérica.

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referências. A seção 5 repete a localização dos elementos como em todas as edições anteriores. O alinhamento da referência deixa de ser a partir da terceira letra na segunda linha da mesma e passa a ser toda alinhada à margem esquerda do documento. A forma de apresentação da norma muda, tornando mais claro a identificação dos tipos de documentos tratados e os exemplos de referências. As publicações eletrônicas passam a ser identificadas nesta edição. É dito a necessidade da descrição física do meio ou suporte. O endereço eletrônico e da data de acesso são elementos essências ao documento, quando se tratar de documentos online. Os materiais especiais que já foram citados na edição anterior, também são tratados nesta, porém com mais atenção, detalhes e exemplos que deixavam a desejar na edição anterior. Documentos audiovisuais (DVD, fita de vídeo), iconográficos (fotografias, cartazes, desenhos técnicos), cartográficos (mapas, globos), sonoro e musical (cd, partitura), tridimensionais (esculturas, maquetes) são especificados, descritos seus elementos e a forma de referenciá-los mostrada em exemplos. Além dos documentos eletrônicos (que são documentos iguais aos documentos em meio físico, porém legíveis por um computador), a edição de 2000 também trata dos documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico (como base de dados, listas de discussão, sites, emails). A indicação de ilustrações nessa edição ganha mais uma forma: “il. color.” para ilustrações coloridas. A ordenação das referências é mais bem explicada nessa edição e se adota a terminologia dos sistemas numéricos (por ordem de citação no texto) e alfabético (autor-data). Anexos, existem os quadros de abreviatura dos meses do ano em português, espanhol, italiano, francês, inglês e alemão e um índice remissivo. A última edição da 6023 foi publicada em 2002 e cancela e substitui a norma de 2000. Traz novas informações sobre regras de apresentação das referências quando aparecerem em notas de rodapé, sobre os recursos tipográficos para destacar elementos. Os elementos complementares quando usados em uma referência devem obrigatoriamente ser usados nas demais. Essa edição traz uma nota alertando sobre a referência de documentos eletrônicos de curta duração na web. As publicações eletrônicas são trabalhadas novamente, de forma mais abrangente (cada tipo de documento aparece nas suas formas físicas e nas formas eletrônicas, inclusive documentos iconográficos, cartográficos, sonoro). Nos documentos de acesso exclusivo, há uma nota alertando sobre as referências de emails e recomendando o seu não uso. O Código de Catalogação Anglo-Americano

46

é referência nessa norma para indicação de autoria. Na ordenação das referências, a informação nova é um aviso do não uso de notas de rodapé concomitantemente ao sistema de referência numérico. O restante da norma não tem alterações e repete as informações da edição de 2000. Uma das características observadas é que as normas da ABNT são muito revisadas, mas não há grandes mudanças no conteúdo na norma. As opiniões se dividem, porque para alguns as revisões repetindo o conteúdo da edição anterior e apenas

indicando

algumas

novidades facilitam

o uso, porque

assim

os

pesquisadores se preocupam apenas com as novas informações. E há ainda o grupo que defende a atualização da norma apenas quando existir conteúdo novo suficiente para haver um aproveitamento maior da edição, mas há de se convir que se a comissão de estudos esperar haver conteúdo novo suficiente para produzir quase uma nova norma, a versão em vigor vai deixar de cobrir vários materiais e requisitos por muito tempo, devido a constante atualização de formatos de hoje em dia e quando a nova norma for publicada os pesquisadores terão que praticamente reaprender a referenciar.

47

7 ESTUDO COMPARATIVO As normas apresentadas neste TCC tratam do mesmo assunto, porém em diferentes esferas. A ISO 690:2010 é uma norma internacional e como vimos anteriormente, de acordo com o nível da normalização, ou seja, quanto mais alto for, menos exigente a norma se torna. O nível internacional é o último nível de normalização, esse pode ser um dos motivos para explicar a diferença entre a norma internacional e norma brasileira. A ABNT NBR 6023 não é uma adoção da ISO 690. A ABNT possui três formas de fazer normas: de acordo com uma nova demanda, por adoção idêntica de uma norma regional ou internacional e baseada em uma norma regional ou internacional. A adoção de normas se trata da publicação de uma norma brasileira com o conteúdo idêntico a uma norma regional ou internacional publicada anteriormente e adota-se a nomenclatura da instituição junto à da ABNT. Ex. A ABNT NBR ISO 9001 é uma adoção idêntica da ISO 9001, pois possuem conteúdo idêntico. A norma ABNT NBR 6023 é uma norma baseada na ISO 690, isto é, segue alguns pressupostos da norma internacional, mas possui conteúdo técnico próprio. A ISO 690 foi publicada dois anos antes da 6023, mas a edição brasileira de 1970 não era baseada na ISO ainda, só a partir da edição de 2000 que a ABNT tomou por base as edições da ISO de 1987 e 1997. Entre as edições das normas elas já existem diferenças entre si. A primeira edição da 6023 trata apenas de livros e como materiais diferentes, anais, atas de congresso, periódicos e documentos jurídicos. Traz além das referências, uma parte sobre citações. A segunda edição possui novas informações na descrição de periódicos e adota a entrada por nomes de entidade de acordo com o código de catalogação vigente, o traço de extensão dupla nas listas de referências, o uso das expressões latinas (s.l., s.ed., s.d. e s.n.t) e o anexo da abreviatura dos meses do ano em 6 idiomas e não trata mais de citações. A terceira edição apresenta documentos diferentes como mapas, filmes, gravações, porém esses materiais foram apenas indicados nessa edição, porque a forma de referenciá-los aparece muito aquém das especificidades de cada material, as referências passam a ser apresentadas sob a 3ª letra na segunda linha e as expressões latinas se reduzem ao sine nomine e sine loco. A quarta edição é a que mais se difere das demais pela

48

inclusão dos documentos eletrônicos e ela é baseada na ISO 690 e na parte 2 dela. O alinhamento da referência passa a ser na margem esquerda. Mostra os documentos

audiovisuais,

iconográficos,

cartográficos,

sonoros,

musicais

e

tridimensionais, eles são especificados nesta edição com mais atenção e detalhes do na edição anterior e nos anexos possui um índice remissivo. A última edição define as regras de apresentação de forma mais detalhada e visualmente melhor do que nas edições anteriores. Os documentos eletrônicos são tratados em sua totalidade. A norma da ISO também diverge entre suas edições. A edição de 1968 e 1975 é bastante simples e trata das referências de livros e periódicos apenas. A edição de 1985 detalha melhor as formas de referenciar os documentos e inclui patentes e documentos jurídicos, permite adições e correções, faz referência a autoria por compositores, o que subentende-se que esta norma trata de composições ou documentos sonoros, porém no conteúdo dela não há nada que leve a referencias desses documentos, traz também novos elementos essenciais e complementares e o uso do ISBN. A parte 2 da 690 foi um grande avanço e trata apenas de documentos eletrônicos, leia-se programas de computador, bancos de dados, listas de discussão e e-mails.as expressões latinas só parecem nessa edição da norma (s.l. e s.n.) e as supressões e adições passam a figurar entre colchetes e não mais entre parênteses como na edição anterior. A última edição de 2010 apresenta documentos impressos, eletrônicos, material cartográfico, audiovisual, músicas, gravações, fotografias e figuras, o modo de transcrever o nome dos autores também só aparece nesta edição (nas anteriores guiava-se apenas pelos exemplos) e a norma adota a expressão “anon” para publicações anônimas, que não era usado em nenhuma edição. O confronto das normas inicia-se pela questão das citações, que a ISO 690 trata das citações junto com as referências em todas as suas edições, a ABNT possui uma norma própria para citações. Apesar da 6023 só apresentar a informação de baseada em uma norma ISO na edição de 2000, podemos notar as influências da norma ISO desde a sua primeira edição, os títulos das seções seguem o padrão da ISO e as forma de apresentação das primeiras edições também. A primeira norma de citação da ABNT, a NB 896 foi tirada da ISO 690. A partir da atualização de 2000, a 6023 entrou em conformidade com a norma internacional, 690. As diferenças são: a ISO de 1987 não volta a 2ª linha na

49

referência sob a 3ª letra; usa and entre os autores e algumas abreviações, na imprenta de acorda com a língua inglesa, é possível escolher entre a expressão inglesa ou a expressão latina, como por exemplo, “place of publication unknown” para “sem local de publicação” ou sine loco como nós usamos. O uso do traço duplo na lista de referências só é usado na norma brasileira e a normas internacional permite a omissão do nome do autor no caso de mais de uma obra do mesmo citada na lista. Os colchetes são usados para adições e supressões desde a primeira edição da 6023, enquanto na ISO a edição de 1968 e 1987 usam parênteses, isso é verificável porque a tradução de colchetes e parênteses para o inglês é a mesma, “brackets”, mas pelos exemplos que figuram nas normas percebe-se que nas duas primeiras edições tratava-se de parênteses, e a partir da parte 2, o uso dos colchetes começou, talvez por influência da norma brasileira. A ISO permite o uso de anônimo no caso de autor desconhecido, o que na norma brasileira não acontece, a entrada é feita pelo título. A forma de transcrição do nome do autor também diverge, já que a 6023 trata do sobrenome primeiro em caixa alta independente da quantidade de autores, a 690 só pede o sobrenome antes do nome próprio do autor para o primeiro autor da referência, a partir do segundo autor os nomes podem aparecer da forma nome próprio-sobrenome, com o sobrenome em caixa alta. A pontuação é outro quesito que distancia as normas, a ISO usa os exemplos de suas referências com uma pontuação específica, mas deixa claro que isso não faz parte das recomendações da norma, enquanto a NBR mostra como deve ser a pontuação da referências e estabelece-a com regra a ser seguida. Quanto à apresentação das normas, também existem diferenças, a ISO trata de cada elemento, dando exemplos apenas daquele elemento e fornece no final um anexo com exemplos das referências completas, a 6023 a partir de 2000 traz as referências completas e diferentes de cada elemento tratado em seu conteúdo. Esses são apenas alguns exemplos, abaixo serão indicados no quadro as principais diferenças entre as últimas edições das normas de referências, do lado direito as partes da norma 6023 e os exemplos das referências e no lado esquerdo a ISO 690 e seus exemplos. Os elementos destacados indicam as diferenças no elementos apresentados em cada norma.

50

Quadro comparativo entre a ISO 690 e a ABNT NBR 6023 ISO 690

ABNT NBR 6023 Ordem dos elementos

A ISO traz a ordem dos elementos da A ABNT não apresenta mais essa referência

informação Regras de apresentação

A

ISO

descreve

cada

elemento

da A NBR já entra direto nos tipo de

referência antes de citar os tipos de documentos documentos

e

nos

exemplos

de

referência Monografia no todo

HAMILTON, Alastair, Sjouke VOOLSTRA, and Piet VISSER, eds. From martyr to muppy (Mennonite urban professionals): a historical introduction to cultural assimilation processes of a religious minority in the Netherlands, the Mennonites. [Amsterdam, Netherlands]: Amsterdam University Press, 1994.

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132. ISBN 85-228-02688.

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ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.

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51

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WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 1998.

Eventos, eventos em meios eletrônicos, documentos jurídicos e documentos jurídicos em meio eletrônico A ISO não trata mais desse tipo de material, A NBR mostra cada tipo e oferece nessa edição

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A ISO 690 de 2010 evoluiu no tratamento dos materiais especiais, principalmente os documentos eletrônicos, em contrapartida ela se eximiu de repetir temas já tratados em suas edições anteriores, tomando por pressuposto que aqueles já eram princípios conhecidos e enraizados, daí a não necessidade de repeti-los e apenas indicar novas modalidades. A edição de 2010 visualmente e

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tecnicamente evoluiu em grande escala, ainda que não contemple a totalidade das formas de informação que podem ser documentadas hoje. Porém, como já foi dito, uma norma de nível internacional pressupõe padrões genéricos e elásticos, requisitos mais específicos e detalhados cabe às normas nacionais. A ABNT NBR 6023 apesar de sua última atualização ser de 2002, oito anos atrás, tem atendido às necessidades acadêmicas, científicas e editorais. Ao contrário da 690, a 6023 se atualiza, mas repete as informações de suas edições seguintes e vai acrescentando os novos pressupostos. A maior fonte de dúvidas se deve a variedade de formatos da informação; apesar da norma contemplar uma variedade de materiais especiais, a questão da localização dos elementos essenciais e complementares desses materiais desperta muita incerteza, porque mesmo com os exemplos contidos na norma, muito da comunicação atual não transmite com clareza ao autor, aluno, pesquisador o mínimo dos elementos essenciais que deve conter uma referência.

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8 CONCLUSÃO A normalização hoje é muito importante para sociedade. A área industrial, comercial já sabe disso há anos. O foco atual está na questão da qualidade, sustentabilidade e acessibilidade que as normas vêm tratando e vem atraindo cada vez mais publico. Contudo, as normas horizontais (normas de documentação) também são de muito interesse para a comunidade acadêmica e científica, por todos os motivos que foram expostos durante o trabalho, e talvez principalmente por oferecer aos documentos uma visibilidade única em qualquer local, ou seja, um documento padronizado é um documento universal, que pode ser localizado e compreensível para qualquer pessoas de qualquer nível e de qualquer lugar. A questão da padronização da informação precisa ser divulgada e incentivada em todas as esferas da comunicação, não apenas como requisito para obtenção de aprovação em um trabalho acadêmico, ou para submeter um artigo. Os autores devem preocupar-se com a normalização não apenas para fins de aceitação de sua pesquisa, mas sim com a compreensão de que a normalização oferece ao seu trabalho um grau de qualidade e visibilidade ímpar. É preciso que os autores, alunos, pesquisadores vejam a normalização como aliado e não como um fator complicador, para isso existem as normas e para isso elas precisam ser claras e objetivas, para que o pesquisador opte na voluntariedade da norma, em seu uso, por saber que esse uso trará benefícios a informação que está sendo dada. As instituições acadêmicas, os centros de pesquisa, as bibliotecas, os organismos normalizadores precisam divulgar a importância da normalização também na área da documentação, da informação. Entre normas nacionais e internacionais na área de informação e documentação existem aproximadamente 150 normas destinadas a apresentação e revisão de originais, indexação, citações, referências bibliográficas, numeração padrão, publicações periódicas, codificação de nomes, arquivos, identificação e descrição e etc. A norma de referências bibliográficas é uma das quais mais faz parte da vida de um estudante, autor, pesquisador. Referenciar as obras que foram consultadas na elaboração de uma pesquisa é para muitos, motivo de preocupação e medo. As referências possuem elementos que precisam ser descritos e informados, e atualmente com o avanço da tecnologia, a informação se apresenta em diversas formas, e achar e descrever os elementos obrigatórios de uma referência à essa

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informação é o que deixa muita gente de cabelo em pé. As normas hoje contemplam boa parte dessas formas de apresentação da informação, mas ainda existem dúvidas, porque os exemplos tratados nas normas (que é onde o aluno, autor mais se fixa para conseguir referenciar sua lista de obras) são demasiadamente simples. Por exemplo, as normas não tratam da questão de atualização de páginas da internet, elas dizem que a data de uma referência pode ser dada pela data de atualização do site, porém como achar essa informação, não é dito. A norma se torna muito teórica, compreendendo algumas informações que solucionam certas dúvidas, mas deixando muitas outras questões sem a clareza que quem vai fazer uma referência precisa. A lista de referências que deveria servir para recuperar e verificar as informações ditas em um trabalho acaba se tornando uma complicação a mais para quem precisa recuperar alguma informação descrita ali, porque a referência foi feita de forma incorreta. A falta de informação sobre normalização contribui para o quadro de desinteresse e de falta de atenção especial à padronização de documentos, o papel do bibliotecário é colaborar para a mudança dessa perspectiva. É preciso uma divulgação do papel da normalização na documentação, na biblioteconomia por parte dos bibliotecários, uma explicação do processo de normalização. A participação na elaboração de uma norma é pública. Com todas as dúvidas que as normas ainda causam aos seus consumidores, nada mais justo que esses mesmo consumidores colaborem na tentativa de sanar essas duvidas. Conclui-se que é necessário mais conhecimento sobre a normalização, sobre sua importância nos meios acadêmicos; mais estudos sobre as normas, para facilitar seu entendimento e participação mais ativa de toda a comunidade intelectual na elaboração de uma norma, porque considerando que, o fato de existirem normas que orientam a forma de se construir um trabalho acadêmico é porque pressupõe-se que esta é a forma certa. O papel de uma norma técnica é ser clara, simples, objetiva e principalmente útil. O conhecimento das necessidades e dúvidas de uma área para referenciar documentos ou para fazer citações ou para apresentar originais deve levar a essa mesma área a buscar pela melhoria desses serviços que estabelecem essas diretrizes. Normalizar é necessário, podemos substituir os padrões, mas não eliminá-los.

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