A parte do Leão: articulação de Espanha e míngua de Galiza, 2009
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"Y sobre todo, lo que 110 sabemos que haya en otra nacián alguna del mundo es la nobleza de Galicia, pues todos los señores naturales de ella sacan la sustancia de sus vasallos y de Sil patria para irla a gastar en las extrañas tierras en servicio de Dios y de
A PARTE DO LEAO: ARTICULA~AO DE ESPANHA E MíNCUA DE CALIZA. ErnestoVázquez Souza Ao nao ser eu mais que urn mero amador da historia da Galiza,
e nao
um
historiador
demais
convidados,
donaire, quitamos la e y ponemos la i algunas veces diciendo "traidor"; y así otro
Galega e também por este me sentar, ainda impostor, no
portugués,
mejor informado que Brito,
dos organizadores
destas Jornadas
meio de tamos e valiosos estudosos Se o tema escolhido
decia que los gallegos tenian tanta honra y
tan sobrada,
Galiza como nacáo minguante,
ellos
mismos
la
arrastraban en las cosas de poca importancia, haciendo donaire de algunos
devemos
cuentos de si mismos. "
vitirnada
nos
por Castela
da Escola Popular da nossa história.
já por Lopez Carreira, de penso que para fazé-lo
precisamente
diferente a habitual. Afastar-nos
enfrontarem
Diego Sarmiento de Acuña, 1614
situar
poI a deferencia
polas pessoas que me convidaram
foi ampliar a nocáo, apontada
que
obrigado
os
Rey; de que tomó origen el proverbio de "Gallego traedor", y nosotros mismos por
Sil
fico duplarnente
como
numa
perspetiva
da idéia de LIma Galiza
e da te se-mito
das suas elites
urna e outra vez o processo
de "doma e
castracáo" . Neste
sentido
os trabalhos
e divulgacóes
de Camilo
Nogueira', Anselmo López Carreira', André Pena Graña', 7
José M. Barbosa4 entre outros que vérn nos últimos anos
Mas este apagar da Galiza é o efeito também por
trazerem luz e perspetivas sobre a pré-história, a ldade
necessidades
media e a se conetar com os trabalhos que sobre o a
procurado polas elites e com a colaboracáo destacada e
Galiza na Restauracáo, de preguerra,
participacáo de boa parte das próprias elites galegas,
o franquismo,
na
justificacáo
do
modelo
estadual
Galáxia e a cultura galega vém fazendo outros autores
apostando permanentemente
como Luis Lamela, Dionisio Pereira, Antón Capelán, ou
projeto Espanha em todas e cada urna das suas fases de
Antonio Miguez", revisitando o sentido dos velhos mitos
construcáo.
historiográficos galegos impugnados pola historiografia
Convinha botar um olho
compostelá, sobre a idéia simples mas laceradora da
perspetiva da Galiza ser realmente "a parte do Leáo" nos
influencia que sobre tudo exerce o tremendo filtro do
Reinos da Coroa de Castela e como a organizacáo do
franquismo e antes da Restauracáo Canovista.
Território e a articulacáo do estado espanhol sup6e urna
Franquismo, omnipresente na reelaboracáo da história e
constante rningua da Galiza, como idéia, origem e mesmo
prolongado pola Transicáo, como último elemento numa
urna parte motor da Monarquia.
corren te de falsificacáo histórica contemporánea
do
Desde a mesma simbologia do Reino Duplo Casteláo-
que nasce contra a
Leones a Galiza está presente. Nesse Escudo em origem
nacionalismo espanhol moderno
polo poder e portanto polo
a história
de Espanha desde a
Galiza vencedora de Napoleáo e o Liberalismo em 1814.
Real esse leáo (de ascendencia Sueva segundo alguns
Apagar Galiza da historiografia espanhola tem sido urna
autores e provavelmente estilizacáo de outro mais antigo
tarefa complexa,mas continuada. Urna fascinante falsificacáo
celta) é o símbolo heráldico dos Reis da Galiza, ajuda a
e mixtificacáo com mudanca de perspetiva sucedida em
entender muitas vezes de que é que realmente se está a
longas fasese correlativaa emergencias e destaques da Galiza
falar quando
e os galegosno devir da História de Espanha.
"castelhanos" .
8
se fala dos
feitos
de Castela e os
11. 2. Tombo A. Arquivo Catedral de Compostela. Legionensium et GalJecie" com o símbolo Real Fonte da lmagem: http://en.wikipedia.org/wiki/FiJe:TumboA
Alfonso
VIII,
Rcx
Alfonso.jpg
Il. 1. Foro do Bo Burgo de Castro Caldelas, sécuJoXlll (1228), Arquivo da Casa de Alba editado polo Consello da Cultura Galega. Privilégio Real Rodado. Fonte da lmagem: http://gl.wikipedia.org/wiki /Ficheiro:ForoBoBurgo.jpg
9
Com
a queda
da
Hispánia
goda
e a dorninacáo
filho o futuro
Afonso
VII, senda
Gelmírez,
e Pedro
muculmano (diferente no Norte: bereberé e disperso que
Froilaz de Trava os chefes do Bando galego fronte ao
no Sul: árabe e urbano, continuando
Conde Ansúrez que torcia polo segundo casal da Urraca,
as mesmas pautas
romanas e godas) Galiza vai emergindo
(em todas as
Afonso o Batalhador, Rei de Navarra.
fontes árabes ou nos mapas
conservados)
Personagens
governada por numerosos
medievais
senhores territoriais
herdeiros de mais antigas estruturas competindo
(também
Galiza que compreendem
de poder) que váo
coroa do Imperador
de urna frente Nortenha
A Galiza (com Astúrias e Leáo), o
Cántabro - Viscaínho
e o Basco - Navarro, determinará
cara o Sul sobre
na história
da
o trunfo final do Bando galego,
Afonso de Leáo e Castela.
r-I
dividida em tres
espac;:os geopollticos: na sua expansáo
fundamentais
os germolos da separacáo de Portugal e a uniáo final sob a
entre eles.
A Consolidacáo
e episódios
zonas
de antiga
influencia. Os dous primeiros
seriam os grandes espac;:os de poder
cultural e político na futura coroa de Castela. Ficando o Primeiro
bloco
vencelhado
Aragáo) ao separatista
(até a incorporacáo
condado
Portucalense
Condado de Castela, com germolo também separatista
de
entanto
o
no segundo bloco e
ficaria mais vencelhado
a Navarra e
mais tarde a Aragao. A existencia de um partido casteláo pro-navarro
e anti11.3.Fonte da lmagem: http:// en.wikipcdia.nrgl
galego tomará forma nos tempos de Dona Urraca e o seu
wiki IFile: 720-ibcrian
pcninsulc.png
10
•••••••• ~
el Imagem:
11.4. Fonte
hit!':! /cn.wikip,!dia.org/\\iki/Filc:Europc.south.wcst.kin.odoms
~~
12th.png
Seja como for. O que nos inreressa é o mapa politico do noroeste da Península Ibérica a finais do século XII. Entendendo e espac;:o territorial da Reconquista Isto
é
o peso respectivo
ao entrar na segunda fase.
quando passado o Douro e o espac;:o tribalizado povoado polos
berberes, a invasáo ralentiza-se ao entrar em territórios nao ligados
a Galiza
culturalmente
Repassando
Celta, nem
a Gallaecia
arabizados, organizados
historicamente
romana, e como sabemos já
e fortemente
6
urbanizados •
as fases gerais de
avance para o sul (e tendo em conta que o espayo denominado Reino de Astúrias, Leño, Castela e Le o á
é
inv e n c o" á
da
Historiografia liberal espanhola do século XIX), podemos
ver
como progride a invasáo. 11.4 Foruc da Imagcrn: htt;p:11gl.\\~kipedia.org 1wiki IFichciro: Al-Andalus %28frcnch%29.png
11
Fiquemos com as trés primeiras laminas, dado que a 4" pouco histórica dado que como sabemos como Sevilha foram
tomadas
é
tanto Huelva
de Mouros
-C
nelas a
impronta galega é muito forre ainda no século X Vll- por galegos, notícia que bern percorre Século de ouro espanhol. tomada
polo
mesmíssimo
toda a literatura
Sevilha como
sabemos
Pai Gomes
Charinho"
do foi e
Córdoba polo avó do famoso Grande Capitáo: Goncalo Fernández,
que no dizer de algum historiador
apenas levava segundos
nas suas Guerras
galego
~~~-.~~~--'
de Itália que
nao foram galegos.
11.5 Fonte da lmagem:
Antes, o 25 de maro de 1085, Alfonso Castela entrou
na cidade
de Toledo.
htt¡:>://es.wikipeclia.org/wiki/Archivo:Taifas.svg
VI de León e A partir
desse
Isto explica que na tradicional
imagem de representacáo
momento, a reconquista entra na sua terceira e rápida fase
da Coroa de Castela contra 1400 urn olho atento possa ler
com a tomada das Taifas de Baelajoz e Toleelo.
e entender os equilibrios
A divisáo das Taifas e o protagonismo
que explicam o papel, importancia
ajudará a compreender
na ocupacáo de/as
o desenvolvimento
familiares de poder (e as dependencias
e estruturas
ao Rei) nos novos
-sempre
na legitimidade-
que
ocidental por portugueses,
casteláo-viscaínho
Galegos também com os castelhanos
é
por galegos. Os
tornam a de Toledo
e, portanto
produzirá
momento
no
que neste século váo jogar os
espac;o a entrada
mediterráneo,
de poder
e apostas contrárias
galegos na ascensáo dos Trastámaras
territórios. Pois se a Taifa de Badajoz é tomada na parte a oriental
territoriais
ao poder e os efeitos
porrugués-galego-Ieonésde
um
provencal
Aragáo
até o
e italianizante
e
depois de Navarra. 12
de Ca,tilla
11.6. Tomada de http://es.wikipedia,org/wiki/t\rchivQ:Corona
140Q,svg
Penso que corn estes dous mapas entenderemos estamos a falar e das repercuss6es Estado
contra
Pedro
posterior
intervencáo
Nobreza
Galega
1 e Joana de Isabel
tradicionalista
muito teatral quanto
de que
do duplo golpe de de Trastámara, e Fernando (com
propagandistica
e a
sobre
a
a espetacular decapitacáo
e do
Marechal Pardo de Cela) nos seus feudos intocáveis desde a ongcm
Tomemos
e em boa medida
independentes
seguida da
este mapa sobre este
outro dos terrirórios e reinos dos Reis Católicos
arredor
do ano
1500.
13
reparticáo administrativa entre as chancelarias
Territorial
propaganda,
do bloco ocidental
de Valbadolid,
Norte
do Teijo e
Esta divisáo fazia de Valhadolid
e Granada
capitais de feito dos seus interesses económicos de relacionamento
as
e espa
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