A parte do Leão: articulação de Espanha e míngua de Galiza, 2009

October 10, 2017 | Autor: E. Vazquez Souza | Categoria: Galician History
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"Y sobre todo, lo que 110 sabemos que haya en otra nacián alguna del mundo es la nobleza de Galicia, pues todos los señores naturales de ella sacan la sustancia de sus vasallos y de Sil patria para irla a gastar en las extrañas tierras en servicio de Dios y de

A PARTE DO LEAO: ARTICULA~AO DE ESPANHA E MíNCUA DE CALIZA. ErnestoVázquez Souza Ao nao ser eu mais que urn mero amador da historia da Galiza,

e nao

um

historiador

demais

convidados,

donaire, quitamos la e y ponemos la i algunas veces diciendo "traidor"; y así otro

Galega e também por este me sentar, ainda impostor, no

portugués,

mejor informado que Brito,

dos organizadores

destas Jornadas

meio de tamos e valiosos estudosos Se o tema escolhido

decia que los gallegos tenian tanta honra y

tan sobrada,

Galiza como nacáo minguante,

ellos

mismos

la

arrastraban en las cosas de poca importancia, haciendo donaire de algunos

devemos

cuentos de si mismos. "

vitirnada

nos

por Castela

da Escola Popular da nossa história.

já por Lopez Carreira, de penso que para fazé-lo

precisamente

diferente a habitual. Afastar-nos

enfrontarem

Diego Sarmiento de Acuña, 1614

situar

poI a deferencia

polas pessoas que me convidaram

foi ampliar a nocáo, apontada

que

obrigado

os

Rey; de que tomó origen el proverbio de "Gallego traedor", y nosotros mismos por

Sil

fico duplarnente

como

numa

perspetiva

da idéia de LIma Galiza

e da te se-mito

das suas elites

urna e outra vez o processo

de "doma e

castracáo" . Neste

sentido

os trabalhos

e divulgacóes

de Camilo

Nogueira', Anselmo López Carreira', André Pena Graña', 7

José M. Barbosa4 entre outros que vérn nos últimos anos

Mas este apagar da Galiza é o efeito também por

trazerem luz e perspetivas sobre a pré-história, a ldade

necessidades

media e a se conetar com os trabalhos que sobre o a

procurado polas elites e com a colaboracáo destacada e

Galiza na Restauracáo, de preguerra,

participacáo de boa parte das próprias elites galegas,

o franquismo,

na

justificacáo

do

modelo

estadual

Galáxia e a cultura galega vém fazendo outros autores

apostando permanentemente

como Luis Lamela, Dionisio Pereira, Antón Capelán, ou

projeto Espanha em todas e cada urna das suas fases de

Antonio Miguez", revisitando o sentido dos velhos mitos

construcáo.

historiográficos galegos impugnados pola historiografia

Convinha botar um olho

compostelá, sobre a idéia simples mas laceradora da

perspetiva da Galiza ser realmente "a parte do Leáo" nos

influencia que sobre tudo exerce o tremendo filtro do

Reinos da Coroa de Castela e como a organizacáo do

franquismo e antes da Restauracáo Canovista.

Território e a articulacáo do estado espanhol sup6e urna

Franquismo, omnipresente na reelaboracáo da história e

constante rningua da Galiza, como idéia, origem e mesmo

prolongado pola Transicáo, como último elemento numa

urna parte motor da Monarquia.

corren te de falsificacáo histórica contemporánea

do

Desde a mesma simbologia do Reino Duplo Casteláo-

que nasce contra a

Leones a Galiza está presente. Nesse Escudo em origem

nacionalismo espanhol moderno

polo poder e portanto polo

a história

de Espanha desde a

Galiza vencedora de Napoleáo e o Liberalismo em 1814.

Real esse leáo (de ascendencia Sueva segundo alguns

Apagar Galiza da historiografia espanhola tem sido urna

autores e provavelmente estilizacáo de outro mais antigo

tarefa complexa,mas continuada. Urna fascinante falsificacáo

celta) é o símbolo heráldico dos Reis da Galiza, ajuda a

e mixtificacáo com mudanca de perspetiva sucedida em

entender muitas vezes de que é que realmente se está a

longas fasese correlativaa emergencias e destaques da Galiza

falar quando

e os galegosno devir da História de Espanha.

"castelhanos" .

8

se fala dos

feitos

de Castela e os

11. 2. Tombo A. Arquivo Catedral de Compostela. Legionensium et GalJecie" com o símbolo Real Fonte da lmagem: http://en.wikipedia.org/wiki/FiJe:TumboA

Alfonso

VIII,

Rcx

Alfonso.jpg

Il. 1. Foro do Bo Burgo de Castro Caldelas, sécuJoXlll (1228), Arquivo da Casa de Alba editado polo Consello da Cultura Galega. Privilégio Real Rodado. Fonte da lmagem: http://gl.wikipedia.org/wiki /Ficheiro:ForoBoBurgo.jpg

9

Com

a queda

da

Hispánia

goda

e a dorninacáo

filho o futuro

Afonso

VII, senda

Gelmírez,

e Pedro

muculmano (diferente no Norte: bereberé e disperso que

Froilaz de Trava os chefes do Bando galego fronte ao

no Sul: árabe e urbano, continuando

Conde Ansúrez que torcia polo segundo casal da Urraca,

as mesmas pautas

romanas e godas) Galiza vai emergindo

(em todas as

Afonso o Batalhador, Rei de Navarra.

fontes árabes ou nos mapas

conservados)

Personagens

governada por numerosos

medievais

senhores territoriais

herdeiros de mais antigas estruturas competindo

(também

Galiza que compreendem

de poder) que váo

coroa do Imperador

de urna frente Nortenha

A Galiza (com Astúrias e Leáo), o

Cántabro - Viscaínho

e o Basco - Navarro, determinará

cara o Sul sobre

na história

da

o trunfo final do Bando galego,

Afonso de Leáo e Castela.

r-I

dividida em tres

espac;:os geopollticos: na sua expansáo

fundamentais

os germolos da separacáo de Portugal e a uniáo final sob a

entre eles.

A Consolidacáo

e episódios

zonas

de antiga

influencia. Os dous primeiros

seriam os grandes espac;:os de poder

cultural e político na futura coroa de Castela. Ficando o Primeiro

bloco

vencelhado

Aragáo) ao separatista

(até a incorporacáo

condado

Portucalense

Condado de Castela, com germolo também separatista

de

entanto

o

no segundo bloco e

ficaria mais vencelhado

a Navarra e

mais tarde a Aragao. A existencia de um partido casteláo pro-navarro

e anti11.3.Fonte da lmagem: http:// en.wikipcdia.nrgl

galego tomará forma nos tempos de Dona Urraca e o seu

wiki IFile: 720-ibcrian

pcninsulc.png

10

•••••••• ~

el Imagem:

11.4. Fonte

hit!':! /cn.wikip,!dia.org/\\iki/Filc:Europc.south.wcst.kin.odoms

~~

12th.png

Seja como for. O que nos inreressa é o mapa politico do noroeste da Península Ibérica a finais do século XII. Entendendo e espac;:o territorial da Reconquista Isto

é

o peso respectivo

ao entrar na segunda fase.

quando passado o Douro e o espac;:o tribalizado povoado polos

berberes, a invasáo ralentiza-se ao entrar em territórios nao ligados

a Galiza

culturalmente

Repassando

Celta, nem

a Gallaecia

arabizados, organizados

historicamente

romana, e como sabemos já

e fortemente

6

urbanizados •

as fases gerais de

avance para o sul (e tendo em conta que o espayo denominado Reino de Astúrias, Leño, Castela e Le o á

é

inv e n c o" á

da

Historiografia liberal espanhola do século XIX), podemos

ver

como progride a invasáo. 11.4 Foruc da Imagcrn: htt;p:11gl.\\~kipedia.org 1wiki IFichciro: Al-Andalus %28frcnch%29.png

11

Fiquemos com as trés primeiras laminas, dado que a 4" pouco histórica dado que como sabemos como Sevilha foram

tomadas

é

tanto Huelva

de Mouros

-C

nelas a

impronta galega é muito forre ainda no século X Vll- por galegos, notícia que bern percorre Século de ouro espanhol. tomada

polo

mesmíssimo

toda a literatura

Sevilha como

sabemos

Pai Gomes

Charinho"

do foi e

Córdoba polo avó do famoso Grande Capitáo: Goncalo Fernández,

que no dizer de algum historiador

apenas levava segundos

nas suas Guerras

galego

~~~-.~~~--'

de Itália que

nao foram galegos.

11.5 Fonte da lmagem:

Antes, o 25 de maro de 1085, Alfonso Castela entrou

na cidade

de Toledo.

htt¡:>://es.wikipeclia.org/wiki/Archivo:Taifas.svg

VI de León e A partir

desse

Isto explica que na tradicional

imagem de representacáo

momento, a reconquista entra na sua terceira e rápida fase

da Coroa de Castela contra 1400 urn olho atento possa ler

com a tomada das Taifas de Baelajoz e Toleelo.

e entender os equilibrios

A divisáo das Taifas e o protagonismo

que explicam o papel, importancia

ajudará a compreender

na ocupacáo de/as

o desenvolvimento

familiares de poder (e as dependencias

e estruturas

ao Rei) nos novos

-sempre

na legitimidade-

que

ocidental por portugueses,

casteláo-viscaínho

Galegos também com os castelhanos

é

por galegos. Os

tornam a de Toledo

e, portanto

produzirá

momento

no

que neste século váo jogar os

espac;o a entrada

mediterráneo,

de poder

e apostas contrárias

galegos na ascensáo dos Trastámaras

territórios. Pois se a Taifa de Badajoz é tomada na parte a oriental

territoriais

ao poder e os efeitos

porrugués-galego-Ieonésde

um

provencal

Aragáo

até o

e italianizante

e

depois de Navarra. 12

de Ca,tilla

11.6. Tomada de http://es.wikipedia,org/wiki/t\rchivQ:Corona

140Q,svg

Penso que corn estes dous mapas entenderemos estamos a falar e das repercuss6es Estado

contra

Pedro

posterior

intervencáo

Nobreza

Galega

1 e Joana de Isabel

tradicionalista

muito teatral quanto

de que

do duplo golpe de de Trastámara, e Fernando (com

propagandistica

e a

sobre

a

a espetacular decapitacáo

e do

Marechal Pardo de Cela) nos seus feudos intocáveis desde a ongcm

Tomemos

e em boa medida

independentes

seguida da

este mapa sobre este

outro dos terrirórios e reinos dos Reis Católicos

arredor

do ano

1500.

13

reparticáo administrativa entre as chancelarias

Territorial

propaganda,

do bloco ocidental

de Valbadolid,

Norte

do Teijo e

Esta divisáo fazia de Valhadolid

e Granada

capitais de feito dos seus interesses económicos de relacionamento

as

e espa
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