A peleja pela \"Boa Imprensa\": reflexões sobre os jornais da Igreja, a Romanização dos costumes e a identidade Católica no Brasil. In: Anais do 9º Encontro Nacional de História da Mídia. Ouro Preto: Editora da UFOP, 2013. pp. 01-14.

May 26, 2017 | Autor: Diego Omar Silveira | Categoria: Brasil, Imprensa, Catolicismo
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A peleja pela “Boa Imprensa”: reflexões sobre os jornais da Igreja, a Romanização dos costumes e a identidade Católica no Brasil1 SILVEIRA, Diego Omar2 Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Resumo: Karl Marx, em uma série de artigos publicados em jornais na década de 1840, criticava entre os defensores dos Estados cavalheirescos, a distinção entre a boa e má imprensa, a qual recorriam os defensores de convicções principescas, entre eles os polemistas ultramontanos que defendiam o poder temporal dos papas e inviolabilidade dos estados pontifícios. Herdeira desses princípios, a imprensa católica no Brasil parece ter seguido a risca o projeto de uniformização e normatização do catolicismo romano. Alimentado por mais de um século, esse projeto de boa imprensa, representou também um importante aliado da ortodoxia no sentido de definir com clareza os potenciais inimigos do catolicismo, colaborando também para a conformação de uma identidade católica que se opunha tanto ao catolicismo devocional do período colonial quanto às ideias liberais e republicanas que dominaram os oitocentos. O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre o conjunto desses periódicos publicados na (arqui)diocese de Mariana entre 1846 e 1988, buscando captar nos imaginários sociais e culturas políticas propostos nesses jornais, tendências de mais longa duração que nos ajudem a compreender a formação de uma certa visão de mundo conservadora que parece dominar esses veículos de formação de opinião. Palavras-chave: Boa Imprensa; Igreja Católica; Romanização, Brasil. 1

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Trabalho apresentado no GT de História da Imprensa, integrante do 9º Encontro Nacional de História da Mídia, 2013. Mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e doutorando em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi professor do Departamento de Educação da UFOP entre 2010 e 2012 e, atualmente, é professor do curso de História da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: [email protected].

Os anos que sucederam a realização do Concílio Vaticano II foram no Brasil, como em boa parte do mundo católico, um momento bastante profícuo, no qual diversos intelectuais da Igreja se debruçaram sobre a difícil tarefa de reelaborar identidades católicas que passavam por profundas transformações, reproblematizando, assim, praticamente tudo aquilo que se havia escrito sobre a história do catolicismo brasileiro. Tal como na segunda metade do século XIX, quando a construção de uma identidade católico-tridentina levou a um processo de institucionalização do catolicismo, com seus ritos e práticas, as últimas décadas do século XX assistiram a uma dissolução dos modelos prestabelecidos, às vezes mesmo estáticos, de “ser católico”.3 Se por um lado a instituição se via desafiada pelo legado conciliar a reformular os modelos tridentinos de clero, de Igreja e de sua relação com o mundo, por outro a sociedade civil assistia também a uma polarização de identidades sociais e políticas, em um país que consolidava sua entrada no capitalismo industrial em meio a uma ditadura militar que durou mais de duas décadas. Tal polarização parece ter sido, na maioria das vezes, captada no interior da Igreja Católica por uma clivagem entre conservadores e progressistas, aclarada aos poucos pelos posicionamentos políticos da militância católica (leiga ou eclesiástica) 4 e que acabou constituindo o eixo de análise para alguns cientistas sociais que dedicaram seus trabalhos à tentativa compreender as transformações do catolicismo brasileiro na contemporaneidade. Exemplos típicos desse esforço de pesquisa podem ser visualizados na obra de Thomas C. Bruneau que, “combinando as variáveis institucionais nos níveis nacionais e locais”, objetivava “apresentar uma visão holística da Igreja e da situação religiosa no Brasil”, o que permitiria “avaliar o papel da Igreja e da religião no desenvolvimento brasileiro e especular sobre o futuro do Estado autoritário e centralizador, e do modelo socioeconômico promovido por ele”.5 Assim também, outro brasilianista, Scott Mainwaring, propunha, uma década mais tarde, levar em consideração essa díade na elaboração de uma nova tipologia que permitisse captar os diferentes posicionamentos de grupos dentro da Igreja, ligados a visões de mundo distintas e que alimentavam, 3

Cf. propõe o teólogo João Batista Libanio, em seu importante livro A volta à grande disciplina. 2º ed. São Paulo: Loyola, 1984. 4 FERNANDES, Rubem César. “Conservador ou progressista: uma questão de conjuntura”. In: Religião e Sociedade. Rio de Janeiro: ISER, v. 9, julho de 1983. pp. 59-62. 5 BRUNEAU, Thomas. C.. Religião e politização no Brasil: a Igreja e o regime autoritário. Tradução de Margarida Oliva. São Paulo: Loyola, 1979. p. 20.

por isso, conflitos entre objetivos políticos e sociais variados. Mas o que parecia estar em jogo, nesse caso, era compreender a “capacidade da Igreja de promover mudanças internas e desenvolver novos vínculos com a sociedade como um todo, inclusive com o sistema político”,6 levando em consideração seus interesses institucionais, como o refluxo ou a expansão de suas influências. No entanto, mais do que um debate externo, essas mesmas categorias marcaram também um debate eclesiológico, decisivo tanto para a recepção do Vaticano II (19621965) no Brasil, quanto na delimitação dos marcos teóricos que nortearam as análises sobre as apropriações do Concílio pela Igreja brasileira. Temos destacado, nesse sentido, o peso de algumas leituras (teológicas ou sociológicas) ainda muito marcadas por uma aposta institucional na mudança e seu destacado papel na conformação de modelos (tipos-ideais quase) de recepção, pautados igualmente na dicotomia entre conservadores e progressistas, muito utilizada para categorizar a participação dos bispos brasileiros no Concílio, desde a fase preparatória – com os vota – até a implementação das diretrizes conciliares pelos prelados em suas Igrejas locais.7 Isso implicou, quase sempre, a impossibilidade de vislumbrar recepção em dioceses que não haviam passado por significativa renovação teológica e pastoral ao longo das duas décadas que sucederam o Concílio – o que, de fato, parecia um movimento hegemônico na América Latina, embalado pelas Conferências Episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979) – e o pouco interesse em estudar a atuação de bispos que por serem moderados ou tradicionalistas, permaneceram invisíveis para os historiadores da Igreja na sua tentativa de implementar em suas (arqui)dioceses os documentos e orientações emanados do Concílio Vaticano II. Émile Poulat, importante sociólogo francês, já nos alertava que, diante de eventos da grandeza do Vaticano II, a experiência vivida pelos sujeitos “raramente chama nossa atenção: só queremos ver os resultados”.8 Mas nesses casos, os resultados não saltam aos olhos, pois estão diluídos em transformações lentas, conjugadas a movimentos iner-

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MAINWARING, Scott. A Igreja Católica e a Política no Brasil (1916-1985). Tradução de Heloísa Braz de O. Prieto. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 21. 7 Discuto mais longamente essas questões em minha dissertação de mestrado: SILVEIRA, Diego Omar. Sacerdos Magnus. Dom Oscar de Oliveira, O Arquidiocesano e a recepção fragmentada do Concílio Vaticano II na Arquidiocese de Mariana (1959-1988). 2009. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Mariana, 2009. 8 POULAT, Émile. “L’avenir d’un Concile: imprévu et imprévoyant”. In: La Pensée, n. 304, 1996. p. 27.

ciais e inspirados em uma visão de mundo conservadora9 que as matrizes historiográficas mais ligadas ao pensamento de esquerda tenderam a ignorar. Dessa forma, o foco privilegiado recaiu para os historiadores do catolicismo (nesse momento pelo menos) sobre os contextos de mudança e seus elementos detonadores, enquanto tudo aquilo que ligava a religião católica ao passado ou à tradição parece ter sido paulatinamente afastado do horizonte, ganhando contornos mal delineados, que de tão distantes passaram a soar anacrônicos. Isso porque, a própria experiência foi apagando da vida religiosa dos católicos uma vivência espiritual que tinha na Igreja e em seus dogmas, na moral e nos sacramentos instâncias normativas de primeira ordem,10 capazes de estruturar suas visões de mundo e garantir que suas condutas e sentimentos mais íntimos estivessem pautados nas normas de pertencimento à fé católica.11 Algo que Poulat chegou a denominar como a fortaleza do catolicismo: “verdades para se crer, virtudes a praticar e mandamentos a serem observados. Um programa parado e codificado, uma rede de agências e de atividade para colocá-lo em obra, para colocá-lo em prática e inculcá-lo, um mantimento hierarquizado para controlá-lo e regular o seu funcionamento”.12 Sabemos hoje que essa identidade católica foi muito lentamente gestada a partir do fim da Idade Média, tendo como dois de seus destacados momentos o Concílio de Trento (1545-1563) e, um pouco mais tarde, o século XIX que, embalado no contexto de restauração, elevou ao máximo, nos anos que circundam a realização do I Concílio Vaticano (1869-1870), os anátemas da Igreja à ordem política e social moderna e a exaltação de seus modelos de devoção e espiritualidade, como saídas exemplares à degeneração dos tempos. Para diversos analistas, esse movimento representa uma tentativa de opor ao isolamento externo uma consolidação interna da Igreja Católica. Mesmo que na política, 9

Referimo-nos aqui à visão de mundo conservadora no mesmo sentido em que MANNHEIM, Karl. “O pensamento conservador”. Tradução de Sylvia Lyra. In: MARTINS, José de Souza (org.). Introdução crítica à sociologia rural. São Paulo: HUCITEC, 1981. pp. 77-131. 10 Ver o excelente trabalho de BERGER, Peter & LUCHMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a orientação do homem moderno. Tradução de Edgar Orth. 2º ed. Petrópolis: Vozes, 2005; e para uma análise mais especificamente voltada para o catolicismo: ROSADO-NUNES, Maria José. “O catolicismo sob o escrutínio da modernidade”. In: MARTINO, Luís Mauro Sá & SOUZA, Beatriz Muniz (org.) Sociologia da Religião e Mudança Social. São Paulo: Paulus, 2004. pp. 22-36. 11 Cf. aponta VINCENT, Gerard. “Os católicos: o imaginário e o pecado”. In: PROST, Antoine & VINCENT, Gerard (org.). História da Vida Privada 5: da Primeira Guerra aos nossos dias. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. pp. 393-426. 12 POULAT, Émile. Église contre Bourgeoisie. Introduction au devenir du catholicisme actuel. Tournai: Casterman, 1977. p. 31.

na filosofia, nas ciências e na cultura o catolicismo perdesse espaço, internamente, “o papismo e o marianismo disseminavam o calor do lar: segurança emocional através de todo tipo de devoção popular, desde peregrinações, passando pelo culto à eucaristia, até as celebrações de maio, quando Maria era homenageada com velas e flores”,13 aliadas a condenações firmes e veementes contra tudo que se opunha à força da Instituição. Elementos que para o teólogo Hans Küng foram decisivos para manter “os católicos da segunda metade do século XIX e da primeira metade do XX amarrados em um meio confessional com sua própria visão de mundo. Mal notavam quão burocratizada e centralizada era a estrutura do ministério da Igreja”,14 o que permitiu que essa estrutura fosse, ao mesmo tempo, modernizada e sacralizada. Não é de se estranhar, assim, que sejam concomitantes o endurecimento do discurso dos papas que bradavam contra a liberdade de consciência e de imprensa15 e o nascimento de jornais e revistas católicas,16 nos quais vários intelectuais ligados à instituição assumiam o ideal da recristianização da sociedade, em uma espécie de cruzada contra a “corrupção dos costumes”, capitaneada, aos olhos da Igreja, pela má imprensa, responsável pela publicação livros e opúsculos – “pequenos no tamanho, mas grandíssimos por malícia” – no intuito de “propagar doutrinas perversas e nocivas à religião e ao Estado”.17 Também no Brasil, a imprensa católica nasce para se opor a laicização da sociedade e dos costumes, havendo ainda entre nós um fato adicional que merece destaque. O próprio desenvolvimento da fé católica no Brasil se havia feito por uma matriz ibérica na qual o trono e o altar permaneceram ligados através da instituição do Padroado, o que significou para os brasileiros um catolicismo não muito conforme aos padrões romanos e à progressiva normatização e clericalização impostas pela Santa Sé 13

KÜNG, Hans. A Igreja Católica. Tradução de Adalgisa C. da Silva. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 203. 14 KÜNG, 2002, op. cit. p. 203. 15 Ver a Encíclica de GREGÓRIO XVI. “Mirari Vos. Condenação do indiferentismo religioso e da liberdade de consciência, de imprensa e de pensamento” (1832). In: COSTA, Lourenço (org.). In: Documentos de Gregório XVI e Pio IX. Tradução de Darci L. Marin. São Paulo: Paulus, 1999. p. 27. 16 É desse período a fundação da Revista Civiltà Cattolica (1850) da Companhia de Jesus e o surgimento de alguns importantes articulistas católicos, entre os quais merecem destaque Louis-Ambroise De Bonald (1754-1840), Joseph De Maistre (1753-1821) e, mais tarde, Louis Veuillot (1813-1886), a quem Michel Lagrée atribuía a personalidade de um “contendor incansável da modernidade sob todas as suas formas: política, literária, moral e religiosa”. Cf. LAGRÉE, Michel. Religião e Tecnologia: a benção de Prometeu. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru: EDUSC, 2002. p. 46. 17 Trechos de documentos papais de Pio IX, reunidos em MARIN, Darci L. (coord.). Documentos de Pio XI. Tradução de Darci L. Marin. São Paulo: Paulus, 2004.

ao longo do oitocentos.18 De modo que os bispos reformadores se viram diante da dupla tarefa de combater as ideias liberais e republicanas (ambas anticlericais) e reorientar a fé dos brasileiros para o modelo tridentino.19 Num movimento que, segundo Riolando Azzi, atravessa o Império e deságua na República, surgiu, em todo o canto do país, “uma folha oficial ou oficiosa para defender a Igreja” e introjetar em seus leitores as convicções do catolicismo ultramontano e romanizado, com seus desejados padrões de crenças e significados.20 Como destaca outro analista, eram pequenas gazetas de circulação quinzenal ou semanal, carregadas de textos polêmicos e apologéticos, que além de um raio de ação muito reduzido, em geral, duravam pouco”. 21 É preciso considerar, porém, que foi nesses pequenos jornais, desprezados pela imprensa dos grandes centros e “ridicularizados pelas posições intransigentes e espiritualistas adotadas por seus redatores”, que a Igreja encontrou sua principal “arma de combate” para reforçar uma identidade católica que lhe permitiu, décadas mais tarde, alimentar o ideal da neocristandade, com o seu retorno a cena política e cultural, numa nova e velada aliança entre a Igreja e o Estado, na qual a hierarquia ocupava a condição de “mediadora da salvação e intérprete da Revelação”. O que nos permite inferir que a gênese da imprensa católica no Brasil esteve ligada ao pensamento conservador e à defesa da tradição, quer entre os mais expressivos periódicos religiosos ou entre os pequenos e inconstantes impressos publicados nas paróquias do interior. Nas palavras de Ana Maria Moog “o tradicionallismo era a ideologia que predominava no meio do catolicismo” e a “atitude tradicionallista estava inteiramente ligada às formas do passado”.22 Mariana, a diocese primaz de Minas, já havia conhecido essa espécie de doutrinação pela imprensa desde 1846, quando Dom Antonio Ferreira Viçoso (1844-1875) fundou ali a pioneira revista quinzenal religiosa: Seleta Católica, que anos mais tarde deu origem ao jornal O Romano (1851), que tinha por subtítulo o de Miscelânea Dog18

Uma visão ampla desse processo pode ser encontrada nos dois pioneiros trabalhos organizados pelo CEHILA-Brasil: AZZI, Riolando [et. al.]. História da Igreja no Brasil: ensaio de interpretação a partir do povo – Primeira Época, Período Colonial. Petrópolis: Vozes, 1977; e AZZI, Riolando [et. al.]. História da Igreja no Brasil: ensaio de interpretação a partir do povo – Segunda Época, Século XIX. 4º ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 19 AZZI, Riolando. Os Bispos Reformadores. A segunda evangelização do Brasil. Brasília: SER - Editora Rumos, 1992. p. 09. 20 AZZI, Riolando. Participação dos católicos na Imprensa. Texto inédito. 200_. p. 05. 21 LUSTOSA, Oscar de Figueiredo. “Introdução: Os bispos do Brasil e a Imprensa”. In: Os bispos do Brasil e a Imprensa. São Paulo: Loyola: CEPEHIB, 1983. p. 13. 22 RODRIGUES, Ana Maria Moog. “Introdução”. In: A Igreja na República. Brasília: UnB: Câmara dos Deputados, 1981. p. 06.

mática, Moral, Ascética e Histórica. Sucedem essas primeiras publicações O Bom Ladrão: Periódico Religioso, Literário e Noticioso (1873), cujo editor será o futuro arcebispo de Mariana, padre Silvério Gomes Pimenta, o Boletim Marianense (1886) e, já mais para o final do século, O Viçoso (1893), que aparece com o instigante subtítulo de Periódico destinado a promover os interesses católicos sem descuidar dos outros interesses da Pátria e do Povo.23 Anos mais tarde esse periódico foi reformulado, passando a chamar-se Dom Viçoso (1898) e tendo assumido a partir de então, de acordo com Azzi, um aspecto “nitidamente eclesiástico” e o status de órgão oficial do bispado. Seu programa: “valorizar grandes princípios do cristianismo, de muito esquecidos, além de informar sobre o movimento católico não só no bispado de Mariana, mas também nas demais dioceses brasileiras”, voltando-se, sobretudo, para “despertar a fé, esclarecendo-a”.24 Por fim, em 1901 a diocese passou a publicar, em meio a diversos outros impressos católicos não oficiais,25 o Boletim Eclesiástico de Mariana, tendo nesse pequeno opúsculo de circulação mensal, um novo órgão oficial para a Cúria (agora mais voltado ao clero) que seria impresso até 1940, atravessando assim todo o episcopado de Dom Silvério (1897-1922). É para dar continuidade a essa tradição editorial dos prelados marianenses que Dom Oscar de Oliveira (1959-1988), regressando a diocese, agora como bispo coadjutor,26 funda o semanário O Arquidiocesano, que circulará na Arquidiocese de Mariana por mais de 28 anos, levando aos católicos de toda uma região a “visão oficial da arquidiocese” sobre as verdadeiras convicções religiosas, aplicadas aos mais diversos aspectos da vida cotidiana dos seus fiéis leitores. “Orgulho do bispo” e “defensor intrépido da família contra o divórcio, da sociedade contra o comunismo ateu”,27 como o designará o 23

IMPRENSA EPISCOPAL DE MARIANA. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano III, número 103, 03 de setembro de 1961. p. 01. 24 AZZI, 200_. op. cit. p. 08. 25 Uma lista dos muitos jornais de irmandades, congregações e movimentos religiosos que circularam em Mariana pode ser encontrada em: IMPRENSA MARIANENSE DE 1830 A 1969. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano XI, número 514, 20 de julho de 1969. p. 04. 26 Após cursar o Ensino Primário em sua cidade natal, Entre Rios, Oscar de Oliveira (1912-1997) ingressou, ainda muito jovem, no Seminário de Mariana, onde permaneceu até o terceiro ano de Teologia (1933), quando seguiu para o Colégio Pio Latino-Americano, em Roma, tendo sido encaminhado em seguida para o Colégio Pio Brasileiro, por ocasião de sua fundação, em 1934. Ordenou-se em 1935 e três anos mais tarde tornou-se o primeiro aluno do Pio Brasileiro a doutorar-se em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana de Roma. Em seu primeiro retorno à Mariana, tornou-se professor do Seminário São José e, a partir de 1944, Cura da Catedral da Sé. Em 1954 foi eleito bispo auxiliar de Dom Octávio Chagas de Miranda, em Pouso Alegre, onde permaneceu até 1959. 27 CARVALHO, José Geraldo Vidigal de, Cônego. Dom Oscar de Oliveira: um Apóstolo Admirável. Vida e obras de um dos maiores personagens da História da Igreja. Viçosa: Folha de Viçosa, 1999. p. 64.

biógrafo de Dom Oscar, o jornal trará sempre, em cada um de seus números, a palavra do prelado, em torno do qual gravitam alguns outros intelectuais interessados em “tecer e entrelaçar uma história eclesiástica” daquela circunscrição e em “defender”, de todos os seus inimigos, “os direitos de Deus e da comunidade cristã, com absoluta isenção e independência de partidarismos políticos”, adotando como única política o próprio Evangelho28 – numa proposta editorial que muito se assemelha a de seus antecessores. Polifônico em seus temas, o jornal se posiciona, entretanto, sempre na defesa do que considera as “verdades inabaláveis da fé e da Igreja” e na luta radical contra os “ídolos modernos”, ativos na dissolução de uma ordenação sagrada do mundo e no desmantelamento das instituições e tradições que a sustentam. Mais do que levar informação, o jornal parece ter atuado, assim, na conformação de uma cultura política tradicionalista, propondo e reforçando em sua comunidade de leitores determinadas representações, referências e um vocabulário que se articulam, de acordo com as categorias propostas por Serge Berstein, com uma dada visão da história, com uma leitura específica do social e certa concepção de religião e de família.29 Fundado no dia dedicado a São Pedro – 29 de junho, o periódico se propõe fiel à Santa Sé, como um veículo que torna o papa e seus ensinamentos mais próximos do povo, formando uma consciência católica que a imprensa laica, na maioria das vezes, tinha colaborado para destruir. É em oposição a essas revistas e jornais – “Má Imprensa, que só faz difundir o pecado” – que O Arquidiocesano desenvolve seu Apostolado da Boa Imprensa. Na maioria das vezes, com os olhos voltados para o passado, os autores que escrevem para o jornal retomam o magistério da Igreja, sobretudo na linha dos papas Pios, que emitiram contundentes condenações à “modernidade e seus males”, e propõem uma leitura teológica do social e do político, no qual a Igreja ocupa um papel central e insubstituível. Sem a Igreja, seus dogmas e sua moral, a família não se sustenta, a política se torna impura e pátria caminha para a ruína. Por isso, toda inovação é encarada como eminentemente má e perigosa.30 Essas teses defendidas amplamente ao longo das mais de duas décadas pelo jornal o levaram a travar verdadeiras “cruzadas” 28

OLIVEIRA, Dom Oscar de. “Razão deste Jornal”. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano I, número 1, 29 de junho 1959. p. 01. 29 BERSTEIN, Serge. “A Cultura Política”. In: RIOUX, Jean Pierre & SIRINELLI, Jean François (org.). Para uma história cultural. Lisboa: Editorial Estampa, 1998. pp. 13-36.. 30 Argumentos característicos da visão de mundo conservadora que parecem ter vindo à tona sempre em contextos de polarização ideológica ao longo do século XX, como destaca MOTTA, Rodrigo Patto Sá. “Uma outra face dos anos JK: mobilização de direita”. In: MIRANDA, Wander Mello (org.). Anos JK: margens da modernidade. São Paulo: Imprensa Oficial; Rio de Janeiro: Casa Lúcio Costa, 2002.

contra o comunismo, contra o divórcio, contra o aborto, contra o espiritismo, contra a televisão, em uma sequência praticamente ininterrupta de anátemas, permanentemente reelaborados contra tudo o que se entendia como moderno. Em muitos sentidos, mesmo as propostas de renovação eclesial provenientes do Vaticano II serão vistas pelos articulistas d’O Arquidiocesano com desconfiança, a menos que pudessem ser lidas sob o signo da conservação, como documentos que guardam íntima relação e que se colocam na linha de continuidade dos dois concílios anteriores: o Tridentino e o Vaticano I, um exercício retórico muito praticado pelos autores do jornal para ligar o presente ao passado, de forma a assegurar um futuro para a sociedade e para o catolicismo, cujos contornos já estão dados e nos quais não cabem rupturas e transformações significativas, apenas a “grande tradição”.31 Esse será, por exemplo, o tratamento conferido pelo jornal ao Decreto Inter Mirifica, Sobre os meios de Comunicação Social, promulgado em 1963, durante a segunda sessão do Concílio Vaticano II. Embora esse documento tenha focado o papel ativo dos fiéis diante da liberdade de expressão e de pensamento, dando destaque ao lugar da opinião pública na constituição do sujeito moderno32 (numa fórmula que parecia renegar o histórico investimento da Cúria Romana na censura e na condenação de escritos considerados heterodoxos, através do Index), os textos do hebdomadário vão enfatizar os “direitos de Igreja” frente à comunicação e à mídia e seu papel de guardiã da moral e dos bons costumes no espaço público, ainda que esse tenha sido o aspecto mais criticado pelos padres conciliares no texto que deu origem ao decreto.33 Assim, diversos artigos, intitulados Boa Imprensa vão advertir para o caráter errôneo de se pensar que toda imprensa deve estar na mão dos leigos e apelar para que “sejam os fiéis advertidos da necessidade de ler e difundir a imprensa católica para se habituarem a julgar cristãmente todo e qualquer acontecimen31

Cf. nos diz Karl Mannheim sobre os modos de pensar dos conservadores. Ver MANNHEIM, Karl. “O pensamento conservador”. Tradução de Sylvia Lyra. In: MARTINS, José de Souza (org.). Introdução crítica à sociologia rural. São Paulo: HUCITEC, 1981. pp. 77-131. 32 CONCÍLIO VATICANO II. “Decreto Inter Mirifica sobre os Meios de Comunicação Social”. In: VIER, Frei Frederico, OFM (coord.) Compêndio Vaticano II. Constituições, decretos, declarações. 6º ed. Petrópolis: Vozes, 1972. pp. 565-578. 33 Um inventário geral das questões levantadas pelos padres conciliares acerca do projeto sobre os Meios de Comunicação Social nos é oferecido por KLOPPENBURG, Boaventura. Concílio Vaticano II: Primeira Sessão (setembro-dezembro de 1962). Petrópolis. Vozes, 1963. pp. 197-211; uma narrativa mais historicizada desses debates está em ALBERIGO, Giuseppe (dir.). “Uma pausa: os meios de comunicação social”. In: A formação da consciência conciliar. O primeiro período e a primeira intersessão (outubro de 1962 a setembro de 1963). Tradução de João Rezende Costa. Coord. da edição brasileira de J. Oscar Beozzo. Petrópolis: Vozes, 1999. (Coleção História do Concílio Vaticano II, vol. 2). pp. 251-261.

to”.34 O próprio arcebispo, em um texto que buscava avaliar os documentos promulgados pelo Concílio até aquele momento, saudava o Decreto Inter Mirifica e a preocupação dos bispos católicos com imprensa, destacando para seus pares que “havemos de nos servir dela, o mais que pudermos, em bem de nosso aprimoramento espiritual e da difusão do Reino de Deus”. E continuava, argumentando: em carta dirigida ao Episcopado Brasileiro, em 1899, dizia o Papa Leão XIII: ‘O mundo pensa conforme a imprensa’. Espada de dois gumes, a imprensa salva ou mata. A má imprensa, a imprensa sensacionalista, a imprensa venal deforma os espíritos, corrompe os corações, metaliza as almas. Seus efeitos são altamente perniciosos na sociedade moderna: irreverência para com as autoridades, críticas mordazes e descaridosas, espírito de insubmissão, ânsia de nivelamento de súditos com superiores, negação de hierarquia, amor desenfreado aos prazeres, egoísmo, ambição, desvalorização dos bens espirituais e eternos, esquecimento de Deus e adoração da matéria. Não há exagero ou pessimismo em tais observações. Estão bem patentes os fatos, e contra fatos não há argumentos. 35

Para tanto, valia exaltar o adágio do mesmo Leão XIII: “Imprensa contra imprensa: contra a má imprensa só a boa imprensa”. Em outro texto seu, o arcebispo lembrava, em comemoração ao Dia Mundial das Comunicações Sociais, que já a Pastoral Coletiva das Províncias Eclesiásticas do Centro e Sul do Brasil (1915), instituía a celebração do Dia da Boa Imprensa (15 de agosto) e renovava o pedido de empenho de todos os meios de comunicação em promover uma “opinião pública em consonância com a lei natural, a doutrina e a moral católica”.36 Cabia, nessa ótica, aos jornalistas católicos assegurar a existência de uma “imprensa sadia e segura”, capaz de “informar sem falsear, distrair sem degradar e orientar sem violentar”.37 Verdadeiros “artífices da palavra”, deviam trabalhar esses jornalistas para educar “os leitores na apreciação do que é verdadeiro, bom e belo”, primando em sua escrita por uma “profunda sensibilidade cristã que impregne cada uma

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BÔA IMPRENSA - A SERVIÇO DO BEM COMUM. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano X, número 510, 22 de junho 1969. p. 04. 35 OLIVEIRA, Dom Oscar de. “O Concílio (III)”. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano V, número 229, 02 de fevereiro de 1964. p. 01. Grifos nossos. 36 OLIVEIRA, Dom Oscar de. “Dia Mundial das Comunicações Sociais”. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano XIV, número 715, 27 de maio de 1973. p. 01. 37 BARTOLOMEOTTI, Pe. André. “A Palavra do Papa – Imprensa Católica: informar sem falsear, distrair sem degradar, orientar sem violentar”. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano XIV, número 698, 28 de janeiro de 1973. p. 01.

de vossas ações e espalhe com graça e distinção ‘o bom odor de Cristo’”38 na sociedade contemporânea. Para isso devia concorrer também uma união entre os vários jornais católicos, que compartilham entre si o ardor missionário e uma mesma “tarefa evangelizadora”. O Arquidiocesano colaboraria, nesse sentido, seguindo o exemplo de seu antecessor, O Bom Ladrão, que por longos anos “conquistou almas pela sã doutrinação, roubando santamente para a transcrição em suas páginas bons artigos de livros e jornais dos outros”.39 Assim, o semanário reimprimia em suas páginas textos de diversos outros jornais e autores católicos, sempre que esses se afinavam à sua linha editorial, afirmando a necessidade de uma ampla articulação entre esses veículos de informação que se tornavam, com isso, mais fortalecidos. Pois, como lamenta um desses autores transcritos, “os católicos nem sempre têm o zelo esclarecido para a causa tão santa da bôa imprensa”, o que torna “difícil sustentar-se um jornal, uma boa revista entre nós”. Enquanto isso, continua o vigário, “como são mais prudentes os filhos das trevas que os filhos da luz, a má imprensa, ou neutra, apoderou-se do mundo e da opinião pública. E creio que a mais terrível de todas as perseguições que já sofreu a Igreja é a que a má imprensa lhe faz”.40 Ou como considera um artigo transcrito do jornal O Operário, de São Paulo, “a imprensa moralizadora e boa só será possível entre nós, quando os católicos compreenderem o dever de auxiliá-la e difundi-la”, até lá, “é de lamentar os estragos que a incredulidade e a difusão, cada vez maior, de livros e jornais ímpios e contrários à Religião fazem nas almas”.41 Mais do que cobrar prudência e responsabilidade dos fiéis, para que se resguardem de tudo aquilo que não é conforme a religião como pede o Decreto Inter Mirifica, O Arquidiocesano propõe em seu apostolado um programa ativo, intensamente combativo e (in)formativo. Trata-se, a nosso ver, de assegurar para a fé católica seu aspecto normativo, que configure nos fiéis determinados imaginários sociais.42 Por isso,

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JORNALISTAS CATÓLICOS, VOSSO NOME É BELO E CHEIO DE RESPONSABILIDADE. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano XV, número 719, 29 de junho de 1973. p. 02. Grifo nosso. 39 IMPRENSA EPISCOPAL DE MARIANA, 1961. op. cit. p. 01. 40 BRANDÃO, Vigário. “Boa Imprensa”. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano X, número 510, 22 de junho de 1969. p. 03. 41 A BOA IMPRENSA. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano XI, número 528, 26 de outubro de 1969. p. 04. 42 Cf. BACKZO, Bronislaw. “Imaginação social”. Tradução de Manuel Villaverde Cabral. In: Enciclopédia Einaudi. Volume 5. Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional: Casa da Moeda, 1985. pp. 313-314.

esses autores dão tanto valor à imprensa. Para eles, “imprensa é tudo, um poder imenso, a primeira potência do mundo. O homem moderno já não pensa, já não reflete por si – pensa o que pensa o jornal (...) o cidadão moderno tem o cérebro de papel”,43 considera um articulista do jornal. Alinhados a uma matriz de pensamento conservadora e intransigente esses autores militam por um modelo de imprensa, a Boa Imprensa, que não tolera e rotula “certa imprensa sensacionalista e cretinizada, que, abusando do direito de divulgação, veicula o crime, as desordens passionais e aquelas misérias infelizmente inevitáveis no meio social. É uma imprensa que deseduca, que envenena o pensamento, que cria ideias, falsas, sem o menor aprêço pela inocência e pela moral”. Em sua visão, “essa imprensa canalha não tem a mínima utilidade, antes contribui para a corrupção dos costumes e para o desvirtuamento da opinião pública. Por que tolerância com o que em si não vale nada? Por que permitir a divulgação do êrro, do escândalo, do crime?” E propõem: “já é tempo de pôr côbro a tanta exploração e tanta patifaria. Chega de complacência. Urge a depuração em regra na imprensa suja, inconveniente e canalha”.44 Para O Arquidiocesano, seus idealizadores e, pretensamente para os seus leitores, urge a edificação de um mundo recristianizado pelos católicos, pela Igreja, pela Boa Imprensa.

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BRANDÃO, 1969. op. cit. p. 03. IMPRENSA SUJA. In: O Arquidiocesano: Órgão Oficial da Arquidiocese de Mariana. Ano X, número 494, 02 de março de 1969. p. 02.

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