A Personalidade do Ano da Revista TIME 3º ano da licenciatura em Jornalismo da FLUC

July 11, 2017 | Autor: Manú Pereira | Categoria: Jornalismo, Investigação
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Licenciatura em Jornalismo
2013/2014
Licenciatura em Jornalismo
2013/2014









Universidade de Coimbra- Faculdade de Letras – Jornalismo 3º ano
Cadeira: Portefólio- Vertente: Investigação – Dra. Maria Isabel Nobre Vargues

Tema de Trabalho: "A personalidade do ano para a revista norte - americana Time entre 1970-2013"
Subtema: Análise da importância da eleição da "Personalidade do Ano no período 1970-2013"

Constituição do grupo de Trabalho:
André Martinho Moura Pereira aluno nº 2007003711
Emanuel Jorge Sebastião Pereira aluno nº 2011157749
Miguel André Vilaça dos Santos Patrão Silva aluno nº 2011157456






Introdução
A Revista Time, fundada em Março de 1923 por Briton Hadden e Henry Luce, é uma das mais importantes publicações a nível mundial, inicialmente era uma revista feita por alunos da Universidade de Yale. Depois da morte de Hadden, em 1929, Luce tornou-se o seu presidente e editor-chefe, nos dias de hoje faz parte do grande grupo Time Warner e o seu editor-chefe é Nancy Gibbs. A revista foi sobrevivendo ao longo das décadas e hoje é um dos ex-libris do jornalismo mundial. Publicada semanalmente, muitas das suas capas já despontaram polémicas, deram voz no espaço público e mediático a quem não tinha e acabaram até por revelar alguns segredos que a população em geral não conhecia. Actualmente tem uma edição europeia (Time Europe, antes conhecida por Time Atlantic), publicada Londres, e cobre o Médio Oriente, a África e, desde 2003, a América Latina. Além disso, tem uma edição asiática (Time Asia) que é editada em Hong Kong e uma edição Canadiana (Time Canada) que é editada em Toronto, a revista tem ainda uma publicação para os mais novos, a Time for Kids. Segundo muitos observadores da imprensa mundial, a Time é hoje a revista semanal de maior circulação no planeta. Para além da conhecida eleição da personalidade do ano elege também, anualmente, uma lista com as 100 pessoas mais influentes do mundo.
O presente trabalho foca-se na eleição da personalidade do ano entre 1970 e 2013. Um período de 43 anos, em que muita coisa mudou no planeta, talvez as maiores revoluções tenham acontecido nesse período, e a revista acompanhou-as todas, sempre com um olhar crítico e genuíno. Pretendemos saber quem foi eleito em cada ano do período analisado, saber os motivos da nomeação e procurar saber um pouco mais sobre o trabalho ou no caso de ser um grupo tentar perceber o porquê da escolha. Para além de investigação o presente trabalho requer análise e espírito crítico.
A Personalidade do Ano não é e nunca foi uma honra, não é um concurso de popularidade e não nomeia só " as boas pessoas". Na melhor das hipóteses, é um claro reconhecimento aos olhos do mundo da actualidade, daquilo que aconteceu nesse ano. É um reconhecimento dos indivíduos, grupos ou até máquinas mais poderosos e das forças que moldam o planeta para melhor ou para pior. A eleição não é um título nem um concurso é o reconhecimento do perfil de um homem, mulher, casal, grupo, ideia, lugar ou máquina que "para o bem ou para o mal, mais influenciou eventos no ano". A par da eleição da pessoa do ano, em 1999 foi eleita a pessoa do século, que elegeu Albert Einstein, em segundo lugar ficou Franklin Roosevelt e em terceiro Mahatma Gandhi.
Achámos conveniente dividir o trabalho por décadas de maneira a tornar mais fácil de percepcionar as capas, em cada período iremos colocar também um breve resumo do que mais importante se passou no planeta nesses dez anos.



Índice

Introdução ………………………………………………………………Pág.2
A Década de 1970………………………………………………………Pág.4
As Personalidades do Ano na Década de 1970…………………………Pág.4
A Década de 1980………………………………………………………Pág.9
As Personalidades do Ano na Década de 1980……………………….Pág. 10
A Década de 1990………………………………………………………Pág.14
As Personalidades do Ano na Década de 1990……………………….Pág. 15
A Década de 2000……………………………………………………...Pág.20
As Personalidades do Ano na Década de 2000……………………….Pág. 21
O período entre 2010 -2013………………………………………….....Pág.26
As Personalidades do Ano entre 2010-2013…………………………...Pág.28
Conclusão……………………………………………………………….Pág.30
Bibliografia e Websites……………………………………………….....Pág.31











Década de 1970
A década de 1970 do século XX fica marcada por diversos acontecimentos. Em Portugal o acontecimento de maior relevo é a "revolução dos cravos", que a 25 de Abril de 1974 pôs fim a uma ditadura com mais de 40 anos e abriu caminho à criação de novos partidos e à realização de eleições livres. A nível internacional os anos 70 ficam marcados por diversos eventos, desde o escândalo "Watergate", aos atentados terroristas nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Há, nos anos 70, um avanço muito importante ao nível tecnológico, aparece a disquete e em 1975 é fundada a Microsoft, o Sony Walkman surge e agora é possível "levar a música para qualquer lado", estavam dados os primeiros passos para a mudança radical nos hábitos diários do ser humano. O petróleo é o centro das atenções e ninguém passa incólume aos dois choques petrolíferos desta década (1973-1979). A Igreja Cristã nomeia um dos seus representantes mais acarinhados de sempre, Karol Wojtyla, que adoptou o nome de João Paulo II, é nomeado Papa em 1978, era o ponto de partida para a mudança de muitas mentalidades ainda fechadas e demasiado tradicionais que vigoravam no Vaticano. A década termina em ebulição e sobre o clima da guerra, com a invasão do Afeganistão por parte da União Soviética em 1979, ano em que, no Iraque, Saddam Hussein ascende ao poder. A esperança da paz e a luta pela igualdade e pela justiça entre os povos premeia ainda a figura de Madre Teresa com o prémio Nobel da Paz em 1979.

Personalidades do ano na Década de 1970

1970- Willy Brandt (1913- 1992) - Foi chanceler da República Federal da Alemanha entre 1969 e 1974. O ponto mais alto da sua carreira política foi a criação da chamada Ostpolitik, cujo objectivo era tentar amenizar as relações entre o Bloco Ocidental e o Bloco Oriental. Vivia-se ainda no tempo da Guerra Fria e Willy Brandt foi um dos primeiros impulsionadores da dissolução do Bloqueio do Leste e da reunificação alemã. Recebeu o prémio nobel da Paz em 1971.
Nomeação: A Time nomeou a figura de Willy Brandt como personalidade do ano devido aos seus esforços para superar as barreiras ideológicas e políticas que existiam entre o Ocidente e o Oriente. Acusado pelos conservadores da RFA de ser traidor e de conspirar, acabou por ser um brilhante orador e começou os diálogos com a Alemanha do Leste (RDA) e com a ainda União Soviética. A nível interno incitou reformas nas áreas da política, justiça e educação. A sua frase mais conhecida foi proferida em 1989, após a queda do muro de Berlim: " Cresce junto, o que foi criado para estar junto".


1971- Richard Nixon (1913-1994) – Foi o 37º Presidente dos Estados Unidos da América e o único na História que renunciou ao cargo. Nixon negociou a retirada das forças dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietname, aproximou o país da República Popular da China e viajou até Moscovo, onde deu impulso às negociações com a União Soviética para a redução de armamento. Na política interna, Nixon travou uma dura luta contra a inflação, mediante o controlo dos preços dos produtos e salários e promoveu a redução dos gastos públicos.
Nomeação: A Time elegeu Nixon como personalidade do ano em 1971 devido aos seus esforços de aproximação à China e à União Soviética. O seu esforço para diminuir os gastos internos dos Estados Unidos da América foi outro dos motivos para a escolha.


1972- Richard Nixon (1913-1994) – Foi reeleito nesse ano com uma votação esmagadora do Colégio Eleitoral (ganhou com 520 votos contra 17 do seu oponente George Mcgovern) e continuou as políticas do mandato anterior.
Henry Kissinger (1923) - Foi conselheiro político e confidente pessoal de Nixon. Henry Kissinger esteve envolvido numa intensa actividade diplomática com a República Popular da China, o Vietname, a União Soviética e com diversos países de África. Recebeu o prémio nobel da paz em 1973 pelo seu papel no fim da Guerra do Vietname.
Nomeação: Nixon volta a ser eleito personalidade do ano devido à sua reeleição e aos números com que a mesma se deu. Já Kissinger recebe a nomeação devido ao facto de ser o braço direito do presidente e de ter contribuído, muito, para o cessar-fogo no Vietname.


1973- John Sirica (1904-1992) - Foi um juiz norte-americano que ficou conhecido por ser o juiz principal do famoso caso Watergate, que resultou na demissão do presidente Richard Nixon.
Nomeação: O juiz John Sirica foi nomeado por ser o rosto da justiça no caso Watergate. Mostrou que nada nem ninguém está " acima da lei" e deu um importante passo na luta contra a corrupção e espionagem.



1974- Faisal da Arábia Saudita (1906-1975) – De seu nome Faisal bin Abdul Aziz Al-Saud, foi rei da Arábia Saudita entre 1964 e 1975, ano em que foi assassinado pelo seu próprio sobrinho. Participou no boicote do petróleo árabe aos Estados Unidos em 1973, mas no ano seguinte promoveu uma aproximação da Arábia Saudita ao Ocidente, através de reuniões com diversos líderes políticos entre os quais Richard Nixon. Recusou uma aproximação à União Soviética e ao regime comunista. Um dos marcos do seu reinado foi a tentativa de modernizar a sociedade do seu país, onde introduziu diversas reformas desde a educação à justiça.
Nomeação: A nomeação surge devido às políticas pró- América que tentou introduzir numa sociedade fechada e secular que marcava a Arábia Saudita da época. Relevante também o seu papel na abertura do Médio Oriente aos povos ocidentais e aos pensamentos europeus e americanos.

1975- Para personalidade do ano e revista escolheu as mulheres do ano. Encabeçadas pela primeira-dama dos Estados Unidos, Betty Ford, foram nomeadas: Carla Hills (Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos); Ella Grasso (secretária de Estado do Connecticut); Barbara Jordan ( senadora do Texas e líder do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos); Susie Sharp (jurista e a primeira mulher eleita para ser chefe de um Supremo Tribunal de Justiça, no caso na Carolina do Norte); Jill Conway (escritora, historiadora e a primeira mulher a ser presidente do prestigiado Smith College ) ; Billie Jean King (advogada e conhecida tenista que ganhou 12 grandes slams individuais, deixou de jogar em singulares em 1975); Susan Brownmiller (jornalista, escritora e activista na defesa dos direitos das mulheres); Addie Wyatt (líder do movimento United States Labor, activista dos direitos civis, ficou ainda conhecida por ser a primeira mulher afro-americana eleita vice-presidente de um grande sindicato trabalhista, o Amalgamated Meat Cutters Union); Kathleen Byerly (primeira mulher oficial da marinha norte-americana, chegou a ser comandante e tenente, foi uma das principais assessoras dos comandos de treino da frota norte-americana no pacífico); Carol Sutton (jornalista e a primeira mulher a ser editora – chefe num jornal, o Louisville Courier-Journal); Alison Cheek (primeira mulher a celebrar uma comunhão numa Igreja Norte-Americana, foi contratada como padre na Washington's Church of St. Stephen and the Incarnation.)
Nomeação: A revista pretendeu eleger as mulheres que se destacaram em 12 áreas diferentes: na Casa Branca, no Congresso, na justiça, educação, desporto, literatura, no trabalho operário, nas forças armadas, no jornalismo e na religião. O objectivo principal da revista era provar que o sexo feminino tem tantas capacidades físicas, intelectuais e psicológicas para exercer cargos e trabalhar em profissões que se julgavam confinadas ao sexo masculino. Foi a tentativa de defesa da igualdade de género e defesa dos direitos das mulheres.



1976- Jimmy Carter (1924) - O 39º Presidente dos Estados Unidos da América. Venceu as eleições de 1976 contra Gerald Ford, por uma margem escassa. O seu mandato fica marcado pela assinatura de diversos acordos, um com o Panamá, que visava devolver aquele país o controlo do Canal do Panamá, outro, o chamado, Salt II com a União Soviética, cujo objectivo primordial era a redução de armas nucleares. Esteve ainda envolvido nos acordos de Camp David que procuravam a paz entre Israel e o Egipto. Procurou estabelecer relações diplomáticas com Cuba, com a China e iniciou o diálogo com os países da América Latina. A nível interno procurou criar o departamento da energia e procurou reduzir os impostos. Foi ainda um acérrimo defensor dos direitos humanos. Em 2002 recebeu o Prémio Nobel da Paz, e tornou-se o primeiro presidente dos EUA a vencer depois de ter deixado o cargo.
Nomeação: Como já vinha sendo hábito, quando um presidente era eleito nos Estados Unidos da América, normalmente era nomeado pessoa do ano. O seu papel na procura de " pacificar" o planeta, os seus esforços para reduzir impostos e controlar os gastos com a energia nuclear, bem como a sua política de defesa dos direitos humanos foram os contributos "chave" para a escolha da Time.

1977- Anwar Sadat (1918-1981) - Presidente do Egipto entre 1970 e 1981. Foi o primeiro chefe de um país do Médio Oriente a visitar Israel (1977) e encetou negociações de paz e de cooperação com aquele país. Foi muito criticado pelo mundo árabe e acabou por ser assassinado em 1981 pela Jihad. Os seus esforços resultaram nos acordos de Camp David (1978), em que Egipto e Israel acabaram com a guerra de Yom Kippur. Recebeu o prémio nobel da paz em 1978.
Nomeação: A Time escolheu Anwar Sadat pelo seu esforço na procura da paz no Médio Oriente. Depois de ter participado na Guerra do Yom Kippur, juntamente com a Síria contra Israel em 1973, foi o primeiro a dar "o braço a torcer" ao visitar aquele país em 1977. A revista premiou esse esforço que viria a permitir a paz entre o Egipto e Israel.





1978 – Deng Xiaoping (1904-1997) – secretário-geral do Partido Comunista Chinês e líder político da República Popular da China entre 1978 e 1992. O "pai" da abertura da China conservadora ao Mundo. É Deng Xioping que põe em prática as reformas económicas que fariam da China o país com maior crescimento económico do planeta. Dentro dessas reformas, destacam-se as quatro modernizações, nos sectores da agricultura, indústria, comércio, ciência e tecnologia e na área militar. Durante o seu governo, a China passou por uma grande abertura diplomática. Em 1979, Xiaoping foi o primeiro líder chinês a visitar os Estados Unidos.
Nomeação: A revista escolheu o líder Chinês pelo seu papel na abertura daquele país ao Ocidente. Deixou de lado os extremismos conservadores e trouxe estabilidade ao "país do sol nascente". É o criador do socialismo de mercado, regime que ainda agora está presente naquele país. As suas reformas foram cruciais para recuperar um país que parecia ter "parado no tempo". A Time apelidou-o mesmo como sendo um "visionário".

1979 – Aiatolá Khomeini (1900-1989) - O Aiatolá Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini foi uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o Xá do Irão. É o fundador do moderno Estado Islâmico e governou o Irão desde a deposição do Xá Reza Pahlavi até a sua morte em 1989. Criou uma teocracia no Irão que se baseava na adesão estrita à lei islâmica e que tinha nos Estados Unidos da América o maior inimigo. Foi sob a sua liderança que estudantes iranianos tomaram a embaixada americana no Irão e fizeram 52 reféns durante 444 dias. Ainda hoje é idolatrado no país.
Nomeação: Talvez uma das nomeações mais controversas de sempre. A revista foi bastante criticada e chegou mesmo a perder centenas de assinantes. Desde esta edição que a Time tenta evitar escolher pessoas "polémicas". O Aiatolá foi escolhido por ter liderado um país, que até aí não seria uma "ameaça", a tornar-se numa potência. Foi ele que deu o ponto de partida para o Irão que hoje conhecemos. Teve o mérito, através do fanatismo religioso, do ódio aos EUA e ao Ocidente de criar uma nação unida nas suas convicções. Na altura a Time chegou a dizer: " Raramente um líder tão improvável consegue abalar o mundo".




Década de 1980
O período de tempo entre 1 de Janeiro de 1980 e 31 de Dezembro de 1989 foi um período bastante marcante para a história do século XX. No ponto de vista dos acontecimentos políticos e sociais: é, eventualmente, considerado como o fim da idade industrial e início da idade da informação.
O momento mais inolvidável e que viria a alterar a história mundial, aconteceu mesmo no último ano da década (1989), com a queda do muro de Berlim que simbolizava a divisão ocorrida desde 1961. De um lado imperava a democracia, a liberdade por excelência, valores representados pelos Estados Unidos da América e pela Europa Ocidental, enquanto no outro lado do muro, o lado oriental, vingavam as forças comunistas, idealizadas pela União Soviética. Esta divisão trouxe consigo um clima de guerra que nunca chegou a acontecer ao nível militar, a Guerra Fria. Nesta década existiu um grande número de "pequenas guerras e invasões", um pouco por todo o lado. Entre as quais, de destacar: a invasão soviética do Afeganistão; a invasão de Granada; o conflito Israelo-árabe, a guerra Irão-Iraque, no Médio Oriente; a Guerra das Malvinas, na América do Sul e a guerra da fronteira sul-africana, entre a África do Sul, Angola, Namíbia e Zâmbia; entre outras tantas guerrilhas e guerras civis, que fizeram estes dez anos tumultuosos. Voltou a existir uma "corrida às armas" mas agora há uma nova disputa, a "corrida espacial", representada pelo projecto do presidente norte-americano Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas", a luta por "dominar o mundo", alastrou-se para lá do planeta Terra, uma "luta" para mostrar que o poder devia ultrapassar as fronteiras do terrestres. No seguimento desse projecto de Reagan, a União Soviética respondeu, com o lançamento da estação científica de pesquisa: Mir.
No que à política mundial diz respeito, destaque para a implacável liderança da "Dama de Ferro", Margaret Thatcher, como Primeira-Ministra do Reino Unido, de 1979 a 1990. Sempre acompanhada, nos Estados Unidos da América, por Ronald Reagan (1981/1989). Impossível falar da década de 80, sem fazer referência a Mikhail Gorbachev, que enquanto presidente da União Soviética, simboliza a grande viragem nos ideais soviéticos e que passo após passo levou ao fim daquele grande "conjunto de nações". Destaque, ainda, para o pontificado de João Paulo II, Karol Wojtyla, que sofreu um atentado no início da década (1981).
Portugal recompunha-se do fim da ditadura que tinha acabado na década anterior e procurava ajeitar-se aos novos tempos, numa "nova" realidade, a da liberdade. Em 1986, Portugal, juntamente com a Espanha e a Grécia faz a sua entrada no grupo de estados-membros da então Comunidade Económica Europeia. Foi uma altura importante para a política nacional, que viu grandes nomes a transformar o país, salvando-o de possíveis males que atacassem oriundos de fora. Grandes nomes como o Presidente da República Ramalho Eanes e o Primeiro-Ministro Mário Soares, lideraram Portugal na entrada para a "família europeia".
Também a música conheceu uma grande evolução nesta década, mudanças que ainda hoje são muito saudadas e recordadas, com os grandes êxitos dos ditos Anos 80 ainda a passarem nas rádios. O hard rock recebeu novas influências, com batidas mais fortes e sons de guitarras mais pesados, o que trouxe ao público um dos géneros musicais mais populares da década: o heavy metal. Na sequência geraram-se outras vertentes ainda mais rápidas e pesadas, como o thrash metal, speed metal e o black metal. Surgem a MTV , o hip hop e a House Music e aparece o álbum "Thriller", de Michael Jackson, o mais vendido da história, o cantor inventou o videoclip moderno e foi considerado o maior artista da década, ganhou inúmeros prémios, elevando a cultura pop a um patamar jamais visto, ficando conhecido pelo título de "Rei da Pop". Já a rainha da pop, Madonna, foi uma artista que, também, revolucionou a música pop com álbuns como "like a virgin" ou "true blue" que tocaram em pontos pouco debatidos na época como o aborto, o feminismo ou a religião.
Personalidades do ano na Década de 1980
1980- Ronald Reagan (1911-2004) - Reagan foi eleito presidente norte-americano em 1980, depois de ter sido actor de Hollywood e senador da Califórnia. Era adepto do contacto com os meios de comunicação social. O seu mandato assentou na diminuição dos impostos para estimular a economia, na diminuição da interferência do governo na vida das pessoas, o reforço dos direitos dos estados, a tentativa de fortalecer a defesa nacional e reindexação do dólar sobre o padrão-ouro.
Nomeação: Mais uma vez a revista escolheu um presidente recém-eleito como personalidade do ano. Na altura da nomeação a revista definiu aquilo que seria o mandato de Reagan, um mandato "para controlar a inflação, para reduzir a influência governamental desnecessária na vida privada e nos negócios, para reafirmar a importância dos Estados Unidos no mundo." A própria capa é bem elucidativa da esperança que era depositada num homem conhecido de toda a gente.
1981- Lech Walesa (1943) - Líder das manifestações operárias polacas em 1980. Lech Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, em que cerca de 17 000 pessoas protestavam contra as difíceis condições de trabalho e as más condições de vida. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas. Foi o rosto da contestação ao regime da União Soviética. Herói popular, que acabou preso em 1981 e só foi libertado um ano mais tarde. Foi um dos fundadores do partido da solidariedade polaco e recebeu o prémio nobel da paz em 1983. Foi ainda presidente da Polónia livre, já sem o domínio soviético, entre 1990 e 1995. Nomeação- A Time apelidou-o de "herói improvável", devido à sua proveniência popular e ao seu estatuto social, pois era um operário. Com discursos muito mais intuitivos do que racionais, muitas vezes chegou a afirmar que nunca tinha lido um livro. Foi o rosto mais visível da oposição aos regimes comunistas da Europa de Leste e conseguiu manter viva, na Polónia, a esperança de uma sociedade mais igualitária.


1982- O Computador - pela primeira vez na história da nomeação da Personalidade do Ano, o eleito da revista não foi um ser humano, mas sim uma criação tecnológica. Devido aos avanços de empresas como a Apple Inc ou a Microsoft surgiram os primeiros sistemas operativos e os primeiros computadores pessoais começavam a entrar na casa das pessoas. Anteviam-se mudanças nos hábitos de vida e na forma de relacionamento social.
Nomeação- A nomeação do Computador como personalidade do ano por parte da revista TIME, surge como uma antecipação da revolução tecnológica que viria a acontecer nos anos seguintes. A denominação do prémio foi mesmo "Máquina do Ano" e o título da publicação era " The computer moves in".



1983- Ronald Reagan (1911 – 1984) - O presidente norte-americano é eleito pela 2ª vez como Personalidade do Ano a par do líder da União Soviética Yuri Andropov. Reagan já tinha sobrevivido a uma tentativa de assassinato em 1981, tinha lidado com diversas crises internas, por exemplo a greve dos controladores de tráfego aéreo. Participou na invasão a Granada e em 1983 e, sob o lema " paz através da força", aumentou os gastos com a defesa e com o armamento.
Yuri Andropov (1914-1984) - Secretário-Geral do Partido Comunista e líder da União Soviética entre 1982 e 1984, ano da sua morte. Tinha sido chefe do KGB antes de ser líder soviético. Durante o seu mandato fez tentativas para melhorar a economia e reduzir a corrupção. O seu governo foi marcado pela deterioração das relações com os EUA devido às atitudes fortemente anti-soviéticas de Ronald Reagan.
Nomeação- A revista nomeou os dois líderes dos blocos mais poderosos do mundo devido ao medo que pairava sobre o planeta. Reagan reforçou as suas posições anti-soviéticas e Andropov colocou mísseis apontados ao ocidente. Temia-se uma nova guerra. Como a capa da revista elucida, são dois líderes de costas voltadas e que reforçam a "corrida" ao armamento.


1984- Peter Ueberroth (1937) - Executivo de negócios e desportos americanos. Foi como presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, que Ueberroth mais se destacou. Conseguiu reverter uma tendência deficitária nas cidades-sede, tendo conseguido um resultado excedentário. Com os resultados obtidos financeiramente foi possível financiar desportos para a juventude em Los Angeles por muitos anos. De 1984 a 1989, actuou como comissário da principal liga de basebol norte-americana e em 1988 tomou medidas para aumentar o pequeno número de afro-americanos a ocupar cargos administrativos na mesma organização desportiva. Entre 2004 e 2008 foi presidente do Comité Olímpico norte-americano.
Nomeação – A revista acabou por premiar a figura maior da organização dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, jogos que foram os melhores de sempre até aquela edição. Foi o reconhecimento da boa organização e dos lucros que daí advieram.
1985- Deng Xiaoping (1904-1997) - Depois de ser nomeado em 1979, ano em que dava início à abertura da China ao Ocidente, o líder da República Popular da China entre 1978 e 1992, continuou as suas reformas numa sociedade já com 1 bilião de pessoas. Criou um plano tão audacioso quanto arriscado para tentar implantar naquele país quase uma " nova sociedade". Procurou atrair investimentos estrangeiros, sobretudo ocidentais, com os Estados Unidos. Reformulou a China através de leis de mercado, que visavam a livre circulação de capitais.
Nomeação: O líder da República Popular da China foi distinguido pela 2ª vez devido aos seus esforços para modernizar aquela que até metade do século XX era uma das nações mais "atrasadas" a nível tecnológico e intelectual. Devido às suas reformas a China, evoluiu e tornou-se numa das maiores potencias a nível mundial, tal como a conhecemos hoje em dia. Esse legado e esse crescimento só foram possíveis, em grande parte, devido ao esforço de Deng Xiaoping. Afastou-se das ideias de Marx e dos seus antecessores na China e deixou para trás um socialismo cego e utópico e implantou um socialismo de mercado, assente no diálogo e comércio com outros países ocidentais.
1986- Corazon Aquino (1933-2009) - foi presidente das Filipinas entre 25 de Fevereiro de 1986 (data do afastamento do poder do ditador Ferdinand Marcos) e 30 de Junho de 1992. Foi a líder do movimento pacífico que derrubou a ditadura no seu país, sendo mesmo considerada a heroína desse movimento. Foi a primeira mulher a ser chefe de estado de um país asiático. Em 1986 recebeu o prémio nobel da paz.
Nomeação: A Time premiou o esforço de Corazon Aquino através da nomeação. Liderar uma revolução pacífica com o intuito de pôr fim a uma ditadura que já vigorava há 21 anos, não é algo fácil de se fazer e não acontece "todos os dias". Depois de ver o seu marido, Benigno Aquino, assassinado pelo regime em 1983, ela levou a cabo uma luta pacífica para tornar as Filipinas um estado democrático, algo que conseguiu em 1986.
1987- Mikhail Gorbachev (1931) - político e governante russo, mais conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante o seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político - projecto Glasnost - como no campo económico, através da Perestróika, conduziram ao término da Guerra Fria e, ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética. A sua visão política e reformista teve grande impacto mundial, com resultado da dissolução de uma das forças mais poderosas, na altura. Em 1987 visitou o Reino Unido e os Estados Unidos, o que serviu para passar a imagem de abertura política da, ainda, União Soviética.
Nomeação: A Perestroika e o projecto Glasnost permitiram que o mundo ocidental olhasse para a União Soviética de uma forma que até aí não tinha olhado. Em 1987 Mikhail Gorbachev tornou-se um símbolo de esperança para um novo tipo de União Soviética: mais aberta, mais preocupada com o bem-estar dos seus cidadãos e menos com a difusão de sua ideologia e do seu sistema no exterior. Para aumentar essa esperança a Time decidiu elege-lo como pessoa do ano em 1987.
1988- Planeta Terra- A revista elegeu o Planeta Terra como personalidade do ano, na edição foi mesmo apelidado de: " O Planeta do Ano". Foi um alerta para os perigos e para a destruição que o homem estava a provocar no meio ambiente.
Nomeação: Nesta edição o Planeta Terra foi eleito a " personalidade" do ano numa tentativa da revista alertar as pessoas para os riscos que a poluição estava a provocar no meio ambiente. A destruição de espécies, a diminuição do número de árvores, a emissão de gases tóxicos, tudo isso foi posto a "nu" pela Time. Algumas das expressões mais elucidativas desse sentimento foram: "uma geração vai e outra vem, mas a Terra permanece para sempre" ou " O homem é imprudente e está a acabar com a vida na Terra". Foi uma chamada de atenção para a necessidade de cuidar da "casa de todos nós".
1989 - Mikhail Gorbachev (1931- …) – Nomeado uma segunda vez devido ao seu papel na queda do Muro de Berlim e na resolução dos problemas que existiam entre blocos, o de leste e o ocidental. No mesmo ano foi eleito "Homem da Década", e foi apelidado pela revista como "o patrão da mudança", a "sua" Perestroika e o "seu" Glasnost, vieram dar uma lufada de ar fresco numa, ainda, União Soviética. Gorbachev mudou isso tudo, compreendeu as feridas de um bloco bastante atrasado a nível social, tecnológico e financeiro em relação ao mundo Ocidental.
Nomeação: Foi eleito uma segunda vez como personalidade do ano por ser o rosto da mudança numa União Soviética que caminhava para o fim dos seus dias. Em 1989 a Alemanha deixou de estar dividida e as assimetrias e divergências entre o leste e o ocidente diminuíram devido à acção de Mikhail Gorbachev. Embora não tenha sido perfeito enquanto esteve no poder, conseguiu dar "nova vida" a uma União Soviética que caminhava para o seu desmembramento. Em 1990 recebeu o prémio nobel da paz pelos seus esforços em conseguir mudar um bloco que parecia parada em "demónios antigos".
Década de 1990
Foi a última década do século XX e do segundo milénio. A década de 90 começou com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, sendo esses acontecimentos seguidos pela consolidação da democracia e a afirmação do capitalismo a um nível global. Um nome está ligado ao fim da União Soviética, Boris Ieltsin, pois foi ele o primeiro líder russo a ser eleito democraticamente. Ieltsin foi responsável pela transformação da economia socialista russa numa economia de mercado, implementando a chamada "terapia de choque", com programas de privatizações e liberalização económica.
Optimismo e esperança seguiram-se ao colapso do comunismo, mas os efeitos colaterais do fim da Guerra Fria estavam só a começar, assistiu-se a um advento terrorista em regiões do "Terceiro Mundo", especialmente na Ásia. Os países ocidentais tiveram um crescimento económico estável durante toda a década. O Reino Unido, depois de uma recessão em 1991-92 e a desvalorização da libra, voltou a ter um crescimento assinalável. Até nações com menor representatividade económica tiveram aperfeiçoamentos gigantescos. Muitos países, instituições, companhias e organizações consideraram os 90 como "tempos prósperos".
Politicamente, os anos 90 foram de democracia expansiva. Os antigos países do Pacto de Varsóvia saíram de regimes totalitários para aceitarem governos eleitos. O mesmo ocorreu com outros países de diferentes continentes (Taiwan, Chile ou a África do Sul). Apesar da prosperidade e democracia, houve um "lado maléfico" significativo. Na África, o aumento do número de casos de SIDA e inúmeras guerrilhas levaram à diminuição da expectativa de vida e nenhum crescimento económico. O fim do Apartheid (1990), na África do Sul e a eleição de Nélson Mandela como primeiro Presidente negro do país (1994), foram momentos que serviram de inspiração e que trouxeram esperança ao mundo. Nas ex-nações soviéticas, havia fuga de capital e um PIB reduzido. Crises financeiras nos países em desenvolvimento foram comuns depois de 1994, essas crises foram ainda mais acentuadas devido aos efeitos da globalização. Nesta década ocorreram eventos trágicos como as guerras dos Balcãs, o genocídio no Ruanda, a Batalha de Mogadíscio, na Somália, e a primeira Guerra do Golfo, assim como o crescimento do terrorismo, no ar pairava a ideia de existir um choque de civilizações. No sector geopolítico destaque para a devolução administrativa de Hong Kong (1997) à China, por parte do Reino Unido, e dois anos depois, Portugal, também, devolveu Macau à China.
Destaque, também, merece Benazir Bhutto que teve dois mandatos como primeira-ministra do Paquistão, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um estado muçulmano.
Os computadores pessoais tornaram-se objecto da vida quotidiana, deu-se um crescimento da Internet, começavam a mudar-se "velhos hábitos". Os anos 90 ficam também marcados pela introdução de novas tecnologias, logo bem sucedidas, devido ao maior conforto que permitia a sua utilização, por exemplo, o telemóvel, pagers e pda's. A tecnologia dos CD também foi aperfeiçoada e o DVD tornou-se algo comum.
A própria ciência conheceu um incrível progresso: a clonagem da Ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula adulta; o lançamento do telescópio espacial Hubble (1990) ou a diminuição da mortalidade com a SIDA devido a diversos testes e estudos pioneiros.
No plano artístico musical, o que fez sucesso foi o Hip Hop, Rapcore e principalmente o Grunge, com bandas de destaque em toda a década, por exemplo Nirvana, Red Hot Chili Peppers ou Pearl Jam. A televisão ganha um poder que até então não lhe tinha sido reconhecido, quer ao nível da informação, quer no ramo do entretenimento. Depois de reconhecida essa capacidade de veículo de informações, publicidade e de programas artísticos – filmes, séries e, em muitos países, telenovelas – a TV acaba por chegar a um maior número de pessoas, para além disto assiste-se a uma multiplicação de número de canais televisivos. Em Portugal aparecem os primeiros canais privados, a SIC e TVI. Outro acontecimento marcante em "terras lusitanas", foi a realização da Expo 98, que voltou a colocar o nosso país no centro das atenções.

Personalidades do ano na Década de 1990

1990- George H. W. Bush (1924) - Foi eleito presidente dos Estados Unidos da América em 1989 quando sucedeu a Ronald Reagan. Na altura já tinha um vasto currículo na política norte-americana, tinha sido vice-presidente dos Estados Unidos entre 1981 e 1989, durante os dois mandatos de Ronald Reagan e, para além disso, já tinha sido membro do congresso, embaixador e director da CIA. O seu mandato, que durou até 1993, fica marcado pela Guerra do Golfo contra o Iraque. Quando foi eleito presidente era visto como uma pessoa forte nas relações externas dos Estados Unidos e a vitória na guerra só aumentou a sua popularidade. A nível interno os seus trabalhos deixaram muito a desejar, com o país a atravessar uma recessão e Bush a não cumprir a promessa de não aumentar os impostos.
Nomeação: A Time elegeu George Herbert Bush como personalidade do ano devido à "dupla" personalidade que chegava a parecer ter. Por um lado, a nível externo, uma política forte (em 1990 envolveu-se na Guerra do Golfo), por outro, uma política interna que muita deixava a desejar (com o aumento dos impostos e com uma liderança que dava a ideia de não conseguir lidar com a recessão que se vivia em solo americano). Um retracto deste sentimento é o título da edição: " Os dois George Bushes".

1991- Ted Turner (1938) – Conhecido magnata dos meios de comunicação social norte-americano, fundou o famoso canal de notícias CNN (Cable News Network) em 1980. É conhecido também pela sua filantropia, é responsável por grandes doações de dinheiro à ONU. É ainda dono dos Atlanta Braves, uma equipa de beisebol norte-americana, e detém canais como a Cartoon Network ou a TNT. Em 2006 deixou a de estar na direcção da Time Warner e afastou-se do canal que fundou.
Nomeação: A nomeação em 1991 surge devido ao papel na cobertura mediática que a CNN teve na Guerra do Golfo. O canal revolucionou a maneira de "dar" as notícias e os acontecimentos com a transmissão ao vivo daquilo que estava a acontecer. Turner foi nomeado por ser o rosto de uma nova revolução digital no mundo da comunicação e da informação.



1992 – Bill Clinton (1946) – Sucedeu no cargo a George Herbert Bush que não resistiu às suas "fracas" políticas internas. Bill Clinton, contudo não era o favorito em 1992, devido à vitória de Bush na Guerra do Golfo. A sua imagem jovem contribuiu muito para a eleição. Os pilares do seu mandato assentaram em reformas na área da educação, na restrição de venda de armas, no reforço de leis de protecção do meio ambiente e na protecção do emprego. A nível internacional procurou reduzir as barreiras de comércio entre países, a NAFTA é um exemplo disso. Tentou também mediar os conflitos na Irlanda do Norte e entre Israel e a Palestina. O seu primeiro mandato, viria a ser reeleito em 1997, fica marcado pelo desenvolvimento económico e pela redução do défice fiscal.
Nomeação: A Time elegeu Clinton como personalidade do ano devido à lufada de ar fresco que ele parecia trazer à Casa Branca. Jovem, com aspecto simpático, conseguiu bater o veterano George Herbert Bush na corrida à presidência. Clinton era o primeiro de uma geração de presidentes nascidos após a 2ª Guerra Mundial e conseguiu ser o primeiro democrata eleito em 12 anos.





1993 – "Os Pacifistas" – Neste ano a revista elegeu não um, mas sim quatro personalidades do ano. Yasser Arafat (1929-2004), presidente da Autoridade Nacional da Palestina entre 1994 e 2004 e líder da Organização para a Libertação da Palestina entre 1969 e 2004. Yitzhak Rabin (1922-1995), primeiro ministro de Israel entre 1974 e 1977, regressou ao cargo em 1992 e esteve à frente do governo israelita até 1995. Nelson Mandela (1918-2013), conhecido líder da África do Sul, da qual foi presidente entre 1994 e 1999. Frederik Willem de Klerk (1936), presidente da África do Sul entre 1989 e 1994. Nomeação: Quatro nomeados, dois por um motivo dois por outro. Quatro líderes que tentaram procurar e promover a paz nos seus países. Arafat e Rabin foram nomeados devido aos Acordos de Paz de Oslo, que estipulavam a implementação da auto-administração Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, num período de cinco anos. Um passo para a paz numa zona fustigada pela guerra entre povos, tanto Arafat como Rabin receberam o prémio nobel da paz em 1994 devido aos seus esforços de conciliação e à sua tentativa de encontrar uma tão desejada paz. Mandela, ainda hoje considerado o mais importante líder da África Negra, conhecido como Madiba (nome do seu clã de nascença), esteve preso durante 27 anos e só foi libertado em 1990 quando a Guerra Civil assolava o seu país. As suas acções pacifistas para promover a paz e para acabar com o apartheid, tornaram a sociedade sul-africana mais igualitária. Em 1993 recebeu ainda o prémio nobel da paz. De Klerk, outro símbolo da luta contra o apartheid, retirou Mandela da prisão e lutou por uma sociedade mais justa na África do Sul. Foi ele que terminou com essa política, em 1994, que vigorava desde 1948. Foi ainda o último presidente branco do seu país e recebeu, juntamente com Mandela, o prémio nobel da paz.
. 1994- Papa João Paulo II (1920-2005) - Karol Józef Wojtyła, polaco, foi nomeado Papa em 1978, ano em que sucedeu a Albino Luciani, João Paulo I (cujo pontificado durou apenas 33 dias), como chefe máximo do Vaticano e da Igreja Católica. Optou pelo nome João Paulo II como uma homenagem ao seu antecessor. O pontificado de João Paulo II foi o terceiro mais longo da história do Vaticano (1978-2005), conseguiu ainda ser o primeiro Papa não-italiano em 455 anos, o último não italiano havia sido Adriano VI em 1522. A sua figura ainda hoje é aclamada pelos cristãos e não só, o seu pontificado fica marcado pela tentativa de aproximar a Igreja Católica das outras Igrejas (desde a igreja ortodoxa ao judaísmo ou o Islão). Outro ponto marcante de João Paulo II foram as viagens pastorais fora da Itália (mais de 100, onde visitou 129 países e mais de 1000 localidades). Foi apelidado como o Papa mais popular da história devido ao seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação social. Teve ainda um papel determinante no fim do comunismo na Polónia e um pouco por todo o mundo. Foi declarado Santo, juntamente com o Papa João XXIII em Abril de 2014. Nomeação: A Time nomeou a figura de João Paulo II como personalidade do ano em 1994 devido aos seus esforços em modernizar e aproximar a Igreja Católica das pessoas, dos jovens e de outras religiões. O seu papel contribuiu muito para o fim do comunismo. A propósito da sua nomeação, e da sua figura, em 1994 a revista escrevia: "O seu poder está na palavra, não na espada. Ele é um exército de um, o seu império é ao mesmo tempo tão puro e tão omnipresente quanto a alma".
1995- Newt Gingrich (1943) - professor universitário, historiador, escritor e político americano. Filiado ao Partido Republicano, destacou-se como líder em 1994, quando o partido passou a ter o controlo da Câmara dos Representantes pela primeira vez em 40 anos. Gingrich tornou-se o Presidente da Câmara em 1995. As suas ideias, sobretudo para ter um orçamento federal equilibrado, acabaram por ter repercussões nos presidentes norte-americanos. Outro ponto chave do seu discurso foi a preocupação com a criação de um plano de saúde.
Nomeação: A Time premiou o rosto da mudança, em 40 anos foi o primeiro líder Republicano a ser nomeado presidente da Câmara dos Representantes. Sempre com ideias fixas e delineadas conseguiu algumas conquistas, como o plano de saúde. A revista escreveu sobre Gingrich: " líderes tornam as coisas possíveis. Líderes excepcionais tornam as coisas inevitáveis. Newt Gingrich pertence à categoria do excepcional".
1996 – Dr. David Ho (1952) – Nascido em Taiwan, David Ho é um cientista naturalizado norte-americano. Foi o pioneiro na investigação das doenças sexualmente transmissíveis. Antes de David Ho os investigadores acreditavam que a SIDA entrava numa fase de dormência após a infecção inicial, uma vez que a maioria dos pacientes não ficava seriamente doente, meses ou anos após a primeira exposição. As pesquisas de David Ho provaram o contrário, provaram que a doença, desde do início, multiplica-se rapidamente no sistema imunitário humano. As suas atenções centraram-se depois em arranjar maneiras de combater a o vírus desde os primeiros estágios de infecção.
Nomeação: A revista premiou os esforços de David Ho para tentar descobrir curas e vacinas para a SIDA. As suas investigações deram um pouco mais de esperança aos infectados. A sua dedicação em "educar" foi outro dos motivos que levou a Time a nomeá-lo pessoa do ano em 1996. O seu trabalho resultou num grande declínio da mortalidade nos países desenvolvidos.
1997- Andrew Grove (1936) – engenheiro e empresário norte-americano, proveniente da Hungria. Imigrou para os Estados Unidos, em 1956. Foi um dos primeiros empregados da Intel Corporation, onde alcançou cargos da direcção, primeiro como presidente, depois como director de operações e até 2005 foi presidente do conselho de administração. O "seu" microchip deu início a uma nova revolução digital.
Nomeação: A liderança de Grove permitiu a Intel ser líder no mercado de chip e micro processadores para PC. Muitas vezes acusado de ser antipático, o que é certo é que "elevou" a companhia e trouxe-lhe inúmeros ganhos. A Time, definiu-o como " o dínamo de uma nova economia" .

1998 – Bill Clinton (1946) – O presidente norte-americano havia sido reeleito para um segundo mandato no ano anterior, algo que o tornou como o primeiro democrata a conseguir tal feito desde Franklin Roosevelt, ainda no início da década de 50 do século XX. Em 1998 tornou-se o foco das atenções não pela sua habilidade ou feitos políticos, mas sim pelo célebre caso com Mónica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca com a qual Bill Clinton manteve relações sexuais, inclusive dentro da Sala Oval. Um escândalo que assumiu proporções ainda maiores porque os dois envolvidos negaram publicamente que tinham tido relações.
Kenneth Starr (1946) – advogado norte-americano e ex-juiz. Ficou conhecido quando foi nomeado por Bill Clinton para ocupar o cargo de Conselheiro Independente da Casa Branca. Mais tarde essa decisão viria a revelar-se como um erro, pois acabou por se "virar" contra Clinton. Foi Starr que divulgou no espaço público o escândalo de Clinton. Starr tornou-se "implacável" na tentativa de destituir o presidente através do " Caso Lewinsky". Na altura o juiz foi acusado de ser um puritano obsessivo, de vouyerismo jurídico e, ainda, de estar a desviar o foco das investigações (o caso de supostas fraudes imobiliárias conhecido por Escândalo Whitewater), deixando-se levar pelas suas convicções conservadoras.
Nomeação: A Time elegeu Bill Clinton e Kenneth Starr como personalidades do ano em 1998 devido ao caso "Lewinsky". O presidente cometeu um erro, teve um caso com outra mulher e Starr aproveitou-se disso para tentar levar Clinton a demitir-se da presidência. Na altura a revista escrevia: "Bill Clinton fez algo comum: teve um caso e mentiu sobre isso. Ken Starr fez algo extraordinário: ele pegou num comportamento menos correcto do presidente e chamou-o de um crime grave".
1999- Jeff Bezos (1964) – empresário norte-americano conhecido por fundar, em 1994, a Amazon.com. Foi o seu presidente e director de operações. A Amazon é uma empresa de comércio electrónico, que quando apareceu não se acreditava que tivesse sucesso. A persistência de Bezos provou o contrário. A Amazon é hoje o maior retalhista do mundo, e está online. Bezos não é carismático mas com 48 anos, ocupa neste momento o 26º lugar na lista dos homens mais ricos do mundo. Em 2013 comprou o jornal The Washington Post por 250 milhões de dólares.
Nomeação: A Time reconheceu o valor e a persistência de Jeff Bezos para fazer singrar o seu negócio e as suas ideias. A sua liderança fez com que a Amazon chegasse ao topo das empresas com maiores lucros. Revolucionou a maneira de fazer negócios no mundo da venda a retalho. Em 1999 a Time escrevia que ele era " o rei, no mundo competitivo do negócio online".


Década de 2000
Foi a primeira década do século XXI que, por sua vez, é o primeiro século do terceiro milénio. De notar, contudo, que o ano 2000, embora pertença à década de 2000, pertence ainda ao século XX e ao segundo milénio. O início da década fica marcado por um acontecimento fatídico, o dia 11 de Setembro de 2001, data em que uma das superpotências mundiais foi alvo do maior ataque terrorista ocorrido num país ocidental. Os EUA sofreram atentados no seu "coração", em Nova Iorque o World Trade Center ruía e o próprio Pentágono esteve para ruir também. Assim, a política internacional deste período foi marcada por acções militares dos Estados Unidos em países do Médio Oriente (local originário das facções terroristas responsáveis pela tragédia), na chamada Guerra ao Terrorismo. Falamos da Guerra do Afeganistão e da Guerra do Iraque, além do apoio militar a Israel na Segunda Guerra do Líbano e no conflito israelo-palestino. O Médio Oriente continuou a ser uma região condenada por conflitos internos, como a disputa entre os partidos Hamas e Fatah na Palestina, entre sunitas e xiitas no Iraque e entre os Talibãs e líderes tribais no Afeganistão.
Uma figura marcante desta década foi o presidente norte-americano, George W. Bush, que assumiu um papel muito importante na defesa nacional e internacional, algo conseguido através de uma política externa intransigente, marcada por uma posição de força e de combate ao terrorismo "cara a cara". Com George Bush iniciaram-se as invasões americanas nos países do Médio Oriente e chegam ao fim as ditaduras de Saddam Hussein no Iraque e dos Talibãs no Afeganistão. Nos países da América Latina, onde partidos de esquerda chegam ao poder através de eleições, inicia-se também uma onda de antiamericanismo, destacando-se Hugo Chávez, presidente venezuelano e Evo Morales, o primeiro indígena a ser eleito presidente da Bolívia.
Em 2002, Timor-Leste torna-se a mais recente Nação, sendo-lhe reconhecida a sua independência e pondo fim a um dos maiores e mais antigos Impérios – o Império Português – que nascera em 1415. Nesta década morreram muitos dos ditadores, que causaram o pânico em décadas, mas também chefes de Estado, como por exemplo: Yasser Arafat (2004), Saddam Hussein (2006), Slobodan Milosevic (2006), Augusto Pinochet (2006). Em sentido oposto, em 2008, um novo marco importante se escreve na história mundial, Barack Obama, torna-se o primeiro presidente afro-americano a comandar os destinos dos Estados Unidos.
Numa outra área do planeta, os países da União Europeia passam, na sua maioria, a adoptar o euro como moeda comum entre os países membros e para as transacções financeiras internas, substituindo as moedas nacionais, mas há excepções: o Reino Unido, a Suécia e a Dinamarca, que permaneceram com suas moedas nacionais. Nos primeiros dez anos do novo milénio, há um enfraquecimento do neoliberalismo e existe a retoma dos investimentos públicos em sectores estratégicos, algo que já acontecia anteriormente na China, e que permitiu um crescimento económico notável deste país. Esta política aconteceu em mais países do mundo, na Rússia (recentemente saída de uma grave crise económica), assim como, em mais alguns países, sobretudo na América do Sul. A economia mundial passa por um dos maiores períodos de prosperidade e estabilidade da história, até ao final do ano de 2007, quando é desencadeada a crise do crédito hipotecário de alto risco, que coloca em perigo a economia de vários países, principalmente dos mais desenvolvidos.
A década fica, ainda, marcada pelo fim do pontificado de João Paulo II, o terceiro mais longo da História, com sua morte em 2 de Abril de 2005. O conclave elege um novo Papa a 19 de Abril de 2005, o alemão Joseph Ratzinger, que a adopta o nome de Bento XVI, tornando-se o 265º Papa da história.
A Internet consolida-se como veículo de comunicação em massa e armazenamento de informações, nascem as redes sociais, o comércio electrónico torna-se algo comum e as relações entre pessoas conhecem uma nova realidade, a diminuição dos preços de acesso e as conexões de banda larga, que substituíram as conexões caducadas da década anterior, permitiram que as pessoas passassem mais tempo online e possibilitaram, também, a transferência de vídeo, áudio e softwares. No final da década, o Mundo dá de caras com a primeira pandemia do terceiro milénio: a Gripe A. O Sistema Solar vê a sua classificação de corpos celestes reformulada. Os planetas principais voltaram a ser oito, tendo sido criada uma nova categoria: os planetas anões, na qual foi incluído Plutão.

Personalidades do ano na Década de 2000
2000 – George Walker Bush (1946) – político norte-americano, foi o 43º presidente dos Estados Unidos. Antes de chegar à Casa Branca foi Governador do Texas entre 1995 e 2000. Assumiu a presidência depois de ter derrotado Al Gore na corrida em 2000. Filho do ex-presidente George Herbert Bush foi apenas o segundo na história dos Estados Unidos a ser o chefe máximo da nação depois do seu pai também o ter sido. Foi presidente durante dois mandatos (entre 2001 e 2009), e a sua governação fica marcada pela Guerra no Afeganistão e no Iraque, guerra levada a cabo contra o terrorismo que foi outro ponto que marcou a sua governação. Em 2001 viu-se deparado com os piores atentados da história dos Estado Unidos, o ataque de 11 de Setembro ao World Trade Center. Além das questões de segurança nacional, Bush promoveu políticas de reforma na economia, saúde, educação, e segurança social.
Nomeação: Em 2000 a Time nomeou George W. Bush por ter sido eleito presidente. Era o começo de um novo milénio e os americanos depositavam a sua confiança num filho de um ex-presidente.
2001- Rudolph Giuliani (1944) - político americano, descendente de imigrantes italianos da região da Toscana, ex-chefe do governo municipal de Nova Iorque (1994 a 2002). Tornou-se famoso por implementar uma política de "tolerância zero" contra criminosos, o que diminuiu sensivelmente as taxas de criminalidade da cidade. Era ele o Mayor quando se deram os Ataques de 11 de Setembro de 2001 que causaram centenas de vítimas no World Trade Center.
Nomeação: Num ano que fica marcado pelos atentados às Torres Gémeas em Nova Iorque, Giuliani foi o rosto do esforço da recuperação da cidade. Logo após o embate do segundo avião com a torre sul, o mayor da cidade foi para a zona onde tudo se estava a desenrolar. A título de exemplo, Giuliani esteve 16 horas seguidas a tentar "segurar" uma cidade que acordara num verdadeiro filme de terror. O mayor viu seres humanos a atiraram-se da torre Sul e, quando esta implodiu, quase ficou preso dentro do seu centro de comando improvisado, perto do local. Giuliani visitou hospitais para confortar as famílias dos desaparecidos e fez mais quatro visitas à cena ataque. Por todo este esforço a Time elegeu-o como personalidade do ano em 2001, numa edição em que o descreveu como "a torre da força".
2002 - As Denunciantes (Thewhistleblowers ) – Cinthya Cooper - Em 2002 tinha 38 anos, era uma auditora interna da WorldCom e foi ela que alertou o conselho de administração da empresa de telecomunicações, para diversas irregularidades nas contas da empresa, esses, "erros" que rondavam os 3,8 biliões de dólares. Um mês depois, a WorldCom declarou a maior falência corporativa da história dos EUA. Desde aí os investigadores descobriram mais de 9 biliões de dólares em fraudes na WorldCom. Sheron Watkins (1959) – tinha na altura 43 anos, foi vice-presidente da Enron, e foi ela que alertou o presidente da empresa, Kenneth Lay, em 2001, para o facto de a Enron poder entrar em colapso, como resultado de uma extensa contabilidade falsa. A Enron acabou por declarar falência devido aos desvios de dinheiro. Coleen Rowley (1954) – tinha 48 anos na altura e era agente do FBI. Foi responsável por escrever um memorando após os ataques do 11 de Setembro, onde denunciou falhas nos serviços de inteligência. No seu texto, Rowley, dirigiu-se ao director da agência de Inteligência norte – americana, Robert Mueller, denunciando que a sede da agência ignorou os seus pedidos para investigar Zacarias Moussaoui (acusado como cúmplice dos ataques terroristas ao World Trade Center), semanas antes do 11 de Setembro. Num testemunho mais tarde ao Senado Norte Americano, Rowley acusou o FBI de estar cheio de burocracia.
Nomeação: As três mulheres foram eleitas personalidade do ano em 2002 devido ao seu papel para denunciar problemas graves que afectavam as empresas em que trabalhavam (no caso de Cooper e Watkins). Rowley foi eleita porque "colocou o dedo na ferida" ao apontar o FBI como um dos maiores culpados pelos ataques do 11 de Setembro. Devido à sua coragem e tentativa de mostrar que não estava tudo bem no local onde trabalhavam as três receberam a nomeação da Time.

2003 – O Soldado Americano - Em 2003 os Estados Unidos invadiam o Iraque e continuavam presentes no Afeganistão, sob a liderança de George W. Bush. Milhares de soldados americanos deixavam os seus lares para irem combater o terrorismo, ou pelo menos era esse o pretexto. Os esforços das tropas norte-americanas permitiram terminar com o regime de Saddam Hussein no Iraque, em "apenas" 21 dias.
Nomeação: Pelo papel das tropas norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, pela coragem e pela vontade de trazer àquela zona planeta uma sociedade mais democrática, milhares de soldados partiram para a guerra em 2003. Nesse ano a Time justificava assim a escolha do soldado americano como personalidade do ano: "Pelas habilidades incomuns e serviço, pelas escolhas que cada um deles faz e as que ainda estão pela frente, pelo desafio de defender não só as liberdades Americanas, mas também a liberdade daqueles que vivem a meio mundo de distância, o soldado americano é a pessoa do ano 2003".


2004 – George Walker Bush (1946) – Em 2004 George W. Bush concorria para o seu segundo mandato. As vitórias nas guerras do Iraque e do Afeganistão deram-lhe bastante crédito. Teve o mérito de mostrar ao mundo que os Estados Unidos lideravam a luta contra o terrorismo mundial. Foi reeleito presidente, depois de ganhar por uma margem escassa contra o democrata John Kerry, e no seu segundo mandato a sua popularidade acabou por diminuir muito, pois manteve as tropas nas zonas da guerra.
Nomeação: A Time escolheu George W. Bush pela segunda vez para personalidade do ano devido à sua reeleição. A revista justificou assim a sua escolha: " Por se segurar às suas armas (literal e figurativamente), por reformular as regras da política de modo a enquadrarem-se no seu estilo de liderança e por convencer a maioria dos eleitores de que merecia estar na Casa Branca por mais quatro anos, George W. Bush é escolhido como personalidade do ano 2004".




2005 – Os Bons Samaritanos – Bill Gates (1955) – co-fundador da Microsoft em 1975, levou a empresa a ser líder mundial no que diz respeito à venda de produtos de software. Foi eleito em 4 ocasiões como o homem mais rico do mundo. Outro dos seus maiores feitos foi a fundação de uma instituição de caridade, juntamente coma sua mulher Melinda Gates. Em 2000 nascia a Fundação Bill e Melinda Gates, uma organização que tem como principais objectivos promover a pesquisa sobre a SIDA e outras doenças que atingem, em maior parte, os países em desenvolvimento. Melinda Gates (1964) – ex-funcionária da Microsoft, casou-se com Bill Gates em 1994. Tem actualmente um cargo na direcção do jornal Washington Post, mas a maior parte do seu tempo é dedicada à instituição de caridade que fundou com o seu marido. Bono Vox (1960) – irlandês, conhecido vocalista da banda U2, onde já facturou milhões de euros. Fora da banda Bono também é amplamente conhecido por ser um activista dos direitos humanos e por ajudar os mais necessitados, sobretudo em África. Foi co-fundador de diversas instituições de solidariedade.
Nomeação: A Time escolheu estas três figuras públicas para personalidade do ano em 2005, devido aos seus esforços para tentar ajudar aqueles que mais necessitam. Com muitos milhões de dólares na carteira, acabam por não se esquecer que nem todas as pessoas no planeta têm a sorte de ter uma conta "milionária". Para além das instituições de solidariedade que fundaram, são o rosto da necessidade de tentar melhorar a vida daqueles que menos recursos possuem. Em 2005 a Time escrevia sobre a eleição: "Melinda Gates, Bono e Bill Gates: três pessoas numa missão global para acabar com a pobreza, a doença e a indiferença"

2006 – Tu – "You"- Em 2006, a World Wide Web tornou-se uma ferramenta para unir as pequenas contribuições de milhões de pessoas e torná-las importantes. O mundo cabia dentro de um motor de pesquisa e qualquer pessoa podia dar o seu contributo, passando do anonimato para o centro das atenções. Diversas ferramentas estavam, e ainda continuam a estar, à disposição, desde a Wikipedia ao Youtube, passando pelo Facebook ou o MySpace. As possibilidades são quase infinitas.
Nomeação: A Time reconheceu os milhões de pessoas que anonimamente contribuem com conteúdo gerado pelo utilizador, para wikis YouTube, MySpace, Facebook e as dezenas de outros sites em que a contribuição das pessoas é essencial. Sobre a nomeação a revista escrevia: "olhe para 2006, através de uma lente diferente e você verá uma outra história, que não se trata de um conflito ou grandes homens. É uma história sobre comunidade e colaboração numa escala nunca antes vista".


2007 – Vladimir Putin (1952) – é o actual presidente da Rússia, além de ex-agente do KGB no departamento exterior e chefe dos serviços secretos soviético e russos. Putin exerceu a presidência entre 2000 e 2008, foi ainda primeiro-ministro em duas ocasiões, a primeira entre 1999 e 2000, e a segunda entre 2008 e 2012. Falar de Vladimir Putin é falar da história contemporânea da Rússia. Muitas vezes visto pelo Ocidente como uma pessoa rígida, fria e até dura na sua formar de liderar um dos maiores países do mundo, a verdade é que conseguiu, através das suas reformas reerguer a Rússia.
Nomeação: A revista elegeu Vladimir Putin devido ao seu trabalho e esforço para fazer implementar na Rússia as suas ideias. Não sendo um "adepto" da plena democracia a verdade é que conseguiu fazer com que a Rússia voltasse a ser uma superpotência mundial. Sobre a eleição a revista escrevia: " a um custo significativo para os princípios e ideias que as nações livres defendem, ele executou uma extraordinária façanha de liderança ao impor a estabilidade numa nação que raramente a conheceu e trouxe a Rússia de volta à mesa do poder mundial. Putin não é um escuteiro. Ele não é um democrata. Ele não é um modelo de liberdade de expressão. Ele está, acima de tudo, para a estabilidade, para a estabilidade antes de liberdade, estabilidade antes de escolha, a estabilidade de um país que quase não viu isso em cem anos". A título de curiosidade a revista apelidou-o de ser o " novo czar da Rússia".
2008 – Barack Obama (1961) – Advogado e político norte-americano, figura incontornável da história mais recente dos Estados Unidos da América. Foi eleito para o cargo de presidente do Estados Unidos em 2008, numa eleição em que derrotou o republicano John Maccain. Nove meses depois de ser eleito presidente, Obama recebeu o prémio nobel da paz em 2009. Foi o primeiro afro-americano a ser o chefe máximo da Casa Branca. O primeiro mandato de Obama fica marcado pela assinatura de diversos tratados com o objectivo de estimular a economia. A nível internacional ordenou o fim do envolvimento americano na Guerra do Iraque; aumentou a quantidade de tropas americanas no Afeganistão; assinou tratados de controlo de armas com a Rússia; autorizou uma intervenção armada na Guerra Civil Líbia e ordenou uma operação militar no Paquistão que resultou na morte de Osama Bin Laden.
Nomeação: Barack Obama foi eleito personalidade do ano em 2008 devido à vitória nas eleições. Depois de ter ganho as primárias no partido democrata a Hillary Clinton (uma vitória à tangente), conseguiu ser eleito presidente derrotando outro político com uma larga carreira, John McCain. Obama veio trazer uma nova imagem à Casa Branca e uma lufada de ar fresco, depois de um segundo mandato de George Bush em que a população contestava as medidas. Obama conseguiu unir o país à volta das suas ideias e princípios. A Time escrevia em 2008: "Numa das eleições mais loucas da história americana, Barack Obama soube superar a falta de experiência, dois candidatos que são instituições políticas e a divisão racial para se tornar o 44 º Presidente dos Estados Unidos".

2009 – Benjamim Bernanke (1953) - é um economista norte-americano, de origem judaica, ex- presidente da Reserva Federal (FED), o banco central dos Estados Unidos. Dirigiu o banco mais importante dos EUA até Janeiro de 2014, altura em que abdicou do cargo. Economista formado em Harvard foi também professor em Princeton. Bernanke guiou o FED durante alguns dos maiores desafios financeiros desde a Grande Depressão. Foi uma das figuras que ajudou a recuperar a economia norte-americana. Em 2011 era considerado a oitava pessoa mais poderosa do mundo pela Forbes.
Nomeação: Foi nomeado Pessoa do Ano de 2009 pela Time, pelo resultado positivo que conseguiu na sua luta pela sobrevivência económica a um dos momentos mais críticos pelo qual a economia global, mas sobretudo a americana, atravessou. A revista Time valorizou, assim, o efeito preventivo de um "homem pacato e bem-educado" que liderou a Reserva Federal conseguindo impedir uma catástrofe económica, num ano fraco para a economia norte-americana.

2010-2013
Nos três primeiros anos da década seguinte (2010), já há muita história que se passou e se pode contar. Em grande parte, devido à crise económica e financeira, que se viria a registar no final da década anterior, um pouco por todo o lado. Assim, a crise afectou especialmente os países da União Europeia, em especial os do sul da Europa, que tiveram um aumento no desemprego e notas rebaixadas da dívida por agências como a Fitch e a Standard & Poor's. Mesmo os Estados Unidos, pela primeira vez, perderam a nota máxima (AAA).
No Norte da África, irrompeu a Primavera Árabe, diversos regimes ditatoriais foram depostos através de forças populares, por meio dos rebeldes, tendo início na Tunísia e estendendo-se depois para o Egipto e, principalmente, para a Líbia, culminando com a execução do ditador Muammar Khadafi , em 2011. No mesmo ano, foi localizado pela primeira vez com sucesso, após uma década no topo da lista dos criminosos mais procurados, Osama Bin Laden. O autor dos ataques que deixaram a América e o Mundo em alvoroço, tinha sido por fim interceptado e assassinado. Porém, conflitos mais sangrentos continuam a acontecer, actualmente, na Síria.
Kim Jong-un torna-se-ia ditador norte-coreano sucedendo seu pai, Kim Jong Il, que morreu, ainda no ano de 2011. Dois anos mais tarde, seria o ano do desaparecimento de outras grandes figuras políticas mundiais do século passado: Hugo Chávez, presidente venezuelano; Margaret Thatcher, no Reino Unido e, ainda, de Nélson Mandela, na África do Sul.
A própria Igreja Católica teve o escândalo do Vatileaks, em que documentos secretos do Vaticano foram roubados, denunciando casos de corrupção no Banco do Vaticano e disputas internas dentro da Cúria. Em 2013, o papa Bento XVI abdicou do pontificado, facto que não ocorria desde o século XIII. O motivo alegado foi a falta de condições de saúde para continuar a exercer. Foi sucedido pelo Papa Francisco, primeiro papa oriundo da América Latina.
As vendas de computadores convencionais caíram pela primeira vez, dando lugar ao crescimento de smartphones e tablets, conceito desconhecido do grande público até o lançamento do primeiro iPad pela Apple, em 2010. A Apple tornou-se, no início da década, a empresa com maior valor de mercado no mundo. Posteriormente, o conceito do tablet seria adoptado por outras fabricantes como a Motorola, a Sony, a Microsoft e sobretudo a Samsung, com quem a Apple travou uma batalha judicial por causa de patentes.
Há finalmente uma diminuição da contaminação do vírus H1N1. A OMS reduz o nível de alerta para 1, índice que vai de 0 até 6. É anunciada a descoberta da bactéria GFAJ-1. Em 2011, cientistas do CERN dizem ter observado neutrinos (uma a partícula subatómica) que viaja mais rápido que a luz. Um ano volvido, cientistas do CERN anunciam que podem ter descoberto o bosão de Higgs conhecido como a "partícula de Deus".
No sector artístico mundial, temos de falar na grande popularidade musical que ganhou força neste começo da década, falamos do happy rock, que se caracteriza por um som leve, músicas românticas e um visual excessivamente colorido. Cantoras como Rihanna, Lady Gaga, Katy Perry, e Adele tornam-se sucessos mundiais. A sétima arte começou a tornar-se num negócio que mexe com elevados números de capital. O filme Avatar (2010), conseguiu tornar-se o filme mais visto, nas salas de cinema, superando o até então líder de audiência, o Titanic (1997), tendo a curiosidade de ambos terem sido escritos e dirigidos pela mesma pessoa: James Cameron. Avatar conseguiu, ainda, ser o primeiro filme a superar a marca de 2 biliões de dólares, marca que é o actual recorde de bilheteira da história.







Personalidade do Ano entre 2010-2013
2010 – Marck Zuckerberg (1984) - programador e empresário norte-americano, que ficou conhecido mundialmente por ser um dos fundadores do Facebook, a maior rede social do mundo. Zuckerberg fundou o Facebook em 2004, juntamente com Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes, quando eram estudantes da Universidade Harvard. Em 2012 Zuckerberg, na sua página no Facebook, um dia após a empresa entrar na bolsa norte-americana, afirmou que " os seus interesses pessoais passam pela abertura, conseguindo coisas que ajudam as pessoas a conectar-se e a compartilhar o que é importante para elas". Zuckerberg é também conhecido pelas doações a instituições de solidariedade. No dia 19 de Fevereiro de 2014 a empresa anunciou que comprou a aplicação WhatsApp por 16 biliões de dólares, este é o valor mais alto alguma vez pago por um aplicativo móvel. Atualmente Zuckerberg é o CEO do Facebook.
Nomeação: Zuckerberg foi nomeado Personalidade do Ano em 2010 por ter interligado meio bilião de pessoas um pouco por todo o Mundo e mapear as relações sociais entre elas. Tudo isto possível através da rede social que ele fundou, o Facebook. A sua criação permite ainda a troca de diversos tipos de informação o que permite a qualquer um estar a par do que se vai fazendo de novo por esses "4 cantos do planeta". Sobre a eleição, a TIME escrevia: " Com a criação de um novo sistema de troca de informações e para alterar a forma como vivemos as nossas vidas, Mark Elliot Zuckerberg é a personalidade do ano em 2010".
2011 - O manifestante – " The Protester" - O ano de 2011 fica marcado por revoluções, mudanças de poder, crise e manifestações por todo o planeta. Desde a Primavera Árabe até às manifestações um pouco por toda a Europa e Estados Unidos, por exemplo o movimento Occupy Wall Street. Uma crise europeia a aumentar de dia para dia e que não deixou de afectar os Estados Unidos. Foi um ano de muitas mudanças. Da Tunísia ao Egipto passando pela Argélia ou pela Líbia ou Síria, da Grécia a Portugal, dos Estados Unidos à Rússia, vários foram os que protestaram, nem sempre de forma pacífica, para reivindicar os seus direitos e exigirem condições de vida melhores.
Nomeação: A Time escolheu os protestantes como figura do ano em 2011 devido à importância que tiveram na mudança de muitas mentalidades, governos e leis. Foi um ano em que " o povo saiu à rua" para lutar, uma luta por justiça, liberdade e por uma vida com melhores condições. Sobre a nomeação a revista escrevia em 2011: "Ninguém poderia saber que quando um vendedor de frutas tunisino se pôs em chamas numa praça pública, isso viria a incitar protestos que iriam derrubar ditadores e iniciar uma onda global de dissidência. Em 2011, os manifestantes não apenas expressaram as suas queixas, eles mudaram o mundo".


2012- Barack Obama (1961) – Em 2012, Obama concorria pela segunda vez às eleições presidenciais norte-americanas. O actual presidente norte-americano viria a ser, em 2012, novamente reconhecido como Pessoa do Ano pela revista Time, mas não apenas porque tinha conseguido voltar a vencer as eleições para um segundo mandato na Casa Branca, mas sobretudo, pelo contexto em que a vitória aconteceu. Viviam-se momentos de grande tensão, de uma crise económica que colocava tudo e todos a questionar-se sobre se devia ou não gastar-se dinheiro e em que se devia gastá-lo. As pessoas não se sentiam confortáveis e o poder político não conseguia dar estabilidade à vida das mesmas. Mesmo assim, Barack Obama conseguiu ter a confiança da maioria do povo norte-americano. A missão deste segundo mandato seria facultar estabilidade à vida dos americanos e, de certa forma, ao resto do Mundo, que actualmente vê a figura de Obama como o político norte-americano com maiores capacidades diplomáticas para tentar dar a volta a uma conjuntura adversa
Nomeação: O presidente norte-americano, em 2012, foi eleito personalidade do ano para a revista Time devido à vitória nas eleições, onde derrotou o republicano Mitt Romney. O seu papel e a sua figura ajudaram não só os Estados Unidos, como grande parte do mundo a enfrentar a crise económica. O facto de ter sido reeleito só veio provar que os americanos acreditavam que Obama era a pessoa certa para mudar o "mau cenário" em que se vivia. Sobre a nomeação a revista escreveu: "a campanha para as eleições não era bonita, e a economia pior, mas Barack Obama reafirmou-se como um arquitecto potente para uma América em mudança."
2013 – Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco I (1936) – Foi nomeado Papa a 28 de Fevereiro de 2013, sucedendo no cargo ao alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI. Argentino, adepto de futebol, que trabalhou inclusive como segurança numa discoteca, foi nomeado como o 266º Papa da Igreja Católica. É o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Jorge Bergoglio é o primeiro em muitos aspectos da religião católica. Ele apresentou-se como o arauto da mudança do Vaticano e foi um sinal de esperança em melhores tempos
Nomeação: A revista Time escolheu o Papa Francisco devido à mudança que parecia trazer à Igreja Católica. Depois de um pontificado em que muitos viram Bento XVI como alguém frio, pouco simpático, Francisco veio mudar essa imagem. Uma pessoa do "povo", com origens humildes e com muita experiência de vida. Quando lhe foi perguntado, na Capela Sistina, se aceitava a escolha para ser o chefe máximo da Igreja Católica, disse: "Eu sou um grande pecador, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito". Sobre a nomeação a revista Time escreveu: "Ele tomou o nome de um santo humilde e então chamado para uma igreja de cura. O primeiro papa não-europeu em 1200 anos está pronto para transformar um lugar que tenta adaptar-se às mudanças na sociedade".

Conclusão
O Jornalismo é normalmente algo escrito no presente, é a sua função abordar as questões do dia a dia com interesse público. Um trabalho de investigação jornalística segue o mesmo princípio, no entanto, não é apenas uma análise por alto de um determinado assunto. É uma análise aprofundada e detalhada que pretende expor ou mostrar algo que interesse às audiências.
Fugindo um pouco à regra do jornalismo no presente, esta investigação focou-se principalmente no passado. O objectivo era estudar as publicações anuais da revista norte – americana Time e compilar todos os nomeados como personalidade do ano. Este processo envolveu a necessidade de uma pesquisa não só de biografias, mas também do impacto que estes homens e mulheres tiveram na história contemporânea. O produto final dá ao leitor a possibilidade de olhar para a história, no período compreendido entre a década de 70 e os nossos dias, através dos "olhos" das personagens que a moldaram.
É importante referir, que uma das conclusões a que chegámos é de que as escolhas efectuadas pela Revista Time, embora de cariz jornalístico, podem ser um pouco tendenciosas. Atendendo ao facto desta revista ser norte-americana, existe um certo privilégio para escolhas nacionais, como é provado pelas numerosas nomeações de presidentes dos Estados Unidos da América. Existem vários tipos de história, pois esta pode ser observada sob diferentes perspectivas. Observar a História através das nomeações da revista Time é apenas mais uma perspectiva.
Concluindo, este trabalho revela-se assim importante não só para um leitor comum, interessado e curioso, mas também para nós, estudantes e futuros profissionais da área de Jornalismo. Como dizia Confúcio, o famoso filósofo chinês, "Se queres prever o futuro estuda o passado". Assim, temos consciência de que é importante um bom conhecimento da história, para que melhor possamos desempenhar a "nossa" profissão. Um jornalista que não estude o passado arrisca-se a ser um fraco analista do presente e do futuro, alguém a quem o público não atribuirá credibilidade ou confiança.
Resta apenas acrescentar, que ao mesmo tempo que foi elaborado este compêndio, foi também criado um site online, com o objectivo de proporcionar uma mais agradável e dinâmica apreciação. A revista Time começou a nomear personalidades do ano desde 1927, pelo que deixamos o convite a quaisquer interessados que queiram completar este projecto.
Link do Site: http://emanuelpereira1993.wix.com/timepersonoftheyear
Caso pretenda os dados de entrada para edição do site, poderá contactar-nos através dos emails: [email protected] ou [email protected]

Bibliografia e Websites

Utilizámos a seguinte bibliografia para a elaboração do trabalho:
Ferin,I.F. (2012) Análise dos Media, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra,
Lopes, M. I. V. (2000). Pesquisa em Comunicação. São Paulo: Ed. Loyola.
Rebelo, J. (2000). O discurso do Jornal. Lisboa: Editorial Notícias.
Utilizámos os seguintes websites:
http://time.com
http://blogcritics.org/only-time-will-tell-time-magazine/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_do_Ano_(revista_Time)
http://www.infopedia.pt/$crise-mundial-dos-anos-70;jsessionid=WX-L7GwPxn5aRHLA1wqXIA__
http://www.sabado.pt/Dossies-SABADO/Dossies-SABADO/Anos-70/Fotogaleria-(519).aspx
http://www.dw.de/willy-brandt-cresce-junto-o-que-foi-criado-para-estar-junto/a-16666761
http://www.answers.com/topic/faisal-of-saudi-arabia
http://www.defense.gov/
http://www.navy.mil/
http://content.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2019712_2019702_2019639,00.html
http://www.achievement.org/autodoc/page/hoa0bio-1
http://www.forbes.com/profile/jeff-bezos/
http://www.dinheirovivo.pt/Emprego/interior.aspx?content_id=3932996
http://www.cbsnews.com/news/whistleblowers-honored-by-time/
http://content.time.com/time/specials/packages/completelist/0,29569,2019712,00.html
http://content.time.com/time/interactive/0,31813,1681791,00.html
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