A presença das IES do ABC Paulista: Um estudo de campo na rede social Orkut

July 28, 2017 | Autor: C. Silva | Categoria: New Technologies
Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PRÓ- REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO

A presença das IES do ABC Paulista: Um estudo de campo na rede social Orkut Por: Claudemir Martins da Silva1 RESUMO: O artigo discute a presença das Instituições de Ensino Superior do ABC Paulista na rede social Orkut, visando analisar como esta rede contribui com estas instituições na promoção e discussão dos serviços prestados a sua comunidade acadêmica. Através de pesquisa empírica, o estudo busca identificar como os membros destas comunidades participam das temáticas que circulam nos fóruns, enquetes e promoção de eventos relacionados às respectivas instituições. Palavras- chave: Comunicação - Web 2.0- IES - Rede social- Orkut.

INTRODUÇÃO O foco deste artigo está direcionado é a análise da presença das Instituições de Ensino Superior (IES’s) da região do ABC Paulista (engloba os 7 municípios limítrofes com a cidade de São Paulo) na rede social Orkut, bem como a possibilidade de uso da rede para a coleta de informações, enquanto instrumento de comunicação, dos alunos e ex-alunos dessas instituições. Sob esta ótica e à luz dos fundamentos da comunicação, o estudo analisa como as IES’s da região do ABC Paulista utilizam esta rede social na promoção e na troca de informações com suas comunidades acadêmicas. Considerando que as IES’s são organizadas em grupos sociais físicos e virtuais e, atualmente também em grupos que estas duas possibilidades de organização social devem ser analisadas de forma separada, pois em um espaço, o físico ou real, as informações transmitidas são mensuráveis e controláveis e no outro, o virtual, ainda existe uma imensa lacuna a ser explorada e entendida por parte das IES’s, tudo indica que o espaço virtual tem sido subutilizado pelas IES’s no sentido de sua presença, interação e participação ativa e efetiva.

1

Publicitário formado em Publicidade Propaganda e Criação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais pela Universidade de São Paulo, mestrando em Comunicação na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Professor da Universidade do Grande ABC (UniABC) e da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC).

Partindo dessas premissas, o objetivo aqui proposto será analisar se e como as instituições de ensino superior da região do ABC Paulista utilizam a rede social Orkut, para estabelecer diálogos com sua comunidade acadêmica. O propósito será mostrar a potencialidade desta rede na troca de informações, mediante a investigação das participações dos membros diante de temas relacionados às IES’s pesquisadas nesta rede social. Tal proposta surgiu da necessidade de se entender o processo comunicacional interativo e mediado por computadores no contexto das redes sociais. Para fins de se operacionalizar a proposta, e considerando que na região do ABC Paulista funcionam 35 instituições de ensino superior, foi necessário proceder um recorte das instituições que deveriam fazer parte do estudo; para tanto, utilizou-se, como critério principal, a quantidade de alunos que frequentam esses espaços virtuais, separando-se as maiores comunidades. A pesquisa foi realizada, virtualmente, entre os dias 20/11 e 21/11/2009, a metodologia adotada foi a exploratória empírica, com abordagem funcionalista de método dedutivo, tendo como objeto de estudo a maior comunidade relacionada às seguintes IES’s: Faculdade Anchieta (ANCHIETA), Fundação Santo André (FSA), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade do Grande ABC (UNIABC), Universidade Metodista (UMESP), Universidade Anhanguera (UNIA), Universidade Bandeirantes (UNIBAN) e Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), na rede social Orkut. Para operacionalizar a pesquisa deste objeto, alguns critérios foram definidos nos métodos de coleta e na análise documental. Tais critérios foram necessários para minimizar os possíveis vieses que a pesquisa, naturalmente, apresentaria no ato da coleta de dados, e cujas variáveis extrapolariam os trabalhos do pesquisador. Os resultados foram compilados e demonstrados em tabelas e gráficos para melhor visualização e discussão. As conclusões obtidas são apresentadas ao final do artigo. A estrutura deste trabalho inicia com a discussão da presença da tecnologia de comunicação digital baseada na Internet como mediadora na transmissão de informação e construção de conhecimento, com o propósito de evidenciar suas implicações e desdobramentos no âmbito dos espaços públicos. Em seguida, discute-se a dialogicidade dos processos comunicativos a partir do advento das tecnologias de comunicação digital nos espaços educativos, neste caso nas IES’s da região do ABC Paulista, finalizando-se com a discussão dos resultados apurados na pesquisa de campo. Por fim, ressalte-se que as opiniões e observações, contidas no corpo do artigo, são resultado das análises do levantamento e possuíram, como base, os dados da pesquisa e os 2

fundamentos da comunicação apresentados como subsídio, evitando prender a discursos políticos ou mercadológicos que permeiam as instituições analisadas.

COMUNICAÇÃO: O CIBERESPAÇO E A WEB 2.O COMO AMBIENTE DE MEDIAÇÃO Vivemos o presente e tentamos fazer o melhor para tornar o cotidiano mais tolerável, muitas vezes recorremos a lembranças do nosso passado, do passado de outras pessoas com quem convivemos, do passado de nossos filhos, lemos, ouvimos e assistimos. A necessidade de mantermo-nos atualizados passou a ser um imperativo em nossas vidas, o sentimento de ansiedade, por vezes, sobrepõe-se à razão, a sensação de impotência frente à dinamica das informações tornou-se um fato para o homem moderno. Sabemos que o futuro já se iniciou com o novo milênio, tentamos deduzir, prever o futuro próximo e deparamo-nos com a velocidade da informação; o que era já não é mais. A evolução da ciência e, com ela, a das tecnologias de comunicação digitais, que tornam ubiquas hoje, pode tornar o ser humano mais consciente, descobrindo o porquê de muitas coisas, mesmo colocando em risco, às vezes, o próprio homem. O ciberespaço, já não pertence mais à realidade da ficção científica do cinema fantástico de Hollywood, mas à de qualquer pessoa: basta saber ler. Nas palavras de Lévy (1999) apud Elias Goulart (2008): O ciberespaço é definido por Lévy (1999) como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e de suas memórias. As perspectivas das interações e da digitalização geral das informações provavelmente tornarão o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade no futuro. (GOULART: 2008, p. 173)

E complementa: O ciberespaço integra todas as mídias anteriores como a escrita, o alfabeto, a imprensa, o telefone, o cinema, o disco, o rádio, a televisão e, adicionalmente, todas as melhorias da comunicação, todos os mecanismos que foram criados até agora para reproduzir signos. O ciberespaço não é um meio, é um metameio. (Elias Goulart in: CAPRINO: 2008, p. 174) O Ciberespaço, além de manter as formas “um para um” e “um para muitos”, desenvolve a nova forma “muitos para muitos”, baseada no conceito de rede, em que as três formas podem coexistir, em tempo real, formando novas possibilidades de interações para o conhecimento [...] (Elias Goulart in: CAPRINO: 2008, p. 175)

O fato é que o progresso da tecnologia e as possibilidades proporcionadas pelo ciberespaço têm substituido, gradualmente, os modos de produção da comunicação, e sabe-se que isto acontece e continuará acontecendo. Não se pode impedir esse processo, cabe,

3

apenas, adaptar-se a ele. Na educação, não poderia ser diferente, como observa Adilson Citelli, em seu texto de Outras linguagens na Universidade (2000) : Ocorre que, hoje, tanto os meios de comunicação e tecnologias passaram a funcionar como medidores dos processos educativos quer formais quer informais – e não nos referimos apenas aos recursos a distância – como a universidade de ser exclusiva agência de promoção educacional. (CITELLI: 2003, p. 22)

As instituições, sejam elas privadas ou públicas, já perceberam a necessidade de atualizar-se, não somente no campo do conhecimento, mas também nos aspectos tecnológicos da transmição do conhecimento, pois os mecanismos tradicionais, aqueles consolidados com o tempo, não são mais diretamente aplicáveis ou estão agonizantes. As tradições em que o professor fala, o aluno escuta; o chefe manda, o colaborador obedece, já passam a fazer parte do passado. As relações tornaram-se mais maleáveis: o professor fala, o aluno discute; o professor discursa, o aluno toma nota ou consulta em tempo real, na Internet; o chefe pede, o colaborador pondera. Em casos específicos, o chefe fala, o colaborador escuta, o grupo debate e todos tomam nota, inclusive o chefe, procurando ir ao encontro das necessidades que melhor atendem à missão e visão da organização. Hoje em dia, se o professor demonstrar o conhecimento teórico e prático, o aluno o respeitará por isso; o chefe assume suas limitações e o colaborador compartilha suas habilidades. A realidade agora é: manda quem conhece; obedece quem respeita o conhecimento do outro. Lévy, em sua obra Cibercultura (1999) discute as novas relações a partir do imediatismo da informação: [...] Em cada caso particular, os instrumentos do ciberespaço permitem rumar para formas que atenuam a separação entre administradores e administrados, professores e alunos, organizadores e visitantes, autores e leitores etc. Essas novas formas de organização cooperativa, hoje exploradas em diversos dispositivos locais ou internacionais do ciberespaço, têm como principal característica valorizar e compartilhar a inteligência distribuída em toda parte nas comunidades conectadas e colocá-las em sinergia em tempo real. (LÉVY: 1999, p. 188)

Os professores ou os chefes não devem somente ler, ditar, mandar ou mesmo promover programas de capacitação. Eles devem oferecer alternativas mediativas ou comunicacionais para construir o conhecimento coletivo e sólido, a partir da realidade dos atores, conforme deixa-nos Guilhermo Orozco: Não adianta a tecnologia reforçar o processo educativo tradicional. É preciso, antes de mais nada, repensar a educação e repensá-la a partir dos próprios educandos e, a partir daí, pensar um novo desenho do processo

4

educativo, ver o replanejamento desse processo e verificar para que pode servir a tecnologia. (Orozco apud CITELLI: 2000, p. 23)

As mediações tecnológicas estão cada vez mais populares. A maioria das IES’s possui, no setor de audiovisuais, televisores de 20 polegadas com vídeo incorporado, facilitando o transporte e uso dos mesmos. Outras possuem data-shows, que projetam a imagem, como no cinema, salas de conferências e sistemas de educação a distância (EaD), entre outros multimeios. As inovações são ilimitadas e podem ser classificadas, segundo Elias Goulart, como radicais ou incrementais, como se pode ler a seguir: [...] As inovações têm desempenhado importante papel nas transformações culturais associadas às tecnologias e à disposição dos fluxos sociais. No campo midiático, os meios de comunicação, as indústrias culturais e seus respectivos agentes, tanto da área econômica quanto das áreas produtiva e eminentemente estética, lançam mão da inovação como formas de superação e como exercícios de criatividade e percepção. (Elias Goulart in: CAPRINO: 2008, p. 168)

Nesta mesma linha de raciocínio, Martín-Barbero (1996), defende que as redes sociais fisicas precisam adaptar-se ou incorporar as novas tecnologias de comunicação e desempenhar o papel de mediadoras. O que faz uma instituição de ensino melhor não são somente os professores, mas todos que participam do processo, que é inteiramente educativo. Os professores são as peças mais importantes no processo de educação presencial, portanto não devem ficar à mercê da problemática. O contexto social dos alunos e profissionais que interagem com o sistema sofrem mudanças radicais cotidianamente e estas mudanças alteram substancialmente a realidade do espaço educativo, graças à influência dessas mediações técnológicas, que exigem dos responsáveis uma nova reflexão sobre as estruturas de ensino em todos os níveis. É como podemos peceber em Citelli: A universidade, enquanto instituição privilegiada no contexto da formação da sociabilidade, deve otimizar o seu papel, ampliando o conceito de leitura e aprendizagem, equipando-se para entender melhor os significados e os mecanismos de ação das novas linguagens, interferindo para tratar as mensagens veiculadas pelos meios de comunicação de massa [...] (CITELLI: 2000, p.35)

É fato que a tecnologia mudou os processos comunicativos, consequentemente os métodos de ensino dentro e fora da sala de aula, sendo que esta mudança não será a única, as possibilidades comunicativas se potencializaram com as novas tecnologias, o que era novidade já não é mais.

5

Tudo indica que a “nova” educação será sem escolas e, aos poucos, o processo de ensino e aprendizagem tem migrado para a virtualidade. Em breve, teremos uma educação não-escolar: no lar, na comunidade (mesmo que virtual), no trabalho, nas atividades de lazer, nas organizações voluntárias, mediante os meios de comunicação, via computadores interconectados em redes, em lugares e espaços nunca antes imaginados. A importância dos avanços tecnológicos para a educação está no fato de que todos os meios de comunicação serão centralizados nos computadores que, além de integrá-los, torna, eles mesmos, poderosas ferramentas de comunicação, com recursos que, até pouco tempo atrás, era apenas uma possibilidade. A Web 2.0 pode ser entendida como a convergência dos meios de comunicação via computador baseada na tecnologia da hipermídia, cujas principais características são: conteúdo,

colaboração,

compartilhamento,

interatividade

e

interconectividade.

Ela

proporcionou a reorganização dos modos de produção e fluxo das informações: jornais, revistas, videos, músicas e textos passaram a ser acessíveis a todos, independentemente de classe social e de poder aquisitivo. Dessa forma, os espaços tradicionais de geração de conhecimento (as IES’s) não podem ficar indiferentes para a capacidade da Web 2.0 de influenciar e gerar mais conhecimentos. Nas palavras de Guilhermo Orozco (1997): É necessário exercer explicitamente uma mediação que oriente a aprendizagem dos estudantes fora da aula, que permita contextualizá-la, sancioná-la sob diversos critérios éticos e sociais, permitindo aproveitar o que de positivo oferecem os meios de comunicação de massa, capitalizando para a universidade a informação e as demais possibilidades que esses meios nos trazem. (OROZCO: 1997, p. 63).

Isto não significa o fim dos sistemas e das abordagens educativas, mas uma nova forma de possibilidade e adaptação para visualizar as demandas e transformações que os avanços tecnológicos produzem nos contextos. O acelerado desenvolvimento técnológico das últimas décadas contribui, cada vez mais, para que a comunicação e a informação sejam potencializadas e disseminadas. De fato, as novas tecnologias da informação e comunicação, por sua influência radical nas diferentes dimensões da sociedade, estabelecem um novo paradigma sócio-cultutural, segundo Castells (1999) e Lévy (1999). Nesse sentido, não se pode, também, desconsiderar os recursos computacionais presentes no cotidiano dos indivíduos e suas possibilidades de incremento e ampliação das relações sociais com as novas formas de comunicação, tais como: redes sociais, chats, fóruns, blogs, videoconferências e outros, onde os limites espacial e temporal se confundem.

6

Para Marshall McLuhan (1962), a mensagem de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, ritmo ou padrão que ela introduz nos relacionamentos humanos. E é justamente esse o impacto inicial da Web, sistema que começou a ser delineado em 1969, mas que só ganhou os contornos de uso massivo em 1994, quando foi criado o primeiro navegador (browser). “Sem dúvida, essa tecnologia é mais do que uma tecnologia. É um meio de comunicação, de interação e de organização social” (CASTELLS, 2003, in: MORAES, 2005, p. 255). Em sua essência, ela é o meio de comunicação e de relação sobre a qual se baseia uma nova forma de sociedade, chamada por Manuel Castells de sociedade em rede. Essa rede possui uma geografia própria. Ainda segundo Castells (2003), a era da Internet foi aclamada como o fim da geografia. De fato, a Internet tem uma geografia própria, uma geografia feita de redes e cada um processa os fluxos de informações gerados e administrados a partir de todos os lugares. Como a unidade é a rede, a arquitetura e a dinâmica de múltiplas redes são as fontes de significados e funções para cada lugar. As tecnologias de informação e comunicação permitiram uma mobilidade conectada dos indivíduos independente de sua localização. Tornou possível trabalhar a partir de qualquer lugar, não mais apenas do escritório, numa espécie de circulação conectada. Novas formas de negócios surgiram, modelos tradicionais de empresas se transformaram, os mercados financeiros se interconectaram. Enfim, o mundo se tornou mais complexo e interdependente, afetando a sociabilidade, ou seja, as formas de interação social. Dessa maneira, a fusão dos meios de comunicação e das tecnologias computacionais proporciona a formação de um novo contrato social nas relações. A comunicação e a cultura passaram a fazer parte dos princípios das relações pelo fácil acesso, pela sua facilidade de interagir com todas as classes sociais, possibilitando a manutenção de tradições outrora nunca imaginadas. É como observa Martín – Barbero: Do lado da comunicação, o que hoje necessitamos pensar é um processo no qual o que está em jogo já não é a dessublimação da arte, simulando, na figura da indústria cultural, sua reconciliação com a vida, como pensavam os frankfurtianos e, sim, a emergência de uma razão comunicacional, cujos dispositivos agenciam as mudanças do mercado da sociedade. (MARTÍNBARBERO: 2001, p. 13)

As transformações observadas por Martín-Barbero suplantam as lógicas tradicionais dos processos comunicativos, onde o emissor controlava a mensagem enviada acompanhando e medindo sua performance no meio social. Com o advento das tecnologias, esses princípios

7

estão ficando cada vez mais fragilizados face à interatividade proporcionadas pela Web 2.0 e da tecnologia hipermídia. O alto grau de interconexões e interligações, proporcionados por essas ferramentas aumentam a elasticidade e a audiência da informação, dependendo do tema em pauta, rompendo os paradigmas tradicionais da comunicação e criando um “novo” ambiente, onde o individuo além de receptor passa a ser, também, o produtor da mensagem.

COMUNICAÇÃO DIALÓGICA: EDUCAÇÃO MEDIADA A utilização da comunicação voltada para educação formal, implica em profundas revoluções, quer nas IES’s, quer nas organizações, quer nos núcleos familiares e a aplicação desta prática, a curto prazo, tem se tornado um imperativo, isso porque os meios de comunicação promovem interfaces diretamente com esses núcleos, a qualquer momento, independente do grau hierárquico da relação. Paulo Freire, em seu célebre livro Pedagogia do Oprimido (1977), já sinalizava para esta necessidade que os educadores precisavam pensar e aplicar, ou seja eles deveriam considerar o contexto do indivÍduo, bem como suas especificidades culturais e regionais. Muitos

anos se passaram após os postulados de Freire e a questão vem se

complexificando a cada dia, pois os avanços tecnológicos revolucionaram os modos de produção do conhecimento e o fácil acesso às informações, por meio dos recursos computacionais, antecipam precocemente os alunos no processo formativo em qualquer nível. Dessa forma, qualquer espaço que tem como missão formar pessoas ou grupos precisa, obrigatoriamente, dominar ou pelo menos conhecer esses mecanismos para poder promover a abordagem mais adequada e dar, efeivamente, sua contribuição enquanto agente transformador. As bases sacrossantas dos processos comunicativos dessas instituições foram esfaceladas com as novas mediações tecnológicas. Educadores e profissionais das diversas partes do mundo reconhecem que a comunicação é mais que uma ferramenta de trabalho que compõe o dia- a- dia das organizações; ela passou a preceder as IES’s, públicas ou privadas. Nos últimos anos, as IES’s têm se preocupado muito com o ensino, com a informação estratégica e pouco com esses mecanismos, que têm demonstrado muita eficiência no

8

processo comunicativo. Por outro lado, a comercialização e a depreciação da educação vêm forçando as instituições de ensino superior a repensarem seus métodos, pois a competitividade está cada vez mais acirrada, face às demandas mercadológicas. Esta reorganização produziu problemas para o próprio sistema de trocas de valores tangíveis e intangíveis. As IES’s tiveram que alterar a abordagem didático-pedagógica, pois deixaram de formar cidadãos e começaram a formar empreendedores, passando a promover a autoavaliação para identificar suas potencialidades e fragilidades a fim de adequar cada vez mais seus produtos ao mercado principal e potencial. O homem voltou a ser a peça chave do processo, como podemos observar na figura abaixo.

Figura1: Evolução das sociedades Fonte: elaborado pelo autor, com base na obra de Manuel Castells (2008)

Manuel Castells (2004) define sociedade informacional como aquela cuja estrutura básica é apresentada em redes, divisão típica da nova sociedade em rede que vem sendo difundida sobre o planeta, reivindicando uma universalidade sem paralelo. Nesse sentido, o advento da sociedade informacional modificou as relações sociais nos aspectos de produção, inovação e mediação de conhecimentos. Segundo Castells (2004), as sociedades são caracterizadas por uma estrutura social organizada em redes pessoais e virtuais, sendo esta, segunda, muito poderosa, pois inexiste fronteiras geográficas e de difícil acompanhamento com as ferramentas tradicionais. Antes do advento tecnológico, os processos comunicativos eram produzidos de um para muitos, com o recurso computacional, esta lógica modificou-se, pois possibilita a produção de um para um, de um para muitos e de muitos para muitos, lançando um grande desafio para os espaços tradicionais das mediações sociais.

9

METODOLOGIA DA PESQUISA Caracterização da região do ABC Paulista O ABC paulista está localizado a sudeste da região metropolitana da Grande São Paulo e é formado pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Tabela 1: Característica geográfica e populacional da região. 2 CIDADES Área em Km (em 2009) Santo André 174,84 São Caetano do Sul 15,36 São Bernardo do Campo 406,18 Diadema 30,65 Rio Grande da Serra 36,67 Ribeirão Pires 99,18 Mauá 62,29 Total 825,17

População (em 2008) 676.188 147.388 804.399 392.738 43.115 119.996 414.917 2.598.741

Fonte: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE (2008)

Destaca-se, ainda, que a região do ABC Paulista passa por profundas transformações e tem se notabilizado como um espaço privilegiado de construção e reconstrução do conhecimento, elemento imprescindível para a sobrevivência no mundo contemporâneo, chamado também de sociedade do conhecimento e da informação. Já com relação às condições de renda da população economicamente ativa, a região do ABC Paulista apresenta os seguintes indicadores: Tabela 2: Distribuição da renda Per capita na região Cidades Santo André São Caetano do Sul São Bernardo do Campo Diadema Rio Grande da Serra Ribeirão Pires Mauá São Paulo Estado de São Paulo

PIB Per capita R$ (em 2006) 17.341,01 70.367,14 25.590,16 19.595,67 6.873,56 10.734,22 12.325,46 25.674,86 19.547,86

Fonte: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE (2008)

Como observado, o valor adicionado per capita da região é bastante elevado, tendo alcançado, em 2006, em Santo André, R$ 17.341, 01, em São Bernardo do Campo, esse valor atingiu R$ 25.590,16 e em São Caetano do Sul, R$ 70.367,14, um dos mais altos do Estado, quando comparada com a média estadual de R$ 19.547,86. Com o objetivo de explorar esse elevado poder aquisitivo, grandes cadeias nacionais e internacionais de supermercados, como Wal-Mart, Extra (Grupo Pão de açúcar) e Carrefour instalaram-se na região nos últimos anos. A paisagem urbana, outrora eminentemente industrial, vai abrindo espaço, também, para 10

grandes centros de compras, shopping centers e supermercados, que disputam com as indústrias áreas muito valorizadas e com as melhorias no transporte (Rodoanel e aproximação do metrô, futura Estação Tamanduateí). Enfim, o contexto da região é cosmopolita, de serviços, de vocação trabalhista e comunitária (em razão da renda per capita e da maioria de classe média), sensibilizada para a inclusão social das regiões pobres vizinhas que ocupam uma zona de transição entre recursos ecológicos fundamentais (Mata Atlântica e zonas de mananciais, que abastecem a própria zona metropolitana) e a cidade de São Paulo, formando o maior núcleo de conturbação do Brasil, em torno da capital paulista.

A PRESENÇA DAS IES’s DO ABC NA REDE SOCIAL ORKUT Segundo senso do IBGE, publicado em 2009, no Brasil, até o mês de julho de 2009, cerca de 29 milhões de lares dispunham de acesso à Internet em seu domicílio, sem contar outros espaços como lan-houses e empresas. Ainda, segundo o IBGE, cerca de 21 milhões de brasileiros participam de alguma rede social e esse número cresce a cada mês devido ao acesso do povo brasileiro a computadores e a mecanismos que permitem adentrar a Web 2.0, como por exemplo, a telefonia móvel. O senso revela,ainda, que as redes sociais influenciam 19% das decisões de compra no comércio tradicional (físico, não e-commerce, conforme tabela abaixo), sendo o mesmo poder de influência da televisão, veículo que, ainda hoje, recebe a maior fatia da verba publicitária no mercado brasileiro, fato de extrema relevância para as IES’s privadas, pois estas dependem quase que exclusivamente da demanda gerada em prol dos seus serviços para sua existência. Ver tabela abaixo: Tabela 3: Pesquisa de influência dos meios na decisão de compra do consumidor de varejo comum Fator Influência Opiniões de consumidores em sites de lojas 37% Propaganda em Portais 31% Opiniões de consumidores em blogs 23% Opiniões de consumidores em redes sociais 19% Propaganda na TV 19% Propaganda nos jornais (impressos) 17% Propaganda no rádio 10% Fonte: Ibope Inteligência (maio/2009)

Ao analisar-se a tabela 3, pode-se concluir que a Web 2.0 reivindica o papel de mediadora das relações comerciais, atuando como interlocutora entre as necessidades e desejos dos consumidores. Nesse sentido, e considerando os postulados dos teóricos que 11

estudam os fenômenos da comunicação e o perfil socioeconômico dos moradores da região do ABC Paulista, o artigo, ora apresentado, busca por meio de pesquisa empírica, identificar as principais IES’s da região, visando mensurar sua presença na rede social Orkut. A rede Orkut é uma aplicação para suporte a interações sociais, funcionando sobre a Internet, que alcançou grande popularidade entre os internautas brasileiros a partir do ano de 2005; o sistema propõe que as pessoas se agrupem a partir dos interesses pessoais, culturais, sociais e até psicológicos. Segundo dados do IBOPE Inteligência, de 2009, atualmente, no Brasil, existem cerca de 15,96 milhões de pessoas que estão cadastradas nesta rede social, representando cerca de 70,2% do total de membros nas redes sociais. Esta rede funciona basicamente através de perfis e comunidades relacionadas. Os perfis são criados pelas pessoas que, ao se cadastrar, indicam também quem são seus amigos. As comunidades são criadas pelos indivíduos e podem agregar-se a outras comunidades, funcionando como fórun2s, posts3 e enquetes4.

MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi realizada no período de 20 a 27 de novembro de 2009, sendo realizada virtualmente. Por se tratar de uma pesquisa exploratória empírica com abordagem funcionalista, de método dedutivo e tendo como objeto de estudo a rede social Orkut, fez-se necessário definir alguns critérios para fins de coleta, tratamento, análise e interpretação dos dados, a saber: 1. Delimitação das IES’s a serem pesquisadas: Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Universidade do Grande ABC (UniABC), Universidade Bandeirantes (UNIBAN), Universidade Metodista (UMESP), Universidade Anhanguera (UNIA – campus Santo André), Universidade Federal do Grande ABC (UFABC), Fundação Santo André (FSA) e Centro Universitário Anchieta (ANCHIETA). Todas pertencentes à região do ABC Paulista. As IES’s foram escolhidas com base no número de alunos que frequentam esses espaços; 2. Criação de um perfil nas redes sociais elencadas, para acessar os fóruns de discussão e enquetes; 2

Fórum pode ser entendido como um painel de mensagens que permite que o membro da comunidade poste dúvidas, problemas e informações para que outros membros possam ajudá-lo ou discuti-lo. 3 Um Post pode ser entendido como qualquer texto, imagem ou vídeo, que o membro dispõe para comunidade virtual. 4 Pesquisa na qual as pessoas respondem uma pergunta escolhendo uma dentre algumas alternativas pré-definidas.

12

3. Recorte das categorias a serem analisadas na pesquisa: fóruns, enquetes e eventos; 4. Identificação da maior comunidade, em número de membros, relacionada à IES; 5. Todos dados e gráficos foram gerados em Excel e todas as médias, determinadas estatisticamente, utilizaram a aritmética simples, pois considerou-se os resultados da pesquisa como indicial para as inferências qualitativas que serão postuladas na discussão dos resultados.

RESULTADOS Uma vez identificadas as comunidades das respectivas IES’s, foram definidos os aspectos para análise: quantidade de usuários, data de criação, quantidade de fóruns, enquetes e divulgação de eventos no âmbito da IES. Conforme demonstrado abaixo: Tabela 4: Número de fóruns, enquetes e eventos relacionados as IES ABC na rede social do Orkut. Sigla da IES Criação Usuários Fóruns* Enquetes* Eventos** ANCHIETA

08/10/04

1433

nº 0

FSA

13/07/04

6010

1

66

0

0

1

66

UFABC

28/07/05

3787

139

14675

8

1603

UMESP

23/06/04

2262

9

213

0

0

52 9

9849 213

UNIA***

02/04/05

177

0

0

0

0

0

0

UNIABC

12/06/04

4349

10

167

5

504

5

160

UNIBAN

29/07/04

6504

19

229

5

751

10

114

USCS

14/05/04

5167

20

259

3

886

12

250

29689

198

15609

21

3744

89

10652

TOTAIS

part. 0

nº 0

part. 0

nº 0

part. 0

Fonte: Orkut, 21/11/09, acesso as 13h30. * As informações sobre os fóruns, enquetes e eventos foram levantados no dia 21/11/09 as 13h30. Consideramos, apenas, os temas relacionados as instituições. ** Foram considerados apenas os eventos divulgados nos fóruns no período de coleta de dados. Posts de cunho comercial foram desconsiderados no levantamento. *** Consideramos apenas o pólo localizado na cidade de Santo André. **** Para fins de análises estatísticas consideraremos os números em percentual.

Sendo assim, e para fins de depuração, análise e discussão dos dados demonstrados na tabela 4, fez-se necessário a produção de gráficos e tabelas acerca dos dados coletados para proceder à discussão acerca das categorias elencadas, como segue:

13

Gráfico 1: Número de membros que participam da comunidade

Ao analisar-se a categoria de participantes nas comunidades, pode-se afirmar que a distribuição dos partipantes é relativamente homogênea, com exceção da Faculdade Anchieta, 5% e a UNIA que, por ter apenas 177 membros, apresenta baixa expressividade nas categorias em relação às outras IES’s. Gráfico 2: Fóruns postados e que tratam de assuntos pertinentes à IES

Já com relação à promoção de fóruns de discussão acerca da realidade institucional das IES’s (aasuntos ligados à vida acadêmica), o panorama muda substancialmente, como podemos observar no gráfico 2. A presença massiva da UFABC com 70%, demonstra o envolvimento da comunidade acadêmica nas discussões de temas ao cotidiano dos estudantes, sendo precedida pela UNIBAN, 10%; USCS, 5%, UNIABC e UMESP, 5%. As IES’s FSA, UNIA e ANCHIETA não apresentam, em suas respectivas comunidades, foruns pertinentes à realidade institucional ou têm participação irrelevante.

14

Gráfico 3: Participações nos foruns de discussão

Com relação à participação do alunado nos foruns de discussão, os percentuais demonstram que 94% do alunado da UFABC participam das discussões; 2% do alunado das IES’s USCS e UNIBAN e 1%, da UniABC e UMESP. As IES’s UNIA, FSA e ANCHIETA não possuem foruns relevantes para a pesquisa.

Gráfico 4: Promoção de Enquetes relacionadas à realidade institucional

As enquetes mensuradas no estudo, e que tratam de assuntos relacionados à vivência acadêmica do alunado, obedecem à seguinte distribuição: 36% pertencem à UFABC; 24%, à UNIBAN e UniABC e 14%, à USCS. As comunidades das IES’s ANCHIETA, UNIA e FSA não apresentam enquetes em suas comunidades.

15

Gráfico 5: Participação do alunado nas enquetes relacionadas à realidade institucional

A participação do alunado nas enquetes obedecem à seguinte distribuição: 43% da, UFABC; 24%, da USCS; 20%, da UNIBAN e 13%, da UniABC. As IES’s UNIA, UMESP, FSA e ANCHIETA não possuem enquetes em sua comunidades.

Gráfico 6: Promoção de eventos relacionadas as IES

Com relação aos eventos, diretamente relacionados às IES’s, a distribuição encontrada foi: 58% para UFABC; 14% para USCS, 11%, para UNIBAN, 10% para UMESP e 6% para UniABC. As comunidades das IES’s ANCHIETA, FSA e UNIA não dispõem, em seus foruns, eventos relacionados às instituições ou não atingiram índices expressivos.

16

Gráfico 6: Participação do alunado nas discussões sobre os eventos relacionadas às IES

A participação direta do alunado nas discussões sobre os eventos que mobilizam a comunidade acadêmica das IES’s pesquisadas obedecem à seguinte distribuição: 92% do alunado da UFABC participam das discussões acerca dos eventos; apenas 2% da USCS, UNIABC e UMESP e 1% da UNIBAN. As IES’s FSA, UNIA e ANCHIETA não apresentam participações nos eventos promovidos. A tabela 5 que segue, foi elaborada, tendo como base os posts disponibilizados pelos membros em fóruns, enquetes e eventos, cujos temas estavam relacionados, diretamente, as instituições objetos de análise do artigo. Tabela 5: Posts, fóruns e enquetes relacionadas diretamente as IES”s pesquisadas. IES

FÓRUNS RELACIONADOS A IES’s*

ENQUETES**

EVENTOS***

Temas

part.

Assuntos

part.

Tipos

part.

ANCHIETA

0

0

0

0

0

0

Totais

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

FSA

Como é estudar na FSA ?

Totais

1 transporte até a faculdade - me ajudem!

66

0 0

66 17

0

0

UMESP 21

psicologia 2010

psicologia - 2º semestre! bota fora metodista 15/novembro bixos biomed

130 5

28

Totais

2

38

0

0

2

163

UNIA

0

0

0

0

0

0

Totais

0

0

0 qual(is) destes cursos de graduação a uniabc deve oferecer?

0

0

0

novidades na área da saúde

1

como você avalia a uniabc?

UNIABC essa faculdade tem má fama.

7

qual(is) destes cursos de pós-graduação a uniabc deve oferecer?

150

Saúde

1

encontro dos egressos

1

51

127

17

a uniabc deveria ser estruturada como cidade universitária? Totais

2

8

conhecia a uniban antes da moça do vestido curto?

27

muitos falam da uniban pq é particular mas

13

comunidade em defesa da uniban

31

UNIBAN abaixo-assinado (exclusivo alunos)

2

a mídia manipula a cabeça das pessoas

52

a verdadeira crítica vem acompanhada de solução. Totais

6 [grade curricular] ajuda!

Totais

140

UFABC

2

reunião - engenharia de gestão

73 36 9

o que aconteceu nas inscrições pra eleição do dce?

319

quem tem medo do voto dos estudantes

98

o que os estudantes precisam?

42

vestibular

202

[fixo] novas regras da comunidade 08/2009

6

[fixo] comunidades & propagandas

71

[fixo] tópico sobre repúblicas/pensões/imovéis

168

tópicos apagados e membros expulsos

237

debate reitor

29

reunião eng. instrumentação, automação e robótica

16

comissão eleitoral divulga homologação

12

pronunciamento da comissão eleitoral

3

eleição p/ reitor (estamos de olho)

126

[ufanzine.net] o melhor de todos!

8

achados and perdidos

79

2

2

39

valeu a pena? [somente aos que causaram]

10

voce acha a carteirinha da uniban 2009 uma descaso ?

141

geyse arruda/ uniban/ universitários quem

14

vc acha a uniban uma boa universidade?

434

exclusivo: vazou a prova da uniban!

10

614

3

código de conduta e vestuário

3 que curso leva o interclasses 2009?

3

70

chapa integração para o dce da ufabc gestão-2010

447

15

USCS vestibular 2010

3

119

52

em que esporte o imes poderia investir?

450

no atual momento qual nota você daria para o imes no geral?

384

3

interclasses 2009

886

1

qual a cor do bc&t

271

já ouviu o podcast ufanzine? qual dos cursos de gradução é o mais "facil" de se formar? você vai comer no ru?

141

[futebol] oitavas de finais!!! palmeirenses da ufabc

avaliação da comunidade de onde você é? (v.2)

215

torneio esportivo interrepúblicas, você participaria?

34

50

104

371

209

primeiro torneio inter-repúblicas são paulinos da ufabc corinthianos na ufabc

161

161 4 1461 27 1052 331

hopi hari

70

msn!!!

174

[atlética] 27.11 festa pimp futebol domingo oitavas flamenguistas da ufabc aviso aos corinthianos... treinos de vôlei - quinta-feira 13h chapa voz ativa com inscrição indeferida cadeado com chave perdidos.. [off] na madruga ' foguetes na ufabc assalto na ufabc

174 5 42 116 20

1 2 530 36 3

18

com o sistema fora do ar... livro de ga (boulos) perdido listas edo cecília chirenti musica que está ouvindo agora? estágio avon 2010 convite para o novo orkut... zuera silogismo urgente caderno perdido

debate sobre segurança

13

carta aberta à comunidade da ufabc

22

[ufanzine.net] pauta podcast #005

12

[ufanzine.net] podcast #004.5 - especial ru

17

ufabc_grupo de voluntários_ natal solidário jackson "mike"

17

[dce] eleição

235

[dce] subsídio Ru

90

resposta comissão eleitoral

37

projeto pedagógico bc&h (proposta) baixe aqui!

9

xadrez ufabc

legitimidade nas eleições

16

são paulinos da ufabc

qual a cor do bc&t?

47

bateria ufabc alunos da unb tiram a roupa em apoio à estudante. dúvidas sobre a obra? poste aqui!

8 30 4 2980 2 46 15 13 20 1052 42

r.u pronto na primeira quinzena de novembro ???

315

[novidades] programa ufanzine 004

12

participe de pesquisa sobre aprendizado eletrônico

1

blecaute!

44

eleição [dce] oficial !!!

5

foguetes amadores

6

por enquanto só o bloco b?

26

enade

20

site da ufabc

9

bc&h alguém vai prestar?

49

[ufanzine.net] pauta podcast #004

26

[ufabc] sobre bc&h

17

[off] pôr-do-sol

58

[atlética] - assembléia geral

26

natureza da informação prof. Valdecir

5

headbangers da ufabc |,,|

222

hopi hari

70

física do contínuo - prof. marcelo leigui ufabc campeã da semana da asa! corinthianos da ufabc

opinião por favor... [off ] qq ocê ta fazendo ? alunos dinamarqueses acessam internet em provas

14

49

3

128 637

[ufazine.net] podcast #003

37

opiniões sobre o curso de biologia

19

Bioiniciação

6

licenciatura de filosofia

16

bomba caseira

24

[fixo] reclamações e sugestões

19

perdi após asa!

13

[ufanzine.net] podcast #003:

11

empresa jr. da ufabc

19

[atlética] nova eleição para mascote

139

senha notas de aula tq importante! femec prof Nilo "tampão" na terra oca google/nasa: o q escondem?

59 44

17

5 4

106

19

turma de bioengenharia

20

hopi hare

3

novo maskote da ufabc novo maskote

129

rpg na ufabc

9

8

[off] esportes radicais

105

roubo na praça

157

nomenclatura das engenharias/curso de idiomas

335

[atlética] semana da asa – agora vai!! bacharelado e licenciatura em matemática Daniel dúvida) de candidato enem a ufabc no geral

8 17

pesquisa: e-learning

6

natação ufabc - local para treino

72

[ufanzine.net] podcast #002

10

1º podcast ufanzine

38

ni - urgente!

9

Totais

60

3593

7

1152

52

9849

Total geral

73

3918

16

3099

60

10209

Fonte: Orkut, 21/11/09, acesso as 13h30. *Considerou-se apenas os fóruns cuja temática relacionava-se diretamente a IES. **Considerou-se as enquetes que estavam diretamente relacionadas a algum aspecto da IES. ***Considerou-se evento como todo acontecimento que se relacionava diretamente aos estudantes.

Considerando a dinamicidade da rede social Orkut, fez-se necessário que os dados fossem coletados no mesmo dia e horário, evitando variações bruscas no levantamento, sendo assim, todos os dados foram extraídos, exatamente, às 13h30m do dia 21/11/2009. Com base nos dados dispostos na tabela 5, algumas inferências acerca das instituições elencadas podem ser estabelecidas. A saber: a) Segundo o levantamento as IES’s Anchieta e UniA, não realizaram nenhum tipo de ação, com o propósito de estimular a rede social para discutir temas relacionados a sua realidade. A apatia dos membros também se torna evidente fato que caberia um estudo mais aprofundado para entender esta ausência. b) A IES FSA, apresenta um único fórum cujo tema, aparentemente, foi postado por alguém que não pertence à instituição e busca mais informações sobre a FSA estimulando alguns membros a discutirem o assunto referenciado no post. c) Já com relação à UNIABC, notadamente, esta IES tem buscado utilizar esta rede social para promover discussões relacionadas à sua realidade, porém, ainda, apresenta uma participação baixa dos membros em relação aos fóruns e eventos postados em comunidades das outras IES. Por outro lado, a IES apresenta uma participação, relativamente, expressiva em suas enquetes e que cujos temas, relacionam-se, diretamente, a sua realidade acadêmica.

20

d) A IES UNIBAN apresenta participação média em seus fóruns, enquetes e eventos, porém há de se considerar, que esta instituição, recentemente, ocupou os principais noticiários do país, por conta de uma aluna agredida moralmente pelo seu alunado. Contudo se desconsidera-se os temas relacionados a esse incidente, pode-se perceber que esta IES utiliza a rede social para mensurar a opinião de sua comunidade acadêmica. e) A IES USCS também faz uso da rede social, apresentando participação expressiva dos membros, principalmente, nas enquetes, demonstrando que seus membros são presentes, e quando estimulados a opinar sobre algum assunto relacionado, diretamente a instituição, estes se fazem presentes. Já com relação aos fóruns e eventos, a participação, ainda, mostra-se modesta, de qualquer forma é perceptível que esta IES também faz uso da rede social. f)

Com relação a UFABC, cabe salientar que esta IES foi a que apresentou os maiores índices de participação dos membros nos fóruns, enquetes e eventos, e que é a única do grupo que não é privada, sendo criada no ano de 2004, mas por pertencer a região do ABC e transpassar os filtros estabelecidos para definição da amostra, fez-se necessário contemplá-la. Sendo assim, segue as considerações sobre os fóruns, enquetes e eventos dispostos em sua comunidade. Os fóruns presentes na comunidade, aparentemente, têm origens distintas e os temas são dos mais variados (ver tabela 5), a presença da instituição na comunidade torna-se evidente (fixo, dce, atlética, ufanzine.net entre outros), caracterizando que esta IES utiliza com freqüência esta rede social, buscando envolver e entender sua comunidade acadêmica dentro e fora da instituição, mensurando suas opiniões e anseios. As enquetes também apresentam índices expressivos de participação dos membros e os assuntos estão relacionados, diretamente, para a realidade desta IES. Os eventos são muito variados, ora estão relacionados à IES, ora relacionados a algum aspecto pessoal dos membros, alcançando participações muito expressivas. Nesta comunidade, pode-se perceber que tanto os fóruns, enquetes e eventos se complementam, como por exemplo: Fórum [atlética] semana da asa – agora vai!!, 21

Enquete: torneio esportivo inter-repúblicas, você participaria? Evento: primeiro torneio inter-repúblicas. A ligação entre os assuntos permite aos membros integrar-se na realidade e assuntos pertinentes a IES, fato que nenhuma outra instituição apresentou em sua comunidade de forma tão imperativa. Por outro lado, nesta comunidade, também, pode-se perceber que assuntos tidos como genéricos causam uma audiência representativa. Como é o caso dos posts dos eventos, onde os membros são estimulados a assumirem os times do coração, a música predileta, festas entre outros.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Considerando os dados dispostos na tabela 4 e 5, e nos gráficos, pode-se afirmar que as IES’s da região do ABC Paulista atuam na rede social Orkut, em média, há cerca de cinco anos, porém, o tempo de existência de cada comunidade, não caracteriza sua performance enquanto ferramenta comunicativa interativa, pois ao analisar-se com mais rigor, pode-se observar que a UFABC foi a última a ser criada, na data de 28/07/05, sendo a que apresenta a maior participação dos membros nos fóruns índices, nas categorias analisadas, entre seus membros, superando as outras IES’s em quase todos os quesitos, exceto no número de membros, quesito em que ocupa a quarta posição. Pode-se atribuir esta performance ao processo de consolidação que a UFABC vive na região, pois a mesma foi criada no ano de 2005 e seus alunos são oriundos de diversas regiões do país. Portanto, deduz-se que eles utilizam os recursos computacionais com maior frequência a fim de contatarem suas comunidades físicas de origem. Já com relação à USCS, UniABC, UMESP, UNIBAN, FSA e ANCHIETA, todas iniciaram suas atividades de ensino entre as décadas de 60 e 70. A inércia das comunidades das IES’s ANCHIETA, UMESP, FSA e UNIA, também ficam evidentes, indicando que essas instituições não fazem uso da rede social Orkut em prol de suas instituições. Se somadas, as três contemplam 9.882 membros ou 33% do total, os motivos dessa ausência não são objetos de análise neste artigo, mas não se pode deixar de considerar que essas instituições estão “perdendo terreno” para as outras IES’s localizadas na mesma região e que disputam o mesmo nicho de mercado. A exceção fica para as IES’s USCS, UniABC e UNIBAN, que apresentam performances passíveis de representação neste estudo,conforme pode observar nos gráficos e tabelas apresentados.

22

As IES’s USCS, UMESP, UniABC e UNIBAN apresentam índices poucos expressivos nas categorias apresentadas em alguns casos, atingem índices inexpressivos de participação. De qualquer forma, os dados revelam, também, que essas instituições atentaram, mesmo que tardiamente, para o potencial desta rede social e, aparentemente, têm buscado aperfeiçoar sua presença promovendo enquetes e estimulando posts em fóruns. Das instituições pesquisadas, 6 existem há mais cerca de 40 anos na região: UniABC, USCS, UMESP, UNIA, FSA e ANCHIETA , e este fato, ao que parece, não é relevante para os usuários dessa rede social. Os baixos índices de participação, principalmente nos fóruns de discussão dessas IES’s, sinalizam para a falta de entendimento que elas possuem em relação às expectativas e anseios de sua comunidade acadêmica, fato que pode ser crucial para um mercado que, ultimamente, tem sido forçado a alcançar indicadores qualitativos nos serviços prestados. Por outro lado, pode-se perceber, também, por meio do levantamento realizado, que as enquetes postadas nas comunidades têm uma receptividade considerável entre os membros da comunidade. Se analisadas, com mais cuidado, percebe-se que os assuntos “enquetados” estão, diretamente relacionados aos interesses imediatos dos membros, fato que não acontece nos fóruns da maioria das IES’s, exceto UFABC. Na maioria das comunidades, exceto a UFABC, não há ou são muito inexpressivas postagens cujo tema refere-se, diretamente, às IES’s pesquisadas. Outro aspecto observado é a não presença de docentes ou coordenadores de curso nas discussões promovidas nos fóruns das comunidades. Considera-se esta ausência estranha, pois essas instituições possuem o calendário acadêmico, onde datas e eventos são planejados com muita antecedência e há casos em que se oferecem cursos ou disciplinas na modalidade a distância (EaD), ou seja, possuem a infraestrutura para uma total participação de toda a comunidade acadêmica de cada uma delas. Já com relação aos eventos que mobilizam essas comunidades a tabela que se refere a UFABC, especificamente, percebe-se que os assuntos estão, intrinsecamente, relacionados ao cotidiano do estudante na instituição, estimulando a participação de outros membros que compartilham da mesma experiência.

23

CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de um estudo exploratório de uma rede social cuja dinamicidade e imediatismo é marca registrada, podemos afirmar que a pesquisa atingiu os objetivos propostos inicialmente, investigando, mesmo que de forma sucinta e qualitativa, o comportamento dos membros em temas relacionados às IES’s, e mostrando o potencial desta rede como ferramenta comunicacional. Por meio dos resultados e discussões procedidas neste estudo, podemos observar que a infinidade de informações disponíveis nas redes sociais, utilizando como exemplo o Orkut, representa um canal a ser explorado por docentes, discentes e corpo técnico administrativo de uma IES, com a tendência de crescer cada vez mais, auxiliando a vida acadêmica como poderosa ferramenta de pesquisa educacional, desde que tomado o devido cuidado na utilização de métodos e técnicas para uso desse ilimitado “banco de dados” espontâneo. Verificamos, ainda, por meio do estudo que, embora as comunidades virtuais estejam ao alcance de todos, ainda existe uma receptividade discreta na maioria delas, faltando, talvez, maior entendimento de todos que participam dessas redes, seja alunos, ex-alunos ou dirigentes, pois cada público possui sua motivação para interagir, contribuir ou se manifestar, nesses espaços. Por outro lado, percebemos também que, para haver participação generalizada dos membros, os temas postados devem estar alinhados às necessidades e desejos coletivos, relacionados à vivência acadêmica dos membros nas IES e interligados entre si, portanto estes princípios devem ser a base para as IES’s da região do ABC Paulista que estejam preocupadas em otimizar esta rede social. O estudo permite concluir que para as IES’s, objetos deste estudo, melhorarem sua performance nesta rede social Orkut, não bastará, apenas, realizar posts nos fóruns, divulgar eventos ou promover enquetes, mas precisará se fazer presente participando, agregando e contribuindo, com aqueles que, um dia, confiaram a ela uma parte de sua vida, retroalimentando os vínculos afetivos.

24

REFERÊNCIAS: BRAMBILLA , Ana Maria Estratégia de atuação institucional em mídias sociais, in; Intercom 2009. BAIO, César & OLIVEIRA, P. Marcelo. Interatividade e Convergência das Mídias. . Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/. Acesso em: 27 setembro 2009. BASANELA, Daniele. Internet: novos formatos na geração e disseminação de conteúdo. Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/. Acesso em: 27 setembro 2009. BOSI, E. A opinião e o estereótipo. in: Contexto, nº 2, mar.77. CASTTELS, Manuel. A galáxia Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. _______________. Sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo. Paz e Terra, 11ª edição, 2008. CITELLI, Adilson. Outras Linguagens na Universidade. São Paulo: Cortez, 2000. ______________. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática, 1999 CAPRINO, Mônica Pegurer (org.). Comunicação e Inovação: Reflexões contemporâneas. São Paulo: Paulus, 2008. – (Coleção Comunicação) COHN, Gabriel (org). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: TA Queiroz, 1989. COSTA, Maria Cristina Castilho. Ficção, Comunicação e Mídias. São Paulo: Senac, 2002. (Série Ponto Futuro; 12) FISCHER, Luciana. Redes Sociais como ambiente de comunicação institucional participativa: análise de IES na Região Metropolitana de Campinas in Intercom, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 4ª edição, 1977. HELLER, A . O Quotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. IBGE. PNAD. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 27 setembro 2009. JÚNIOR, Wilson Corrêa da Fonseca. Análise do conteúdo, in; DUARTE, Jorge e BARROS, Antônio (org). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2005, p. 281 – 303. LASSWELL, Harold. “A Estrutura e a Função da Comunicação na Sociedade”. in COHN, Gabriel (org). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: T.A . Queiroz, 1989. LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência, São Paulo: ed. 34, 1990. __________. O que é Virtual. São Paulo: ed. 34, 1996. __________. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. LIMA, A. Alexandre. Multimídia – Meio de comunicação facilitando o aprendizado. Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/. Acesso em: 27 setembro 2009. LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social. Porto Alegre: Sulina, 2002. LOPES, Maria Immacolata V. Pesquisa em Comunicação.São Paulo: Loyola, 6ª ed, 2002.

25

MACHADO, Rejane. Comunidade virtual e sua inserção no processo educacional como forma de ampliação do campo das relações. Disponível em: http://www.fae.unicamp.br/. Acesso em: 05 agosto 2009. MARTÍN-BARBERO, Jesus. Dos Meios as Mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 2ª ed, 2001, Negroponte, Nicholas. A Vida Digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. NETTO, J.P. & FALCÃO, M.C. Cotidiano: conhecimento e crítica. São Paulo, Cortez, 1989. ORKUT. [site]. Disponível em: http://www.orkut.com/. Acesso em: 21 Nov. 2009. RECUERO, Raquel. Redes sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. _____________. Rede social: Uma proposta de estudo, in; Intercom 2009. RUFINO, G. F. Carina, A sociedade em rede e a segunda geração da internet: reflexões para o campo da comunicação organizacional. Disponível em: http://www.abrapcorp.org.br/anais2009/c.html. Acesso em: 27 setembro 2009. SANTOS. C. Antônio & OMENA DOS SANTOS. C. Adriana. Educação, educadores e Internet na sociedade do conhecimento. Disponível em: http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/c/c9/GT8_-_001.pdf. Acesso em: 27 setembro 2009. SIMÕES. G. A. Isabella. Sociedade em Rede e a Cibercultura: dialogando com o pensamento de Manuel Castells e de Pierre Lévy na era das novas tecnologias de comunicação. Disponível em: http://www.insite.pro.br/ Acesso em: 27 setembro 2009. TERRA, Carolina Frazon. A comunicação organizacional em tempos de redes sociais online e de usuários-mídia, in; Intercom 2009.

26

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.