A PREVISÃO DA NECESSIDADE DE BACKBONE PARA ATENDER A DEMANDA DE TRÁFEGO DE DADOS APÓS A INSTALAÇÃO MACIÇA DE SMART METERING NO BRASIL

July 17, 2017 | Autor: M. Rodrigues | Categoria: Smart Grid
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Title

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A PREVISÃO DA NECESSIDADE DE BACKBONE PARA ATENDER A DEMANDA DE TRÁFEGO DE DADOS APÓS A INSTALAÇÃO MACIÇA DE SMART METERING NO BRASIL

Registration Nº: (Abstract)

INSTITUIÇÕES UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO RS UFSM – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA DEMEI – DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ENERGIA DE IJUÍ

Name MAURO F. RODRIGUES

Authors of the paper Country Brasil

e-mail [email protected]

TAFAREL FRANCO MILKE

Brasil

[email protected]

LUCIANO MALAQUIAS

Brasil

[email protected]

MOISÉS MACHADO SANTOS

Brasil

[email protected]

ALZENIRA DA ROSA ABAIDE

Brasil

[email protected]

CRISTIANO V. S. CZYZESKI

Brasil

[email protected]

Key words Smart metering; Métodos matemáticos de otimização; Smart Grid; Tráfego de dados; Backbone; Backhaul; Telecomunicações. RESUMO A entrada da medição inteligente (Smart Metering) na Rede de Distribuição de Energia irá requerer uma estrutura paralela de rede de comunicação de dados. Esta rede deverá suportar a demanda de tráfego de dados de forma a não comprometer os serviços de inteligência de rede que serão implementados visando melhorar o aproveitamento energético da própria rede. Além disso, a segurança envolvida acarreta um alto nível de desempenho requerido para não comprometer o funcionamento adequado da rede de distribuição de energia elétrica nos padrões atuais, ao menos. Neste contexto, as empresas distribuidoras de energia devem criar um backbone de dados capaz de atender as demandas de tráfego atuais e futuras, com garantias de segurança e confiabilidade elevadas, além da previsão de escalabilidade para as manobras e ampliações futuras. Dessa forma, este trabalho irá apresentar uma proposta de estrutura de rede de comunicação e analisá-la sob os aspectos de ser própria, ou seja, da empresa de energia elétrica, ou terceirizada, aproveitando o expertise, conhecimento, de outra empresa da área de telecomunicações. Além disso, será proposta uma topologia de rede e um método para dimensionamento de todo tráfego de dados após a inserção de Smart Metering na rede de distribuição. De posse desses dados, devem-se discutir quais as principais vantagens e desvantagens de algumas tecnologias em estudo para realizar esse fluxo de dados, criando pontos convergentes que permitam a escolha mais assertiva possível por um ou outro modelo de acordo com as necessidades da empresa e tecnologias disponíveis.

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I. INTRODUÇÃO O uso da energia elétrica em nossa sociedade está mudando. Cada vez mais, será necessário aproveitar o máximo da que estiver disponível [1]. Dessa forma, utilizar pequenos aproveitamentos de energia para atender cargas pontuais ou interligadas, numa residência, por exemplo, irá gerar a necessidade de recursos avançados de comunicação para obter êxito nessa tarefa. O mercado de energia, por sua vez, irá atualizar-se de forma que os clientes não sejam apenas usuários da energia que chega à sua unidade consumidora. A partir da medição inteligente – Smart Metering – o cliente terá a possibilidade de interação com a energia criando um uso mais racional e muito melhor dos serviços que estarão ao seu dispor. Dessa forma, a comunicação de dados deverá marcar o caminho para que as empresas deste mercado tenham a capacidade de controlar e gerenciar seus recursos de energia, otimizando a relação do cliente com o uso do serviço prestado e a possibilidade de agregar novos produtos, além da eletricidade. Para que esse novo cenário apresentado torne-se realidade, as distribuidoras de energia devem prever com clareza a capacidade de seu backbone [2] de dados e evitar riscos desnecessários entre seus pontos de medição e controle na rede. Por exemplo, com Smart Metering o consumidor poderá aplicar os conceitos de GLD – Gerenciamento pelo Lado da Demanda – em sua unidade consumidora de forma a gerar energia para seu consumo e, inclusive, fornecer parte desta energia para a rede de distribuição. As casas inteligentes [3], com gerenciamento de eletrodomésticos e veículos elétricos se somarão a esse processo. Assim, os serviços de comunicação de dados proporcionarão à distribuidora de energia elétrica a capacidade de disponibilizar ao cliente serviços adicionais e facilidades de automação, como a Casa Inteligente – Smart Home. Para que isso ocorra, o backbone deve ser dimensionado para suportar a demanda da rede de comunicação. Além disso, a distribuidora deve decidir se valerá a pena criar essa rede lógica paralela para a comunicação ou utilizar serviços de empresas terceiras que estejam nesse mercado. Neste caso, se torna importante conhecer quais os requisitos mínimos que devem ser avaliados para uma tomada de decisão segura. II. MEIOS DE COMUNICAÇÃO Criar um backbone [2], a parte denominada WAN – Wide Area Network – em uma rede de telecomunicações, que tenha capacidade de atender as demandas que surgirão deverá ser uma preocupação

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inicial, pois um sistema que se torne obsoleto ou congestione rapidamente irá trazer mais problemas que soluções para o crescente tráfego de dados do sistema e poderá ser um transtorno à correta operação da rede de distribuição de energia elétrica. Além disso, ao incorrer no erro de ir criando redes pontuais, com tecnologias diferentes poderá acarretar em dificuldades de interoperabilidade na conexão destas redes para um gerenciamento único e centralizado. Então, como ponto inicial, pode-se buscar conhecer os principais meios e protocolos de comunicação que podem ser usados. Os meios de comunicação, fisicamente, dividemse basicamente em ondas eletromagnéticas pelo ar (ou rádio frequência), sinais óticos em fibras óticas e modulação sobre a rede elétrica. A rádio frequência [4] divide-se em vários grupos, de acordo com a frequência e o uso. São gerenciadas pela ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações, que divide as faixas em canais, onde existem os de uso restrito e os de uso aberto. • Uso aberto – possuem caráter secundário e não há fiscalização sobre uso comum da frequência e a aplicação, pois é de uso público: 2,4 GHz, 5,8 GHz, 922 MHz, são exemplos de bandas designadas nesta área. • Uso restrito – possuem caráter primário e cada canal é licenciado para um cliente, numa determinada região, sendo que ele pagará pelo uso e terá a garantia de ser o único a usar esse canal. Os canais de nível secundário, observação importante, possuem restrições quanto ao tipo de aplicação e, se estiverem interferindo em algum canal primário, devem ser desligados imediatamente. As fibras óticas são imunes a interferências eletromagnéticas, possuem uma ampla banda de sinal, permitindo ampliações apenas com a troca dos equipamentos de comunicação. Dividem-se em: • Monomodo – possui maior banda passante e atende distâncias maiores através de um sinal ótico via laser. • Multimodo – atende distâncias menores e permite fontes de luz de LED, o que diminui o custo para esse tipo de meio. As redes de energia elétrica podem ser utilizadas para transmissão de dados com a tecnologia PLC – Power Line Communication [5]. No entanto, esse tipo de comunicação apresenta restrições porque compartilha o meio com a energia elétrica e requer outras conexões em pontos de transformador ou onde ocorram problemas [6] de qualidade da energia, ou seja, problemas de tensão, corrente ou frequência, tais como [7]:

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PAPER Distorção na forma de onda. Variações de longa ou curta duração na tensão. Transitórios na rede. Interrupções na rede. Harmônicas. Flutuação de tensão ou Flicker Com isso, sua capacidade de aplicação fica limiada a locais onde as demais formas são de difícil implementação. • • • • • •

III. PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO Para usar os meios citados, existem inúmeras técnicas capazes de transportar as informações de um ponto a outro [2]. Alguns protocolos têm uso comercial restrito e outros são de uso comum. Ao citar algumas destas técnicas de comunicação e de redes de transporte, busca-se alinhar as análises futuras para uso no backbone a ser proposto e não esgotar o assunto a respeito. DWDM – Dense Wavelength Division Multiplexing: Sistemas de multiplexação de informações sobre fibra ótica, onde cada comprimento de onda funciona como se fosse um canal independente, transmitindo informações simultaneamente. Permite, assim, transportar muito mais informação na mesma estrutura física disponível. EDGE: É, basicamente, uma evolução do GPRS para uma rede GSM mais recente (2,5G). GPRS – Serviço de Rádio de Pacotes Geral: É um serviço de comunicação de dados por comutação de pacotes sobre a rede GSM de telefonia móvel (2G). PLC – Power Line Communication: Em tradução livre, seria a comunicação sobre as linhas de força. Essa tecnologia utiliza como meio de propagação as redes metálicas de energia elétrica para comunicação de dados e voz em banda larga. RF Mesh: tem uma estrutura similar a uma rede Ethernet, composta de vários pontos de comunicação, onde estes se comportam como roteadores e clientes. É uma rede malha alternativa com o protocolo 802.11, via rádio frequência. Wi-Fi: Tipo de comunicação para sistemas de rede local sem fio que usam faixas de frequência que não necessitam de licença e, portanto, facilitam sua instalação e uso. Funciona num raio de até 100 m do Hotspot (espécie de hub que distribui o serviço). ZigBee: É um conjunto de normas para comunicação sem fio entre dispositivos eletrônicos, diferenciando-se do Wi-Fi e Bluetooth pelo consumo reduzido, caracterizada pela baixa potência e, consequente, pequeno alcance: até 70 m.

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IV. ANÁLISE DE ASPECTOS GERAIS DA REDE Embora o Brasil esteja implantando sua Smart Grid posteriormente a países como Estados Unidos, Alemanha, Itália e outros, pode-se aproveitar as experiências destes para aperfeiçoar nossa tecnologia e agilizar o processo. Assim, nos Estados Unidos foi desenvolvido estudo para representar a necessidade de rede para comportar as aplicações Smart Grid, apresentado na Figura 1, na medida em que forem sendo inseridas na rede.

Figura 1 – Previsão da taxa de dados requerida em função da aplicação [8].

Esse crescimento na comunicação de dados apresentado na figura acima dá uma ideia das tecnologias possíveis de acompanhar esse crescimento. Assim, essas informações foram tabeladas de forma a facilitar a análise e são apresentadas na Tabela 1 [8]. Tabela 1 – Representação das aplicações Smart Grid e a relação com os meios disponíveis para comunicação

Notas: (1) – Podem ocorrer interferências (2) – Como é faixa não regulamentada pode ter alto índice de interferência (3) – Será dispendioso para levar fibra até cada cliente (4) – Pode significar um custo elevado por medidor (5) – Pode ser necessário otimizar tempo de uso para transportar volume de dados (6) – A partir da tecnologia 3G presente no local

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(7) – Faixa livre para uso conforme necessidade do usuário, não regulamentada no Brasil. Outros critérios são importantes para uma rede com confiabilidade e segurança, tais como: proteção física e lógica, como diversificação e duplicidade de meios, com compactação e criptografia de dados. A. Segurança de dados Conforme o Cert.br – Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil – a segurança da rede [9] deve observar no mínimo: • Furto de dados – pode ocorrer tanto na interceptação do tráfego quanto na descoberta de vulnerabilidades na rede. • Uso indevido de recursos – um ataque a partir de um membro da rede controlado externamente e atacando os demais membros da rede. • Varredura – buscas na rede de forma a encontrar pontos vulneráveis para manipular ou controlar externamente. • Interceptação de dados – pode caracterizar o furto de dados ou cópia para tentar quebrar a criptografia, se houver. • Exploração de vulnerabilidades – ataque a qualquer membro de uma rede (computador, roteador, etc) alterando ou copiando dados, além de controlar o elemento da rede. • Ataque de navegação de serviço – uma rede centraliza suas solicitações para um elemento de forma a congestionar sua capacidade de responder. • Ataque de força bruta – tentativas de autenticação forçada em elementos da rede. • Ataque de personificação – espécie de clonagem onde é criada uma imitação em algum elemento da rede de forma a obter informações ou senhas. B. Proteção Física A proteção física da rede [10] envolve a topologia a ser utilizada. Dependendo do tipo de arquitetura utilizada poderá influenciar diretamente na proteção lógica, com alocação de equipamentos de segurança e bloqueio a acessos irregulares. A Figura 2, a seguir, apresenta as topologias comuns em redes de telecomunicações.

Figura 2 – Topologias de rede de comunicação. Adaptado de [2], [9] e [10].

Além disso, a topologia de rede define o nível de segurança que o hardware de cada ponto deverá possuir. Alguns exemplos: • Um elemento fora de comunicação deverá possuir formas de não ocasionar perda de dados locais até a recuperação do enlace de dados. • Um concentrador de informações poderá ter sua função duplicada por outro elemento de mesma função, numa topologia em anel. No entanto, numa topologia em estrela, esse mesmo equipamento deverá possuir um reserva com as mesmas informações que o principal para evitar perda de informações e acesso aos elementos de ponta. Sendo assim, a proteção física da rede pode ocorrer por diversificação de caminhos ou meios, por duplicidade de função e por salvaguarda de dados. Na diversificação de caminhos, em caso de pares ativos, deve-se cuidar para que um não esteja com carga próxima a 50% de sua capacidade, pois poderá não conseguir assumir toda a carga do outro elemento em caso de falha neste. Caso típico da topologia em anel. Na duplicidade de função, é importante manter uma hierarquia e uma forma de manter ambos os equipamentos exatamente com a mesma configuração. Caso típico da topologia em estrela e árvore. E, na salvaguarda de dados é necessário obter uma interligação com atividades de manutenção, com backup atualizado e algum meio de salvar os dados enquanto a comunicação não for restabelecida. C. Proteção Lógica A proteção lógica [10], por sua vez, deve iniciar pelo mapeamento da informação que deverá ser protegida. Esse mapa deverá ser inscrito na política de segurança a ser criada, posteriormente. Usualmente, as informações a serem protegidas são designadas através de uma análise de riscos, que identifica:

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PAPER Recursos a proteger pela política. Ameaças às quais estes recursos estão sujeitos. Vulnerabilidades que podem viabilizar a concretização destas ameaças, analisando-as individualmente. Essa política de segurança deve ser objetiva e simples, de forma que a organização e cada elemento da rede saibam quais as suas responsabilidades dentro da mesma. A proteção lógica ainda deve prever o nível de qualidade da rede física, utilizando diversificação de meios físicos de forma ordenada e otimizada, para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis.

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V. ESTUDO DE CASO: BACKBONE PROPOSTO Ao colocar os critérios mencionados e analisar as propostas possíveis, resta verificar as vantagens e desvantagens de criar um sistema de comunicação próprio ou contratado de outra empresa. A. Comparativo entre rede própria e rede terceirizada As distribuidoras de energia elétrica possuem equipes de manutenção treinadas e aptas a efetuar as correções necessárias em sua rede. No entanto, com o crescimento da Smart Grid os elementos de comunicação irão necessitar de uma nova rotina operacional para garantir seu funcionamento. Quanto a isso, ainda há um aspecto importante a observar, pois enquanto os componentes da nova rede estiverem no período de garantia do fabricante, ocorre o suporte ao produto e as equipes podem aproveitar esse período para melhorar seu conhecimento nos novos equipamentos. Por outro lado, ao contratar outra empresa para efetuar a comunicação, esta terá o conhecimento necessário em seu quadro. Mas, não existem garantias contratuais que tragam 100% de confiabilidade no atendimento de todos os itens de segurança física e lógica requeridos para a operação estável do sistema elétrico com as novas tecnologias implantadas para comunicação. Outro fator é a vida útil dos equipamentos que pode variar de uma tecnologia para outra, o que acarreta mais um detalhe na escolha de cada dispositivo para cada ponto, de acordo com a necessidade de exposição a características adversas, tais como: intempéries, descargas atmosféricas, confiabilidade requerida, etc.

Figura 3 – Sistema de comunicação via SMP.

A vantagem de montar uma rede completa, ou em partes moduladas, além do equilíbrio entre custo e benefício, é que pode vir a garantir a interoperabilidade da rede e a preparação das equipes de manutenção ao acompanhar todo processo. Na terceirização, esta área ficaria reduzida à instalação de elementos de rede, enquanto a empresa contratada realizaria a interconexão dos pontos A e B. A Figura 3 apresenta um exemplo desse modelo de serviço usando a tecnologia de dados das empresas de SMP. Dessa forma, a contratação de empresa terceira para realizar comunicação pode significar economia de recursos e simplificação do sistema de manutenção, mas depende do nível de confiabilidade dos serviços contratados, o que, geralmente, acaba afetado pelas concorrências baseadas unicamente em preço de fornecimento do serviço. B. Topologia de rede sugerida Com base nos requisitos apresentados pode-se propor uma topologia de rede a ser utilizada para atender todo processo, mostrada na Figura 4. Esta rede atende aos requisitos de segurança e busca adequar cada ponto do sistema para um tipo de comunicação que onere menos o sistema e garanta os requisitos de comunicação necessários para cada etapa.

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Figura 4 – Topologia de rede proposta para atender a rede de comunicação Smart Grid.

Essa topologia é mista, misturando vários tipos básicos para atendimento do todo. O backbone de dados, por exemplo, está em topologia de anel utilizando fibra ótica, formando um primeiro nível. Esse anel dá o suporte necessário para todas as ampliações futuras que vierem a ocorrer. Os equipamentos são alocados em salas de comunicação criadas em subestações diferentes e devidamente construídas para o ambiente de telecomunicações, com climatização e proteções específicas para alimentação e tráfego de dados. Num segundo nível, pode-se utilizar GPRS ou PLC, dependendo da característica da rede elétrica física, como carga, potência, qualidade e distância. Se for uma rede estável, o PLC pode significar economia de recursos, mas em caso de problemas elétricos na rede, citados anteriormente, corre-se o risco de paralisar a comunicação com todo o trecho posterior, pois este nível estaria da SE – Subestação – até o transformador do alimentador. Nesse caso, pode-se utilizar a diversificação de meios, com o GPRS como backup do primeiro sistema de comunicação ou como meio primário. O terceiro nível, que vai até o medidor inteligente, pode adotar a mesma configuração anterior, centralizando as informações diretamente no backbone mencionado. Essa proposta busca evitar a concentração de informações em ambiente sujeito a situações adversas, como citado anteriormente. Ou, pode-se usar a estrutura existente na Distribuição, segundo nível, concentrando informações nos transformadores, onde é despachado ao ponto superior. Nesse caso, ocorrerá um roteamento de informações que poderá vir a requerer uma maior capacidade de banda de dados [10] do transformador até o backbone projetado.

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O quarto nível, configura-se a partir do medidor e fornece o acesso às comunicações internas do cliente, permitindo aplicar os conceitos de GLD, interligando eletrodomésticos inteligentes, veículos elétricos e demais recursos da Smart Home, prevista na medida em que as funcionalidades da Smart Grid vão sendo implantadas. O quinto e último nível é formado pela comunicação interna do cliente e seus equipamentos com M2M – Machine To Machine, por exemplo. Para uma comunicação local, pode-se utilizar uma rede Wi-Fi ou cabos com roteador interligado ao medidor inteligente, ou diretamente na internet via algum acesso de banda larga. Esta, aliás, é uma solução provável para os usuários que desejarem antecipar sua interligação na Smart Grid a partir de recursos de automação residencial que possuam. A conexão com a rede da distribuidora local poderia ser incentivada para colocar o medidor inteligente usando o acesso do cliente, com criptografia inserida por codificação ou VPN – Virtual Private Network – na comunicação do medidor. A rede RF Mesh não foi contemplada nessa proposta, bem como outros sistemas via rádio frequência, porque existem inúmeras fontes de interferência eletromagnética. As frequências livres para uso estão com sua banda praticamente ocupada em todos os locais devido aos provedores de internet via rádio [11, 12]. Além disso, a capacidade de capturar as informações trafegadas é outro aspecto que conta negativamente para esse tipo de solução ser aplicada em meio externo. No entanto, o SMP apresenta um nível de segurança altíssimo na tecnologia GSM devido as suas características de autenticação e tráfego da rede. Resumidamente, o telefone é identificado ao conectar o usuário e todo seu tráfego posterior ocorrerá com identificações aleatórias previstas no sistema. Dessa forma, a captura dos dados por receptores não autorizados dificilmente conseguirá interceptar a sequência inteira de informações que permitiria localizar a fonte que está transmitindo. C. Taxa de dados e estrutura de backbone Cada nível da aplicação a ser inserida na rede irá necessitar de um volume de dados diferente. Por isso, a proposta contempla uma hierarquia no sistema de forma a ordenar as informações, garantir a comunicação e minimizar os custos envolvidos. A Figura 5 apresenta um tipo de hierarquia para a implantação do novo modelo e serve como base para se operacionalizar a rede.

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Figura 5 – Cenário de comunicação Smart Grid [13].

A necessidade de capacidade do novo cenário dependerá, também, do nível de exigência da regulamentação. Atualmente, as exigências baseiam-se em características básicas como: medida bidirecional do fluxo de energia, sistema de comunicação com protocolo público e aberto (rede IP, por exemplo), religação remota, comunicação em tempo real, etc. O novo cenário, então, será dimensionado pelo volume de informações a trafegar na rede. Conforme a Figura 1 apresenta, a cada novo recurso adicionado na rede, maior a capacidade de tráfego requerida. Partindo do Teorema de Nyquist [14], pode-se criar uma expectativa pontual para cada medidor. A Equação (1) apresenta uma amostra para o tamanho de cada unidade de informação que deverá ser armazenada e enviada pelo medidor. Informação = TA * N * t

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Nesse caso TA é a taxa de amostragem utilizada, tendo pelo menos o dobro da frequência do sinal analisado; N é o número de bits; t é o tempo para adquirir dados. Assim, se for medir ao menos potência ativa, reativa, e dados de qualidade de energia, ocorrerá uma necessidade de memória inferior a 512 kbytes. Embora pareça pouco, é importante relativizar esse tamanho de arquivo numa rede completa. Como exemplo, tome-se uma rede com 10 mil medidores fazendo esse armazenamento e envio a cada 5 segundos, para caracterizar tempo real. Some-se a isso a criptografia e os dados de encapsulamento dos pacotes enviados e recebidos na rede. Nesse caso, percebe-se, a situação muda de aspecto, fazendo com que o arquivo suba de alguns kbytes (103) para a ordem de Gbytes (109). VI. CONCLUSÃO De acordo com o apresentado, analisar e projetar um sistema de comunicação capaz de atender a demanda de tráfego, com segurança e confiabilidade, será uma

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tarefa importante e vital para que a Smart Grid seja uma realidade e apresente características de escalabilidade. A proposta de backbone deve ser coordenada com a política de segurança da informação na empresa, plano de investimentos e inovações Smart Grid. Dessa forma, o risco desta rede de comunicação não atender corretamente a necessidade de tráfego de dados será minimizado e o gerenciamento remoto e centralizado do sistema pela distribuidora poderá ser concretizado. Com a comunicação estabelecida [15], o GLD poderá ser realizado e poderão ocorrer os pequenos aproveitamentos de energia, a instalação de sistemas de carga e descarga dos veículos elétricos, além dos postos tarifários diferenciados [16] de acordo com o custo da energia para o SEP – Sistema Elétrico de Potência. Além disso, com as novas aplicações da rede inteligente, o usuário irá interagir com a eletricidade, praticamente da forma como utiliza a internet. Isso porque essas tecnologias estarão interconectadas e trarão novas exigências de conforto, inserindo a automação no cotidiano das famílias e das empresas. VII. BIBLIOGRAFIA [1] FARRET, Felix. Pequenos Aproveitamentos de Energia Elétrica. 2ª Edição, Editora da UFSM 2010. Santa Maria/RS. [2] TANENBAUM, A. Redes de Computadores. 4ª. Edição, Editora Campus, São Paulo, 2005. [3] RODRIGUES, M. F. & ABAIDE, A. R. & CANHA, L. N. “Smart Grid e Geração Distribuída com Pequenas Fontes Renováveis de Energia Aplicada nas Telecomunicações – Estudo de Viabilidade”. VIII CBPE. Curitiba/PR 08/2012. [4] ANATEL – Resolução 506. De Agosto de 2008. Disponível em: www.anatel.gov.br. Acessado em abril/2013. [5] D. Li-min, F. Qiang-hua e Z. Hao, “Design of Wireless Communication System Applied for Power Lines Field Operations”, em IEEE International Conference on Intelligence Science and Information Engineering, 2011. [6] A. Pinomaa, J. Ahola e A. Kosonen, “Power-Line CommunicationBased Network Architecture for LVDC Distribution System, em IEEE International Symposium on Power Line Communication and Its Applications, 2011. [7] ANEEL – PRODIST – Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica. Disponível em: www.aneel.gov.br. Acessado em agosto/2012. [8] ENERGIA, G. D. (2008). “A Melhoria da Qualidade da Energia a partir do Gerenciamento de Energia pelo Lado da Demanda.” Brasília: Departamento de Desenvolvimento Energético. [9] Cartilha de segurança. Cert.br. De setembro de 2013. Disponível em: www.cartilha.cert.br. Acessado em abril/2014 [10] DERFLER Jr., F. J. e FRED, L. Como Funcionam as Redes. 2ª. Edição, Editora Quark, São Paulo, 1993. [11] ANEEL – Resolução Normativa 414. De 09 de Setembro de 2010. Disponível em: www.aneel.gov.br. Acessado em agosto/2012.

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[12] ANEEL – Resolução Normativa 482. De 17 de abril de 2012. Disponível em: www.aneel.gov.br. Acessado em agosto/2012. [13]

CEMIG –Smart Grid emSete Lagoas. Disponível www.cemig.com.br. Acessado em agosto/2013.

em:

[14] HAYKIN, S. Communication Systems. 4ª. Edição, John Wiley & Sons, Inc, 2001. [15] C. P. Nguyen e A. J. Flueck, “Modeling of Communication Latency in Smart Grid”, em IEEE society, 2010 [16] FIGUEIRÓ, I. C. & ABAIDE, A. R. & BERNARDON, D. P. & CANHA, L. N. & NETO, N. K.. “Smart Grid and Low Voltage Consumer Behavior Facing the Dynamic Energy Rates in the Brazil”. UPEC 2012. Itália. Setembro de 2012.

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