A primeira historiografia da Indústria Portuguesa (1881-1930)
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JoAo Peur,o AvnrAs NuNps Avrfnrco FnuRE (coord.)
HISToRIoGRAFIAS PoRTUGUESA E BRASILEIRA NO SECULo xx OIuARES CnuzADos
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IUPRENSA DA UNIVBNSIDADE IIE COIIBNA COIIIBRA UNIVERSTIY PRESS
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2013.COtMBRA
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Direcgio da colecgio Hist6ria contemporineil Maria Manuela Tavares Ribeiro Os originais enviados slo sujeitos a apreciagio cientifica por
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Coordenagio Editorial Maria Joio Padez Ferreira de Castro
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Ant6nio Barros
Infografia da Capa Carlos Cosra
Infografia Isaac Caetano
Revisio Marlene Taveira
Imagem d,a Capa "Navio-Museu Santo Andrd - Museu Mar(timo de ilharo"
, 2013, IUC.
Impressio e Acabamento www. artipol. net
ISBN 97 8-989 -26-0645-3
Dep6sito Legal 367 445 I 13
Obra publicada com a colaboragio de:
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Obra publicada com o apoio de: Este trabalho € financiado por Fundos FEDER atravis do Programa Operacional Factores de competitividade GOMPETE e_por Fundos Nacionais atra*s da - Fundagio para a Ci€ncia e a Tecnologia no Ambito do projecto PEst.C/HIS/UlO46Ot2Oll
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Projeto n." FCOMP-01-0 124-FEDER-022660
FCT Fundagio para a Ci6ncia e aTecnologia mrfrro m crfrqclA,molG[ E ENsNo supiRroR hd
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Novembro 2ol'Sr rmprensa da universidade de coimbra
A PRIMEIRA HTSToRIoGRAFIA DA INousTRrA PoRTucuEsA (188L -1930). Unne sinsrEsE MeNunr FnnnnIRA RoonrGUES
Reunir, catalogar por assim dizer, todos os aspetos e rnernorias
da nossa uitalidade industrial, que se acbarn dispersos pelos liuros e documentos, quer-nos parecer que 6 uma empresa patri6tica (Sousa Viterbo, 1892)
Autores, textos e contextos Uma vez que para a utopia romintica, de cariter retrospetivo, o horizonte ideol6gico era a ressureigdo da alma nacional, apenas uma hist6ria era possivet a hist6ria da pitria, a hist6ria do gdnio da Nagcio, uma hist6ria vocacionada para .inspirat
a
e reforgar o consenso nacional, (Catroga, L993: 550). Desse modo, a atragdo pela Idade M6dia, tida como agtro politica
Idade do Ouro, como "6poca da robustez moral da nagZo' (Herculano, L886: 134), como .cadinho das liberdades burguesas, nricleo da nobreza. de cariter e da honra, origem de guerreiros ilustres e da indole portuguesa, (Ferreira, s.d.: 96), morigeradora de um presente tido como decadente, vai conduzir
de Herculano e Garrett (e as dos seus discipulos diretos) a um desinteresse por uma hist6ria recente, se excetuarmos alguma literatura com preocupag6es sociais e uma .historiografia da anralid2ds,, mais de natureza a. geraqd"o
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HISTORIoGf,.AFIAS PoRTUGUESA E BRASILEIRA
No sEcULo XX. OLHARES cRUzADos
politica, que surgiu, como refere Fernando Catroga (L9932 t49 557),.ide" ologicamente interessada em analisar ou em catrear informag6es que pudessem seryir de ponto de partida para a explicaglo e legitimaglo hist6rica
do novo regime". Mesmo na literatura da primeira metade de Oitocentos, como diz Alberto Ferreira (op. cit.: 99), .ntro 6 possivel pensar em poesia do
quotidiano (Cesdrio), nem em capacidade inspiradora do progresso material (Guilherme de Azevedo)". De certo modo, esse programa historicista estrutura, tamb6m, a Histdria de Portugal nos sdculos xwr e xwl (1860-1871) de Rebelo da Silva, discipulo confesso de Herculano. Ao yalorizar o s6culo xvII e a Restauraelo
dida como uma refundaqtro da pdtria
-,
-
enten-
Rebelo da Silva parte de alguns
dos pressupostos ideol6gicos e epistemol6gicos anteriores, que sustentavam
o apego do primeiro romantismo i Idade M6dia (Macedo, 1971; Catroga, 1985 e Torgal, 198D. A diverg6ncia 6 protagonizada pela .geraglo nova,. Os homens da Geraglo de 70, com destaque paraAntero e Oliveira Martins,
divergiram de Herculano na forma como olhavam a Idade M6dia, nio escondendo o seu fascinio pela Renascenga e pelos Descobrimentos (Catroga, 1982:31). Nesse contexto, seria muito dificil a emerg6ncia de uma historiogtafia da indfistria, mesmo que perseguisse, justificadamente, o fim riltimo da historiografi a hercula niana.
As importantes comemorag6es camonianas (1880) e pombalinas (1882), os inqu6ritos industriais de 1881 e de 1890, as sonhadas reformas do ensino
industrial (de 1884 e 1888), as exposig6es distritais (Aveiro, 1882; Guimarles e Coimbra, 1884), a conjuntura internacional e os seus efeitos no nosso pais, testemunham, especialmente ap6s a grave crise de '1,89O-L892, um olhar dife-
rente sobre o presente € sobre o passado. De resto, a industrializtqdo do final de Oitocentos vai desempenhar um papel decisivo nessa mudanga. Como salientam l.eonor Freire Costa et al. (20L L: 313) .a caracteristic a mais importante do desenvolvimento da economia portuguesa ao longo do s6culo >ox foi a sua progressiva, embora lenta, industializaqdo,, pois .o setor industrial passou
de l3o/o do produto interno bruto, em 1850, para, cerca de 27o/o, em 1"9L0,. No entanto, nlo obstante o produto industrial ter crescido
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