A Produção Acadêmica na Ciência Política Brasileira e a Participação da Mulher. Painel apresentado na ABCP, 2014.

May 28, 2017 | Autor: M. Candido | Categoria: Ciencia Politica, Feminismo, Gênero
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IX  Encontro ABCP  -­‐ 2014

A  PRODUÇÃO  ACADÊMICA  NA  CIÊNCIA  POLÍTICA  BRASILEIRA  E  A     PARTICIPAÇÃO  DA MULHER Autora:  Marcia  Rangel  Candido  – Mestranda  em  Ciência  Política  – IESP/UERJ     Orientador:  Prof.  Dr.  Jairo  Nicolau  – DCP/UFRJ Coorientadora:  Lilian  Oliveira  – Doutoranda  em  Ciência  Política  – IESP/UERJ O Gráfico 2 mostra,     proporcionalmente, como os 1188 autores analisados estão distribuídos por gênero no decorrer dos anos contemplados pela pesquisa. É possível constatar     o aumento da participação  das  mulheres  a  partir  da  década  de 70.



INTRODUÇÃO Pesquisas sobre gênero e produção científica são comuns em diversas áreas acadêmicas. No entanto, a despeito do crescente interesse pela análise da formação da Ciência Política enquanto disciplina, aspectos ligados ao perfil de quem publica ainda permanecem fora das abordagens. A publicação de artigos em periódicos de qualidade é uma das principais fontes de prestígio dos acadêmicos e acadêmicas nas ciências sociais. Alguns estudos têm sugerido a existência de aspectos estruturais e valores masculinos, que limitam a participação e a ascensão das mulheres no campo acadêmico (Moroe et al, 2008). Este trabalho representa um primeiro esforço analítico no intuito de compreender as desigualdades de gênero na ciência política.

Gráfico 2:  Gênero  x  Ano (%) % do  total  do  número de registros

100%

• O Gráfico 5 mostra como o total dos 1188 autores são distribuídos por gênero entre as 5 publicações analisadas. A publicação que apresentou maior presença das mulheres foi a Opinião Pública, com 37%. Do lado oposto se apresenta a Dados – Revista de Ciências Sociais, com 29%.

93%

90% 80%

77%

76%

70%

67%

60%

76%

67%

71%

Gráfico  5:  Gênero  x  Publicação (%)

69%

65%

63%

Masculino     Feminino

50% 40%

33%

30%

33% 24%

20% 10%

23%

24%

29%

37%

31%

35%

7%

0%

66%

34%

1966-­‐1969 1970-­‐1973 1976-­‐1979 1980-­‐1984 1985-­‐1989 1990-­‐1994 1995-­‐1999 2000-­‐2004 2005-­‐2009 2010-­‐ 2013

O Gráfico 3 mostra como o total dos 1188 autores estão distribuídos por gênero e por tipo de pesquisa realizada. Evidencia-­‐se a menor participação da mulher em pesquisas com orientação metodológica não empírica, que abarca trabalhos sobre conceitos e correntes teóricas, pensamento político brasileiro, ensaio sobre autor estrangeiro ou balanço bibliográfico sobre algum tema.



OBJETIVOS  E METODOLOGIA O objetivo do presente estudo é analisar a participação das mulheres na ciência política brasileira a partir das publicações acadêmicas de maior relevância na área. Além do gênero da autoria, também são observadas as orientações metodológicas utilizadas nos artigos, bem como as áreas temáticas. O recorte de pesquisa selecionou as produções publicadas entre 1966 e 2013 nas revistas com melhor desempenho na última avaliação Qualis/Capes: Brazilian Political Science Review, Dados – Revista de Ciências Sociais, Novos Estudos, Opinião Pública, Lua Nova e Revista Brasileira de Ciências Sociais. Os resultados parciais totalizam 1188 autores e 862 artigos, dos quais apenas 186 foram publicados individualmente por mulheres. Contudo, os dados apresentados a seguir também consideram produções em coautoria.

RESULTADOS

Gráfico 3:  Gênero  x  Tipo  de  Pesquisa (%) % do  total  do  número de registros

90%

32%

35%

80%

32%

Feminino

Masculino

21%

60%

Feminino    

50% 40%

65%

68%

Empírica

Análise Histórico-­‐ Descritiva

30%

Masculino

79%

20% 10% 0%

Não Empírica

O Gráfico 4 mostra como estão distribuídas as áreas temáticas por gênero. Destaca-­‐se a área de Teoria e História do Pensamento Social como a que possui menor participação de mulheres. A despeito dessas figurarem como minoria nas publicações, a área temática Estrutura Social apresenta produtividade equiparada entre os gêneros.

Gráfico  4:  Gênero  x  Área  Temática (%) 50%

Atores Políticos Políticas Públicas

68%

DADOS

33%

NOVOS     ESTUDOS

63% 37%

OPINIÃO     PÚBLICA

66%

34%

RBCS

Feminino    Masculino

CONCLUSÕES

70%

Estrutura Social

Gráfico  1:  Gênero  x  Total  Autores (%)

29%

67%

100%



• O Gráfico 1 apresenta a distribuição de gênero dos 1188 autores analisados. • As mulheres não representam nem metade da quantidade de autores homens.

BPSR

71%

50%

60%

40%

63%

37%

Masculino    

Eleições

66%

34%

Comportamento Político

66%

34%

Relações Internacionais

70%

30%

Instituições Políticas

71%

29%

Outros

76%

Teoria e  História do  Pensamento Político

24%

82% 0%

10%

20%

30% 40% 50% 60% 70% %  do  total  do  número  de registros

18% 80%

A década de 70 marcou um aumento da produção feminina, que se estabilizou ao longo dos anos em torno dos 30%. A presença das mulheres ainda é tímida em determinadas áreas temáticas. Todavia, em relação às orientações metodológicas, é possível constatar uma variedade de escolhas que foge aos estereótipos e propensões associadas aos papeis de gênero. Desde a década de 80, a participação feminina nos programas de pós-­‐ graduação em Ciências Sociais oscila, mas é alta, chegando por vezes a superar a presença masculina no doutorado (VIANNA et al, 1998). A despeito dos avanços na democratização do ensino superior, os dados apresentados evidenciam a baixa produção das mulheres em um quesito que é de extrema importância para a avaliação do seu trabalho no meio acadêmico.

90%     100%

Feminino

REFERÊNCIAS MONROE,  Kristen  et  al.  Gender  Equality  in  Academia:     Bad    News      from      the    Trenches,   and    Some   Possible Solutions. Perspectives on Politics. Junho, 2008,pp.214-­‐233.

doi:10.1017/S1537592708080572.

VIANNA,  L.  W.,    CARVALHO,  M.  A.  R.,  CUNHA  e     MELO, M.  P.  e  BURGOS,  M.  B.  (1998),  “Doutores  e  Teses  em     Ciências  Sociais”,  Dados,  41  (3), 453-­‐516.

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