A Produção Acadêmica na Ciência Política Brasileira e a Participação da Mulher. Painel apresentado na ABCP, 2014.
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IX Encontro ABCP -‐ 2014
A PRODUÇÃO ACADÊMICA NA CIÊNCIA POLÍTICA BRASILEIRA E A PARTICIPAÇÃO DA MULHER Autora: Marcia Rangel Candido – Mestranda em Ciência Política – IESP/UERJ Orientador: Prof. Dr. Jairo Nicolau – DCP/UFRJ Coorientadora: Lilian Oliveira – Doutoranda em Ciência Política – IESP/UERJ O Gráfico 2 mostra, proporcionalmente, como os 1188 autores analisados estão distribuídos por gênero no decorrer dos anos contemplados pela pesquisa. É possível constatar o aumento da participação das mulheres a partir da década de 70.
•
INTRODUÇÃO Pesquisas sobre gênero e produção científica são comuns em diversas áreas acadêmicas. No entanto, a despeito do crescente interesse pela análise da formação da Ciência Política enquanto disciplina, aspectos ligados ao perfil de quem publica ainda permanecem fora das abordagens. A publicação de artigos em periódicos de qualidade é uma das principais fontes de prestígio dos acadêmicos e acadêmicas nas ciências sociais. Alguns estudos têm sugerido a existência de aspectos estruturais e valores masculinos, que limitam a participação e a ascensão das mulheres no campo acadêmico (Moroe et al, 2008). Este trabalho representa um primeiro esforço analítico no intuito de compreender as desigualdades de gênero na ciência política.
Gráfico 2: Gênero x Ano (%) % do total do número de registros
100%
• O Gráfico 5 mostra como o total dos 1188 autores são distribuídos por gênero entre as 5 publicações analisadas. A publicação que apresentou maior presença das mulheres foi a Opinião Pública, com 37%. Do lado oposto se apresenta a Dados – Revista de Ciências Sociais, com 29%.
93%
90% 80%
77%
76%
70%
67%
60%
76%
67%
71%
Gráfico 5: Gênero x Publicação (%)
69%
65%
63%
Masculino Feminino
50% 40%
33%
30%
33% 24%
20% 10%
23%
24%
29%
37%
31%
35%
7%
0%
66%
34%
1966-‐1969 1970-‐1973 1976-‐1979 1980-‐1984 1985-‐1989 1990-‐1994 1995-‐1999 2000-‐2004 2005-‐2009 2010-‐ 2013
O Gráfico 3 mostra como o total dos 1188 autores estão distribuídos por gênero e por tipo de pesquisa realizada. Evidencia-‐se a menor participação da mulher em pesquisas com orientação metodológica não empírica, que abarca trabalhos sobre conceitos e correntes teóricas, pensamento político brasileiro, ensaio sobre autor estrangeiro ou balanço bibliográfico sobre algum tema.
•
OBJETIVOS E METODOLOGIA O objetivo do presente estudo é analisar a participação das mulheres na ciência política brasileira a partir das publicações acadêmicas de maior relevância na área. Além do gênero da autoria, também são observadas as orientações metodológicas utilizadas nos artigos, bem como as áreas temáticas. O recorte de pesquisa selecionou as produções publicadas entre 1966 e 2013 nas revistas com melhor desempenho na última avaliação Qualis/Capes: Brazilian Political Science Review, Dados – Revista de Ciências Sociais, Novos Estudos, Opinião Pública, Lua Nova e Revista Brasileira de Ciências Sociais. Os resultados parciais totalizam 1188 autores e 862 artigos, dos quais apenas 186 foram publicados individualmente por mulheres. Contudo, os dados apresentados a seguir também consideram produções em coautoria.
RESULTADOS
Gráfico 3: Gênero x Tipo de Pesquisa (%) % do total do número de registros
90%
32%
35%
80%
32%
Feminino
Masculino
21%
60%
Feminino
50% 40%
65%
68%
Empírica
Análise Histórico-‐ Descritiva
30%
Masculino
79%
20% 10% 0%
Não Empírica
O Gráfico 4 mostra como estão distribuídas as áreas temáticas por gênero. Destaca-‐se a área de Teoria e História do Pensamento Social como a que possui menor participação de mulheres. A despeito dessas figurarem como minoria nas publicações, a área temática Estrutura Social apresenta produtividade equiparada entre os gêneros.
Gráfico 4: Gênero x Área Temática (%) 50%
Atores Políticos Políticas Públicas
68%
DADOS
33%
NOVOS ESTUDOS
63% 37%
OPINIÃO PÚBLICA
66%
34%
RBCS
Feminino Masculino
CONCLUSÕES
70%
Estrutura Social
Gráfico 1: Gênero x Total Autores (%)
29%
67%
100%
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• O Gráfico 1 apresenta a distribuição de gênero dos 1188 autores analisados. • As mulheres não representam nem metade da quantidade de autores homens.
BPSR
71%
50%
60%
40%
63%
37%
Masculino
Eleições
66%
34%
Comportamento Político
66%
34%
Relações Internacionais
70%
30%
Instituições Políticas
71%
29%
Outros
76%
Teoria e História do Pensamento Político
24%
82% 0%
10%
20%
30% 40% 50% 60% 70% % do total do número de registros
18% 80%
A década de 70 marcou um aumento da produção feminina, que se estabilizou ao longo dos anos em torno dos 30%. A presença das mulheres ainda é tímida em determinadas áreas temáticas. Todavia, em relação às orientações metodológicas, é possível constatar uma variedade de escolhas que foge aos estereótipos e propensões associadas aos papeis de gênero. Desde a década de 80, a participação feminina nos programas de pós-‐ graduação em Ciências Sociais oscila, mas é alta, chegando por vezes a superar a presença masculina no doutorado (VIANNA et al, 1998). A despeito dos avanços na democratização do ensino superior, os dados apresentados evidenciam a baixa produção das mulheres em um quesito que é de extrema importância para a avaliação do seu trabalho no meio acadêmico.
90% 100%
Feminino
REFERÊNCIAS MONROE, Kristen et al. Gender Equality in Academia: Bad News from the Trenches, and Some Possible Solutions. Perspectives on Politics. Junho, 2008,pp.214-‐233.
doi:10.1017/S1537592708080572.
VIANNA, L. W., CARVALHO, M. A. R., CUNHA e MELO, M. P. e BURGOS, M. B. (1998), “Doutores e Teses em Ciências Sociais”, Dados, 41 (3), 453-‐516.
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