A Produção de Vídeos na Formação de Professores: Novas Possibilidades no Processo de Educação

June 7, 2017 | Autor: Josias Pereira | Categoria: Produção de Vídeo Estudantil
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A Produção de Vídeos na Formação de Professores: Novas Possibilidades no Processo de Educação. Josias Pereira1 Universidade Federal de Pelotas Resumo: A sociedade vem passando por mudanças no seu desenvolvimento em função das novas formas de relacionamento e de comunicação. Queremos apresentar como a produção de vídeo pode ser usada por professores como um processo de ensino que contribua e ajude na aprendizagem dos jovens. Neste caso a formação de professores é um espaço privilegiado para desenvolver esta técnica que pode ser usado a favor da educação, para isso usaremos pressupostos da neurociência especificamente da neuropsicológica. Palavras – Chave: Neurociência, Neuropsicológica, Educação, Formação de Professores

Comunicação de Massa Vivemos um momento social onde as formas de comunicação foram alteradas. Iniciamos o século passado 1900 com mudanças significativas; nossos avós e bisavós assistiram o surgimento da comunicação de massa e as criticas ao seu surgimento e funcionalidade (Teoria da Persuasão, Teoria Funcionalista, Teoria Crítica). No Brasil está comunicação de massa conhece seu auge na década de 30 com o rádio sendo apadrinhado pelo poder público na figura de Getulio Dorneles Vargas2. A criação do DIP em 1939 foi uma maneira do governo controlar a opinião pública através das informações que chegavam a sociedade, em 1942 o DIP chegou a proibir 108 programas de rádio e mais de 400 musicas. Assim a sociedade só teria a informação que o governo desejasse. Esta relação meio incomoda de censura e organização da comunicação de massa é conhecida como agendamento social, ou agenda setting. Na década de 1970 o mundo passa por mudanças sociais e tecnológicas. Surge a base que deu origem a internet conhecida como ARPANET3 nos USA. No Brasil os militares assumem o poder na revolução de 1964 e criam a idéia de que o Brasil era o pais do futuro. Como o rádio foi usado por Vargas na concepção da nova sociedade brasileira os militares 1

Docente do Centro de Arte área de Cinema da UFPel e Doutorando em Educação da UFPel – [email protected]

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Presidente do Brasil entre 1930 – 1945, realizou a revolução de 1930, ajudou a criar o Estado Novo. Dentre as

realizações do seu governo destacamos as leis trabalhistas, campanha do petróleo é nosso, criação do DIP. 3 Advanced Research Projects Agency, ou Agência de Pesquisa de Projetos Avançados.

usaram a televisão para informar a sociedade dos seus novos trabalhos, a construção de um novo Brasil. As emissoras de televisão na época tinham pouca influência nas decisões nacionais em função do reduzido número de aparelhos de TV. Assim os militares tentam modificar este panorama nacional e começa a incentivar a compra de aparelhos de TV em prestações, o que resultou em uma mudança e a televisão para a ser a maior forma de informação que a sociedade tem, já que o jornal é necessário protocolos específicos para a decodificação, saber ler, e o rádio tem a limitação de não ter a imagem para contribuir com os significados postos, já a televisão surge como uma evolução social importante além de exibir filmes, o que o rádio em função de sua limitação técnica não fazia, assim a TV passa a ser o desejo de uma sociedade que não tem voz no panorama social. . Em 1964, quando a história da televisão brasileira começaria, o Brasil tinha 34 estações de TV e 1,8 milhão de aparelhos receptores. Em 1978, já eram 15 milhões de receptores. Em 1987, 31 milhões de televisores se espalhavam pelo País, dos quais 12,5 milhões em cores. Hoje, trata-se do sexto maior parque de receptores instalados no mundo. KONIS (2001, p.11)

Algumas emissoras como a Rede Globo, SBT foram critica por ajudar os militares a ficarem no poder através da ideologia de que o país estava bem e não havia problemas sociais, porem, por trás da aparência muitas pessoas foram torturadas e mortas sem que as emissoras de televisão contribuíssem informando a sociedade sobre o problema. Este agendamento que as emissoras realizaram silenciando a população foi denunciado por vários teóricos, porém sem um canal próprio o debate ficou restrito a seus pares na academia, as emissoras de televisão tinham o monopólio da fala era a época de um comunicando com todos. Além de oferecer entretenimento ou informação, os meios de comunicação oferece também uma base ideológica e política., pois todo discurso é um ato ideológico e político. “Acreditamos que a objetividade é uma atitude imparcial que alcança as coisas tais como são verdadeiramente, enquanto a subjetividade é uma atitude parcial, pessoal, ditada por sentimentos variados (amor, ódio, medo, desejo)”. CHAUI, 2000. p.7

Os meios de comunicação de massa têm o poder de informar um grupo relativamente grande de pessoas sobre um assunto de forma mais eficaz do que outras mídias. E se pensarmos na globalização como fica esta ideologia?

Segundo Anthony Giddens (2000, p.43) “A

globalização, em suma, é uma complexa variedade de processos, movidos por uma mistura de influencias políticas e econômicas”. A mídia tem como uma de suas funções, no processo

de divisão social do trabalho, a produção e reprodução de informação e entretenimento, que por um lado leva também à produção e à reprodução de ideologia. De uma classe, da classe hegemônica, para as demais, porem outras formas de comunicação surgiram que os meios hegemônicos não conseguiram, ainda, dominar. Agenda Setting Os jornais e telejornais informam a sociedade sobre o que esta acontecendo criando a idéia de um padrão do que acontece no país. A mídia pode definir a agenda para a atenção do público sobre um tema especifico, dependendo do que a empresa necessita, já que é uma empresa comercial e como tal precisa vivenciar o lucro. E como eles fazem isso? Apresentando em demasia um certo assunto fazendo o espectador repensar a informação que já sabia. E em muitos casos incluindo pequenos dados modificando os signos internalizados. Os principais contornos dessa influência foram esboçados por Walter Lippmann em sua 1922 no seu livro “Opinião Pública”, nele o autor apresenta os meios de comunicação como uma fonte primária dessas imagens criando o debate social, criando um mundo que para a maioria dos cidadãos está fora do alcance. Na época a sociedade só sabia o que estava acontecendo no mundo através desde meio de comunicação, devemos ter como parâmetro que na época o analfabetismo no Brasil era de 33,60% segundo dados do IBGE 4 e a informação “oficial” surgia da credibilidade que a mídia passava. A ideia do agendamento setting surge com força na década de 1970 graças as pesquisas de McCombs e Shaw que visava estudar o papel da mídia na formação e mudança de cognições. A comunidade cientifica e social começa a rever o poder que a mídia apresenta, a agenda setting exibe uma hipótese que é um tipo de efeito social da mídia que compreende a seleção, disposição e incidência de notícias sobre os temas que o público falará ou discutirá. O conceito não está muito longe da realidade, pois se tem constantemente uma enxurrada de informações que são selecionadas e dispostas de maneira que algumas notícias recebem uma ênfase maior, como é o caso das notícias que aparecem na capa dos jornais, revistas e telejornais. Devemos ter em mente que a mídia é por si apenas uma empresa como qualquer outra, porém não produzem mercadoria e sim entretenimento, diversão e informações para as pessoas, pois a sustento desta empresa é ligado diretamente a audiência que pode conseguir com os seus 4

http://www.ibge.gov.br

programas; o que cria um paradigma já que preciso informar o que acredito que o outro ira ver, assim conseguindo audiência. Sendo assim informam o que acham que lhe trará benefícios (audiência), utilizando uma troca de informações constante para chamar atenção do público alvo. Por isso apresentamos a necessidade dos professores debaterem com os alunos as estratégias dos meios de comunicação e das informações que chegam a nós é a criação do que conhecido como o quinto poder. 5º Poder É necessário, definir uma nova agenda na área educacional e capacitar nossos alunos a entenderem a mídia, a TV, Internet, as NTICs e sua importância na nossa cultura e para nossa sociedade. Se não entendermos a agenda da mídia, seremos agendados por ela. Segundo o professor Silverstone (2006) mostrar a necessidade de levar a mídia a sério, como objeto de rigorosa investigação. O professor argumenta que a mídia se tornou central para a experiência humana e que a cidadania no século XXI requer um grau de conhecimento que até agora poucos de nós têm, que requer do indivíduo que saiba ler os produtos da mídia e que seja capaz de questionar suas estratégias. Isso envolveria capacidades que vão além do que foi considerado alfabetização em massa na época da mídia impressa. Quem sabe um dia a escola perceba que a sua função social vai além de decompor os protocolos de leitura; quem sabe não contribui para ensinar os protocolos da vida, já que a sociedade que ela ensina já mudou. A Escola deve contribuir para a formação de um ser humano melhor e mais capacitado, não apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida; um ser mais sistêmico e menos positivista. Sociedade e Educação Como muitos pais e alunos já perceberam a escola fala de uma sociedade que não é a que se vive. Então como podemos fazer a escola ser um espaço atual? Se a sociedade mudou em função das mudanças das novas tecnologias, porque a escola não muda? A escola não debateu ainda o uso da TV na educação, da Internet no processo educacional e a tecnologia possibilita novas formas de interação que possibilita formas de aprendizado diferenciado necessitando novas formas de aprendizado e debates sociais do uso destas novas tecnologias, pois para muitos novas tecnologias ainda é a Internet que no Brasil já tem mais de 20 anos.

Os meios de comunicação de massa como decodificadores e mediadores sociais apresentam sempre uma forma de vida que é desejada por vários brasileiros. Esta forma de vida é enviada, irradiada a todo o país, criando significados a signos postos, ou seja, apresenta um novo código que é idealizado por um grupo social. Na interação criamos signos para nos comunicar, pois as pessoas agem a partir do sentido que os signos são representados socialmente, assim criamos de forma comum, ou internalizamos os signos que são socialmente aceitos, pois os signos estão em cada um. Na interação que vivemos com outras pessoas usamos as representações signas para nos fazer entender, já que o signo fala do já dito, Michel de Certeau (2008). Sendo assim este já dito forma, ambienta o espaço entre as pessoas. Vivemos como atores sociais interpretando a cada momento o que o outro pode fazer, esquemas interpretativos. Negociamos a situação dada conforme os signos que são dados, decodificamos

usando a base estrutural para

responder a questão apresentada no contexto. Por isso a utilização da representação social, para que possamos equalizar, mesmo que o termo não seja bonito, mas que todos tenham em mente o significado dado a estrutura apresentada. Significar o signo não é limitar sua atuação, mas diminuir a distância entre conceitos já ditos e nem sempre entendidos. É o que acontece quando um grupo de estudantes estão produzindo um vídeo, pois o grupo necessita debater seus signos, unificar os significados para poder ter a ação dentro de um espaço. Com a significação unificada pelo grupo esta diferença entre o significado posto e o significação gerada gera o aprendizado, ou usando Piaget (1996) o desequilíbrio contribui para o aprendizado assimilando e acomodando a nova informação. Não quero com o texto apresentar uma visão tecnologizada (Edgar Morin) da produção de vídeo , Pierre Levy apresenta uma visão menos estruturante da técnica, pois já defende as múltiplas inteligências humanas que desejamos apresentar como o novo caminho para que professores e alunos possam caminhar e refazer sua trajetória de conhecimentos. Antony Giddens (2003) em seu livro “A Terceira Via” já apresenta consequências desta pós modernidade e suas implicações do tempo e espaço, pois a tecnologia nos obrigou a mudar nossa maneira de pensar, criando novas cognições em função da interação com este meio. Perceba quantas coisas mudaram da geração de sua mãe para a sua e da sua para a de seu filho ou sobrinhos. Se o meio muda, nossa relação com ele deve ser reestruturada; assim podemos entender a pós modernidade ou como já defende autores como Gilles

Lipovetsky(2007) a hipermodernidade, a era do vazio e do consumo, onde conhecemos o mundo e somos sozinhos. Já que por um lado queremos entender a tecnologia e usá-la em muitas vezes a usamos sem entender as implicações que nela estão presentes. E no campo tecnológico o caminho se faz ao caminhar, pois muitas destas tecnologias são feitas com um objetivo e passa a ter outro significado do original, re-significando o significado original. Como exemplo alem das redes sociais que extrapolaram o seu uso na questão do comunicar e aparecer, apontamos as produções de vídeo outra realidade que é posta, porém poucas pessoas debatem sobre esse fazer, apenas rotulado de mero tecnicismo e não percebem as possibilidades descritas nesta realidade. Será que interessa aos meios de comunicação de massa ter uma sociedade que entenda o seu agendamento? Não seria mais fácil ridicularizar seu uso diminuindo o seu poder a guetos! Vivemos um momento onde a comunicação não é mais de um grupo majoritário que domina as comunicações de massa para a população, agora vivemos o momento onde todos se comunicam com todos, (Levy, 1996) este novo meio de se comunicar se apresenta em vários viés, da fotografia, do som e da imagem e sua junção dando o audiovisual. Neste caso audiovisual pode ser analisado como uma forma diferente de se comunicar. Quantos adolescentes apaixonadas pegam uma musica e colocam fotos do casal comemorando seu aniversario de namoro, fica, ou beijo. Neste caso esta re-leitura do espaço serve para demarcar território e apresentar ao mundo o seu universo, onde o interno se comunica com o externo. Alguns criticos como Zygmunt Bauman 2001, falam de relações em uma sociedade liquida, porem a solidão apresentada externamente difere da comunhão interna, neste sentido comunhão de coabitar juntos, pois mesmo solitário em seu quarto a pessoa tem os seus amigos virtuais, onde na irrealidade do virtual se sente agrupado em um nicho interno mudando a solidão externa para o companheirismo . divide com o próximo seus sentimentos e sua dor, troca experiência e assim cresce. Dividimos mais agora do que no passado quando as cartas para a namorada eram a única prova de amor e os amigos restritos a meia dúzia liam. Agora a carta é publica e publicada em espaços onde a memória não alcança. Virtualmente falando, desejamos apresentar questões ligadas a representação e como nos comunicamos através de signos postos sem criar o habito de criticar as questões e o motivo disto ser assim ou assado, sem ter a informação previa criamos uma visão reducionista de varias ações pois só internalizamos ou debatemos o que conhecemos e se só conheço um

ponto de vista fico a mercê de uma informação errônea. Como exemplo apresento o caso da escola base onde a imprensa apresenta um agendamento e apresenta ser verdade apenas indícios. Escola Base Em 1994 o país acordou com uma noticia que aos poucos foi se transformando em uma bola de neve, até seu desfecho, não muito agradável, que levou o pais a repensar o poder dos meios de comunicação e a função do jornalista. Era mês de Março quando os meios de comunicação exibiram a noticia sobre a Escola de Educação Infantil Base, a Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo. Segundo a imprensa a referida escola seria responsável por abusos sexuais em alunos da educação infantil, o que causou na população revolta. Na época seis pessoas foram acusadas dos crimes, entre os proprietários, o motorista e alguns colaboradores. Na época a suposta denuncia partiu de duas mães de alunos que ao contatar a imprensa, logo se tornou em manchetes em alguns casos de baixo nível. Os jornalistas apenas apuraram os fatos e realizaram o julgamento sem provas, apenas pelos relatores de mães e crianças. Com a manchete em jornais, rádios e telejornais o clamor publico contra a escola era evidente. O que resultou na invasão da escola pela população. As pessoas indiciadas de cometerem o crime tiveram sua vida desmoralizada publicamente. Porem depois de alguns dias o inquérito policial foi arquivado, pois a policia não achou evidencias dos fatos e concluiu que os indiciados eram inocentes. Ou seja, a denuncia era vazia, não havia provas, e chegaram a conclusão que o tal abuso, nunca aconteceu. A imprensa relatou o caso, porém com menos ênfase do que acusou os mesmo. Os acusados depois de terem a vida desmoralizada entraram na justiça para tentar processar os meios de comunicação por dano material e moral. Conseguiram indenizações: as organizações Globo foi condenada a pagar 1,35 milhão, O Estadão 250 mil, Isto é 200 mil, Folha de São Paulo 750 mil e o governo Paulista 250 mil reais.5 Este fato pode ser somado ao caso Gugu6 e a edição do debate político entre Collor e Lula (1989)7 dentre outros sobre os “equívocos” e transtornos realizados pela mídia.

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Dados consultor jurídico - site www.conjur.com.br No programa Domingo legal - SBT - 2003 Dois homens armados e encapuzados, que disseram integrar a facção criminosa PCC, fizeram ameaças a diversas personalidades. Para a polícia, a entrevista foi uma farsa. 7 Matéria exibida pelo jornal nacionall, Alberico Souza Cruz, diretor de telejornalismo da Globo, e Ronald Carvalho, editor de política do JN, foram os responsáveis. Este VT editado para o JN é criticado ao apresentar mais tempo ao candidato Collor do que ao candidato Lula. Para muitos pesquisadores e jornalistas este tempo e a edição favorecendo o candidato do 6

Qual o poder que a mídia apresenta hoje? Qual a sua influencia na sociedade? Nossa sociedade é centrada na escrita, na decomposição dos protocolos de linguagem da língua portuguesa e por muito tempo ela foi usada para centralizar o poder. Porém as novas gerações estão mais apegadas a imagem, e a informação rápida, informação “pílula” onde tudo tem que ser dito de modo rápido e pratico. Surge uma geração mais midiatica do que letrada nos protocolos da linguagem escrita. Criamos como verdade a informação vista e aceita, e assim difundimos os preconceitos. Podemos analisar que a multiculturalidade é o mote do momento, onde devemos não apenas entender o outro, mas tolerar, porem o que significa tolerar, não seria melhor respeitar os pontos de vistas e as culturas que são apresentadas, já que posso tolerar sem querer compreender, e quando aceito a cultura do outro vejo a diferença históricas entre a minha e a dele e assim respeito a dele por conhecimento. Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado e nessa globalização que tentamos internalizar os diversos signos que nos são dados. Aceito, entendo, quero, desejo; mas como entender a gênese disto tudo? Aceito por bom o duvidoso por falta de argumentos para ir contra o fato. Acho bom, mesmo duvidando dele. Aceito. Compreendo. Mas não gosto. Mas o que é tecnologia afinal? Segundo o Aurélio (2005) tecnologia é “um conjunto

de

conhecimentos, princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade” no caso a produção audiovisual é uma atividade que já existe fora da escola. Segundo Joan ferres (1996) “Uma escola que não ensina como assistir à televisão é uma escola que não educa” já que a TV deve ser utilizada para negociar os signos postos para a sociedade, podemos fazer a leitura inversa, usar a tv para destruir signos postos, preconceitos criados. Não podemos negar que hoje a televisão é o maior espaço onde os alunos têm informação, assim a televisão como aparelho e aparato tecnológico, veja que são coisas diferentes, pois a televisão como canal é apenas um suporte e a emissora posso

assistir no celular, no

computador não é suporte mas a mensagem, ela a TV cria possibilita debates e referencias cognitivas para nossos alunos. Vemos que a escola que por muitos anos detinha o conhecimento, era a única a informar, tinha a sua hegemonia nos cânones abalizados, passa a perder espaço, pois não é mais a única instituição onde os alunos têm informação, perde sua hegemonia. Collor, colaborou com a vitória do candidato Fernando Mello com 50% dos votos contra 44% a Lula silva.

Capital Cultural Bourdieu cria o conceito de capital para realizar a sua analise social, retira a representação que a sociedade tem do capital no valor econômico e apresenta em outros áreas como na forma da cultura e social. Capital cultural e capital social. Segundo o autor a escola seria um espaço para a acumulação e também de aquisição de capital cultural, neste caso ligado a cultura do poder hegemônico, deixando de lado a interculturalidade, já que o poder hegemônico esta ligado ao poder político. É na escola que o individuo pode melhorar a sua condição social adquirindo este capital socialmente aceito. Assim Bordieu, 1998 usa o capital cultural para explicar um novo recurso social de poder que será privilegio de alguns e não de todos. O autor defende que a primeira infância no ambiente familiar é uma forma de aprendizado, é que a escola, na verdade contribui com outros valores institucionalizados. Vemos a TV como difusor do capital cultural que está ligado ao poder simbólico, que surge como todo o poder que consegue impor significações e ainda impô-las como legítimas. Os símbolos afirmam-se, assim, como os instrumentos por excelência de integração social, tornando possível a reprodução da ordem estabelecida. Para Bourdieu o capital cultural familiar e o capital cultural hegemônico e as suas diferenças de acesso à cultura e sua aquisição entre os grupos sociais conferem aos mais privilegiados um poder real e simbólico que os habilita a apresentar os melhores desempenhos escolares, tendo, assim, na vida futura os melhores empregos. “na realidade, cada família transmite a seus filhos, mais por vias indiretas que diretas, um certo capital cultural e um certo ethos, sistema de valores implícitos e profundamente interiorizados, que contribui para definir, entre outras coisas, as atitudes em face do capital cultural e da instituição escolar". Bourdieu (1998, p.42).

Socialização Primaria. Berger e Luckmann (2005), inseridos na sociologia do conhecimento8, escreveram o livro “A Construção Social da Realidade”, que se torna um marco da sociologia. A realidade social é vista não só como um processo de construção, apresentando-se como realidade objetiva para os sujeitos, porém construída e reconstruída subjetivamente, ou seja, intersubjetivamente, no contexto de infinitas interações cotidianas, mas também de processos 8

A sociologia do conhecimento trata das condições sociais de produção de conhecimento, e é necessariamente reflexiva, uma vez que visa produzir conhecimento sobre o conhecimento.

de institucionalização e socialização. Os autores partem do pressuposto de que o indivíduo não nasce membro da sociedade, nasce com a predisposição para a sociabilidade e para tornar-se membro da sociedade. Por conseguinte, na vida de cada indivíduo existe uma sequência temporal no curso da qual é induzido a tomar parte na dialética da sociedade. Segundo os autores, a sociedade é uma realidade ao mesmo tempo objetiva e subjetiva. O ponto inicial deste processo é a interiorização, ou seja, a socialização, e a primeira que o indivíduo experimenta é a família. É a socialização primária, em que o indivíduo aprende a tornar-se membro da sociedade. Já a socialização secundária é qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade, sendo religioso ou acadêmico. Como todo indivíduo nasce em uma estrutura social objetiva, ele irá encontrar os outros significados que se encarregam de sua socialização, que serão impostos. As crianças das classes inferiores não somente absorvem uma perspectiva própria da classe inferior a respeito do mundo social, mas absorvem esta percepção com a colaboração particular que lhes é dada por seus pais ou quaisquer outros indivíduos encarregados de sua socialização primária. Para os autores, em outras palavras, a personalidade é uma entidade reflexa que retrata as atitudes tomadas na primeira vez pelos outros significados com relação ao indivíduo, que se torna o que é pela ação dos outros para ele significativos. Segundo eles, os conteúdos específicos, que são interiorizados na socialização primária, variam naturalmente de sociedade para sociedade, a socialização nunca é total nem está totalmente acabada. Segundo Berger e Luckmann, a língua é o principal meio de institucionalização das objetivações sociais. Para eles, a linguagem, que pode ser definida como sistema de sinais vocais, é o mais importante sistema de sinais da sociedade humana. A vida cotidiana é, sobretudo, a vida com a linguagem, e por meio dela, de que interagimos com nossos

semelhantes. A

compreensão da linguagem é por isso essencial para a compreensão da realidade da vida cotidiana. Neurociência A neurociência foi cunhada pelo psicologo canadense Donald Olding Hebb, é o estudo dos processos mentais no sistema nervoso humano. Está dividida em três partes neurofisiologia, neuroanatomia

e

neuropsicologia.

No

nosso

caso

iremos

abordar

apenas

a

neuropsicologia que

estuda a relação entre as funções neurais e psicológicas, ou seja, estuda

qual parte do cérebro controla as funções psicológicas. O livro Neurociência hoje, 2004 apresenta a evolução da psicologia para o desenvolvimento da neuropsicologia. O livro aborda a importância dos estudos de Wundt com o estruturalismo, de Skinner e o behaviorismo e a neurociência no estudo do comportamento humano. Na pesquisa um dos campos da neurociência é o estudo das cognições e das emoções. As pesquisas da Neurociência possibilita materializar para pesquisadores ações que eram subjetivas; por muitos anos se apresenta a escola com um espaço lógico. Com as pesquisas da neuropsicologia vemos que a especialização dos hemisférios pode materializar algo que era apenas subjetivo, assim o hemisfério direito ligado as emoções e o esquerdo ligado a lógica pode responder algumas questões. Por que o aluno prefere ver um filme a ler um livro? Já usamos no nosso dia a dia o hemisfério esquerdo (lógico) podendo até satura-lo de informações, já o direito usamos pouco na escola, por isso quando o aluno fica fora do espaço escolar prefere ver um filme, ou seja, usar o hemisfério direito. Neurociência e a Produção de Vídeo nas escolas Usarei a neurociência para desmistificar uma pesquisa de 2002 da UNICEF, que divulgou que o estudante brasileiro passa 4horas na sala de aula e 3h e 55m assistindo TV, porém a pesquisa não apresenta um pequeno detalhe. O aluno na escola apreende um conteúdo voltado para o hemisfério esquerdo, o lado lógico, racional, e quando chega em casa este aluno usa o outro tempo para estimular o seu hemisfério direito. Assim não há concorrência entre TV e Escola, cada uma estimula um ponto, um lado deste hemisfério. Neste triangulo entre sociedade, escola e família caso um lado tenha deficiência na sua organização teremos problemas na estrutura, é o que acontece hoje, nossa escola sendo obrigada a ter que realizar o desenvolvimento do hemisfério esquerdo, lógico e também o emocional. E quando o aluno desenvolve o emocional? Em casa assistindo Televisão, com os amigos brincando , jogando. Devemos repensar uma maneira da escola não ser assim tão taxativa e tão lógica, que seja um espaço de prazer, um espaço onde seja privilegiado o equilíbrio entre estes hemisférios. Formação de Professores e a Desmistificação dos Hemisférios

Vivemos um momento onde a tecnologia esta contribuindo para algumas mudanças sociais, antes de vivermos a hibridação dos meios a academia viveu a hibridação das áreas. O crescimento da Internet como vivemos hoje, só foi possível quando a área que era técnica passou para as outras áreas, passou a ser sistêmica. A informática se aliou a Engenharia possibilitando a robótica e a miniatura; com a comunicação, acredito que foi o boom do uso social desta tecnologia, pois possibilitou dentre outros softwares os de manipulação de imagem (fotografia); edição de áudio e vídeo. Transformando um simples computador em um estúdio de TV, pessoas de varias áreas tem possibilidade de criar como os diretores sem o custo das grandes emissoras. Com a entrada da comunicação na informática surge o grande estouro com as redes sociais, you tube, my space e a comunicação de todos com todos, diminuindo o poder da comunicação de massa. A escola é um fator importante na sociedade tecnológica, deve formar cidadãos autônomos e conscientes contribuindo para que os alunos se posicionem criticamente frente a massa de informações a qual são expostos diariamente, desde a infância, essa visão critica que o aluno deve ter não pode só ser passada pela escola, a família tem um papel importante nesta caminhada, criando o debate desde casa. Usando como pressuposto o construtivismo ira informar que a partir da ação do sujeito sobre a realidade, à construção do conhecimento é o resultado do ser e do meio, e se levarmos em consideração que a sociedade não é mais só literária, mas também imagética, vemos a importância da tecnologia audiovisual na educação. Desde que nasce a criança interage com o meio em que se situa, por isso a importância de se criar na escola alunos com o olhar critico. Os nossos estudantes estão "aprendendo a aprender" de uma forma completamente diferente, por isso a necessidade de inserir a TV no cotidiano escolar. Segundo Paulo Freire (1998) “aprender a ler e escrever é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo”, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem realidade. A comunicação faz-se por linguagem simbólica e que cabe aos usuários de uma língua interpretar o sistema de signos arbitrários e convencionais que constituem este código segundo suas regras postas pelos seus pares. Sabemos ainda que, por competência linguística, o falante de uma língua revela sua linguagem como expressão de uma subjetividade.

Conclusão Devemos repensar a formação de professores em diversas áreas, neste texto apresentamos que uma disciplina sobre mídia se faz necessário devido a importância que a mesma tem na sociedade. Desmistificar, decodificar a mídia é importante para a formação do futuro cidadão que terá no seu dia a dia que entender mensagens que somos bombardeados todos os dias. Criar, produzir mídia pode ser um dos caminhos para que essa realidade possa ser feito, unir a teoria com a prática para que o aluno possa ter prazer no aprendizado. E a formação de professores deve repensar o conceito de técnica, tecnicismo, pois em um mundo onde os artefatos culturais soa mediados por técnicas e tecnologias, devemos entendê-las e usá-las a favor da construção do conhecimento social individual e coletivo; na formação de um cidadão e de um país. Referência Bibliografia

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