A queda do preço do Petróleo

September 9, 2017 | Autor: Gabriel Bonela | Categoria: Oil and gas, Petróleo
Share Embed


Descrição do Produto

A queda do petróleo e suas implicações
O petróleo é a commodity mais importante. Sua utilização energética e as diversas aplicações industriais torna-o vital a sociedade. As variações de preço afetam as mais variadas cadeias produtivas e seu impacto geopolítico é imenso. Nos últimos meses vem ocorrendo uma grande queda do preço desse recurso, de patamares próximos a 115 dólares o barril, está sendo negociado atualmente na faixa dos 60 dólares, podendo chegar ao piso de 40 dólares. A mão invisível está a trabalhar, mas além da lei da oferta e demanda outras questões surgem nesse contexto.
A oferta de petróleo vem crescendo e a procura caindo, é a simples ação das leis de mercado. Mas por que a procura está caindo? Isso ainda é reflexo da crise mundial, a china passa por uma desaceleração econômica, a Europa e o Japão estão em situações delicadas com suas economias estagnadas e a produção nos Estados Unidos está cada vez maior, em função da crescente utilização do xisto.
Tal contexto obviamente faria com que os preços do petróleo caíssem, mas não de forma tão acentuada como está ocorrendo. Essa grande queda das últimas semanas é reflexo da geopolítica da OPEP. A atuação enfática dos sauditas nessa manobra da OPEP mostra o grande poder deles dentro da organização. Além disso, o petróleo barato desestimula investimentos em outras fontes energéticas, o que inclui as renováveis.
A OPEP divulgou recentemente que não irá diminuir a produção, isso faz parte da estratégia deles de tentarem falir a indústria do Xisto, devido a crescente produção nos Estados Unidos. O Xisto reduziu consideravelmente a demanda americana por petróleo e foi a principal causa da diminuição da demanda de modo geral. O Xisto reduz consideravelmente a dependência da importação.
O preço baixo desse recurso é prejudicial para grande parte dos países produtores. Os governos de tais países dependem das receitas provenientes das exportações, chegando a cerca de 50% das receitas russas até a 90% no caso da Venezuela. Os sauditas podem jogar esse jogo por vários anos. Já outros países não. Esse curto período de baixa do petróleo já foi suficiente para derrubar o rublo (moeda russa) para patamares recordes, obrigando o governo a fazer malabarismos e a queimar suas reservas para conter a desvalorização (vale lembrar que a Rússia sofre com sanções econômicas, assim como o Irã). Além disso, alguns países encontram-se em situações fiscais preocupantes, como o caso da Venezuela e Iraque.
Enquanto a gasolina cai no mundo inteiro, no Brasil ela fica mais cara, onde a maior empresa brasileira se tornou refém de políticos corruptos e a ingerência administrativa que tolera prejuízos em nome do controle da inflação.
De modo geral, o preço do petróleo deve voltar a subir, a OPEP deve diminuir a produção, mas os sauditas já deram o recado em quem manda no petróleo do mundo. Conforme a economia volte a crescer a demanda o preço deve acompanhar tal tendência. A indústria do Xisto americana vai sobreviver e provavelmente receberá incentivos do governo, sendo uma grande alternativa ao petróleo estrangeiro. No fim das contas os grandes prejudicados serão os países cujas receitas são extremamente dependentes das exportações dessa commodity.




Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.