A questão das primeiras ocupações humanas do território português, no quadro europeu e circum-mediterrânico: história das investigações, situação actual, perspectivas futuras.

June 14, 2017 | Autor: João Cardoso | Categoria: Portugal (Archaeology), Acheulian (Archaeology), Portugal, Archaeology in Europa, Arqueologia, Europa
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Portuguesa para o Estudo do Quaternario

Quatern ry Studies Journar of the Portuguese Association for ,Quaternary Research

CO FERÊNCIAS DAS II JORNADAS

ti10 QUATERNÁRIO ",

'UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE LETRf S 12~13· DE OUTUBRO DE 2000

,

Publicação com apoio de: • Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação do Quadro Comunitário de Apoio III)

APEQ

. ' Fundação' Calouste Gulbenkian • Institúto de Promoção Ambiental

ALIBERTO GOMES Faao. L.tr•• POfto GEOGRAFIA

Estudos do Quaternário, 3, APEQ, Lisboa, 2000, p. 57-72

A QUESTÃO DAS PRIMEIRAS OCUPAÇÕES HUMANAS DO TERRITÓRIO PORTUGUÊS, NO QUADRO EUROPEU E CIRCUM-MEDITERRÂNICO: história das investigações, situação actual, perspectivas futuras Luís

RAPOSO 1 E JOÃO

Resumo

Luís

CARDOSO 2

Desde os trabalhos de H. Breuil e G. Zbyszewski na década de 1940, tendo por finalidade o reconheci­

mento e caracterizaçào das formações quaternárias do litoral da Estremadura portuguesa e da parte

vestibular do vale do Tejo (BREUIL & ZBYSZEWSK1, 1942, 1945), que se considerava a existência de indústrias arcaicas no litoral português, descritas como «Iusitanianas» (fácies particular do Acheulense

dominado por seixos afeiçoados), cuja antiguidade poderia ascender até o Siciliano (ca. 900 000 anos a 1 M.A). Durante os anos 70 e os inícios da década seguinte, a retoma das investigações confirmou, e mesmo alargou, as observações precedentes. Falou-se, nessa altura, da existência de um verdadeiro

horizonte de seixos afeiçoados (> (RAposO e SANTONJA, 1995: 19). Não se nega ali, in Umine, a possibilidade da existência na Península Ibérica de indústrias préacheulenses, hipótese que apenas se afirma dever ser tratada com grande cautela: «ConsequentIy, the idea, accepted in the last two decades, of the existence of a pre-Acheulean industrial stage in lberia, in the fmm of the so-called «pebble-cultures», must be treated with cautioo» (id., ibidem). Ou seja e em conclusão:

tionavelmente documentadas em Portugal remontariam apenas ao Acheulense (MindellRiss, ou, com algumas reservas, ao Mindel). Mas sublinhava-se que o tipo de reservas expressas deveriam ser extensíveis a outras regiões europeias: «En mettant en cause les trouvailles du littoral atlantique occidental de la Péninsule Ibérique, on doit chercher à utiliser le même critere rigoureux et mettre également en cause, peutêtre à d'autre degrés, celles d'autres régions, indépendamment de la divulgation et de la acceptation qu' elles aient pu obtenir jusqu' à aujourd'hui» (id., ibidem). Era aqui evidente a sugestão da necessidade de proceder a uma reconsideração mais alargada de toda a problemática relacionada com as mais antigas ocupações humanas da Europa - perspectiva que viria a ser retomada em estudo desenvolvido sobre a mesma matéria, publicado no ano seguinte em conjunto com Júlio Roque Carreira (RAposo e CARREIRA, 1986), e no qual participariam, sob a forma de comentários finais, diversos autores portugueses e estrangeiros, defendendo maioritariamente pontos de vista igualmente muito reservados quanto à positiva identificação de ocupações humanas muito antigas na Península Ibérica, com excepções, incluindo um de nós (JLC). Vale a pena citar, a propósito, a seguinte passagem do comentário de Manuel San-tanja, uma vez que nela este autor, um dos responsáveis pelo estudo do sitio de EI Aculadero, marca uma importante inflexão nas suas anteriores posições sobre a matéria: «Un análisis crítico estricto creemos por ahora conduciría a dudar de la presencia humana en el continente europeo antes de en tomo a un millón de anos dei presente ... Las evidencias referidas a momentos anteriores o no pasan de indicias - cuando se trata de piezas aisladas en posición estratigráfica bien definida - o existen grandes dificultades para precisar una data - caso de EI Aculadero -, en ausencia de criterios faunísticos, estratigráficos o radiométricos suficientes, aunque como en el ejemplo mencionado se trate de un conjunto lítico representativo y homogéneo» (SANTONJA 1986: 82). A posição aqui expressa viria depois a ser desenvolvida em textos ulteriores pelo mesmo autor, como já indicámos anteriormente, até um ponto em que reconhece não existirem provas geológicas bastantes para garantir uma antiguidade considerável para o sítio de EI Aculadero, havendo, pelo contrário, indícios tecno-tipológicos (por exemplo, a presença de núcleos discóides) que o poderiam colocar em momento avançado do Plistocénico Médio, sendo o carácter aparentemente arcaizante da indústria local (dominada por seixos de talhe simples) devido a limitações da matéria-prima disponível.

4. A década de 1990 No decurso da última década, a argumentação contrária à aceitação de uma antiguidade muito grande

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A questão das primeiras ocupações humanas do território português, no quadro europeu e circum-mediterrânico

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3cm

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Fig. 3 - Seixos afeiçoados e lascas de quartzo (6) e de quartzito (7) de sítios pré-Acheulenses portugueses: Alto de Leião, Oeiras- I, 3, 5; Formação de Belverde-2; Bouro-4; Baixa da Banheira (Formação de Marco Furado-6 (desenhos de B. L. Ferreira). Fig. 3 - Pebblc toaIs, quartz (6) and quartzitc flakes (4) from prc-Achculian portuguese sites: Alto de Leião, Oeiras- I, 3, 5; Bclverde Formation-2; Bouro-4; Baixa da Banheira (Formação de Marco Furado-6 (drawns by B. L. Ferreira).

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Luís Raposo e João Luís Cardoso

defende-se que os dados da Península Ibérica pennitem admitir a existência de ocupações humanas atribuíveis a uma fase inicial do Plistocénico Médio, ou mesmo ao final do Plistocénico Inferior, reconhecendo que a não verificação de bifaces em alguns desses locais mais antigos pode ficar a dever-se quer à mera insuficiência das amostragens quer a real ocorrência de fases culturais pré-acheulenses. Esta perspectiva encontra-se reforçada por nota final, adicionada ao texto original da comunicação, onde com base em testemunhos entretanto divulgados (citam-se os sítios de Venta Micena, datado pela fauna entre 1,6 e 0,9 milhões de anos, e de Atapuerca-TD 6, datado de cerca de 0,8 milhão de anos), se admite que novas descobertas venham a fazer rever as ideias expressas, obrigando a de novo recuar os limites cronológicos da mais antiga ocupação humana ibérica. A sugestão referida seria retomada logo de seguida, no Congresso Internacional de Orce, realizado ainda em 1995, mas de que apenas se viriam a publicar as actas em 1999. Estas incorporariam já em diversos artigos e especialmente no texto de síntese, a cargo dos organizadores e editores do volume, numerosas referências e reacções ao «Colóquio de Tautavel», como se documenta pelas seguintes passagens: «Sin duda alguna la 'shor! chronology' ha muerto, con todas sus variantes y redondeos. Debemos trabajar ahora con la perspectiva de la 'Iong chronology' y la continuidad en la ocupación humana de Europa a partir de los 2 millones de aõos, o antes ... »; «postulamos que Homo sale de Africa a los 2,4 milIones de afios y coloniza: Europa por Gibraltar (y quizás también por Mesina o el istmo de Estambul), Oriente Medio (yacimiento de Yron, con 2,4 millones de afios), Caucaso (Dmanisi) y Asia (Longgupo?). Según esta hipótesis pueden encontrarse restos humanos en el Plio-Pleistoceno de Halia, de Grecia, de Rumania, de Turquia ... , es decir, todos los países ribereõos dei Mediterráneo. Creemos también que hay una edad limite: la que coincide con la formación deI género Homo y las crisis climáticas (de 2,6-2,4 millones de afios)) (CLOLS, 1995: 12-13). O ponto de vista defendido por Gibert Clols é em grande medida alicerçado nos sítios da depressão de Guadix-Baza, que o mesmo autor, no quadro de uma equipa interdisciplinar muito ampla, vem estudando há muitos anos. É conhecida a grande controvérsia que estes locais têm despertado junto da comunidade cientifica internacional, tanto pela atribuição humana de restos fósseis e pedras lascadas, como pelos critérios de posicionamento estratigráfico e datação de sítios particulares. Mesmo autores que defendem uma presença humana antiga (isto é, do final do Plistocénico Inferior) na Península Ibérica, exprimem sérias reservas na aceitação das observações da «equipa de Orce» relativas a testemunhos de presença humana muito mais antigos do que cerca de 1 milhão de anos, apenas

admitindo a validade de um ou outro local datado daquele momento (por exemplo, Fuente Nueva 3, que entretanto deu também origem a uma importante nota apresentada à Academia das Ciências de Paris e subscrita por investigadores muito credenciados: TIXIER et aI. 1995). Incluem-se neste caso os membros da chamada «equipa de Atapuerc",>, com Eudald Carbonell e Juan Luís Arsuaga à cabeça (v., por exemplo, ARSUAGA e MARTÍNEZ, 1998, p. 232), os quais apresentam, pelo seu lado, um outro e porventura actualmente o mais sólido pacote de dados, obtidos a partir da sequência estratigráfica muito rica da chamada Gran Dolina, situada na Serra de Atapuerca, próximo de Burgos. Um colóquio internacional organizado nesta cidade em 1996 constituiu um novo e importante marco na história das investigações sobre estas matérias. Nas respectivas actas, publicadas, em 1998, afirma-se em tom conclusivo: «Como consecuencia de los últimos hallazgos en la Europa meridional (ltalia: Ceprano; Espafia: Atapuerca TD4, Fuente Nova 3-Granada), se plantean hipótesis sobre el primer poblamiento de nuestro continente, alternativas a la hipótesis de una primera colonización hace no más de 500.000 anos. Se puede trabajar con la hipótesis de un primer poblamiento dei sur de Europa hace en tomo de 1,0 Ma.» (BERMUDEZ DE CASTRO, 1998: 61). Uma palavra particular, a encerrar esta nossa tentativa de síntese da história das pesquisas, é devida em relação à situação específica do território português. Recordamos que as sínteses dos anos 1980 tinham parecido chegar a um impasse total, patente na mais radical das apreciações que diversos autores (inclusive um de nós, LR) defenderam: a da negação da intencionalidade do talhe nos conjuntos líticos para que se reclamavam então cronologias pré-acheulenses (v., por exemplo, RAposo e CARREIRA, 1986: 46 e segs.). Ora, também aqui é preciso acrescentar algo mais, resultante da aprendizagem dos anos 1990. Mantêm-se obviamente válidos diversos postulados críticos nos anos 1980, a saber: não existem, em matéria definição do carácter antrópico do talhe da pedra, «argumentos de autoridade» indiscutíveis; no limite, não é possível ser afinnativo, em qualquer dos sentidos, face a peças isoladas, ou mesmo em certa quantidade quando provenientes de ambientes sedimentares de alta energia (como, obviamente, é o caso das cascalheiras marinhas e fluviais); não existem razões históricas ou antropológicas para pensar que o talhe da pedra evoluiu, quase que biologicamente, «do mais simples para o mais complexo» e que, portanto, é natural apenas encontrar peças ambíguas nos períodos mais antigos; apenas o achado de blocos (núcleos ou seixos talhados) e respectivas lascas, susceptíveis· de definirem cadeias operatórias, pode constituir prova irrefutável de acção antrópica; etc., etc. Mas a verdade é que o alargamento das colecções de seixos talhados prove-

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A questão das primeiras ocupações humanas do território português,

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quadro europell e circwn-mediterrânico

Fig. 4- Vista parcial dos sítios de Seixosa (em cima) e da Baixa da Banheira (em baixo), onde uma lasca afeiçoada de quartzo pode ver-se il1 situ, no centro da figura (ver Fig. 3, n." 6). Fig. 4 - Partial view of Seixosa site (above) and Baixa da Banheira site (below), where a quartz, flake tool (see Fig. 3, no. 6 can be seen ln situ, in the centre of lhe figure).

nientes de alguns dos locais identificados nos anos 1970 e 1980 é hoje de molde a reconhecermos (como o fazemos ambos os autores deste texto) o carácter

intencional humano de alguns desses especlmes ou, pelo menos, a aceitannos como legítima a convicção do mesmo, noutros. Este reconhecimento, aliado à

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Luís Raposo e João Luís Cardoso

parte de alguns investigadores, reservas que parecem mesmo ser maiores do que as referentes aos sítios peninsulares citados. Para que as teses em confronto, com todas as suas variantes, possam ser plenamente entendidas é, no

evolução dos conhecimentos e dos modelos explicativos desenvolvidos na região circum-mediterrãnica, adiante referidos, faz toda a diferença: passa a «mere-

cer a pena» olhar novamente para esta realidade, posto que nela se reconheça, positiva ou hipoteticamente, a

acção humana. Todas a dúvidas subsequentes (pro-

entanto, fundamental inserir quaisquer descobertas

veniência estratigráfica dos verdadeiros artefactos;

particulares, inclusive as portuguesas, num quadro

datação das formações geológicas; etc.) voltam a

geográfico e conceptual mais alargado, quer do ponto de vista da história das pesquisas, quer do ponto de

merecer análise, recorrendo, eventualmente, a escavações arqueológicas, jamais realizadas em nenhum dos locais até ao presente identificados como mais promissores, com destaque para a Seixosa e a Península

vista das bases empíricas e dos modelos teóricos utilizáveis. Em nota recentemente publicada, um de nós apresentou um contributo neste sentido (RAPOSO

de Setúbal. Nesta última região, recentes descobertas

2000). Aí se chama atenção para a importància de

tomam a discussão mais interessante: referimo-nos à recolha de uma lasca, sobre seixo de quartzo mal

«portas da Europa», ou de Ubeydiya, em Israel, situ-

locais como os de Dmanisi, na Geórgia, situado às

rolado, de talhe claramente intencional (Fig. 3, n.'. 6),

ado no corredor sírio-palestino. Tendo em conta estes dados, poderia hoje sugerir-se a ideia de que o já chamado Homo antecessor, tal como definido em Atapuerca, poderia representar não o primeiro, mas o último elo de uma população cuja presença na Europa poderia (e deveria mesmo) ser muito mais antiga - hipótese que continua, todavia, a encontrar grandes resistências, quando se observam os dados, na perspectiva ampla acima sugerida.

in situ, em corte junto do cemitério da Baixa da

Banheira (Fig. I, n.". 4; Fig. 4, em baixo); trata-se de depósito detrítica grosseiro pertencente à Fomlação de Marco Furado, a qual, por critérios estratigráficos e

pedológicos, não poderá ser ulterior ao Vilafranquiano Médio (AZEVEDO el aI., 1979).

5. Concluindo

Sabemos hoje, com efeito, que a humanidade se encontrava já nas vizinhanças imediatas da Europa

Chegámos, pois, na actualidade, a um ponto em

há pouco mais de 1 milhão de anos. No sítio de Ubeydiya, acima citado, reconheceu-se uma sequência

que todas as posições já foram defendidas, frequentemente com inversão da tomada de posição dos investigadores envolvidos, nas três últimas décadas. Autores, inclusive portugueses e nos quais nos incluímos nós próprios, que em detenninada fase defenderam «cronologias curtas» (ou «mais ou menos» curtas) vieram depois a aceitar o fundamento de «cronologias longas» (ou «mais ou menos» longas); e vice-versa, frequentemente em tempos diferentes, promovendo a continuação de um debate em que a perspectivação da história das pesquisas, confonne procurámos traçar neste trabalho, se torna essencial à compreensão dos pontos de vista expressos em cada momento. Acresce que entre as duas teses mais radicais em confronto (, Comptes Rendus de l'Académie des Sciences, n.o 272 (O), pp. 1747-1749, Paris. BREUl!., H. (1959) - «Contribution à l'étude des terrasses quaternaires au Portugal», Trabalhos de Antropologia e Etnologia, n.o 17 (4), pp. 9-12, Porto. BREUlL, 1-1. e ZBYSZEWSKl, G. (1942 e 1945) - «Contribution à l'étude des industries paléolithiques du Portugal et de leurs rapports avec la géologie du Quaternalre», Comunicações dos Se/'l'iços Geológicos de Por/llgal, t. XXIII e XXVI, Lisboa. CARBONEU., E. et a/. (2000) - «Las primeras ocupaciones humanas en la Peninsula Ibérica)}, Actas do 3." Congresso de Arqueologia Peninsular, vol. 2 - Paleolítico da Península Ibérica, pp. I I -16, Porto. CARDOSO, J.L. (1996)-«As praias calabrianas da Estremadura portuguesa e as primeiras comunidades peninsulares: o estado da questão», Actas dos 2° s Cursos Internacionais de VeIYJo de Cascais, vol. I, pp. 2! 3-254, Cascais. CARDOSO, 1. L. e PENALVA, C. (l979) - «Vestígios de praia calabriana com indústrias da 'Pebble Culture' no Alto de Leião - Paço de Arcos», Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, n.o 21 (2~3), pp. 185-! 95, Lisboa. CARDOSO, J. L., ZIlYSZEWSKI, O. e ANDRl~, M. C. (1992)~«O Paleolítico do Complexo Basáltico de Lisboa», Estudos Arqueológicos de Oeiras, 3, pp. I ~645, Oeiras. Cl.OLS, J. Olbert (1999) - «Dei Congreso a las actas: UIl largo y dcl1nitivo camino», The Hominids and their Environments during

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Luís Raposo e João Luís Cardoso

QUADRO 1 Depósitos do Plistocénico Inferior de Portugal: distribuição geográfica, geologia, registo faunístico e arqueológico

Distribuição geográfica

Geologia

Registo faunístico e arqueológico

Algoz (Algarve)

Bihariano (MN 20)

Hippopotamus antiqulIs; Cervl/s cf. rhenanuslpeyrollensis; Euc1adoceros cf. dicranios ; OI)lctolagus lacos!i

Morgadinho (Algarve)

Villanyiano a Bihariano (MN 17 a MN 20)

Galemys kormosi; Prolagus cf. calpensis;Mimomys cf. ostramosensü! savini

Formação de Marco Furado: Baixa da Banheira (Península de Setúbal)

Vilafranquiano

lascas de quartzo

Formação de Belverde: Arcos, Basteza da Mó, Perú (Península de Setúbal) ; Alto de Leião, Seixosa, Bouro (Estremadura)

Calabriano

« pebble tools» (pré-Acheulense)

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