A reconfiguração do Programa Nacional do Livro Didático de Língua Estrangeira pelos atores sociais

July 15, 2017 | Autor: Simone Sarmento | Categoria: Livros Didáticos, Ensino De Línguas Estrangeiras, Programa Nacional Do Livro Didático, PNLD
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A reconfiguração do Programa Nacional do Livro Didático de Língua Estrangeira pelos atores sociais Simone Sarmento (UFRGS)1 Larissa Goulart da Silva (UFRGS)2

Resumo: Este artigo apresenta resultados parciais de uma pesquisa que visa descrever o processo de implementação dos livros didáticos (LD) aprovados pelo PNLD de Língua Estrangeira (PNLD/LE) nas escolas públicas de Porto Alegre. A geração de dados se deu por meio de questionários realizados em 2011. As perguntas do questionário objetivaram verificar se: (1) as professoras participaram da escolha do LD; (2) as escolas receberam LDs em quantidade suficiente; (3) as professoras estão utilizando o LD em suas aulas e, caso positivo, como. Os resultados apontam para uma grande diversidade de cenários com relação à escolha, forma de recebimento e uso do LD, além de revelar algumas dificuldades no entendimento das especificidades do PNLD/LE. Entretanto, apesar de a maioria das escolas não ter recebido LDs em quantidade suficiente, algumas professoras reconfiguraram as diretrizes dos documentos oficiais criando formas alternativas do uso do LD. Palavras-Chave: Programa Nacional do Livro Didático, Livro Didático, Ensino de língua estrangeira. Abstract: This article presents the results of an ongoing research called “The Textbook National Programme at the Everyday of Linguistic Education in Schools” developed at UFRGS. This research aims to describe the process of implementation of foreign languages textbooks (LD) accredited by the Textbook National Program (PNLD / LE) in the public schools of Porto Alegre and how the social actors, in this case, teachers, reconfigure this educational policy in their scenarios. Data collection occurred through questionnaires answered by the teachers in 2011. The questionnaire aimed to ascertain whether: (1) teachers participated in choosing of the textbook, (2) schools had received enough textbooks, (3) teachers are using the textbooks in their classes, and if so, how. The results show a wide range of scenarios regarding the choice, quantity of books received, and use of the textbooks, pointing to 1

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some difficulty in understanding the specificities of the program and of the textbook itself in the classroom. However, although most schools had not received enough textbooks, teachers showed alternative ways of using the textbook not planned by the program’s policy. Keywords: National Program of Textbooks, Textbook, English teaching.

1. O PNLD

Este artigo é um recorte do projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) intitulado “O programa Nacional do Livro Didático no cotidiano escolar da educação linguística”. A pesquisa teve início no ano de 2011 com o objetivo de acompanhar a implementação do Programa Nacional do Livro Didático (doravante PNLD) de Língua Estrangeira, ano em que os componentes curriculares de inglês e espanhol foram inseridos no programa para os quatro anos finais do ensino fundamental. O PNLD é um programa do Ministério de Educação e Cultura (MEC) que distribui livros didáticos (LD) para as escolas públicas do Brasil. Desde 1938, existem regulamentações quanto aos LD distribuídos no país.

Entretanto, este formato do PNLD foi

criado em 1985 comandado primeiramente pela FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) e depois pelo MEC/FNDEi que passou a avaliar, adquirir e distribuir os LDs para as escolas públicas do país. Inicialmente, o PNLD atingia os componentes curriculares de Alfabetização, História e Geografia, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e Estudos Sociais para o ensino fundamental. O ensino médio somente passou a fazer parte do programa a partir de 2003. Segundo Höfling (2000), em 1997, o MEC criou comissões compostas por professores e especialistas de cada área para analisar e selecionar as coleções para o PNLD. Como parte de uma estratégia para garantir que os LD se mantivessem atualizados tanto cientifica, quanto metodologicamente. Essas comissões responsáveis por analisar os LD também são responsáveis por produzir o Guia do Livro Didático (BRASIL, 2010). É

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através do Guia que as professorasii podem avaliar os LD disponíveis, tendo a possibilidade de escolher a coleção que mais se adéqua ao seu contexto de ensino. É também permitido às editoras o envio, por remessa postal, de material de divulgação (BRASIL, 2007) para auxiliar as professoras na escolha do livro. Conforme Cassiano (2007), o PNLD é o terceiro maior programa de avaliação e distribuição de livros didáticos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Contudo, quando comparado a esses programas, o PNLD apresenta uma diferença substancial: as professoras podem escolher os LD que receberão. Com o crescimento do PNLD houve, da mesma forma, um aumento do interesse das editoras no programa. Hoje em dia metade do mercado de livros no Brasil é apenas de LD. Apesar de os LDs selecionados pelo PNLD serem adquiridos pelo governo por valores muito mais abaixo do preço de mercado, ainda assim as editoras encontram vantagens em participar do PNLD, pois os LD enviados para as livrarias estão em regime de consignação, se não são vendidos são devolvidos às editoras, enquanto os livros vendidos para o PNLD nunca são devolvidos e são comprados em grande quantidade. No caso de grandes editoras, a participação no PNLD pode chegar até metade do faturamento anual. Em 2011, o governo federal investiu R$1,3 bilhão no PNLD, segundo o site do FNDE. Apesar do alto investimento, não há um método, ou sequer uma diretriz oficial para acompanhamento do programa após o envio dos livros.

1.2 Língua Estrangeira no PNLD

Em 2011, o componente curricular de língua estrangeira passou a fazer parte do PNLD do Ensino Fundamental II e, em 2012, do Ensino Médio. As coleções aprovadas no ano de 2011 para a Língua Inglesa no ensino fundamental foram Links e Keep in Mind. A coleção Links – English for Teens de Amadeu Marques e Denise Santos é da editora Ática e teve 5.483.577 exemplares adquiridos pelo PNLD em 2011. A coleção Keep in Mind de

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Elizabeth Chin e Maria Lucia Zaorob é da editora Scipione e teve 6.070.458 de exemplares adquiridos pelo PNLD. Em 2012, foram adquiridos 5.763.522 de Links e 6.389.186 de Keep In Mind pelo PNLD. O LD de Língua Estrangeira apresenta algumas novidades com relação aos LDs dos outros componentes curriculares. Os livros dos outros componentes curriculares são reutilizáveis (ou não-consumíveis), ou seja, “livros sem lacunas ou espaços para a realização das atividades ou exercícios propostos, possibilitando a sua reutilização” (BRASIL, 2009, p. 15). Assim sendo, os alunos devem devolver os livros à escola após o final do ano letivo. Os livros de inglês, em contrapartida, são consumíveis, dessa forma, por não necessitarem ser devolvidos, os alunos podem escrever nos livros, podem levá-los para casa e responder os exercícios nos próprios livros. Mais especificamente, segundo o Edital do PNLD 2011, LDs consumíveis são Livros com lacunas ou espaços que possibilitem a realização das atividades e exercícios propostos ou que utilizem espaçamento entre as questões e textos que induzam o aluno a respondê-los no próprio livro, inviabilizando a sua reutilização. (BRASIL, 2009, p.16)

Além disso, o LD de língua estrangeira vem acompanhado de um CD com atividades de compreensão oral para os alunos. Para as professoras e para os alunos, o LD de inglês é uma novidade em sala de aula. Segundo o Guia do Livro Didático (2011), o LD de língua estrangeira deve servir, para os alunos, como um auxílio dentro e fora das aulas. Cada aluno, agora, terá direito a receber em sua escola um livro consumível, das disciplinas Espanhol ou Inglês, acompanhado de um CD de áudio. Para o aluno, além do contato com o professor e da experiência de sala de aula, os livros e os CDs das coleções didáticas terão um papel importante no processo de aprendizagem da língua estrangeira em sua totalidade, servindo-lhe como instrumentos confiáveis e sempre à sua disposição. Esse material deve dar ao aluno condições de aprender a ler, escrever, ouvir e falar na língua estrangeira. (BRASIL, 2010, p. 9)

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O fato de o LD de Língua Estrangeira ter sido incluído no PNLD no ano de 2011 foi visto como a possibilidade de aperfeiçoar as aulas de inglês na escola pública Cândido de Lima (2011), mas, como aponta Demo (1993), a professora é a verdadeira responsável pelo uso dessa ferramenta de forma que contribua para o ensino de língua estrangeira. Demo (1993) afirma que: Todos os apoios didáticos, importantes entre si, dependem da capacidade do professor, inclusive do

aproveitamento das

adequações físicas dos

estabelecimentos, do material escolar etc. O único livro didático insubstituível é o próprio professor. (DEMO, 1993, p.89)

Em pesquisa sobre o LD de língua portuguesa, Batista (2003) afirma que houve uma incrível melhoria editorial nos padrões de qualidade dos livros produzidos depois que foi criada a avaliação no PNLD de Língua Portuguesa. No ano de 2011, o PNLD de Língua Portuguesa teve 26 coleções inscritas e 16 foram selecionados, enquanto no PNLD de Língua Estrangeira (Inglês), 26 coleções foram inscritas e apenas duas aprovadas. Muitas pesquisas com relação ao LD são conduzidas no Brasil, mas em geral estas são análises de LDs. Bortoni-Ricardo (2008) aponta que são necessárias pesquisas que investiguem o LD e o seu percurso até a sala de aula, assim como o trabalho efetivamente realizado com o LD na sala de aula. Algumas pesquisas investigam a opinião das professoras e alunos com relação ao LD de Língua Estrangeira, como a pesquisa apresentada por Xavier e Urio (2006) em que as professoras de língua inglesa responderam questionários sobre a relação LD e professora. A pesquisa apresentada aqui se diferencia da realizada por Xavier e Urio principalmente por ter como foco em professoras da escola pública que estão usando o LD do PNLD de língua inglesa. Este artigo apresenta resultados de questionários realizados com professoras de língua inglesa de escolas públicas de Porto Alegre analisados através da perspectiva do ciclo de políticas (BALL; BOWE, 1992; BALL, 2001; MAINARDES, 2006). Primeiramente será apresentada a abordagem do ciclo de políticas, arcabouço teório-metodológico utilizado

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neste estudo. Logo após serão apresentados os questionários e, em seguida, a discussão e análise dos dados. Por fim, teceremos algumas considerações e encaminhamentos.

2. O Ciclo de Políticas

O ciclo de políticas é uma abordagem criada por Ball e Bowe (1992, conforme MAINARDES, 2006) com o objetivo de analisar políticas educacionais, como o PNLD:

Essa abordagem (ciclo de políticas) destaca a natureza complexa e controversa da política educacional, enfatiza os processos micropolíticos e a ação dos profissionais que lidam com as políticas no nível local e indica a necessidade de se articularem os processos macro e micro na análise de políticas educacionais (MAINARDES, 2006, p.49)

O ciclo pode ser representado da seguinte forma:

Imagem 1: Ciclo de Políticas proposto por Ball

Segundo Mainardes (2006), o início do ciclo é o contexto da influência no qual, normalmente, as políticas são construídas, assim como os discursos políticos. O próximo

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passo é o contexto da produção do texto da política em que as influências partidárias e de diferentes grupos sociais vão chegar a um consenso que será materializado no texto oficial da política. O contexto da prática é aquele no qual a política está sujeita à interpretação e recriação pelos atores sociais, neste contexto a política produz efeitos e consequências. Estes efeitos da política são analisados no contexto dos resultados. Os resultados podem ser justiça social, igualdade e liberdade, ou seja, como a política em questão afeta a sociedade. O contexto da estratégia política se refere às ações que precisam ser ativadas a partir da análise dos resultados dessa política, por exemplo, se uma política gera desigualdade social, o contexto da estratégia política, idealmente, se preocupará com a reformulação dessa política de forma a sanar essa desigualdade. O PNLD é uma política educacional e, portanto, passível de ser analisada através do Ciclo de Políticas. Neste artigo, focamos no contexto da prática, ou seja, em como as professoras estão pondo em prática o PNLD. Quanto a este contexto, para Mainardes (2006) apoiado em Ball e Bowe (1992) o foco da análise de políticas deveria incidir sobre a formação do discurso da política e sobre a interpretação ativa que os profissionais que atuam no contexto da prática fazem para relacionar os textos da política à prática. Isso envolve identificar processos de resistência, acomodações, subterfúgios e conformismo dentro e entre as arenas da prática, e o delineamento de conflitos e disparidades entre os discursos nessas arenas. (MAINARDES, 2006, p. 50).

Nosso principal objetivo neste recorte da pesquisa é investigar a relação professoras e LD. Para tanto, foram elaboradas algumas perguntas sobre essa relação: A professora usa o LD com os alunos? A professora participou da escolha do LD? A professora acredita que o LD melhorou a sua prática? Essas e algumas outras perguntas serão respondidas nesse artigo.

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3. Metodologia

A coleta de dados se deu por meio de dois questionários com o objetivo de conhecer a percepção expressa pelas professoras das escolas públicas sobre o PNLD de Língua Estrangeira, assim como os critérios que haviam determinado a escolha da coleção. Além disso, tínhamos o interesse em questões práticas da sala de aula com relação ao LD, por exemplo, se o LD estava sendo usado, se havia LD para todos os alunos, entre outras. O primeiro questionário, enviado em março de 2011iii, visava a fornecer um panorama de como tal política educacional estava sendo reconfigurada no contexto da prática nas escolas participantes da pesquisaiv. Obtivemos 19 respostas. O segundo questionário foi enviado no início do segundo semestre exclusivamente para as professoras que haviam respondido ao primeiro questionário. O objetivo do segundo questionário era acompanhar o uso do LD pelas professoras após um semestre da chegada do livro na escola. As respostas deste foram enviadas até o mês de outubro de 2011. Este, diferentemente do primeiro, foi específico para cada professora.

Cada

questionário apresentava perguntas com base nas informações fornecidas no primeiro questionário. Por exemplo, o segundo questionário de uma professora que não havia recebido livros suficientes para todos os alunos perguntava se essa situação continuava a mesma, se havia sido solucionada, ou se mais livros estavam faltando. Este questionário só foi enviado para as professoras que demonstraram interesse em continuar participando da pesquisa.

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4. Resultados

4.1. Primeiro Questionário

Nesta seção apresentaremos as perguntas e as respectivas respostas presentes no primeiro questionário. 1-

A sua escola recebeu os livros do PNLD 2011 de língua inglesa? Todas as 19

professoras responderam ter recebido os livros de inglês do PNLD 2011. Em caso positivo, qual das coleções? (

) Links-English for Teens (

) Keep in Mind – Cinco (26%) professoras

informaram ter recebido a coleção Links – English for Teens e 14 (74%) receberam a coleção Keep in Mind. 2- A escola recebeu livros para todos os alunos? Somente duas (10,5%) professoras receberam LDs para todos os alunos. Enquanto 16 (84,2%) indicaram não ter recebido exemplares em número suficiente. Além disso, uma professora informou não saber sobre a quantidade de livros recebidos pela escola. 3- Você participou da escolha da coleção? Entre as respondentes, onze afirmaram ter participado da escolha da coleção, ao passo que oito (42%) declararam não ter participado. A pergunta três apresentava dois desdobramentos em sequência: – Em caso negativo, você sabe como foi feita a escolha? Entre as oito professoras que informaram, na pergunta acima, não ter participado da escolha, cinco professoras não conheciam os critérios utilizados para a escolha da coleção nas suas escolas. Somente três (15%) professoras puderam fornecer breves informações a respeito do processo de escolha:

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Critérios de escolha

Foram entregues os dois livros para a professora de Inglês que não está mais na escola. (P.6) Discussão entre professores. (P.12) As professoras de inglês e espanhol escolheram. (P.3)

Caso positivo, quais critérios direcionaram a escolha? As 11 (58%) professoras que participaram da escolha da coleção apresentaram as seguintes justificativas: “Temas interessantes”

“Exercícios gramaticais”

Relevância dos assuntos tratados no livro, relevância dos conteúdos, apresentação, conteúdo disponível em áudio, qualidades dos textos do livro. Esta coleção é mais didática, menos poluída visualmente. Os temas são interessantes e compatíveis com a nossa clientela discente e preenche os parâmetros exigidos pelo MEC de inglês Tipos de exercícios e conteúdo gramatical.

4 - Você já está utilizando o livro com os alunos? Doze professoras (63%) declararam estar utilizando o livro em sala de aula. As outras sete (37%) informaram não estar utilizando o LD até aquele momento. Esta pergunta apresentava um desdobramento: Caso negativo, por quê? Os motivos apresentados foram os seguintes:

Não há livros suficientes e ainda faltam requisitos pra a utilização dos livros. (P17) Não há livros suficientes. (P18) “Não há livros suficientes”

Por que não há livros suficientes para as duas turmas. Também, não acho válido usar o livro apenas como suporte, pois a graça é o aluno poder riscar e usar para si o material. (P10)

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Acabei de recebê-los, portanto, preciso de algum tempo para preparar as aulas baseadas nos mesmos. (P13).

Outros motivos

Estes foram os tópicos abordados no primeiro questionário. Seguem os dados obtidos com o segundo questionário que foi realizado quando já tínhamos uma compreensão um pouco mais ampla sobre o que acontecia com o LD na escola (segundo semestre de 2011).

4.2. Segundo Questionário

No segundo semestre, depois de alguns meses de uso do LD, um segundo questionário foi enviado. Conforme já mencionado, estes foram enviados apenas às professoras que haviam respondido os primeiros questionários e que informaram estar disponíveis a continuar contribuindo com a pesquisa. Lembramos ainda que este segundo questionário foi elaborado conforme as informações fornecidas no primeiro.

Obtivemos

respostas de nove professoras: 1 - Você está utilizando o livro em aula? Apenas uma professora afirmou não estar usando o LD. A pergunta 2 apresentava algumas opções de resposta: 2 - Você já tinha a experiência de utilizar um livro didático nas aulas de inglês anteriormente? ( Onde: ( escola particular (

) sim (

) não

) nesta mesma escola ) em curso de idioma (

(

) em outras escolas públicas (

) em

) outro

Duas professoras (22,2%) não possuíam experiência em trabalhar com LD, enquanto sete (77,7%) já haviam trabalhado com algum LD antes. Entre as sete, uma já utilizara LD na mesma escola, três em escolas particulares e cinco em escolas de idiomas.

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A terceira pergunta era específica para as professoras que apontaram não ter recebido livros em quantidade suficiente no primeiro questionário. Dessa forma, esta pergunta foi endereçada a sete professoras: 3 - Os livros faltantes já chegaram à sua mão? Todas as sete professoras ainda não haviam recebido a quantidade de livros que faltava para que todos os alunos tivessem livros. 4 - Estão faltando mais livros agora (por exemplo, devido aos alunos novos)? A maioria das professoras, ou seja, seis (66,6%) informaram estar com um déficit maior com relação à quantidade de livros quando comparado ao início do ano letivo. 5 - Os alunos levam os livros para casa ou os deixam na escola? O contexto de três (33,3%) professoras não possibilita que os alunos levem os livros para casa, enquanto outras três (33,3%) professoras relataram que seus alunos levam os LD para casa de uma forma sistemática. Entretanto, para três profissionais, a situação é diferente conforme cada contexto, como pode ser visualizado nas respostas abaixo:

Dependendo do contexto

Em uma escola levam pra casa e na outra deixam na escola. (P.4) Os alunos de c20v que utilizam o vol.7 levam para casa, já os alunos de c30 , por não termos livros para todos, os deixam na escola. Esclareço que os livros usados no 9º ano, correspondente a nossa c30, utilizam o livro número 8 (ATENÇÃO!) (que seria destinado ao 8º ano, uma vez que o estudo de inglês na nossa escola começa no 6º ano) (P.5) Apenas uma turma leva os livros pra casa (porque faltam livros)(P.6)

6- No caso de os alunos levarem os livros para casa, eles trazem os livros para as aulas de inglês? ( ) Sim ( ) Não Todas as professoras que permitem aos alunos levar os LDs para casa afirmam que os alunos levam os LDs para as aulas. 7- Algum aluno perdeu o livro? Seis (66,6%) professoras relataram que pelo menos um aluno perdeu o LD. 8- No caso de os livros ficarem na escola, os alunos podem escrever no livro? Apenas três (33,3%) professoras deixam os alunos escreverem no LD.

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As professoras, que responderam que os alunos não podem escrever no livro, alegam que não há LD para todos os alunos poderem utilizá-los, vide excertos abaixo:

Não há cópias para todos os alunos, portanto eles copiam no caderno. (P2) “Não há livros para todos” Não há livros para todos os alunos. (P4)

Outro

Porque se algum aluno fizer o exercício o próximo a usá-lo encontrará pronto. (P6)

A pergunta 8 continha o seguinte desdobramento: a) Caso tenha respondido à pergunta 08 afirmativamente, responda (marcar mais de uma se necessário): ( ) utilizo todas as atividades do livro escritos (

(

) utilizo apenas os textos

) utilizo apenas os textos em áudio ( ) outra, explique. Três professoras dizem

que usam o LD conforme seu planejamento, vide excertos abaixo:

“de acordo com meu planejamento”

Uso conforme acredito ser o melhor para a aula. Não em sequência. (P1) Utilizo unidades que complementam meu trabalho em aula, várias atividades em áudio, alguns textos e livros de exercícios. (P4) Utilizo partes, de acordo com o meu planejamento. (P6)

9- Quantas unidades você já trabalhou até o momento? – Duas professoras estavam utilizando partes de unidades, mas não a unidade inteira, enquanto cinco professoras afirmaram que já haviam trabalhado unidades completas, mas que dependia da turma e do ano, vide excertos abaixo:

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“Partes”

Algumas unidades

Partes, mas nenhuma completa. (P6) Menos de uma. (P1) 4 unidades no 9º ano e 3 unidades com o 8ºano. (P2) 4 unidades com a c30; 7 unidades com a c20. (P5)

10 - Como você avaliaria o livro até esse momento? ( ) adequado ao seu contexto de ensino (

) não adequado ao seu contexto de ensino ( ) parcialmente adequado ao seu

contexto de ensino – Sete professoras (77,7%) consideravam o livro parcialmente adequado, enquanto duas (22,2%) consideravam o livro adequado; nenhuma professora achava o livro inadequado. 11 - Você considera que usar o livro ( ) melhorou ( ) piorou ( ) não modificou as suas aulas? Todas as professoras acreditam que a sua prática melhorou com o LD. 12 - Você tem alguma sugestão com relação ao livro? Três professoras sugerem uma melhoria no programa, ou seja, que todos os alunos tivessem LDs.

Sugestões

Que seja “para todos”. O que diz na contracapa do livro não é o que acontece na realidade. É difícil explicar para o aluno que apesar de o livro deixar bem claro que é para o uso do aluno, ele não pode escrever nele nem ficar com ele, pois na verdade o livro não é só dele. Sugiro que o órgão responsável pela distribuição dos livros levasse em conta o nº de alunos de espanhol e de inglês e fornecesse o número adequado para cada disciplina. (P4) Livros para todos os alunos na rede municipal, sem ter que dividir com o espanhol a quantidade e formação para os professores e dicas de uso. Livros para todos os alunos e workbook.

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5. Discussão

De acordo com as respostas aos questionários, fica claro que um dos fatores que interfere no sucesso do programa é o fato de não haver LD para todos os alunos. O número de LD que chega a cada escola é determinado pelo Censo Escolar de dois anos anteriores. Assim o número de LD que chegou às escolas em 2011 é equivalente ao número de alunos desta mesma escola conforme o Censo de 2009. Entretanto, o Censo Escolar é realizado na metade do ano letivo, podendo apresentar discrepâncias com o número de alunos no início dos anos letivos. Há transferências, novas matrículas, entre outros fatores. Conforme conversas informais com supervisores e diretores de escolas, as transferências são muito frequentes ao longo do ano. Dessa forma, mesmo se a escola receber LD suficientes no início do ano, esta mesma escola poderá apresentar déficit de livros ao longo do período letivo. Algumas professoras superaram a falta de LD criando alternativas como: propor aos alunos que usem os LD em duplas, inclusive levando-os para casa alternativamente; ou criar uma biblioteca de LD na sala de aula de forma que duas ou mais turmas usem o mesmo LD. Outro fator abordado no segundo questionário foi com relação à forma que as professoras estavam usando o LD e quantas unidades já haviam trabalhado. Essa questão despertou nosso interesse já que, de acordo com as respostas, de uma forma geral, as professoras não seguem o LD como o principal norteador das suas aulas e sim como um auxílio a mais. O LD é uma ferramenta que parecem utilizar quando está de acordo com o planejamento. Este uso que as professoras que responderam aos questionários fazem do LD é interessante, podendo apontar uma autonomia da educação pública quando comparada a contextos da educação privada. Em escolas de idiomas, existe uma obrigação das professoras em seguirem o LD com todos os seus exercícios e em todas as unidades, existe a crença de que se o aluno pagou pelo livro então ele deve ser usado (LAMBERTS, 2012; PAIVA, 2012). Entretanto, faz-se necessário observar essa questão em loco nas escolas

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públicas para termos um melhor entendimento do tipo de planejamento e uso do LD mencionado pelas professoras.

6. Comentários e considerações

Concluímos este artigo indicando a forma como os textos oficiais do PNLD são reconfigurados pelas professoras no contexto da prática, pois, conforme Mainardes (2006, p.57), “o contexto da prática é onde a política está sujeita à interpretação e recriação e onde a política produz efeitos e consequências que podem representar mudanças e transformações significativas na política original”. Indicaremos também sugestões de pesquisas futuras e perspectivas para programas de formação de professores de línguas estrangeiras. O ano de 2011, como já mencionado, foi o primeiro no qual o componente curricular de Língua Estrangeira (especificamente inglês e espanhol) receberam os LDs, com o diferencial de serem Consumíveis. Entretanto, como já discutido em Sarmento e Silva (2012), fatores aparentemente logísticos, apresentam consequências pedagógicas. O fato de não haver livros suficientes para todos os alunos pode ocasionar o não uso deste artefato por parte das professoras, como atestado nas respostas nos dois questionários acima, nos quais professoras afirmam não estarem utilizando o LD devido à falta do material. Nota-se assim, conforme Mainardes (2006), um conformismo ou uma resistência ao compararmos os textos oficiais e o que está efetivamente ocorrendo na prática. Em outros contextos, este fato não configuraria um problema. Entretanto, as condições de trabalho precárias na escola pública brasileira, como a falta de tempo das professoras para preparação de aulas e para o seu desenvolvimento profissional, dificuldades de acesso a computadores e internet banda-larga, entre outros fatores (DOURADO, 2008), fazem com que o acesso a um LD seja muito importante como forma de auxiliar as professoras na condução de suas aulas.

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Além disso, por serem consumíveis, estes livros deveriam dar a possibilidade de os alunos os utilizarem como tal. Os relatos das professoras mais uma vez apontam que a falta de material prejudica o andamento das aulas, fazendo com que alunos não possam escrever nos livros nem levá-los para casa. É importante mencionar que, conforme Diaz (2011), em certos contextos socialmente desfavorecidos, os LDs são importantes fontes de conhecimentos e enriquecimento cultural para as famílias. Dessa forma, o simples fato de o aluno não poder levar seu livro para casa já pode restringir o alcance que um Programa Educacional como o PNLD poderia ter. Casos como este, nos quais a política é localmente reconfigurada, de acordo com Mainardes (2006), passam por um processo de adaptação ou um subterfúgio com relação à política. São várias as professoras que não participaram do processo de escolha do LD (42%). Além disto, nenhuma das professoras mencionou a leitura das resenhas do Guia do Livro Didáticovi como justificativa ou auxílio no processo de escolha dos LDs. Pode-se assim, supor que tal Guia não possui popularidade entre as professoras, possivelmente devido ao desconhecimento da existência do mesmo. O Guia recomenda: a leitura cuidadosa deste Guia e das resenhas nele contidas, pois, como já dito, cada resenha apresenta uma coleção, faz uma breve descrição e análise do conteúdo de cada um de seus volumes, além de apontar as qualidades em destaque na coleção e os cuidados necessários no seu uso. Dessa forma, você terá condições de avaliar e decidir qual é a coleção mais adequada para seus alunos, para você e para sua escola. Para decidir qual coleção adotar, converse com seus colegas da mesma área, a fim de que a escolha conjunta reflita os interesses coletivos. (BRASIL, 2010, p. 9)

Assim, seria importante investigar, através de observação e entrevistas, os elementos que realmente influenciaram as professoras a escolherem seus livros. Nesse mesmo sentido, a partir das respostas que apontam haver autonomia por parte das professoras com relação aos conteúdos trabalhados, seria importante verificar que uso as

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professoras estão efetivamente fazendo do LD em suas aulas. Ou seja, quais tarefas são utilizadas; quais tarefas não são trabalhadas; e porquê. Finalizando, gostaríamos de retomar a última pergunta do segundo questionário, isto é, se a professora considera que usar o livro, melhorou, piorou, ou não modificou as suas aulas. Apesar das críticas e sugestões que as próprias professoras fizeram ao PNLD, todas as professoras acreditam que a sua prática melhorou com o LD. Ou seja, o investimento de verbas públicas parece, pelo menos de acordo com essas professoras, estar sendo bem utilizado. Entretanto, ainda há muito a melhorar e é fundamental que os programas de formação de professoras de línguas estrangeiras, sejam eles de formação inicial (disciplinas práticas de ensino e estágio) ou de formação continuada (extensão ou especialização) efetivamente incluam o LD e seus diferentes aspectos entre seus conteúdos. É importante que professoras conheçam formas de avaliar diferentes LD e consigam identificar aquele que melhor se adéqua aos seus contextos de ensino. A própria leitura do Guia do Livro Didático pode ser um bom começo. Além disso, através de mais pesquisas em loco, será possível identificar boas práticas do uso do livro e, dessa forma, disseminá-las.

NOTAS

i

Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação é uma autarquia vinculada ao MEC que tem como

objetivo o investimento de recursos financeiros em alguns programas e projetos ligados ao ensino. ii

Optamos em nos referir, de forma genérica a “professora”, ao invés de “professor”, uma vez que a

maioria dos participantes é do sexo feminino espelhando o que geralmente acontece na profissão. iii

Março de 2011 foi o primeiro mês em que foi possível utilizar os LDs de LE.

iv

Os primeiros questionários foram enviados através da secretária de educação do município, em

correspondência para as escolas, alguns questionários foram enviados por e-mail, para aquelas professoras que haviam disponibilizado seus e-mails em reuniões pedagógicas. O Segundo questionário foi enviado baseado nos dados do primeiro questionário, então estes foram enviados unicamente por e-mail.

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v

Estas escolas funcionam em um sistema ciclado, ou seja, com 9 anos. A1, A2 e A3 correspondem a:

1ª,2ª e3ª séries; B1, B2 e B3 correspondem a: 4ª,5ª e 6ª séries e C1, C2 E C3 correspondem á: 7ª, 8ª e 9ª séries. vi

Entre os vários documentos do PNLD, o Guia do Livro Didático, neste caso, de Língua Estrangeira, é

o documento redigido especificamente para professoras. Nele estão contidas informações sobre os critérios que nortearam o processo de seleção (aprovação ou reprovação das coleções) das coleções, além de resenhas detalhadas e sugestões de como utilizar cada um dos livros aprovados.

Referências BALL, S.J.; BOWE, R. Subject departments and the “implementation” of National Curriculum policy: an overview of the issues. Journal of Curriculum Studies, London, v. 24, n. 2, p. 97-115, 1992. BALL, S.J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem fronteiras, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. xxviixliii, 2001. BATISTA, A.A.G. A Avaliação dos livros didáticos: para entender o programa nacional do livro didático. In: Rojo, R e Batista, A. A. G. Livro Didático de língua portuguesa, letramento e cultura escrita. São Paulo: Mercado das Letras, 2003. BORTONI-RICARDO, Stella Maris. A Leitura de Livros Didáticos: Uma Situação Negligenciada. Linguagem em (Dis)curso. Santa Catarina, v.8, n.3, p. 613-640. Set/Dez, 2008. Disponível em Acesso em: 28 set. 2013. BRASIL. Guia do Livro Didático 2007. Alfabetização: Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Brasília, 2006. Disponível em Acesso em: 28 set. 2013. BRASIL. Edital de convocação para inscrição no processo de avaliação e seleção de coleções didáticas para o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD 2011. Brasília: MEC, 2009. Disponível em Acesso em: 28 set.2013. BRASIL. Guia de Livros Didáticos PNLD 2011: Língua Estrangeira Moderna. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: Acesso em: 28 set.2013.

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