A relação entre Educação e Ciência da Informação na comunicação científica indexada na Base Brasileira de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci)

May 30, 2017 | Autor: L. Santiago Bufrem | Categoria: Information Science, Education
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A relação entre Educação e Ciência da Informação na comunicação científica indexada na Base Brasileira de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci)

Leilah Santiago Bufrem*

Introdução

A produção científica na literatura periódica da Ciência da Informação (CI) no Brasil tem revelado pesquisas expressivas em modalidades que se diversificam não somente em relação ao objeto, mas também aos referenciais teóricos que as fundamentam e às relações interdisciplinares que apresentam. O estudo sobre as relações temáticas e de domínio que se constituem em determinado campo do conhecimento pode se realizar a partir da análise de conteúdo e dos quadros teóricos concorrentes dentro da cultura desse campo. Assim, as análises voltadas à produção científica adquirem nuances surpreendentes nos momentos em que o pesquisador se encontra diante de resultados tais como as relações perceptíveis entre diferentes campos de produção. Adota-se, para esta pesquisa, o termo campo para designar, conforme Bourdieu, tanto um espaço de forças que constrange os agentes nele envolvidos, quanto um campo de lutas, em que os agentes atuam conforme suas posições relativas, conservando ou transformando a sua estrutura. As propriedades desse espaço social dependem das posições definidas objetivamente e das determinações impostas aos seus ocupantes, não se constituindo em estruturas fixas, já que são produtos da história, das posições constitutivas e das disposições que privilegiam (BOURDIEU, 1992, p. 129). Embora reconhecendo que ao estudar um campo pode-se analisar a evolução ou diferenciação dessas posições, assim como as tendências e características das produções dele oriundas, importa considerar que a existência e a mobilidade do campo dependem dos interesses e disposições específicos e dos investimentos econômicos e psicológicos que ele solicita aos agentes. O que determina a vida em um campo é a ação dos indivíduos e dos grupos, constituídos e constituintes das relações de força, que investem tempo, dinheiro e trabalho, cujo retorno é pago consoante a economia particular de cada campo (BOURDIEU, 1983, p. 136).

Nesse processo de análise e reconhecimento do campo, observam-se afinidades ou contraposições que acabam por impor outras buscas para que se compreenda a problemática a partir de então visualizada, assim como a cultura constituída na área. Segundo a concepção de Williams (1998, p. 19), a cultura incorpora as questões e as contradições que a constituem como um conceito. Portanto, o conhecimento de uma cultura exige consciência histórica, já que a cultura se produz no movimento histórico, o mesmo ocorrendo em relação aos domínios científicos que, em suas transformações, incorpora questões e contradições teóricas e práticas. Partindo do pressuposto de que cabe à pesquisa científica na universidade desenvolver a crítica ao seu campo específico, integrando pesquisador e futuro pesquisador aos objetos, abordagens e dinâmicas desse campo, importa não somente conceituar os objetos de estudo, mas compreender as construções e as contradições presentes na literatura da área e como elas interferem nos processos histórico-sociais da constituição de conceitos. Essas peculiaridades podem motivar estudos tais como a identificação das áreas, instituições e graus de ensino aos quais as pesquisas se voltam e as teorias seminais que os fundamentam, destacando ainda as características e origens dos pesquisadores e as opções metodológicas que adotam, relacionando experiências concretas de ensino com o contexto em que são realizadas, cotejando argumentos em relação à adoção ou não de modalidades de ensino e aprendizagem, de teorias e domínios que se relacionam, entre outros desdobramentos possíveis. A produção sobre questões educacionais, especialmente com foco nas suas relações com a CI, vem apresentando um rico espectro de preocupações, cujas peculiaridades pretendem-se destacar com esta pesquisa. Centrando-se de modo especial nas práticas de disciplinas específicas em currículos da área de CI, relatadas na produção científica periódica, entre os anos de 1972 e 2013, a análise é favorecida pelas condições disponíveis à interpretação crítica ao processo de produção do conhecimento na área, especialmente considerando-se as possibilidades oferecidas pela Base Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) e a crescente preocupação com as questões formativas que vêm orientando estudos e projetos relacionados a sua construção e cuja consequência é o desenvolvimento das possibilidades educativas do investigador no seu cotidiano universitário. O estudo justifica-se pela necessidade de autoconhecimento e de informações sobre as relações interdisciplinares no domínio, cujas transformações permeiam o processo científico e expressam-se na literatura. O desafio, entretanto, além da

atualização sobre as comunicações científicas mais recentes, tem a ver com a produção das áreas da Educação e da CI, cuja proximidade conceitual é um pressuposto deste trabalho. Além disso, a análise de revistas científicas tem sido uma modalidade de estudo promissora na literatura de qualquer campo de conhecimento, pois compõe um corpus atualizado de contribuições recentes e com respaldo e aval de grupos editoriais instituídos e validados pela comunidade científica. Às ponderações já evidenciadas, acrescenta-se o papel do profissional da informação enquanto sujeito participante do processo educacional, que fortalece essa relação, pois esses sujeitos educadores favorecem a capacidade de pensar criticamente sobre a ordem social. Como intelectuais ativos, os educadores e, entre eles, aqui incluímos os profissionais da informação, devem ter o “claro compromisso” político de provocar a formação da consciência dos cidadãos na análise crítica da ordem social da comunidade em que vivem (GIMENO SACRISTÁN, 2005, p. 374). Importa salientar, com inspiração em autores consagrados, a importância das ações pedagógicas para a concretização dos princípios políticos e a adoção de referenciais teóricos. Na análise realizada por Valdemarin (2010), a teoria pedagógica explicitada no Emílio de Rousseau foi considerada uma das faces do contrato político e social, conduzindo a formação e conciliando o “pleno desenvolvimento do indivíduo com a liberdade social, garantia do desenvolvimento de todos os homens”. Inspirada em Rousseau, a autora (2010) defende a indissociabilidade entre política e moral, posição assumida, com maior ou menor sucesso nos campos de atuação científica. Com essa inspiração e, como contribuição para a compreensão da natureza e características da interface entre CI e Educação, analisam-se aqui as expressões de saber publicadas nos periódicos científicos da área de CI no Brasil, entre 1972 e 2013.

Os fundamentos da relação entre Educação e CI

Ao discutir a natureza e tendências da ciência da informação nas suas relações disciplinares, Saracevic confirma a relevância do questionamento sobre o conceito de Ciência da Informação. O autor recorre à assertiva de Popper (1975) sobre a importância de se distinguirem problemas e métodos que uma ciência escolhe para resolvê-los (1995, p. 35). Efetivamente, um corpo de conhecimentos se constrói na medida em que seus estudiosos, a partir dos problemas e de suas possíveis soluções, vão contribuindo para que ele adquira foros de ciência. Assim pensando, Saracevic atribui

três características gerais ou motivações para a CI: a sua interdisciplinaridade por natureza, embora estejam se transformando as relações com as diversas disciplinas; a inexorável conexão com a tecnologia, ou seja, o imperativo tecnológico capaz de impulsionar a evolução, tanto da ciência da informação, quanto da sociedade e a terceira característica seria a participação ativa na evolução da sociedade da informação. A CI revela, desse modo, uma forte dimensão social e humana, acima e além da tecnologia. Ao concluir, o autor alerta para as pressões que vem sofrendo a CI no sentido de reexaminar as questões às quais se aplica e os meios e estratégias utilizados nesse processo, o que sem dúvida incluiria o reexame do ensino na área (1995, p. 389). Esse movimento em prol de uma crítica à prática do ensino é sugerido na literatura da área, especialmente na produção científica periódica. Nela a educação se faz presente, não de modo acidental, mas como atividade intrínseca tanto para formação do profissional, quanto como contribuindo com as práticas de ensino e construção do conhecimento. Como diria Forquin (1993, p. 14): [...] num sentido muito fundamental a educação consiste em introduzir os membros das novas gerações no interior de um mundo que eles não conhecem e que eles deverão habitar durante certo tempo, antes de remetê-lo por sua vez como herança a seus sucessores, e é verdade que se pode pensar a partir de tal visão a relação entre educação e cultura [...].

A reflexão confirma e aponta para se pensar na escola, mas também, nos outros espaços de formação de sujeitos, como bibliotecas e centros de documentação, redes e estruturas informais, leituras e textos. São espaços e objetos de arte e cultura, dinamizados pela atuação das mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos. Nesse sentido, Apple (1995, p. 167) considera a nova tecnologia não somente uma coleção de máquinas e seus respectivos softwares, mas um fator de transformação nas formas de pensamento, cujos efeitos repercutem nas concepções de mundo. Assim, justificam-se as discussões sobre questões críticas relacionadas à cultura, à ética, à tecnologia, à psicologia e à política no processo de formação, tanto de usuários, quanto de educadores, nesses incluídos os profissionais que contribuem para a construção do conhecimento. Essa percepção nos incita a explorar as transformações da área educacional e como elas repercutem nos estudos registrados em comunicações científicas, desde os primeiros periódicos especializados na área de informação. Percebe-se que as categorias temáticas têm sido ampliadas devido às condições favoráveis ao processo de ampliação

de modalidades de ensino e aprendizagem, graças ao desenvolvimento de possibilidades tecnológicas oferecidas aos sujeitos da educação.

Trajetória metodológica

Ao reconhecer que os métodos bibliométricos podem ser ampliados pela chamada análise contextual, adota-se este tipo de estudo, apresentado por Falkingham e Reeves (1998), para aproximação a um corpo de conhecimento específico. O processo consiste na criação de uma base de dados de atributos definidos pelo analista para cada texto, após o que, serão procuradas as relações mais significativas estabelecidas entre os dados. Ao possibilitar o tratamento a partir de dados quantificáveis, sobre o corpo da atividade de pesquisa em determinado campo ou área, a análise de contexto conjuga informações, por exemplo, sobre o tipo de instituição ou autoria dos estudos, os métodos que estão sendo utilizados, os paradigmas ou modelos seguidos e os resultados passíveis de destaque (FALKINGHAM, L. T.; REEVES, R., 1998). Para esta pesquisa, foi constituído um recorte com o corpus de publicações periódicas, recuperado a partir de uma busca com os descritores ensino, aprendizagem e educação, na base Brapci, que atualmente disponibiliza referências e resumos de 9673 textos publicados em 37 periódicos nacionais da área de CI, relacionados ao campo da educação, durante todo o período abrangido pela base. O recorte resultou em conjunto de 564 artigos. A escolha da Brapci justifica-se pela contribuição que ela vem dando aos estudos analíticos, críticos e descritivos sobre a produção editorial da CI, ao subsidiar estudantes, professores e outros pesquisadores da área. Utilizando suas ferramentas, foi possível chegar a uma visão de conjunto da produção sobre questões educacionais na área, ao mesmo tempo em que revelar especificidades na relação CI e Educação. Ao considerar o conjunto dos artigos indexados na Brapci, levantados por meios dos termos de busca educação, ensino e aprendizagem, inferimos que esse conjunto seria suficientemente representativo das opções metodológicas teoricamente possíveis, motivo pelo qual são descritos conforme a sua concretização no corpus. Foi realizada a leitura dos resumos dos 564 artigos levantados, para que se procedesse a sua categorização e à organização das tabelas e gráficos, de modo a facilitar a visualização e análise dos dados. Com isso, foram expurgados dois artigos que não pertenciam ao conjunto, para que fosse alcançada a visualização da produção em sua evolução. Destacaram-se variáveis como autoria, áreas às quais se aplicam os

estudos e categorias nas quais se enquadram, de acordo com o Thesaurus Brasileiro da Educação (Brased), um vocabulário controlado que reúne termos e conceitos, extraídos de documentos analisados no Centro de Informação e Biblioteca em Educação (Cibec), relacionados entre si a partir de uma estrutura conceitual da área. Estes termos, chamados descritores, são destinados à indexação e à recuperação de informações (INEP, Thesaurus...). A princípio, refletimos sobre o peso das tradições intelectuais que, segundo Ladrière, trazem a sensação do aprisionamento a certas categorias estabelecidas, dificultando a apreensão dos problemas fundamentais em toda sua amplitude (1978, p. 21). Entretanto, retomando a postura acadêmica, procuramos o caminho que, ainda que estimulado pelo ideal criativo, torne-se claro e distinto na sua concretização. Visto que nenhuma classificação se faz no vazio, seria precoce tentar constituir, de forma definitiva e a priori, as categorias de análise. Assim, o planejamento relativo às possibilidades e estratégias utilizadas definiu a adoção inicial de uma matriz conceitual do Thesaurus do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep, 2013), instrumento oportuno para a classificação dos artigos, pois contempla quatro campos temáticos e seus termos são ordenados de acordo com as relações lógico-ontológicas - de hierarquia, de equivalência e de associações - existentes entre eles. Os termos estão distribuídos nos quatro seguintes eixos: Contexto da Educação (100); Escola como instituição social (200); Fundamentos da Educação (300) e Educação, princípios, conteúdo e processo (400). (INEP, Thesaurus...) Os artigos classificáveis no campo 100 abrangem os contextos ambiental, humano, social, cultural, político, econômico e mundial, relacionados à Educação. É a realidade global com a qual o ser humano interage, desenvolvendo suas potencialidades e a humanizando. É a conditio sine qua non para que o processo de aprendizagem se concretize e dê seus resultados (INSTITUTO..., [2001]). Representando a Escola como instituição social, o campo 200 compreende os temas pesquisa da educação, estatística da educação, política da educação, administração da educação, educandos, profissionais da educação, instituições de ensino, administração escolar e economia da educação. A escola é definida como a “instituição que se propõe a contribuir para a formação do educando como pessoa e como membro da sociedade”. O termo abrange conceitualmente a escola sua função e sua estrutura dentro da sociedade politicamente organizada e administrada. (INSTITUTO..., [2001]).

O campo 300, Fundamentos da Educação, compõe-se das subáreas: cultura e educação; filosofia e educação; trabalho e educação; psicologia e educação; sociologia e educação; comunicação e educação e saúde e educação. É o campo de estudo que inclui áreas do saber, que fundamentam a essência da educação e o processo educativo (INSTITUTO..., [2001]). A área Educação: princípios, conteúdo e processo, campo 400, abrange história da educação, filosofia da educação, educação escolar, modalidades de educação, curso e currículo, processo de ensino-aprendizagem, meios de ensino e produtividade e avaliação escolar. Refere-se ao "processo contínuo de integração à sociedade e reconstrução de experiências, a que estão condicionados todos os indivíduos, por todo o decurso de suas vidas [...]”, visando “à formação integral da pessoa, para o atendimento a aspirações de natureza pessoal e social." (DBE, 1986, apud INSTITUTO..., [2001]). A primeira categorização foi realizada com a distribuição dos artigos entre os quatro grandes eixos, para que então fossem redistribuídos em categorias, de acordo com os princípios de Allen e Reser (1990, p. 257): as categorias escolhidas devem ser exaustivas; mutuamente excludentes; claramente definidas e conceitualmente válidas em relação ao problema da pesquisa. Estes objetivos foram alcançados por meio de um pré-teste das categorias com uma amostra de vinte artigos do corpus, providência decorrente de experiências anteriores com a análise de conteúdo. Isso porque, ao estabelecer a priori um esquema de categorias, algumas vezes deparamo-nos com novas facetas ou percebemos as possibilidades combinatórias ou ramificações possíveis de classes com a mesma abrangência, o que tentamos evitar com a realização do pré-teste. A busca e a reflexão tiveram como princípio a importância de se considerarem previamente as categorias do Thesaurus e com a continuidade da pesquisa procurou-se situar cada um dos artigos aos termos ordenados de acordo com as relações lógicoontológicas de hierarquia, de equivalência e de associações, adequando-os às denominações e aos critérios já citados. Assim, para iniciar a análise, combinou-se o procedimento apriorístico, com a inclusão ou eliminação de elementos durante o pré-teste que consistiu na leitura de 20 artigos, após o que foram incluídas algumas e eliminadas outras categorias, do que resultaram as seguintes: 1) Avaliação escolar e produtividade; 2) Biblioteca e escola; 3) Comunicação e Educação; 4) Contexto ambiental; 5) Contexto Social; 6) Curso e Currículo; 7) Educação e informação; 8) Educação escolar e formação profissional; 9) Filosofia e Educação; 11) Gestão e compartilhamento do conhecimento; 12) História da

Educação; 13) Inclusão Social; 14) Instituições de ensino; 15) Leitura e escrita; 16) Meios de Ensino; 17) Modalidades de Educação; 18) Movimentos sociais; 19) Pesquisa e Educação; 20) Política da Educação; 21) Práticas de disciplinas específicas da CI ou Biblioteconomia; 22) Processos de ensino; 23) Profissionais da Educação e 24) Psicologia e Educação. Cada um dos artigos foi classificado em apenas uma das categorias, embora na análise fossem consideradas as relações entre os temas de um mesmo artigo. Para facilitar essa compreensão, revimos o esquema de Berelson (1952), relacionado aos propósitos específicos da análise de conteúdo, considerando as questões a respeito das características do texto, que suscitam objetivos tais como: investigar o desenvolvimento da temática; descrever tendências em relação aos temas tratados e identificar peculiaridade em relação às categorias. Quanto às questões relacionadas aos produtores ou causas do conteúdo, elas voltaram-se à identificação dos autores com a produção mais representativa sobre temas educacionais na área de CI, às relações de coautoria, à origem e ao tipo de autoria e à frequência dos artigos em relação aos periódicos, assim como das relações com seus respectivos contextos. A partir desses cuidados, procuramos captar as relações mais significativas presentes nos artigos por meio dos dados do corpus, com especial destaque para a relação entre a Educação e a Ciência da Informação.

Um corpus em interação

A percepção do corpus foi iniciada com a panorâmica do desenvolvimento dos artigos no período, revelando o expressivo crescimento dos temas, especialmente a partir do segundo milênio, chegando ao ponto de maior destaque no ano de 2009, quando apresentou 64 artigos. O crescimento exponencial dos artigos a partir da década de 1990 pode ser resultante de alguns acontecimentos cujas repercussões provocaram a efervescência da produção científica sobre questões educacionais na área. Desde que o Office for Scientific Research and Development, coordenado por Vannevar Bush, reuniu cerca de 6.000 cientistas europeus e americanos, para proporem soluções aos obstáculos impostos pelos problemas surgidos na segunda Guerra Mundial, configurou-se um cenário favorável às discussões educacionais. A obra de Bush, “As we May Think”, publicada em 1945 no The Atlantic Monthly, sobre o problema da informação em ciência e tecnologia, via a formação dos recursos humanos adequados

como uma das formas de superar os entraves ao sucesso dos processos de informação (BARRETO, 2002). Essa preocupação impulsionou os estudos sobre currículo nos países aliados. Mais tarde, com o lançamento do Sputnik, primeiro satélite artificial à órbita terrestre, lançado em 1957 pela União Soviética, os Estados Unidos passaram a competir fortemente em tecnologia, intensificando os investimentos em pesquisa na área e reformulando currículos escolares em todos os níveis, conseguindo, em pouco mais de dez anos, lograr superar a situação de desvantagem em relação aos soviéticos, com a descida do homem à Lua em 1969. Vencidas as deficiências, ainda não de forma satisfatória, diante da realidade de uma população cada vez mais multicultural, tentaram modificar as instituições educativas e os seus currículos, numa tentativa de responder ao que consideravam ser uma crise na ordem social (BEYER, 2004, p. 73). No Brasil, a criação da Associação Brasileira de Escolas de Biblioteconomia e Documentação (Abebd) e sua presença nas discussões relativas ao ensino e profissionalização, desde 1967, orientou-se pelos objetivos de: a) congregar o corpo docente das Escolas de Biblioteconomia e Documentação do Brasil, mantendo sua unidade na solução dos seus problemas; b) planejar o desenvolvimento da formação biblioteconômica; c) preconizar medidas em prol da formação e aperfeiçoamento do pessoal docente; d) patrocinar estudos visando a resolução de problemas econômicos, científicos e técnicos da Biblioteconomia; e) apoiar estudos e planos para implantar a instituição de regime de tempo integral; f) promover o intercâmbio de educadores nacionais e estrangeiros; g) defender os interesses das instituições que a integram sem envolver-se em problemas de ordem política, religiosa ou racial; h) sugerir o estabelecimento de requisitos mínimos de regime de estágio e de bibliotecas-laboratório cuja adoção deve ser generalizada; i) sugerir medidas tendentes ao aperfeiçoamento da organização administrativa das escolas de Biblioteconomia e Documentação; j) sugerir soluções para melhoria das condições de vida do corpo discente, tendo em vista as possibilidades de sua plena formação; l) sugerir medidas em prol do aperfeiçoamento dos meios de seleção dos candidatos ao estudo de Biblioteconomia; m) sugerir medidas para uma regulamentação uniforme da revalidação de diplomas de Bibliotecários obtidos no exterior; n) estimular entre os sócios a elaboração de trabalhos originais tendo em vista o princípio da indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa, entre outras finalidades definidas nas reuniões de Assembleia Geral (ABEB, 1967 apud SOUZA, 2006, p. 10). Esses objetivos orientaram as ações das escolas, incentivando estudos e eventos programados nas décadas seguintes pelas instituições brasileiras em prol do

planejamento educacional, qualificação e intercâmbio docente, infraestrutura de ensino, gestão de escolas, assistência ao discente e produção científica. Mas foi a implantação do novo currículo nacional de graduação em Biblioteconomia, em 1982, introduzindo a informática como disciplina obrigatória e ampliando a carga horária dos cursos, que provocou o primeiro movimento ascendente de produção científica sobre essas modificações, tanto no âmbito acadêmico quanto no ambiente profissional. A entidade passou a mobilizar esforços voltados à criação de eventos e produção de estudos relativos às questões educacionais. Assim, proporcionalmente à aprovação de propostas legais com vistas a organizar os níveis de ensino, responsabilizando cada esfera pelo seu próprio sistema escolar, intensificaramse movimentos, tais como o dos educadores do Mercosul, marcados por estudos de harmonização curricular e de formação profissional, promovidos pelos Encuentros de Directores y de Docentes de las Escuelas de Bibliotecología y Ciencia de la Información del Mercosur (RODRIGUES, 2001; RODRIGUES; GUIMARÃES, 2003). Como marcos históricos, as Diretrizes Curriculares Gerais para a Graduação correspondem, no ensino superior, aos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica, que segundo Taffarel (1998), são uma linha de ação estratégica do Ministério da Educação (MEC), decorrente de convênios internacionais assinados pelo Brasil: a Conferência Mundial de Educação para Todos e o Plano Decenal de Educação para Todos, estabelecido entre os nove países mais populosos do mundo e com menores índices de produtividade em suas estruturas educacionais. Os convênios desdobram-se no Brasil no Acordo Nacional de Educação para Todos e nos Planos Decenais de Educação, dos Estados, tendo o MEC como formulador de diretrizes curriculares básicas/mínimas e, ainda, das formulações que culminaram na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). São orientações do governo, emanadas do MEC, visando “direcionar o processo de formação humana nos Projetos de Escolarização do Sistema Nacional de Educação, ou seja, representam a direção e a centralização da orientação curricular sob os auspícios do Estado. Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394) de 1996, seguiram-se as diretrizes curriculares dos cursos de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia ministrados no País, resultantes dos estudos da Comissão de Especialistas de Ensino de Ciência da Informação, designada em 1998 pela Secretaria de Educação Superior do MEC (BRASIL. Ministério..., 1997, fls.1). Conforme disposto

no caput do Edital, são

solicitadas propostas para as novas Diretrizes, que aprovadas em 2001, pelo CNE,

convergiram para as discussões gestadas pela Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documentação (ABEBD), atual Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação (ABECIN), desde a década de 1990 (CASTRO, 2002). A partir de então, os docentes dos cursos de Biblioteconomia, Ciência da Informação (CI) e Gestão da Informação (GI) intensificaram suas discussões. Despontam, como resultados, artigos e coletâneas reunindo textos sobre experiências didático-pedagógicas desenvolvidas por professores dos cursos de graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação com a preocupação de trabalhar uma nova concepção de ensino e aprendizagem, tendo a pesquisa como vértice principal, como, por exemplo, a publicação organizada por Rodrigues e Campello que apresenta diversas experiências que procuram aproximar a pesquisa do ensino, e vice-versa (2004). Outro acontecimento, ocorrido na efervescência das discussões, foi o VI Encontro Nacional de Ensino de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, promovido pela ABEBD em 2001, em Campinas (São Paulo), cujos textos compuseram um número especial do periódico Transinformação, em 2002, tratando da integração ensino e pesquisa em CI. No ano seguinte o periódico reúne textos apresentados no VI Encontro de Diretores e V de Docentes de Escolas de Biblioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul, organizado pela ABECIN em outubro de 2002, em Londrina (Paraná) cujo tema foi a Pesquisa nos Cursos (de graduação)

de

Biblioteconomia

e

Ciência

da

Informação

do

Mercosul

(TRANSINFORMAÇÃO, 2002, 2003). Gráfico 1 – Evolução dos artigos no período de produção

Fonte: Pesquisa na Brapci (2013).

A linha de tempo acima disposta adquire expressividade se analisada a partir dos acontecimentos já relatados, mas também deve ser cotejada com o Quadro 1, cujos

dados compõem o elenco dos periódicos com a respectiva frequência de artigos sobre temas educacionais, permitindo interpretação mais rica das relações entre o período e o aparecimento das revistas. O fato de que algumas revistas integram a área de Educação à de CI, como é o caso da Educação Temática Digital (ETD), reflete-se na sua representatividade entre os artigos do corpus. A primeira evidência traz essa revista com 181 artigos publicados, aos quais se devem acrescentar os 18 de revista que a originou. Criada em 1999, como Revista Online da Biblioteca Prof. Joel Martins (ISSN: 1517-3992), com periodicidade quadrimestral, a revista tem sido editada em Campinas, pela Biblioteca da Faculdade de Educação da Unicamp. Em 2001, adotando o título atual e novo ISSN, a revista foi atualizando uma política editorial caracterizada como multidisciplinar, dedicada ao campo educacional e áreas afins. Segundo sua proposta, desde o início buscou-se o aperfeiçoamento de professores, pesquisadores, pós-graduandos, e outros profissionais, seja na área de ensino superior, de formação de professores, seja na de Biblioteconomia e CI. Desse modo, convergem interesses e conhecimentos oriundos de diferentes campos e domínios, que reunidos na revista demonstram predominantemente a preocupação com a história da educação brasileira, com a política educacional e social do país, e com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC). Embora em seu título apareça a palavra “digital”, os editores descartam a possibilidade de ela só publicar em suas seções trabalhos vinculados a área da tecnologia educacional (EDUCAÇÃO... 2013). Como a CI concorre com uma expressiva produção na ETD, foram conservados todos os artigos do período, pois, além de evidenciar a produção dos professores da área de CI sobre o tema, pretende-se também destacar estudos que apresentem proximidade de áreas ou compartilhem fundamentos teóricos. Conservaram-se, portanto, todos os artigos recuperados, como se poderá observar no apêndice, que traz a lista de todas as referências. A revista Ciência da Informação, criada em 1972, portanto com mais de 40 anos de existência, apresenta quantidade pouco expressiva de artigos relacionados à área de Educação (39 artigos), se comparada à terceira revista, Informação & Sociedade: estudos, cujo início de publicação ocorreu somente em 1991. Esse destaque coincide com o escopo do periódico, voltado à divulgação de “trabalhos que representam contribuição para o desenvolvimento de novos conhecimentos entre pesquisadores,

docentes, discentes e profissionais em ciência da informação, biblioteconomia e áreas afins...” (INFORMAÇÃO & SOCIEDADE, 2013). Quadro 1 – Periódicos científicos e frequência de artigos

Fonte: Dados da Pesquisa (2013) A Revista ACD, Biblioteconomia em Santa Catarina, assim como a Revista Perspectivas em Ciência da Informação, destacam-se a seguir, considerando-se que à segunda, iniciada como Revista da Escola de Biblioteconomia de Minas Gerais, também foram acrescentados os artigos desta última, do que resultaram 44 textos sobre temas educacionais no período, superando a cifra da Revista Ciência da Informação, se considerado o início de suas publicações em 1972. Além dessas, as revistas Transinformação, Encontros Bibli e Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação destacam-se com mais de 20 artigos no período, apresentando a relação interdisciplinar aqui analisada. A distribuição dos artigos entre as categorias temáticas do Brased, visualizada no Gráfico 2, revela a predominância dos estudos voltados aos meios de ensino, incluindo os temas relativos à tecnologia educacional, aos equipamentos didáticos e ao material didático utilizado para aulas.

As modalidades de educação especial, segunda categoria de maior incidência na Brapci, incluem as subcategorias Educação Formal, Educação Não-Formal, Educação Informal, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação a Distância (EAD), Educação Profissional e Educação de Grupos Atípicos. Salientando-se como a principal subcategoria, a EAD é objeto de 40 artigos do total de 85, relacionados principalmente com temas como ambientes virtuais e plataformas, modelos de EAD, inclusão, bibliotecas, bibliotecários e EAD, websemântica e inclusão. Seguem-se, como segunda categoria em incidência (38), os artigos sobre Educação de Grupos Atípicos, estudos sobre EJA, além de artigos sobre educação especial e educação profissional. Se analisados diacronicamente, os 48 artigos sobre biblioteca e escola distribuem-se acompanhando historicamente marcos institucionais e legais. É o caso de um dos primeiros estudos sobre o tema, ainda sob a influência da Reforma de Ensino (Lei nº 5692 de 11 de agosto de 1971) sobre a necessidade da existência de bibliotecas escolares e de um responsável legalmente qualificado, para uma “autêntica reforma de ensino” (FERREIRA, 1977). Esse artigo reforça a posição de Santos (1973), defendida quatro anos antes, cuja proposta previa a superação da biblioteca escolar como depósito de livros, em prol da concretização de um centro de informação e cultura, onde se incluiria o processamento e a utilização dos mais diversos tipos de documentos e de recursos. Outro marco institucional que refletiu sobre a produção científica foram os “padrões para bibliotecas escolares brasileiras” instituídos pelo MEC e colocados em prática nas avaliações de instituições em todos os níveis. Os padrões, estabelecidos pelas comissões de especialistas do MEC, com o objetivo de apoiar as escolas na implementação da lei 12244, de 2010, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas escolares, estabelecido o prazo de 10 anos para que cada escola conte com uma biblioteca (CAMPELO et. al, 2011). Os artigos sobre Gestão e compartilhamento do conhecimento são em sua maioria voltados às questões relacionadas a temas como aprendizagem organizacional, educação corporativa, informação no processo cognitivo, interação e cooperação como fontes de competitividade e aprendizagem, modelagem do conhecimento, grupo focal e comunidade de prática, tendo sua incidência a partir do final da década de 1990 e início do atual século. As relações entre educação e informação destacam-se em 33 artigos com prioridade para o tema competência informacional, surgida na literatura em 1974, traduzida também como letramento informacional (information literacy). A constelação

de artigos inclui termos como autoaprendizagem, infoinclusão, competências cognitivas,

aprendência

e

alfabetização

em

informação,

fundamentando-se

especialmente no pensamento reflexivo proposto por Dewey e nas representações mentais que integram esse processo, assim como nos indicadores de atividade reflexiva, de Zeichner e Liston (GASQUE, 2011) e os recursos informacionais no setor educacional e na mediação cultural, especialmente para elaboração do plano de aulas. Gráfico 2 – Distribuição dos 562 artigos relativos às categorias do Brased

Fonte: Pesquisa da autora na Brapci (2013)

Os estudos sobre curso e currículo tiveram presença em 33 artigos subcategorizados como Currículo, Curso, Plano de Ensino, Conteúdos Curriculares, Atividades Curriculares e Avaliação do Currículo. Destacaram-se os estudos realizados a partir da década de 1990 sobre currículo e sobre cursos, com mais presença de cursos de graduação em Biblioteconomia. A relação entre psicologia e educação, expressa em 32 artigos na Brapci, referese a subtemas como Psicologia, Psicologia da Personalidade, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Social, Psicologia Cognitiva e Psicologia da Educação. São constantes as questões relacionadas à motivação, especialmente associada à criatividade e às práticas musicais desenvolvidas no processo ensino-aprendizagem. Referem-se também a temas como construção social da autoestima, atenção e movimento voluntário, fala interior, pensamento verbal-lógico, memória semântica e percepção significante, voltam-se à arte como motivadora na relação de afetividade entre professor e aluno, aos conceitos de aprendizagem, cognição e informação sob o ponto de vista freudiano, ao ensino de Psicologia nos cursos de licenciaturas e à psicanálise como ferramenta para entender o “apagamento” das diferenças na inclusão escolar de surdos. Predominam as teorias de Piaget e Vygotsky, de modo especial deste último, aproveitando-se os conceitos relativos à teoria do processamento da informação e ao papel do brinquedo no desenvolvimento infantil, a partir da análise dos estágios de construção lúdica nas funções psíquicas superiores. Os processos de ensino foram objeto de 31 artigos, nas subcategorias Aprendizagem, Orientação Educacional, Ensino, Orientação Pedagógica e Organização do Trabalho Intelectual. Focaram prioritariamente aspectos relativos ao aprendizado de estratégias, à aprendizagem baseada em problemas, à aprendizagem significativa, retomando a teoria do mapa conceitual e autores como Ausubel, Novak e Hanesian. Também foram tratados temas relacionados à organização da informação em portais de bibliotecas universitárias, ao processo de construção da informação documentária e do conhecimento por meio de conceitos. Formas de ensinar a aprender relacionam-se com as teorias existentes no campo da arte aplicada à educação, com o ensino de Música no contexto escolar, o processo de escrita e o projeto interdisciplinar na escola. Os sujeitos no ensino também são analisados, com destaque ao professor pesquisador, ao professor como mediador crucial da aprendizagem prática, à sua influência no processo de criação e sua atuação em orientações acadêmicas. O processo de alfabetização e as dificuldades

do processo de ensino e aprendizagem são aspectos relacionados aos alunos como sujeitos no ensino em sala de aula. Educação escolar e formação profissional, categoria em que se enquadram 29 artigos,

desdobra-se

em

Escolarização,

Educação Escolar Básica,

Educação

Profissional, Educação Superior e Formação dos Profissionais da Educação. A ênfase dos estudos recai nos processos formativos nos cursos de graduação, incluindo-se os processos de ensino-aprendizagem do profissional da informação, na estrutura e fundamentação pedagógica de cursos de pós-graduação e na formação de profissionais de informação no contexto das mudanças no ensino superior no Brasil. A categoria leitura e escrita foi incluída em razão das convergências temáticas que traduzem este binômio, verificadas quando se relacionam os termos educação e informação. Presente em 25 textos, essa relação aproxima-se de objetos como: o conceito de leitura e de escrita; leitura e seu desenvolvimento histórico e conceitual; a leitura e a escrita na formação intelectual e emocional do sujeito bem como no processo ensino-aprendizagem; espaços de leitura, biblioteca, brinquedoteca; leitura nas bibliotecas escolares e no ensino superior; leitura da literatura infantil; leitura e pesquisa; leitura na didática do ensino da História; modelo de leitura documentária; intervenção realizada para a melhoria da compreensão leitora; leitura de alunos de graduação; leitura e transversalidade em educação; o discurso quadrinizado; leitura crítica corpo e linguagem; ato falho na leitura e na escrita; estratégias narrativas; valoração da leitura por professores; projetos e práticas informacionais de leitura; estratégias metodológicas para a leitura de textos complexos e comportamento de ler de professores universitários. O binômio pesquisa e educação refere-se a duas subcategorias, conforme o Tesauro Brased: Realidade da Educação e Educação Comparada e se faz presente em 22 artigos sobre: pesquisa acadêmica desenvolvida pela universidade pública; cenários, espaços e linguagens dos percursos de formação; tendências teórico-metodológicas na pesquisa em educação; aproximação entre educação e ciência da informação; recursos bibliográficos brasileiros para os usuários da informação científica; pesquisa histórica no ensino de graduação e pós-graduação; pesquisa no cursos da área de Ciência da Informação;

normalização

inserida

na

comunicação

científica;

aspectos

da

cienciometria; bibliografia como ciência; arquivos escolares como locais de pesquisa em História da Educação; conceito de pesquisa de mestrandos e de pesquisadores de diferentes áreas de formação; indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;

pesquisas com temáticas arquivísticas na CI; padrões de comunicação científica; projeto de pesquisa e extensão; produção científica e educacional no ambiente universitário; condições da produção científica; práticas interdisciplinares; problematização nos projetos articulados de ensino, pesquisa e extensão e periódicos nacionais sobre pesquisa, ensino e educação. Com a mesma frequência que a categoria anterior (22 artigos), a Política da Educação distinguiu-se com artigos sobre a Política, a Educação como Ação Política, a Política Mundial da Educação e o Direito Educacional. O tema de maior incidência refere-se à política mundial de educação e engloba as questões relacionadas ao Processo de Bolonha, como resultado de uma política ou método de ação política no Espaço Europeu do Ensino Superior. Essa ordem das relações sociais em educação resulta da agenda globalmente estruturada em modelo favorável à concretização do projeto neoliberal, como um novo quadro regulatório para o ensino superior na Europa. As Práticas de disciplinas específicas da CI ou Biblioteconomia representadas em 21 artigos do corpus expressam uma parcela de experiências consideradas significativas por marcaram tendências perceptíveis quando se analisa diacronicamente suas manifestações e sentidos, implicando em motivação para outros professores da área, tanto no sentido de realização e práticas semelhantes, quanto do repensar teórico sobre o movimento dialético e a práxis da ação educativa. Os autores apresentam as disciplinas e suas características, assim como fatores para sua criação, suas experiências no ensino, com aplicação de métodos e estratégias, assim como aspectos práticos do processo de ensino/aprendizagem tanto na graduação quanto na pós-graduação, em ambiente presencial ou a distância. A categoria Profissionais da Educação é composta por um universo de 16 artigos sobre Administração de Recursos Humanos, Funções Docentes, Funções Não docentes e Magistério, destacando-se o papel do bibliotecário, considerado como educador, especialmente nos artigos voltados a sua importância e à prática educativa do profissional bibliotecário no contexto escolar. São destacados o seu papel como mediador entre usuário e acervos e na leitura em biblioteca, as novas competências dele exigidas, sua contribuição ao processo ensino-aprendizagem, além das funções tradicionais da Biblioteconomia. Trata-se também dos desafios desse profissional na atualidade, especialmente diante das novas tecnologias de informação nos cursos de graduação e pós-graduação, assim como de sua inserção na equipe multidisciplinar de

ensino a distância. São razões suficientes para que se repense o perfil de profissional que se deseja formar. Com menor expressão quantitativa foram encontrados artigos sobre História da Educação, Avaliação escolar e produtividade, Contexto social e Ambiental, Comunicação e Educação, Filosofia e Educação, Inclusão Social, Instituições de Ensino e Movimentos Sociais. Centrando-se de modo especial nos aspectos acima descritos, a análise é favorecida pelas condições disponíveis à interpretação crítica ao processo de produção do conhecimento. Entretanto, o levantamento permitiu também verificar que pouco mais da metade dos 562 artigos, mais precisamente 291, foi publicado por autores que tiveram preferência por escrever em parceria com outros profissionais e pouco menos da metade das publicações, ou seja, 273, foi escrita em autoria única, conforme o gráfico 2. Gráfico 2 – Tipos de autoria dos artigos

Fonte: Dados da pesquisa (2013)

A preferência dos autores por escreverem em parceria se mostra ainda mais evidente no gráfico 3, no qual foram identificados 802 autores, dos quais 573 publicaram apenas em parceria com outros profissionais, 192 autores publicaram apenas sozinhos e outros 37 autores publicaram tanto sozinhos como também em parceria com os profissionais.

Gráfico 3 - Tipos de autoria em relação aos autores

Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Os autores mais representados no corpus analisado, correspondendo àqueles que publicaram ao menos três artigos, são apresentados no quadro 2 e nota-se que são prioritariamente da área de CI, o que demonstra a ênfase que vem sendo dada ao diálogo entre as áreas aqui privilegiadas. Os 45 autores estão ordenados na primeira coluna em ordem decrescente de frequência de artigos, conforme os dados da segunda coluna, ao que se acresce a quantidade de artigos em autoria única, na terceira coluna.

Quadro 2 – Autores mais representados nos artigos da Brapci

Fonte: (2013)

Do mesmo modo, foi feita uma análise de coautoria para verificar as parcerias que ocorrem apenas dentro desse grupo dos 45 autores mais representados no corpus analisado. As constelações podem ser observadas no gráfico 5. Gráfico 5 – Análise de coautoria entre os 45 autores mais representados

Fonte: Pesquisa (2013) O gráfico 4 apresenta as áreas de conhecimento em que atuam os 45 autores mais representados no corpus em questão, o que se obteve a partir da pesquisa no currículo desses autores no Portal Lattes do CNPq.

Gráfico 4 – Áreas de conhecimento dos artigos dos 45 autores mais representados

Fonte: Pesquisa na Plataforma Lattes (2013)

Confirmou-se que 32 autores, dos já indicados no quadro 2, atuam na área da CI, enquanto que a segunda área mais representada quanto à formação dos autores é a de Educação, fato que não surpreende, tanto pela existência de periódicos interdisciplinares na Brapci, quanto pela própria relação em foco neste estudo. O gráfico a seguir exibe as Instituições de Ensino Superior em que atuam os autores mais representados. Gráfico 6 – IES vinculados os 44 autores mais representados

Fonte: Plataforma Lattes (2013)

As três universidades mais representadas pelos autores dos artigos são a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o que sugere uma atuação

de grupos mais consolidados e que, em certo momento destacaram-se nos estudos curriculares já referidos. Além disso, a Unicamp tem forte atuação na área de Educação e a revista ETD, órgão desta universidade, é uma das de maior destaque na produção nessa área. Da mesma forma, as duas outras instituições também contam com revistas intensamente atuantes, como já foi observado no quadro 1, relativo aos periódicos e frequência de artigos, no qual se observa a ETD com maior número de artigos e logo a a seguir a Informação e Sociedade, da UFPB e a Encontros Bibli, da UFSC. O mesmo sentido pode ser observado em pesquisas nacionais sobre o processo de pesquisa em biblioteconomia e CI. A este respeito, manifesta-se Mostafa: desvinculada da Filosofia, a Biblioteconomia corre o risco de não produzir conhecimentos, partindo para generalizações, normalmente repetições de metodologias que pouco ou nada trazem de original, onde os dados empíricos são até acessórios, mais para confirmar ou discordar daquelas generalizações (1983, p. 222). As considerações filosóficas e epistemológicas seriam, sem dúvida, necessárias como forma de reflexão sobre as relações entre a teoria e a prática, justamente no momento em que as discussões sobre as questões relacionadas à CI se fazem presentes. Observa-se que a tecnologia e a sociedade modernas tornaram-se tão complexas que já não seriam suficientes os caminhos e meios tradicionais da biblioteconomia para a resolução das questões relacionadas ao seu campo.

Considerações finais

Considerando-se como pressuposto que as teorias fazem parte integrante do fato social em si, somente separáveis dele por uma abstração provisória, para este estudo, procurou-se o apoio dos fatos empíricos, elementos indispensáveis para refletir sobre o problema levantado. Como argumentou Goldmann (1958, p. 47), a realidade social e histórica constitui um dos elementos mais importantes quando se trata de compreender a vida espiritual de uma época. Com essa compreensão, procurou-se contextualizar, com apoio na memória e nos marcos históricos da área de CI, os momentos de aproximação entre ela e a Educação, nas expressões mais representativas dessa relação na literatura científica periódica, especialmente pela evolução dos artigos no período de produção, como indica o gráfico 1.

Assim, foi possível reconhecer nas revistas mais representativas dessa relação, ETD, Ciência da Informação e Informação & Sociedade, as razões que as distinguem e as relações de autoria nelas presentes. Também foi possível compreender porque são mais evidentes as questões relativas aos meios de ensino e às modalidades de educação especial, temas que em alguns artigos se sobrepunham a ponto de dificultar o processo de categorização, especialmente porque se impõe pensar a educação no contexto de uma constante evolução tecnológica, o que altera de forma significativa as práticas pedagógicas, como defende Araújo (2013), que indica a necessária postura de contínua reformulação do trabalho docente. Com essa convicção, o autor discute a inserção das tecnologias de informação e comunicação no trabalho docente do ensino de Biblioteconomia no Brasil, enfatizando a prática pedagógica na área a partir dos suportes tecnológicos, de modo especial o uso de recursos como apoio ao processo de ensino e aprendizagem. Foi possível também perceber a crítica e as reações contra as vozes dominantes em artigos que se sucedem não somente contra o enaltecimento das tecnologias, mas também em relação aos modismos e teorias importadas de outras áreas, assim como ao processo de Bolonha, por muitos considerado como panaceia a ser implantada em outros países fora dos limites europeus. Essas críticas não retiraram da pauta o movimento autocrítico que inclui preocupações com a educação dos profissionais da informação, cuja coerência passou a ser ameaçada com o surgimento da ciência da computação e a necessidade do diálogo interáreas, o que, sem dúvida, repercute no conteúdo e nas prioridades do planejamento e desenvolvimento dos cursos e currículos, especialmente em relação à educação continuada. Analisam-se também a estrutura e as principais características de currículos em resposta às necessidades de mudança do mercado de trabalho, o que nem sempre é considerado como imperativo, muito pelo contrário, há vozes que se interpõem entre a tendência mercadológica e uma educação mais humana e humanizante. Nesse contexto, observa-se a defesa do papel da pesquisa, não somente como meio de adquirir conhecimentos, mas também como móvel do ensino e exercício da crítica. Pela crítica também se posicionam poucos autores, embora representativos, contra a formação para o mercado de trabalho pautada no desenvolvimento das “competências” cognitivas e culturais para coincidir com o que se espera “na esfera da produção”. Assim, o capital é servido, conforme suas necessidades pela formação de trabalhadores e cidadãos dóceis e “comprometidos”.

Esse tipo de discussão não tem sido a tônica dos discursos, especialmente pelos autores da CI, cujas principais referências fazem parte de uma constelação teórica coerente com as tendências verificadas nessa análise. Colocam em pauta como interesses de discussão questões relacionadas aos cenários e horizontes em transformação e ao papel de educadores e profissionais da informação, como atores que pressentem novas relações de forças na conjuntura, ao mesmo tempo em que analisam as possíveis articulações entre processos e perspectivas, provocadoras de novas imersões no universo pedagógico. Como contribuição para a compreensão da natureza e características da interface entre CI e Educação, analisaram-se aqui as expressões de saber publicadas nos periódicos científicos da área de CI no Brasil, entre 1972 e 2013. Os autores mais representativos no tratamento da relação aqui analisada não se concentram predominantemente em uma região, mas estão distribuídos especialmente entre as regiões sudeste, sul e nordeste, preferindo assinar em coautoria seus artigos. Essas relações mostram, além da já presente ampliação de trabalhos em colaboração, observável em todas as áreas do conhecimento, que a própria relação aqui analisada sugere esse tipo de participação, ou seja, reforça a ideia do trabalho coletivo, de compartilhamento de ideias e esforços, no sentido de ampliar as condições de “produção” mas, principalmente, o que se pode esperar com mais veemência, a ampliação dos espaços de crítica e autocrítica.

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* É graduada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal do Paraná (1963), graduada e licenciada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1964), Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1981), doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1991), pósdoutora pela Universidad Autónoma de Madrid (1995). Especialização em Ação Cultural pela Universidade de São Paulo (1987), especialização em Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa (1975), especialização em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Federal do Paraná (1975), especialização em Teoria do Conhecimento pela Universidade Federal do Paraná (1974). Professora Titular aposentada do Curso de Gestão da Informação da Universidade Federal do Paraná. Atualmente, é professora Permanente na qualidade de Professora Visitante Sênior no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco e no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista (UNESP/Marília) e colaboradora no Programa de PósGraduação em Educação da Universidade Federal do Paraná. É Membro do Conselho Assessor da Revista Iberoamericana sobre usuarios de información: Forinf@online, do Brazilian Journal of Information Science, da Revista Brasileira de Biblioteconomia e da Revista Educação Temática Digital - ETD. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação, Pesquisa e Produção Científica, pesquisadora do Grupo de Pesquisa Cultura, práticas escolares e educação histórica. É membro do Conselho Fiscal da International Society for Knowledge Organization (ISKO-Brasil). Avaliadora de instituições de educação superior e de cursos de graduação do Ministério de Educação. Tem experiência na área de Ciência da Informação e Educação, com ênfase em Metodologia e Produção Científica, atuando principalmente nos seguintes temas: ciência da informação, manuais didáticos, metodologia científica, educação e pesquisa em CI. Tem 8 livros publicados, 84 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais e 125 comunicações em anais de congressos nacionais e internacionais. Orientou 7 teses de doutorado e 25 dissertações de mestrado e, atualmente, orienta 7 teses de doutorado e 3

dissertações de mestrado. Coordena o GT7 da ANCIB - Produção e Comunicação da Informação em Ciência, Tecnologia & Inovação.

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