A Relevância Turística da Atividade Museológica, de acordo com a Política de Economia Criativa: Estudo de Caso em Natal/RN

June 29, 2017 | Autor: C. Rn | Categoria: Museum Studies, Turismo, Economia Criativa
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GT 01: Gestão em Turismo

A Relevância Turística da Atividade Museológica, de acordo com a Política de Economia Criativa: Estudo de Caso em Natal/RN

Maria Carolina Cavalcante Dias Graduanda em Turismo DETUR/UFRN [email protected] Fernando Manuel Rocha da Cruz Doutor em Ciências Sociais DPP/UFRN [email protected]

INTRODUÇÃO Os espaços museológicos não se reduzem a simples depósitos de artefatos distantes da vida dos indivíduos e das comunidades que representam. Pelo contrário, são valiosos instrumentos identitários, culturais e sociais locais, estaduais e nacionais. Há muito que estes espaços se debatem com a problemática da falta de recursos financeiros e de público(s). Por outra parte, o fenômeno turístico vem debatendo a necessidade de criar novos produtos e destinos turísticos, assumindo destaque a crescente valorização do patrimônio local. Nesse contexto, além da preocupação por parte dos museus em Natal, no estado do Rio Grande do Norte (RN) com a comunidade local, a atração de novos públicos, entre eles o turístico, passa a elencar esse processo de reconstrução, exigindo um perfil empreendedor face à constante inovação das atividades e produtos oferecidos. Segundo o Relatório de Economia Criativa da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento) publicado em 2010, os turistas são grandes consumidores de bens e serviços culturais e criativos, devido às características da atividade de busca pela experiência, de culturas e espaços. Este estudo procura compreender como esse processo ocorre na cidade de Natal, no estado do Rio Grande do Norte (RN), a partir da pesquisa em cinco espaços museológicos, observando como se dá a relação da cidade com a atividade exercida, e como o turismo contribui para o desenvolvimento do setor, bem como dos produtos e atividades por eles ofertados. Para isso, importa ter em atenção o Plano da Secretaria da Economia Criativa, aprovado em 2011, onde considera turismo e museus, setores criativos que devem mediar cultura, economia e gestão. Esta nova política cultural vem propondo a incorporação da criatividade em todo o ciclo econômico (criação,

produção e distribuição), onde a criatividade desempenha uma importância fundamental. Finalmente, as novas tecnologias assumem grande relevância na dinamização destes setores criativos e na sua capacidade de gerar renda.

METODOLOGIA A metodologia utilizada é qualitativa, tendo-se levado a efeito entrevistas semiestruturadas junto aos representantes de cinco museus ou espaços museológicos. Trata-se ainda de uma pesquisa de estudo de caso e comparativa. Entre os museus pesquisados, dois pertencem ao setor público (Museu do Brinquedo Popular – IFRN, na Cidade Alta, e Museu Câmara Cascudo); outros dois museus pertencem ao setor privado (Ludovicus: Instituto Câmara Cascudo e Memorial Aluísio Alves); e o último resulta de uma parceria público-privado (Roteiro dos Engenhos de Ceará-Mirim). Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto “Estudo de caso e mapeamento das indústrias criativas no Rio Grande do Norte”, aprovado pela UFRN e renovado pelo Edital PIBIC_PIBIC_AF_PIBITI_2014-2015. Nesta pesquisa procurase aferir a relação entre museus e turismo do ponto de vista da economia criativa na cidade de Natal. É assim objetivo da pesquisa estudar como os museus podem captar novos públicos em uma cidade de forte pendor turístico; e por outro lado, se os museus e os espaços museológicos da cidade podem se constituir como “produtos” relavantes para o fomento do turismo cultural na cidade.

RESULTADOS A cidade de Natal e o próprio estado do Rio Grande do Norte possuem uma forte ligação com os espaços museológicos, a diferentes níveis, sejam eles socioculturais, econômicos, políticos, ou mesmo espaciais. A criatividade nos museus se funda em primeiro lugar na cultura local e as atividades desenvolvidas priorizam o público residente da cidade e do próprio estado. Desse modo, são destacadas características como o resgate e a preservação patrimonial, o intercâmbio de conhecimento e os aspectos espaciais da cidade e do próprio estado. Por outro lado, são indicadas como fragilidades dos museus em Natal, a falta de infraestrutura física adequada, a desvalorização da memória e a inexistência de políticas públicas estaduais ou municipais que suportem o setor. Daí que, a atividade turística na cidade seja considerada uma oportunidade, uma vez que apesar de estar até ao presente direcionada para o segmento “Sol e Mar”, se identifica como necessário dinamizar e empreender seus profissionais e os próprios agentes turísticos para o interesse e a relevância dos espaços museológicos, na afetação de novos públicos. Por último, destacam-se ainda os esforços para a articulação entre a iniciativa pública

e os próprios espaços museológicos na promoção do seu desenvolvimento e publicitação dos seus acervos.

CONCLUSÕES A cidade de Natal e o estado do Rio Grande do Norte possuem uma enorme relevância na produção criativa dos museus e espaços museológicos, seja na concepção de novos produtos e atividades, seja na captação de novos públicos. Por outro lado, é inegável a importância destes espaços na cidade de Natal e no RN como fontes de conhecimento e referência da cultura local e estadual. Contudo, é tímida a contribuição dada pelo turismo ao setor museológico face à consolidação da cidade de Natal/RN como destino de “Sol e Mar”. No entanto, os museus e os espaços museológicos representam um potencial para o setor turístico na oferta de produtos “culturais” e no fomento do turismo cultural na cidade e no próprio estado. É necessário porém, uma maior aproximação das atividades desenvolvidas pelos museus nos roteiros turísticos comercializados na cidade de Natal/RN e da sua integração com outros setores econômicos. Desse modo, estaremos promovendo novos “interesses” no turismo da cidade e por outro lado garantindo a presença de “públicos” nos museus e espaços museológicos, gerando renda quer no setor turístico, quer na própria atividade museológica.

Palavras-chave: Economia Criativa, Museu, Natal/RN, Turismo.

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