A representação da portugalidade na trilogia histórico-mítica de Manoel de Oliveira

May 29, 2017 | Autor: Ana Vera | Categoria: Portuguese Studies, Portuguese Culture, Portuguese Cinema
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A representação da portugalidade na trilogia histórico-mítica de Manoel de Oliveira Abstract: Se de um modo geral podemos considerar que a temática da portugalidade atravessa em filigrana toda a obra de Manoel de Oliveira, existe contudo um conjunto paradigmático de filmes onde a história de Portugal e o seu imaginário são explicitamente abordados. Este conjunto de filmes composto por Non, ou a Vã Glória de Mandar (1990), Palavra e Utopia (2000) e O Quinto Império-ontem como hoje (2004) constituem o que consideramos ser uma trilogia histórico-mitíca de Manoel de Oliveira. Nesta trilogia o cineasta constrói uma representação da história e do imaginário português na qual é destacada a predominância do sebastianismo enquanto mito por excelência da portugalidade. Assim, em Non, ou a vã glória de mandar, Manoel de Oliveira reconstrói a narrativa da história de Portugal, terminando com a derrota de Alcacér-Quibir seguida da visão fantomática de D. Sebastião no dia da Revolução dos Cravos. Em Palavra e Utopia, D. Sebstião não é directamente representado, mas a vida e a palavra de Vieira conferem ao mito sebastianista uma ordem e racionalidade através da sua inscrição na teoria do Quinto Império. Enfim, O Quinto Império situa-se antes da partida de D. Sebastião para a batalha de Alcácer-Quibir, anunciando desde logo a dimensão trágica do acontecimento, bem como o nascimento do mito que está associado. Pretendemos assim analisar a representação da portugalidade nesta trilogia de Manoel de Oliveira onde a narrativa mítica nos parece ser o principio dinâmico do tempo histórico, conferindo-lhe uma direcção e um sentido.

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