A Representação do Africano na Literatura de Viagens, do Senegal à Serra Leoa (1453-1508)
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A
DO
REPRESENTAQAO DO AFRICANO NA LITERATURA DE VIAGENS, SENEGAL A SERRA LEOA (1453-1508)-
JOSE DA SILVA HORTA Mestre em Hist6ria Moderna. Bolseiro da Comissio Nacional para as Comemoragdes dos Descobrimentos Portugueses
TNTRODUgAO
as representagdes, das quais sdo como que a
a) o PRoBLEMA E AS soI,ug6Es UANDO nos colocamos o problema de reconstituir as representagdes do Africano, em particular do Africano Negro, pelos Portugueses
e outros
europeus
seus cornpanheiros de viagem -tactaram - que o conpela primeita yez no seu continente,
ou por aqueles que escreveram a parlir
dos
seus relatos, devemos, antes de mais;ihterro-
garmo-nos sobre o horizonte cultural desses homens. O viajante dos s6culos xv e xvll_ bem como aquele que, a seu modo, passou a escrito ndo era uma esse descobrir d,o encoberto , Parte
Bulletin des Etudes Pottugaises et de I'Institut Frangais au Portugal, XIX (Lisboa: 1955-1956), 34-63, p. 47-55; W. G. L. Randles, L'Image du Sud-est Africain dans
la littirature
europlene au XI/Ie siicle, Lisboa, Centro
de Estudos Hist6ricos Ultramarinos, 1959; Alfredo Margarido, : o Inferno, para uns(ll4); o hemisf6rio austral ou dos Antipodas, para outros (115). Na verdade, os dois sentidos neo se excluern entre si necessariamente; a pr6pria passagem podia ser alvo de leituras diversas na mesma 6poca.
O termo hemisfirio ('Jniisperyo") ocorre nas obras de Zurara pelo menos mais uma vez, em sentido prdprio (ll6). De facto, o , explicagdo que, ali6s, n6o corresponderia necessariarnente d realidade afri cana (630). O discurso de Duarte Pacheco
da obra, cuja redacaio obedece a uma rigida entrar - nem lhe conviria em pormenores desse teor, num texto dirigido ao rei e aos meios de Corte -, bastandoJhe assegurar aos leitores que os seus costumes sdo moralmente condeniveis: destes condicionamentos da produgdo do seu texto resulta uma substituigdo do registo sistem5tico do real conhecido, por juizos de valor mais ou menos sum6rios e simplificadores. Outro tanto n6o sucede em Cadamosto e V. Fernandes: o tratamento da poligamia mostra bem a diferenga de perspectiva relativamente a Duarte Pacheco; aquele costume 6 inserido, antes de mais, no modo de subsist6ncia dos Africanos. economia da escrita)
rio,
(625) O texto sublinha a rejeig6o social do adult6descreve detalhadamente a sua punig6o e, dando
voz aos pr6prios aut6ctones, sublinha o objectivo peda' g6gico desse castigo: "E se alguufl acha outro homE c6 sua molher leua ho didte delrey, e elrey da huir cuytello ao acusador na m6o cd Q ha de fender ao adultero ho coyro de tras des ho pescogo ataa o cuu, pello qual se lhe faz hfra costura grossa pello qual amtre elles he conhegido por adultero porQ andd nuus. Emtd lhe dizE, se n6 dormires c6 a molher alhea n6 te acdtegera isso." (iden, ibidem, p. 77). (626) Cf. idem, ibidem, P. 92. (627) Cf. L. de Cadamosto, op. cit., p. 3o. (628) Esmeraldo..., op. cit., L. I, cap. 29.o, p. 89. (629) Cf . idem, ibidem, P' 87-88'
(630) "...Ia polygamie n'est pas forc6ment
une
de augmentation de population, les femmes 6tant bien souvent monopolisdes par des veillards' cause
tandis que les jeunes trouvent difficilement
i
se
marrier"
(nota de Robert Ncard, r'rr R. Mauny, Esmeraldo'.., op. cit., p. 176, t. 122). (631) De todas as alusdes ao vestudrio, apenas num passo, relativo aos Boldes. se faz refer€ncia expli-
cita aos 6rgdos sexuais: "Todolos negros d'esta terra andam nuus se nam quanto cobrem as partes inferiores
e menbro de geragam com hum pano d'alguodam;" (Esmeraldo..., op. cit., L, I, cap. 33.o, p. 96).
Josi da Silva Horta
324
A divislo social do trabalho entre
homens
mulheres, por contr6ria ir que se verificava
e
CONCLUSAO
nas
sociedades europeias, chamou-lhes a atengdo: entre os Jalofos, o rei, senhores e homens de conta eram sustentados pelas suas mulheres
(que, nas terras deles, asseguravam o bom andamento da produgdo agricola e pecu6ria), ndo se preocupando os homens, de modo algum, com a obtengdo de alimentos (632); de modo semelhante, entre os Mandingas, as mulheres mantinham-se a si mesmas e aos seus maridos (cada uma delas lhes enviando, diariamente, iguarias para o jantar). No mesmo sentido, V. Fernandes apresenta uma justificagdo naterial para a prdtica da poligamia na Serra Leoa: Os homds quatas molheres pod€ teer tem E trabalhd por auer€ muytas molheres tanto mais ricos som porQ as molheres rogam e semed e colhem e faz€ todo seruiqo E os hom€s folgud E quddo tem algodd fi6 .. (633)
A contrapartida da ocupaqeo das mulheres em tarefas masculinas era o desempenho dos homens, considerados ociosos (na perspectiva etnocdntrica do observador ocidental), em tra-
balhos pr6prios de mulheres. Tamb6m o saiienta Cadamosto, pata os Jalofos, retomado por V. Fernandes: "Os homEs desta terra fazE muytos seruigos femininis como fiar e lauar roupa etc," (634); registam, assim, o que para eles seria um esbater de fronteiras entre masculinidade e feminilidade. Esta invers6o dos pap6is sociais assumidos, por homens e mulheres, no Ocidente, 16-se nas entrelinhas da Relagdo de Jer6nimo Monetririo, quando ele nos d6 conta da preocupagio de D. JoSo II em fazer ensinar ds Africanas tarefas que se consideravam propriamente femininas (635) : um ilo repor da ordem - a norma do Mesmo -, processo de aculturagdo do Outro.
(632) L. de Cadamosto, op. cit., p. 29-30. (633) V. Fernandes, Desuip9am..., in O Manuscrito..., p.92. (634) Iden, ibidem, p. 70. (635) "Simititer puellas facit nere, colum trahere et opera mulierum exercere." (J. Monetiirio, De jnventione , f icae . . . , op. cit. , p. 250).
A aurora do discurso antropol6gico sobre o Africano na literatura de viagens e o seu desenvolvimento, de meados do s6culo de Quatrocentos aos primeiros anos de Quinhentos, para o espago geogr6fico Senegal-Serra Leoa, apresenta-se como um confronto permanente entre a heranga cultural dos s6culos anteriores aos contactos e o directarnente observado, no decorrer do relacionamento entabulado com os aut6ctones. A tradugdo abstracta da novidade do Homem pelcepcionado move-se nos limites do cddigo referencial, de que os autores disp6em para compreender aquilo que observam: um processo de conhecimento em que se assimila o desconhecido ao conhecido no plano do imediatamente vivido e sentido e no e, em contrapartida, se acendo imaginiirio -, tuam os contrastes verificados face ao sistema de valores, normas de conduta e padrdes de vida do Ocidente Cristdo. A massa informativa antropoldgica 6 organizada em torno de trOs grandes niveis de representagdo: o corpo, as crengas e o modo de viver; estes niveis, que disp6em de autonomia relativa entre si, fazend.o sentido por si mesmos, t€m pesos divet sos nas representagdes: tendencialmente, o primeiro ocupa um espago textual mais reduzido (6 aquele em que a alteridade surge como mais evidente aos olhos dos viajantes e redactores, o denominador comum
da
caracterizagd.o
- a cor negra -
aparecendo como um pressuposto que dispensa um registo repetido); ao segundo 6 assegurada uma presenga constante (mais ou menos dilatada conforme os textos), enquanto plano fundamental e enformador da identidade do Homem observado; ao riltimo reserva-se uma atengdo mais demorada, a qual deriva dos mriltiplos aspectos da existdncia humana que abarca, nele se articulando. No interior de cada um dos niveis de representagdo, o Africano 6 descrito e avaliado segundo deterir luz minados cddigos - sub-6reas tem6ticas, das quais o real se apresentou regularmente decomposto e pensado -, de cuja apreciaqdo global resulta a integragdo (explicita ou implicita) em classificag6es especificas, constituidas pela constelagdo de categorias antropoldgicas
A
representagdo do Africano na Literatura
de Viagens, do
gestagdo pr6via aos contactos culturais. Sdo estas que determinam, em fltima instAncia e caso a caso, o estatuto concedido aos aut6ctones. A avaliagdo (positiva ou negativa) dos Africanos num determinado nivel de represen-
A acumulagdo progressiva
de conhecimentos
reiativos aos Africanos, viabilizada pela evolugdo da nattxeza dos contactos e pela conviqual, ao v€ncia com os povos africanos - a longo do periodo estudado, vai crescendo em regularidade e profundidade -, conduz i superagdo de alguns esteredtipos e ltrgares-comuns arreigados no horizonte cultural anterior aos contactos; possibilita, de igual modo, a tomada de consci€ncia da especificidade e cardcter
d Serra
32s
Leoa
heterogdneo das sociedades e povos africanos,
de
tag6o ndo comporta, necessariamente, consequ€ncias noutros niveis (um mesmo povopode, por exemplo, ser penalizado como Mugulmano e, em contrapartida, louvado enquanto comerciante ou artes6o); do mesmo modo, o juizo sobre diferentes c6digos de um mesmo nivel de representagio pode afigurar-se contrastante (ser-se, por exemplo, valorizado no vestudrio e desqualificado, ao ponto de bestial, na guerra ou na habitagdo); a classificagio global (nomeadamente no modo de viver), quando expressa, dependendo do peso relativo dado a cada um dos cddigos; a maior frequdncia de apreciag6es negativas ou positivas pode, ainda, conduzir ao tragar de hierarquias de valor entre povos, num dado nivel de representagdo. Corpo, crengas e modo de viver ndo deixam, por isso, de ter pontos de articulag6o. A visdo cristd do mundo e, logo, a nogdo de CristSo, condiciona, globalmente, as representag6es do Outro: a importAncia atribuida ao nivel das crengas pode mesmo, em que a rescasos pontuais - de dooEsmeraldo, peito dos Mugulmanoo, mais evidente repercutir-se directamente na avaliagdo do modo de viver. Por outro lado, verificou-se !lue, por vezes, os niveis de representag1o se articulam, pela mediagSo de um determinado c6digo (vejam-se as relag6es corpo-vestudrio e crengas-organizagdo social). A caracteizagd.o psicol6gica, geralmente capt6vel pelo sistema de adjectivagio utilizado, aparece tamb6m como um ponto de conflu6ncia, que espelha os juizos resuitantes de cada um dt-rs niveis referidos, se bem que tenha uma ligagdo estreita com a natu;teza dos contactos estabelecidos com as populagOes.
Senegal
todos os tendendo a esbater - mas ndo em o autoles e textos, nem da mesma forma car6cter integrador e redutor dos contefdos,
-
previamente estabelecidos, de determinadas categorias, como a de Mouro e de Negro. Todavia, afi.gura-se mais frequente a operacionalidade
dos esquemas mentais interiorizados, contiat6 ao limite das suas nuamente mobilizados no processo de conhecimento possibilidades
do Outro, mesmo quando se verifica a
sua
parcial, ou total, inadequagdo ir tradugdo dos tragos de alteridade; simplesmente porque os autores nZo disp6em de outra utensilagem conceptual que ndo a que se funda no seu pr6prio
espago cultural. Verificou-se que o c6digo referencial dos viajantes e redactores, com uma exist6ncia anterior e aut6noma relativamente 2rs sociedades africanas que retratam, condiciona de tal modo as representag6es que, n6o s6 organiza o pensamento dos autotes, como constitui um s6rio obst6culo iL apreensdo da realidade humana representada; induzindo-os, at6, em equivocos,
i
luz do que, nos nossos dias,
a Hist6ria de Africa e a Antropologia Cultural u.os permitem saber com seguranqa. Em simultdneo, esse c6digo cultural em qu€
viajantes e redactores se referenciam mas cujos o horicontefdos n6o partilham igualmente
-
zonte sociocultural do marinheiro n5o 6 o o mesmo do cronista, e o do comerciante independente n6o corresponde ao do funcio-
n6rio r6gio - leva-os, naturalmente, a emitir juizos sobre o que viram ou ouviram
dizer. Essa avaliagdo 6 tanto mais redutora e radical, quanto aquele que escreve (e, pela mediagSo deste, aquele que informa) se encontra, pela tatvteza do seu texto e pelo seu prdprio posicionamento como agente no sistema social e cultural, mais pr6ximo do discurso oficial sobre os temas e problemas correlatos d realidade que descreve. Por seu turno, os textos mais independentes, menos sujeitos a esse tipo de condicionamentos - gozando de uma maior margem de manobra no processo de escolha entre o que se pensa e conhece e o que se d6 a conhecer-apresentam n6o sd um olhar mais distanciado e profundo (regrs' tando os matizes prdprios de cada caso) sobre
o
Africano, como ainda lhe reservam um
espago bem maior na economia da escrita' Deste plano de contrastes, os tragos de hetero-
326
geneidade nas representagOes verificados, entre,
por um lado, Zwata e Cadamosto, por outro, Duarte Pacheco Pereira e Valentim Fernandes (.na Descripgam), constituem os exemplos mais ricos, das duas grandes fases de relacionamento com o Africano - em contrapartida, as semelhangas entre os mesmos textos combinados de outra forma, esfumam o hiato cronol6gico que os separa mas que ndo esgotam as -, diversas comparagOes que se estabeleceram: recorde-se, ainda a titulo exemplificativo, as diferengas entre as relagdes de Cadamosto e de Gomes/M. de Bo6mia ou a proximidade de 5ptica entre um Monetdrio e um Duarte Pacheco; a exist€ncia de perspectivas opostas sobre a mesma realidade humana observadas num mesmo autor, Valentim Fernandes, escre' r (inseridos no Marco vendo - nos Paulo) e na Descripgam- em condigdes diferentes de produgSo do texto e com fins distintos, n6o podia ser mais reveladora. A literatura de viagens encerra uma grande diversidade de objectivos e pressup6e um conjunto heterog6neo de leitores que, no fundo, sdo a sua razdo de existir: n6o se escreve apenas para si, mas essencialmente para outr6m. Seria importante procurar reconstituir essa rede de leitores, cuja omnipresenga no acto da redacgdo dos textos a an6lise das representag6es, que se empreendeu, apenas deixa antever ou, t6o somente, pressentir.
Tudo isto medido, perguntar-se-6 se o que diferencia as representag6es (nos vdrios tipos de textos) 6 mais forte do que aquilo que t€m de comum. J6 se notou que a organizagd.o da massa informativa antropol6gica em niveis, cddigos e categorias, bem como o sistema de valores que lhes subjaz 6 semelhante, no fundamental: a gestEo destes denominadores comuns,
por cada agente cultural, 6 que poderS variar. Verifica-se, acima de tudo, que um olhar ocidental-cristdo sobre o Africano, de que o olhar portugu6s comunga, a despeito das suas especificidades - particularmente marcantes naquilo que se relaciona com a experiOncia (a1i6s, peninsular) de contacto pr6vio com perpassa no corpus Mouros e Negros -, documental; apresentafiln-s€; ainda, indlcios da extens6o desse discurso, baseado num mesmo sistema de valores e modelos de conduta. a outros espagos extra-europeus. A esse olhar comum corresponde uma
Josd
da
Silva Horta
postura-base etnocEntrica, o observador metamorfoseando o seu espago cultural em centro
do mundo, descrevendo e avaliando os espagos exteriores a partir daquele: o Outro sendo alvo de uma valorizagilo ou desvalorizagdo conforme se posiciona em relagdo ao modelo do Mesmo. Todavia, ndo se afigura legitima, neste plano, uma generalizagdo pura e simples: o grau de centragdo cultural est6 sujeito a uma grande variabilidade, no corpus documental. Se a aus€ncia de relativismo 6 tendencialatingindo o seu m6ximo mente dominante na caracterizaglo das crengas vislumbra-se pontualmente em determinados textos, particularmente na relagdo de viagens de Cadamosto e na Descripgam de Valentim Fernandes, um esforgo de compreenslo de certas caracteristicas do Africano ir luz da l6gica interna pr6pria das suas sociedades, registando as suas normas de conduta e mesmo, a espagos, os seus valores (chega-se, por vezes, a passar a escrito o pr6prio
ponto de vista do aut6ctone). Todavia,
o
referencial que organiza a descriglo - do qual decorrem os juizos de valor (expressos ou acaba implicitos na forma como se descteve) por ser o do observador. Apenas uma verdadeira excepgdo, muito circunscrita, se detectou, nomeadamente no texto de Cadamosto: a relativizagdo do problema da nudez e da aus6ncia, nos meios de defesa, de cavalos e de armaduras, i luz das diferentes condig6es climiticas a que Europeus e Africanos estavam sujeitos. Porventura, poder-se-6, colocar ainda no mesmo plano o reconhecimento, por alguns autores, da beleza das mulheres africanas, parecendo, desta forma e neste caso concreto, distanciarem-se do modelo est6tico dominante no seu espago cultural. Globalmente consideradas, as formas de pensamento antropol6gico que se reconstituiram no corpus documental afiguram-se, em muitos aspectos de que o mais relevante 6 sistemas de classificagdo-, a semelhanga nos como uma continuagio das que s6o evidenciadas
pelos textos dos exploradores €, mesmo, dos autores de viagens imagin6rias dos
-
sdculos antecedentes, nomeadamente de Duzentos e Trezentos; nflo obstante os diferentes tempos, espaqos e condig6es a que se reportam as viagens e os relatos de uns e de outros. O impacto da novidade do Homem, conhecido em circunstAncias qualitativamente diferentes,
A
representagdo do Africano na Literatura de Viagens, do Senegal
se alarga os horizontes do saber antropol6gico e delimita, de forma radical, o espago de mano-
bra do imagin6rio, ndo acarreta, por6m, necessariamente, uma ruptura imediata com estruturas mentais que se caracterizam pela longa duraglo.
NOTA FINAL
O trabalho apresentado assenta numa informatizagdo do Corpus documental nuclear (para o espago geogrdfico em causa): constituiu-se
uma base de dados em que foram registadas todas as ocorr€ncias, segundo o modelo de andlise proposto. Desta forma, para cada texto e, no seu interior, para cada contacto ou regido contactada, foi possivel correlacionar (quando existiam refer6ncias): o tipo de contacto estabelecido com o Africano; os signos identificativos; a caracteizagd,o psicoldgica (incluindo o sistema de adjectivaqdo); os dados relativos a cada nivel de representacS.o e respectivos cddigos; os dados referentes is
d Serra
Leoa
327
linguas autdctones e ainda a ordem descritiva. Ndo obstante, este estudo 6 passivel de mais ampla fundamentagdo em vdrios pontos. Assim, no primeiro capitulo, um confronto exaustivo com as fontes co€vas, relativas a outros espagos geogtrfficos, permitiria reforgar as conclus6es sobre o modelo est6tico de Homem que enforma as representagdes do Africano. De igual modo, o recurso i.s mesmas fontes daria conta da operacionalidade das categorias de Mouro e de Gentio (Iddlatra ou ndo Id6latra), no sistema de classificagSo das crengas dos povos com que os Portugueses e outros europeus entraram em contacto, nos sdculos xv e xvl. Na representagdo do modo de viver, em especial, as interpretagdes apresentadas para cada c6digo de descrigdo e avaliagdo do Africano podem ser extensamente exemplificadas nos autores do corpus documental , para outras regi6es (em que ganham matizes particulares) e da literatura de viagens, em geral, do periodo focado. O estudo agora concluido pretendeu mais do que dar respostas definitivas, que a nivel ndo factual - nunca existem em -Histdria, levantar problemas e apresentar hip6teses de interpretagdo, que se consideraram ser explicativas: ponto de partida, espera-se, para novos problemas e novas interpretagOes.
Josd
328
da Silva Horta
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STSLTOCRAFIA
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Na presente dissertagdo recorreu-se ainda a diversas obras de referdncia (para al€m das citadas no ponto l. da Bibliografia), tais como report6rios bibliogrdfcos, -atlas, dicion6rios, enciclop'€dias e hist6rias gerais, que, pelo seu uso corrente neste tipo de investigagio, se julgou dispens6vel discriminar.
lY Lisboa. Julho de 1990.
A
representugdo do Africano na Literalura
de Viagens, do Senegal d Serra Leoa
SUMARIO DO ARTIGO DE JOSE
--A-REpRESENTAqAo-Do
DA SILVA
AFRICANo NA-I#FERaTIIRA DE vrAcENS,
339
HORTA
Do
SENEGAL A seRRe
lnon Prigs.
InrnoougAo a) O problema e as solug6es b) Os textos e o seu tratamento
?g
O lrmclNo REPRESENTADo
220
l.
O
2L3
corpo 1.1. Peso e constantes da descrigdo som6tica 1.2. Cor negra e robustez: do juizo estdtico ao juizo
2.
2@
As
crengas
2.1. Mouros negros: 2.2. Gentios: id6latras e feiticeiros
3' o modo de viver 3.1. Osustentoeotrabalho 3.2. A guerra 3.3. O vesturirio 3.4. A habitagio.. 3.5. A organizagiio social........
221
233
6tico?..........
24 25s 258
n2 285 289 299 305 311
316
CoxclusAo
324
Notl
327
rrNnr.
328
BrsrtocRArIA
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