A revolução política das jovens norte americanas

June 7, 2017 | Autor: Daniel Angelim | Categoria: Jovens, Mulheres, Bernie Sanders
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A revolução política das jovens norte americanas.

Daniel Angelim é militante do Arrua.

O principal slogan da campanha de Bernie Sanders nas eleições primárias do partido democrata é Let's Make a Political Revolution ("vamos fazer uma revolução na política", em uma tradução livre). Esta mensagem tem ganhado muita força nas ultimas semanas e o seu principal motor são as jovens

Até muito pouco tempo atrás, Hillary Clinton era inquestionavelmente a maior liderança eleitoral entre as jovens eleitoras democratas. No entanto, depois de meses de campanha e de duas etapas das prévias partidárias, o panorama é bastante diferente. As apoiadoras de Hillary, que é a única mulher (entre democratas e republicanos) na disputa, parecem ter mudado de opinião e são a principal "surpresa" positiva entre os apoiadores e apoiadoras de Bernie Sanders.

O contra-ataque de Hilary tem sido agressivo. Sua estratégia para reconquistar a confiança das jovens passa pelo compromisso público de incorporar as demandas do movimento feminista, que nunca conseguiu espaço nas gestões democratas. A narrativa que a mensagem de Clinton tenta construir – de uma pioneira do feminismo que tem um plano factível e viável – não tem funcionado. As jovens eleitoras progressistas têm visto Hillary como uma mãe super protetora, antiquada e adaptada ao sistema. A estratégia do senador socialista, tal como a de Obama, busca colocá-la como uma candidata centrista e comprometida com as grandes corporações de Wall Street.

Na previa de New Hampshire, finalizada na última terça feira, 09 de fevereiro Sanders demonstrou sua força. De acordo com as sondagens prévias feitas pela rede de TV NBC, 85% dos eleitores com menos de 30 anos votaram Sanders. Desse total, o voto feminino contribuiu com impressionantes 82%. Um nítido contraste com o domínio de Clinton entre as mulheres mais perto de sua própria idade.

Esses números são importantíssimos para a campanha do senador de Vermont, tendo em vista que estudos sugerem que as millennial women (como são chamadas pela imprensa dos EUA) são o grupo demográfico mais firmemente engajado nesta eleição. Grupo que antes de começar a corrida, na avaliação da imensa maioria dos analistas, estaria "na conta" da campanha da Secretaria Hillary.

A mobilização dos jovens (mulheres e homens) tem impulsionado um elemento que é chave na dinâmica eleitoral nos Estados Unidos: o financiamento. Uma parte considerável dos 15 milhões de dólares arrecadados pelo senador veio de pequenas doações dos 400 mil doadores individuais que já contribuíram. Nas primeiras horas da primária democrata de New Hampshire, sua campanha pediu doações de US$ 3 para ajudar "a levar a mensagem, de Wall Street a Washington, do Maine à Califórnia, que o governo pertence ao povo, não a um punhado de bilionários". A mensagem parece ter funcionado. 150 mil pessoas doaram 5,2 milhões em apenas 18 horas. Esses dados alimentam a imagem de Sanders como o único candidato anti-lobby no flanco democrata, bem à esquerda da concorrente em relação a Wall Street e à política externa.

Mesmo demonstrando força na arrancada, diferentes analistas indicam que Hillary permanece favorita. Ela detém a preferência entre os democratas mais conservadores, entre os negros e negras e, principalmente, entre a imensa comunidade latino americana. De qualquer modo, Sanders já pode ser considerado um vitorioso por ter movido a candidatura Clinton para a esquerda. Eles disputam o apoio de duas figuras fundamentais: a senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ambos no espectro mais progressista do partido. Para ter alguma chance de receber esses apoios, a ex-secretária tem defendido a ampliação de programas de combate à desigualdade social e de redução da pobreza nos EUA, temas caros a campanha de Sanders.



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