A Roupa Nova do Rei

July 21, 2017 | Autor: Sonia Vaz | Categoria: Education, Psicologia
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A Roupa Nova do Rei
"Onde a culpa é grande, a graça pode também ser imensa. Semelhante fato produz uma transformação interior infinitamente mais importante do que as reformas políticas e sociais que, na verdade, de nada valem nas mãos de homens injustos. Sempre nos esquecemos disso porque olhamos com fascínio para as circunstâncias que nos rodeiam em lugar de examinar nosso coração e nossa consciência. Todo demagogo se aproveita dessa fraqueza humana e denuncia, alto e bom som, o descaminho das circunstâncias exteriores. No entanto, o que na última instância não caminha bem é o homem".
Carl Gustav Jung -Aspectos do Drama Contemporâneo

As Roupas Novas do Imperador ou O Rei Vai Nu ou ainda A Roupa Nova do Rei é um conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Christian Andersen, e foi inicialmente publicado em 1837, há não menos de 177 anos, há quase dois séculos.
Os contos de fadas são inventados de modo imaginativo, misturando emoções, fatos do cotidiano das pessoas, uma boa dose de fantasia, mas tudo a partir de seu meio. Os contos possuem sempre um recado, um alerta, uma moral, uma ética ou ainda simplesmente revelam o pensamento da época em que foram escritos. O fato de se perpetuarem, feito uma tradição, aonde um vai contando para outro por séculos afora, significa que possui em si mesmo, uma força, energia psíquica que vai tomando as pessoas e se reproduzindo até que o recado seja compreendido e assimilado pela psique coletiva.
De modo que, se faz quase dois séculos que esse conto nos conta e ainda não perdeu seu encanto e nem foi esquecido, é sinal de que sua mensagem ainda faz sentido e encontra em nossa realidade solo fértil. Se ainda faz sentido, algo acontece em nossa cultura e civilização que está reproduzindo o mesmo fato de outrora, a mesma ideia que envolve pensamentos e sentimentos de um povo que por esperança de melhoras, por medo talvez, se submete a um Imperador vaidoso e ávido de poder.
A HISTÓRIA
Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele já se imaginando ostentando sua riqueza, poder e maravilha diante de seu povo faminto e de outros reis.
O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto "alfaiate". Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz.
O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança que gritou espantada e divertida: "O rei está nu!".
O grito é absorvido por todos, o rei se encolhe, suspeitando que a afirmação seja verdadeira, mas mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.




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