A Suave Seducão do Príncipe Eletrônico

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RESUMO


Com o advento da Sociedade do Espetáculo os relacionamentos humanos
passaram a ser midiatizados, portanto transmutados. O político
contemporâneo não mais apenas um homem carismático em meio à ágora tampouco
um conjunto formando um partido político. Sua força esta presente no
Príncipe-Eletrônico tendo como tentáculos o poder político, militar,
econômico, ideológico, cultural e social. Antes de intervier com exércitos
e medidas econômicas busca ampliar seus domínios por meio de instituições,
ideologia e cultura no que se configura o Softpower. Para apresentar esta
nova face do poder debatem os autores Maquiavel, Ianni, Debord, Nye Jr.,
Schwartzenberg, Nye Jr., Benjamin buscando compreender como se dá essa
relação de produtor e consumidor.

Palavras-chave: Política; Comunicação; Softpower; Príncipe.

Gabriel Leão: Mestre em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, pós-
graduado em Política e Relações Internacionais pela Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo e bacharel em Comunicação Social /
Habilitação: Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.



























A Suave Sedução do Príncipe Eletrônico

Gabriel Leão[1]


A Sociedade do Espetáculo preconizada em 1968 (DEBORD, 1997) tem como
grande mediador os veículos de comunicação, dando virtual onipresença e
onipotência aos agentes políticos. Tendo como pressuposto que evoluções não
são necessariamente benéficas ou maléficas, a Sociedade do Espetáculo marca
um processo na evolução humana, mostrando a complexidade da sociedade e sua
atuação em diversas esferas dentre elas a política.
Para o filósofo Aristóteles, o homem é superior aos demais animas por
sua capacidade de organização e deliberação, portanto é um "animal cívico".
Essa habilidade conduziu sua evolução e permeia sua rotina.

Assim, o homem é um animal cívico, mais social que as
abelhas e os outros animais que vivem juntos. A natureza,
que nada faz em vão, concedeu apenas a ele o dom da
palavra, que não devemos confundir com os sons da voz.
Estes são apenas a expressão de sensações agradáveis ou
desagradáveis, de que os outros animais são, como nós,
capazes. A natureza deu-lhes um órgão limitado a este único
efeito; nós, porém, temos a mais, senão o conhecimento
desenvolvido, pelo menos o sentimento obscuro do bem e do
mal, do útil e do nocivo, do justo e do injusto,
objetos para a manifestação dos quais nos foi
principalmente dado o órgão da fala. Este comércio da
palavra é o laço de toda sociedade doméstica e civil
(ARISTÓTELES, 1998, p. 5).

Em algumas traduções do clássico do pensador grego para o português,
esse "animal cívico" surge como "animal político", sendo o termo original
Zoon Politikon. Sua capacidade acima citada é necessária para o
desenvolvimento da Cidade-Estado (pólis) na qual se sente realizado e
dentro dela evolui em questões maiores que necessidades e desejos imediatos
relacionados com instintos animalescos, trabalhando questões que dizem
respeito ao interesse público.
O Príncipe, obra prima e póstuma de Maquiavel (1469 – 1527), é
tido como "bíblia" da política, sendo leitura obrigatória para aqueles que
ingressam no meio político. Para Machiavelli, o termo "Príncipe" tem vários
sentidos, na maioria de seus usos se refere ao governante de um principado;
também pode apontar os primeiros ou principais de um estado (principi dello
stato) e no caso de repúblicas determina o poder dominante ou do(s)
governante(s), não necessariamente pessoa única. Portanto, a liderança de
um estado independente de ser principado ou república pode ser chamado de
"príncipe", entretanto o principado designa com maior ênfase o governo de
um só, em oposição à república, aristocracia ou governo popular; sendo
naquele período tendo ênfase em regimes autocráticos. Há a expressão "o
principado na república", que qualifica um segmento da república, podendo
ser um partido ou indivíduo, definindo quem está acima dos demais e
realmente ocupa o governo. Já o significado mais comum de "príncipe" na
leitura de Maquiavel aponta um indivíduo no governo de um principado, o
governante em si e não um título formal. O príncipe novo, personagem
central do livro, designa a posição recém-conquistada de um indivíduo, em
oposição àquele que a herda, tendo como cenário na maior parte das vezes o
estado conquistado. Logo, o príncipe hereditário de um estado poderá ser
considerado príncipe novo de um estado recém dominado (MACHIAVELLI, 2006,
p. 247). Enquanto Machiavelli procurava um príncipe capaz de unificar a
Itália, para o qual seria seu amigo o Duque de Valentino Cesare Borgia,
Gramsci buscou por um príncipe moderno, um partido revolucionário em um
contínuo e vanguardista esforço dentro de sua base de sustentação. Gramsci
pegou de Machiavelli a imagem de poder do centauro: metade homem, metade
animal, a combinação necessária para conseguir consentimento e coerção, mas
desde que o primeiro fator seja oferecido antes (COX, 1983, p. 1209).
Gramsci trabalha com a ideia de que a classe burguesa se apoiaria num
regime social-democrata para não explorar muito os pobres e os pequenos
burgueses, e procuraria legitimidade para suas vontades em um líder
político afeito a suas vontades e a noção de estado incluiria outras
estruturas da sociedade civil como a igreja, o sistema educacional, a
imprensa e outras instituições capazes de incutir determinados
comportamentos e expectativas de forma hegemônica (COX, 1983, p. 1209).
Ao longo da história houve outras leituras do Príncipe, adaptando-se
ao contexto social e temporal no qual estavam inseridos os autores e seus
"príncipes"; no final do século XX, em um mundo altamente midiatizado e com
forte inserção do capitalismo, surge o "Príncipe Eletrônico" (IANNI, 2003,
p. 143).

Já não se trata mais apenas do "quarto poder", do qual se
começou a falar no século XIX. Trata-se de um
desenvolvimento novo, intenso e generalizado, abrangente e
predominante da mídia no âmbito de tudo o que se refere à
política. Um predomínio que desafia os clássicos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, assim como o partido
político, o sindicato, o movimento social e a corrente de
opinião pública. (IANNI, 2003, p. 144).

"Cria-se o príncipe eletrônico, que simultaneamente subordina,
recria, absorve ou simplesmente ultrapassa os outros" (IANNI, 2000, p.
145). Esta entidade não é apenas um ser humano envolvido com política ou um
partido político, mas uma junção de capital, pensamentos, imagens e poder
encontrados nos grandes blocos de poder que circulam no mundo globalizado
(IANNI, 2003, p. 149), uma evolução do animal político. Em entrevista
concedida ao autor o jornalista e analista político Gaudêncio Torquato
define o animal político dentro do contexto brasileiro na seguinte
forma[2]:

O animal político tem algumas capacidades; dentre elas a
habilidade de ser flexível, mudar de posição e seguir
aprendendo dentro da escola de dança da política, portanto
muda de partido e posição de acordo com seus interesses. No
Brasil esta qualidade é mais acentuada, digamos, pelo
'amalgamento' dos partidos, pela semelhança entre as siglas
do ponto de vista ideológico-doutrinário, o que temos é uma
massa pasteurizada que define muita proximidade dos
partidos como PSDB, PPS, PSB, PMDB, DEM e até o PT, todos
eles estão desta forma dentro de um 'centrão' ideológico.
Então, o animal político é este animal que convive nessa
floresta tropical amalgamada. Evidentemente, nós temos
condições de dizer que o animal político brasileiro é um
animal criado à sombra do patrimonialismo, um conceito
exemplificador da interpenetração entre os territórios
público e privado, a apropriação da res-pública pelo
privado. Esta capacidade e condição patrimonialista nós
herdamos da nossa civilização ibérica quando os portugueses
colonizaram o Brasil e trouxeram consigo esta carga muito
visível quando D. João III dividiu o Brasil em 15
capitanias hereditárias em 1534 distribuindo aos seus
amigos capitães donatários, portanto estes receberam essas
terras para administrarem e consideraram aquela terra do
Estado propriedade privada. De lá pra cá essa cultura
patrimonialista se desenvolveu saindo do Império e
adentrando a República e chegando aos dias atuais. Quando
um mandatário escolhido pelo povo considera o mandato
propriedade dele e não do povo que o elegeu. O poder
pertence ao povo e ele recebe uma delegação deste para
cumprir mandato. Eu diria que o animal político é esta
figura que lida hoje com os desafios da representação
política, às vezes confunde representação popular com
representação pessoal, de sua família e seus negócios. O
que temos visto no Brasil dos últimos tempos é essa
capacidade do político brasileiro de estar sempre no auge
da mídia por conta de denúncias, outra configuração do
animal político é a de Thomas Hobbes: 'O homem é o lobo do
homem'. Um jogo de soma zero, 'a sua derrota significa
minha vitória e se eu perco também você vence', então
sempre um jogo de soma zero, então o ser, o animal
político, é um animal, um político dispostos a trabalhar
sua vida dentro de uma competição tensa e uma competição
continuada e evidentemente sem compromisso com o coletivo e
sim com o particular, o individual.

Dentro desse panorama de investimentos, muitos políticos mantêm
concessões de emissoras de TV e rádio muitas das quais foram obtidas quando
Sarney foi Presidente da República e o Ministro das Comunicações era
Antônio Carlos Magalhães, o "ACM". Há aqueles também que mantêm parentes
comandando as emissoras, entretanto nem todo político faz esquemas nefastos
com emissoras.

Quando a ideologia, que é a vontade abstrata do universal e
sua ilusão, se encontra legitimada na sociedade moderna
pela abstração universal e pela ditadura efetiva da ilusão,
ela já não é a luta voluntarista do parcelar, mas seu
triunfo. Assim, a pretensão ideológica adquire uma espécie
de chã exatidão positivista: já não é uma escolha
histórica, mas uma evidência. Numa afirmação dessas, os
nomes específicos das ideologias sumiram. Até a parte do
trabalho propriamente ideológico a serviço do sistema já
não se concebe senão como reconhecimento de uma "base
epistemológica" que se pretende além de qualquer fenômeno
ideológico. A ideologia materializada não tem nome, como
também não tem programa histórico enunciável. Isso equivale
a dizer que a história das ideologias acabou. (DEBORD,
1997, p. 131-138).

As semelhanças entre partidos no poder se devem ao declínio das
ideologias que tiveram como flagelo o advento da era do espetáculo. Nos
anos 80 do século passado, Lula era um líder operário com imagem de
contestador e desafiador da ordem social por meio de greves, enquanto
Fernando Henrique Cardoso transmitia a imagem de um professor acadêmico, ou
seja, com pouco contato com os humildes. Durante os anos 2000, o sociólogo
se tornou uma pessoa mais acessível ao "povão" e em suas aparições na mídia
abraça eleitores e apresenta outras manifestações de proximidade em
público, enquanto Lula, que era visto esbravejando e com um semblante
raivoso coberto por espessa barba, assumiu a postura que ficou conhecida
como "Lula Paz e Amor", passou a trajar costumes, aparar a barba e se
pronunciar num tom mais moderado além de fazer piadas e analogias
futebolísticas. Ambos adotaram um padrão mais televisivo. "A televisão se
tornou hoje uma espécie de espelho de Narciso, um lugar de exibição
narcísica" (BOURDIEU, 1997, p. 17) e ver programas ditos políticos cada vez
mais modelados em "esquemas de programas de entretenimento" (IANNI, 2003,
p. 153) se torna lugar-comum desde o fim do século XX. Outro fator em comum
é encontrar nomes de grandes empresas quando conferida a lista de doadores
aos partidos rivais durante as campanhas.
Com o advento da globalização as formas com que os Estados-Nações
lidam com o poder se transformam e se adaptam. O poder não pertence mais
apenas a um agente político como um rei, príncipe, imperador ou mesmo um
partido político. As relações de poder nas altas esferas se dão entre uma
junção de líderes políticos, econômicos, midiáticos, religiosos e bélicos –
em alguns casos até mesmo do crime organizado –.


Na época da globalização, alteram-se quantitativa e
qualitativamente as formas de sociabilidade e os jogos das
forças sociais, no âmbito de uma configuração histórico-
social da vida, trabalho e cultura na qual as sociedades
civis nacionais se revelam províncias da sociedade civil
mundial em formação. Nessa época, as tecnologias
eletrônicas, informáticas e cibernéticas impregnam
crescente e generalizadamente todas as esferas da sociedade
nacional e mundial; e de modo particularmente acentuado as
estruturas de poder, as tecnoestruturas, os think-tanks, os
lobbies, as organizações multilaterais e as corporações
transnacionais, sem esquecer as corporações da mídia. Esse
pode ser o clima em que se forma, impõe e sobrepõe O
príncipe eletrônico, sem o qual seria difícil compreender a
teoria e a prática da política na época da globalização.
(IANNI, 2003, p. 143).

Muitas nações com a política contemporânea e o advento dos
conglomerados industriais internacionais vêm se organizando em blocos para
proteger seus interesses, nestes tabuleiros vemos a NAFTA[3], UEE[4],
BRICS, IBAS[5] e Mercosul[6] sendo que o Brasil participa dos três últimos.
O chanceler Celso Amorim foi figura constante na política internacional
brasileira do período Itamar até o início da gestão de Dilma Rousseff, nota-
se uma linha de pensamento durante os três governos dos quais participou.

Em geral, no entanto, o príncipe eletrônico expressa
principalmente a visão do mundo prevalecente nos blocos de
poder predominantes, em escala nacional, regional e
mundial, habitualmente articulados. (IANNI, 2006, p. 149).

No ciberespaço, a política ganha terreno no século XXI e no
território brasileiro passou-se a investir mais após a vitória de Obama nas
eleições de 2008 que teve como ferramenta influente as redes sociais para
arrecadar recursos. O ciberespaço leva o príncipe para além das limitações
geográficas de seu principado ou do alcance da presença física dos seus
diplomatas ou mesmo do poder de coerção de sua moeda.

Um dos segredos do príncipe eletrônico é atuar diretamente
no nível do virtual. Beneficia-se amplamente das
tecnologias e linguagens que a mídia
mobiliza para realizar e desenvolver cotidianamente a
virtualização. (IANNI, 2003, p.163).


A globalização fez com que a informação assumisse um papel
fundamental na formação de diversos tipos de vínculo, desde artes até
esporte e influenciando também nas esferas política e econômica mudando as
formas de interação.
Os seres humanos, entre eles os príncipes, para ter mais poder nesse
mundo atual precisam estar online e apenas com um clique no mouse podem
tomar atitudes que mudam sua rotina ou até mesmo os rumos de um país. Podem
estar online de uma maneira simbólica com avatares representando sua
figura, mas sendo coordenados por uma equipe.
Na período da Revolução Industrial, a informação era importante, mas
não tão vital quanto hoje, e era transmitida de maneira muito mais lenta. A
necessidade de conhecimento e dados foi uma das forças motrizes da evolução
do mundo civilizado. Na internet parece prevalecer a lei de que "o que não
está aqui não existe", a rede se torna fonte de pesquisa para diversos
agentes, mas está em constante mutação e seus fenômenos são mais efêmeros
que nas outras mídias sendo cadenciados pela modernidade-líquida (BAUMAN,
2007).
A política é associada à esfera do jogo (HUIZINGA 2005;
SCHWARTZENBERG, 1977), porém também há nela um forte conteúdo bélico
(MACHIAVELLI, 2006) que pode ser atestado pela evolução constante de
armamentos e quantidade de conflitos, rebeliões e guerras no globo.

Deve, portanto um príncipe não ter outro objetivo, nem
pensamento, nem tomar como arte sua coisa alguma que não
seja a guerra, sua ordem e disciplina, porque esta é a
única arte que compete a quem comanda. (MACHIAVELLI, 2006,
XXXIX).

Durante os anos eleitorais esse estado militar toma uma face mais
vigorosa e ataques são mais vistos tanto nas campanhas quanto em manchetes
de jornais, redes sociais e outros meios, seja por parte dos próprios
agentes políticos ou de seus seguidores e no momento atual segredos
governamentais são expostos por ciber-ativistas ou ciber-terroristas. "Os
homens que querem fazer uma coisa devem antes preparar-se com toda
indústria" (MACHIAVELLI, 2006, p. 10), para então empreender suas forças e
esmagar os obstáculos. No perfil contemporâneo e deste documento, a
"indústria" pode ser compreendida como as forças do espetáculo político-
midiático apresentado em campanhas, telejornais, programas de variedades e
outros meios. Aquele que obtiver maior acesso à essas forças tende a ser
mais forte.
"A juventude é mais amiga das coisas militares" (MACHIAVELLI, 2006,
p. 11). Para Maquiavel, os idosos evitam as atividades e pensamentos
relativos à guerra, entretanto possuem a experiência carente à juventude.
Mesclar perfis de gerações diferentes pode criar uma máquina de batalha
eficiente tanto para governos quanto opositores. Entretanto, "não há
infantaria mais perigosa que a composta por aqueles que fazem guerra por
arte" (MACHIAVELLI, 2006, p. 17), um príncipe prudente os pagará sempre, e
os mesmos não são como seu próprio povo e o amam acima da necessidade da
peleja política, portanto para a própria segurança é prudente ao líder ter
em suas "tropas" homens que façam o trabalho de "bom grado por amor ao rei,
e chegada a paz, com mais gosto retornem ao lar" (MACHIAVELLI, 2006, p.
18).
Para montar o exército, é sugerido ao príncipe "encontrar
homens, armá-los, ordená-los, exercitá-los nas pequenas e grandes ordens,
alojá-los, e ensiná-los a enfrentar o inimigo" (MACHIAVELLI, 2006, p. 21).
Bases juvenis são redutos de militantes que idolatram o príncipe. A
Alemanha Nacional Socialista possuía a juventude hitlerista muito admirada
por Hitler e Goebbels (GOEBBELS, 1978). No Brasil, houve a juventude
getulista e janista. Getúlio centralizou sua propaganda política nas
crianças e jovens, por se constituírem em futuros cidadãos. Essa estratégia
utilizou como mecanismo de criação da imagem do líder, cartilhas, desfiles,
discursos de rádio e filmes institucionais. Enquanto os jovens
secundaristas brasileiros dos últimos anos se agregam entorno de busca por
reais melhorias ao sistema de ensino, um dos raros momentos que a ideologia
se sobressai ao espetáculo.
"Quanto mais bem armado um exército e quanto mais cerradas e fortes suas
ordenações, mais seguro ele é" (MACHIAVELLI, 2006, p. 103), portanto "devei
saber que as cidadelas e as fortalezas podem ser fortes graças à natureza
ou à indústria" (MACHIAVELLI, 2006, p. 195).
Conhecer os detalhes da arte da guerra e suas aplicações pode
favorecer o político, inclusive os métodos e estratégias utilizadas pelos
príncipes do passado. Para Maquiavel, o príncipe precisa conhecê-la
(MACHIAVELLI, 2006) e o mesmo autor aponta que Alexandre, o Grande buscava
inspiração em Aquiles, um grego de proporções mitológicas e o mesmo ocorria
com César ao emular Alexandre e Cipião a Ciro (MAQUIAVEL, p. 75).
A espetacularização da sociedade não é algo recente, já pode ser
observada no início do século XX. Em 1912, Raoul Walsh acompanha o líder
guerrilheiro mexicano Pancho Villa, gravando em filme suas tocaias e
execuções. Villa aguardava o melhor momento, mesmo que levasse mais de três
horas para executar suas ações dando condições adequadas de iluminação ao
cineasta. O dirigente bolchevique Stálin pediu para Eisenstein realizar os
filmes Aleksandr Niévski (1938) e Ivan, o Terrível (1945), épicos,
exaltando as qualidades soviéticas ou denegrindo o período dos czares.
Porém são as campanhas do Ministro da Propaganda do 3° Reich Paul
Joseph Goebbels e os filmes da cineasta Leni Reinfestahl para exaltar a
Alemanha Nacional-Socialista de Adolf Hitler os exemplos mais marcantes de
como podem ser apresentados como heróis, semi-deuses e deuses, homens que
governam ou pretendem governar outros. Tal imagem já era trabalhada na
Antiguidade com os grandes imperadores e faraós, mas a obra da dupla alemã,
com ênfase no trabalho de Herr Goebbels, serviu como catalisador neste
processo.

(...) toda a geração de dirigentes da Segunda Guerra
Mundial representa a última geração do teatro-rei, que
fascinou sua adolescência. Mas o cinema falado e, dentro em
breve, o aparecimento da televisão destruirão essa
preeminência do teatro. (SCHWARTZENBERG, 1977, p. 136).

Os líderes posteriores evitam os gestos chamativos e os berros no
microfone, mostram um perfil mais comedido, condizente com a geração
educada pela televisão e posteriormente convivente com a agilidade da
internet. Os exaltados podem ser vistos como afetados ou com problemas
psicológicos.

Hoje em dia, o espetáculo está no poder. Não mais apenas na
sociedade, tão enorme foi o avanço deste mal. Hoje, nossas
conjeturas já não têm como único objeto as relações do
espetáculo e da sociedade em geral, como as que tecia Guy
Debord em 1967. Agora, é a superestrutura da sociedade, é o
próprio Estado que se transforma em empresa teatral, em
"Estado espetáculo". De uma forma sistemática e organizada.
Para melhor divertir e iludir o público de cidadãos. Para
melhor distrair e desviar. E mais facilmente transformar a
esfera política em cena lúdica, em teatro de ilusão.
(SCHWARTZENBERG, 1977, p. 9).

As figuras da esfera midiática, religiosa, política e econômica têm
suas interações retratadas em diversos meios de comunicação, sendo as
colunas sociais um habitat para observá-los. O star system de BENJAMIN
(1975) mostra como tais personalidades acabam se enquadrando ou sendo
postas em um sistema de ranking ou cadeia alimentar. Essas classificações
também são vistas nas listas de pessoas mais ricas e mais poderosas do
mundo da revista americana Forbes ou dos mais belos e sensuais da também
americana People que são emuladas em outros países. Essas três esferas se
relacionam com maior força nos bastidores onde surgem amizades sinceras ou
jogos de interesses, "o mundo do espetáculo e o da política vão se
entrosando cada vez mais" (SCHWARTZENBERG, 1977, p.160). O modo de vida das
estrelas da política e da mídia também é semelhante e se submetem a
imposições próximas diante do público, passam boa parte atuando ou
dissimulando e envolvidas em comportamentos exibicionistas (SCHWARTZENBERG,
1977, p. 166). Estas pequenas personagens com suas pequenas buscas unidos
compõem parte do Príncipe Eletrônico, mas são todos substituíveis.
O crescimento da Sociedade do Espetáculo dentro da política aponta
para o crescimento do estético acima do conteúdo dos discursos e
ideologias, o capital se sobressai ao programa político.

1. NÃO SÓ DA ARTE DA ESPADA DEVE COMPREENDER O PRÍNCIPE CONTEMPORÂNEO

Com o avanço da humanidade, da política e dos estudos de Ciência
Política, o conceito de "príncipe" e sua "educação" passaram por
transições. Em sua maioria os "reis" contemporâneos não empunham mais
lanças e espadas como Shaka Zulu, Ragnar Lothbrok ou Cesare Borgia, mas sim
canetas e vestem ternos ao invés de armaduras. Medidas econômicas e poderio
militar são conhecidos no jargão da política internacional como hardpower.

Há mais de quatro séculos, Niccolò Machiavelli aconselhou
os príncipes da Itália de que era mais importante ser
temido do que amado. Mas no mundo atual, é melhor ser
ambos. Conquistar corações e mentes sempre foi importante,
mas é ainda mais em uma era de informação global.
Informação é poder e a tecnologia moderna de informação
está espalhando a informação de uma forma abrangente
jamais vista na história. Mesmo assim, líderes políticos
passam pouco tempo pensando nas maneiras que a natureza do
poder mudou, e principalmente, como incorporar suas
dimensões mais sensíveis em suas estratégias de manutenção
de poder (NYE JR., 2004, p. I).


Para Nye (2004, p.2) "poder" significa ter habilidade de influenciar o
comportamento de outros para obter os resultados desejados, e para isto há
maneiras de influencia-los como coagi-los com ameaças, induzi-los com
pagamentos ou atrai-los para cooperar fazendo-os desejar os seus fins.
Deter recursos não é também garantia de êxito no tabuleiro global. Os EUA
com seu poderoso exército perderam a guerra do Vietnã e com toda sua
Inteligência não conseguiram evitar os ataques de 11 de setembro em 2001
(NYE JR., 2004, p. 3).

O que é softpower? É a habilidade de conseguir o que se
quer pela atração ao invés da coerção ou pagamentos. Surge
da atratividade da cultura, ideais políticos e políticas
de um país (NYE JR., 2004, p. X).

A volta ao regime democrático, estabilidade da moeda, crescimento
econômico, redução da pobreza, atração de empresas multinacionais, mudanças
nos indicadores sociais e a mudança de status de devedor para credor do FMI
são fatores que contribuíram para a mudança da imagem do Brasil no exterior
(AMORIM, 2010, p. 216). Para Celso Amorim em seu texto Brazilian Foreign
Policy under President Lula (2003-2010): an overview a atuação de Lula com
Diplomacia Presidencial visitando em curto espaço de tempo países da
América Latina, Caribe e África aumentou a visibilidade do Brasil no
panorama global e sua intenção de levar o desenvolvimento para regiões
carentes.
O Brasil se mostrou um personagem com crescente relevância quando se
opôs à invasão americana ao Iraque de forma concisa em uma ação do então
presidente Luís Inácio Lula da Silva. A atitude se deu em primeira parte
pelo fato dos EUA terem decidido sua posição mesmo sem autorização do
Conselho de Segurança da ONU, o que constitui uma violação das leis
internacionais, em segunda parte ao se considerar que uma ação armada
traria danos que não compensariam os supostos benefícios, e o terceiro
ponto é o fato das afirmações que supostamente justificariam a ação se
mostraram infundadas e por fim falsas (AMORIM, 2010, p. 217).
O softpower de um país reside em três recursos: sua cultura – em
locais na qual é atrativa aos outros –, seus valores políticos – quando de
fato vive os emprega em seu território e em terras estrangeiras –, e em
suas políticas internacionais – quando são vistas como legitimas e com
autoridade moral – (NYE, 2004, p.11). A cultura se divide em alta cultura
como literatura, arte e educação e cultura popular focada na produção de
massas. Quando Príncipe Eletrônico alia seus braços culturais e
institucionais em territórios estrangeiros pode aumentar o seu poder de
influência como ao promover eventos esportivos com atletas de ponta ou
apresentações de música, cinema, teatro, artes plásticas e literatura fora
de sua nação. Em 2004, a seleção brasileira de futebol disputou em Porto
Príncipe uma partida contra a seleção do Haiti vencendo os locais por seis
à zero, porém os torcedores não ficaram tristes, mas felizes ao ver em
atuação nomes como Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Nazário como relatado no
documentário O Dia em que o Brasil Esteve Aqui (2005). O filme Cidade de
Deus (2002) disputou estatuetas da Academia de Cinema Americana na
cerimônia do Oscar de 2004 pelas categorias melhor diretor, melhor roteiro
adaptado, melhor cinematografia e melhor edição, enquanto a atriz Fernanda
Montenegro disputou a estatueta de melhor atriz por Central do Brasil
(1998) em 1999, e Sônia Braga apresentou o Oscar de melhor Curta-metragem
ao lado do americano Michael Douglas em 1987. O Oscar pode ser considerado
a noite de gala do mundo do entretenimento com maior alcance global sendo
também uma das principais passarelas para as casas de moda e estilistas.
Muito deste alcance depende das figuras que dão sua face para os produtos
sejam trabalhos artísticos ou publicidade, sejam privados ou governamentais
muitas delas atuam em diversos destes espaços como os embaixadores da ONU e
outras instituições.

Um Olimpo de vedetes domina a cultura de massa, mas se
comunica, pela cultura de massa, com a humanidade corrente. Os
olimpianos, por meio de sua dupla natureza, divina e humana,
efetuam a circulação permanente entre o mundo da projeção e o
mundo da identificação. Eles realizam os fantasmas que os
mortais não podem realizar, mas chamam os mortais para
realizar o imaginário. [...] Assim, uma nova alta sociedade,
mais mitológica do que as antigas altas sociedades burguesas
ou aristocráticas, mas, paradoxalmente mais próxima da
humanidade quotidiana, é constituída pela nova camada
olimpiana. Os olimpianos estão presentes em todos os setores
da cultura de massa. Heróis do imaginário cinematográfico, são
também os heróis da informação vedetizada. Estão presentes nos
pontos de contato entre a cultura de massa e o público:
entrevistas, festas de caridade, exibições publicitárias,
programas televisados e radiofônicos. [...] ( Morin, 1997, p.
107).

Os olimpianos contemporâneos são os esportistas de alto rendimento,
playboys e socialites, astros e atrizes de cinema, televisão, músicos,
marginais "heroicizados", ativistas e políticos. Podem ser vistos
frequentando as mesmas esferas como fóruns econômicos, premiações
culturais, concertos de rock ou de música clássica, Jogos Olímpicos e
casamentos das cortes da Europa. Eventos potencializados pelos meios de
comunicação e muitas vezes ocupando o noticiário com notas de menor
importância, os fait-divers[7]. Como apontado anteriormente tais figuras
são pertencentes ao O star system de BENJAMIN (1975), um sistema de ranking
ou cadeia alimentar que as classifica sendo observado em diversos meios de
comunicação e com isto o Príncipe Eletrônico influencia o modo de pensar de
seus súditos. O comportamento das massas se intensifica com o narcisismo da
era moderna que é fruto da insegurança oriunda do esvaziamento de valores e
sentidos (LASCH, 1986). O indivíduo passa a projetar seus sonhos, anseios,
esperanças nos olimpianos contemporâneos emulando seus comportamentos,
guiando-se pelo raciocínio de que se determinado personagem apoia tal causa
é porque deve ser justa. Quanto de maneira mais simples a mensagem for
transmitida maior o número de pessoas serão capazes de compreendê-la
(HITLER, 1941) e os olimpianos são justamente este elo entre instituições
com sua linguagem burocrática e rostos familiares com suas falas e ações
emotivas. Porém muitos destes rostos são trocados por outros muitas vezes
mais jovens e principalmente mais populares, seguindo a constante mutação
do espaço tempo neste período de fenômenos efêmeros como vídeo-clipes
cadenciados pela modernidade-líquida (BAUMAN, 2007), o que ressalta seu
papel como peças substituíveis no tabuleiro do Príncipe Eletrônico,
entretanto o mesmo precisa manter-se atento para os anseios das massas.

Líquido-moderna é uma sociedade em que as condições sob as
quais seus membros agem mudam num tempo mais curto do que
aquele necessário para a consolidação, em hábitos e
rotinas, das formas de agir. A liquidez da vida e da
sociedade se alimentam e se revigoram mutuamente (BAUMAN,
2007, p. 7).


Porém softpower vai além de figuras humanas, mesmo celebridades se
apresentando em programas governamentais ou de empresas, que até possuem
sua relevância, mas há fatores mais importantes sendo disputados no jogo
político. Há a atuação de instituições em terras nacionais como
universidades capazes de atrair estrangeiros e agências econômicas. A USP
(Universidade de São Paulo) recebe alunos de outros países principalmente
América do Sul e África, enquanto o BNDES vem promovendo o desenvolvimento
em países pobres da América Latina e Caribe, como a construção de portos em
Cuba – esta sofredora de embargo americano sendo que a nação do hemisfério
norte ainda mantém lá a prisão de Guantánamo. Outra ação realizada em
conjunto com a ilha dos Irmãos Castro é o Projeto Mais Médicos que visa
sanar a deficiência de profissionais de saúde em território brasileiro com
formandos de uma das melhores escolas de Medicina do mundo.
A conjectura destes elementos auxilia a reforçar o softpower
brasileiro aumentando a projeção internacional do Estado resultando
posteriormente no aumento da sua hegemonia.

Um país pode obter os resultados esperados na política
mundial porque outros países – por admirarem seus valores,
emulando seus exemplos, aspirando seu nível de
prosperidade e abertura – querem segui-lo. Neste sentido,
é importante definir a agenda e atrair outros dentro da
política internacional, não apenas para força-los a mudar
por ameaças de poderio militar ou sanções econômicas. Este
softpower – conseguir que outros queiram os resultados que
você anseia – coopta ao invés de ameaça-los (NYE JR.,
2004, p. 5).


Ao defender ideais e avanços para as regiões pobres um país ganha
legitimidade diante das instituições criando uma estrutura de leis
internacionais em instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI),
a Organização Mundial de Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas
(ONU), portanto se a cultura e a ideologia de um país forem atraentes é
mais fácil dos outros segui-lo e se este mesmo consegue moldar as regras
internacionais conforme seus interesses e valores suas ações vão parecer
cada vez mais legítimas ao julgamento alheio. Com isto conduz instituições
a atrair os demais países para se aproximarem do centro de poder sem
utilizar de armas ou restrições econômicas (NYE JR., 2004, p. 10-11).
Por meio de suas indústrias e instituições de desenvolvimento exerce
poder sobre os países de economia e infraestrutura subdesenvolvida
afastando avanços dos demais como EUA, China e Rússia sem entrar em
momentos beligerantes, afinal seu hardpower é mais fortes. Tendo estes
Estados-Nações em "mãos" o Brasil com seu Príncipe Eletrônico pode
ambicionar um poder maior no tabuleiro. Para Nye Jr., alguns países
usufruem de influência política maior do que sua capacidade militar e
econômica permite devido à definição de incluir causas atraentes em sua
política externa como auxílio econômico e pacifismo (2004, p. 9).

Se um país pode moldar regras internacionais que consistem
com seus interesses e valores, então parecerá ainda mais
legítimo aos olhos alheios. Se usar instituições e seguir
regras que encorajam outros países a canalizar ou limitar
suas atividades de acordo com suas preferências não
necessitará de muitas cenouras e varas (NYE JR., 2004, p.
11).

Auxiliar o desenvolvimento de intelectuais, grupos sociais e países
com ideologias e formas de mercado simpatizantes com as suas e pode ter
benefícios similares aos obtidos pelo Japão e Coréia do Sul que
demonstraram ter tais agendas compatíveis com valores nativos, mas isto
leva tempo (NYE JR., 2004, p. 121). Ao olhar este modelo o Brasil pode
investir futuramente não só na defesa de valorização de transações entre
América do Sul, mas também defesa do meio-ambiente, direitos humanos com
enfoque nas minorias e demais projetos educacionais-culturais. Impérios
formais com mando direto sobre determinadas populações como o Império
Britânico no século XIX são muito custosos, portanto inviáveis para os
padrões do século XXI, democracias pós-industriais como a Alemanha estão
focadas mais em estado de bem comum do que glórias bélicas e rejeitam ter
altos índices de fatalidade. (NYE JR., 2004, p. 19). No momento atual
muitos refugiados do Haiti, África e mundo Árabe têm buscado recomeçar suas
vidas em território brasileiro. O softpower tem se tornado cada vez mais
uma peça importante dentro da era da informação, porém com o crescimento
das multinacionais não está apenas em poder dos governos nacionais (NYE JR.
2004, p. 32).
Enquanto no passado de atuais democracias – e ainda em regimes
autocráticos – a produção de filmes, programas de rádio e outros produtos
culturais passavam por um crivo governamental, no mundo contemporâneo muito
disto é produzido por meios privados. As indústrias cinematográfica e
musical são duas fontes com forte potencial de atravessar fronteiras em
busca de seu público alvo, muitas vezes não apenas os cidadãos do seu país
de origem. Hoje o softpower também está nas mãos de outros agentes sociais
não relacionados a governos como a ONU, FMI, organizações não-
governamentais e grupos terroristas, mercenários, criminosos e
paramilitares.
A atuação de Celso Amorim e as decisões dos presidentes quanto à
política externa mostram que o Brasil até o período Dilma seguiu um
pensamento linear com poucas alterações sobre o modo como lida com outros
países. A retomada de tais medidas junto com o braço cultural aumentariam
as chances do Brasil voltar a ser um personagem relevante no jogo-político
mundial. A atração pela cultura é uma via de atração e de habituar novos
territórios com seus valores para então introduzir instituições e depois
medidas financeiras para em último caso aplicar manobras militares. O
Príncipe Eletrônico seduz ao mesmo tempo gradualmente e ferozmente seus
futuros súditos.





















Bibliografia

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Livro, 1977.
SODRÉ, Muniz. A Narração do Fato: Notas para uma Teoria do Acontecimento.
Petrópolis, Vozes, 2009.

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[1] Mestre em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em
Política e Relações Internacionais pela Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo e bacharel em Comunicação Social / Habilitação:
Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Título da
dissertação: O Animal Político Midiático: Imagens e Representações na
Política Contemporânea. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Novaes Pinto Coelho.
E-mail: [email protected].
[2] Entrevista ao autor em 07/02/2012.
[3] Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (inglês: North American Free
Trade Agreement, ou NAFTA) é um tratado envolvendo Canadá, México e Estados
Unidos tendo o Chile como associado, num ambiente de livre comércio, com
custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países tendo entrado
em vigor em 1994.
[4] União Econômica Eurasiática (UEE) é uma união político-econômica
estabelecida por um tratado assinado em 2014 entre Bielorrússia,
Cazaquistão e Russia posteriormente aderido pela Armênia e entrará em vigor
em 2015.
[5] Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS) é um acordo feito
entre os três países de caráter político, estratégico e econômico em
vigência desde 2003.
[6] Mercado Comum do Sul, organização intergovernamental estabelecedora de
integração econômica em uma união aduaneira permitindo livre-comércio
intrazona e política comercial entre os países membros: Argentina, Brasil,
Paraguai, Uruguai, Venezuela e associados: Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e
Equador.
[7] Fait-divers são relatos do cotidiano comuns, expressão de jargão
jornalístico e se refere a fatos ligados ao inusitado, pitoresco, curioso
que não comprometem nenhuma parte envolvida e tampouco assumem maior
relevância que outras editorias do jornal. (SODRÉ, 2009).
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