A supressão da propriedade privada segundo os escritos de Karl Marx de 1843 a 1848

Sara Sofia Lúcio Vargas (*)

A supressão da propriedade privada segundo os escritos de Karl Marx de 1843 a 1848 Wir wollen nur den elenden Charakter dieser Aneignung aufheben, worin der Arbeiter nur lebt, um das Kapital zu vermehren, nur so weit lebt, wie es das Interesse der herrschenden Klasse erheischt. Marx & Engels, 1848

§ 1. Introdução A produção da vida material, ao longo da história, assumiu diversas formas em estreita ligação com o desenvolvimento do trabalho, dos modos de produção, da vida humana em geral. Assinalava Karl Marx:

o primeiro acto histórico é, portanto, a produção dos meios para a satisfação destas necessidades, a produção da própria vida material, e a verdade é que este é um acto histórico, uma condição fundamental de toda a história [... ] (MARX-ENGELS, 2008, p. 32) e).

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pelo Instituto de Educação!! de Letras da Universidade de e DoUloranda em Filosofia pelo pós-graduação da Faculdade _ l.:m-ersidade de Lisboa.

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Porém, a produção da própria vida, mais propriamente das condições da vida material does) indivíduo(s), sofreu alterações significativas com o advento da propriedade privada, em rigor, da propriedade privada dos modos de produção. É essa propriedade, que se encontra no seio das relações da sociedade burguesa, que o comunismo pretende suprimir, tal como foi expresso no Manifesto do Partido Comunista em 1848 e). Marx e Engels aduziam: «O que distingue o comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa.» (MARX- ENGELS, 2004, p. 50 (3).) Afirmação que não se expressa apenas no célebre Manifesto, mas integra-se numa reflexão em maturação sobre a realidade e desenvolvimento desta que ambos procuraram expressar nos seus escritos.

i lOurubro- N ovembro-Dezembro 2015