A Teia de Penélope: Encontros e Desencontros entre a Arte e o Artesanato na Época Contemporânea

May 22, 2017 | Autor: Inês Jorge | Categoria: Modern and contemporary crafts (Art), Craft Theory, Arts and Crafts, Craftivism
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Inês Jorge

31 de Julho de 2016

Estrutura

Justificação do Tema

I. O Artesanato antes do Artesanato. Da

Crescente encanto da manualidade, apesar da aparente supremacia tecnológica, da velocidade e volatilidade da nossa “modernidade líquida” (Bauman 2000);

Techné Clássica à Ruptura Setecentista entre a Beleza e a Utilidade 1. O Artesanato no Enredo das Belas-

Belas-Artes Fine Arts

Artes e da Indústria 2. O Artesanato e o Feminismo no Enredo da Cultura de Elite e da Cultura

de Massas 3. Casos de Estudo: Artistas-Artesãos Contemporâneos

Artes Decorativas Artes menores Artes funcionais

“Persistência do artesanato” (Greenhalgh 2003) que não tem sido acompanhada por um suporte teórico e crítico que a enquadre e valorize historicamente; Subvalorização generalizada no âmbito académico.



Odisseia de Homero: tecelagem como metáfora de um acto (feminino) menos ardiloso ou conspiratório do que de resistência, amor e perseverança; Qual é o estatuto e significado do artesanato no âmbito da prática artística contemporânea? De que forma é que o artesanato se foi afirmando ao longo da Época Contemporânea, quer dizer, entre o período da Revolução Industrial e a actualidade?

Penelope and her Suitors, John William Waterhouse, 1912. Colecção da Galeria de Arte e Museus de Aberdeen

 Techné

Idade Média Concepção Mental

Execução Física



Artes Liberais

Artes Servis

 Ars Renascimento

Século XVIII – fractura arte/ofício

Artista

Artesão

(Kant 1992 [1790], 89-267) – “invenção da arte” – fundação do “sistema moderno das belas-artes” (Kristeller 1951, 496-527; Shiner 2001)

Revolução Industrial

Era Digital

“(…) ao contrário daqueles que possam pensar que devemos definir o artesanato nos seus próprios termos, o artesanato enquanto categoria tem sido relacional desde o início, posicionado entre a produção industrial a montante e as belas-artes a jusante.” [grifo do autor] (Shiner 2012, 230-244)

Artesanato Realidade

“Esquecemo-nos de que a autonomia é um termo diacrítico como qualquer outro, definido em relação ao seu oposto, isto é, à sujeição.” (Foster 2002, 102)

High Art Low Art

Romantismo – “Arte pela Arte”

Socialismo Utópico + Arts and Crafts

Modernismo

Dadaísmo (readymade)

Artesanato

Indústria Werkbund

Primeira reinvenção do Artesanato

“Obra de Arte Total” Artesanato de Ateliê (Gesamtkunstwerk) (Studio Craft) African/Romantic Chair, design de Marcel Breuer e brocado de Gunta Stölzl, 1921

Bauhaus

Decoração de parede, Anni Albers, 1925. Seda, algodão e acetato

Pós-Modernismo Pop Art

Arte Conceptual Minimalismo “Desmaterialização da Arte”

Artesanato de Ateliê “Artesanativismo” (Craftivism) Feminista Cruzamento entre Belas-Artes, Artesanato e Indústria

(Chandler e Lippard 1968) Eliminação dos vestígios da mão

Cloud Series, Lenore Tawney, 1978. Cartão e fios de linho de cor azul

Artesanato de Ateliê  Assimilação dos preceitos da História da Arte;  Interpretação abstracta dos princípios da prática artesanal;  Contestação da repetição, em benefício da originalidade.

Século XXI Expansão (do debate em torno) do artesanato Transversalidade

Especificidade

Práticas Subversivas e Locais

Práticas Mainstream e Humanidade Diversidade Cultural Comerciais Capacidade Autocrítica/ Realidade Envolvente

Progresso Técnico-científico Consumo Excessivo Esgotamento dos Recursos Naturais

Tableau Tablecloth, Maurice Scheltens para Droog, 2005. Algodão e impressão

#38, neoFOFO, 2014. Lã e tricô

Modernismo Conotação da cultura de massas e do artesanato com o feminino

Pós-Modernismo

Arte restrita a certa(s) elite(s)

Dadaísmo-readymade

Aliança utópica entre artesanato e realidade.

Werkbund, Bauhaus

Arte convergente com a vida e aberta às massas

Arte crítica dos dogmas modernos e da dicotomia cultura de elite/massas

Exploração da imbricação entre alta e baixa culturas. Pop Art, Artesanato de Ateliê, “Artesanativismo” Feminista

Linen Closet, Sandra Orgel, 1972

2.2. “Artesanato + O “Artesanativismo” Activismo = Feminista. Um (Novo) Artesanativismo” Lugar para o Artesanato na História da Arte

Pink M.24 Chaffee, Marianne Jørgensen, 2006

Subculturas sociais e artísticas

Mulheres

2.3. “Mudando o Mundo, Ponto por Ponto”: O “Artesanativismo” Actual Mulheres, pessoas LGBT, minorias étnicas e outros cidadãos desfavorecidos - “Comunidades digitais” à escala global

Modernidade e utopia: transformação social

- Espaço público vs domínio amador e doméstico - Projectos colectivos de autoria partilhada

- Conciliação entre autocrítica artística e crítica sociopolítica - Craftsman ≠ Crafter: Prática colectiva, dinâmica e fluida

Que analogias, derivações e enriquecimentos podem surgir a partir da análise destas obras,

África

Olaria

em relação aos assuntos discutidos?

PósColonialismo

Tecelagem

Quais os temas dominantes nestas obras e qual

Manual /Digital

é o papel do artesanato na sua concretização?

Communityspecific

Europa

Quão ambíguo e/ou versátil é o artesanato na prática artística contemporânea?

Vídeo Qual é a posição e o desígnio do artesanato na arte contemporânea?

América do Norte

Género

Local/ Global

Fresh and Fading Memories, El Anatsui, 2007. Alumínio e fio de cobre. Instalação no Palácio Fortuny, para a 52ª Bienal de Veneza

The Blanket / A Manta, Cristina Rodrigues, 2013. Adufes, fitas e rendas entrançadas. Exposição na Catedral de Manchester em 2014

Errant Behaviours, Anne Wilson, 2004. Instalação de vídeo e som, composição sonora de Shawn Decker, animação de Cat Stolen, animação de pós-produção e masterização de Daniel Torrente

Fabricmachine, Kathrin Stumreich, 20092013. Performance, têxteis, aparelho com dois rolos motorizados e sensores de luz

Noção de “artista”

Enquadramento histórico, teórico e institucional

ARTESANATO

Estatuto académico, artístico e social

“Sistema moderno das belasartes”

Legitimação institucional das “artes maiores”

(século XVIII) Exclusão do ornamento

Dicotomias mão/mente, funcionalidade/beleza

Exclusão da mulher

Identidade

Belas-Artes/Indústria

Discussão mão-mente-máquina

Aferir o papel do artesanato em Portugal

Artes Decorativas Criatividade e partilha vs individualismo e alienação

Artistas-artesãos portugueses modernos e contemporâneos

Rever metodologias historiográficas conservadoras

Tapeçaria (pormenor), Sónia Almeida, 2011. Tecido de algodão

“Trabalho afectivo” e auto-emprego vs crescente escassez, precariedade e desumanização laboral Ecletismo e identidade

BAUMAN, Zigmunt, Liquid Modernity, Cambridge: Polity, 2000. BORRIAUD, Nicolas, Relational Aesthetics, Paris: Les Presses du Réel, 2002 [1998]. BRATICH, Jack e BRUSH, Heidi, “Craftivity Narratives: Fabriculture, Affective Labor, and the New Domesticity”, International Communication Association, São Francisco, [Em linha] posto em linha a 8 de Maio de 2013 [24 de Maio de 2007], url: , [consultado em 04-10-2013]. CHANDLER, John e LIPPARD, Lucy, “The Dematerialization of Art”, Art International, vol. 12, nº 2, Lugano: James Fitzsimmons, Fevereiro de 1968, pp. 31-36. FOSTER, Hal, Design and Crime (and Other Diatribes), Londres: Verso, 2002. GREENHALGH, Paul (ed.), The Persistence of Craft: the applied arts today, New Jersey: Rutgers University Press, 2003. KANT, Immanuel, “Crítica da Faculdade de Juízo Estética”, Crítica da Faculdade do Juízo, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1992 [1790], pp. 89-267. KRISTELLER, Paul O., “The Modern System of the Arts: A Study in the History of Aesthetics”, Journal of the History of Ideas, vol. 12, nº 4, Outubro de 1951, pp. 496527. SHINER, Larry, “«Blurred Boundaries»? Rethinking the Concept of Craft and its Relation to Art and Design”, Philosophy Compass [Em linha], Volume 7, Nº 4, Abril de

2012, [consultado em 16-04-2013], posto em linha a 19 de Março de 2012, url: , pp. 230-244. SHINER, Larry, The Invention of Art: A Cultural History, Chicago: University of Chicago Press, 2001.

Obrigada!

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