A TEORIA DA EVOLUÇÃO É CIENTÍFICA?

June 3, 2017 | Autor: Marlanfe Oliveira | Categoria: Projeto De Pesquisa Estrutura Metodológica
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A TEORIA DA EVOLUÇÃO É CIENTÍFICA?

A EVOLUÇÃO NA VISÃO DE ROBERT FOLEY E NA DE MICHAEL BEHE. Primeira Parte.

ACADEMIA MAÇÔNICA DE ALTOS ESTUDOS

INTRODUÇÃO
Esta Introdução foi tirada da obra de John Raymond Hand, Phd. ( 1972) e revisada por Bolton Davidheiser, Phd. em Filosofia e também em Genética, pela Universidade John Hopkins.
"De acordo com os evolucionistas, a vida originou-se da matéria inerte por meio de um processo natural, e as formas mais simples de vida primária evoluíram, resultando em todas as formas de vida existentes hoje na Terra. A Ameba tem sido frequentemente citada como exemplo de um primitivo tipo de vida protista do qual evoluíram as formas mais elevadas, e, mais recentemente, a Euglena foi preferida como este ancestral primitivo."
AMEBA


EUGLENA

"Havia tantas opiniões quantos evolucionistas que escreviam sobre o assunto, até que 1957 foi feita uma conferência de especialistas para estabelecerem uma visão mais uniformizada da evolução, a qual se chamou
"NEODARWINISMO".
"Ao contrário do que se pensa, Charles Darwin não foi o pai do conceito da evolução. Encontramos sugestões da ideia nos monumentos da Babilônia e do Egito. Quatro séculos antes do nascimento de Cristo, Aristóteles, filósofo grego, ensinou uma bem delineada teoria da evolução baseada em suas próprias observações, influenciada, contudo, pelas conclusões de seu predecessores."
ARISTÓTELES
Aristóteles
Filósofo
Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a biologia, a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, etc. ...Wikipédia

Nascimento: 384 a.C., Estagira, Grécia
Falecimento: 322 a.C., Cálcis, Grécia
Nacionalidade: Grego
Educação: Academia de Platão (367 a.C.–347 a.C.)

"Jean Baptiste Lamarck é considerado o pai da teoria evolucionista da ciência moderna. Ele defendia a ideia de que a evolução resultava dos efeitos ambientais sobre os organismos e do uso e desuso das estruturas. Faltavam evidências para tal teoria e ela foi rejeitada pelos cientistas da época."


Mais imagens
Jean-Baptiste de Lamarck
Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck foi um naturalista francês que desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos, uma teoria da evolução agora desacreditada. Lamarck personificou as ideias pré-darwinistas sobre a evolução. Wikipédia

Nascimento: 1 de agosto de 1744, Bazentin, França
Falecimento: 18 de dezembro de 1829, Paris, França
Nacionalidade: Francês
Influenciou: Charles Darwin, Charles Lyell, Étienne Geoffroy Saint-Hilaire, Johann Friedrich Meckel, o Jovem
Filiação: Marie-Françoise de Fontaines de Chuignolles, Philippe Jacques de Monet de La Marck.

"Erasmo Darwin, avô de Charles Darwin, foi um famoso evolucionista, cujas obras sobre o assunto foram traduzidas para diversas línguas. Algumas ideias suas eram parecidas com as de seu neto."

Erasmus Darwin
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Erasmus Darwin, por Joseph Wright of Derby (1792).

Erasmus Darwin (12 de Dezembro de 1731 – 18 de Abril de 1802) foi um médico inglês que escreveu, além de poesia, uma extensa obra de carácter científico sobre temas de medicina e botânica. Viveu em Lichfield e em Derby, Inglaterra. Foi um dos fundadores da Sociedade Lunar (Lunar Society). Era membro da família Darwin, sendo o avô paterno de Charles Darwin e avô materno de Francis Galton.
Foi educado na Grammar School de Chesterfield e depois no St John's College (Cambridge).
Sua obra de destaque, Zoonomia, de 1792, abordava aspectos acerca da evolução - a transmutação das espécies - tendo antecipado os mecanismos de seleção, sendo grandemente admirada mais tarde por seus netos, Charles Darwin e Francis Galton.
"Charles Darwin propôs a teoria da "seleção natural", a qual Herbert Spencer chamou de "sobrevivência dos mais aptos". As criaturas melhor equipadas para o meio ambiente no qual estavam vivendo resistiriam melhor e se reproduziriam mais do que aquelas que não se adaptavam tão bem. Postulou que, conforme surgiam as "variações naturais" (?) algumas das novas formas ficavam ainda melhor adaptadas e se "transformavam" nos tipos predominantes. Pela continuação desse tipo de processo, todas as formas de vida encontradas na terra deveriam ter evoluído. Darwin a combinou com a teoria de Lamarck."

Herbert Spencer
Filósofo
Herbert Spencer foi um filósofo inglês e um dos representantes do liberalismo clássico. Spencer foi um profundo admirador da obra de Charles Darwin. Wikipédia

Nascimento: 27 de abril de 1820, Derby, Reino Unido
Falecimento: 8 de dezembro de 1903, Brighton, Reino Unido
Filiação: William George Spencer
Influências: Auguste Comte, Charles Darwin, John Stuart Mill, mais
Avós: Catherine Taylor, Matthew Spencer.



O Enfoque de ROBERT FOLEY
"Os humanos antes da humanidade"


Professor
Robert Foley
FBA
"Fellow of the British Academy"

Foley in 2011
Born
NASCIMENTO
Robert Andrew Foley
18 March 1953 (age 62)
Sussex, England
Nationality
NACIONALIDADE
British
Fields
ESPECIALIZAÇÃO
Biological anthropology
Prehistoric archaeology
Institutions
INSTITUIÇÕES

University of Durham
University of Cambridge
Alma mater
FORMAÇÃO

Peterhouse, Cambridge
Thesis
TESE
 (1980)
Notable awards
PRÊMIOS

Fellow of the British Academy(2007)

 Resenhas
O livro fornece importantes informações e dados (?) sobre a existência de antepassados humanos, como os Australopitecos, o Homo Erectus e o homem de Neanderthal. São discutidas questões filosóficas (NÃO CIENTÍFICAS!) acerca das teorias de Charles Darwin, da ecologia, que embasa a biologia, a evolução humana e sobre a singularidade humana relacionadas ao nosso comportamento, como a inteligência, a cultura, o comportamento social e a linguagem.
Livro: Os humanos antes da humanidade
Autor(es): Robert Foley
Editora: Editora Unesp
Ano: 2003
N.º Páginas: 294
"Os humanos antes da humanidade: uma perspectiva evolucionista" é uma leitura de interesse para antropólogos, biólogos, arqueólogos e todos aqueles que se interessam pelo passado da espécie humana, este livro busca entender (E NÃO APRESENTAR PROVAS CIENTÍFICAS!) porque evoluímos e como mecanismos muito comuns (QUE NÃO SÃO ACEITOS PELOS BIOQUÍMICOS) atingiram um resultado tão expressivo como a nossa espécie. 

Vinculado ao Grupo de Pesquisas Biológicas sobre Evolução Humana da Universidade de Cambridge, Robert Foley recria o mundo perdido dos nossos antepassados (RECRIA DO MODO QUE ELE ACHA QUE FOI) que viveram e floresceram há um milhão de anos. Investiga também como, quando e onde as primeiras espécies humanas apareceram e se tornaram dominantes. 

O autor acredita que evoluímos graças a determinadas circunstâncias específicas no tempo e no espaço. Nesse sentido, Foley analisa a vida cotidiana das primeiras populações de macacos antropóides confrontadas com problemas sociais e ecológicos muito específicos. 
NOTA: Os macacos antropoides, que não têm rabo, são os animais mais semelhantes ao ser humano. "Antropoide" significa "que se parece com um homem". Algumas classificações incluem o próprio homem no grupo dos antropoides. Homens e macacos antropoides pertencem ao grupo de animais que os cientistas chamam primatas. As demais espécies de macacos também são primatas, mas os antropoides são diferentes deles em muitos pontos. Por exemplo, os antropoides têm um cérebro mais complexo. As outras espécies de macacos têm rabo; os antropoides, não.


A obra estabelece vínculos entre generalidades da teoria evolucionista e da biologia com especificidades de épocas e lugares onde a nossa evolução ocorreu de fato (?). A interação entre essas variáveis é, para o autor, a chave para a explicação da nossa evolução e para a percepção do lugar da espécie humana na natureza.
VAMOS OFERECER AOS LEITORES UMA SINOPSE DO TRABALHO ACADÊMICO QUE RESUME O LIVRO DE FOLEY, COM NOTAS NOSSAS:

"Resenha Crítica de 'Os Humanos antes da Humanidade, uma perspectiva evolucionista'.
Descrição
Resenha Crítica
Arquivo enviado por Matheus Mamede para PRÉ-HISTÓRIA na UFPE
Pré-visualização
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CURSO DE HISTÓRIA. PRÉ-HISTÓRIA PROFESSORA: ANA CATARINA PEREGRINO TORRES RAMOS ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
"OS HUMANOS ANTES DA HUMANIDADE: UMA PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA" - Recife 2013.
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz

"OS HUMANOS ANTES DA HUMANIDADE: UMA PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA" - Resenha crítica apresentada como atividade complementar Para a disciplina de Pré-História, pelo Curso de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada pela professora doutora Ana Catarina Ramos. Recife, 2013.

"A EVOLUÇÃO HUMANA FOI PROGRESSIVA?" FOLEY, Robert. "Os Humanos Antes da Humanidade: Uma Perspectiva evolucionista". São Paulo: Ed. UNESP, 2003.
Este capítulo, que tem por autor o reconhecido pesquisador e professor doutor em Evolução Humana, Robert Foley, expande os conhecimentos acerca dos padrões e divergências da evolução humana, buscando tanto aplicar, como confrontar teorias em busca de um consenso (QUE NÃO FOI ATINGIDO ATÉ AGORA), tudo em prol de elucidar tais conceitos tanto para a população quanto para o meio científico.
O capítulo "A evolução humana foi progressiva?" descreve por completo a ideia contida em seu título: é uma abordagem direta e especifica dos conceitos (E NÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS) que foram aplicados no meio cientifico durante séculos, foram conceitos que andaram lado a lado com as magnificas descobertas arqueológicas (VAMOS INVESTIGAR TAIS PROVAS ARQUEOLÓGICAS...) que acabaram por embasar diversas teorias fundamentais (DE ACORDO COM ALGUNS CIENTISTAS, SÃO MERAS HIPÓTESES) para a compreensão da evolução do homem. Repito: conceitos que acabaram por embasar teorias fundamentais para a compreensão da evolução do homem.

Todos esses conceitos e teorias são abordados ao longo de suas vinte e oito páginas que são divididas em: "O Padrão da Evolução dos Hominídeos; Hominídeos Demais; A Escada Evolucionária e a Falácia do Progresso; As Radiações Hominídeas; Repensando a Singularidade."

O conceito de uniformidade é levado com extrema importância para os estudos acerca da evolução do (homem, esses estudos comprovam que os fósseis mais antigos encontrados são datados de cinco milhões de anos, e teorias comprovam certa uniformidade até três milhões de anos atrás. (Os métodos modernos de cálculo do tempo são feitos pela degeneração radioativa. O mais conhecido dos métodos radioativos de se determinar a idade das coisas é o do "carbono 14". Julgou-se, inicialmente que este método seria exato para fatos de 50.000 ou mesmo 60.000 anos atrás, porém sua exatidão não passa dos 5.000 anos! Testando-se o tecido de um animal vivo, o resultado foi que ele teria morrido há 3.000 anos atrás... – opus citada do dr. davidheiser).
segundo os estudos, todos eram da mesma espécie do "Australopithecus Afarensis". Esse padrão com poucas variações entre os achados acabou por caracterizar os Australopithecus, em comparação ao homem moderno, ele é o hominídeo achado mais próximo ao macaco, e nesse ponto de uniformidade, é que começam os problemas.
NOTA : Em 1925 foi encontrado o primeiro exemplar de uma série de "homens macacos" sul-africanos, os "Australopitecines". Durante algum tempo, desavenças envolvendo ciúmes profissionais inibiram as discussões científicas, mas diz-se que os Australopitecines podiam andar eretos por um extenso período de tempo. Alguns apresentavam uma crista no alto do crânio, que alguns cientistas disseram não ser compatível com o HOMO. Disseram outros que ele fabricava instrumentos, enquanto muitos afirmava que os instrumentos encontrados próximos foram usados sobre eles...Havia o problema de saber-se há quanto tempo atrás existiram, pois alguns cientistas declararam serem recentes demais para que possam ter evoluído para o homem. Quando o dr. L. S. B. Leakey encontrou os restos de uma forma denominada por ele de "Zinjantropus", disse ser um homem primitivo, e como tal foi restaurado. Agora, contudo, foi reconhecido como um "Australopitecine". Leakey também encontrou uma outra forma humana, o "Homo Habilis", o qual, segundo muitos evolucionistas, é também um "Australopitecine").

NOTÍCIA IMPORTANTE:

"Parentes de 1,977 milhão de anos
Espécie de hominídeo descoberta na África do Sul é mais antiga do que se estimava. Segundo estudo publicado na 'Science', o 'Australopithecus sediba' viveu antes de qualquer indivíduo do gênero 'Homo' conhecido até hoje.
Por: Célio Yano
Publicado em 08/09/2011 


A geóloga Robyn Pickering com amostra da rocha que permitiu a datação dos fósseis de 'Australopithecus sediba'. Os ossos foram encontrados em uma caverna da África do Sul em 2008. (foto: Warrick Joe)

Os dois fósseis da espécie "Australopithecus Sediba", apresentada no ano passado como possível ancestral do homem, são mais antigos do que se pensava. Ambos têm 1,977 milhão de anos, com margem de erro de dois mil para mais ou para menos. A estimativa anterior sugeria entre 1,95 milhão e 1,78 milhão de anos. Os paleontólogos pedem cautela aos ansiosos por saber de onde viemos: nada disso garante que o "Australopitecus Sediba" seja ancestral direto do homem.


Esse hominídeo primitivo viveu na mesma época em que as primeiras espécies do gênero Homo surgiram.
"Parte do problema é que os registros fósseis de Homo Habilis e Homo Rudolfensis são incompletos", explica à CH On-line o paleoantropólogo Darryl de Ruiter, um dos autores do trabalho e integrante da equipe que descreveu os fósseis de A. sediba. "Embora tenhamos crânios e dentes dessas duas espécies do gênero Homo, sabemos muito pouco sobre seus esqueletos, o que torna difícil a comparação com os ossos de A. sediba."
Ruiter lidera um grupo na Universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, que está TRABALHANDO na comparação entre crânios e dentes de todas essas espécies. "Esperamos ter uma resposta mais detalhada [sobre a linha evolutiva do homem] em breve."
Mesmo com a denominação comum para todos os achados de "Australopithecus afarensis", são encontradas variações que para muitos estudiosos como Brigette Senud deveriam caracterizar a formação de outra espécie, recentemente, com outros achados de hominídeos, essa contestação ganhou mais força, pois fica claro que a partir dos três milhões de anos foi encontrada uma ampla gama de diversificação das espécies. Entre esses novos achados de hominídeos podemos citar os que possuem certa semelhança com o Australopithecus afarensis e os que diferem em alguns quesitos, e uma interseção entre esses achados são os locais, que podem variar entre a África do Sul e a África Oriental. Com o estudo mais aprofundado da evolução dos Australopithecus, é verificada outra gama de divisões, entre elas: o "Australopitecinos robustus". Com o estudo do tamanho do cérebro desse achado, diferenças caracterizadas posteriormente seriam atribuídas como evoluções, e é nesse ponto que surgem os primeiros representantes do gênero Homo, o Homo Habilis. Com o achado do Homo Habilis, outro ponto foi posto no jogo "Em qual espaço ele se encaixaria no elo da evolução humana?" E isso gerou diversas polêmicas antes da atribuição de "espécie" para esses achados, além do Homo Habilis, achados também caracterizariam o Homo Rudolfensis. Todos esses achados e debates mostraram um fato de extrema importância no delinear da história do estudo da evolução humana, pois, mostram que os hominídeos possuíram diversas ramificações e houve severas distinções entre as espécies na evolução. O certo é que a partir de cerca de 1,6 milhões de anos, o estudo teve maior facilidade, pois, houve uma estagnação nas espécies, que se mantiveram em torno de cinco ou seis, e quando o estudo se restringe a um milhão de anos atrás, essa quantidade foi sendo muito reduzida, e foi notada uma grande extinção das espécies.
Teorias dizem que o único representante dos hominídeos da época foi o Homo Erectus, que também foi dividido como Homo Ergastus (Homo erectus primitivo).
Com isso a evolução é caracterizada pelo que foi acumulado e o que foi perdido entre as espécies. E o estudo das características tanto perdidas quanto acumuladas é o que define a formação de novos ramos e divisões no estudo da evolução humana. Ao longo dos estudos, foram verificados diversos tipos de padrões entre os hominídeos no Pleistoceno, e os locais de achados variam entre a África e Ásia; todos os achados sugerem que a evolução que ocorreu tardiamente consistia no padrão das diferenças. Foi o padrão das "diferenças" entre as espécies que marcou a etapa inicial do processo de evolução, e, com isso, teorias apontam para que o processo de evolução hominida tivesse ocorrido em mais de uma linha evolutiva, e já é muito provável a admissão de que havia grupos diferentes, e cada um deve ter tomado o seu próprio rumo evolutivo.
No campo do registro da quantidade de espécies, podemos usar os fosseis como prova principal para comprovação e caracterização de uma nova espécie, para os hominídeos essa caracterização consiste em dois gêneros bem distintos: os "Australopithecus" e os "Homo", e com os estudos é verificado que esses gêneros possuíam diversas variações, por exemplo, os Australopithecus consistiam de quatro espécies distintas entre si. Mesmo levando em conta a diversidade dos hominídeos existe uma variação entre o número aceitável de espécies, que vai de oito até dezessete, e essa variação ocorre pelas técnicas usadas para diferir uma variação e outra, e com isso criar uma nova espécie, e é nesse ponto que o fóssil também entra como prioridade para caracterizar e fundamentar essa decisão.
Todos esses pontos acerca do registro das espécies no meio científico mostram que é de muita importância o constante remembramento das linhas que compõem a evolução humana: é um estudo que sempre terá que ser feito para construir uma base da evolução humana. Com a diversidade dos hominídeos, o estudo da evolução também se caracterizou pela criação de uma progressão, onde os últimos achados seriam representantes de classes mais evoluídas do que as anteriores, com isso, o ser humano foi posto num patamar de superioridade em relação a todas as espécies anteriormente estudadas, e esse padrão da progressão também se caracteriza pelo registro dos fósseis, e o uso desse registro muitas vezes foi falho no uso dos acadêmicos no meio científico, pois estes insistiram no uso de uma hierarquização, seja pelo tamanho do cérebro, ou pela localidade em que o achado foi encontrado, e essa hierarquização reflete um preconceito em relação à evolução de diversos grupos, pois reduz tudo à superioridade humana, e deixa para trás uma grande linha de estudo onde se encontraram características fundamentais ao estudo do hominídeo e de suas condições de vida na ampla via de distribuições anteriormente datadas por pesquisas significativas.
Várias formas de se retratar o estudo acerca da evolução dos hominídeos foram usadas ao longo da história, com toda certeza a mais antiga e diversamente introduzida foi a que tratava a evolução como estágios (são os "saltos"), certos números de passos que seriam dados para chegar ao último ponto da evolução.
NOTA – Charles Dawin reconheceu as "lacunas" no registro dos fósseis e percebeu que havia muitos elos ausentes, mas ele acreditava que essas formas que faltavam seriam encontradas. Algumas delas foram supostamente encontradas, porém, há muitas dúvidas – como no caso do Australopitecos – e a maior parte das "lacunas" entre os diferentes tipos de plantas e animais continuam tão evidentes quanto o eram no tempo de Darwin. Isso é particularmente embaraçoso para os evolucionistas, pois muitos fósseis foram reunidos nesse intervalo de tempo. Os especialistas neste setor expressaram sua convicção de que as "lacunas" existem e, em vez de continuarem procurando os elos perdidos, estão tentando explicar porque ele foram perdidos (opus citada do Dr. Davidheiser).
Com isso foram feitos diversos mapeamentos a partir do surgimento de novas características, essas características que foram denominadas de "traços" influíram totalmente nas tendências evolucionárias. Podemos citar entre elas o bipedalismo, o aparecimento de novas especificações dentárias e no caso das espécies do gênero Homo o significativo aumento do cérebro.

NOTA – "Mas também aqui há um significativo embaraço, pois o cérebro do mais evoluído macaco pesa 273 kg., enquanto o cérebro do ser humano médio pesa 1.200 kg. A média para os humanos mais evoluídos é de 1.400 kg.)
Primatas:
Humano (Homo sapiens): 1,176 kg
Chipanzé (Pan troglodytes): 273 g
Babuíno (Papio cynocephalus): 151 g
Mandril (Mandrillus sphinx): 123 g
Macaco (Macaca tonkeana): 110 g

O cérebro humano é incrível, e, com certeza, o que mais nos diferencia dos outros animais. Mas não é o maior cérebro do reino animal; animais maiores, como baleias e elefantes, têm cérebros maiores (a baleia- azul, com seus 10 kg de cérebro, tem o maior do reino animal).
Porém, o cérebro humano é muito grande quando comparado com o tamanho do nosso corpo. O cérebro humano pesa, em média, 1,5 kg. Em um homem de 80 kg, é quase 2% do seu peso corporal. Já a baleia-azul, com suas 200 toneladas, tem um cérebro que ocupa apenas 0,005% de seu corpo.
Mas proporção também não é tudo. Se inteligência dependesse só disso, estaríamos empatados com os ratos, que também têm um cérebro que ocupa 2% de espaço no corpo.
A chave é a complexidade desse órgão.
Se pudesse ser esticado, o cérebro humano seria o maior entre os de todas as espécies. Pois, na realidade, a sua superfície cor de chumbo, o córtex, esconde nas reentrâncias nada menos de 9 décimos de sua área. E, em matéria de cérebro, ter uma vasta superfície vale muito mais do que a víscera pesa - afinal, seu quase 1,3 quilo ( 1,350 nos homens e 1,100 nas mulheres) é metade de um cérebro de baleia colocado na balança. A importância do córtex se deve ao fato de sediar a maior parte dos neurônios, as células nervosas que deixam fluir as idéias. Tais células foram observadas pela primeira vez em 1873 pelo fisiologista italiano Camillo Golgi (1843-1926)."


Outra maneira de retratar a evolução dos hominídeos foi a filogenética, que é a reconstrução das relações entre as evoluções. Existem dois modos de ver os hominídeos pela filogenia, a)uma que considera o "Homo erectus" um grande ponto de evolução gradual que caracterizaria todos os hominídeos, e entraria no período de um milhão e meio de anos atrás, com isso definindo o Homo sapiens como um ramo que também teria uma grande variação. Podemos dizer que as reconstruções propiciadas pela filogenética, melhoraram a visão dos estudos em torno das ocorrências evolucionárias na natureza do homem, e é apenas a filogenética que traz esse detalhamento direto entre as evoluções.
B)Ainda há outra maneira de ver essas evoluções, que é a de que traz a ideia de que a evolução se relaciona com o ponto de que havia diversos hominídeos cronologicamente sobrepostos.
(QUAL DAS DUAS VOCÊ ESCOLHERIA?)

A evolução dos hominídeos vem de todo o florescimento das espécies, e todo esse florescimento remete ao pensamento de que não se sabia ao certo quem sobreviveria e daria continuidade a sua espécie, ou que espécie estaria fadada à extinção, e isso caracteriza, indiscutivelmente, os pilares que definem toda a importância acerca dos estudos da evolução das espécies.
Para concluir podemos citar a evolução como um processo, um meio que englobou diversas transformações graduais ao longo do tempo, e ao longo desse processo diversos grupos, linhagens e seres formaram uma linha de evolução que causou diversas e fascinantes perguntas acerca de como chegamos a esse ponto, de onde surgimos, e quem são os nossos antepassados, e é neste contexto que se conclui o capítulo dessa grande obra de Robert Foley.
Este é um capítulo amplamente recomendado para todos os estudantes que se interessam por pesquisas relacionadas ao estudo da evolução humana, especialmente para os que se interessam pelas recentes descobertas da área evolutiva que se baseia em prol de uma construção do campo de evolução que beneficiaria diretamente diversos campos da ciência, o capítulo demonstra que a evolução do homem traz diversas teorias acerca dos conhecimentos que já foram abordados por grandes cientistas, e é essencial o entendimento das colocações do autor para a academia científica e para todo mundo.
Robert Foley é pesquisador e professor, doutor em Evolução Humana na Universidade de Cambridge.
Algumas de suas obras mais conhecidas são: "Principles of Human Evolution" (2003) e "Adaptive Radiations and Dispersals in Hominin Evolutionary Ecology" (2001).
É um autor reconhecido mundialmente, pois, suas obras possuem um enfoque direto na evolução humana e nos meios que nos levaram a chegar a esse ponto evolutivo.

(Fim da dissertação).

A EVOLUÇÃO NA VISÃO DE ROBERT FOLEY E NA DE MICHAEL BEHE. Segunda Parte.

ACADEMIA MAÇÔNICA DE ALTOS ESTUDOS

A TEORIA DA EVOLUÇÃO NA VISÃO DE MICHAEL BEHE (NEODARWINISMO)



Os evolucionistas popularizaram este quadro. Todos passaram a acreditar que isto aconteceu: dos símios (pithecus) ao homem (antropos). Será isto verdade?
Há uns 4 anos atrás, um bioquímico chamado Michael Behe fez circular um abaixo-assinado na Internet, pedindo a todos que não concordassem com isto e que tivessem um Phd. em qualquer área do conhecimento humano, que validassem sua declaração de que
A TEORIA DA EVOLUÇÃO NÃO TEM BASE CIENTÍFICA!!!

E assim, este quadro aí acima não corresponderia à verdade.
QUEM É MICHAEL BEHE?
Seu polêmico livro:
A Caixa-Preta de Darwin
Livro por Michael Behe
A Caixa Preta de Darwin é um livro de Michael Behe, bioquímico e professor na Universidade de Lehigh. (Wikipédia).
Data da primeira publicação: setembro de 1996
Autor: Michael Behe

Contesta a Teoria da Evolução como sendo científica: é uma construção que não seguiu as exigências da metodologia científica, diz.

quarta-feira, abril 30, 2008
A Caixa-Preta de Darwin
"O desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução". Esse é o subtítulo de um livro publicado pelo professor de bioquímica da Universidade Lehigh (Pensilvânia, EUA), Michael Behe: A Caixa Preta de Darwin(Jorge Zahar Editor, 1997). Nele, o autor desafia a teoria da evolução com o que chama de sistemas de complexidade irredutível.

Usando como exemplo desses sistemas a visão, a coagulação do sangue, o transporte celular e a célula, Behe demonstra convincentemente que o mundo bioquímico forma um arsenal de máquinas químicas, constituídas de peças finamente calibradas e interdependentes. Para que a teoria da evolução fosse verdade, deveria ter havido uma série de mutações, todas e cada uma delas produzindo sua própria maquinaria, o que resultaria na complexidade atual.

Mesmo não sendo um criacionista, o professor Michael Behe argumenta que as máquinas biológicas têm que ter sido planejadas – seja por Deus ou por alguma outra inteligência superior.

Para ilustrar suas idéias, ele usa a analogia da ratoeira: "Suponhamos, por exemplo, que queremos fabricar uma ratoeira. Na garagem, podemos ter uma tábua de madeira velha (para a plataforma ou base), a mola de um velho relógio de corda, uma peça de metal (para servir como martelo) na forma de uma alavanca, uma agulha de cerzir para segurar a barra, e uma tampinha metálica de garrafa, que julgamos poder usar como trava. Essas peças, no entanto, não poderiam formar uma ratoeira funcional sem modificações excessivas e, enquanto elas estivessem sendo feitas, as partes não poderiam funcionar como ratoeira. Suas funções anteriores as teriam tornado impróprias para quase qualquer novo papel como parte de um sistema complexo."

O autor complica ainda mais as coisas para o darwinismo ao perguntar: como se desenvolveu o centro de reação fotossintético? Como começou o transporte intramolecular? De que modo começou a biossíntese do colesterol? Como foi que a retina passou a fazer parte da visão? De que maneira se desenvolveram as vias de sinalização da fosfoproteína?

"O simples fato de que nenhum desses problemas jamais foi tratado, para não dizer solucionado", conclui Behe, "constitui uma indicação muito forte de que o darwinismo é um marco de referência inadequado para compreendermos a origem de sistemas bioquímicos complexos".

Quando o livro Origem das Espécies foi publicado, no século passado, os pesquisadores não imaginavam a enorme complexidade dos sistemas bioquímicos. Esse campo foi aberto em nosso século, quando Watson e Crick descobriram a forma de hélice dupla do ADN (ácido desoxirribonucléico), revelando os segredos da célula. Com isso, os bioquímicos vislumbraram um mundo de cuja complexidade Darwin nem sequer suspeitava.

O lado mais infeliz disso tudo, diz Behe, é o fato de que "numerosos estudantes aprendem em seus livros a ver o mundo através de uma lente evolucionista", mas "não aprendem como a evolução darwiniana poderia ter produzido qualquer um dos sistemas bioquímicos notavelmente complicados que tais textos descrevem".
A raiz do preconceito de alguns para com a religião remonta ao século 19, quando o clima do racionalismo e do materialismo acabou implantando uma nova ordem social. As pessoas estavam saturadas de tradicionalismo. Naquele momento, só lhes interessavam novidades, não importando seu fundamento. Assim, o pensamento evolucionista acabou se infiltrando nas demais ciências, e vem sendo amplamente difundido nas escolas e nos meios de comunicação.

Segundo Michael Behe, "a compreensão resultante de que a vida foi planejada por uma inteligência é um choque para nós no século 20, que nos acostumamos a pensar nela como resultado de leis naturais simples". Porém, ele lembra que outros séculos "também tiveram seus choques, e não há razão para pensar que deveríamos escapar deles". É tempo de abrir a caixa-preta de Darwin.

Michelson Borges

Evidência de planejamento inteligente - um resumo de "A caixa preta de Darwin"
[N. da R. o título original deste texto é "Evidence for Intelligent Design from Biochemistry", e se trata da transcrição de uma palestra dada pelo autor no Discovery Institute, em 1996. O subtítulo é de nossa autoria. Em muitas passagens — mas não em todas — onde o autor reproduzia textualmente passagens de "A Caixa Preta de Darwin", reproduzimos nós os trechos correspondentes da tradução brasileira, de Ruy Jungmann (A Caixa Preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1997). Omitimos na tradução a seção dedicada ao problema da coagulação do sangue para não afugentar leitores não habituados com a literatura científica.]
 
Uma série de olhos
 
Como nós vemos? No século XIX, a anatomia do olho era conhecida detalhadamente, e suas características assombravam todos que estivessem familiarizados com ela. Os cientistas da época observaram corretamente que, se uma pessoa fosse tão infortunada a ponto de lhe faltar uma das numerosas partes do olho, tal como a lente, a íris ou os músculos oculares, o resultado inevitável seria uma grave perda da visão ou completa cegueira. Assim, concluía-se que o olho apenas poderia funcionar se estivesse quase intacto.
 
Charles Darwin também estava bem informado sobre o olho. Em A Origem das Espécies, Darwin lidou com muitas objeções à sua teoria da evolução pela seleção natural, e discutiu o problema do olho em uma seção do livro apropriadamente intitulada "órgãos de extrema perfeição e complexidade". De algum modo, para que a evolução fosse crível, Darwin tinha de convencer o público que órgãos complexos poderiam ser formados gradualmente, em um processo de tipo passo-a-passo.
 
Ele o conseguiu de forma brilhante. Inteligentemente, Darwin não tentou descobrir o caminho real que a evolução pudesse ter tomado para formar o olho. Ao invés, ele apontou animais modernos com diferentes tipos de olhos, abrangendo do simples ao complexo, e sugeriu que a evolução do olho humano poderia ter envolvido órgãos similares como intermediários.
 
Eis aqui uma paráfrase do argumento de Darwin: embora os seres humanos tenham olhos complexos do tipo-câmera, muitos animais sobrevivem com menos. Algumas criaturas minúsculas possuem apenas um grupo simples de células pigmentadas, ou pouco mais que um ponto sensível à luz. Mal se pode dizer, deste simples arranjo, que confere a visão, mas ele serve para perceber luz e escuridão, e assim atende as necessidades das criaturas. O órgão sensível à luz de algumas estrelas-do-mar, por exemplo, é algo mais sofisticado. Seu olho se situa em uma região rebaixada, o que permite ao animal perceber de que direção lhe chega a luz, uma vez que a curvatura do rebaixamento bloqueia a luminosidade em algumas direções. Se a curvatura se tornar mais pronunciada, o senso de direção do olho melhora. Mas a maior curvatura reduz a quantidade de luz que chega ao olho, reduzindo sua sensibilidade. A sensibilidade pode ser aumentada pela colocação de material gelatinoso na cavidade para servir de lente. Alguns animais modernos têm olhos com tais lentes grosseiras. Melhorias gradativas na lente poderiam, então, prover uma imagem de crescente acuidade, conforme o determinado pelas necessidades do ambiente do animal.
 
Utilizando uma argumentação como esta, Darwin convenceu muitos de seus leitores de que existia uma trilha evolucionária do mais simples órgão de sensibilidade à luz ao sofisticado olho-câmera do homem. Mas a questão continua: Como começou a visão? Darwin persuadiu boa parte do mundo de que o olho moderno evoluiu gradualmente de uma estrutura mais simples, mas sequer tentou explicar de onde surgiu esse ponto de partida — o simples ponto sensível à luz. Ao contrário, Darwin dispensou a questão da origem última do olho.
 
Como um nervo vem a ser sensível à luz é uma questão que pouco mais nos interessa do que a de como se originou a própria vida. Darwin tinha uma excelente razão para recusar a questão: ela ultrapassava completamente a ciência do século dezenove. O funcionamento do olho; ou seja, o que acontece quando um fóton de luz atinge a retina, simplesmente não se podia responder na época. Com efeito, nenhuma questão sobre os mecanismos fundamentais da vida poderia ser respondida. Como os músculos dos animais causam o movimento? Como funciona a fotossíntese? Como se extrai energia dos alimentos? Como o corpo combate as infecções? Ninguém sabia.
 
Para Darwin, a visão era uma caixa preta, mas hoje, após o árduo trabalho cumulativo de muitos bioquímicos, nós estamos nos aproximando das respostas à questão da visão. Eis aqui um breve panorama da bioquímica da visão:
 
[N. da R. a explicação seguinte, profusa em termos técnicos, é aqui oferecida como ilustração. O leitor que assim preferir poderá saltar os três parágrafos seguintes sem prejuízo para a compreensão do argumento do autor. O mesmo vale para o exemplo do cílio, dado mais adiante]
 
Quando a luz atinge a retina, um fóton interage com uma molécula chamada 11-cis-retinal, que se rearranja em picosegundos e se transforma em transretinal. A mudança na forma da molécula retinal força uma mudança na forma da proteína rodopsina, à qual a retinal está fortemente ligada. A metamorfose da proteína altera seu comportamento, fazendo-a aderir a uma outra proteína chamada transducina. Antes de se deparar com a metarrodopsina II, a transducina liga-se fortemente com uma pequena molécula chamada GDP. Mas, quando a transducina interage com a metarrodopsina II, o GDP se despreende e uma molécula chamada GTP cola-se à transducina. (A GTP mantém uma estreita ligação com a GDP, mas é criticamente diferente dela).
 
A GTP-transducina-metarrodopsina II liga-se agora a uma proteína chamada fosfodiesterase, localizada na membrana interna da célula. Quando ligada à metarrodopsina II e a seu grupo, a fosfodiesterase adquire a capacidade química de "cortar" uma molécula chamada cGMP (um elemento químico aparentado a ambas GDP e GTP). Inicialmente, há grande número de moléculas cGMP na célula, mas a fosfodiesterase reduz sua concentração, como a tampa puxada de um ralo diminui o nível de água em uma banheira.
 
Outra membrana da proteína que se liga à cGMP é denominada de canal iônico. Ela funciona como um portão que regula o número de íons de sódio na célula. Normalmente, o canal permite que íons de sódio entrem na célula, enquanto uma proteína separada os bombeia ativamente para fora. A ação dupla do canal iônico e da bomba mantém o nível de íons de sódio na célula dentro de uma faixa estreita. Quando o volume de cGMP é reduzido devido à divisão efetuada pela fosfodiesterase, o canal iônico se fecha, fazendo com que seja reduzida a concentração celular de íons de sódio positivamente carregados. Esse fato ocasiona um desequilíbrio de carga de um lado a outro da membrana da célula que, enfim, faz com que uma corrente seja transmitida pelo nervo óptico até o cérebro. O resultado, quando interpretado pelo cérebro, é a visão.
 
A explicação acima é apenas uma visão muito superficial da bioquímica da visão. Em última análise, no entanto, é isto o que significa "explicar" a visão. Este é o nível de explicação que a ciência biológica tem de ambicionar. Para compreender verdadeiramente uma função, deve-se entender em detalhe cada passo relevante no processo. Os passos relevantes no processo biológico ocorrem, em última análise, no nível molecular. Assim, uma explicação satisfatória de um fenômeno biológico, tal como a visão, a digestão ou a imunidade, tem de incluir sua explicação molecular.
 
Agora que a caixa preta da visão foi aberta, não é mais suficiente para uma "explicação evolucionista" de tal magnitude considerar apenas as estruturas anatômicas de olhos inteiros, como o fez Darwin no século XIX, e como os divulgadores da evolução continuam a fazer hoje em dia1. Cada um dos passos e estruturas anatômicas que Darwin julgava tão simples, envolvem, na verdade, processos bioquímicos de espantosa complexidade, que não podem ser ocultados com retórica. Os simples passos de Darwin se revelaram saltos enormes entre máquinas cuidadosamente construídas. A bioquímica, assim, lança um desafio liliputiano a Darwin. A caixa preta das células se abriu, e o mundo liliputiano que se revela com assombrosa complexidade, precisa ser explicado.
 
A Complexidade Irredutível
 
Como poderemos decidir se a teoria de Darwin pode explicar a complexidade da vida molecular? O próprio Darwin estabeleceu o critério. Segundo ele:
 
"Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não pudesse em absoluto ter sido formado por modificações numerosas, sucessivas e ligeiras, minha teoria cairia por completo. Mas
Pergunta: que tipo de sistema biológico poderia não ter sido formado por modificações numerosas, sucessivas e ligeiras?" [Darwin, C. (1872), Origin of Species, 6a. ed. (1988), New York University Press, Nova York, pag. 154.]
 
Resposta :Ora, para começar, um sistema que seja irredutivelmente complexo. Complexidade irredutível é apenas uma frase pomposa que uso para me referir a um determinado sistema composto de diversas partes que interagem entre si, e no qual a retirada de qualquer uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar.
 
Vejamos um exemplo de complexidade irredutível tirado de nossa experiência do dia-a-dia: a simples ratoeira. As ratoeiras que minha família utiliza consiste de algumas partes: 1.) uma tabula lisa de madeira para servir de base; 2.) um martelo (precursor) de metal, que serve para esmagar o pequeno rato; 3.) uma mola com as extremidades tencionadas para fazer pressão contra a tábua e o martelo quando a armadilha está armada; 4.) uma trava sensível, que dispara quando nela é aplicada leve pressão; e 5.) uma barra de metal ligada à trava e que prende o martelo quando a ratoeira é armada. Contudo, não é possível capturar uns poucos ratos com apenas uma tábua; e ir capturando mais ao lhe acrescentar uma mola; e mais ainda ao lhe acrescentar, enfim, uma trava. Todas as peças da ratoeira têm de estar em seu devido lugar antes de você capturar qualquer rato. A ratoeira, portanto, é irredutivelmente complexa.


 
 
 
Um sistema de complexidade irredutível não pode ser produzido diretamente por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações de um sistema precursor, pois qualquer precursor de um sistema de complexidade irredutível em que falte uma parte, por definição, não funciona. Um sistema biológico de complexidade irredutível, se houver tal coisa, será um poderoso desafio à evolução darwiniana. Uma vez que a seleção natural somente pode escolher sistemas que já estejam em funcionamento, então, se um sistema biológico não pode ser produzido gradualmente, ele terá de surgir como uma unidade integrada, de uma só vez, para que a seleção natural tenha algo para afetar.
 
A demonstração de que um sistema seja irredutivelmente complexo não é prova absoluta da impossibilidade de existir alguma rota gradual para sua produção. Embora um sistema de complexidade irredutível não possa ser produzido diretamente, não se pode excluir totalmente a possibilidade de uma rota indireta e tortuosa. Porém, na medida em que cresce a complexidade de um sistema interativo, a probabilidade de uma tal rota indireta despenca enormemente. E, na medida em que cresce o número de sistemas biológicos com complexidade irredutível não-explicados, nossa confiança de que o critério de fracasso de Darwin foi preenchido cresce ao máximo permitido pela ciência2.
 
O Cílio
 
Existem, contudo, sistemas bioquímicos de complexidade irredutível? Sim, ocorre de muitos existirem. Um bom exemplo é o cílio. Os cílios são estruturas que parecem cabelos na superfície de muitas células de animais e de plantas rasteiras, que são capazes de mover fluido sobre a superfície da célula ou "remar" células isoladas através de um fluido. Em seres humanos, por exemplo, as células revestindo a região respiratória têm, cada qual, cerca de 200 cílios que batem em sincronia para empurrar muco para a garganta a fim de ser eliminado. Qual é a estrutura de um cílio? Um cílio se compõe de um feixe de fibras denominado axonema. Um axonema contém um anel de nove microtúbulos duplos ao redor de um par central de microtúbulos. Cada dupla externa consiste, por sua vez, de um anel de 13 filamentos (subfibra A) fundidos a um conjunto de 10 filamentos (subfibra A). Os filamentos dos microtúbulos se compõe de duas proteínas chamadas de tubulina alfa e beta. Os 11 microtúbulos que formam um axonema se mantém unidos por três tipos de conectores: as subfibras A se unem aos microtúbulos centrais por meio de raios radiais; as duplas externas de microtúbulos adjacentes se unem por meio dos enlaces de uma proteína sumamente elástica chamada nexina; e os microtúbulos centrais estão unidos por uma ponte de enlace. Finalmente, cada subfibra A leva dois braços, um interior, outro exterior, ambos contendo uma proteína chamada dineína.
 
Mas como trabalha um cílio? Os experimentos têm indicado que o movimento ciliar é resultado da andadura quimicamente induzida dos braços de dineína sobre um microtúbulo da subfibra B de um segundo microtúbulo, de modo que os dois microtúbulos se deslizem respectivamente. Os enlaces cruzados de proteína entre os microtúbulos em um cílio intacto impedem que os microtúbulos colidantes se deslizem um sobre o outro, mas com uma certa distância. Assim, estes enlaces cruzados convertem o movimento de deslizamento induzido pela dineína em um movimento de todo axonema.
 


 
Consideremos agora as implicações disso. Que componentes são necessários para que um Cílio funcione? O movimento ciliar certamente precisa de microtúbulos; caso contrário, não haveria filamentos para deslizar. Além disso, precisa haver um motor, senão os microtúbulos de um cílio permaneceriam rijos e inertes. Além disso, é necessário que haja enlaces para puxar filamentos adjacentes, convertendo o movimento de deslizamento em movimento de curvatura e impedindo que a estrutura desmorone. Todas estas partes são necessárias para executar uma função: o movimento ciliar. Assim como a ratoeira não funciona a não ser que todas as suas partes constituintes estejam presentes, o movimento ciliar simplesmente não existe na ausência de microtúbulos, conectores e motores. Portanto, podemos concluir que o cílio é um sistema de complexidade irredutível; uma enorme chave-inglesa jogada na presumida máquina da evolução gradual darwiniana.
 
A Literatura Profissional
 
Outros exemplos de complexidade irredutível abundam nas células, incluindo aspectos do transporte de proteína, flagelo bacteriano, transporte de elétron, telômeros, fotossíntese, regulação de transcrição e muito mais. Exemplos de complexidade irredutível podem ser encontrados em praticamente qualquer página de um livro de bioquímica. Mas se estas coisas não podem ser explicadas pela evolução darwiniana, como tem a comunidade científica considerado estes fenômenos dos últimos quarenta anos? Um bom lugar para procurar uma resposta a esta questão é o Journal of Molecular Evolution (JME), revista com alto padrão científico, editada por figuras exponenciais no campo, criada especificamente para lidar com o tópico de como ocorre a evolução em nível molecular. Em um número recente da JME, foram publicados onze artigos; todos onze tratavam apenas da comparação de proteínas ou seqüências de DNA. Uma comparação de seqüências é uma comparação de aminoácido por aminoácido de duas proteínas diferentes, ou uma comparação de nucleóide por nucleóide de duas partes distintas de ADN, anotando as posições nas quais elas são idênticas ou similares, e as posições onde não o são.
 
Embora seja útil para determinar possíveis linhas de descendência, o que é uma questão interessante por si só, a comparação de seqüências não pode demonstrar como um complexo sistema bioquímico veio a funcionar, o que é a questão que aqui mais nos interessa. Por modo de analogia, os manuais de instrução para dois modelos diferentes de computadores produzidos pela mesma firma, podem conter palavras, frases e até parágrafos idênticos, sugerindo um ancestral comum (tal um mesmo autor escreveu ambos manuais), mas a comparação das seqüências de letras nos manuais de instrução jamais nos dirão se um computador pode ser produzido passo-a-passo desde uma máquina de escrever.
 
Nenhum dos artigos discutia modelos detalhados de intermediários no desenvolvimento de complexas estruturas biomoleculares. Nos últimos dez anos, a JME publicou mais de mil artigos. Destes, cerca de cem discutiam a síntese química das moléculas, julgada necessária para a origem da vida; cerca de cinqüenta propunham modelos matemáticos para melhorar a análise das seqüências; e cerca de 800 eram análises de seqüências. Não havia um único artigo discutindo modelos detalhados para intermediários no desenvolvimento de complexas estruturas biomoleculares. Isto não é uma peculiaridade da JME. Não se pode encontrar nenhum artigo que discuta modelos detalhados para intermediários no desenvolvimento de complexas estruturas biomoleculares em publicações tais como Proceedings of the National Academy of Science, Nature, Science, Journal of Molecular Biology e, até onde sei, em nenhuma outra revista.
 
"Publique ou pereça" é um provérbio que os membros da comunidade científica levam a sério. Se você não publicar seu trabalho para que o restante da comunidade o avalie, então você não tem nada a fazer nessa comunidade, e, se já não tiver o tempo de serviço que garante a estabilidade, dela será banido. Ora, o provérbio também pode ser aplicado a teorias. Se uma teoria é dita como explicação de algum fenômeno, mas não proporciona nem mesmo uma tentativa de demonstração, ela deve ser banida. A despeito das comparações de seqüências e da construção de modelos matemáticos, a evolução molecular nunca tratou da questão de como estruturas complexas surgiram. Na verdade, a teoria da evolução molecular darwiniana não foi publicada, e portanto deve perecer.
 
O Reconhecimento do Planejamento
 
O que está ocorrendo? Imagine uma sala em que um corpo jaz esmagado, plano como uma panqueca. Uma dúzia de detetives engatinham-se ao redor, procurando com lupas alguma pista que leva a identidade do criminoso. No meio da sala, próximo ao corpo, está um imenso elefante cinza. Enquanto engatinham, os detetives cuidadosamente evitam esbarrar nas pernas no paquiderme, e jamais erguem o olhar para ele. Após algum tempo, os detetives se frustram com sua falta de progresso, mas insistem, e ainda mais atentamente examinam o chão. Ora, os livros dizem que os detetives têm de "encontrar o seu homem", e por isso eles nunca pensam em elefantes.
 
Há um elefante numa sala cheia de cientistas que procuram explicar o surgimento da vida. O elefante se chama "Planejamento Inteligente". Para alguém que não se sente obrigado a restringir sua pesquisa a causas não-inteligentes, a conclusão óbvia é a de que muitos sistemas bioquímicos foram planejados. Eles não foram formados pelas leis da natureza, pelo acaso ou pela necessidade. Ao contrário, eles foram planejados. O planejador sabia como os sistemas seriam quando tivessem sido concluídos, e tomou medidas para torna-los realidade logo em seguida. A vida na terra, em seu nível mais fundamental, em seus componentes mais importantes, é o resultado de uma atividade inteligente.
 
A conclusão da existência de um planejamento inteligente segue-se de modo natural dos próprios dados, não de livros sagrados ou crenças sectárias. A dedução de que os sistemas foram planejados por um agente inteligente é um processo trivial que não requer novos princípios de lógica ou ciência. Ao contrário, decorre simplesmente do trabalho árduo realizado pela bioquímica nos últimos quarenta anos, combinado com o exame da maneira na qual chegamos todos os dias a conclusões sobre a existência de planejamento.
 
O que é um "planejamento"? O planejamento é tão somente o arranjo intencional das partes. A questão científica é: Como podemos verificar a existência de planejamento? Isto se pode fazer de várias maneiras, mas o planejamento pode mais facilmente ser deduzido em objetos mecânicos. Enquanto se caminha em um depósito de sucata, se pode observar porcas e parafusos, pedaços de plástico e vidro, em sua maioria espalhados, alguns empilhados, os demais apoiados uns sobre os outros. Suponhamos que se observe uma pilha que parecia especialmente compacta e, ao se levantar uma barra que se projetava dela, toda a pilha avançou com ela. Ao ser puxada, a barra deslizou suavemente para um lado da pilha e puxou uma corrente presa a ela. A corrente, por sua vez, acionou uma engrenagem que acionou três outras engrenagens que viraram uma barra, girando-a suavemente. Conclui-se de imediato que a pilha não era um acúmulo aleatório de sucata, mas que foi planejada (isto é, foi reunida naquela ordem por um agente inteligente), pois observa que os componentes do sistema interagem com grande especificidade para fazer alguma coisa.
 
Sistemas constituídos inteiramente por componentes naturais também podem manifestar planejamento. Suponhamos, por exemplo, que você está passeando em um bosque em companhia de um amigo. De repente, seu amigo é puxado alto no ar e fica pendurado pelo pé de uma gavinha, que desde de um ramo de árvore. Depois de liberta-lo, você reconstrói a armadilha. Nota que a gavinha estava enrolada em torno do galho, sendo que a extremidade era esticada e presa firmemente ao chão por uma forquilha. A forquilha estava ligada a outra gavinha — escondida pelas folhas — de modo que, quando alguma coisa atingisse a gavinha-gatilho, ela puxasse a forquilha, libertando a gavinha-mola. A extremidade da gavinha formava um laço com um nó corrediço para agarrar alguma coisa e ergue-la bem alto no ar. Embora a armadilha fosse feita apenas de materiais naturais, você concluiria imediatamente quer era produto de planejamento inteligente.
 
Um mundo complicado
 
Uma palavra de precaução. A teoria do planejamento inteligente tem de ser vista em seu contexto: ela não tenta explicar tudo. Vivemos em um mundo complexo onde muitas coisas diferentes podem ocorrer. Ao tentar explicar como várias rochas vieram a ser modeladas da forma em que foram, um geólogo poderá considerar uma diversidade de fatores: chuvas, ventos, movimento de geleiras, atividades de musgos e liquens, ação vulcânica, explosões nucleares, impacto de asteroides, ou a mão de um escultor. A forma de uma rocha pode ser primariamente determinada por um mecanismo, a forma de outra rocha, por outro mecanismo. A possibilidade de um impacto de meteoro não significa que os vulcões devam ser ignorados , e a existência de escultores tampouco quer dizer que muitas rochas não sejam modeladas pelo intemperismo. Da mesma forma, biólogos evolucionistas reconheceram que certo número de fatores pode ter afetado o desenvolvimento da vida: ascendência comum, seleção natural, migrações, tamanho de populações, efeitos de fundador (efeitos que talvez se devam ao número limitado de organismos que iniciam uma nova espécie), deriva gênica (a disseminação de mutações "neutras", não-seletivas), fluxo gênico (a incorporação em uma população de genes de uma população separada), ligação (ocorrência de dois genes no mesmo cromossomo), impulso meiótico (seleção preferencial durante a produção de células sexuais de uma das duas cópias de um gene herdado de um mecanismo parental), transposição (transferência de um gene entre espécies separadas por meios não-sexuais) e muito mais. O fato de que alguns sistemas bioquímicos possam ter sido planejados por um agente inteligente não implica que qualquer um dos outros fatores não seja atuante, comum ou importante.
 
De forma cada vez mais curiosa
 
Assim, ao final desta palestra, chegamos ao que parece a muita gente ser uma estranha conclusão: a vida foi projetada por um agente inteligente. De certa maneira, porém, todo o progresso da ciência nos últimos séculos tem sido uma marcha contínua rumo ao estranho. As pessoas, até a Idade Média, viviam em um mundo natural. A estável terra era o centro de tudo; o sol, a lua, as estrelas giravam interminavelmente para dar luz de dia e de noite; os mesmos animais e plantas eram conhecidos desde a antiguidade. Eram poucas as surpresas.
 
Então, foi proposto, absurdamente, que a terra ela própria movia, girando, enquanto descrevia círculos em torno do sol. Ninguém podia sentir a terra girar; ninguém o podia ver; mas ela girava. Desde nosso moderno ponto de observação, é difícil fazer ideia do assalto desferido contra os sentidos por Copérnico e Galileu. Eles disseram, com efeito, que o homem não mais podia confiar nem mesmo nas evidências que seus olhos percebiam.
 
As coisas pioraram cada vez mais com o passar dos anos. Com a descoberta dos fósseis, tornou-se patente que os animais familiares do campo e da floresta nem sempre estiveram na terra; o mundo fora alguma vez habitado por imensas e estranhas criaturas, que agora se foram. Um pouco depois, Darwin chocou o mundo ao argumentar que a familiar biota descendia de bizarras formas de vida desaparecidas nos confins de um tempo incompreensível para mentes humanas. Einstein nos disse que o espaço é curvo, e o tempo relativo. Físicos modernos dizem que os objetos sólidos são, na maior parte, espaço vazio, que as partículas subatômicas não têm posição definida, que o universo teve um começo.
 
Agora chegou a vez de a ciência fundamental da vida, a bioquímica, bagunçar um pouco as coisas. A simplicidade que antes se considerava ser o alicerce da vida se revelou uma ilusão; em vez disso, sistemas de complexidade irredutível, espantosa, residem na célula. A compreensão resultante de que a vida foi planejada por uma inteligência é um choque para nós no século XX, que nos acostumamos a pensar nela como resultado de leis naturais simples. Outros séculos, porém, também tiveram seus choques, e não há razão para pensar que deveríamos escapar deles. A humanidade continuou, enquanto o centro dos céus passava da Terra para além do Sol, à medida que a vida se expandia para abranger répteis a longo tempo extintos, na proporção em que o universo eterno mostrou que era mortal. Nós sobreviveremos à abertura da Caixa Preta de Darwin.
 
["Evidence for Intelligent Design from Biochemistry", Michael Behe]
 
1.N. da P.: Noutro texto, ao comentar este exato ponto, o autor foi ainda mais claro: "A anatomia [nesta questão] é simplesmente irrelevante, como também o é o registro de fósseis. Não importa se o registro dos fósseis coincide com a teoria evolucionista, assim como não importava se, na física, a teoria de Newton coincidia com a experiência quotidiana. O registro dos fósseis não tem nada a dizer sobre, por exemplo, se as interações da 11-cis-retinal com a rodopsina, transducina, e fosfodiesterase poderiam ter se desenvolvido passo-a-passo." [cf. Molecular Machines: Experimental Support for the Design Inference, Michael Behe]
2.N. da P.: "Um pesquisador igualmente eminente, L. von Berthalanffy, dizia que o jogo de forças naturais inorgânicas não poderia ter realizado a formação de uma célula, e que o nascimento fortuito de um carro em uma mina de ferro seria coisa pequena se comparado com a formação espontânea de uma célula." (Oscar Kuhn, Biologie Allemande Contemporaine, La Pensée Catholique no. 31, os grifos são nossos). O leitor aqui certamente tirará grande proveito da leitura das lúcidas páginas de Gustavo Corção sobre "Probabilidades Excessivamente Pequenas", in As Descontinuidades da Criação, publicado pela Editora Permanência, "Antes de abordarmos, com o material científico até aqui apresentado, a interpretação filosófica e teológica, que é o objeto principal deste trabalho, demoremo-nos a remover um obstáculo que frequentemente se atravessa em nosso caminho: a ideia de que o improvável, por mais improvável que seja, acontecerá desde que deem tempo ao tempo. Em regra geral, as pessoas que se inclinam entusiasticamente sobre as formas mais cômicas do evolucionismo contam com o tempo, um pouco como os reformadores apressados contam com o tesouro nacional, ambas as coisas parecem-lhes infinitas. Ora, tanto no espaço como no tempo o universo é muito menor do que parece aos que contam com a amplidão para a espera de probabilidades da ordem de P=10-500 ou 10-1000". Mais adiante, citando E. Borel: "Um matemático furiosamente abstrato poderia pretender que bastasse recomeçar a experiência um número suficiente de vezes, um número representado por vinte milhões de algarismos, por exemplo, para ter, ao contrário, a certeza de que o milagre se produziria muitas vezes no decurso dessas inumeráveis experiências (...). Mas é humanamente impossível imaginar que a experiência seja renovada tantas vezes".

Tudo que está aí acima se baseia na Teoria do Projeto Inteligente, descrito por Jacques Monod, no seu livro "O Acaso e a Necessidade". Nele, o ilustre médico e Prêmio Nobel de Medicina, afirma que a reprodução celular obedece á Lei da Invariância biológica. Isto quer dizer que uma célula produz outra segundo um esquema que necessariamente dará outra célula igual à primeira.
Daremos um experimento feito pelo renomado cientista Jaques Monod. Ele descreve o modo como a "scherichia colli", tendo se instalado no hospedeiro, age para se alimentar, reproduzir-se e manter-se viva.
VAMOS AO LABORATÓRIO !
"Tomemos um mililitro de água, contendo alguns miligramas de um açúcar simples, como a glicose e também sais minerais compreendendo os elementos essenciais que entram na composição dos constituintes químicos dos seres vivos (azoto, fósforo, enxofre, etc.). Semeemos neste meio uma bactéria da espécie Scherichia Coli, por exemplo (comprimento 2 micra, peso 5X10 à -13 g mais ou menos) No espaço de 36 horas a solução conterá vários bilhões de bactérias. Constataremos que, mais ou menos 40% do açúcar foi convertido em constituintes celulares, ao passo que o resto foi oxidado em CO2 e H2O. Efetuando todas as experiências num calorímetro, podemos determinar o balanço termodinâmico da operação e constatar que a entropia do conjunto do sistema (bactéria + meio) aumentou de um pouco mais que o mínimo prescrito pelo segundo princípio (da termodinâmica). Assim, ao passo que a estrutura extremamente complexa que a célula bacteriana representa foi não apenas conservada, mas multiplicada vários bilhões de vezes, a dívida termodinâmica que corresponde à operação foi devidamente regulada . Portanto, não há nenhuma violação definível ou mensurável do segundo princípio da termodinâmica."
Este é o experimento, frio, objetivamente feito em um laboratório, sob as condições estritas do método científico. Mas o cientista, perplexo pela descoberta de uma INTENÇÃO no monocelular, explode de indignação:
"Entretanto, assistindo a este fenômeno, nossa intuição física (ele quer dizer "científica...") não pode deixar de ficar profundamente transtornada, e perceber, mais ainda do que antes da experiência, toda sua estranheza (ele quer dizer, "sua evidência de ter atingido algo que a pseudo-ciência não admite!"). Por quê? Porque vimos bem que este processo foi desviado, orientado numa direção exclusiva: a multiplicação das células. Estas certamente não violam as leis da termodinâmica, muito pelo contrário. Não se contentam em lhe obedecer; ELAS AS UTILIZAM, ASSIM COMO FARIA UM BOM ENGENHEIRO, PARA COSUMAR COM O MÁXIMO DE EFICÁCIA O PROJETO, PARA REALIZAR O "SONHO" (cfr. F. Jacob) DE TODA CÉLULA: TORNAR-SE DUAS CÉLULAS".
"Num próximo capítulo, tentaremos dar uma ideia da complexidade, do refinamento e da eficácia da maquinaria química necessária à realização desse projeto, que exige a síntese de várias centenas de constituintes orgânicos diferentes, sua reunião em vários milhares de espécies macromoleculares, a mobilização e a utilização, onde for necessário, do potencial químico liberado pela oxidação do açúcar, a construção dos organitos celulares. Entretanto, não há nenhum paradoxo físico na reprodução invariante dessas estruturas : o preço termodinâmico de invariância é pago da forma mais justa, GRAÇAS À PERFEIÇÃO DO APARELHO TELEONÔMICO que, avaro de calorias, atinge em sua tarefa infinitamente complexa um rendimento quase nunca igualado pelas máquinas produzidas pela espécie humana. Esse aparelho é inteiramente lógico, maravilhosamente racional, PERFEITAMENTE ADAPTADO A SEU PROJETO : conservar e reproduzir a norma estrutural. E isso, não transgredindo, mas explorando as leis físicas em benefício exclusivo de sua idiossincrasia (atividade própria) pessoal). É A PRÓPRIA EXISTÊNCIA DESSE PROJETO, AO MESMO TEMPO REALIZADO E PERSEGUIDO PELO APARELHO TELEONÔMICO, QUE CONSTITUI O "MILAGRE".
CONCLUSÃO DO AUTOR
"A pedra angular do método científico é o 'postulado da objetividade' da Natureza. Isto é, a recusa sistemática em considerar como capaz de conduzir a um conhecimento "verdadeiro" toda interpretação dos fenômenos dada em termos de causas finais, ou melhor, DE PROJETO.
A objetividade (científica), porém, NOS OBRIGA A RECONHECER O CARÁTER TELEONÔMICO DOS SERES VIVOS, A ADMITIR QUE, EM SUAS ESTRUTURAS E PRFORMANCES ELES REALIZAM E PERSEGUEM UM PROJETO. Portanto, existe aí, pelo menos aparentemente, uma PROFUNDA CONTRADIÇÃO EPISTEMOLÓGICA. O problema central da biologia é essa própria contradição, que cumpre resolver se é apenas aparente, ou provar (radicalmente insolúvel), SE NA VERDADE É EXATAMENTE ASSIM" (Monod, O Acaso e a Necessidade).

O que vimos foi um experimento científico conduzido estritamente segundo a metodologia própria da ciência da biologia. O resultado foi descrito pelo eminente cientista; mas ELE SE RECUSA A ACEITAR A RESULTANTE DA EXPERIÊNCIA PORQUANTO ISSO NEGARIA "O POSTULADO DA OBJETIVIDADE" , isto é, " a recusa sistemática em considerar como capaz de conduzir a um conhecimento "verdadeiro" toda interpretação dos fenômenos dada em termos de causas finais, ou melhor, DE PROJETO".
CIÊNCIA E PSEUDO-CIÊNCIA
"Desde meados da década de 1950, a bioquímica tem elucidado laboriosamente o funcionamento da vida no nível molecular. Darwin desconhecia o motivo pelo qual ocorria a variação em uma espécie (um dos requisitos de sua teoria), mas a bioquímica identificou a base molecular do processo. (...) Não houve, virtualmente, tentativa alguma da ciência de explicar a origem de sistemas biomoleculares específicos, complexos, e muito menos qualquer progresso nesse sentido. Muitos cientistas têm afirmado, corajosamente que já têm tais explicações, ou que as terão mais cedo ou mais tarde, mas nenhum apoio para essas alegações pode ser encontrado na literatura científica.
O espantoso progresso realizado pela bioquímica desde meados da década de 1950 constitui um tributo monumental ao poder da ciência de compreender o mundo. Trouxe inúmeros benefícios práticos à medicina e à agricultura. No entanto, talvez tenhamos de pagar um preço por esse conhecimento. Quando escavamos os alicerces, as estruturas que sobre eles repousavam são abaladas, e, às vezes até desmoronam. Quando ciências como a Física finalmente expuseram suas fundações, velhas maneiras de compreender o mundo tiveram que ser jogadas fora, revistas por completo ou restringidas a uma parte limitada da natureza. Ocorrerá a mesma coisa com a Teoria da Evolução pela seleção natural?
Darwin observou que ocorre variação em todas as espécies. Uma vez que suprimentos limitados de alimentos não conseguem sustentar todos os organismos que nascem, Darwin concluiu que aqueles cuja variação ocorrida ao acaso lhes conferia uma vantagem na luta pela vida tenderiam a sobreviver e a reproduzir-se, vencendo nessa competição os menos favorecidos. SE A VARIAÇÃO FOSSE HERDADA, AS CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE MUDARIAM AO LONGO DO TEMPO. No decorrer de grandes períodos, grandes mudanças poderiam ocorrer."
Aqui cabe uma observação já feita anteriormente no trabalho de Monod: o mecanismo de reprodução celular está garantido pela não-variação:
"Para sermos mais precisos, optaremos por definir arbitrariamente o PROJETO TELEONÔMICO ESSENCIAL como consistindo na transmissão, de uma geração à outra, do conteúdo de invariância característico da espécie. Todas as estruturas, todas as performances, todas as atividades que contribuem para o sucesso do PROJETO ESSENCIAL serão, portanto, chamadas de "teleonômicas" ( visando a uma finalidade). Isso nos possibilita propor uma definição de princípio de "nível teleonômico de uma espécie". Com efeito, podemos considerar que TODAS AS ESTRUTURAS E PERFORMANCES TELEONÔMICAS CORRESPONDEM A DETERMINADA QUANTIDADE DE INFORMAÇÃO que deve ser transferida para que estas estruturas sejam realizadas e estas performances cumpridas. Chamemos esta quantidade de "a informação teleonômica". Podemos, então, considerar que o nível teleonômico de uma espécie dada corresponde à quantidade de informação que deve ser transferida, em média, por cada indivíduo, PARA GARANTIR A TRANSMISSÃO À GERAÇÃO SEGUINTE DO CONTEÚDO ESPECÍFICO DE INVARIÂNCIA REPRODUTIVA" (Monod, O Acaso e a Necessidade).
Logo de cara nos deparamos com a constatação por um cientista moderno – Darwin foi um cientista do passado – de que a reprodução celular EXIGE A INVARIÂNCIA ! E, tragicamente, a Teoria da Evolução se baseia totalmente na variação da informação no gene. De fato, na página 23 do seu livro, Monod assim se expressa:
"O emissor da informação expressa na estrutura de um ser vivo é sempre um objeto idêntico ao primeiro. (...) Designamos essa propriedade pelo nome de REPRODUÇÃO INVARIANTE, OU SIMPLESMENTE, INVARIÂNCIA. (...) Descobrimos três propriedades nos seres vivos: teleonomia ( eles perseguem um projeto); morfogênese autônoma (eles possuem esse projeto em código dentro de um núcleo celular interno); invariância reprodutiva (sem necessidade de explicação...!)".
Voltemos a Behe:
"Todas as formas de vida se encaixariam na Teoria da Evolução de Darwin? (...) Se queremos encontrar evidências autênticas temos de mergulhar nos livros e revistas publicados pela própria comunidade científica. A literatura científica divulga os experimentos em primeira mão, e esses relatórios, em geral, estão livres dos vôos e fantasias que acabam por aparecer em suas repercussões. Mas, como deixaremos claro mais tarde, se pesquisarmos a literatura científica sobre Evolução e se concentrarmos a pesquisa na questão de como surgiram as máquinas moleculares – a base da vida – descobrimos que paira um silêncio total e misterioso em torno do assunto."
Aí está: um cientista, aliás, dois – Monod e Behe – atestando a fragilidade de uma teoria defendida por uma comunidade científica inteira...mas que é pseudo-científica.
Em 2013, se bem me lembro, Behe fez correr um abaixo-assinado na internet pedindo a qualquer cientista com PhD em qualquer ciência e que considerasse a Teoria da Evolução não-científica, sua assinatura exigindo dos neo-darwinistas uma solução para esse problema. Nem o Papa do neo-darwinismo – Robert Foley - nem o Sumo Pontífice do ateísmo - Richard Dawkins - se manifestaram até hoje...reina absoluto silêncio sobre o assunto. E Behe dá o veredito científico sobre neo-darwinismo:
"Até a primeira metade do século XX,os muitos ramos da biologia não mantinham comunicação entre si. (...) Em meados desse século, contudo, líderes desses campos organizaram uma série de reuniões interdisciplinares , com vistas a fundir suas opiniões em uma teoria coerente da evolução baseada em princípios darwinianos. O resultado disso recebeu o nome de "síntese evolutiva" e a teoria foi denominada neodarwinismo. O neodarwinismo forma a base do pensamento evolutivo moderno.
Um ramo da ciência, porém não foi convidado para a reunião, e por um bom motivo: não existia ainda. Os primórdios da bioquímica moderna surgiram apenas após o lançamento oficial do neodarwinismo. Da mesma maneira que a biologia teve de ser reinterpretada após a descoberta da complexidade da vida microscópica, portanto, o neodarwinismo tem de ser repensado à luz dos progressos da bioquímica. As disciplinas científicas diversas que faziam parte da síntese evolutiva eram todas não-moleculares. Ainda assim, para que fosse verdadeira, a Teoria Darwiniana da evolução teria que explicar a estrutura molecular da vida. O OBJETIVO DESTE LIVRO É MOSTRAR QUE ELA NÃO O FAZ" (Behe, Michael, A CAIXA PRETA DE DARWIN).

Começando pela Pré-História ... eu vos convido a uma visita à História!
As grutas com pinturas nas suas paredes – há cerca de 20.000 anos atrás – atestam, na opinião de etnólogos, arqueólogos e sociólogos da Arte, que seus freqüentadores INICIAVAM NOVOS MEMBROS DO CLã NAQUELE LOCAL. Os mais jovens que haviam sido selecionados aprendiam a Arte da Magia, coreografia, pintura artística, dança e a Arte da Caça.
Divisão temporal do paleolítico
Paleolítico inferior (2.500.000 – 2.000.000 até 120.000 – 100.000 A.C.)
Paleolítico médio (300.000 – 200.000 até 40.000 – 30.000 A.C.)
Paleolítico superior (40.000 – 30.000 até 10.000 – 8.000 A.C.)
"se o homem "primitivo" foi capaz de produzir obras de arte tão primorosas com seus rudes instrumentos de pedra e osso, não pode, de maneira alguma, ter sido "primitivo" no sentido artístico e intelectual, e deve, PELO CONTRÁRIO, TER ATINGIDO NÍVEL DE DESENVOLVMENTO ATÉ HOJE NÃO ULTRAPASSADO. Por conseguinte, A EVOLUÇÃO ARTÍSTICA E MENTAL NÃO SEGUE PARALELAMENTE AOS PROGRESSOS DA
CIVILIZAÇÃO MATERIAL. ( Dr. Andréas Lommel, Diretor do Museu de Etnologia de Munique). Aceitar essa hipótese significaria revolucionar o quadro do desenvolvimento humano como o encaramos, isto é, como uma progressão mais ou menos em linha reta". A citação é longa, mas o que o autor quer frisar é que DESCENDEMOS DE ANTEPASSADOS SUPERIORES, NÃO DE INFERIORES.
"Todas as indicações apontam para
o fato de que se tratava do instrumento de uma técnica mágica, e como tal tinha uma
função pragmática que visava alcançar objetivos econômicos diretos (...) pois o desenho
era, ao mesmo tempo a representação e a coisa representada, o desejo e a realização do
desejo. O caçador e pintor do Paleolítico pensava estar na posse da própria coisa que
pintava, pensava ter adquirido poder sobre o objeto, por meio do retrato do objeto.
Acreditava que o animal verdadeiro realmente sofria a morte do animal retratado na
pintura. A representação pictórica nada mais era, a seus olhos, do que a antecipação do efeito desejado; o evento real tinha de se seguir inevitavelmente à ação mágica da representação; (...) As pinturas estão, com freqüência, em recantos inacessíveis e imersas em total escuridão (...), o elemento mais importante é que tais pinturas eram acomodadas em certas cavernas e em determinados pontos
considerados especialmente adequados à magia. Os animais eram representados alvejados por lanças ou flechas ou eram realmente alvejados com essas armas tão logo se concluísse a obra. Tratava-se, sem dúvida, de uma matança em efígie" (ARNOLD HAUSER, HISTÓRIA SOCIAL DA ARTE E DA LITERATURA. MARTINS FONTES, 2.000)
Recapitulemos: o homem "das cavernas" escolhia um lugar para suas reuniões de grupo que fosse inacessível – embora não houvesse um "irmão cobridor" a reunião era coberta, no sentido maçônico da expressão. A caverna assim escolhida era "sagrada" tal como imaginamos que sejam os nossos Templos maçônicos. O acesso só era franqueado aos membros escolhidos pelo xamã, o qual dirigia – como presidente indiscutível – cada "sessão". Nesses encontros eram ensinadas, aos "novos", técnicas mágicas e socializantes, tais como Danças Rituais, a Arte da Caça, o processo de utilização da imaginação para atrair animais ou mesmo matá-los...MAGIA! Não é em uma Caverna simbólica com gravuras que o profano começa o processo iniciático?
Cremos que o leitor já se apercebeu do que queremos deixar patente : o culto do segredo, o recrutamento, a sacralidade do trabalho técnico-artístico, a socialização como tarefa dos mais velhos transmitirem aos mais novos, a direção dos trabalhos por um líder bem preparado e competente – tudo isto que a maçonaria hoje pratica vem de longa data... Vem da corrente da Tradição, desde o Paleolítico.
Então é verdade que as origens da Ordem - das Tradições que ela detém - perdem-se na "noite dos tempos"... Essa chama que brilha no feixe que trazem, nas mãos, os veneráveis irmãos que semeiam a Luz, foi colhida ao longo de todas as Eras, em todas as culturas, em todos os povos. E começou na Pré-História !

Vamos ler especialistas modernos:
Arte no Paleolítico
Por Ana Lucia Santana
Pela primeira vez, ao que tudo indica, houve uma certa especialização profissional. Os artistas eram também caçadores, tinham que trabalhar, mas certos historiadores afirmam que por terem essa capacidade artística, que ao mesmo tempo revelava para estes povos um poder mágico, estes homens provavelmente tinham alguns privilégios, destacando-se dos outros, talvez como os primeiros profissionais da História. A possível isenção – em parte ou completa – do trabalho, por parte do artista deste período, demonstra que esta sociedade já podia alimentar um grupo especializado.
Indícios levam a crer que as representações artísticas de animais, encontradas nas paredes das cavernas deste período, como a Gruta de Altamira, na Espanha, localizada em 1879, refletem objetivos mágicos. Ou seja, é bem possível que esses caçadores acreditassem na profunda interação entre a arte e a realidade. Pintar uma manada de mamutes com um intenso teor realista podia, por exemplo, transpor para o real o surgimento desses animais e, portanto, garantir a sobrevivência do grupo.

Da mesma forma, criar uma escultura representando a fertilidade, podia, segundo acreditavam estes homens, influenciar na procriação do grupo, propiciando seu crescimento e sua perpetuação. Eles percebem, assim, a estreita relação existente entre a mente e a natureza, a influência recíproca entre ambas, uma possibilidade de interagir com o mundo que os cerca. Esta arte não era, a princípio, decorativa, mas uma forma de atuar junto às forças sobrenaturais, assegurando, através destes objetos artísticos, uma boa caça. Possivelmente ela era parte de um ritual mágico, não de objetivos estéticos, sendo a qualidade estética provavelmente uma consequência.
É surpreendente para os historiadores da arte perceber o nível de maturidade artística presente em uma sociedade tão primitiva, e o quanto suas obras revelam de qualidade e criatividade. Principalmente quando se acreditava que as primeiras fontes desta história se encontravam no Antigo Egito e na Mesopotâmia não na França e na Espanha.
A produção artística deste período inclui ferramentas de pedra talhada, objetos decorados, joias, estatuetas expressando imagens femininas ou animais, relevos, pinturas parietais – encontradas nas paredes das cavernas, geralmente referentes à caça, expressando, aliás, um conhecimento profundo dos animais.
Em um primeiro momento, os artistas representavam as experiências observadas diretamente pelos sentidos, produzindo uma arte naturalista-realista. Depois, quando encontra um tempo maior para reflexão, sua obra começa a apresentar características esquematizadas, simbólicas, aproximando-se de uma arte mais abstrata.
Arquivado em: Artes, Pré-História



A Pré-história é um momento longo da História. Graça Proença em seu livro "História da Arte" divide a arte pré-histórica em duas: A arte do Paleolítico Superior e a Arte do Neolítico. Observaremos que o homem do Paleolítico Superior trabalhava a sua arte de uma forma simplista e natural, por isso a principal característica desse momento é o naturalismo.

O artista reproduzia exatamente aquilo que visualizava. Ele sabia utilizar as cores e dar um estilo próprio em suas produções artísticas. Por isso não podemos e nem devemos compará-las a desenhos feitos por uma criança.

A arte rupestre é o nome que se dá a essas representações pictóricas. Essas pinturas eram feitas, em sua maioria, em rochedos e parede das cavernas. As produções eram representadas por figuras de animais, pessoas, misto de pessoas e animais, vegetais, figuras geométricas e símbolos solares. Representações numéricas semelhantes com os dias da semana e outras aparentando as estações do ano também foram encontradas.
Para os arqueólogos, muitas vezes a interpretação dessas figuras era complexa. A explicação mais lógica para elas era que essa arte foi produzida por caçadores e fazia parte de um ritual que os ajudaria na caçada, com isso o homem do Paleolítico acreditava no sucesso da caçada e que mataria um animal verdadeiro desde que possuísse sua imagem pintada; para o artista, a figura de um animal não era apenas uma figura, mas o próprio animal.
Nessa época o homem era, na sua essência, caçador e coletor. Tais atividades tornavam o homem nômade, uma vez que ele era obrigado a percorrer longas distâncias para prover seus alimentos. Ao analisarmos essa situação percebemos que o homem do paleolítico não controlava e nem transformava a natureza em favor da sua subsistência. Na verdade, ele era parte integrante dela.
Pinturas rupestres foram encontradas em variadas partes do mundo, como nas Cavernas de Chauvet (França,1994), Lascaux (França, 1994), Altamira (Espanha, 1868). Essa última, foi a primeira produção descoberta, porém a veracidade das pinturas só foi reconhecida em 1902. Na Gruta de Rodésia, no Continente Africano, existem produções datadas com mais de quarenta mil anos. Muitos trabalhos encontrados nas Cavernas de Chauvet são muito desenvolvidos em relação a outros da mesma época. Os homens pré-históricos utilizaram técnicas de sombreamento e perspectiva que só foram utilizadas milhares de anos depois, mais especificamente na época da Renascença.


Uma das pinturas rupestres encontradas na Caverna de Lascaux, França


Os artistas desse período também realizavam trabalho em esculturas, é possível notar a ausência da figura masculina, tanto nas pinturas quanto nas esculturas.
Acredita-se que presença da representação feminina se dá em razão da crença de que as pequenas estatuetas femininas seriam amuletos relacionados com o culto à fertilidade, fator decisivo para a sobrevivência do grupo. Nesse trabalho destaca-se: a Vênus de Willendorf.

Escultura Rupestre intitulada Vênus de Willendorf
O último período da Pré-História, o Neolítico foi caracterizado pelas técnicas de construção de armas e instrumentos com pedras polidas mediante atrito, mas além desse aperfeiçoamento técnico, o acontecimento mais importante desse período foi o hábito de plantar, colher para a própria subsistência e a domesticação animal. Através disso as práticas nômades foram substituídas por um modo de vida mais estável.
Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
AGUIAR, Lilian Maria Martins De. "A Arte da Pré-História nos Períodos Paleolítico e Neolítico"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 19 de outubro de 2015.
É importante notar que esses desenhos abaixo já revelam uma notável elaboração por parte do artista. Por isso, não existe neles qualquer traço que possa nos levar a compará-los com os desenhos infantis:



Essa arte era realizada por caçadores, e faziam parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais. Ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho.

As imagens que representam animais temidos estão carregadas de traços que revelam força e movimento. Assim estão retratados os bisontes e outras feras. Mas nas imagens que representam renas e cavalos, os traços revelam leveza e fragilidade.




Como trabalhavam os artistas pré-históricos:

Em suas pinturas, o homem da caverna usava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados.

Como pincel, com certeza, utilizaram inicialmente o dedo, mas há indícios de terem empregado também pincéis feitos de penas e pêlosÓDICOS DE ARTE E HISTÓRIA"compêndio de



A Corrente da Tradição.

Demonstramos, com o auxílio de renomados autores e argumentos sólidos, baseados em evidências concretas - quais sejam, as pinturas das cavernas do Paleolítico - que essas grutas eram o local de iniciações. Afirmamos, com base segura, que essa iniciação tinha vários momentos : desde formar novos membros que conhecessem a Tradição da Caça, da qual vivia o homem do Paleolítico, passando pela técnica mágica, isto é, pela criação mental do animal que precisavam caçar, até um ritual de matança em efígie, ou seja, no qual faziam dramaticamente o que queriam que acontecesse de fato.
Isto tudo tinha como suporte a crença em uma divindade criadora, a Senhora dos Animais em uns lugares, e o Senhor dos Animais, em outro.



Peço que releiam o capítulo um com bastante atenção. Anexo uma imagem que nos veio às mãos, de uma caverna pré-histórica, a de Lascoux, na França, cuja entrada é protegida naturalmente por um poço de seis metros e meio.

A iluminação é artificial, pois, lembro que os locais das iniciações eram escuros. Admirem a dimensão dos desenhos e pinturas, a grandiosidade do local-Templo, a dificuldade que se percebe que teriam os artistas para atingir suas paredes altas, enfim, desafios que provam um conhecimento o qual os acadêmicos partidários da Evolução não querem admitir. Mas um dia terão de fazê-lo, pois a Verdade sempre se impõe, soberana...
E assim, baseando-nos nas conclusões dos sábios a respeito das Origens da Magia, nos primórdios da humanidade, nas grutas ou cavernas do Paleolítico, encontramos TODOS os ingredientes que vieram a constituir a "Tradição Iniciática".



É na linha dessa Tradição que se inicia em Lascoux, que a Magia, a Maçonaria e outras escolas de Mistérios devem ancorar seus ritos, práticas, doutrinas. Caso não o façam, deixam de ser Escolas de Magia Branca, para transformar-se em outra coisa, qualquer coisa, menos em SEGUIDORES DA CORRENTE DA TRADIÇÃO.



Pintura no Paleolítico


Após este exórdio, vamos recuar no passado até chegarmos à origem do Mistério.

Será necessário um recuo de vinte e cinco mil anos. Até a Pré-História. Vamos ao Paleolítico recente.
Segundo Gina Pischel, em sua "História Universal da Arte", 1966, Milão, "As mais antigas manifestações artísticas da Idade Paleolítica são do ano quarenta mil antes de Cristo, e são todas escultóricas". São, na sua maioria, representações femininas chamadas de "Vênus". Em marfim ou esteatita. "Podem ser designadas pela palavra estatueta", acrescenta.



As paredes de grutas somente passaram a servir de murais para as manifestações artísticas do paleolítico, dez mil anos depois, isto é, trinta mil anos antes de Cristo. Uma mão espalmada feita por decalque, está na gruta de Gargas. Quinze milênios é a idade que têm as manifestações artísticas mais impressionantes : " incisões monodigitais delimitavam, com linhas expressivas, a forma dos animais. A partir daí, as grutas serão o lugar privilegiado para as pinturas figurativas. Como se fossem santuários, as grutas abrigavam pinturas de animais com diferença de quinhentos anos de uma para outra, tendo o artista posterior respeitado o trabalho do seu antecessor."


A autora da obra citada se embevece com a qualidade, técnica e sensibilidade que as obras de arte apresentam. Tece elogios : "Sob todos os pontos de vista, trata-se de pintura realístico-dinâmica, que irrompeu do contato apaixonado com a realidade, vivida pelo artista.(...) A área demonstra que tinha assumido por inelutável influxo mágico, a característica de lugar criador e figural por excelência". Ela está dizendo : sagrado.
Outro autor, perito em obras de arte, Doutor ANDREAS LOMMEL etnólogo, na obra "A arte pré-histórica e primitiva", Livraria José Olympio Editora, 1966, faz um detalhado relato dos períodos culturais, chegando até o período Aurignaciano, vinte e cinco mil anos antes de Cristo, quando se produzem as "Vênus", entre o sul da Rússia e a França.

Entre os vinte mil e os dez mil anos antes de Cristo, aparecem, traçados nas paredes das grutas da Espanha e da França, desenhos de animais. "As mais recentes, datam de doze mil anos a.C., aproximadamente, e despertaram enorme interesse, mas a explicação de sua alta qualidade escapa-nos misteriosamente. Há quem prefira evitar quaisquer especulações, pois o problema apresenta questões insolúveis aos estudiosos da pré-história (...) pois, se o homem "primitivo" foi capaz de produzir obras de arte tão primorosas com seus rudes instrumentos de pedra e osso, não pode, de maneira alguma, ter sido "primitivo" no sentido artístico e intelectual, e deve, PELO CONTRÁRIO, TER ATINGIDO NÍVEL DE DESENVOLVMENTO ATÉ HOJE NÃO ULTRAPASSADO. Por conseguinte, A EVOLUÇÃO ARTÍSTICA E MENTAL NÃO SEGUE PARALELAMENTE OS PROGRESSOS DA CIVILIZAÇÃO MATERIAL. Aceitar essa hipótese significaria revolucionar o quadro do desenvolvimento humano como o encaramos, isto é, como uma progressão mais ou menos em linha reta". A citação é longa, mas o que o autor quer frisar é que DESCENDEMOS DE ANTEPASSADOS SUPERIORES, NÃO DE INFERIORES !( O Dr. Andréas Lommel é Diretor do Museu de Etnologia de Munique).
Depois de fazer uma longa digressão sobre o xamanismo, técnica mística de entrar em transe, o autor acima mencionado traça um paralelo entre os modernos xamãs de tribos primitivas e os artistas que pintavam animais nas grutas. Acredita que o processo mental era o mesmo, daí os Mahalbi fazerem um ritual para uma divindade chamada "Pai dos animais", o qual aparecia com um chifre cheio de sangue na mão, e após o ritual semeava o sangue do chifre nos campos, transformando-se este sangue, mais tarde, em animais. Lembra o autor que a Vênus de Laussel é representada com um chifre cheio de sangue na mão e estabelece um paralelo entre essa antiga "Senhora dos animais" e o atual "Pai dos animais" dos Mahalbi.


Damos a palavra, agora ao mestre por excelência da crítica de arte, Arnold Hauser. Em sua "História social da arte e da literatura", Martins Fontes, S. Paulo, 2.000, assim se expressa : "O aspecto mais notável no tocante ao naturalismo pré-histórico não é ser mais antigo do que o estilo geométrico, e sim o fato de já revelar todas as fases típicas de desenvolvimento por que passou a arte em tempos modernos, não constituindo um fenômeno meramente instintivo, como o declararam os eruditos obcecados pela arte geométrica e rigorosamente formal. (...) É um processo que mostra a compreensão crescente de como dar à impressão ótica final, uma forma cada vez mais pictórica, instantânea e aparentemente espontânea. A exatidão do desenho atinge tal nível de virtuosismo que torna possível dominar atitudes e aspectos cada vez mais difíceis, movimentos e gestos cada vez mais fugazes, escorços e interseções cada vez mais audaciosos. Os pintores do paleolítico ainda eram capazes de encontrar, a olho nu, delicados matizes que o homem moderno só consegue descobrir com a ajuda de complicados instrumentos científicos. Qual a razão, o propósito que serviriam de esteio para essa arte?(...) Todas as indicações apontam para o fato de que se tratava do instrumento de uma técnica mágica, e como tal tinha uma função pragmática que visava alcançar objetivos econômicos diretos (...) pois o desenho era, ao mesmo tempo a representação e a coisa representada, o desejo e a realização do desejo. O caçador e pintor do paleolítico pensava estar na posse da própria coisa que pintava, pensava ter adquirido poder sobre o objeto, por meio do retrato do objeto. Acreditava que o animal verdadeiro realmente sofria a morte do animal retratado na pintura. A representação pictórica nada mais era, a seus olhos, do que a antecipação do efeito desejado; o evento real tinha de se seguir inevitavelmente à ação mágica da representação; (...) As pinturas estão, com freqüência, em recantos inacessíveis e imersas em total escuridão (...), o elemento mais importante sendo que tais pinturas fossem acomodadas em certas cavernas e em determinados pontos considerados especialmente adequados à magia. Os animais eram representados alvejados por lanças ou flechas ou eram realmente alvejados com essas armas tão logo se concluísse a obra. Tratava-se, sem dúvida, de uma matança em efígie.(...) representava-se ainda figuras humanas disfarçadas de animais – a maioria delas obviamente relacionadas com a interpretação de danças mimo-mágicas.(...)

O animal que, por artes mágicas, seria evocado à vida, deveria surgir como contrapartida do animal da pintura. (...). É a idéia de produzir algo a partir do nada, que é, de fato, a possibilidade de uma arte criadora".
Portanto, quando se fala em "arte como atividade criadora" hoje em dia, estamos a uma imensa distância do ponto de vista do artista do Paleolítico. O termo hoje se explica como "a liberdade que o artista tem de criar sua obra de arte"; para o artista do Paleolítico, tratava-se de "criar uma realidade no mundo natural ou sensível, a partir do trabalho artístico, o qual refletia o esforço criador da mente". Isto é magia. E nada se acrescentou a esse conceito até hoje ( o comentário é nosso ! ).
Parece que a citação é muito longa, mas é a interpretação de um especialista. Aliás, todos os três autores citados concordam com o fato de a arte pré-histórica ser algo fenomenal. Indiscutivelmente, o pensamento mágico do homem "primitivo" continua o mesmo nas Iniciações Modernas. E essa Escola de Magia não sofreu interrupção em nenhum momento da vida da Humanidade. Será essa convicção de poder criar algo" do nada" que vai constituir o cerne do Mistério. Agora, na História, ligado a muitos deuses; lá, na pré-história, apenas à Senhora dos Animais. Como quer que seja, a divindade será apenas o suporte para essa noção e essa compreensão muito avançada para um "primitivo" : a criação de uma realidade a partir do pensamento, sem mais nada.
Então, o homem concebe, planeja, arquiteta e executa a operação final : eis a essência da magia. Eis o que revelam os indícios a que chamamos de Arte Rupestre, isto é, das Cavernas.
O Sacerdote-mago era caçador, conhecia bem a técnica de caçar. O que intriga é que era pensador, conhecia a arte de pensar. Inventou a arte pictórica, a mímica, a dança, a coreografia e tudo o mais, para CRIAR UMA REALIDADE DA QUAL ELE TINHA NECESSIDADE, do mesmo modo que, posteriormente, nos sofisticados cultos de Mistérios.
Modernamente pouco ou nada se pode acrescentar ao que fizeram os homens pré-históricos. A magia é a mesma, embora tenha hoje registros escritos, postulados, fórmulas, rituais .

Deixamos para o final deste capítulo, como coroamento da nossa pesquisa sobre a Tradição, a que os judeus chamam Cabala, que os ocidentais chamam Magia e que influiu e influi poderosamente em todas as religiões, a apreciação do eminente professor de Religiões Comparadas, o romeno Mircea Eliade.
A fonte pesquisada foi a História das Crenças e das Idéias Religiosas, Tomo I, Zahar Editores, Rio de Janeiro, segunda edição, 1983.
Primeiro, o que julgamos ser a definição de "Corrente da Tradição": "A importância de uma idéia religiosa arcaica é também confirmada PELA SUA CAPACIDADE DE SOBREVIVER EM ÉPOCAS POSTERIORES. Assim, a crença de que o animal pode renascer a partir dos ossos é encontrada em um número considerável de culturas ( ...) que sobreviveu em religiões e mitologia mais complexas". Dá como exemplos os bodes de Thor, que o deus ressuscitava no dia seguinte ao dia em que foram comidos, a partir dos osssos, e a visão de Ezequiel : Ez. 37: 1-8 e seguintes.
"Os mais importantes e mais numerosos documentos figurativos foram fornecidos pela exploração das grutas decoradas.(...) O que à primeira vista causa espanto é a extraordinária unidade do conteúdo artístico : o SENTIDO aparente das imagens não parece ter variado de 30.000 a 9.000 antes da nossa era. (...) Segundo Leroi-Gourhan, "trata-se da difusão por contato ( quer dizer, transmissão por iniciação) de um mesmo sistema ideológico (...) que marca a "religião das cavernas"".
"Os exploradores são unânimes em considerar as grutas UMA ESPÉCIE DE SANTUÁRIO". As pinturas se encontram bem longe da entrada, as cavernas eram inabitáveis e as dificuldades de acesso reforçam o seu caráter iniciático. Ora a entrada era uma pequena fresta pela qual se escorregava de rastros, ora se descia à entrada por uma corda, como no caso de Lascaux, França, de seis metros e meio. Percorria-se centenas de metros para chegar-se às pinturas, e muitas vezes o caminho era um labirinto só conhecido dos que as freqüentavam.
"A intencionalidade dessas obras pintadas ou gravadas parece indiscutível. É provável, também, que certos ritos fossem celebrados nas zonas mais profundas dos "santuários", talvez antes de uma expedição de caça OU POR OCASIÃO DAQUILO QUE SE PODERIA DENOMINAR A 'INICIAÇÃO DOS ADOLESCENTES'"
Na gruta de Lascaux, pode-se ver uma composição em que um bisão ferido aponta os seus chifres para um homem deitado no chão. Uma arma, espécie de gancho, está ferindo o ventre do animal. Perto do homem, cuja cabeça termina em um bico de pássaro, vê-se uma vara comprida, um bastão, que termina em um pássaro empoleirado.

Em 1950, Horst Kirchner propôs ver nessa cena uma sessão xamânica. O homem estaria em transe diante do bisão ferido enquanto sua alma viajaria pelo além para se justificar diante do Senhor ou Senhora dos Animais pela morte do animal, ou para pedir o sucesso na caçada. O bico de pássaro na sua cabeça e no seu bastão seria o seu totem ou espírito protetor.
Resumindo : Um sacerdote solitário, dotado de capacidades especiais, procurava e encontrava um local no qual se pudesse realizar um rito iniciático ou mágico sem que fossem incomodados. Encontrava o local. Tinha de ser de difícil acesso, quase inacessível, para garantir a privacidade do ritual. Levava para o local um grupo de pessoas, adultos e crianças. Lá, o sacerdote-artista pintava sua concepção de um animal que queriam caçar para alimentar o grupo. Acreditavam que o animal pintado era uma efígie do animal que encontrariam nos campos, o qual estava sendo CRIADO pelo Grande Iniciado. Então, o sacerdote-mago entrava em transe para fazer contato com a divindade protetora dos animais a fim de pedir o sucesso na caçada e se justificar pelo sacrifício de um animal, e o derramamento de seu sangue. O passo seguinte era uma dança, coreografada pelo Grande Iniciado, na qual o grupo alvejava o animal desenhado e o matava ritualisticamente. Em outros momentos o Iniciador ensinava a discípulos a sua Arte para garantir a continuidade da Tradição.


DESAFIOS À CIÊNCIA MODERNA


Vênus de Brassempouy

Vênus de Brassempouy (ou Vénus de Brassempouy), Dama de Brassempouy ou também Busto de Brassempouy é uma miniatura em forma de busto feminino, esculpida em marfim de mamute durante o Pleistoceno, por volta de vinte e dois mil anos.
Vênus de Brassempouy foi encontrada em 1894 na Grotte du Pape, localizada perto de Brassempouy, em Landes, no sul da França - daí seu nome. Apesar de se tratar de um busto, propriamente dito, ela geralmente é classificada como uma (mini) estátua de Vênus.
Ela também é um dos exemplares mais antigos de artefatos pré-históricos contendo uma representação da face humana. Estátuas daquele período, geralmente, não apresentavam qualquer definição facial.
Estátua paleolítica talhada em marfim. Mede aproximadamente 3,5 cm. Encontrada em 1894 por Edouard Piette na França, calcula-se que tem uns 30.000 anos. Acredita-se que na pré-história tinha os lábios e olhos pintados, já que se foram encontrados vestígios de pintura nestas regiões

 Museu Antiguidade Nacional
Saint Germain – en Laye – França
O homem do período Paleolítico, criou pequenas esculturas (pequenas mesmo. Algumas tinham apenas 11 cm), na confecção destas que serviam como "pequenos amuletos", eles utilizavam ossos, chifres de animais e principalmente "pedras".



Cavalo, Gruta de Vogelherd, Alemanha, c. 28 000 a.C. Marfim de Mamute.
(http://www.studyblue.com/notes/note/n/chapter-1-prehistoric-art-and-architecture/deck/3434214)









PELO QUE LEMOS ACIMA, PARECE-ME QUE A TEORIA DA EVOLUÇÃO FOI POSTA EM XEQUE. DERRUBADA A TESE DA MUTAÇÃO GENÉTICA PELA LEI DA INVARIÂNCIA REPRODUTIVA, RESTAS IMPOSSÍVEL A MUTAÇÃO. O RESULTADO DISTO É QUE O NEODARWINISMO NÃO SE SUSTENTA COMO CIÊNCIA.

Prof. Marlanfe. 22 de maio de 2016












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