A TEORIA DA HISTÓRIA EM WALTER BENJAMIN: UMA CONSTRUÇÃO ENTRE “HISTÓRIA E COLECCIONISMO: EDUARD FUCHS” E AS “TESES SOBRE O CONCEITO DE HISTÓRIA”.

July 28, 2017 | Autor: Veridiana Domingos | Categoria: Materialism, Theory of History, W. Benjamin
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Teoria da Memória Coletiva Veridiana Domingos Cordeiro Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais -USP Objetivos A presente pesquisa tinha, incialmente, como objetivo, analisar narrativas públicas de violência ocorridas na Ditadura Militar, a partir do acabouço teórico desenvolvido por Maurice Halbwachs na Teoria da Memória Coletiva. Dado o caráter inconcluso, fragmentado e pouco explorado de sua obra, fez-se necessária uma longa pesquisa teórica. Assim, os objetivos iniciais foram reformulados e passamos a pretender uma instrumentalização dos principais conceitos teóricos formulados por Halbwachs, que pudessem dar conta, em outra investigação, de memórias relatadas.

Métodos/Procedimentos Rastrearam-se os pensadores que tiveram influência nas obras de Maurice Halbwachs, (Les Cadres Sociaux de la Memoire e A Memória Coletiva).Identificados Bergson e Durkheim, voltamos para a obra durkheiminiana e bergsoniana buscando influências, conceitos emprestados e formulações sobre o tema da memória. Posteriormente, fizemos uma leitura analítica interpretativa das citadas obras de Halbwachs. Localizados os conceitos, partiu-se para uma instrumentalização do ponto chave da teoria: a noção de grupo e noções adjuntas.

Resultados e Conclusões Verificou-se que a memória em Durkheim dependeria das relações sociais.Sua configuração e persistência estariam organizadas a partir de elementos que geram coesão e solidariedade. Somado a isso, ela deve estar referida a um certo grupo. Assim, a intensidade da memória estaria diretamente dependente do grau de solidariedade/coesão de um dado grupo. Ao rever o principal conceito de Bergson, a duração, nota-se que há nele uma equivalência com a ideia de ‘memória’. Bergson também traz a ideia de utilidade para a ação, a qual é sistematicamente refutada por Halbwachs.

Visto Durkheim e Bergson, pode-se perceber com clareza qe ambos causavam tensões no interior da “Teoria da Memória Coletiva. Notou-se que a noção de grupos foi o grande passo teórico de Halbwachs, embora ele o confunda em diferentes planos de análise: ora tem um sentido teórico e metodológico. Neste sentido, Halbwachs parece ter pretendido fazer da noção de grupos um intermediário da relação durkheiminiana entre indivíduo e sociedade – na verdade, a própria noção de sociedade aparenta se dissolver na noção de grupos. Nessa relação em tem-se o seguinte postulado: há uma relação direta entre a intensidade e o grau de coesão de uma memória e o grau de coesão e solidariedade de um dado grupo. A partir daqui, temos os seguintes instrumentos metodológicos.a.)uma ordem de preocupações e interesse do grupo deve ser rastreada.2.) grupos podem estar em concordância ou discordância, para isso, traça-se uma personaliade típica do grupo. 3.)Dado que a memória coletiva se pauta pelo tempo e pelo espaço, deve-se considerar: a.) considerar uma delimitação temporal e tentar encontrar alguma taxa de recomposição dos grupos e b.) o mundo material que os cerca. 4.)escolha de algumas “peças chave” para a construção do processo de rememoração e teias de relações, verificando o padrão de relação intergrupais.

Referências Bibliográficas BERGSON, Henri. A Evolução Criadora. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2005. _____________. Matéria e Vida. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2011. DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2008. HALBWACHS, Maurice. Los Marcos Sociales de la Memoire. Barcelona: Ed. Antrophos, 2004. _____________________. A Memória Coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2009.

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