A TEORIA DA PLASTICIDADE

July 5, 2017 | Autor: Lucas Máximo Alves | Categoria: Plasticity, Continuum Mechanics, Solid Mechanics, Theoretical Plasticity (Continuum Mechanics)
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Capítulo –X A TEORIA DA PLASTICIDADE RESUMO Neste capítulo será visto

10. 1 - Objetivos do capítulo i) Entender

10. 2 - Introdução

359

10. 3 – Conceitos Básicos

2.2.1 – O Vetor Tensão e o Tensor Tensão Considere e tensor das tensões dado por:

 11  12  13   ij   21  22  23   31  32  33 

(10. 1)

Onde o tensor das tensões é simétrico

 ij   ji

(10. 2)

Figura - 10. 1.

O vetor tensão no plano ABC é dado por:

 t1      t2   t   3 n

(10. 3)

e n é o vetor unitário normal ao plano ABC 

360

 n1    n  n2      n3 

(10. 4)

 t1   11  12  13   n1       t2    21  22  23  n2  t      3   31  32  33   n3 

(10. 5)

ti   ji n j

(10. 6)

e

Onde

Figura - 10. 2.

361

2.2.2 – Tensões e Direções Principais As tensões principais em um meio contínuo são definidas como:

Figura - 10. 3.

Figura - 10. 4.

t n  

(10. 7)

escolhendo um valor de  escalar e tomando t na direção de n , temos:  

 ji n j   ni  0

(10. 8)

e



ji

  ij  n j  0

Logo

362

(10. 9)

 ji   ij  0

(10. 10)

Então

 11      21   31

 12  13   22    23   0  32  33   

(10. 11)

Onde  são as tensões principais. Logo

 11    12  13  21  22    23  0  31  32  33  

(10. 12)

Desta forma obtemos a equação característica:

 3  I1 2  I 2  I 3  0

(10. 13)

Onde I1 , I 2 e I 3 são os invariantes do estado de tensão. I1   11   22   33

(10. 14)

2 I 2   11 22   22 33   33 11   122   23   132

(10. 15)

2 I 3   11 22 33   11 23   22  132   332  122  2 12 23 13

(10. 16)

e

e

363

2.2.3 – Tensor Tensão Desviador e Tensor Tensão Hidrostático

Figura - 10. 5.

1  ij   kk ij  sij 3

(10. 17)

Onde o tensor hidrostático é dado por: 1  ij   kk ij 3

(10. 18)

e sij

2.2.4 – Estado de Tensão Hidrostático O estado de tensão hidrostático é definido como:

0  m 0   ij   0  m 0   0 0  m 

(10. 19)

e

m 

 11   22   33 I1  3 3

364

(10. 20)

Figura - 10. 6.

2.2.4 – Estado de Tensão Desviador

 s11 sij   s21  s31

s12 s22 s32

s13  s23  s33 

(10. 21)

onde 1 sij   ij   kk  ij 3

365

(10. 22)

Figura - 10. 7.

2.2.4 – Estado de Cisalhamento Puro Um estado de tensão é dito ser de cisalhamento puro se existem eixos x '1 , x'2 e x '3 tais que:

 1'1'   2'2'   3'3'  0

(10. 23)

e

 i' j'

 0  1'2'  1'3'    2'1' 0  2'3'   3'1'  3'2' 0 

366

(10. 24)

Figura - 10. 8.

A condição necessária e suficiente para um estado mde tensão ser de cisalhamento puro é: I1  0   ii  0

(10. 25)

O estado de tensão desviador corresponde a um estado de tensão de cisalhamento puro. 1 sij   ij   kk  ij 3

(10. 26)

 11   22   33 2 11   22   33    3 3   11   22   33 2 22   11   33  s22   22    Sii  0 3 3   11   22   33 2 33   11   22  s33   33    3 3 

(10. 27)

e s11   11 

Existem eixos x '1 , x '2 e x '3 tal que s1'1'  s2'2'  s3'3'  0 Tensões Principais do Estado de Tensão Desviador sij  s ij  0

Onde s são as tensões principais do estado de tensão desviador A equação característica do Estado Desviador é dada por: 367

(10. 28)

 s1  s 3  J 1 s 2  J 2 s  J 3  0   s2 s  3

(10. 29)

J1 , J 2 e J 3

(10. 30)

onde

São os invariantes de tensor desviador. O primeiro invariante J1  s11  s22  s33  s1  s2  s3

(10. 31)

E o segundo invariante 1 1 2 sij s ji  s11s22  s22 s33  s33 s11  s122  s23  s132 2 2 1  s12  s22  s32 2



J2 



 (10. 32)



E o terceiro invariante 2 2 J 3  s11s22 s33  s11s23  s22 s13  s332 s122  2 s12 s23 s13

(10. 33)

1  sij s jk ski  s1s2 s3 3

Tensões Octaédricas O plano octaédrico é o plano cuja normal forma ângulos iguais com os eixos principais de tensão

368

Figura - 10. 9.

 oct , oct  tensões octaédricas

(10. 34)

toct   oct   oct   

(10. 35)

e

e  1 nT     3

1 3

1   3

(10. 36)

e

 1 0 toct   0  2   0 0

  0   0    3     

1   1     3  3 1  2    3  3 1   3     3  3

(10. 37)

Onde a componente na direção n é dada por: 

 oct  toct .n   

(10. 38)

E

369

 oct 

1   2   3 3

(10. 39)

Esta é proporcional ao primeiro invariante I  oct   m  1  3

(10. 40)

E a componente de cisalhamento é dada por: 2 2  oct  toct   oct

(10. 41)

Figura - 10. 10.

 oct 

1 2 2 2  1   2    2   3    3   1     9

(10. 42)

2 J2 3

(10. 43)

Como

 oct  É também um invariante

No estaco das tensões principais temos:

370

 1 1 1  e , ,   3 3 3 

(10. 44)

e

(10. 45) e

ON     .e 

(10. 46)

I1  3 m  3 oct 3

(10. 47)

e

 Logo

   m ,  m ,  m  

(10. 48)

r     

(10. 49)

r   1 ,  2 ,  3    m ,  m ,  m    s1 , s2 , s3  

(10. 50)

r  s1  s2  s3  2 J 2

(10. 51)

   OP   1 ,  2 ,  3      ON   m ,  m ,  m    r  NP   s1 , s2 , s3  

(10. 52)

e

e

onde

É outro invariante.

    OP  vetor de tensões do estado original;   ON  vetor de tensões do estado    hidrostático; r  NP  vetor de tensões do estado desviador. 

371

10. 4 – Introdução à teoria da plasticidade A teoria da plasticidade foi desenvolvida inicialmente para os metais. Seja a seguinte amostra metálica:

Figura - 10. 11.

O desecarregamento é sempre elástico, ou seja quando se descarrega a peça a curva será paralela a do carregamento na fase elástica.

Figura - 10. 12.

Se carregarmos a amostra, de G  F, F se torna um novo ponto escoamento assim chamamos o trecho CD de trecho de endurecimento ou “strain hrdening”, pois se houver descarregamento voltando-se a qualque ponto pertencnte a este trecho, tem-se uma nova tensão de escoamento mmaior do que a do primeiro carregamento. Já o trecho DE, trecho de amolecimento, a nova tensão de escoamento será menor do que a anterior. A deformação total de um carregamento  descarregamento é:

372

e



p



deformação recuperável ( elástica )

deformação irrecuperável ( plástica )

(10. 53)

Com o recarregamento (de G  F) não ocorrerão deformações plásticas até que a tensão

n

atinja novamente o valor anterior do ponto F. Assim o ponto F pode ser considerado em um novo ponto de escoamento o que implica no endurecimento (“strain hardening”). OBS Porque o recarregamento não segue a trajetória original do carregamento, as defomações plásticas são dependentes da história de tensão. Por exemplo, os pontos H e I esão sob diferentes tensões elas apresentam o mesmo estado de deformação.

n

F A o



tensão nominal ou de engenharia

(10. 54)

area inicial da sec ção da amostra

e





deformação de engenharia

l  lo lo

(10. 55)

F A 

(10. 56)

e

 tensão verdadeira



area real da sec ção da amostra

Em metais, e assumindo que as deformações volumétricas são nulas (incompressibilidade), isto é:

Ao .lo  A.l

(10. 57)

logo



F F .l l    n. A Ao .lo lo 373

(10. 58)

Portanto,

   n .(1   )

(10. 59)

Esta é a relação entre a tensão verdadeira e a tensão nominal no ensaio uniaxial. No caso de deformações infintesimais, temos:

 n

(10. 60)

A deformação verdadeira, também chamada de deformação natural introduzida por Ludwick (1909), é dada por:

dl l

(10. 61)

l  dl  ln  l  lo  lo

(10. 62)

d  Logo l

 

Seta é a deformação verdadeira para o caso unidimensional. Como l / lo  1   , logo:

  ln1   

(10. 63)

Esta é a relação entre a deformação natural e a deformação de engenharia. No caso de deformações infinitesimais, temos:

 

(10. 64)

Vamos agora estudar um efeito que existe em plasticidade de metais.

Efeito Bauschinger O efeito Baushinger é um efeito de histerese de deformação que acontece nos metias dúcteis, conforme mostra a Figura - 10. 13.

Figura - 10. 13.

374

Modelos Reológicos

375

Relações Empíricas (relações funcionais) para o caso 1D

1) Relação de Ludwick (1909)

   o  H . n onde

(10. 65)

 o , H, n são parâmetros do material obtido por ajuste por mínimos quadrados com

resultados do ensaio uniaxial. Esta relação se aplica para um material rígido-plastico.

2) Relação de Vore (1948)

  a  (b  a )(1  e  n )

(10. 66)

Oonde a, b, n são constantes do material. Esta relação se aplica para um material rígidoplastico.

3) Relação de Swift

  c(a   ) n

(10. 67)

com 0  n  1 . Esta relação se aplica para um material rígido-plastico.

4) Relação de Prager

 E n      o tanh   o 

(10. 68)

onde E é o módulo de Young. Esta relação se aplica para um material elasto-plastico nãolinear.

5) Relação de Ramberg-Osgood n

      k  para    o E E   para    o E Esta relação se aplica para um material elasto-plastico não-linear. 376

(10. 69)

6) Relação de Richard



E  E p   E p n 1/ n   E  E p   

 1    

o

   

(10. 70)

Este modelo pode representar o amolecimento (“strain softening”). Esta relação se aplica para um material elasto-plastico não-linear.

Figura - 10. 14.

Maiores detalhes obre modelos funcionais 1D podem ser encontrados em: RICHARD, R. M. & ABBOT, B. J. (1975) – “Versatile Elastic-Plastic Stress-Strain Fórmula”, Technical Note, J. Enginerring Mechanics Division, ASCE, pp. 511-515. No caso do ensaio uniaxial, o ponto de escoamento pode ser bem determinado. Mas, o que aconteceria se diversas tensões, atuando em diversas direções, existir sobre determinado ponto material? Em outras palavras, a qual a combinação de tensões que usará o início do escoamento plástico? O critério para decidir qual a combinação de tensões é chamado de critério de escoamento. O primeiro passo em qualquer análise envolvendo fluxo plástico (i. e. deformações plásticas) é a seleção de um critério de escoamento adequado para o material em estudo. O próximo passo importante é como descrever o comportamento do material depois que o escoamento plástico iniciar (quais são as leis de fluxo?)

377

Critérios de Escoamento a) A Teoria de Rankine ou da tensão máxima O escoamento ocorre quando uma das tensões principais torna-se igal a tensão de escoamento o em tração ou compressão uniaxial. Para o caso 2D de tensão (3 = 0), teremos:

1   o

(10. 71)

e

2 

c  o escoamento a compressão

(10. 72)

Figura - 10. 15.

Este critério, no entanto, não condiz com as evidências experimentais observadas em ensaios com metais. Este critério foi abandonado.

b) Teoria de Saint-Venant ou da deformação máxima O escoamento ocorre quando o máximo valor da deformação principal igualar-se ao valor da deformação que, no ensaio uniaxial, corresponde a tensão de escoamento.

1 

1  1  v 2   3    o E 378

(10. 73)

e

E 1   1  v 2   3    E o considerando

(10. 74)

 3  0 , vem: E 1   1  v 2   o E 2   2  v 1   o

(10. 75)

Este critério também não condiz com os resultados experimentais.

Figura - 10. 16.

c) Critério de Tresca ou da Tensão de Cisalhamento O escoamento ocorre quando a máxima tensão de cisalhamento torna-se igual à tensão cisalhante observada no ensaio unidimensional e correpondente à tensão de escoamento o.

 1   2  o 2 2

(10. 76)

1   3   o 2 2

(10. 77)

e

e

379

2 3   o 2 2

(10. 78)

No caso 2D de tensão (3 = 0), tem-se:

 1   2   o

(10. 79)

 1   o

(10. 80)

 2   o

(10. 81)

e

e

Figura - 10. 17.

O critério de Tresca condiz bastante bem com os resultados experimentais sendo muito utilizado na prática. A desvantagem deste método é que as tensões principais ( 1 , 2 , 3 ) de vem ser calculadas antes.

Figura - 10. 18.

380

 1   2   o

(10. 82)

r  ( r )   o

(10. 83)

e

Logo

r

o 2

(10. 84)

A tensão de escoamento no caso de cisalhamento simples corresponde à metade do valor da tensão obtida no ensaio uniaxial.

d) Critério de Von Mises ou da energia de distorção A energia de deformação específica é dada por:

1 u o   ij  ij 2

(10. 85)

e a energia de distorção específica é dada por: 2

3 J 1 u d  2 D  OCT   ij  ij 2G 4G 2

Figura - 10. 19.

381

(10. 86)

O escoamento ocorre quando a energia de distorção específica u d se igualar à energia de distorção no escoamento observado no ensaio uniaxial 1) Ensaio 3D

1 2 J2  o 3

(10. 87)

Logo, o critério de escoamento torna-se:

 OCT 2 

1  11   22 2   11   33 2   22   33 2  6  12 2   13 2   13 2 9







(10. 88)

e

3 2 J 2 D   OCT 2

(10. 89)

1) Ensaio 2D Considerando o ensaio de tensão 2D (  3  0 ) e somente as tensões principais, temos:

3 1 2 2 2 J 2 D  .  11   22    12   21 2 9







(10. 90)

1) Ensaio 1D E para o estado de tensão

3 1 2 1 2 2 J 2D  .  o   o   o 2 9 3





(10. 91)

Logo, o critériode Von Mises é expresso como:

1  11   22 2   12 2   212  1  o 2 6 3







Que corresponde a equação de uma elipse no plano

1   2

 12   1 2   2 2   o 2

382

(10. 92)

(10. 93)

Figura - 10. 20.

O critério de Von Mises é bastante utilizado na prática, não necessitando que as tensões princiapis sejam conhecidas a priori. O critério de Von Mises também pode ser expresso por esta expressão:

1  11   22 2   11   33 2   22   33 2  6  12 2   13 2   13 2  1  o 2 6 3







(10. 94)

No caso de cisalhamento simples, teremos:

Material Elastoplástico Perfeito

Postulado 1 : Existe uma função de escoamento f  ij  tal que: Material em regime elástico f  ij   0 ou f  ij   0 e f  ij   0

(10. 95)

Material em regime plástico f  ij   0 e f  ij   0

(10. 96)

f  11 ,  22 ,  33 ,  23 ,  13 ,  12  ou f  1 ,  2 ,  3 , 1 ,  2 ,  3 

(10. 97)

e

onde  i são as tensões principais e  i são os ângulos que definem as direções princiapais. Superfície de escoamento é dada por: 383

f  ij   0

(10. 98)

Postulado 2 : O material é isotrópico se a função de escoamento é independente das direções e não muda com a permutação dos eicxos, ou seja, f é simétrica com relação às tensões principais.

f  1 ,  2 ,  3   f  2 ,  1 ,  3   f  1 ,  3 ,  2 

(10. 99)

Logo a função de escoamento pode ser expressa em função dos invariantes

f  f  I1 , I 2 , I 3 

(10. 100)

Postulado 3 : As tensões hidrostáticas não provocam escoamento:

f  f  s1 , s2 , s3  ou f  f  J 2 , J 3 

(10. 101)

Ou

Figura - 10. 21.

Postulado 4: Os comportamentos à tração e á compressão são idênticos. O valor da tensão de escoamento não muda quando o sinal de todas as componentes de tensão são trocados. f  ij   f   ij 

384

(10. 102)

Geometria da superfície de Escoamento A superfície de escoamento é dada por:

r   s1 , s2 , s3  

(10. 103)

e a equação do plano desviador é dada por:       .e   1i   2 j   3k 



 .

1  1  1  i j k 3 3 3 

(10. 104)

Logo



1  1   2   3    1   2   3   3 3

(10. 105)

E o eixo hidrostático é dado por:

1   2   3

385

(10. 106)

Figura - 10. 22.

Neste caso temos:

f  f  1 ,  2 ,  3 

(10. 107)

NAD  NDB  NEB  NEC  NCF  NFA

(10. 108)

É uma função simétrica e

Figura - 10. 23.

386

Critério de Escoamento de Tresca O critério de escoamento de Tresca corresponde ao critério de máxima tensão de cisalhamento e é válido para materiais dúcteis.

Figura - 10. 24.

Ele satisfaz o ciclo de Mohr

387

Figura - 10. 25.

 max 

 2

(10. 109)

E a direção na qual o escoamento acontece para um material isotrópico é de 45º graus em relação a direção de tração.

Figura - 10. 26.

onde

 max 

 K 2

(10. 110)

E K

Y 2

(10. 111)

Para o caso tridimensional temos:

388

Figura - 10. 27.

E 1 1 1  K  Max   1   2 ,  2   3 ,  3   1  2 2 2 

(10. 112)

Representaçào Geométrica do Critério de Tresca Tridimensional A representaçào geométrica do critério de Tresca é dado por: 1 1 1 f  1 ,  2 ,  3   Max   1   2 ,  2   3 ,  3   1 2 2 2

389

 K  0 

(10. 113)

Figura - 10. 28.

Bidimensional

Figura - 10. 29.

Figura - 10. 30.

390

 max 

 max   min Y  2 2

(10. 114)

Critério de Escoamento de Von Mises Ë o critério da Máxima Energia de Distorção. Este critério é válido para materiais dúcteis.

Figura - 10. 31.

As tensões principais podem ser decompostas conforme mostra a

Figura - 10. 32.

A deformação volumétrica é dada por:

391

V 1  2v  1   2   3   1   2   3  V E

(10. 115)

O estado hidrostático de tensão é dado por: V 3 1  2v  1  2v    1   2   3  V E E

(10. 116)

A variação do volume não gera distorção logo

 0; 0

(10. 117)

Em qualquer plano. E o estado desviador de tensão é dado por: V 1  2v   1   2   3  3   0 V E

(10. 118)

Não gera distorção, logo V 0 V

(10. 119)

Energia de Deformação Elástica Específica

Figura - 10. 33.

392

Para o estado de qualquer tensão vale: u

1  11   2 2   3 3  2

(10. 120)

O estado hidrostático de tensão corresponde a:

1h   2h   3h 

 1   2   3   

(10. 121)

3

E o estado desviador de tensão é dado por:

1h  1    h  2   2    h  3   3  

(10. 122)

Logo u

1  1 1s     2  2s     3  3s     2













(10. 123)

Ou 1 1 u    1   2   3    11s   2 2s   3 3s  2 2       Energia associada ao volume ENERGIA VOLUMÉTRICA  uV 

Energia associada à mudança de forma  ENERGIA DE DISTORÇAO  uD 

(10. 124)

Logo a energia total fica: u  uV  uD

(10. 125)

u D  ulim

(10. 126)

1 v  2 2 2  1   2    2   3    3   1    ulim   6E 

(10. 127)

Portanto,

e

A obtenção experimental de ulim é feita conforme mostra a

393

Figura - 10. 34.

1  Y ;  2   3  0

(10. 128)

e ulim 

1 v 2 Y 3E

(10. 129)

A expressão matemática do critério de Von Mises fica: 2

2

 1   2    2   3    3   1 

2

 2Y 2

Representaçào Geométrica do Critério de Von Mises

Tridimensional

394

(10. 130)

Figura - 10. 35.

Bidimensional

Figura - 10. 36.

Figura - 10. 37.

395

 12   1 2   2 2  Y 2

(10. 131)

Comparaação entre os Critérios de Tresca e Von Mises

Caso Bidimensional

Figura - 10. 38.

Condição de Continuidade do Fluxo Plástico Seja um ponto submetido a um estado de tensão  ij sobre a superfície de escoamento, ou seja, f  ij   0

(10. 132)

Suponha que seja aplicado um incremento d ij em  ij . Logo a condição para que o ponto continue em processo de escoamento é dada por: 396

f  ij  d ij   0

(10. 133)

df  f  ij  d ij   f  ij   0

(10. 134)

e

Logo df 

f f f d 11  d 22  ...  d 12  0  11  22  12

(10. 135)

O gradiente de f é perpendicular ao vetor incremento de tensão.

Figura - 10. 39.

Logo a condição de consistência é dada por:

df 

f d ij  0  ij

(10. 136)

e o vetor incremento de tensão

d T  d 11 d 22 ... d 12  

(10. 137)

e o vetor gradiente da Função é dado por: Grad  f  

f  

e

397

(10. 138)

T  f Grad  f     11

f  22

...

f    12 

(10. 139)

Logo

Grad  f   d 

(10. 140)

Figura - 10. 40.

A condição de retorno ao regime elástico é dada por:

df 

f d ij  0  ij

(10. 141)

E o gradiente de f forma um ângulo obtuso com o vetor incremento de tensão.

Postulado de Drucker Dado um corpo em equlibrio sob um estado de tensão inicial definido pelo vetor tensão generalizado Qi0 e submetido a uma agente externo que aplica lentamente um conjunto de forças auto-equlibradas que, em seguida sào remosvidas. O trabalho realizado pelo agente externo durante o ciclo de aplicação-remoção das forças não é negativo. Wext  Wtot  W0  0

398

(10. 142)

Wext  trabalho realizado pelo agente externo, Wtot  trabalho total realizado por todas as tensões W0  trabalho feito pelas tensões iniciais constantes. Sendo o vetor tensão generalizado definido por:

 11     22    Q   33    23   31     12 

(10. 143)

e o vetor taxa de deformação generalizada definido por:

 11      22     Q   33   223   231     212 

(10. 144)

W  Qi qi

(10. 145)

W   ij ij

(10. 146)

tmos que a potência é dada por:

ou

O qual pode ser decomposto em uma componente elástica e outra plástica. qi  qie  qip

(10. 147)

A superfície de escoamento é mostrada na

399

Figura - 10. 41.

E o trabalho total no ccilo de aplicação-remoção de tensões é dado por: t1

  Q q e dt  W   Wdt  ii

t1  t



Qi q  q



0

t2 e i

p i

 dt  

Qi qie dt

(10. 148)

t1  t

t1

E o trabalho realizado no ciclo fechado envolvendo deformações elásticas é nulo, logo t1  t

Wtot 



Qi qip dt   W p

(10. 149)

t1

Corresponde ao incremento de trabalho plástico. E o trabalho realizado pelas tensões generalizadas Qi0 durante o ciclo fechado é dado por: t1  t

t1

W0   Qi0 qie dt  0



t2





Qi qie  qip dt 

 Q q dt 0 e i i

(10. 150)

t1  t

t1

e t1  t

W0 



Qi0 qip dt   W0p

(10. 151)

t1

e Wext   W p   W0p

e

400

(10. 152)

t1  t p

p 0

Wext   W   W 

  Q  Q  q i

0 i

p i

dt  0

(10. 153)

t1

para  t arbitrariamente pequeno, temos a desigualdade de Drucker

Q



(10. 154)



(10. 155)

i

 Qi0 qip  0

ij

  ij0 ijp  0

p

ou



OBS: Foi usado o índice p em Qi e  ij para indicar que tais tensões correspondem a um ponto sobrea superfície de escoamento. Equação ( ) implica que o vetor taxa de deformação plástica generalizada forma um ângulo não maior que 90º como o vetor incrementos de tensões generalizadas. Em forma incremental, a desigualdade acima pode ser escrita na forma:

Q

i

p



 Qi0 dqip  0

(10. 156)

Sendo A, B pontos sobre a superfície de escoamento, conforme mostra a

Figura - 10. 42.

Se A  P e B  P então ospontos sobre a superfície de escoamento ficam conforme mostra a

401

Lei ou Principio da Normalidade O vetor q p é normal à superfície de escoamento e aponta para fora.

Figura - 10. 43.

Lei da Convexidade O ângulo entre o vetor q p e dQ pode resultar > 90º . A superfície de escoamento é convexa. Pois uma superfície de escoamento côncava viola o postulado de Drucker

Figura - 10. 44.

Um material que satisfaz o Postulado de Drcker é dito ESTÄVEL ou “workhardening material”.

402

Função Potencial Plástico ou Regra de Fluxo Obedece a seguinte regra de fluxo: Hipótese cinemática postulada para a deformação plástica ou fluxo plástico. A função potencial plástico g  ij  é uma função escalar das tensões. A regra de fluxo plástico é dada por:

d  ijp  d 

g  ij

(10. 157)

Onde d  é o fator de proporcionalidade escalar não negativo, d  ijp é o incremento de deformação plástica.

Figura - 10. 45.

e a regra de fluxo associada é dada por: g  ij   f  ij 

(10. 158)

e

d  ijp  d 

f  ij

(10. 159)

A regra de fluxo não-associada é dada por: g  ij   f  ij 

403

(10. 160)

Regra de Fluxo Geral Associado A regra de fluxo é dada por:

f  J1 , J 3   0

(10. 161)

A lei da normalidade é dada por: d  ijp  d 

 f J 2 f J 3 f  d    J 2  ij J 3  ij  ij 

  

(10. 162)

que implica em

 f f  d  ijp  d   sij  rij   J  J 2 3  

(10. 163)

Figura - 10. 46.

onde

J2 

1 J sij sij  2 sij 2  ij

(10. 164)

e

J 1 1 J 3  sij s jk ski  3 sip s pj  sqp s pq ij  rij 3  ij 3

404

(10. 165)

Regra de Fluxo Associado de Von Mises A função de escoamento de Von Mises pode ser escrita como: Y2 f  J2   J2  0 3

(10. 166)

E a regra de fluxo associada é dada por:

d  ijp  d 

f J 2 J 2  ij

(10. 167)

Como

J 2  sij  ij

(10. 168)

d  ijp  d  sij

(10. 169)

d 11p d  22p d  33p d 12p d  23p d 13p       d s11 s22 s33 s12 s23 s13

(10. 170)

Temos:

logo

que corresponde a equação de Prandtl-Reuss.

405

Materiais Elastoplásticos com Endurecimento

Caso Inidimensional ou Uniaxial

Endurecimento (strain hardening) – é a propriedade definida pelo aumento contínuo da tensão axial com a evolução da deformação axial após o ponto de escoamento.

Figura - 10. 47.

As trajetórias carga-descarga praticamente retas e coincidentes paralelas ao ramo elástico linear inicial. Após a descarga e carga consecutivas, ocorre um aumento da tensão de escoamento.

  Y

d 0 d

(10. 171)

Caso Tridimensional ou Triaxial

Endurecimento (strain hardening): a superfície de escoamento muda coma ocorr6encia de deformações plásticas adicionais,





f  ij ,  ijp , k  0

(10. 172)

onde k é o parâmetro de endurecimento,  ijp são componentes de deformação plástica. A regra de endurecimento define a evolução da superfície de escoamento com o fluxo plástico.

406

Figura - 10. 48.

Critério de Continuidade de Fluxo Plástico para um Material com Endurecimento Se f .d  0  d  ijp  0    f f 0 e .d  0  d  ijp  0    f 0 e

(10. 173)

Figura - 10. 49.

e

  90  d  p  0 

407

(10. 174)

Regra de Endurecimento para um Material com Endurecimento A regra de endurecimento para materriais elastoplásticos segue a seguinte expressão:







k 2  p  



f  ij ,  ijp , k  F  ij ,  ijp   forma da superfície

0

(10. 175)

tamanho da superfície

Donde vale as seguintes definições de Tensão efetiva

 e  3J 2 

3 sij sij 2

(10. 176)

E deformação plástica efetiva

p 

2 p p  ij  ij 3

(10. 177)

Tensão e Deformação Plásticas Efetivas – Caso de tensão Uniaxial

Figura - 10. 50.

 2  0 ; 3  0 e

408

(10. 178)

 e  3J 2 

1 2 2 2 1  0    0  0    1  0    2

(10. 179)

logo a tensão efetiva é igual a tensão uniaxial

 e  1

(10. 180)

e

2 p p  ij  ij 3

p 

(10. 181)

e

p 

2 p 1 3 

2

2

2

         p 2

p 3

(10. 182)

Para o material plástico incompressível é dado por: 1  p   2p   3p   1p 2

(10. 183)

Logo a deformação plástica efetiva é igual a deformação plástica uniaxial:

 p  1p

(10. 184)

409

Tensão e Deformação Plásticas Efetivas – Caso de tensão Uniaxial A superfície inicial se expande uniformente sem distorção e sem translação quando ocorre o fluxo plástico. F  ij   k 2   p 

Figura - 10. 51.

410

(10. 185)

Modelo de Endurecimento Isótropo – Função de Von Mises Neste modelo temos: F  ij , k   J 2  k 2   p   0

(10. 186)

Figura - 10. 52.

J2 

1 1 2 2 2  1  0    0  0   1  0     12  6 3

(10. 187)

e 1 2 1  k 2  p   0 3

(10. 188)

 12  3k 2   p 

(10. 189)

1 e 3

(10. 190)

1 J2   e2  0 3

(10. 191)

3J 2   e 2  0

(10. 192)

Implica que

Logo k  p   que corresponde a

Que implica em

411

Modelo de Endurecimento Cinemático Durante o fluxo plástico, a superfície de escoamento se desloca como um corpo rígido no espaço de tensões, mantendo a forma, o tamanho e a orientação da superfície inicial. F  ij ,  ijp , k  F  ij   ij   k 2  0





(10. 193)

Figura - 10. 53.

Modelo de Endurecimento Misto Durante o fluxo plástico, a superfície de escoamento sofre uma translação definida por  ij e uma expansão uniforme medida por k 2 , mantendo a sua forma original. F  ij ,  ijp , k  F  ij   ij   k 2  p   0





Figura - 10. 54.

Aplicando a Lei da Normalidade 412

(10. 194)



f       

d   C   d    d   

(10. 195)

Temos a condição de consistência T

 f      

d    0

(10. 196)

Logo T

 f    f       C  d    d   C      0        

(10. 197)

T

 f   f     C  d    d   C     0      

(10. 198)

Relação Constitutiva Incremental para um Material Elastoplástico Perfeito O vetor incremento de deformação é dado por;

d    d  e   d  p 

(10. 199)

e o vetor incremento de tensão é dado por:

d   C d  e   C  d    d  p 

(10. 200)

onde C  é a matriz de rigidez do material Usando a lei da normalidade:

d   d   f  p ij

(10. 201)

temos o fator de proporcionalidade T

 f    C d    d    T  f   f    C         

413

(10. 202)

E a Relação Constitutiva Elastoplástica do Material é dada por: T    f      C  d    f  d   C   d        T     f   f      C            

(10. 203)

T    f     C d    f  d   d   C    I       T      f   f      C            

(10. 204)

ou

onde a Matriz de Rigidez Elastoplástica do Material é dada por: T    f     C d    f   d   C ep   C    I      T       f   f      C            

(10. 205)

Aplicação a matriz de Rigidez de uma Barra A condição de plastificação de uma secção transversal é dada por:

   N x , V y , Vz , M x , M y , M z   0

(10. 206)

Considerando o material da barra do tipo estável de Drucker temos que a lei da normalidade é dada por:

U    G p

(10. 207)

Onde U p   é o vetor taxa de deslocamentos plásticos, G é o vetor gradiente da função   é o fator de proporcionalidade. e

Observando que a superfície   0 é convexa temos: T

G

           N x Vy Vz M x M y M z 

e a condição de consistência é dada por: 414

(10. 208)

T

G

F   0

(10. 209)

Onde  F  é o vetor deslocamento de forças e T

F 

 N ,V ,V , M x

y

z

x

, M y , M z

(10. 210)

A secção plastificada é dada pela rótula plástica onde   0

Figura - 10. 55.

Figura - 10. 56. Elemento de Barra

Figura - 10. 57. Elemento com uma rótula plástica no extremo 1.

O vetor taxa de deslocamentos nodais é dado por: U1   U       U 2  E o vetor taxa de forças nodais é dado por:

415

(10. 211)

F1   F       F2 

(10. 212)

F    K  U 

(10. 213)

Logo e

e

onde  K e  é a matriz de rigidez incremental elástica da barra e F1    K11e   K12e   U1               e e  F2    K 21   K 22   U 2 

(10. 214)

O vetor taxa de deslocamentos elásticos no extremo 1 é dado por:

U   U   U  e 1

p 1

1

(10. 215)

Na secção do extremo 1 temos a leida Normalidade:

U    G 

(10. 216)

F   0

(10. 217)

p 1

1

1

E a condição de Consistência T

G1

1

Logo T

G1

 G   0  K11e  U1  G1  K12e  U 2   G1  K11e   1 1 T

T

(10. 218)

e    1

1

T

G1

G1T  K11e    e   K11  U1 

U1  T e    G K  1  12      U 2 

(10. 219)

e F1    K11e   K12e   U1    K11e   K12e                    1 G1       e e e e  F2    K 21   K 22   U 2    K 21   K 22    0  Logo

416

(10. 220)

F1    K11e   K12e    1 G          I    1  G1    e e c 0   F2    K 21   K 22   

  K11e   K12e    U1  0   e   e       (10. 221)   K 21   K 22   U 2       

Onde T

c  B1  K11e   B1

(10. 222)

E a matriz de rigidez elastoplástica do elemento é dada por:

K    K    I  1 EP

e



1 T G G  K e   c 

(10. 223)

e T

G

  0

  G1T

417

(10. 224)

10. 5 - Exemplos e Aplicações

418

10. 6 - Exercícios e Problemas

419

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