A TRADIÇÃO DO INVISÍVEL: SISTEMAS SIMBÓLICOS E OS NATIMORTOS NA HISTÓRIA EUROCÊNTRICA

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SISTEMAS

SIMBÓLICOS

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NATIMORTOS NA HISTÓRIA EUROCÊNTRICA1 Sebáh Villas-Bôas2

Não sendo mais possível considerar a inteireza da certeza instrumentalizada na conceituação do ser humano como animal racional, a ascendente valorização da abordagem à subjetividade reflete interesses para os processos de constituição nos quais, coletivamente, se dá a percepção da dimensão existencial, trasnfenomênica, do cultivo de si, simbolicamente designando expressões de práticas e saberes mantidos no tempo, porque instituídas em associativismos, ao que o termo cultura vem corresponder. Na historiografia das ciências, na passagem do século XIX ao XX, viu-se ascender a uma nova lógica de intervenção social cuja consumação foi a instituição dos mass media e, mais recentemente, no séc. XXI, a rede telemática digital, conjuntamente com a consolidação do projeto de globalização. Considerando o sentido das mensagens aos contextos concretos, tem-se nos registros visuais, a presença e a ausência de referências que indiciam as muitas culturalidades, instituindo uma reprodução de figuras e estruturas visuais ordenadas que simbolizam arquétipos, valores e idéias, predominantemente associados ao eurocentrismo, desde sempre, fundamentado no mito de uma fabulosa Grécia arcaica. Explicita-se que na ordem visual corrente, em mediação por experiência estética de recepção, os observadores diversos, têm em seu cultivo contemporâneo, a prevalência de acesso às referências visuais e conceituadas que pretendem fazer crer na hegemonia geopolítica da centro-Europa, possibilitando a atenção para com os natimortos-da-história-oficial, na presente ausência de figuração simbólica de tudo que for alteridade discordante do horizonte ético do projeto centro-europeu, relegados ao abismo fantasmático do invisível da memória; instaura-se, então, um contexto sócio-cultural contemporâneo em que a moderna noção de cultura pretende a teodiceia das identidades sociais e uma suposta revolução democrática na política estatal.

Palavras-chave: ordem visual – cultura – experiência estética – simbólico cultural – memória

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Comunicação apresentada durante no GT – Diálogos Interculturais do Eixo Interculturalidade no III Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação– Estéticas e Culturas de Libertação – realizado na FACED-UFBA de 22 a 25 de setembro de 2015. 2 Graduação_ Universidade Estadual de Santa Cruz –UESC/BA. Mestrado Instituto Milton Santos de Humanidades, Artes e Ciências / IHAC – UFBA / BA. Atua como prof. do Centro de Artes, Humanidades e Letras / CAHL – URFB / Cachoeira / BA.

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